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Teste de Conhecimento II - Responsabilidade Civil

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1a Questão 
 
 
Fabíola, na tentativa de evitar um atropelamento realiza uma manobra 
arriscada e atinge um muro de uma casa causando graves prejuízos. Quanto 
a situação acima é correto afirmar: 
 
 
 
Praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano; 
 
Responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em legítima 
defesa; 
 Responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em estado de 
necessidade; 
 
Não responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado de 
necessidade; 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
 
Explicação: 
Responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em estado de 
necessidade; 
 
 
 
 
 
 2a Questão 
 
 
O Artigo 187, Código Civil, dispõe: Art. 187. Também comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes., ou seja, diferentemente da responsabilidade ¿pura¿, esta trata-se 
do chamado Ato Ilícito Equiparado, também referendado como Abuso de 
Direito. Diferentemente do Ato Ilícito Puro, onde a conduta nasce ilícita, 
no Ato Ilícito Equiparado o causador do dano seria sujeito de direito, e, via 
de regra, poderia exercer o ato sem qualquer limite. Dentre as afirmativas 
abaixo, assinale a que exemplifica um ato Ato Ilícito Equiparado: 
 
 
 Desrespeito ao Direito de Vizinhança. 
 
Deterioração ou destruição de coisa alheia, a fim de remover 
perigo iminente. 
 
Estrito cumprimento do dever legal. 
 
Legítima Defesa. 
 
Estado de Necessidade. 
 
 
 
Explicação: 
Ato ilícito espécie (ou equiparado) 
Diferentemente do ato ilícito gênero (ou puro), em que a conduta por si é 
qualificada como ilícita, no ato ilícito espécie (ou equiparado) o agente que 
causa o dano é parte legítima para o exercício do direito. Que poderia ser 
exercido sem nenhum tipo de impedimento. Entretanto, ao exercê-lo, 
ultrapassa os limites tácitos impostos pela lei, no que tange ao seu exercício. 
Um exemplo simples, e capaz de ilustrar a situação narrada, é o caso do 
desrespeito ao direito de vizinhança. O sujeito que está ouvindo músicas em 
sua residência não comete nenhuma ilicitude, aliás, está ele legitimado à 
exercer tal ato, posto que não há qualquer previsão legal que o impeça de 
realizar esta atividade. Temos portanto, um ato plenamente lícito. Porém, se 
este mesmo sujeito pretenda ouvir suas músicas em volume exageradamente 
alto, em horário impróprio, ele deixou de exercer um ato lícito, pois o modo o 
qual está executando o ato o torna inadequado. 
 
 
 
 
 
 3a Questão 
 
 
(DPE/SP 2012) - Em tema de Responsabilidade Civil, considere asserções 
abaixo. I. Atos lícitos não podem engendrar responsabilidade civil contratual 
nem aquiliana. II. A prática de bullying entre crianças e adolescentes, em 
ambiente escolar, pode ocasionar a responsabilização de estabelecimento de 
ensino, quando caracterizada a omissão no cumprimento no dever de 
vigilância. III. Nos termos de reiteradas decisões do Superior Tribunal de 
Justiça, a cláusula de incolumidade, inerente ao contrato de transporte, não 
pode ser invocada nos casos de fortuito interno. IV. A responsabilidade do 
dono ou detentor de animal pelos danos por este causado é objetiva. V. O 
consentimento informado constitui excludente de responsabilidade dos 
profissionais liberais em caso de erro médico. Dentre as asserções acima 
APENAS estão corretas. 
 
 
 
I e III. 
 
II e V. 
 II e IV. 
 
I e IV. 
 
III e V. 
 
 
 
Explicação: 
II e IV. 
 
 
 
 
 
 4a Questão 
 
 
(FCC - 2005 - OAB/SP - Exame da Ordem - adaptada) - Existe responsabilidade 
civil por ato: 
 
 
 
lícito ou por fato jurídico, independentemente de culpa, somente nos casos 
especificados em lei. 
 
lícito ou por fato jurídico, independentemente de culpa, tão só quando 
constatar-se risco ao direito de outrem. 
 ilícito, apurando-se a culpa do agente. 
 
abusivo, ainda que sem culpa do agente. 
 
ilícito, apurando-se o dolo do agente. 
 
 
 
Explicação: 
ilícito, apurando-se a culpa do agente. 
 
 
 
 
 
 
 5a Questão 
 
 
(TST/2012/FCC) - Segundo o Código Civil, 
 
 
 
a deterioração ou a destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a 
fim de remover perigo iminente, constitui ilícito. 
 
o vício resultante do estado de perigo gera a ineficácia do negócio 
jurídico. 
 
o negócio jurídico nulo pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de 
terceiro. 
 
o negócio jurídico simulado, com subsistência do ato dissimulado, se for 
eficaz na substância e na forma, é anulável. 
 o abuso do direito é um ato ilícito, cometido por quem, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou 
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
 
 
Explicação: 
Francisco Amaral (2003, p. 550) ensina que:"¿O abuso de direito consiste no uso imoderado do direito 
subjetivo, de modo a causar dano a outrem. Em princípio, aquele que age dentre do seu direito a ninguém 
prejudica (neminemlaeditquiiure suo utitur). No entanto, o titular do direito subjetivo, no uso desse direito, 
pode prejudicar terceiros, configurando ato ilícito e sendo obrigado a reparar o dano¿. 
 
 
 
 
 
 6a Questão 
 
 
Ricardo, buscando evitar um atropelamento, realiza uma manobra e atinge o 
muro de uma casa, causando um grave prejuízo. 
Em relação à situação acima, é correto afirmar que Ricardo: 
 
 
 responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em estado de 
necessidade. 
 
nenhuma das alternativas anteriores. 
 
responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em legítima 
defesa 
 
não responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado de 
necessidade 
 
praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano. 
 
 
 
Explicação: 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
(estado de necessidade) 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
Porém, quando a pessoa que agiu acobertado por uma das excludentes de ilicitude atinge um 
terceiro, que nada tem a ver com a situação, mesmo o ato sendo considerado lícito pela lei, 
o dever de indenizar irá persistir porque os artigos 929 e 930 do CC permitem tal possibilidade. É o 
que se chama de indenização pela prática de ato lícito. 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados 
do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
 
 
 
 
 
 7a Questão 
 
 
(FCC - 2005 - OAB/SP - Exame da Ordem - ADAPTADA) - Existe 
responsabilidade civil por ato: 
 
 
 
lícito ou por fato jurídico, independentemente de culpa, tão só quando 
constatar-se risco ao direito de outrem. 
 
lícito ainda que contrário a vontade do agente. 
 
Abusivo, ainda que sem culpa do agente. 
 ilícito, apurando-se a culpa do agente. 
 
lícito ou por fato jurídico, independentemente de culpa, somente nos 
casos especificados em lei. 
 
 
 
Explicação: 
ilícito, apurando-se a culpa do agente. 
 
 
 
 
 
 8a Questão 
 
 
(TJ/PE/2013) - O abuso de direito acarreta: 
 
 
 
 
apenas a ineficácia dos atos praticados e considerados abusivos pela 
parte prejudicada, independentemente de decisão judicial. 
 
consequências jurídicas apenas se decorrente de coação, ou de negócio 
fraudulento ou simulado. 
 indenização a favor daquele que sofrer prejuízo em razão dele. 
 
indenização apenas em hipóteses previstas expressamente em lei. 
 
somente a ineficácia dos atos praticados e considerados abusivos pelo 
juiz. 
 
 
 
Explicação: 
O Código Civil, faz expressa menção ao abusode direito ao preceituar que "também comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico 
ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes" (art. 187), de tal sorte que, na sistemática atual, a norma 
civil condena expressamente o exercício abusivo de qualquer direito subjetivo. A legislação Civil nada mais 
fez do que positivar aquilo que a doutrina de há muito preconizava, tal qual o filósofo e jurista Paulo Gusmão 
Dourado, que prelecionava: "há os prejuízos anormais produzido pelo uso anormal do direito. Tal ocorre, de 
modo muito amplo, quando o titular usa o direito com o fim exclusivo de causar prejuízo a outrem, sem obter 
qualquer vantagem ou utilidade, bem como quando o exerce de má-fé". 
Diversos exemplos de abuso de direito podem ser encontrados na legislação pátria, autorizando o ofendido 
a buscar indenização a título de responsabilidade civil, ou a obtenção de medida que obrigue o desfazimento 
de ato e de coisas. 
No direito processual civil, tais práticas são mais visíveis e, até por pedagógico, é importante trazer à colação, 
palavras de De Plácido e Silva, sobre um dos mais sérios problema ocorrentes no direito processual civil, a 
chamada "chicana" que mereceu a seguinte definição: "É expressão vulgarizada na linguagem forense, para 
indicar os meios cavilosos de que se utiliza o advogado para protelar ou criar embaraços ao andamento do 
processo ajuizado. Caracteriza-se a chicana, que se revela em abuso de direito, nos ardis postos em prática 
pelo advogado de uma das partes litigantes, seja pela apresentação ou provocação de incidentes inúteis, seja 
pelo engenho com que arquiteta outros meios protelatórios ou embaraçosos ao andamento da ação, criando 
figura jurídicas que não encontram amparo em lei ou na jurisprudência, ou tramando toda espécie de 
obstáculos para o pronunciamento célere da justiça. Qualquer embaraço ao andamento do processo, seja por 
que meio for, mostra-se chicana, que ela se integra, segundo a técnica de nossa lei processual, em qualquer 
manejo protelatório da ação, ou da resistência injustificada a seu regular andamento".

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