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1. Diferença entre behaviorismo radical, análise experimental do comportamento (AEC) e análise do comportamento 
aplicada (ABA)
A Análise do Comportamento é a área mais ampla da prática behaviorista, contendo 3 subáreas interligadas: o Behaviorismo Radical
(filosofia), a Análise Experimental do Comportamento (ciência básica) e a Análise do Comportamento Aplicada (ABA)
Behaviorismo Radical: Filosofia da Ciência do Comportamento (AC, AEC e ABA). Braço teórico, filosófico, histórico, da Ciência do
Comportamento.
AEC: Pesquisa básica. Braço empírico da Análise do Comportamento. Forma de produção de conhecimento em Análise do
Comportamento. Subárea encarregada de conduzir a produção e validação de dados empíricos em uma ciência autônoma do
comportamento. O termo “Experimental” diz respeito à produção do conhecimento de forma empírica que adota um planejamento de
manipulação de variáveis em um contexto controlado e deliberadamente simplificado e artificial. Identificar relações funcionais
equivale a identificar que variáveis antecedentes e consequentes afetariam, e como, a frequência de uma classe de respostas. O
comportamento operante assume um caráter quase onipresente nas pesquisas experimentais realizadas por analistas do
comportamento.
ABA: Pesquisa aplicada (atividade científica; busca os determinantes do comportamento socialmente relevante; investiga métodos
de intervenção); uso dos princípios comportamentais básicos para produzir conhecimento sobre procedimentos de modificação de
comportamentos humanos socialmente relevantes. Prestação de serviços (trabalho prático; aplica conhecimento desenvolvido em
outro lugar; oferece soluções para problemas de natureza prática). Aplicação do conhecimento científico oriundo das pesquisas
experimental e aplicada com o intuito de prevenir e remediar problemas comportamentais humanos nas áreas da saúde mental,
educação, trabalho, entre outras. Objetivos: Mudanças previsíveis e replicáveis em comportamento socialmente relevante
(linguagem; habilidades sociais; habilidades motoras; habilidades acadêmicas). Braço tecnológico da Análise do Comportamento
ligado à criação e administração de recursos de intervenção social. Mudança de comportamento é a essência dessa ferramenta
psicológica. Campo de intervenção planejada dos analistas do comportamento. Nela, estão assentadas as práticas profissionais
mais tradicionalmente identificadas como psicológicas, como o trabalho na clínica, escola, saúde pública, organização e onde mais
houver comportamento a ser explicado e mudado.
2. Liberdade como ausência de controle aversivo.
O reforçamento positivo pode gerar relatos de sentimentos de liberdade.
Relações comportamentais coercivas (de punição ou reforçamento negativo) podem gerar, além do relato de outros 
sentimentos (ansiedade, raiva, tristeza, entre muitos outros) uma “luta pela liberdade” – que, neste caso, nada mais é do que 
uma luta contra esse tipo de relação. Socialmente, a luta contra as relações comportamentais coercivas pode receber diversos 
nomes: busca-se promover a liberdade política, econômica, religiosa, sexual, etc. Em cada um desses campos, quando 
pessoas são proibidas de emitir certos comportamentos ou obrigadas a emitir outros, surge a possibilidade de que se revoltem 
contra esse tipo coercivo de controle.
“A literatura da liberdade tem feito uma contribuição essencial para a eliminação de muitas práticas aversivas no governo, na
religião, na educação, na vida familiar e na produção de bens” (SKINNER)
As pessoas tendem a identificar a ausência de coerção com liberdade absoluta, ignorando o tipo mais poderoso de controle – o 
que é exercido através de reforçamento positivo. Ele é poderoso, porque não nos revoltamos contra ele pois não costumamos 
reconhece-lo como um tipo de controle. O controle por reforçamento positivo pode ser utilizado com objetivos espúrio em 
benefício dos controladores, mas com graves prejuízos de longo prazo para os controlados. Empregados que enfrentam 
jornadas exaustivas ou insalubres de trabalho, aliciadores que levam adolescentes a se prostituir, crianças e adolescentes 
atraídos para o tráfico de drogas ou pessoas levadas a consumir produtos prejudiciais à sua saúde são alguns exemplos. 
Skinner: “um sistema de escravidão tão bem planejado que não gere revolta é a verdadeira ameaça”. A “revolta” contra um 
sistema desse tipo só é possível, em primeiro lugar, se o escravo percebe que é um escravo.
Nesse sentido da palavra liberdade, podemos inclusive classificar a educação para a liberdade como uma tarefa importante 
para os analistas do comportamento. Estimula a formação de cidadãos críticos, bem informados e ativos, e pode cumprir um 
papel importante para o futuro de nossas culturas.
3. Liberdade como autocontrole.
O clínico analítico-comportamental deseja que seu cliente “tome as rédeas de sua vida”, seja autônomo e
independente, governe seu cotidiano – entre outros motivos, para que não seja dependente do próprio clínico.
O clínico analítico-comportamental, parte importante do ambiente de seus clientes, transforma parte de seu
repertório comportamental. Ele ensina seus clientes a analisar seu próprio comportamento e as variáveis que o
controlam. Ao fazer isso, ele estará gerando em seus clientes o autocontrole (identificar e controlar algumas das
variáveis que controlam seu próprio comportamento). Como o autocontrole também é comportamento, ele
também é efeito de causas ambientais e o comportamento do clínico responde, neste caso, pela maior parte de
tais causas.
Pessoas que exercem um alto grau de autocontrole são mais autônomas, independentes e “livres” do que as que
não o fazem. O clínico analítico-comportamental, nesse sentido, busca ensinar e promover a liberdade.
Em qualquer um desses três sentidos, podemos concluir que os analistas do comportamento – entre eles os
clínicos analítico-comportamentais – promovem a liberdade com frequência. Tendem a adotar o determinismo
enquanto pressuposto, por sua utilidade para os próprios objetivos do trabalho terapêutico. Pressupor o
determinismo ajuda os clínicos analítico-comportamentais a tornarem os seus clientes mais livres!
4. Descrição de emoções.
O Behaviorismo Radical postula que a natureza daquilo que ocorre dentro da pele não difere de qualquer comportamento
observável e, por isso, considera que a emoção não deve ter status causal. Apesar de não ser vista como “causa”, a emoção 
não é negligenciada pela Análise do Comportamento. Ao contrário, é compreendida enquanto fenômeno complexo, a partir dos 
pressupostos dessa ciência. Na compreensão da emoção, do ponto de vista da Análise do Comportamento, é importante
identificar a interação entre comportamento respondente e operante.
Para a Análise do Comportamento, a emoção não se refere a um estado do organismo e sim a uma alteração na predisposição 
para ação ou seja, a uma alteração na probabilidade de uma classe de respostas sob controle de uma classe de estímulos. Um 
estímulo, antecedente ou consequente, também elicia respostas respondentes. 
As respostas respondentes presentes em uma emoção são aquelas dos músculos lisos e glândulas, afirma Skinner (1953). 
O episódio emocional refere-se à relação entre eventos ambientais e todas as alterações em um conjunto amplo de diferentes 
classes de respostas, não sendo redutível a uma única classe de respostas ou atribuível a um único conjunto de operações.
Emoção refere-se a relações em que há alterações em um conjunto amplo de comportamentos e de operações ambientais.
Descrição das emoções (Skinner, 1974)
Conhecemos pouco nossas próprias emoções (dificuldades em discriminar nosso mundo privado)
A comunidade verbal usa informação pública para descrever as emoções (Correlatos públicos e Metáforas)
Contexto + alteração fisiológica
Respostas reflexas relacionadas a Músculos Lisos, Cardíacos (Estômago, útero, bexiga, coração, vasos sanguíneos, etc.) e 
Glândulas (Sudoríparas, mamárias, etc. Regulaçãometabólica)
5. Operações Motivadoras - Definição.
Chamamos de operações motivadoras todo e qualquer evento ambiental (seja uma operação ou condição de estímulo) que
afeta um operante de duas maneiras:
1. alterando a efetividade dos estímulos consequentes (reforçadores ou punidores) e
2. modificando a frequência da classe de respostas que produzem essas consequências.
Nas palavras do professor:
As operações motivadoras alteram a efetividade de um evento como reforçador ou punidor e alteram a probabilidade de
respostas que no passado produziram um dado reforçador (em qualquer contexto).
As Oms se subdividem em:
- OM Estabelecedoras: eventos ambientais que tornam as respostas de uma classe operante mais prováveis de serem
emitidas por aumentar a efetividade reforçadora ou diminuir a efetividade punidora da consequência.
- OM Abolidoras: eventos ambientais que tornam as respostas de uma classe operante menos prováveis de serem emitidas
por diminuir a efetividade reforçadora ou aumentar a efetividade punidora da consequência.
6. Operações Motivadoras - Efeitos.
Efeitos da OM:
1. alteram a efetividade de algum objeto ou evento como reforçador (positivo ou negativo) ou punidor (positivo ou negativo)
2. alteram a probabilidade de respostas que no passado tenham produzido tal consequência.
Nas palavras do professor:
Altera efetividade de um evento como reforçador
Altera a efetividade de eventos antecedentes como estímulos discriminativos
Alteração na taxa de respostas (número de respostas / tempo) ou magnitude da resposta
7. Noção de transtornos psiquiátricos na análise do comportamento
A análise do comportamento se posiciona como uma abordagem da psicologia que não vê os comportamentos humanos
problemáticos como “doenças” ou “psicopatologias”. Nessa perspectiva, esses fenômenos tem causas e naturezas iguais aos
demais comportamentos.
Com o avanço dos estudos da psiquiatria e das ciências do comportamento, sabe-se hoje que tanto “transtornos psiquiátricos”
como qualquer outro comportamento sofrem influência em três níveis: filogenético, ontogenético e cultural, o que, para muitas
disciplinas, é mais referido como biopsicossocial. Nessa perspectiva, não existiriam diferenças significativas entre “transtornos
psiquiátricos” e outros “problemas clínicos”. Todavia, há aqueles que defendem que apesar de os “transtornos psiquiátricos”
sofrerem influências múltiplas, sua diferenciação dos outros problemas se dá pela sua presumida origem orgânica.
Os “transtornos psiquiátricos”, como todo comportamento, são resultantes do entrelaçamento de fatores genéticos, experiências
diretas ou transmitidas pelo grupo social que o individuo integra. Assim, são determinados por múltiplas “causas” e mantidos por
contingencias entrelaçadas. Os “transtornos psiquiátricos”, assim como qualquer outro comportamento, são comportamentos 
multideterminados em suas origens e em sua manutenção.
Todo comportamento resulta da história do indivíduo, ou seja, do entrelaçamento de mutações genéticas, experiências
diretas ou transmitidas pelo grupo social que integra, e que os chamados transtornos psiquiátricos também são produtos dessa 
história, recebendo maior ou menor influência de cada um destes aspectos da história.
A classificação de padrões comportamentais como transtornos mentais é determinada por práticas culturais que estabelecem
os padrões socialmente aceitos ou não. Desse modo, padrões comportamentais que violam expectativas sociais são tratados, 
frequentemente, como “anormais” ou “psicopatológicos”.
8. As cinco regras da FAP
1. Atentar para a ocorrência de CRBs: a primeira regra da FAP é a da consciência. Ela consiste na premissa simples de que o
terapeuta deve estar atento e consciente ao que acontece na sessão. Estar atento ao momento presente, começando por
aquilo que o cliente faz em sessão, além de descrever o que se observa evitando rótulos.
2. Criar um contexto terapêutico para evocar CRBs (tanto 1 quanto 2): uma vez identificados os CRBs, por meio da Regra 1, o
terapeuta procurará evocá-los ao longo das sessões, e essa intervenção é sumarizada na Regra 2, Coragem. Evocar CRBs
significa manejar as contingências da sessão de modo a aumentar a probabilidade de que eles aconteçam. O termo “coragem”
ressalta a habilidade de enfrentamento de uma situação difícil, necessária ao terapeuta FAP. Obs.: Evocar CRBs não significa
“gratuitamente cutucar feridas”.
3. Reforçar os CRB2: amor – nossas respostas genuínas, nossa própria expressão de afeto coerente, serão as mais poderosas
no reforçamento da melhora do cliente. (a) o comportamento do cliente produz resultados bem-sucedidos na sessão; (b) o
comportamento do cliente produz feedback positivo do terapeuta sobre seu significado em termos de melhora; e (c) o
comportamento do cliente produz o aprofundamento natural da relação com o terapeuta.
4. Observar os efeitos potencialmente reforçadores do comportamento do terapeuta sobre o do cliente: indicadores de
reforçamento importantes na terapia - os sentimentos (investigar como o cliente se sente poderá indicar, portanto, se a
interação foi reforçadora) e a tendência a ação do cliente (disposição a agir em determinada direção).
5. Gerar descrições funcionais precisas no repertório do cliente de forma a promover a generalização: o planejamento da
generalização é importante até mesmo para tornar mais claro que a relação terapeuta-cliente visa, em última instância, as
mesmas mudanças fora da sessão, junto as pessoas significativas de sua vida.
9. Diferença das três gerações de terapia
1ª Geração: Terapia Comportamental
No que diz respeito ao trabalho clínico, a primeira onda focava diretamente as emoções e os comportamentos problemáticos, uti lizando-se de 
condicionamentos e princípios comportamentais. Abordagem caracterizada pelo estudo do comportamento humano de forma objetiva e racional, 
com rigor científico e com o desenvolvimento de leis de aprendizagem que sejam validadas empiricamente. Baseada em princípios comportamentais 
advindos de pesquisas; busca por práticas baseadas em evidências científicas; ênfase nas causas ambientais e contextuais; ênf ase na 
aprendizagem é um fator distintivo da terapia comportamental, que assume que a maioria dos problemas comportamentais é desenvolvida, mantida 
e mudada primariamente através da aprendizagem. Pouca ênfase dada a relação terapêutica.
2º Geração: Terapia Comportamental Cognitiva
A segunda onda procurou preservar a objetividade e o foco técnico presente na primeira geração, ao mesmo tempo em que tentou valorizar o ser 
humano racional. A TCC tradicional possui uma premissa básica de que as cognições desempenham um importante papel na manutenção dos 
transtornos emocionais, através de sua influência nas emoções e nos comportamentos. Como consequência, frequentemente, o foco de mudança 
da TCC tradicional está no conteúdo dos pensamentos e das cognições; o foco da CBT inclui a modificação dos seus conteúdos. A TCC tradicional 
busca eliminar ou ao menos reduzir a duração, a frequência e a intensidade de pensamentos intrusivos, de memórias dolorosas, de cognições 
desconfortáveis ou de pensamentos ruminativos, questionando sua credibilidade e buscando substituí-los por pensamentos mais adaptativos. 
Terapeutas de segunda onda reportaram maior uso de técnicas de relaxamento e de reestruturação cognitiva (os terapeutas de te rceira onda se 
mostraram resistentes ao uso destas últimas).
3ª Geração: TerapiasContextuais
Fundamentada em uma abordagem empírica e focada em princípios; estratégias de mudança contextuais e experienciais em adição às estratégias
diretas, focadas na função mais do que na forma; construção de repertórios flexíveis e efetivos, mais do que a eliminação de problemas
estreitamente definidos. As cognições são vistas pela ACT como uma forma de comportamento (comportamento privado) que deve ser identificada e
ter sua função alterada, os tratamentos baseados em mindfulness e a ACT focam a funçãodos pensamentos e a promoção de estratégias de
regulação emocional que se contraponham à esquiva das experiências internas. A ACT não objetiva refutar cognições desadaptativas com o objetivo
de modificar a resposta emocional e/ou comportamental associada a tais cognições. Nessa abordagem, os pacientes são ensinados a aceitar
emoções e pensamentos indesejáveis. Os terapeutas de terceira onda reportam maior uso de técnicas de mindfulness e aceitação, assim como de
técnicas de exposição. Em linhas gerais, os terapeutas de terceira onda se mostraram mais ecléticos do ponto de vista técnico, o que poderá levar a
diferentes resultados clínicos. As novas terapias assumem que técnicas como distração ou substituição de pensamentos, parada do pensamento ou
reestruturação cognitiva não são mais aconselháveis e encorajam o uso de técnicas de mindfulness e aceitação para lidar com as experiências
internas, ao invés de tentativas de mudar os pensamentos e as sensações internas consideradas negativas
10. Análise funcional do brincar na clínica
Brincar é atividade comum na infância e é crucial para o desenvolvimento, uma vez que é uma forma de
comunicação, proporciona à criança controle sobre ambiente, fortalece habilidades sociais, cognitivas e de
raciocínio. Brincar é um comportamento que “implica estímulos discriminativos, modelos, instruções e
consequências, de tal modo que a criança pode, a partir de seu repertório inicial, refinar seus comportamentos e
aprender novos”.
Brincar é uma ferramenta de avaliação e intervenção comportamental. A abordagem para o brincar se assemelha à
abordagem da FAP. É através da brincadeira que ela será capaz de expressar sentimentos, desejos, ideias e
valores.
Avaliação pelo brincar: Análise funcional experimental: manipular variáveis a fim de identificar a função de
determinado comportamento. Ex: perder de propósito em um jogo ou deixar a criança ganhar.
Intervenção: Através do brincar, torna favorável o manejo de comportamentos clinicamente relevantes, ensino de
novos comportamentos alternativos, por meio de procedimentos de intervenção característicos da análise do
comportamento, como por exemplo: modelagem (ensino gradual de um repertório), modelação (agir como modelo),
fading ou esvanecimento (retirada ou introdução gradual de um estímulo ou procedimento) e bloqueio de esquiva
(bloquear esquivas e fornecer oportunidade para emissão de outras respostas).
10. Análise funcional do brincar na clínica (continuação)
O comportamento de brincar pode ser classificado como:
1. Brincar: “Episódios verbais de interação lúdica, com conteúdo restrito às falas próprias do brinquedo, brincadeira ou jogo. As falas incluídas nessa categoria
podem se referir à leitura do jogo, à execução da atividade definida pelo jogo, aos comentários sobre o andamento da brincadeira, à preparação dos objetos e às
peças da brincadeira”.
2. Fantasiar: “Episódios verbais de interação lúdica, com conteúdo de fantasia. Entende-se por fantasia as ações ou verbalizações que extrapolam os limites
físicos do brinquedo, brincadeira ou jogo por meio de representação de papéis, imaginação, simulação, faz-de-conta, etc. As falas incluídas nessa categoria
podem se referir a: animismo a objetos, elaboração de histórias, incorporação de personagens, desempenho de papéis, etc.”
3. Exercitar: “Episódios verbais de interação em que a criança realiza exercícios em sessão junto com o terapeuta ou sob a supervisão deste. A diferença entre o
“exercício” e o “brincar” consiste no primeiro se referir a atividades, normalmente programadas pelo terapeuta, para serem feitas durante a sessão, como, por
exemplo, caligrafia, escrever uma história, desenhar de acordo com um tema proposto pelo terapeuta, fazer as tarefas da escola em sessão. A própria criança
diferencia o exercício do brincar, exemplificado quando, não raro, ela questiona com frases como “depois que terminarmos aqui, podemos ir brincar?”
4. Conversar decorrente: “Episódios verbais (sobre eventos dentro ou fora da sessão, ou abstratos/conceituais) com tema associado a alguma variável do
brinquedo, brincadeira, jogo ou atividade em curso. Nesse caso, é possível que o terapeuta e a criança continuem brincando enquanto conversam, ou que o
brincar/ fazer atividade seja interrompido por alguns instantes. Quando o brincar/fazer atividade é interrompido, pode-se retornar a este depois da conversa, ou
não. As falas incluídas nessa categoria referem -se a associações entre, por exemplo, brincar de escolinha e conversar sobre a professora ou o desempenho
escolar da criança; brincar com “família de bonecos” e comportamentos dos familiares em relação à criança; brincar com um jogo qualquer e questionar com qual
coleguinha a criança joga esse jogo”
5. Conversar paralelo: “Episódios de interação em que o brincar/fazer atividades está apenas temporalmente relacionado ao conversar, mas os temas são
diferentes e, portanto, independentes. O brincar/fazer atividades é ação (geralmente motora) que ocorre paralelamente a uma interação verbal sobre diferentes
temas não pertinentes a tais ações. As falas incluídas nessa categoria se referem, por exemplo, a conversar sobre a escola enquanto se brinca de modelar
argila; conversar sobre a família enquanto se colore um desenho não associado à família; conversar sobre atividades da semana durante o jogo de damas”.
6. Conversar sobre Brincar: “Episódios verbais de interação não lúdica com conteúdo referente a brinquedo, brincadeira ou jogo. As falas incluídas nessa
categoria podem se referir a: comentários sobre brincadeira já encerrada; planejamento de brincadeiras posteriores; brinquedos da sala; relatos sobre
brincadeiras do cotidiano da criança”.
7. Conversar sobre outros assuntos: “Episódios verbais de interação não lúdica com ações ou verbalizações referentes a quaisquer temas, exceto brinquedo,
brincadeira ou jogo. As falas incluídas nessa categoria se referem, por exemplo, a: apresentar-se, fornecer informações sobre a terapia, dialogar sobre o que a
criança está aprendendo na escola ou sobre a rotina da semana, etc.”
As escolhas das categorias pelo clínico se dão em função de: construção de uma relação terapêutica favorável; objetivos gerais e específicos de cada sessão
com a criança; as estratégias de intervenção que o clínico pretende utilizar.
Os principais objetivos do brincar em terapia seriam portanto: promover uma boa relação terapêutica; avaliação funcional dos comportamentos da criança, ao
identificar as variáveis relevantes no aparecimento e manutenção da queixa; estabelecer procedimentos de intervenção que fortaleçam certos comportamentos e
enfraqueçam outros.
11. FAP - Functional Analytic Psychoterapy (Psicoterapia Analítica Funcional)
A FAP e uma proposta de terapia da 3ª onda baseada nos princípios da ciência da Análise do Comportamento e da filosofia do
Behaviorismo Radical aplicados ao contexto interpessoal psicoterápico. Se destaca por debruçar-se no estudo e na intervenção
sobre variáveis da própria relação terapeuta-cliente que é esmiuçada e sistematizada em uma práxis na qual o terapeuta
conscientemente age na relação e sobre a relação com o cliente. O envolvimento emocional, a intimidade, o aqui e o agora
tornam-se ingredientes Fundamentais dessa nova química que desafia sobretudo o terapeuta, sob a égide da Análise
Funcional, a se conhecer e se reinventar a cada nova, e única, relação com seu cliente.
O principal objetivo do processo terapêutico é a transferência (generalização) dos efeitos entre os contextos cotidianos e
clínicos do cliente.
Comportamentos clinicamente relevantes
CRB1 – comportamentos que aparecem em sessão que são semelhantes a comportamentos-problema da vida cotidiana, são
comportamentos que o terapeuta trabalhará para reduzir, em geral, têm função de fuga ou esquiva.
CRB2 – respostas novas que aparecem em sessão e vão na direção dos objetivos da terapia, essas respostas precisam ser
reforçadas no ambiente natural do cliente
CRB3– interpretações que o cliente faz das causas de seu comportamento
Fatores que afetam o comportamento
Fatores disposicionais: Eventos situacionais – situações específicas (em geral, concorrentes) que afetam o comportamento do
cliente de alguma forma. Biológicos (doenças, mudanças hormonais, efeitos de medicação, hábitos alimentares, sono ou
fadiga); Sociais (reuniões com amigos, família, dificuldades relacionadas a tarefas ou demandas, pessoas na sala de espera, o
próprio terapeuta, etc.); Físicas (ambiente físico, decoração, temperatura, barulho, iluminação, etc.).
12. Definição de comportamento-alvo em diferentes gerações da terapia comportamental
Comportamento-alvo é o padrão comportamental que deverá sofrer intervenção, o comportamento a ser
modificado pelas técnicas de modificação do comportamento. Pode ser diferente da “queixa” pois muitas
vezes o cliente não sabe identificar as relações responsáveis pelo sofrimento. O comportamento-alvo é
mantido por consequências reforçadoras, mas também produz consequências aversivas para o sujeito, para
familiares, para a sociedade. Quanto às três gerações de terapias comportamentais, a primeira geração
focava diretamente as emoções e os comportamentos problemáticos, excessos e déficits comportamentais;
a segunda geração enfatiza o papel das cognições no desenvolvimento e no tratamento de transtornos
psicológicos, incluindo mudanças nas cognições mal-adaptativas que contribuem para os transtornos
psicológicos, focada na reestruturação cognitiva (crenças, pensamentos automáticos e desfuncionais); a
terceira geração dá ênfase às estratégias de mudança contextuais e experienciais tendo como objetivo
alterar as funções de eventos psicológicos problemáticos, mais do que a forma destes. “Construção de
repertórios flexíveis e efetivos, mais do que a eliminação de problemas estreitamente definidos”: enquanto a
primeira e a segunda onda enfatizam como primeiro propósito terapêutico a eliminação de pensamentos,
emoções e comportamentos problemáticos específicos, a terceira onda foca em habilidades novas e
aplicáveis em diversos contextos.