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LEI ANTIRRACISTA MATERIAL LEITURA BÁSICA PARA CONSCIÊNCIA 09

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Grupo de Trabalho: GT I - Direitos Humanos e Criminalização da ‘Questão Social’ na
América Latina
RACISMO ESTRUTURAL, GENOCÍDIO E LIMITES PARA A GARANTIA DOS
DIREITOS HUMANOS NO BRASIL: O CASO DA CHACINA DE COSTA BARROS.
Rhaysa Sampaio Ruas da Fonseca (Graduanda em Direito
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e
bolsista de Iniciação Científica CNPq do Programa de
Estudos de América Latina e Caribe – PROEALC/UERJ)
Palavras-chave: Direitos Humanos; Genocídio; Estado;
Racismo estrutural. 
RESUMO: O presente trabalho busca explicitar como o
racismo estrutural opera o genocídio antinegros no Brasil,
em suas várias vertentes, bem como problematizar a
atuação e os limites dos órgãos estatais de defesa dos
direitos humanos, a partir da análise do processo judicial
(em curso) da recente Chacina de Costa Barros, ocorrida em
20 de novembro de 2015, na cidade do Rio de Janeiro. 
ABSTRACT: This study aims to explain how structural
racism operates the anti-Black genocide in Brazil in its
various forms and discuss the role and limits of state bodies
of human rights, from the judicial process analysis
(underway) of the recent slaughter in Costa Barros, held on
November 20, 2015 in the city of Rio de Janeiro.
Introdução 
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O genocídio do povo negro no Brasil avança ao longo dos séculos sem
quaisquer perspectivas de limite ou fim, e é perpetrado por todas as instituições da
sociedade. Não são poucas as pesquisas científicas e os relatórios oficiais (nacionais e
internacionais) que indicam a existência de um racismo sistemático que torna a
população negra brasileira alvo de um processo de genocídio perpetrado
institucionalmente por todos os aparelhos de Estado (ALTHUSSER, 1985), repressivos
e ideológicos – o que inclui, necessariamente, a chamada sociedade civil –, mantido e
legitimado legalmente. 
Neste trabalho, tentarei demonstrar brevemente, através destes dados e do
desenvolvimento histórico da sociedade brasileira (escravismo e capitalismo
dependente) que o racismo, além de institucional, é também estrutural ao capitalismo,
e portando, à nossa formação social. Portanto, diante deste quadro, a garantia e a
defesa de direitos humanos dessa população por parte de instituições estatais ligadas
ao Poder Judiciário, tais como a Defensoria Pública, ou as comissões de Direitos
Humanos do Poder Legislativo, possuem limites claros e intrínsecos à própria estrutura
destas instituições. 
Racismo estrutural e institucional: porque o Estado é incapaz de proteger direitos
humanos? 
O processo de acumulação primitiva de capital, na transição da Idade Média
para o capitalismo, foi o responsável pela criação das diferenças de gênero e raça
(FEDERICI, 2010). O colonialismo herdou e gerou a partir das formas de sujeição,
exploração e naturalização da violência contra o corpo feminino que culminou na
Grande Caça às Bruxas da Santa Inquisição, e posteriormente, na escravização de
povos africanos e originários das Américas, uma série de formas sociais de exploração
pautadas na violência, punição e controle social que, funcionais à posterior
universalização do capitalismo e à atual reprodução deste, que permanecem infligindo
as classes subalternizadas até os tempos atuais. 
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Além disso, como racionalização deste processo de pura violência, e
acompanhando a necessidade de universalização capitalista, impôs-se, no plano
ideológico, o universalismo europeu, que subsiste hoje nos discursos de defesa e
garantia dos direitos humanos e do dever moral de intervenção dos países capitalistas
centrais para com os outros países do planeta a fim de instaurar a democracia, mas
que se expressava na forma de missão civilizadora nos séculos XVIII e XIX, e através
da lei natural e do cristianismo nos séculos XVI e XVII (WALLERSTEIN, 2007). 
A centralidade de dirigirmos nossos estudos sob o prisma do colonialismo e do
imperialismo (ou seja, do capitalismo enquanto sistema-mundo), enxergando o racismo
como elemento que o constitui e é por ele constituído, não é “apenas” o fato de o
racismo ainda imperar nas relações sociais em nível mundial, e estar cristalizado no
senso comum e no ser social do século XXI, dando sentido à configuração do mundo
em distintos países (Estados Nacionais), mas, principalmente, porque os riscos
sistemáticos aos quais os africanos escravizados foram expostos durante o primeiro
capitalismo constituem agora, se não a norma, pelo menos o quinhão de todas as
humanidades subalternas (MBEMBE, 2014. p. 16).
O tratamento dado aos povos escravizados, sobretudo aos povos africanos, ao
relegá-los à condição de mercadorias, – negando-lhes a humanidade, e
consequentemente a igualdade material, a liberdade, e a subjetividade, sob a
justificativa de uma lei natural –, rebaixa e se estende hoje a todas as humanidades
subalternizadas, constituindo uma cultura política global pautada em complexos níveis
de violência, principalmente em relação a grupos mais explorados como as mulheres,
negros e povos originários nas Américas. É imperativa a compreensão de que as
classes dominantes possuem hoje todos os aparelhos – repressivos e ideológicos –
para a manutenção e a extensão deste tratamento à todas as classes subalternizadas
que compõe o sistema-mundo atual. Essa extensão, entretanto, continua a se dar em
diferentes níveis de complexidade e exploração, onde, no caso brasileiro, mulheres e
homens negros e descendentes dos povos originários ocupam o local de máxima
exploração e vulnerabilidade, constituindo grande parte do exército industrial de
reserva e dos sobrantes, e sendo vitimados pelo genocídio. 
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Na formação do Estado, o nacionalismo e o racismo – faces de uma mesma
moeda – surgem ressignificando estruturas de poder (hierarquias) e dando sentido a
essas estruturas para fazer com que elas passassem a ser consideradas normais como
predominantemente brancas e patriarcais, mas pela primeira vez, ao mesmo tempo,
mascaradas por uma crença na igualdade entre todos os indivíduos, membros daquela
nação (as relações passam a ser mediadas pela subjetividade jurídica, que garante a
equivalência e sustenta o capital enquanto relação social). 
O racismo, portanto, está na própria constituição dos Estados Capitalistas, e é
objetivamente a lei natural que ressignifica e sustenta tais hierarquias sociais internas e
externas aos Estados, na medida em que hierarquiza humanidades (de acordo com
aposição social e/ou a raça, no caso interno, e nacionalidade/proveniência/ raça no
caso externo), estabelecendo os padrões sociais da civilidade pan-europeia (branca,
masculina e heteronormativa), e escalas de exploração entre os subalternizados –, é o
que garante a universalização do capitalismo e seu estabelecimento enquanto
sistema-mundo, e ao mesmo tempo, sua estabilidade interna (também na medida em
que desarticula as classes subalternizadas). Garante, portanto, a exploração ilimitada
de seres humanos em todos os níveis, sem a qual o capitalismo não poderia prosperar.
Deste modo, o racismo é uma relação social objetiva de exploração e de
opressão, que opera impondo a branquitude patriarcal europeia a todos os povos do
planeta, através das instituições públicas e privadas que formam o Estado ampliado.
Ele passa a mediar o consciente, o inconsciente coletivo e as relações sociais
humanas e serve como forma de dominação e exploração capitalista, constituindo a
Ideologia de Estado e sendo, também, estrutural a este sistema. Sendo estrutural, ele é
automaticamente institucional, pois permeia e constitui todas as instituições da
sociedade, e independe da ação dos indivíduos isolados para se propagar ou se
reproduzir. Ele é uma das relações sociais centrais ao capitalismo e está
institucionalizado na discriminação sistemática que as pessoas não-brancas ou
estrangeiras sofrem no trabalho, na moradia, nos sistemas educacional e de saúde, no
assédio pela polícia e pelas autoridades públicas, no encarceramento em massa
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engendradopela criminalização seletiva, leis e autoridades do controle de imigração,
políticas públicas em geral, etc.
Assim, o Estado e seus aparelhos repressivos ou ideológicos, sobretudo as
instituições públicas ligadas diretamente aos Poderes Executivo e Legislativo são
incapazes de garantir a defesa dos direitos fundamentais das classes subalternizadas
– sobretudo do povo negro brasileiro – uma vez que a própria violação destes direitos
as constitui e constitui estruturalmente a relação social do capital.
Genocídio do povo negro brasileiro: a chacina de Costa Barros. 
Em 20 de novembro de 2015, no bairro de Costa Barros, Zona Norte da cidade
do Rio de Janeiro, um carro com cinco, e uma moto com dois jovens negros foram
alvejados com mais de 111 tiros pela Polícia Militar. Os cinco meninos que estavam no
carro morreram no local, e os dois que estavam na moto sobreviveram. Os jovens
voltavam para casa após uma festa no Parque Madureira, onde um dos jovens, um
adolescente de 16 anos, comemorava o primeiro salário recebido. O crime ocorreu bem
próximo às suas residências. Os familiares, que chegaram logo após o ocorrido à cena
do crime, bem como inúmeras testemunhas, como vizinhos e os dois sobreviventes,
afirmam que os policiais ainda teriam tentado forjar a cena do crime, usando luvas, e
colocando armas dentro do carro, com o fim de incriminar os meninos e justificar sua
morte. 
Este é um caso dentre os vários que compõe o genocídio sistemático que o povo
negro sofre no país. Em sua vertente morte, apenas pela criminalização dos corpos
negros, atingiu cinco filhos de mães negras, em uma só noite. Na década de 1970,
Abdias do Nascimento já denunciava mais de um século de genocídio sistemático
antinegros no Brasil, que se consolidou como política de Estado com as diversas leis
que precederam a Abolição em 1888 (NASCIMENTO, 1978). Ele nos permite
compreender o alcance das políticas públicas utilizadas para atingir esta finalidade,
que transcendeu todos os governos de nossa república, e continua a se adaptar às
exigências do capitalismo até hoje. 
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A principal delas, regente de todas as outras, é a chamada política de
embranquecimento da população, na maioria das vezes – intencionalmente e
ideologicamente – descaracterizada como estratégia de genocídio. Tal política,
persistente durante toda a história do Brasil, possui diversas estratégias e se manifesta
em vários âmbitos, que vão desde o incentivo estatal à imigração europeia iniciado no
século XVIII e mantido oficialmente até o final do século XX, à exclusão total do povo
negro, através da apropriação cultural, do processo de aculturação e de retirada de
identidade (produzida também pelo apagar de todo e qualquer passado histórico do
povo negro e sua relação com a África), do encarceramento em massa e da negação
total de direitos e de acesso aos serviços públicos mais essenciais. 
Neste sentido, temos exemplos que atravessam a história e os governos, os
quais não nos cabe demonstrar aqui de forma minuciosa. Entretanto, é importante
ressaltar que a política de genocídio era tão explícita no início do século passado, que
devido às políticas imigratórias adotadas para que recebêssemos apenas pessoas
brancas em nosso país a fim de branquear a população brasileira, diversas previsões
de extinção da raça negra no Brasil foram anunciadas, inclusive no plano internacional.
A continuidade desse processo fica clara durante todo o século XX, quando, por
exemplo, Getúlio Vargas impulsiona a construção do mito da democracia racial e ao
mesmo tempo assina em 1945, o Decreto-Lei nº 7.967, regulando a entrada de
imigrantes de acordo com a necessidade de preservar e desenvolver na composição
étnica da população, as características mais convenientes da sua ascendência
europeia (NASCIMENTO, 1978, p. 71). Anos mais tarde, a ditadura empresarial-militar
continuava explicitamente tais práticas, ao exercer a política de estimular a imigração
de racistas brancos expulsos das então recém liberadas colônias da África, e claro, ao
inflar todo o aparato repressivo e criminalizante que incide historicamente sobre as
classes subalternizadas e ainda mais fortemente sobre os negros. 
 Neste contexto, podemos melhor interpretar os alarmantes dados de violência
estatal do século XXI (ainda mais se pensarmos nos casos que nem chegam a
registro). Apesar dos números alarmantes de violência física, como todo o genocídio,
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não se trata “somente” de extermínio físico, de morte. Tal política engendra-se também
pelos campos cultural e científico, não partindo apenas do Estado restrito, possuidor do
aparato repressor cuja principal manifestação, no Brasil, se dá através das ações da
polícia militar. A política genocida voltada contra o povo negro engloba de maneira
igualmente violenta a sociedade civil, sendo propagada sobretudo pela mídia, e
levando a cabo uma política de silenciamento e apagamento do povo negro em
diversos espaços, confirmando, ressignificando e reproduzindo a lógica racista inerente
à hegemonia burguesa (GRAMSCI, 2000, passim). 
O genocídio cultural e a repressão policial funcionam conjuntamente e servem
para conservar e promover o modo de vida e a organização social capitalista, ainda
que o modo de encaminhar essa conservação varie nos dois casos, alternando entre
soluções de força e de convencimento (GRAMSCI, 2000, passim). Neste sentido, por
exemplo, cria-se uma seletividade que para além de operar institucionalmente através
dos sistemas penal, de saúde pública, e educacional, opera também no seio das
relações da sociedade civil, no que tange à sensibilidade e empatia das pessoas, que
passam a naturalizar e incentivar o genocídio cotidiano, formando-se um consenso
legitimador sobre tais políticas, ainda que estas atinjam seus entes queridos ou elas
próprias, e eternizando-as. 
Voltando ao caso em tela, o assassinato dos meninos gerou o processo judicial
nº 0474812-18.2015.8.19.0001, contra os policiais, que ainda está em curso, em fase
preliminar de instrução e julgamento, na 2ª Vara Criminal da Comarca da Capital do
Estado do Rio de Janeiro, e ao qual estamos acompanhando. Acompanha o caso,
como assistente de acusação, Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro,
representada através do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos – NUDEDH. 
É nítido que, através deste processo, as famílias dos jovens assassinados
buscam e têm esperanças de conseguir justiça pela morte de seus filhos. Entretanto,
ao acompanharmos o caso enquanto pesquisadores, percebemos que, além do próprio
crime configurar em si o genocídio-morte desta população, o processo judicial é
permeado pelas violências sistemáticas dirigidas contra o povo negro, congregando o
genocídio-cultural, o genocídio-epistemológico e o genocídio-social. 
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Durante todas as duas audiências que ocorreram até agora, os familiares, da
posição de vítimas, têm sido colocados, pela mídia e pelos juristas envolvidos no
processo, na posição de réus, na posição daqueles que têm que se explicar sobre o
ocorrido. A todo o tempo tenta-se criminaliza-los, colocando os jovens assassinados na
condição de bandidos, criminosos, marginais, enquanto os policiais sempre são
colocados no lugar de homens honrados, que apenas cometeram um erro, e atiraram
para se defender de um possível ataque. Afinal de contas, o que meninos de boa
índole estariam fazendo em um carro, passando naquela rua escura e perigosa, àquela
hora da noite? Por que os cinco amigos frequentavam as casas uns dos outros
praticamente todos os finais de semana? Se os meninos estavam em uma festa no
Parque Madureira, porque voltaram para lanchar em casa? Na comunidade em que
vocês moram tem tráfico, certo? Qual a facção que domina a região que vocês moram?
Não sabem? Como não sabem? Qual o problema de falar quais facções dominam
aquela região? Difícil morarem lá e não saberem, hein? Você, irmã de uma das vítimas,
você se sente livre onde nasceu e sempre morou? Ah, se sente?Então você namoraria
um policial? Onde vocês moram, sempre tem confronto entre bandidos e policiais.
Vocês já viram o tráfico matando policiais?
Estas foram algumas perguntas feitas aos familiares das vítimas durante as duas
audiências. Curiosamente, em nenhum momento o NUDEDH interviu ou questionou a
pertinência de questionamentos tão tendenciosos, violentos e racistas. Em um dos
depoimentos, um dos meninos que sobreviveu, de apenas 15 anos, chegou a ser
interrogado por um dos advogados de defesa: vamos, me diga, quantos amigos seus
são envolvidos com o tráfico? Vamos, você estuda em escola pública, eu sei como
funciona na escola pública, pode me falar, quantos colegas seus são bandidos? Um
dos pais, um homem negro, por volta de seus 50 anos, recém-formado bacharel em
Direito, teve suas habilidades intelectuais e técnicas ironicamente questionadas do
início ao fim do seu depoimento: Quando o senhor chegou a cena do crime e viu seu
filho morto, te entregaram um saco com as capsulas das balas né? Se o senhor é
bacharel em direito, deveria saber que tinha que ter entregue à polícia na hora. Não
entregou por que? Estava de má fé ou o senhor não sabia? Uma das mães, que fora
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acordada no meio da noite e chegou na cena do crime, vendo seu filho morto com mais
de 111 tiros, foi questionada, também ironicamente: estava chovendo ou tinha chovido
naquela noite? Como assim a senhora não se recorda? Não se recorda da noite que
seu filho morreu?
Os representantes do NUDEDH, assim como o juiz e o promotor público (todos
homens brancos, jovens), que deveriam garantir os direitos humanos básicos daqueles
familiares, vítimas de toda aquela violência, permaneceram calados, não enxergando
racismo ou violência naquelas perguntas. Nem sequer os questionamentos sobre o
tráfico de drogas na região onde aquelas pessoas moram (o que certamente, caso
respondessem, as colocariam em maior situação de vulnerabilidade), foram
problematizados. 
Além de não intervir, o juiz proibiu os familiares de levarem cartazes, de se
pronunciarem durante as audiências, e de irem vestidos com as blusas que continham,
estampados, os rostos de seus filhos mortos pelo Estado. As mães, caso quisessem
entrar na sala da audiência, foram obrigadas a trocar ou virar do avesso suas blusas.
Em um país de mito da democracia racial, construído pelo genocídio e escravização de
povos inteiros, silenciamento também mata. Historicamente, o silenciamento tem sido a
face mais cruel do nosso genocídio. 
Quando do interrogatório das testemunhas de defesa dos policiais, todas com o
claro objetivo de atestar o ilibado caráter e a boa índole dos policiais (brancas,
esposas de policiais e claramente com melhores condições econômicas que as famílias
vítimas), aquelas mães, pais e irmãos negros, ainda tiveram que ouvir: quem anda com
porcos, farelo come. 
A violência processual – nítida neste caso, como violência de raça e classe –
incide não só nos familiares, principalmente nas mães, constantemente criminalizadas
pelo assassinato de seus filhos, mas em todos nós, negros e negras presentes a cada
audiência. A morte simbólica é reiterada por diversas vezes, e ao invés dos familiares
se aproximarem da almejada justiça, são submetidos cada vez mais a processos
extremamente violentos de silenciamento e criminalização. 
Bibliografia: 
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ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
ALTHUSSER, Louis. Sobre a reprodução. Petrópolis: Vozes, 1999. 
Campanha Negro Vivo da Anistia Internacional de 2015. Disponível em:
<https://anistia.org.br/campanhas/jovemnegrovivo/>. Acesso em: 20/05/2016.
FEDERICI, Silvia. Calibán e la bruja. Mujeres, cuerpo y acumulación originaria. Madrid:
Traficantes de Sueños, 2010. 
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere (vols. 2, 3, 4). Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira, 2000.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo
mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
WAISELFISZ, Julio. Mapa da Violência de 2014. Brasília, 2014. Disponível em:
<http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil.pdf> Acesso em:
29/05/2016.
WALLERSTEIN, Immanuel. O universalismo europeu: a retórica do poder. São Paulo:
Boitempo, 2007.

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