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CRISTALIZAÇÃO Profa. Maria Laura Luz Introdução Cristalização é uma operação de separação, que a partir de uma mistura líquida são obtidos cristais puros. Introdução Cristal é uma estrutura tridimensional cujos átomos estão em arranjo regular cristal amorfo Introdução Separar um produto líquido, em uma fase sólida e outra líquida, de diferentes composições, sendo uma ou ambas frações os produtos do processo Não se pretende a separação da fase sólida, mas que o produto retenha toda a matéria-prima Importância e métodos de cristalização Importância: purificar um produto Métodos: Por resfriamento Por adição de antissolvente Por evaporação Por precipitação https://www.youtube.com/watch?v=LvvBUewOOgU https://www.youtube.com/watch?v=uQFv5hjZNhw https://www.youtube.com/watch?v=Jl4z9p1j1C4 https://www.youtube.com/watch?v=LvvBUewOOgU https://www.youtube.com/watch?v=uQFv5hjZNhw https://www.youtube.com/watch?v=Jl4z9p1j1C4 Mel cristalizado Sorvete forma de pedras hexagonais irregulares grandes e pequenos dendrítica = agulhas Introdução A formação de cristais de gelo em um sorvete ou na natureza ocorre em 3 estágios durante uma fase dinâmica e uma fase estática - fase dinâmica: pequenos núcleos de gelo se formam (nucleação ) e depois crescem para formar cristais (cristalização). - fase estática: o gelo endurece e os cristais se agregam em blocos cada vez maiores (recristalização ) Fases da cristalização Cristalização é o processo onde átomos ou moléculas se organizam em uma estrutura de cristais rígida e bem definida para minimizar seu estado energético. Introdução Para separar os cristais do “líquido-mãe” é conveniente que estes sejam de tamanho similar O cristal costuma ter uma composição determinada, ao se separar, de uma dissolução de composição variável Introdução Os problemas de operação de cristalização mais frequentes são: rendimento de um determinado produto pureza do produto energia necessária para resfriamento, evaporação, etc. forma dos cristais uniformidade/distribuição dos cristais por tamanho tamanho dos cristais velocidade de cristalização Introdução Para que um sólido dissolto se deposite sobre um cristal tem que haver um certo estado de desequilíbrio com uma força motriz ou potencial químico (concentração), entre a dissolução e a camada de transição sobre a superfície cristalina. A dissolução tem de estar sobressaturada com relação aos cristais. Introdução Como os cristais se dissolvem em proporção inversa ao seu tamanho, pode-se regular a concentração de maneira que os cristais grandes sigam aumentando de tamanho, enquanto que os pequenos continuem invariáveis e até se dissolvam. >velocidade = cristais menores <velocidade = cristais maiores Fases de formação Nucleação Crescimento do cristal Nucleação Em uma solução sobressaturada, pode ou não ocorrer a nucleação dos cristais Em soluções sobressaturadas a cristalização pode ocorrer por geração de núcleos na própria solução (nucleação espontânea) O controle da sobressaturação é importante já que o grau de sobressaturação influi na conduta da nucleação Nucleação Determinação da temperatura (direta) e concentração da solução (indireta: elevação do ponto de ebulição, viscosidade ou condutividade elétrica). Crescimento dos cristais Após a nucleação, os cristais crescem na solução sobressaturada A presença de impurezas pode reduzir a velocidade de crescimento dos cristais A forma externa ou “hábito” de um cristal depende das condições de crescimento Crescimento dos cristais Os cristais que crescem rapidamente em soluções altamente sobressaturadas tendem a desenvolver hábitos extremos, adotando formas aciculares (longas agulhas) ou uma estrutura dentrítica (arboriforme), pois cristais de tal forma têm elevada superfície específica e, portanto, podem dissipar mais facilmente o calor liberado, ao se depositar o material da solução, sobre o cristal em um estado de menor energia. Crescimento dos cristais A presença de “impurezas” na solução também pode afetar a forma dos cristais, influindo seletivamente nas velocidades de crescimento das diferentes faces do cristal. Os materiais que produzem tal efeito são conhecidos como “modificadores de hábito”, p.ex., a rafinose, presente naturalmente na beterraba açucareira, quando concentrada entre 0,5-1,0% promove aos cristais de sacarose um aspecto cúbico característico. O próprio solvente pode ser um modificador de hábito. Processos industriais de cristalização que implicam na separação Operações nas quais a fase líquida é o produto desejado Hibernação de óleos Os óleos contêm alguns glicerídeos que depositam-se em forma de cristais sólidos, quando os óleos são mantidos a temperaturas de refrigeração ( 5oC). Esses prejudicariam o aspecto do óleo, podendo provocar a ruptura da emulsão da maionese. Tem-se por objetivo formar cristais grandes, que retenham o mínimo de óleo líquido, por isso a refrigeração é feita lentamente ( 2 a 3 dias), evitando-se a agitação para não ocorrer a desintegração dos cristais. Ao final do processo, filtra-se a mistura óleo líquido e cristais, de modo a reduzir a um mínimo o dano aos cristais. Processos industriais de cristalização que implicam na separação Operações nas quais a fase líquida é o produto desejado Concentração por congelamento produção de concentrados de sucos cítricos conserváveis por congelamento, para concentração de bebidas alcoólicas, ajuste do conteúdo alcoólico do vinho, concentração preliminar de alimentos líquidos antes da liofilização Nesse método não ocorre degradação por calor e obtém-se produtos de alta qualidade. Porém, só se consegue um grau de concentração limitado e é mais oneroso que a evaporação. Parte da fração dos sólidos solúveis é perdida, do concentrado, ao acompanhar os cristais de gelo, durante a separação. Processos industriais de cristalização que implicam na separação Operações nas quais a fase sólida é o produto desejado sacarose, lactose, ácido cítrico Fabricação do açúcar As soluções de sacarose não podem ser aquecidas acima de 85oC, devido à formação de impurezas coloridas. Abaixo de 55oC a velocidade de cristalização é muito lenta. Introduzir no evaporador uma quantidade de xarope suficiente para cobrir o trocador de calor e concentrá-lo até obter uma solução sobressaturada. Após, adiciona-se açúcar finamente dividido, seguindo-se o crescimento dos cristais Processos industriais de cristalização que não implicam a separação produção de congelados, manteiga Cristalização de gelo nos alimentos Quanto mais rápido for o congelamento, maior será a velocidade de nucleação e menor será o tamanho dos cristais formados No congelamento lento de produtos com estrutura celular, os núcleos de gelo se formam no espaço intercelular e crescem pela difusão da água pela parede celular. As células se modificam devido à desidratação e pela pressão exercida pelos grandes cristais de gelo externos à célula se rompem Durante o descongelamento, esses líquidos são drenados, resultando em um alimento com características de textura alterada Cristais em congelamento rápido x lento 3 a 12 h extracelular minutos intracelular Cristais em congelamento rápido x lento Qualidade da carne devido ao tamanho dos cristais -Grandes cristais -Rompem a parede celular -Pequenos cristais -Parede celular intacta Congelamento Descongelamento Equipamentos O equipamento mais simples de cristalização consiste em um depósito, no qual a dissolução esfria naturalmente, sem considerar-se a evaporação que possa ocorrer. Não se consegue regular o tamanho dos cristais, sendo que este sistema favorece a formação de grandes cristaisEquipamentos O cristalizador a vácuo esfria a dissolução evaporando parte do dissolvente. A operação pode ser contínua ou descontínua. A alimentação se introduz em recipiente no qual se diminui a pressão, geralmente por ejetores de vapor. Neste cristalizador a dissolução esfria e concentra ao mesmo tempo. Uma bomba centrífuga promove a circulação da solução ou agitadores de hélices Tanque de cristalização Cristalizador-Evaporador Cristalizador a vácuo Aplicações Sal de cozinha Fabricação de açúcar Indústrias: farmacêutica, química, metalúrgica, etc. OBRIGADA!