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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE LETRAS/LICENCIATURA EM: Língua Portuguesa. 
DISCIPLINA: Literatura Brasileira II (CEL0638) GRAD. 
TURMA: Literatura Brasileira II (CEL0638/3621031) 9001. 
DEPARTAMENTO: Trabalhos. 
TÍTULO DO RELATÓRIO: O Carnaval e o Barroco. 
ALUNO(A): Jorge Alberto Santos Monteiro. 
MATRÍCULA DO ALUNO(A): 2019.08.60398-4. 
PROFESSOR(A) TUTOR(A): Marcia Pereira da Veiga Bucheb. 
DATA: 18/08/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 O Barroco é um estilo artístico que surgiu no século XVI e se estendeu até o 
começo do século XVIII, na Itália. Este movimento surgiu com a missão de resgatar as 
ideias teocentristas e conter a Reforma Protestante de Martinho Lutero. Desta forma agia 
como uma ferramenta de Contrarreforma. Como a Igreja Católica não queria perder seus 
fiéis para os reformistas ela incentivou a arte barroca para exaltar o catolicismo 
novamente, representando santos e outras tradições em pinturas e esculturas (bastante 
rebuscadas, detalhistas que expressam as emoções da vida e do ser humano) e até obras 
literárias. 
 A palavra barroco tem um significado que representa bem as características deste 
estilo. Significa “pérola irregular” ou “pérola deformada” e representa de forma 
pejorativa a ideia de irregularidade. 
 O período final do barroco é chamado de Rococó. Foi um movimento artístico 
nascido na França, no início do século XVIII, cerca de 1720. Esse termo se originou do 
francês “rocaille”, que quer dizer, conchas, flores, folhas e ramos. Essas cumprem 
funções de decoração, que engloba as áreas da arquitetura e da ornamentação de objetos. 
Não se esquecendo de que nesse movimento artístico existe a presença de curvas ao olhar 
os detalhes decorativos. Aparecem com frequência além dos hábitos das cortes, temas 
relacionados à mitologia grega e romana. E aí que surge o carnaval, uma festividade 
brasileira, na qual milhares de brasileiros se reúnem nas ruas e literalmente caem na folia 
a fim de se divertir, ocorrendo todos os meses de fevereiro no Brasil. Estando ligada 
diretamente a religião católica em seu calendário, pois é definida de acordo com a páscoa 
cristã. Carnaval é uma tradição, que marca nosso país no mundo inteiro, uma festa cheia 
de cores e alegria, cada estado brasileiro comemora o carnaval de uma maneira, mais 
São Paulo e Rio de Janeiro, representam o carnaval pela beleza de desfiles. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 O carnaval do Rio de Janeiro é uma festa popular de cunho religioso e histórico-
social realizada durante cinco dias consecutivos no mês de fevereiro desde 1892. Esse 
festival é conhecido o maior carnaval do mundo pelo Livro dos Recordes. 
Corriqueiramente é visto como uma festa “barroca” pela sua opulência e exuberância, 
pois sendo as características que marcaram o período barroco como: arte rebuscada e 
exagerada; valorização do detalhe; dualismo e contradições; obscuridade, complexidade 
e sensualismo; ou seja, tudo o que as escolas de samba retratam na avenida quando 
escolhem um enredo. 
 Durante o carnaval, seguimos livres, sensuais e loucos e nos tornamos foliões. Os 
brasileiros, persistentes em suas lutas árduas, tão carentes de direitos, repletos de 
deveres. E o carnaval termina em quarta-feira de cinzas, o primeiro dia da Quaresma no 
calendário Cristão Ocidental (Católico). As cinzas que os católicos recebem neste dia 
são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, 
recordando a passageira e efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Todo o 
esforço vira cinza, e é das cinzas que começa o renascer, ou seja, o ressurgir, fênix 
triunfante, em cada folião, bloco, escola, em toda expressão carnavalesca a cada ano, ou 
a cada dia como expressão do imaginário transgressor brasileiro: lúdico, zombeteiro, 
brincante. Que transgride porque carnavaliza, também a vida cotidiana. As únicas formas 
de “saída” na ordem social são os espaços abertos na vida pela “carnavalização”, onde 
permanece a existência dos estados de opressão e esses estados são de nuances muito 
variadas acontecendo em momentos inesperados. 
 A carnavalização da vida possibilita dar respostas para os impasses da 
existência. As respostas são estratégias, pois, trata-se de um jogo, o “jogo da 
sobrevivência”. Na vida existe sempre alguma coisa “em jogo”, isto pressupõe “perder” 
ou “ganhar”. Em vários momentos da existência individual e cultural “jogar” significa 
“escapar” diante de determinados acontecimentos. Tal afirmativa certamente poderá ser 
comprovada por muitos de nós, ao lembrarmo-nos de momentos de tensão, quando há 
muito pouco ou quase nada para fazer. 
 
 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 Entendemos a carnavalização da existência como uma forma de ludibriar os 
acontecimentos, de negar a ordem, ou ainda, de “brincar” com as realidades vividas. Esse 
tipo de acontecimento lúdico “desvia”, pelo menos por um certo tempo, da fuga 
“definitiva”: a escolha pela morte ou por uma incontrolável perturbação. Trata-se de um 
“jogo”, de ganhar tempo para que outras possibilidades apareçam, para que as 
“dominações” não ocupem todo o espaço da existência. Tragicidade lúdica! 
 A carnavalização da existência faz parte do elemento lúdico na constituição da 
vida social condiz, muito precisamente, com a capacidade transgressora das culturas 
barrocas: rompendo com normas, convertendo sentidos, reformulando o mundo, vivendo 
utopias. O que demonstra a singularidade e capacidade do imaginário barroco de 
subverter parâmetros estabelecidos. O barroco impõe uma nova postura. 
Como sintetizou Zuenir Ventura: 
“O barroco não foi. Ele ainda é, continua presente em quase todas as manifestações da cultura 
brasileira, da arquitetura à pintura, da comida à moda, passando pelo futebol e pelo corpo 
feminino. Nada mais barroco que os seios de Gisele Bündchen. O rosto, não, é romântico. O 
bumbum é clássico, as pernas até meio cubistas. Mas, os seios, esses não. Com eles o barroco 
Oscar Niemeyer teria feito – ah, se tivesse visto antes! – duas rimas ricas para as curvas do 
Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Barroca é a técnica de composição que Villa-Lobos 
usou para criar suas nove “Bachianas”. Barroco é o cinema de Glauber Rocha, é nossa 
exuberante natureza, é o futebol de Pelé e de todos os que, driblando a racionalidade burra 
dos técnicos, preferem a curva misteriosa de um chute ou o esplendor de uma finta. Afinal, o 
barroco é o estilo em que, ao contrário do renascentista, as regras e a premeditação importam 
menos que a improvisação. Quer coisa mais barroca que o Guga?” 
4. REFERÊNCIAS 
--- https://www.todamateria.com.br>Barroco 
--- https://www.todamateria.com.br>ArteBarroca 
--- https://brasilescola.uol.com.br>Carnaval 
O IMAGINÁRIO BARROCO DE ROSA MAGALHÃES 
Autor: Mário de Carvalho (UFPE) 
--- http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tecap/article/download/16344/12167 
--- http://revistaepoca.globo.com/O Barroco é estilo ou será a alma do Brasil? 
---%20http:/www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tecap/article/download/16344/12167
http://revistaepoca.globo.com/O