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Teste de Conhecimento IV - Responsabilidade Civil

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1a Questão 
 
 
Prova: FCC - 2014 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Juiz do Trabalho Substituto O 
ator Celso, ao atravessar a rua, em local proibido, foi atropelado por um carro, 
cujo motorista não tinha habilitação para dirigir e que trafegava em velocidade 
incompatível com aquele local. Do acidente resultaram cicatrizes que lhe 
comprometeram a aparência, tendo perdido trabalhos durante alguns meses. 
Neste caso, poderá pleitear 
 
 
 indenização por danos materiais, morais e estéticos cumulativamente, 
mas o juiz deverá, ao fixar a indenização, ter em conta a gravidade de 
sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
 
somente metade da indenização dos dias em que ficou sem trabalhar e 
que, comprovadamente, não lhe tiverem sido ressarcidos pelo 
empregador, em razão da culpa recíproca. 
 
apenas indenização por danos materiais e morais ou, alternativamente, 
por danos materiais e estéticos, mas o juiz deverá, ao fixar a 
indenização, ter em conta a gravidade de sua culpa em confronto com 
a do autor do dano. 
 
apenas indenização por danos materiais, porque de acidentes de 
veículo não se podem extrair danos morais, e os estéticos só serão 
indenizáveis quando, também, se reconhecerem danos morais. 
 
indenização por danos materiais, morais e estéticos, cumulativamente, 
mas o juiz não poderá levar em conta a culpa da vítima, porque o 
motorista não possuía habilitação para dirigir. 
 
 
 
Explicação: 
indenização por danos materiais, morais e estéticos cumulativamente, mas o juiz deverá, ao fixar a indenização, ter em conta a gravidade de sua culpa 
em confronto com a do autor do dano. 
 
 
 
 
 
 
 2a Questão 
 
 
(FGV/Exame Unificado/OAB/2018 - adaptada) - João, empresário individual, 
é titular de um estabelecimento comercial que funciona em loja alugada em 
um shopping-center movimentado. No estabelecimento, trabalham o próprio 
João, como gerente, sua esposa, como caixa, e Márcia, uma funcionária 
contratada para atuar como vendedora. 
Certo dia, Miguel, um fornecedor de produtos da loja, quando da entrega de 
uma encomenda feita por João, foi recebido por Márcia e sentiu-se ofendido 
por comentários preconceituosos e discriminatórios realizados pela 
vendedora. Assim, Miguel ingressou com ação indenizatória por danos morais 
em face de João. 
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
 
 
 João deve responder pelos danos causados, não lhe assistindo alegar 
culpa exclusiva de terceiro. 
 
João pode responder apenas por parte da compensação por danos 
morais diante da verificação de culpa concorrente de terceiro. 
 
João pode responder apenas pelo dano moral, caso reste comprovada 
sua culpa in vigilando em relação à conduta de Márcia. 
 
João deverá responder pela indenização correspondente aos danos 
emergentes e os lucros cessantes. 
 
João não deve responder pelo dano moral, uma vez que não foi causado 
direta e imediatamente por conduta sua. 
 
 
 
Explicação: 
A indenização por danos morais tem, basicamente, duas finalidades: a primeira é compensar a vítima pelos 
sofrimentos impostos pelo ofensor e a segunda, função educativa, que seria desestimular o agressor, de 
modo que ele não pratique, novamente, atos semelhantes. A grande questão é definir ¿quanto vale¿ cada 
dano. 
Os danos morais ocorrem quando há abalo psicológico da vítima, com intensidade suficiente para causar-lhe 
constrangimento, humilhação ou vexame superiores àqueles que por vezes vivenciamos, mas que não 
passam de dissabores aos quais todos estamos sujeitos em decorrência da vida em sociedade. 
O dano moral indenizável deve agredir nossa imagem interior e a que temos perante o meio no qual vivemos. 
O ofendido deve ter abalada a sua honra e as boas impressões que tem sobre si mesmo e as que outras 
pessoas têm dele ao tomarem conhecimento ou presenciarem a ofensa moral. Quanto maior a repercussão, 
maior o dano. Sendo assim, quando esse dano é causado a pessoas com boa reputação social, renomadas e 
de destaque na sociedade, o valor indenizatório tende a ser mais elevado. Observando esse fato, lesar 
moralmente uma celebridade parece mais grave do que lesar uma pessoa ¿comum¿, um ¿desconhecido¿. 
Uma das regras fundamentais para a fixação é a análise das condições socioeconômicas do ofendido e do 
ofensor, de modo que não haja enriquecimento sem causa da vítima. Ou seja, a conclusão a que se chega, 
mesmo que simplista, é a de que uma pessoa célebre ¿sofre mais¿ do que uma desprivilegiada 
socioeconomicamente. 
 
 
 
 
 
 3a Questão 
 
 
A responsabilidade civil se manifesta por alguns requisitos para sua 
configuração, sendo indispensável a sua comprovação por parte de 
quem busca uma reparação na esfera judicial. O dano, embora não 
seja fundamental no ato ilícito, figura como um dos requisitos 
indispensáveis para configuração da responsabilidade civil. Os 
danos em espécie podem ser divididos em dos grupos: dano típico e 
dano atípico. Dentre as afirmativas abaixo, assinale aquela que se 
configura como dano atípico: 
 
 
 Dano a Honra Objetiva. 
 Dano a Honra Subjetiva. 
 Dano material ou patrimonial. 
 Dano emergente. 
 Dano pela perda de uma chance. 
 
 
 
Explicação: 
O dano típico, que está expressamente positivado em institutos normativos. E o 
dano atípico, como consequência das demais fontes do Direito. Especialmente a 
doutrina e a jurisprudência. Danos atípicos: Dano pela perda de uma chance - A 
doutrina francesa que, costumeiramente vem sendo aplicada em nossos Tribunais 
(teoria da perda de uma chance), se dá nos casos em que o ato ilícito praticado 
pelo agente retira do lesado a real possibilidade do mesmo de obter uma situação 
futura melhor, isto é, uma possibilidade, uma chance de obter alguma vantagem 
ou ainda a chance de evitar algum prejuízo. 
A teoria da perda de uma chance é uma construção doutrinária aceita no 
ordenamento jurídico brasileiro como uma quarta categoria de dano, dentro do 
tema responsabilidade civil, ao lado dos danos materiais, morais e estéticos. 
Embora bastante utilizada na prática forense, porque se trata de um dano de 
difícil verificação. O dano que se origina a partir de uma oportunidade perdida 
está lidando com uma probabilidade, uma situação que possivelmente aconteceria 
caso a conduta do agente violador não existisse. Por isso, aproxima-se dos danos 
eventuais que não são passíveis de indenização. 
Apesar disso, a teoria da perda de uma chance possibilita a reparação de danos 
nos casos em que há nitidamente a inibição, por culpa de outrem, de um fato 
esperado pela vítima, impedindo-a também de aferir um benefício consequente 
daquela ação (ou evitar uma desvantagem). Deste modo, a vítima garante a 
obtenção da reparação por parte do causador do dano, haja vista uma expectativa 
ter sido frustrada por ele. 
 
 
 
 
 
 4a Questão 
 
 
(OAB/XXI Exame de Ordem Unificado - adaptada) - Tomás e Vinícius 
trabalham em uma empresa de assistência técnica de informática. Após 
diversas reclamações de seu chefe, Adilson, os dois funcionários decidem se 
vingar dele, criando um perfil falso em seu nome, em uma rede social. Tomás 
cria o referido perfil, inserindo no sistema os dados pessoais, fotografias e 
informações diversas sobre Adilson. Vinícius, a seu turno, alimenta o perfil 
durante duas semanas com postagens ofensivas, até que os dois são 
descobertos por um terceiro colega, que os denuncia ao chefe. Ofendido, 
Adilson ajuíza ação indenizatória por danos morais em face de Tomás e 
Vinícius. 
 
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
 
 
 
Tomás e Vinícius devem responder pelo dano moral sofrido por Adilson, 
sendo a obrigação de indenizar, nesse caso, fracionária, diante da 
pluralidade de causadores do dano. 
 
Adilson sofreu danos morais distintos: um causado por Tomás e outro 
por Vinícius, devendo, portanto, receber duas indenizações autônomas. 
 Tomás e Vinícius são corresponsáveis pelo dano moral sofridopor 
Adilson e devem responder solidariamente pelo dever de indenizar. 
 
Tomás e Vinícius apenas poderão responder, cada um, por metade do 
valor fixado a título de indenização, pois cada um poderá alegar a culpa 
concorrente do outro para limitar sua responsabilidade. 
 
Adilson sofreu danos morais causados por Tomás, portanto, deve 
receber sua indenização de acordo com a lei civil vigente. 
 
 
 
Explicação: 
Todo aquele que pratica um ato ou incorre numa omissão das quais resulte dano, deverá suportar as 
consequências do seu procedimento, seja ele culposo ou doloso. ¿Em princípio, toda a atividade que acarreta 
prejuízo gera responsabilidade ou dever de indenizar.¿ (VENOSA, 2010b, p. 1). 
O dano passou a ser considerado não mais tão somente como dano à esfera patrimonial, mas também o 
dano moral em si, sendo garantido por intermédio de leis do ordenamento jurídico. ¿O dano, ou prejuízo, 
que acarreta a responsabilidade, não é apenas o material. O direito não deve deixar sem proteção as vítimas 
de ofensas morais.¿ (GONÇALVES, 2012, p. 4). 
As pretensões sociais foram alcançadas, e o dano moral definitivamente positivado e pacificado entre 
doutrinadores e órgãos jurisdicionais. Desta feita, o avançar social conferiu ao ordenamento jurídico brasileiro 
atual a garantia da reparabilidade do dano ainda que exclusivamente moral, já que assim assegura o atual 
texto constitucional e o código civil. 
Por fim, percebe-se que numa visão ampla e geral o ordenamento jurídico brasileiro se adaptou às pretensões 
sociais ao incluir entre seus ditames a tutela indenizatória para as vítimas de danos morais, de maneira a 
assentar definitivamente esse direito com base no anseio social e a grande repercussão do tema. 
 
 
 
 
 
 5a Questão 
 
 
A gravidade do dano há de medir-se por um padrão objetivo, quando 
a apreciação deve ter em linha de conta as circunstâncias em cada 
caso, e pela visão de fatores subjetivos ¿ de sensibilidade 
particularmente requerida. A gravidade é apreciada em razão da 
tutela do direito. O dano deve ser de tal modo greve que justifique a 
concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. O dano 
típico esta positivado de forma normativo. Um tipo de dano típico está 
descrito como o dano inerente à pessoa natural. É a ofensa ao 
psiquismo que atinja a sua dignidade, respeito próprio e autoestima. 
Este dano típico é descrito como: 
 
 
 Dano moral a pessoa jurídica. 
 Lucro cessante. 
 Dano a honra subjetiva. 
 Dano emergente. 
 Dano a honra objetiva. 
 
 
 
Explicação: 
Danos em espécies 
O dano típico, que está expressamente positivado em institutos normativos. E o dano atípico, como 
consequência das demais fontes do Direito. Danos típicos ¿ HONRA SUBJETIVA - Inerente à pessoa 
natural. É a ofensa ao psiquismo que atinja a sua dignidade, respeito próprio, autoestima etc. É a visão 
interna que o ser humano faz de sí próprio. Temos nas seguintes previsões legais as fundamentações 
que justificam o dano moral à pessoa jurídica: CRFB/1988:X - são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação. 
 
 
 
 
 
 6a Questão 
 
 
O Dano é a um interesse jurídico tutelado, material ou moral. Para 
que o dano seja indenizável alguns requisitos são necessários: 
violação de um interesse jurídico material ou moral, certeza do dano, 
mesmo dano moral tem de ser certo e deve ocorrer a substância do 
Dano. Assinale, dentre as afirmativas abaixo, quais são os dois 
grandes grupos de espécie de dano: 
 
 
 Dano voluntário e por imperícia. 
 Dano voluntário e por negligência. 
 Dano por negligência, imprudência e imperícia. 
 Dano voluntário e por imprudência. 
 Dano típico e Dano atípico. 
 
 
 
Explicação: 
Danos em espécies 
Optamos por particioná-los em dois grandes grupos. Os danos típicos ou 
positivados, tem expressa previsão legal, como por exemplo: o dano 
material ou patrimonial (lucro cessante e dano emergente). E os danos 
atípicos ou não positivados, se inserem no grupo dos danos criados em 
especial pelo direito alienígna e pela doutrina e jurisprudência pátria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7a Questão 
 
 
(Ano: 2015; Banca: FGV; Órgão: DPE-MT; Prova: Advogado). Maria, famosa 
atriz, foi contratada pela sociedade empresária XPTO Bebidas S.A., em junho 
de 2012, para ser ¿garota- propaganda¿ da marca de refrigerante Oba. Pelo 
contrato, obrigou-se Maria a ceder, de forma remunerada e temporariamente, 
o uso e a exploração de sua imagem para a representação da marca Oba. 
Em janeiro de 2013, Maria depara com um anúncio publicitário em uma revista 
em que é retratada segurando uma cerveja, a Shiva, também fabricada por 
XPTO Bebidas S.A. Sobre os fatos descritos, assinale a afirmativa 
CORRETA: 
 
 
 
Não houve descumprimento contratual por parte da Sociedade XPTO 
Bebidas S.A., pois Maria cedeu o uso e a exploração de sua imagem à 
sociedade empresária em questão. 
 Houve descumprimento contratual por parte de XPTO Bebidas S.A. e 
Maria sofreu violação em seu direito de imagem, sendo legítima a 
reparação por danos morais e patrimoniais. 
 
Houve descumprimento contratual por parte da XPTO Bebidas S.A. e 
Maria sofreu violação em seu direito de imagem, sendo legítima a 
reparação por danos morais, somente. 
 
A XPTO Bebidas S.A. ofendeu a boa-fé objetiva contratual ao violar o 
direito à privacidade de Maria. 
 
A XPTO Bebidas S.A. violou a função social do contrato ao explorar 
indevidamente imagem de pessoa sem a sua autorização. 
 
 
 
Explicação: 
A lesão não se limita a gerar prejuízo material à vítima. Mesmo que seja atriz ou qualquer 
categoria de pessoa notória, a utilização indevida da imagem atinge a pessoa na sua 
dignidade, lesando sua esfera existencial. Não se trata, portanto, de apenas reparar o prejuízo 
patrimonial sofrido pela falta de cachê, é necessário indenizar o dano moral sofrido, conforme o 
enunciado de súmula n. 403 do STJ. 
 
 
 
 
 
 8a Questão 
 
 
¿É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou a imagem¿ (inciso V do Art. 5º. da 
Constituição Federal). Os juristas entendem que 
 
 
 
o valor das indenizações relacionadas ao direito de resposta fica 
pendente até a aprovação de nova norma. 
 
a publicação de fotografia sem a autorização do fotografado não constitui 
dano à imagem. 
 
o direito de resposta não ficou prejudicado com a extinção da Lei de 
Imprensa. 
 por dano moral deve-se entender todo aquele que não venha a afetar o 
patrimônio material da vítima. 
 
nos conglomerados de comunicação o direito de resposta deve ser 
divulgado em todas as mídias. 
 
 
 
Explicação: R:Considera-se dano moral quando uma pessoa se acha afetada em seu ânimo psíquico, moral 
e intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio 
corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar 
atividade profissional da vítima. O dano moral corresponderia às lesões sofridas pela pessoa humana, 
consistindo em violações de natureza não econômica. É quando um bem de ordem moral, como a honra, é 
maculado.

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