Buscar

Prévia do material em texto

FACULDADE SUMARÉ – UNIDADE BELEM
TECNOLOGO – LOGISTICA
ANA CAMILA RA:1822291
LEONARDO RA:18223220
LUCIANO CRUZ RA:1917254
ORLANDO G RA:1822320
RODRIGO P RA:1820582
THIAGO I RA:1820890
SUSTENTABILIDADE DA CARNE
Consumo animal
SÃO PAULO - SP
2019
ANA CAMILA RA:1822291
LEONARDO RA:18223220
LUCIANO CRUZ RA:1917254
ORLANDO G RA:1822320
RODRIGO P RA:1820582
THIAGO I RA:1820890
SUSTENTABILIDADE DA CARNE
Consumo Animal
Trabalho de conclusão de curso apresentado a Sumaré unidade belém com objetivo de transmitir o conhecimento e a importância do consumo da carne animal, tecnólogo logística.
Orientador(a): Silvana Mara Braga dos Santos
SÃO PAULO – SP
2019
DEDICATÓRIA
A DEUS, por dar força e saúde para o desenvolvimento do trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Kip Andersen e Keegan Kuhn, pela inspiração do nosso trabalho, através do documentário Cowspiracy. 
 
A nossa orientadora e incentivadora Prof. Silvana Mara Braga dos Santos pelos ensinamentos transmitidos, contribuições significativas para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. 
 
A Prof. Janice Do Carmo Braga Oliveira da matéria gestão de transporte pelas diversas contribuições acadêmicas. 
 
 Agradecemos também a faculdade Sumaré pelo apoio, disponibilizando o uso da sala de informática, que permitiu a criação e o desenvolvimento do trabalho. 
 
As pessoas responsáveis pela criação sendo os integrantes do grupo, assim também agradecemos aos colegas de sala de aula e todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a conclusão desta pesquisa.
EPIGRAFE
"Os animais são os únicos seres realmente inocentes que são condenados a prisão perpétua, sessões de tortura e a pena de morte"
Kim Basinger
RESUMO
Quando ouvimos a palavra sustentabilidade, vem em sua mente? De muitos pode ser reciclagem, andar de bicicleta ou a pé. Inúmeras ações podem ser apresentadas para poder iniciar uma discussão para melhorar nosso estilo de vida sustentável. Mas este trabalho tem o intuito de apresentar o verdadeiro segredo para ter uma vida sustentável.
Podem se perguntar, qual é este segredo? Pois não é a redução da duração do uso do chuveiro, ou a menor utilização de nossos carros. Não existe nenhuma indústria que prejudique tanto o planeta como o consumo excessivo de carne.
Exato, a agricultura animal é a responsável número um pelas devastações que podemos ver diariamente em nossos dias. Tanto como o desmatamento, consumo e poluição de água, responsável pela maior criação de gases de efeito estufa do que o setor de transporte, assim como um dos principais responsáveis da destruição das florestas, extinção de espécies, e prejuízos no meio ambiente. 
Descobrimos que um hambúrguer de 114 gramas requer quase 2,5 mil litros de água para ser produzido. E nós? Tomando banhos mais curtos para economizar água, e descobrimos que comer apenas um hambúrguer é equivalente a dois meses inteiros de banho
Segundo a ONU, contribuindo para a degradação de recifes e corais, problemas de saúde pública, criação de zonas oceânicas mortas, entre outras, a pecuária é provavelmente a maior responsável fonte de poluição da agua no planeta terra, pontos como o desmatamento, a crises ocasionadas nos oceanos, e muitos outros pontos a serem levados a uma seria consideração, irão ser apresentados neste trabalho. 
Mas como sabemos, segundo Orlando Garcia “as pessoas que fazem diferença nesta vida, são aquelas que encontram nos problemas oportunidades para achar soluções”. Do mesmo jeito, neste estudo, apresentaremos qual é o segredo para a sustentabilidade, o que podemos fazer para poder ajudar no cuidado do nosso planeta terra, já que este pedaço de terra no universo é o nosso lar, e será o lar de nossos filhos e netos, pelo que devemos empenhar, para fazer dele um lugar melhor a cada dia. 
ABSTRACT
When we hear the word sustainability, does it come to your mind? Many can be retraining, cycling or walking. Numerous actions can be put forward to start a discussion to improve our sustainable lifestyle. But this work is intended to present the real secret to having a sustainable life.
You may wonder, what is this secret? For it is not the reduction of the duration of the use of the shower, or the smaller use of our cars. There is no industry that harms the planet as much as excessive meat consumption.
Exactly, animal agriculture is the number one responsible for the devastations we can see daily in our day. As well as deforestation, consumption and water pollution, responsible for the greater creation of greenhouse gases than the transport sector, as well as one of the main responsible for the destruction of forests, species extinction, and all other environmental damage.
We found that a 114 gram hamburger requires almost 2.5 thousand liters of water to produce. It is us? Taking shorter showers to save water, we found that eating just one hamburger is equivalent to two full months of bathing.
According to the UN, contributing to the degradation of reefs and corals, public health problems, the creation of dead oceanic areas, among others, livestock is probably the major responsible source of water pollution on planet earth, such as deforestation, crises. oceans, and many other points to be taken into consideration would be presented in this paper.
But as we know, according to Orlando Garcia, “the people who make a difference in this life are those who find problems with opportunities to find solutions. Likewise, in this study, we will present what the secret to sustainability is, what we can do to help care for our planet earth, as this piece of earth in the universe is our home, and will be the home of our children and grandchildren, so we should strive to make it a better place every day.
LISTA DE FIGURAS
Figura:1 Animais terrestre abatidos no Brasil	1
Figura:2 Produção de gases de efeito estufa em kg por dia	1
Figura:3 Volume de agua gasta por um animal abatido	1
Figura:4 Arrastão	1
Figura:5 Pressões sobre os oceanos	1
Figura:6 Limite de exploração	1
Figura:7 Extinção de espécies	1
Figura:8 Crescimento populacional	1
Figura:9 Benefícios da dieta Vegetariana	1
LISTA DE TABELA
Tabela:1 Consumo de água 	1
Tabela:2 Distribuição da proteína	1
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CO2 Dióxido de carbono
GEE Gases efeito estufa 
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
ONU Organização das Nações Unidas
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO	1
2.Agricultura animal	1
3.Efeito estufa	1
3.1.Limites da intensificação sustentável	1
4.Impacto da pecuária sobre o consumo de água	1
4.1.Impacto sobre a Poluição das águas	1
 4.2.O caminho do processo de abate	1
5.Uso de terras de desmatamento	1
6.Oceanos em crise	1
6.1.Técnicas pesqueiras	1
 6.2.Criação intensiva em cativeiro	1
7.Zoonoses e saúde pública	1
7.1.Recistencias de antibióticos	1
8.Extinção de espécies	1
9.Crescimento populacional	1
10. Mudanças de hábitos	1
11.Carne sustentável	1
 11.1.O que torna a carne sustentável	1
12.Nutrição animal e qualidade da carne	1
13.CONCLUSÃO	1
	
	
1. INTRODUÇÃO
Se observarmos, podemos perceber que a evolução humana está cada vez mais acelerada, sempre regada de inovações tecnológicas, avanços industriais, pessoas cada vez mais engajadas a substituir tarefas, que antes eram muito limitadas e recursos que antes eram impossíveis adquirir, nos proporcionando mais comodidade, conforto e bem-estar. 
Com o aumento populacional desenfreado e com o desejo de sempre buscar praticidade, fartura e bem-estar, em proporção exagerada, a sociedade não está percebendo o que estamos causando ao nosso planeta e consequentemente a nós mesmos.
Nosso planeta possui características químicas e físicas ideias para a existência da vida, onde o meio ambiente oferece a todos os seres vivos a condições essenciais para a sua sobrevivência e evolução. 
Mas nós, seres humanos estamos tão cegos diante de tantas descobertas e criações que não estamos nos dando conta da nossatotal dependência em relação ao planeta Terra, não tendo o mínimo cuidado com a sustentabilidade do planeta.
Se observarmos, cada vez mais estamos convivendo com catástrofes de ordem ambiental, esse é o preço que estamos pagando em consequência de nossos atos. Só que a natureza não está tendo chance de se recompor a tempo, corrigindo nossos atos e nossas intervenções.
Nós, seres humanos estamos destruindo, de forma irracional, a base da nossa própria sustentação. Estamos poluindo o ar que respiramos, contaminamos a água que bebemos, degradamos o solo que nos alimenta e não paramos por aí, estamos também comprometendo as formas de vida que aqui também vivem, compartilhando conosco do mesmo espaço. Vivemos tão ligados ao ter que mal pensamos que não somos seres únicos e nem a última geração desse planeta.
Grande parte da população desconhece, mas, dentre as atividades humanas, a maior responsável por inúmeros problemas ambientais e a produção de carne. 
As indústrias de carnes vêm expandindo-se á custa de desmatamentos, contaminação e desperdício de água, poluição do ar, esgotamento do solo, mostrando-se totalmente insustentável.
Então, faremos esse estudo com o objetivo de expor o que a indústria de carne vem causando para o nosso meio ambiente para que possamos refletir sobre o assunto e trazer soluções como: O que precisa ser feito? Como podemos colaborar e salvar nosso planeta?
2. AGRICULTURA ANIMAL
Não existe nenhuma indústria que prejudique tanto o planeta como o consumo de carne, a Agricultura animal é o maior responsável pelo desmatamento, consumo e poluição de água, é responsável por mais gases de efeito estufa do que o setor de transporte, e é o principal motor da destruição da floresta, extinção de espécies, perda de habitat, erosão dos solos e praticamente todos os outros prejuízos ambientais. 
A agricultura desempenha um papel fundamental no apoio à sociedade, mas o aumento da demanda criará desafios. Nos próximos 40 anos, precisaremos produzir mais alimentos do que produzimos nos últimos 4.000 anos. Dito de outra forma, até o ano de 2050, a agricultura terá que produzir o dobro do alimento anual do que atualmente produzimos hoje. 
Para produzir o aumento necessário nos alimentos, utilizando as práticas atuais de produção, será necessário 24% mais de terras, o que é um desafio particularmente assustador, considerando que um terço da massa terrestre da Terra já é usada para a produção de alimentos. Isso colocará uma tremenda pressão sobre os recursos, como a disponibilidade de água e a utilização da terra, e pode levar a uma maior dependência de insumos caros, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas.
Os impactos ambientais da atividade humana estão intimamente relacionados com nossos hábitos de consumo, principalmente nossos hábitos alimentares. Somos bilhões de seres humanos, mas todos os anos, criamos e abatemos mais de setenta bilhões de animais terrestres e uma quantidade muito mais de animais aquáticos para nosso consumo. Somente no Brasil, são quase seis bilhões de animais terrestres abatidos por ano. 
Figura:1 Animais terrestre abatidos no brasil, fonte (IBGE)
Cada um desses animais precisa de determinada quantidade de terra, água, alimento e energia, produz quantidade expressiva de dejeto e emite, direta e indiretamente, poluentes que serão dispensados pelo solo, ar e água. Além disso, criação de alimento: em média, para alimentar os animais para consumo são usadas aproximadamente dez vezes mais caloria do que as contidas em sua carne.
3. EFEITO ESTUFA
Os estoques de animais vivos mantidos para alimentação humana respondem por grande parcela de emissão de gases de efeito estufa, 32 milhões de toneladas CO2 por ano, ou 51% de todas as emissões de gases todo o planeta, principalmente da liberação na atmosfera do desmatamento e queimadas para criação de pastos e cultivo de ração, bem como da emissão de metano (resultado de um processo de digestão da vaca) e óxido nitroso volatilizado de dejetos de criação e de fertilizantes usados no cultivo, gases de efeito estufa com potencial substancialmente maior do que o CO2. 
A produção de carne e laticínios é responsável por um volume de emissões substancialmente maior do que os outros alimentos. Por exemplo, enquanto a produção de um quilo de vegetais emite em média um a dois quilos de CO2, produzir um quilo de carne bovina no Brasil emite gases de efeito estufa equivalente a 80 quilos de CO2, ou seja, a quantidade correspondente á emissão gerada por um carro que percorra aproximadamente 800 km. No caso da carne produzida em áreas desmatadas, esse valor sobe para 440 a 700 quilos de CO2. Já a produção de carne de porco ou galinha é responsável, pela emissão de um volume 20 a 25 vezes maior de GEE se comparada à produção de soja. 
 3.1. Limites da Intensificação Sustentável 
As propostas para diminuir os efeitos nocivos do setor pecuário costumam se concentrar na implementação de medidas técnicas que reduzam o nível de emissões do setor, como por exemplo, por meio de recuperação de pastagens degradadas, da integração da pecuária com a lavoura, de medidas para redução no uso de fertilizantes nitrogenados e do tratamento de dejetos. Também no aumento da produtividade através, sobretudo, da intensificação dos sistemas de criação de animais. 
Com frequência, ignoram-se vários custos relacionados a tais medidas. A transferência de animais para sistemas industriais de criação está associada à necessidade de produzir ração para alimentá-los. Devido à ineficiência energética da produção de carne, ovos e laticínios, muita terra, água e fertilizantes são usados de forma ineficiente para produzir ração. Sistemas intensivos também são responsáveis por alto nível de poluição da água e do solo. Para muitos produtores, o custo do desenvolvimento de tecnologia, infraestrutura e da implementação de medidas para mitigar esses efeitos é proibitivo. 
Questões éticas também são ignoradas quando se trata de debates sobre produtividade. Grande parte do custo da intensificação dos sistemas de criação é transferida para os animais. 
O ganho de produtividade provém frequentemente do uso de promotores de crescimento (como ácidos orgânicos e antibióticos), e da seleção de linhagens de crescimento rápido e/ou produtividade mais alta, caracterizadas por alta prevalência de problemas ósseos e articulares (como a discondroplasia tibial), além de outras disfunções anatômicas e fisiológicas associadas a dor e aos sofrimentos crônicos. 
Frequentemente adota-se também outras soluções para ganho de produtividade. Seria a diminuição da oferta de alimento aos animais, a redução da idade de abate e o confinamento em alta densidade, com privação de movimentos, locomoção e expressão de comportamentos naturais. Medidas paliativas, como remoção de dentes, bicos, caudas e chifres, são feitos para evitar a agressão e mutilação em ambientes caracterizados pelo estresse crônico, esses procedimentos são comumente empregados. A manutenção dos animais em condições precárias de bem-estar também a suscetibilidade a doenças e o risco de transmissão de zoonoses, combatidos com o uso rotineiro de antibióticos. 
Esses ganhos de produtividade adquiridos costumam ser acompanhados por queda de preço e subsequente aumento da demanda, o que pode anular, parcial ou totalmente, o efeito mitigatório obtido. 
O último relatório do Painel Intercontinental de Mudanças Climáticas esclarece que o potencial de redução de emissões de GEE do setor agropecuário seria maior com ajustes na demanda do que na produção. Por exemplo, o Painel estima que a redução do consumo de carnes pode reduzir o nível de emissões em até 64%. Na União Europeia, uma redução de 50% no consumo de carnes, ovos e leite poderia reduzir os níveis de emissão em cerca de 20% a 40%. De forma similar, o impacto de tirar a carne do prato apenas um dia por semana é maior do que o de comprar de fornecedores locais 100% dos alimentos. Além disso, a redução da demanda por alimentos de origem animal poderia reduzir substancialmenteos custos de mitigação dos níveis de emissão em outros setores da economia, já que aumentaria os estoques de carbono disponíveis. 
Embora novas tecnologias e melhorias de eficiência tenham potencial de diminuir a emissão da pecuária, reduções efetivas não serão obtidas sem mudança no padrão de consumo alimentar da população. Se mantiver, seguindo as tendências de crescimento no consumo de carnes, laticínios e ovos, estima-se um aumento de 51% nas emissões de gases de efeito estufa no ano 2050 comparado aos de 2005/2007.
Figura:2 Produção de gases de efeito estufa em kg por dia, em seis tipos de dieta, Dados (Scaborough et al. 2014)
4. IMPACTO DA PECUÁRIA SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA
A pecuária é o que faz uso mais ineficiente dos recursos hídricos de todos os setores econômicos. O setor agropecuário é responsável por mais de 90% do consumo global de água, e um terço disso, pelo menos, se destina principalmente a irrigação e ao crescimento de cultivos para a produção de ração. 
Reflete-se na utilização de recursos hídricos: para um quilo de carne chega se a gastar vinte vezes mais água do que na produção de um quilo de alimento vegetal. Já para 113 gramas de hambúrguer, requer quase 2,5 mil litros de água a ser produzido, ou seja, um hambúrguer é equivalente a dois meses inteiros de banho. 
Constantemente é dada muita atenção ao uso doméstico de água, essa equivale a 5% do que é consumido contra o 55% da criação de animais. Isso por que são necessários 9 litros de água para produzir 500 gramas de carne. 
Observando as recomendações feitas, tanto em web sites como páginas protetoras do planeta terra, ajudam a economizar 177 litros de água por dia, mas mesmo assim, isso não chega perto dos 2,5 mil litros de água para apenas um hambúrguer. 
 No Brasil, maior potência hídrica mundial, concentrando cerca de, 12% do estoque global de água em seus rios e reservatórios subterrâneos, o setor pecuário é responsável por uma parcela substancial do consumo de água, devido ao grande volume de exportações do setor (entre carnes e cultivos destinados à ração). Somos hoje o quarto país do mundo em consumo de água, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Índia, países cuja população é substancialmente maior. A exportação de produtos agropecuários ainda nos torna maior exportador de água virtual do mundo, com um total de 112 trilhões de litros exportados por ano, o que equivale a mais de cem vezes o volume máximo do sistema de represa Cantareira. Exportar grãos ou carne significa, em última instância, exportar água a custo muito baixo.
Tabela:1 Consumo de água 
	
	Vegana 
	Onívora
	Países industrializados 
	2.300 litros/dia
	3.600 litros/dia
Redução de 36% na pegada hídrica na adoção da dieta vegetariana
4.1. Impacto sobre a Poluição das Águas
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a pecuária é provavelmente a maior fonte setorial de poluição de mananciais e corpos d’água, contribuindo para os processos de eutrofização (elevação anormal do nível de material orgânico e nutriente), criação de zonas oceânicas mortas, degradação de recifes de coral e problemas de saúde pública. No geral são duas, as fontes principais de poluição, sendo o grande volume de dejetos produzidos em fazendas industriais, abatedouros, escoamento de fertilizantes, pesticidas e outros aditivos usados nos cultivos destinados à produção de ração. 
Devido á intensificação do setor, fazendas e granjas passaram a operar em escala industrial, concentrando grande densidade de animais. Nesses sistemas de criação intensiva, a produção diária de dejetos é altíssima: de acordo com a Agência de Proteção Ambiental norte-americana, pode-se comparar uma granja, á igualando facilmente, com uma pequena cidade em termos de produção de dejetos. Alguns dados ilustram o problema: 
:
· Uma vaca leiteira produz aproximadamente 50 litros de excrementos por dia, 25 vezes mais do que a quantidade de dejetos produzida por uma pessoa;
· No estado de Santa Catarina, a emissão de dejeto e efluentes não tratados da criação de milhões de suínos chega a mais de 75 milhões de litros por dia;
· Um estudo do Instituto Adolf Lutz de 2009 mostrou que, no Oeste Catarinense, mais de 95% das fontes superficiais de água estavam contaminadas por coliformes.
O enorme volume de dejetos produzidos pelos bilhões de animais criados para consumo é frequentemente despejado no ambiente sem tratamento, já que muitas vezes seu processamento é inviável do ponto de vista financeiro ou logístico. Quando lançados em terra, estes dejetos infiltram-se no solo, contaminados lençóis freáticos, reservatórios e aquíferos. Despejados na água, além de contaminá-la eles darão origem a um processo denominado eutrofização, no qual o excesso de matéria orgânica favorece a proliferação de algas e bactérias que consomem boa parte do oxigênio do meio, tornando-o hipóxico (ou seja, com nível abaixo de oxigênio) e, portanto, inadequado para outros organismos aquáticos. 
Os subprodutos e resíduos do processo de abate também constituem fonte importante de contaminação ambiental. O grande volume de efluentes líquidos proveniente dos abatedouros tem alta carga de matéria orgânica 
(predominantemente sangue, gordura, vísceras e restos de carcaças), sem contar a concentração elevada de nitrogênio, fósforo e sal, mais outros agentes usados para limpeza. 
Além da contaminação por coliformes fecais e pelo descarte da produção, os dejetos da criação de animais também contêm resíduos de hormônios e antibióticos encontrados de forma recorrente como contaminantes de água subterrânea, superficial e encanada, associados á complicação de endócrinas e reprodutivas de peixes e à emergência de cepas bacterianas resistentes a antibióticos. 
A produção de dejetos ainda é responsável por outro tipo associada á volatilização de seus compostos. Dentre os contaminantes atmosféricos estão á amônia, o metano, ácidos graxos voláteis, o gás sulfídrico, o óxido nitroso e o CO2. Além de associados a complicações respiratórias em humanos, esses gases têm outros impactos ambientais negativos, como a formação de chuva ácida pela descarga de amônia na atmosfera e aumento do volume de gases de efeito estufa. 
4.2. O caminho do processo de abate 
Além da água utilizada para a irrigação de cultivos, destinados à ração, para matar a sede dos animais e para asseio, a criação de animais consomem água em abundância nos procedimentos de abate, como a sangria, escaldagem, depenagem, depilação, barbeação, evisceração e lavagem. 
Figura:3 Volume de água gasta por um animal batido, Dados (IBGE, CATESB, SABESP).
A água gasta nos procedimentos de abate, equivale ao gasto anual de uma cidade de 3 milhões de habitantes, ou seja, o gasto anual e igual ao da população de uma grande cidade como salvador.
5. USO DE TERRAS DE DESMATAMENTO
A difusão da agricultura pelo Globo trouxe a muitas populações um grau de conforto e segurança alimentar que seria inimaginável para nossos ancestrais. Alimentos antes restritos a poucas regiões, hoje estão disponíveis em quase todos os cantos do planeta. 
 O desenvolvimento da agricultura, porém, teve seus custos e talvez um dos maiores seja, o uso de grande extensão de terra. A agricultura já transformou 70% dos campos e pradarias, 50% das Savanas, 45% das florestas temperadas e 27% das florestas tropicais. Além da perda de habitats, outros fatores somando-se aos impactos do setor, como a perda de biodiversidade, a alteração dos solos, o uso maciço e ineficiência de água, a contaminação ambiental pelo escoamento de fertilizantes herbicidas, pesticidas e outros aditivos e a perda de estoque de carbono pelo desmatamento. 
 A criação de animais para consumo, no entanto, amplia profundamente os problemas associados ao uso extensivo de terras pelo setor agrícola. Embora a eficiência energética na produção de carnes e derivados varie muito entre os diferentes sistemas de produção, nas regiões geográficas há grande desperdício de calorias e nutrientes na produção de animais para consumo. Podemos usar como exemplo, para alimentaros animais criados em sistemas intensivos, usa-se em média cerca de 10 vezes mais calorias do que disponível na carne, ou seja, um desperdício de aproximadamente 90% das calorias provenientes dos cultivos vegetais usados para a alimentação desses animais. A produção de carne bovina é ainda mais ineficiente do ponto de vista energético: dependendo do sistema de produção, a produção de 1000 kcal pode requerer um aporte calórico 30 vezes maior (30.000 kcal) sob a formação de ração. Biologicamente, está eficiência energética é de se esperar se considerarmos que a maioria das calorias consumidas por um animal não se converte em carne, já que a maior parte é usada como fonte energética em processos metabólicos do animal (tais como manutenção de temperatura corpórea, locomoção, reparo de tecidos dentre outros), uma parte é descartada sobre a forma de dejetos, e outra parte é usada na formação de tecidos não comestíveis. 
O desperdício na utilização da terra e em consequência do consumo de animais é, portanto, imenso: nos Estados Unidos, a produção de carne de frango e porco requer, em média, áreas respectivamente 4 e 5 vezes maiores, por caloria produzida, do que é necessária para o cultivo como arroz, trigo e batata. Tal situação é semelhante à que ocorre na produção de leite e ovos, usando cerca de 8 a 3 vezes mais terra, respectivamente, do que aqueles alimentos vegetais. Considerando o padrão e a média de consumo da dieta ocidental dos países desenvolvidos, são necessárias áreas pelo menos três vezes maiores para alimentar uma pessoa que inclua carnes, leite e ovos em seu cardápio. 
Em escala global, o impacto da pecuária sobre as terras do planeta é enorme. Atualmente, quase 30% das áreas terrestres do globo são usadas como pastagem - área equivalente ao continente Africano. Além disso, cerca de 1\3 dos 3 bilhões de hectares de todas as terras aráveis, uma área maior do que a Austrália, se destina ao cultivo de grãos para alimentar animais criados para consumo, ou seja, usamos quase metade das terras não cobertas por gelo no planeta 75% das áreas 
Tabela:2 Distribuição da proteína
	Distribuição da proteína em cultivo
	Consumo humano
	Ração
	Outros usos
	MUNDO
	40%
	53%
	7%
	BRASIL
	16%
	79%
	5%
A ocupação pecuária também está associada a outros tipos de degradação da terra. Por exemplo, em sistemas intensivos de criação, o Gado pisoteia e compacta o solo. Este processo dificulta a absorção de água e as trocas gasosas e de nutrientes no solo e favorece processos erosivos. A remoção da cobertura vegetal para a formação de pastos e áreas de cultivo também altera o equilíbrio do ciclo de nutrientes abaixo: da exuberante floresta tropical, costuma haver tênue camada de folhiço que atua como reserva de nutrientes do solo. Sem a cobertura vegetal, o solo fica exposto à erosão e as intempéries, causando também alteração de microclima em áreas degradadas, já que a temperatura tende a aumentar com a remoção da cobertura vegetal. 
 Estima-se que globalmente até 50.000 km quadrados da terra ou 75 bilhões de toneladas de solo se percam anualmente com a erosão e a perda de nutrientes causadas, predominantemente, pela remoção de cobertura vegetal e uso de práticas que provocam desagregação dos solos.
6. OCEANOS EM CRISES
Desde a década de 1950, a pesca comercial se intensificou como uso de técnicas que permitiam a exploração dos recursos marinhos em escala superior à capacidade de reposição natural. Embarcações com mais potência, autonomia e sistemas de refrigeração sofisticados possibilitaram a captura de quantidades progressivamente maiores de peixes, que chegam hoje a centenas de toneladas por lançamento de redes. Milhares de navios pesqueiros conhecidos como “bottom trawlers” (de “arrastão profundo”) passaram a operar e varrem o solo dos oceanos com redes que hoje alcançam mil e quinhentos metros de profundidade. Linhas de pesca de até 60 km hoje são comuns em alto mar. Cardumes são detectados por satélites e sonares. Com essa expansão, consequentemente, a captura de peixes cresceu a uma taxa duas vezes maior do que o crescimento populacional. Cerca de 30% do estoque pesqueiro marinho foram gravemente reduzidos ou se esgotaram, e 60% já atingiram a capacidade máxima de exploração. Apenas 10% são explorados em nível inferior ao limite.
Alguns casos são ilustrativos desse declínio, como as espécies que há menos de 30 anos, sequer eram conhecidas pela ciência têm sido exploradas exaustivamente. São peixes que habitam o oceano profundo e dos quais pouco se sabe, a não ser que correm risco iminente de extinção. Peixes como o olho-de-vidro-laranja, presente em regiões abissais da Austrália e Nova Zelândia e cuja longevidade atinge 150 anos, são arrastados aos milhares por redes de profundidade. No Japão, os últimos atuns azuis remanescentes são comercializados diariamente. Na Ásia, devido à fama de suas barbatanas como iguaria afrodisíaca, milhares de tubarões de diversas espécies, muitas em risco de extinção, são mortos todo ano. A idade e o tamanho dos peixes comercializados também vêm diminuindo progressivamente. Muitos animais não atingiram a maturidade sexual e, portanto, não se reproduziram, comprometendo os níveis populacionais e gerações futuras.
Além dos peixes a pesca industrial coloca em risco a fauna das áreas onde é praticada, sendo que as redes e equipamentos capturam diversas formas de vida consideradas do tipo ou tamanho errado, e que, portanto, são descartadas. Todos os anos, milhões de toneladas de animais capturados acidentalmente são devolvidos ao mar, mortos ou agonizantes, entre eles além de peixes, moluscos e outros invertebrados marinhos, há milhares de mamíferos (como golfinhos, focas e baleias), aves e tartarugas muitos pertencentes a espécies já em vias de extinção. A pesca industrial de camarão é a mais predatória nesse sentido: embora o camarão represente apenas 2% do montante global pescado anualmente, sua pesca responde por uma alta porcentagem do desperdício total de peixes e organismos marinhos descartados. No Brasil, a cada quilo de camarão pescado há cerca de dez quilos de organismos capturados acidentalmente. A ampla difusão de práticas ilegais de pesca dificulta ainda mais a recuperação dos estoques. Estima-se que a pesca ilegal corresponde a 20% das capturas marinhas em ambiente natural.
6.1. Técnicas Pesqueiras
Recifes milenares de coral são dinamitados em segundos. Atuns-azuis, peixes imensos, velozes, capazes de nadar milhares de quilômetros em migrações anuais, são facilmente localizados por helicópteros e aviões. Cardumes de sardinhas com milhares de indivíduos são encontrados por satélites de rastreamento e emissores de ultrassom. Tecnologias de ponta transferem em massa a vida oceânica para o prato do consumidor.
Alguns métodos de pesca comercial têm brutalidade ímpar. Embora seja proibido, ainda se joga dinamite no mar para depois colher os milhares de peixes mortos que flutuam, mesmo que com isso também sejam destruídos extensos bancos de coral e centenas de outros seres. 
Outra técnica Clandestina praticada é a pulverização dos recifes de coral com cianeto de sódio. Os peixes que se abrigam nas fendas do coral ficam atordoados com a falta de oxigênio e viram presa fácil de caçadores de espécies exóticas de aquário. Poucos dias depois, os recifes atingidos pelo cianeto morrem, e com ele dezenas de espécies que dele dependiam. 
A pesca profunda de arrastão, em que uma rede imensa, presa a cilindros pesados, arrasta quase tudo que estiver no solo marinho, ainda é praticada em muitas regiões, e os arrastões tradicionais operam praticamente sem restrição. Mais de um quinto de toda a plataforma continental já foi varrido e danificado por redes de arrastão, frequentemente múltiplas vezes. E essa área vem crescendo, já que cerca de 15 milhões de km2 de solo marinho, ou seja, duas vezes o território brasileiro, é varrido por redes de arrastão todo ano.
Figura:4 Arrastão Dados (Eco Debate) 
6.2. Criação Intensiva Em Cativeiro
Com a queda do estoque pesqueiro natural,a criação intensiva de peixes e outros organismos aquáticos é a atividade de produção de alimentos que mais cresce no mundo, portanto hoje cerca de um terço do pescado mundial provêm desta prática; em 1970, eram 3%. Assim como na produção intensiva de carne, o impacto negativo dessa atividade é considerável. Gaiolas, cercados e redes de até 60 metros de comprimento e 12 metros de profundidade contêm densidade altíssima de animais, com mais de 100 quilos de peixes por metro cúbico. 
Num sistema de criação de tilápias, por exemplo, uma gaiola com 2x2x1, 5 metro chega a confinar 900 animais. A intensa aglomeração provoca estresse agudo nos animais, comportamento anormal, ferimentos, infecções parasitárias e alta mortalidade, exigindo o uso intenso de pesticidas, bactericidas, fungicidas e antibióticos. 
Além da contaminação ambiental pelo uso excessivo desses aditivos, os animais aquáticos em cativeiro são responsáveis pela emissão anual de milhões de toneladas de excrementos que poluem a água adjacente aos cercados e contribuem para a degradação de ecossistemas próximos e a disseminação de doenças em outras espécies. Estima-se que as fazendas escocesas de salmão liberem quantidade de dejetos equivalente à de 9 milhões de pessoas, quase o dobro da população humana daquele país.
Figura:5 Pressões sobre os oceanos, Dados (Duarte 2014, Frontiers in Marine Science)
A criação de salmão, ainda que viável comercialmente, também é insustentável: A produção de um quilo de carne requer o uso de cerca de seis quilos de pescado como ração. Para alimentar esses peixes as fazendas processam milhares de toneladas diárias de peixes de menor valor comercial, como a sardinha. A população desses peixes pequenos, elo importante na cadeia alimentar marinha, tem declinando de forma acelerada. De 1990 a 2000, cerca de um terço da população mundial do setor pesqueiro foi usado como ração para animais de cativeiro, aquáticos e terrestres. 
Outro problema, segundo a Federação do Salmão-do-Atlântico, é a fuga de milhares de peixes dos tanques, que se juntam aos cardumes nativos. Além de contaminá-los com doenças de cativeiro, o cruzamento desses peixes dá origem a gerações inaptas a sobreviver, e procriar em meio selvagem e contribuem para o declínio da população natural. 
 
A construção de fazendas aquáticas no litoral, já eliminou grande parte dos manguezais da terra. A taxa de destruição já é maior do que a de florestas tropicais. O mangue é um ecossistema frágil e muito relevante em termos de biodiversidade e segurança contra inundações e tempestades. Por exemplo, a falta de barreira natural do mangue que cobria grande parte do sudeste asiático e da Indonésia é uma das causas do número exorbitante de mortes e prejuízos por ocasião do tsunami de 2004. As florestas de mangues estão também entre as maiores reservas de “carbono azul” do planeta, assim denominadas por sua grande eficiência em sequestrar e armazenar grandes quantidades de carbono, inclusive mais do que as florestas tropicais.
Figura: 6 Limite de exploração, Fonte(FAO 2016 Foord systems)
7. ZOONOSES E SAÚDE PUBLICA
Hoje a maioria das zoonoses (doenças infecciosas de animais que podem ser transmitidas a seres humanos) está ligada à criação e consumo de animais. Em nações em desenvolvimento, treze zoonoses proveniente de porcos, galinhas e bois estão associadas a cerca de 2,4 bilhões de casos de infecção humana e mais de dois milhões de mortes em todos os anos. Em países pobres da África e Ásia 7% dos animais estão infectados com tuberculose (3% a 10% dos casos de tuberculose em seres humanos têm origem zoonótica) e mais de um quarto dos animais mostram indícios de contaminação por leptospirose (e atuam, portanto, como reservatório desse patógeno) e por bactérias responsáveis por doenças bacterianas de origem alimentar, como as infecções por salmonela, Campylobacter e Listeria. Outros patógenos comuns em criações do mundo inteiro são as bactérias.
Escherichia coli, parasitas diversos (como Giardia lamblia, Cryptosporidium parvum, Toxoplasma gondii e Ascaris suum) e vírus (como o roativirus, o vírus da hepatite E, os enterovírus e o adenovírus). 
Devido ao manejo inadequado, a qualidade de vida precária e do estresse agudo a que são submetidos, os animais criados para consumo são particularmente suscetíveis a infecções e doenças. Nos sistemas de criação intensiva (que passaram a ser regra para, as galinhas, porcos, e vêm crescendo para bovinos), uma área de cerca de 1.500 m2 pode abrigar mais de vinte mil galinhas, ou seja, cada ave ocupa uma área menor do que 25x30 cm (equivalente a uma folha de papel sulfite). Já na produção de ovos, a situação é ainda pior, as gaiolas contêm de três a nove aves e o espaço por animal chega a ser de 310 cm2, ou seja, meia folha de papel sulfite. 
A manutenção de animais em alta densidade e condições de vida precárias ainda propicia a transmissão rápida de doenças infecciosas, mesmo em ambientes sujeitos a inspeções e controle sanitário. Foi esse o caso da rápida disseminação de gripe aviária nos Estados Unidos em 2015. De acordo com o departamento de Agricultura daquele país, mais de duzentos surtos foram observados em quinze estados num período de seis meses, afetando cerca de cinquenta milhões de aves. O vírus da gripe aviária pode ser transmitido a seres humanos (já houve surtos controlados, principalmente em países asiáticos depois de contato com aves contaminadas), e hoje a possibilidade de uma variante com potencial pandêmico se transmitir de pessoa a pessoa preocupa vários governos. 
No entanto, a transmissão de muitas zoonoses não exige contato direto com o animal doente ou contaminado, podendo ocorrer também de forma indireta pelo consumo de carne, leite, ovos ou pela contaminação ambiental de seus dejetos. A contaminação dos cursos d’água e fontes de água potável, de alimentos e cultivos por dejetos é muito preocupante, pois ainda hoje cerca de oitocentos milhões de pessoas não têm acesso á água tratada e mais um terço da humanidade carece de condições apropriadas de saneamento básico. De acordo com um relatório do Comitê de Agricultura do Senado norte-americano, a poluição em massa de carne tornou-se uma fonte altíssima de poluição, nos últimos anos seus dejetos implicaram em morte maciça de peixes e em surtos de doenças como pfiesteria, que causa perda de memória, confusão e fortes queimaduras na pele de pessoas expostas à água contaminada.
7.1. Resistências de antibióticos
Talvez um dos maiores riscos de saúde para a pecuária é a contribuição para o surgimento de (cepas) de bactérias resistentes a antibióticos. A maioria dos animais criados para consumo, principalmente galinhas e porcos, recebe doses de antibiótico e outros compostos com atividade antibacteriana. Além do caráter profilático para a prevenção de doenças, num ambiente onde a qualidade de vida é precária e as doenças se espalham rapidamente, o uso em grande escala de antibióticos em doses subterapêuticas. 
Diversos estudos indicam que o uso de antibióticos na criação está associado cepas bactérias resistentes, encontradas com mais frequência nos dejetos de fazendas que adotam a rotina de ministrar antibióticos a seus animais, bem como em cursos d’água e cultivos próximos. De acordo com a Organização mundial de saúde, caso ações urgentes não forem implementadas, em breve entraremos numa era pós-antibiótico na qual perderemos o poder de cura dessas bactérias.
8. EXTINÇÃO DE ESPÉCIES 
Já estamos vivendo a sexta grande extinção em massa desde o surgimento da vida na terra a primeira causada por uma única espécie, o ser humano. 
Estimativas conservadoras indicam uma perda de espécies que varia de 100 a 1.000 para cada milhão de espécies vivas (0,01 a 0,1%) por ano, taxa cerca de mil vezes maior do que taxas naturais de extinção. Em menos de duas gerações, reduzimos pela metade a população de milhares de mamíferos, répteis, anfíbios e peixes. 
Responsável pela ocupação de 75 % de todas as áreas plantadas do planeta e de 30% da totalidade das terras, a pecuáriaé o fator antropogênico de maior impacto sobre a atual taxa de extinção. Além do efeito sobre o desmatamento, transformação de ecossistemas, perdas de habitats e a diminuição de populações por atividades predatórias como a pesca comercial, o setor pecuário também contribui de forma indireta para a perda acelerada de espécies. 
A pecuária é um dos principais responsáveis pela perturbação do ciclo de nutrientes do planeta, pela eutrofização de ecossistemas e pela emissão de gases de efeito estufa. Além do possível efeito sobre as alterações as quais as espécies não estão adaptadas, nível elevado de CO2 na atmosfera é responsável pela acidificação dos oceanos e pela degradação extensa de ecossistemas marinhos, como os riquíssimos recifes de coral. 
 A imensa perda de espécies não é apenas um termômetro do impacto das atividades humanas sobre o planeta, mas também dos riscos ambientais futuros. 
Muitas dessas espécies têm um papel importantíssimo no funcionamento dos ecossistemas. Seu desaparecimento poderá ter consequências imprevisíveis no funcionamento de vários biomas. 
 
Figura:7 Extinção de espécies, Dados (Ceballos et al 20015, Science advances.)
9. CRESCIMENTO POPULACIONAL 
Estamos vivendo um momento críticos de nossa história, pois devido ao uso ineficiente de recursos naturais, em poucas décadas alteraram profundamente a superfície da Terra, seus ecossistemas e ciclos vitais. Alteramos a qualidade da terra, da água e do ar. Testemunhamos hoje a perda acelerada de populações e espécies, muitas delas possivelmente críticas para o funcionamento de ecossistemas inteiros. As alterações globais aqui descritas têm, por sua vez, impactos diretos sobre a população humana. Embora seja impossível prever com exatidão os efeitos da cascata de alterações ambientais globais que já se desenrolam, a estabilidade econômica e social de muitos países poderá sofrer os impactos resultantes da escassez de recursos vitais e possíveis conflitos pelo controle destes recursos. 
Estima-se que, em 2050, seremos mais de nove bilhões de habitantes, com crescimento populacional particularmente pronunciado na África subsaariana e no sudeste e sul da Ásia. Seguindo as tendências atuais, a demanda por alimentos deve dobrar nesse período, já que espera- se que o consumo per capita de calorias e a demanda por alimentos de origem animal cresça nos países em desenvolvimento. 
A possibilidade de limitar nosso impacto negativo sobre o planeta e, ao mesmo tempo, atender à demanda da população crescente e mais influente é um dos maiores desafios já enfrentados pela humanidade. Seguindo os padrões de produção atual, seriam necessários cerca de um bilhão de hectares adicionais de terra cultivável, o tamanho do continente europeu, com acréscimo concomitante da emissão de gases de efeito estufa e do excesso de nitrogênio no ambiente. É um cenário insustentável. 
Embora o consumo de alimentos de origem animal não seja o único responsável pelos problemas ambientais aqui discutidos, sua contribuição para a maioria das crises ambientais que nos ameaçam é inequívoca e resulta, como vimos da demanda gerada por nossas escolhas alimentares. 
.
Figura:8 Crescimento populacional, Dados (Discover Magavine 2013)
10. MUDANÇAS DE HÁBITOS 
Reduzindo o consumo de alimentos de origem animal podemos contribuir, de forma decisiva para mitigar as crises ambientais, nos tornar mais resistentes a mudanças imprevisíveis e permitir que nossa jornada neste planeta seja a melhor possível do ponto de vista ecológico, ético e social. 
A manutenção de nosso padrão de consumo de carne, laticínios e ovos é insustentável. Ao substituir estes itens pelas inúmeras alternativas vegetais de valor nutricional equivalente, reduzimos o desperdício de água e proteínas vegetais, o desmatamento, a desertificação, a extinção de espécies, a destruição de habitats, a emissão de gases de efeito estufa e a poluição das águas e do solo. Ao mesmo tempo, poupamos dezenas de animais de uma vida de sofrimento crônico. Atitudes individuais têm alcance limitado; mas, quando passam a influenciar pessoas, corporações e governos, podem alterar objetivamente as condições do planeta. 
Podemos mudar nossa condição futura, participando de eventos, movimentos coletivos, campanhas e manifestações públicas e utilizando nossas habilidades pessoais e profissionais para conscientização, implementando em escala mais ampla estratégias que facilitem as mudanças necessárias. Colaboramos também ao participar de entidades que promovam o vegetarianismo; ao eleger para as esferas governamentais representantes que sejam comprometidos com a conservação de ecossistemas e o uso sustentável de recursos; e ao lutar pela implementação de métodos de produção e modelos de negócios mais sustentáveis. Colaboramos ao lutar pelas várias causas que ajudem a diminuir a demanda futura de recursos e, ao mesmo tempo, contribuam para a prosperidade das comunidades e o bem-estar dos habitantes do planeta. Esses são exemplos a redução do desperdício de alimentos, a educação e o planejamento familiares, e as várias formas de consumo consciente. 
É necessário também a mudanças políticas de incentivo econômico, mudanças no setor pecuário, essas praticamente não paga a água que usa, os efluentes e contaminantes que gera nem os habitats que degrada. No preço da carne para o consumidor final, custo não está incluído. Ao contrário, o setor dispõe frequentemente de subsídios não disponíveis em outros ramos de atividade, gerando assim grandes distorções de mercado. Por um lado, é necessário sugerir e apoiar medidas que permitam transferir os incentivos do setor pecuário para a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis. Por outro, precisamos estimular mudanças em grande escala do padrão de consumo e dar incentivo ás indústrias para sua transformação, fomentando, por exemplo, o desenvolvimento de alternativas à carne, aos ovos e ao leite. Para que essa alternativa seja viável para a maioria da população, a substituição de alimentos de origem animal por alternativas vegetais precisa ser acessível, conveniente, atrativa e ter ampla distribuição. Consumidores, governos e indústria podem, juntos, viabilizar essa mudança.
Figura:9 Benéficos da dieta Vegetariana Fonte (V seja Vegano)
11. CARNE SUSTENTÁVEL
A carne sustentável, de modo geral, está implicada no conceito de produção sustentável, resultado de um sistema de produção que foca no investimento, às tecnologias que permitem uma maior eficiência no uso dos insumos e dos recursos naturais, administrando os resíduos gerados, baseado nos princípios da sustentabilidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que desenvolvimento sustentável é “o sistema capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações”. Ou seja, é o sistema que funciona baseado em fontes renováveis, sem exaurir os recursos.
Em uma sociedade que tem hoje 7,6 bilhões de habitantes, tendo uma projeção de 10 bilhões em 2050, é fundamental que o agronegócio invista em tecnologias que aumentem a capacidade produtiva dos animais e das forrageiras para suprir essa demanda alimentar crescente. Uma vez que não é possível simplesmente dobrar o plantel para atender à população, é preciso focar em alternativas para as criações.
É importante ressaltar que essas mudanças são necessárias e urgentes, pois a negligência com as boas práticas de manejo sanitárias, animais e de pastagens pode levar o sistema todo a um colapso. Podemos usar, como exemplo, o descaso com a renovação do solo, que faz cair drasticamente a área cultivável da propriedade.
A Carne sustentável orgânica é produzida da maneira mais natural possível, sem o uso de antibióticos como promotores de crescimento, utilizando somente aditivos naturais. Além disso, as pastagens e os complementos nutricionais são isentos de agrotóxicos na sua própria produção. Para que uma carne seja considerada orgânica, ela precisa ter certificaçõese passar pela aprovação do Ministério da Agricultura (MAPA).
Outra diferença é que, o foco na produção de carne orgânica dessa maneira natural, acaba por alcançar um teto na produtividade, uma vez que existem limitações para o aumento da produção. Além disso, esse tipo de carne somente está disponível a uma pequena parcela dos consumidores, os quais estão dispostos a pagar por seu alto custo.
A cadeia de carne sustentável, ao contrário, mantém as formas tradicionais de criação e investe em tecnologias para elevar a escala de produção, levando em conta que as práticas sustentáveis são aliadas nesse processo
11.1. O que torna a carne sustentável
Em 1798, conforme Thomas Malthus, em seu ensaio sobre a população, afirmou que a população cresce em descompasso com a produção de alimentos no mundo, ele não podia prever todos os avanços tecnológicos, os melhoramentos genéticos e a Revolução Verde que aumentaria drasticamente a produção de alimentos em todo o mundo.
Hoje, as inovações tecnológicas agropecuárias estão voltadas para que a produtividade se torne ainda mais alta, mas com alvo na eficiência dos recursos, ou seja, para evitar, ao máximo, o desperdício e potencializar a capacidade produtiva de todos os elos cadeia. Dessa forma:
· O manejo das pastagens eleva a qualidade das forrageiras;
· O melhoramento genético faz com que os animais tenham uma maior conversão alimentar;
· A nutrição de qualidade promove um maior aproveitamento dos nutrientes;
· O correto tratamento dos resíduos minimiza os impactos ambientais.
Permeando todas essas atividades estão as práticas de bem-estar animal, que atuam de maneira significativa na qualidade da carne e na produtividade do lote. Além disso, a carne sustentável também traz economia ao produtor, pois com maior aproveitamento e menor desperdício de insumos, o alto retorno dos investimentos é inerente ao processo.
12. NUTRIÇÃO ANIMAL E QUALIDADE DA CARNE
A máxima “você é o que você come” é válidas para suínos, bovinos, aves e todos os animais de criação. Isso significa que, quando o plantel recebe suplementação alimentar oriunda de matéria-prima de qualidade, ele tem melhores condições de produzir uma carne também de qualidade elevada.
Podemos dizer que, nessa questão, a tecnologia em nutrição animal permite que os nutrientes sejam mais bem absorvidos por cada uma das categorias produtivas plantel. As estratégias nutricionais são estabelecidas de acordo com as necessidades de cada empreendimento, garantindo o resultado planejado pelo produtor. Assim, a nutrição animal trabalha junto à genética, à sanidade e à ambiência para que o animal possa, dentro da sua zona de conforto, produzir mais, com melhor qualidade e menor desperdício.
Considerando o contínuo crescimento da população mundial exige-se um grande aporte de alimentos. Entretanto, a conscientização da população frente às questões ambientais e o perigo de colapso do sistema agroindustrial mostram a responsabilidade dos produtores e dos grandes empresários rurais nesse cenário.
É essencial atender a essa demanda, mas gerando uma carne sustentável, sendo também acessível ao consumidor, com cadeias produtivas calcadas nos princípios da sustentabilidade.
13. CONCLUSÃO
Diante de todos os problemas aqui colocados, podemos dizer que estamos diante de um momento extremamente crítico na história de nosso planeta e que só depende de nós escolhermos mudar o seu futuro, enquanto ainda a tempo, pois se continuarmos por esse caminho, pode não ter mais volta.
Precisamos refletir o que vamos escolher. Hoje estamos somente preocupados com a evolução técnica, mas não estamos percebendo que sem a evolução “HUMANA” nada irá sobreviver e logo nada mais irá existir.
Nos tornamo-nos, seres Humanos altamente egoístas, e com isso “estamos dando um tiro no próprio pé” nos preocupando somente com interesses particulares, comprometendo a biodiversidade, acumulando lixos, devastando florestas e mares. Temos sim outros responsáveis pelos problemas ambientais, mas a indústria de carnes passou a ser o problema mais significativo e mais destruidor.
Precisamos nos conscientizar que a indústria da carne só deixará de crescer se essa deixar de ser um bom negócio, e para isso acontecer mais rápido, precisamos perceber o nosso peso diante do mercado. Quando fazemos compras estamos exercendo uma responsabilidade social, política e moral que vai além de nossos interesses particulares.
Nesse momento o que de mais urgente que temos a fazer é investir na educação ambiental, para promovermos o desenvolvimento ético e moral do ser humano, resgatando e construindo valores sociais e conscientizando nossa geração e futuras gerações a preservação e a recuperação do meio ambiente.
Embora muitas pessoas até tenham a consciência, de algumas ações que precisam ser tomadas para cooperar com a sustentabilidade do Planeta, mas são poucas que estão dispostas a alterar a rotina de sua vida para poupar a natureza. A decisão de incluir ou não carne no nosso cardápio diário está em nossas mãos e só depende de cada um de nós. Essa atitude tomada por inúmeras pessoas já seria um enorme avanço.
Quando aprendermos a respeitar a natureza aí sim iremos realmente entender o que é a evolução humana.
REFERÊNCIA
A pecuária do futuro. Beefpoint, 2016. Disponivel em: <https://www.beefpoint.com.br/tag/pecuaria-do-futuro/>. Acesso em: 2019.
CARNE Brasileira. ABIEC, 2017. Disponivel em: <http://www.abiec.com.br/>. Acesso em: 2019.
CONTROLE e Prevenção do Desmatamento. Ministerio do meio ambiente, 2016. Disponivel em: <https://www.mma.gov.br/florestas/controle-e-preven%C3%A7%C3%A3o-do-desmatamento>. Acesso em: 2019.
COWSPIRACY:. Direção: Keegan Kuhn Kip Andersen. Produção: Keegan Kuhn Kip Andersen. Intérpretes: Keegan Kuhn Kip Andersen. [S.l.]: Netflix. 2014.
DONATI, L. Benefícios. blogdacarne, 2017. Disponivel em: <https://blogdacarne.com/beneficios-da-carne-vermelha-em-todas-as-fases-da-vida/>. Acesso em: 2019.
HUMANITAS UNISINOS – IHU, D. U. D. V. D. R. D. S. Oceanos à beira do precipício. Eco Debate, 2008. Disponivel em: <https://www.ecodebate.com.br/2008/09/03/oceanos-a-beira-do-precipicio/>. Acesso em: 2019.
LANG, B. Meio ambiente sustentabilidade. Discover , Estados Unidos, Dezembro 2014.
ORGANIZATION(FOA). Investimento sustentável, 2018. ISSN 2. Disponivel em: <http://www.fao.org/home/en/>. Acesso em: 2019.
PINTO, J. H. E. CARNE SUSTENTÁVEL NO MERCADO. Nutrilçao Animal, 2018. Disponivel em: <https://nutricaoesaudeanimal.com.br/>. Acesso em: 2019.
RIBEIRO, C. S. R. Impactos Ambientais. 3°. ed. São Paulo - SP: Sociedade Vegerariana Brasileira , 2018.
15

Mais conteúdos dessa disciplina