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JIT – Just in Time Origem e Princípios JOHNSON CONTROLS Todos os dias elas fazem tudo sempre igual. Às dez para sete da manhã começa o turno de trabalho na Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Simultaneamente, a 11 Km dali, inicia-se também a jornada na Johnson Controls, fornecedora exclusiva de bancos para os carros da montadora. Daí em diante, a vida das duas empresas é totalmente sincronizada, inclusive o horário de almoço. A semelhança na programação dos relógios de ponto tem uma explicação. A Johnson Controls faz parte do restrito grupo de fornecedores da Ford, integrado por empresas como a Goodyear e a Plascar, que opera no sistema conhecido como Just in Time seqüencial. Traduzindo: ela fabrica e entrega seus produtos no local, horário e ordem rigidamente combinados com o cliente. A pontualidade é o ponto forte da parceria. Da linha de produção da Johnson até a fábrica da Ford, o conjunto de bancos – os dois dianteiros e o traseiro – pode demorar, no máximo, 120 minutos. Tudo é minuciosamente cronometrado. Via computador, a Ford avisa quais modelos começaram a ser produzidos na sua linha de montagem. Na fábrica de Johnson, que fornece os bancos para os modelos Fiesta, Ka e Pampa, inicia-se a corrida contra o relógio. São 30 minutos para fabricar um lote de 48 bancos, mais 10 minutos para transportá-lo até o sistema de embarque no caminhão, na sequência correta: o primeiro banco produzido deve entrar por último na carroceria, pois chegará na ordem em que deverá ser montado no automóvel. Gastam-se outros 10 minutos para carregar o caminhão e emitir nota fiscal. A viagem entre as duas fábricas é feita em 30 minutos. Da portaria da Ford, onde a nota fiscal é checada, até o ponto de desembarque, são mais 20 minutos. Os últimos 20 minutos são gastos com a descarga e a chegada do lote no ponto exato da montagem dos bancos na linha de produção. Toda essa operação é repetida cerca de 20 vezes ao dia, num total de 850 conjuntos. (Fonte: MARTINS e LAUGENI, 2005, p. 224) JIT na prática Just in time: a filosofia “JIT é uma expressão ocidental para uma filosofia e uma série de técnicas desenvolvidas pelos japoneses. A filosofia está fundamentada em fazer bem as coisas simples, em fazê-las cada vez melhor e em eliminar todos os desperdícios em cada passo do processo.” Slack; Chambers e Johnson, 2002, p. 485 Just in time: a técnica como coração da filosofia Quatro aspectos são essenciais na implementação da filosofia JIT: 1.eliminação dos desperdícios; 2.envolvimento dos funcionários nos processos decisórios relativos à produção; 3.esforço para qualidade total e aprimoramento contínuo; 4.participação dos fornecedores. 1. Eliminação de desperdícios “O objetivo da filosofia JIT é reduzir os estoques, de modo que problemas fiquem visíveis e possam ser eliminados através de esforços concentrados e priorizados.” (CORRÊA e GIANESI, 1993, p. 57) Analogia ‘pedras no rio’: - Pedras = problemas; - Rio = fluxo de materiais; - Nível do rio = WIP (Work in Process). Pedras no caminho Retrabalhos Fornecedores não confiáveis Desbalanceamento da capacidade Just in time: eliminação de desperdícios Superprodução: em dois sentidos a) superprodução no sentido de quantidade, isto é, fabricar mais do que o necessário; b) superprodução no sentido de escolha do momento, isto é, fabricar antes do momento necessário. O que se pode entender por desperdício? Tudo que não agrega valor ao produto Just in time: eliminação de desperdícios Tempo de espera: tempo que o material fica na fila esperando para ser processado; Transporte: tempo gasto para transportar o material de uma máquina para outra, decorrente de um arranjo físico inadequado; Movimentos: decorrente da baixa racionalização do trabalho, pode ser melhorado com a simplificação do trabalho; Just in time: eliminação de desperdícios Tempo de espera: tempo que o material fica na fila esperando para ser processado; Transporte: tempo gasto para transportar o material de uma máquina para outra, decorrente de um arranjo físico inadequado; Movimentos: decorrente da baixa racionalização do trabalho, pode ser melhorado com a simplificação do trabalho; “... partes e ferramentas utilizadas são colocadas o mais próximo possível do posto de trabalho ...” (FERRO, 1990, p. 64) Just in time: eliminação de desperdícios Processamento: algumas vezes não existem métodos para execução da operação ou existem operações desnecessárias; Produção de peças defeituosas: toda e qualquer falta de qualidade deve ser entendida como um desperdício; Estoque em mãos: material parado no início, no meio ou ao final do processo produtivo acarreta em custos. 2. Envolvimento dos funcionários nos processos decisórios - Alinhada com a cultura dos Sistemas dirigidos para o mercado; - Implementação de times de trabalho, empowerment e job rotation; - Cada funcionário tem mais responsabilidade pelo processo produtivo, principalmente por aspectos relacionados à qualidade; - Trabalhadores motivados e multicapacitados (enriquecimento de cargos). 2. Envolvimento dos funcionários nos processos decisórios: caso NUMMI Fonte: adaptado de Slack, Chambers e Johnson (2002, pp. 282-283) 3. TQM – Gestão da Qualidade Total É essencial ao bom funcionamento do JIT. “O TQM é uma filosofia com uma série de ferramentas que faz com que a empresa utilize a qualidade como um diferencial competitivo.’ (FERNANDES e GODINHO FILHO, 2010, p. 207) 4. Participação dos fornecedores Consiste em um relacionamento diferenciado com os fornecedores, ao invés de serem vistos como adversários, são vistos como parceiros, o que envolve: – redução do número de fornecedores; – estabelecimento de relacionamentos de longo prazo. Referências Bibliográficas CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just in time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico. São Paulo: Atlas, 1993. FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas , 2010. FERRO, J. R. Aprendendo com o “ohnoísmo” (produção flexível em massa): lições para o Brasil. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, p. 57-68, jul/set. 1990. MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2a. Edição. São Paulo: Saraiva, 2005. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHSON, R. Administração da produção. 2a. Edição. São Paulo: Atlas 2002.