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QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 1 Versão 2019 Organização, Sistemas e Métodos QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 2 Sumário AULA 1........................................................................................................................... 6 1 INTRODUÇÃO - ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS ........................................... 6 1.1 Por Que Estudar OSM? ............................................................................................. 6 1.2 Organização .............................................................................................................. 6 1.3 Sistemas ................................................................................................................... 7 1.4 Métodos .................................................................................................................... 7 2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA OSM ...................................................................... 8 2.1 Final do Século XIX ................................................................................................... 8 2.2 Década de 50 ............................................................................................................ 8 2.3 Décadas de 60 e 70 ................................................................................................... 9 2.4 Década de 80 ............................................................................................................ 9 2.5 Década de 90 .......................................................................................................... 10 2.6 OSM - Abordagens Atuais ....................................................................................... 10 3 A ESCOLA SISTÊMICA ............................................................................................... 11 3.1 Teoria Geral de Sistemas (Evolução Histórica) ......................................................... 11 3.2 Componentes de um Sistema .................................................................................. 12 3.3 Hierarquia de Sistemas ........................................................................................... 13 3.4 Área de Organização, Sistemas e Métodos ............................................................... 14 3.4.1 Funções de OSM .............................................................................................................. 14 4 O PERFIL DO PROFISSIONAL DA ÁREA DE OSM ...................................................... 15 AULA 2......................................................................................................................... 17 5 ABORDAGENS E PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS .............................................. 17 5.1 Método de Trabalho ................................................................................................. 17 5.2 Metodologia Científica ............................................................................................. 17 5.2.1 Metodologia ...................................................................................................................... 17 5.2.2 Método ............................................................................................................................. 17 5.2.3 Técnica ............................................................................................................................. 17 5.2.4 Processo ........................................................................................................................... 18 6 MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS .................................................... 18 6.1 Planejamento .......................................................................................................... 18 6.2 Levantamento de Dados e Informações .................................................................... 18 6.3 Análise e Seleção de Alternativas ............................................................................. 18 6.4 Proposta e Implementação de Alternativas .............................................................. 19 6.5 Avaliação e Ampliação de Melhorias ........................................................................ 19 6.6 Exemplos de Métodos .............................................................................................. 19 6.6.1 O Método PDCA ................................................................................................................ 19 6.6.2 Formulário 5W2H ............................................................................................................. 21 6.6.3 Outros Métodos ................................................................................................................ 22 QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 3 6.6.4 Modelo Mental .................................................................................................................. 22 6.7 QFD ........................................................................................................................ 23 6.7.1 Diagrama de Ishikawa .................................................................................................... 23 6.7.2 Diagrama de Relacionamento .......................................................................................... 24 6.8 Objetivos dos Métodos ............................................................................................. 24 6.9 Detalhamento dos Métodos ..................................................................................... 25 6.9.1 Planejamento ................................................................................................................... 25 6.9.2 Execução .......................................................................................................................... 25 6.10 Atividades em OSM ............................................................................................... 25 7 INSTRUMENTOS DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES ....................................... 26 7.1 Entrevista ............................................................................................................... 26 7.1.1 Vantagens ........................................................................................................................ 26 7.1.2 Desvantagens .................................................................................................................. 26 7.1.3 Planejamento ................................................................................................................... 26 7.1.4 Execução .......................................................................................................................... 26 7.2 Questionário ........................................................................................................... 27 7.2.1 Vantagens ........................................................................................................................ 27 7.2.2 Desvantagens .................................................................................................................. 27 7.2.3 Planejamento ................................................................................................................... 27 7.2.4 Execução ..........................................................................................................................27 7.3 Observação Pessoal ................................................................................................. 27 7.3.1 Vantagens ........................................................................................................................ 28 7.3.2 Desvantagens .................................................................................................................. 28 7.3.3 Planejamento ................................................................................................................... 28 7.3.4 Execução .......................................................................................................................... 28 AULA 3......................................................................................................................... 29 8 CONCEITO DE LAYOUT ............................................................................................. 29 9 OBJETIVOS DE UM LAYOUT ..................................................................................... 29 9.1 Otimizar condições de trabalho ............................................................................... 29 9.2 Racionalizar fluxos de fabricação ou de tramitação de processos ............................. 29 9.3 Aproveitar o espaço útil e disponível ........................................................................ 30 9.4 Minimizar movimentação de produtos, pessoas, materiais e documentos ................ 30 10 ETAPAS DE UM PROCESSO DE LAYOUT ................................................................. 30 10.1 Levantamento........................................................................................................ 30 10.2 Revisão do Levantamento ...................................................................................... 30 10.3 Planejamento da Solução ...................................................................................... 30 10.4 Crítica ao Planejamento ........................................................................................ 30 10.5 Controle dos Resultados ........................................................................................ 31 11 TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO DE UM LAYOUT ..................................................... 31 12 TIPOS DE LAYOUT ................................................................................................... 31 12.1 Layout de Escritório .............................................................................................. 31 QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 4 12.1.1 Pontos Básicos do Ambiente Organizacional ................................................................. 32 12.2 Layout de Fábrica.................................................................................................. 32 12.2.1 Passos para Criação de um Layout de Fábrica ............................................................. 32 12.2.2 Layout por Processo ....................................................................................................... 33 12.2.3 Layout por Produto......................................................................................................... 34 AULA 4 ........................................................................................................................ 35 13 ANÁLISE DE ROTINAS ............................................................................................. 35 14 FLUXOGRAMA ......................................................................................................... 35 14.1 Objetivos e técnicas ............................................................................................... 35 14.2 Vantagens ............................................................................................................. 36 14.3 Tipos de fluxogramas ............................................................................................ 38 14.3.1 Fluxograma vertical ....................................................................................................... 38 14.3.2 Fluxograma horizontal ................................................................................................... 39 15 ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO TRABALHO ........................................................... 41 15.1 Análise de problemas ............................................................................................ 41 15.2 Quadro de distribuição do trabalho ou tarefas (QDT) ............................................ 41 15.2.1 Objetivos da ferramenta QDT ........................................................................................ 41 15.2.2 Objetivos derivados a partir da análise ......................................................................... 41 15.2.3 Etapas da Análise QDT ................................................................................................. 42 15.2.4 Vantagens e Desvantagens do Quadro Distribuição do Trabalho ................................. 43 AULA 5 ........................................................................................................................ 45 16 ORGANOGRAMAS .................................................................................................... 45 16.1 Objetivo ................................................................................................................. 45 16.2 Construção de um Organograma ........................................................................... 45 16.3 Tipos de organograma ........................................................................................... 46 16.3.1 Organograma vertical descritivo .................................................................................... 46 16.3.2 Organograma linear (matriz de responsabilidades)....................................................... 47 16.4 Organogramas quanto à forma de organização da estrutura.................................. 47 16.4.1 Por quantidade............................................................................................................... 48 16.4.2 Por função (funcional)..................................................................................................... 48 16.4.3 Por território ................................................................................................................... 49 16.4.4 Por produto ou serviço .................................................................................................... 49 16.4.5 Por cliente....................................................................................................................... 50 16.4.6 Por divisão do trabalho .................................................................................................. 50 16.4.7 Por projetos .................................................................................................................... 51 16.4.8 Matricial ......................................................................................................................... 52 16.4.9 Misto .............................................................................................................................. 52 16.4.10 Organograma circular .................................................................................................. 52 16.5 Formulários/Relatórios/Listagens ......................................................................... 53 16.5.1 Utilização de formulários ............................................................................................... 53 16.5.2 Atribuições de um analista quanto à utilização de formulários ..................................... 54 16.5.3 Requisitosde um formulário .......................................................................................... 54 16.5.4 Metodologia de elaboração de um formulário ................................................................ 54 AULA 6........................................................................................................................ 56 17 PLANEJAMENTO, CONTROLE E PROCESSO DECISÓRIO ....................................... 56 17.1 Planejamento e controle da produção .................................................................... 56 QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 5 17.2 Tipos de planejamento .......................................................................................... 56 17.3 Planejamento estratégico ....................................................................................... 57 17.4 Planejamento tático ............................................................................................... 57 17.5 Planejamento operacional ...................................................................................... 57 17.6 Questões das etapas de um planejamento ............................................................. 57 17.7 Modelos de planejamento de atividades ................................................................. 59 17.7.1 Método do diagrama de precedência (PDM) ................................................................... 59 17.7.2 Método de diagrama de flecha (ADM) ............................................................................ 61 17.7.3 Gráfico de GANTT .......................................................................................................... 61 17.7.4 PERT – program evaluation and review technique ........................................................ 62 18 FLUXO DE DADOS E PROCESSO DECISÓRIO ........................................................ 63 18.1 Sistemas de informações gerenciais (SIG) .............................................................. 63 18.1.1 Importância do SIG nas empresas ................................................................................. 64 18.1.2 Fases do processo decisório .......................................................................................... 64 18.1.3 Fatores que influenciam o processo decisório ................................................................ 64 18.1.4 Tabela de decisão .......................................................................................................... 65 18.2 Diagrama de fluxo de dados (DFD) ........................................................................ 66 19 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 6 AULA 1 1 INTRODUÇÃO - ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS 1.1 Por Que Estudar OSM? O crescimento acelerado do mercado, juntamente com a complexidade das atividades na busca pela qualidade e satisfação dos clientes, faz com que as organizações procurem soluções para os seus problemas e suas atuais necessidades. Contudo, a forma mais eficaz para a resolução dos problemas pontuais até o momento é o desenvolvimento de mecanismos de CONTROLE INTERNO E PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS, minimizando impactos. Procurando obter um maior conhecimento sobre as formas de controle e organização de uma empresa, foi criada uma área de especialização chamada ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS, incluindo, posteriormente, o estudo de SISTEMAS. A sigla O&M foi transformada para OSM e significa organização, sistemas e métodos. Atualmente, pouco é falado sobre OSM pelo fato de que suas atividades, princípios e tudo o que a envolvia foi descentralizado da área OSM, sua continuidade, agora, ocorre por meio de outras áreas da empresa. OSM é uma área clássica da administração que lida com um conjunto de técnicas e que tem como objetivo aperfeiçoar o funcionamento das organizações. (CURY, 2005). Originalmente, baseava-se na abordagem estruturalista da administração, composta da Teoria da Burocracia de Weber e na Teoria Estruturalista. Assim, estudar OSM confundia-se com os processos burocráticos nas empresas, porém a abordagem da área foca na melhoria dos métodos de trabalho, melhoria dos controles e solução de problemas (OLIVEIRA, 2002). Para que se possa melhor compreender o que é OSM, será mostrado o conceito da disciplina. 1.2 Organização Dispor de recursos materiais, humanos e tecnológicos da empresa, de maneira harmônica, de modo que o conjunto formado seja capaz de realizar um trabalho integrado, eficiente e eficaz, apresentando boa produtividade e boa qualidade, a baixos custos e com o mínimo de riscos e de esforço humano (CHINELATO FILHO, 2001). Quando falamos de QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 7 organização, estamos falando de um conjunto de pessoas que compartilham recursos para realizar tarefas, de forma individual ou em grupos, com um objetivo comum. 1.3 Sistemas O conceito vem da Teoria Geral de Sistemas, onde sistema é algo composto por um conjunto de componentes independentes que interagem entre si e têm um objetivo comum. (MARQUES e ODA, 2009). Cada sistema pode ser constituído por diversos subsistemas que, por sua vez, são compostos por elementos. O que os une é o objetivo em comum. Originalmente, os sistemas organizacionais eram comparados a uma máquina, na qual cada peça tinha sua finalidade para o funcionamento do todo. Esse pensamento ainda é correto, porém incompleto. Atualmente, os sistemas são tratados como sendo orgânicos, pois além das peças que os compõem, eles afetam e são afetados pelo ambiente e por outros sistemas e, além disso, não podem ser isolados do mundo exterior. 1.4 Métodos O método busca a economia de ESFORÇO, TEMPO e MOVIMENTO através da simplificação do trabalho, gerando, consequentemente, aumento da produtividade e redução nos custos e despesas. A função do método é obter a eficiência e a eficácia da estrutura administrativa através da aplicação de certas técnicas científicas de redução de tempo, esforços e custos (MARQUES e ODA, 2009). Utilizando o método, em qualquer que seja a atividade, é possível alcançar resultados visíveis. Seja pela necessidade de simplificação de uma tarefa ou pela necessidade de replicar uma ideia que deu certo, é por meio do método que conseguimos transformar os processos nas empresas em algo possível de ser aprendido e melhorado. A compreensão de cada uma das partes que forma o estudo dessa disciplina pode até ser simples, mas é importante lembrar que o todo é maior que a soma das partes, ou seja, quando estudamos organização, sistemas e métodos de uma maneira conjunta, buscamos não apenas compreender o papel de cada uma dessas peças, mas também compreender como a união delas pode transformar a maneira com a qual administramos uma empresa. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 8 Agora que sabemos o que significa a sigla OSM, vamos compreender um pouco os antecedentes históricos dessa área de estudo. 2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA OSM O estudo de OSM confunde-se com o estudo da administração e é importante na formação de administradores até hoje. Figura 1 - Histórico da OSM 2.1 Final do Século XIX No final do século XIX, estudiososcomo Taylor e Fayol foram os precursores dos estudos de produtividade e eficiência nas organizações. Administradores da época sentiam, no entanto, a falta de uma atividade voltada para a organização de técnicas e processos com o objetivo de criar empresas consistentes e mantê-las funcionando harmonicamente. Esses fatos geraram o surgimento de uma nova área de especialização entre as funções administrativas chamada Organização & Métodos. Essa expressão foi utilizada, inicialmente, pelo norte-americano Thomas W. Wilson, sendo difundida na Inglaterra e em outros países europeus. Aos poucos, os estudos de produtividade nas empresas foram sendo aprofundados e adquirindo importância até serem considerados diferenciais em empresas de sucesso. 2.2 Década de 50 A OSM chegou ao Brasil em 1955, após a disseminação dos estudos em mais de 50 países, com a criação do Curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e com a contratação de um consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), professor Harry Miller, autor do primeiro livro editado no Brasil sobre O&M. Existem hoje, no Brasil, mais de vinte livros publicados sobre o assunto. A OSM auxiliou empresas brasileiras na implantação de métodos e na maior qualificação das mesmas, iniciando, assim, um processo de competitividade entre Final do Século XIX Década de 50 Década de 80 Década de 90 2000 QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 9 empresas brasileiras, que, no entanto, ainda levariam muitos anos para atingir níveis internacionais. 2.3 Décadas de 60 e 70 Principalmente durante as décadas de 60 e 70, as organizações mantiveram uma atitude focada na racionalização administrativa, que, consequentemente, ia em direção da melhoria da produtividade. Nesse período, o cenário econômico produzia uma estabilidade na produção que permitia que a empresa criasse normas, procedimentos e instruções mais duradouras. Essa realidade ofereceu princípios, técnicas, práticas e metodologias aceitas e respeitadas como o que havia de melhor na época. Essa estabilidade do mercado acabou por deixar as organizações brasileiras “acomodadas” no cenário mundial, o que levou, nas décadas seguintes, à perda de produtividade e inovação frente a concorrentes internacionais. Eram funções da O&M: Reduzir o pessoal necessário para realização de uma tarefa; Fazer mais trabalho pelo mesmo custo; Elaborar manuais de procedimentos; Analisar e projetar formulários; Compreender o significado de cada processo, evitando o retrabalho. 2.4 Década de 80 Na década de 80, observou-se uma acentuada transformação nas estruturas organizacionais, surgindo a necessidade de uma revisão nas atividades dos departamentos de O&M. A partir disso, suas atividades particulares são distribuídas a outros setores de administração, levando a um futuro incerto e à consequente extinção da área. A abertura do mercado brasileiro à concorrência estrangeira pegou as empresas brasileiras despreparadas e a OSM deixou de ser prioridade. Vejamos, a seguir, alguns eventos que contribuíram para crise do OSM. Expansão e disseminação dos conhecimentos de informática pelos usuários; Aumento da capacidade tecnológica de linguagens e técnicas de programação de computadores, bem como de técnicas voltadas para bancos de dados e estruturação de sistemas de informação (software); Descentralização das atividades de OSM pelas diversas diretorias para agilização de soluções no próprio local, exigindo para a sobrevivência do QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 10 órgão, um novo posicionamento e adaptação diante da realidade e dos novos paradigmas; Surgimento dos Programas da Qualidade com base na experiência japonesa e americana; Downsizing1 e terceirização. É importante atentar que nesse momento a OSM foi responsabilizada pela falta de inovação e acomodação nas práticas existentes por empresas brasileiras. 2.5 Década de 90 Nesse período, a evolução dos modelos de gestão, novas tecnologias de informação e análise de sistema no Brasil geram, praticamente, a extinção dos departamentos de OSM do organograma de muitas empresas. Atualmente, pouco se menciona a denominação OSM, mas suas atividades, princípios, ideias, ferramentas e técnicas continuam válidas e necessárias em virtude da descentralização das atividades de O&M em outros órgãos, tais como: a) Atividades de Organização – Áreas de Planejamento e Gestão Estratégica ou Áreas de Assessoria Administrativa. b) Atividades de Métodos – Áreas de Qualidade, RH, Informática ou Apoio Administrativo. 2.6 OSM - Abordagens Atuais Estrutural; Tecnológica; Estratégica; Comportamental; Humana. O que iremos ver nessa disciplina é que a OSM não é um impedimento de inovações tecnológicas, mas sim uma maneira sistemática e metodológica de trabalhar essas inovações dentro da empresa. Apesar de ser vista como uma barreira às novidades, a OSM pode ser utilizada como embasamento para que melhorias inseridas na empresa se adaptem com maior agilidade à realidade, através dos padrões e processos já conhecidos e desenvolvidos por meio da OSM. A seguir, estudaremos a escola sistêmica, um dos pilares fundamentais no modo de buscar compreender a OSM em sua totalidade. 1 Downsizing é uma técnica de Administração que tem como objetivo a eliminação da burocracia desnecessária. Está associada à redução de pessoal, custos e reestruturação dos processos. Downsizing é identificado como o processo de enxugar os custos de uma empresa para torná-la mais competitiva. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 11 3 A ESCOLA SISTÊMICA Como já vimos anteriormente na definição de sistema, ele é composto por um objetivo comum. Numa empresa, esse objetivo é o lucro e o crescimento tanto da empresa, quanto de seus empregados. 3.1 Teoria Geral de Sistemas (Evolução Histórica) Máquina X Modelo Orgânico (Biologia - sociedade como organismo vivo - sistemas naturais) A influência que a máquina teve no desenvolvimento da espécie humana é inegável. A nossa evolução sempre foi condicionada pelo aparecimento de máquinas que nos permitiram realizar tarefas linearizando maneiras de pensar produziram interpretações mecanicistas do mundo (Morgan, 2006). Assim, no começo, o sistema era considerado uma máquina fechada, da engenharia mesmo. Porém, uma máquina tinha seu funcionamento analisado a partir de si mesmo. No entanto, quando falamos no enfoque sistêmico de estudo, queremos dizer que utilizaremos a técnica de estudo de sistema para compreender a empresa. Ou seja, estudaremos cada uma das partes de uma empresa separadamente e a relação que elas têm entre si, buscando, assim, entender a complexidade que é uma organização. Realizar “estudos sistêmicos” nas empresas com esse enfoque nos possibilitará: - Utilizar essa técnica para lidar com a complexidade; - Sobrepor o sintético X analítico; - Identificar relações entre os elementos componentes. Existem duas formas de estudar de uma maneira sistemática: a sintética e a analítica. a) Sintética: parte-se do todo, buscando resumir toda sua funcionalidade a partir das partes que o formam. b) Analítica: estuda-se cada uma das partes individualmente, para que se chegue à compreensão do todo.Partes Partes Todo (Análise) Partes (Estudo) Partes (Estudo) Todo (Compreensão) QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 12 De uma maneira prática, o estudo sintético é mais rápido e superficial e tem como objetivo apenas nos dar informações básicas de um sistema. Já o processo analítico busca compreender as razões da existência de cada parte, para que assim seja formado um desenho completo do objeto estudado. Obviamente, o processo analítico é mais trabalhoso e complexo. Quadro 1 - Comparativo entre as formas sistêmicas de estudo Sintético Analítico Mais rápido e superficial. Mais trabalhoso e complexo. Objetivo: dar informações básicas de um sistema. Objetivo: compreender as razões de existência de cada parte para formar o desenho completo do objeto estudado. 3.2 Componentes de um Sistema Partes ou componentes de um sistema são selecionados e empregados com base em seu potencial de executar funções que permitam atingir o objetivo do sistema. O modelo geral de operações de um sistema consiste nos aspectos que veremos a seguir: processamento de entrada; transformação; processamento de saída; controle e avaliação; feedback e ajustamento. Figura 2 - Esquemas - Componentes de um Sistema Objetivos Controle e Avaliação Retroalimentação a) Objetivos Gerais: são os objetivos norteadores da sua empresa. As razões da existência de um sistema. Específicos: são os objetivos criados para se chegar ao objetivo geral. Por meio da realização desses, o objetivo geral será alcançado. b) Entradas Insumos: matéria-prima necessária para transformação do produto e mão de obra necessária para essa transformação. Informação: são as diretrizes do sistema, indicadores do que deve ser feito e por quem deve ser feito. Entradas Processo de Transformação Saídas QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 13 Energia: é a energia necessária para o funcionamento do sistema, seja essa energia elétrica, química, física ou de outra categoria. c) Processo de Transformação: é a interação entre os elementos de entrada que acaba originando um resultado (saída). d) Saídas: são os resultados (produtos) ou finalidades geradas pela interação dos elementos. Através da análise dos elementos de saída pode ser observado se os objetivos foram alcançados. e) Controles e Avaliações: são definidos conforme os objetivos preestabelecidos para verificar se as saídas estão de acordo com o planejamento. f) Retroalimentação ou Feedback: uma saída é transformada em informação que é utilizada como forma de controle e reinserida no sistema para melhoria e desenvolvimento. g) Ambiente do Sistema: vem do estudo de sistema orgânico no qual fatores externos podem afetar os resultados planejados, assim como o sistema pode afetar questões externas. Qualquer empresa é responsável por afetar a comunidade onde está inserida, assim como pode ser afetada por questões externas. h) Limites: podem ser físicos ou não. São as separações feitas entre o sistema estudado e o que é exterior ao mesmo. O limite de uma fábrica é um limite físico. Quando se estuda o setor de vendas, por exemplo, se faz um limite imaginário entre esse setor e o resto da empresa, pois é esse o foco de estudo. Figura 3 - Exemplo Prático dos Componentes de um Sistema (produção de aço). 3.3 Hierarquia de Sistemas Um sistema é objeto de estudo do analista. Quem o estuda é quem define seus limites, fazendo do sistema seu núcleo central. a) Sistema: considerado o núcleo central, foco do estudo. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 14 b) Subsistema: são as partes que integram o sistema. O subsistema é identificado de forma estruturada, por exemplo, se o sistema é um carro, o motor é o subsistema. c) Supersistema ou ecossistema: é o todo, onde o sistema é uma parte integrante. Por exemplo, se você tem como foco de estudo uma fábrica, a cidade onde a mesma está inserida é o seu ecossistema. 3.4 Área de Organização, Sistemas e Métodos Estudo das organizações por meio da análise de cada uma das suas atividades, a fim de criar procedimentos que venham a interligá-las de forma sistêmica (CRUZ, 1998). Assim, a responsabilidade básica da área de Sistemas, Organização e Métodos é a de executar as atividades de levantamento, análise, elaboração e implementação de sistemas administrativos na empresa. Essas atividades acontecem criando ou aprimorando métodos de trabalho, agilizando a execução das atividades, eliminando atividades em duplicidade, padronizando, melhorando o controle, fazendo o gerenciamento dos processos e solucionando problemas (Oliveira, 2002). 3.4.1 Funções de OSM A OSM busca, através de procedimentos, oferecer uma padronização dos processos dentro da empresa. Compreendendo, assim, o funcionamento de cada uma das áreas e o papel que elas têm no objetivo geral da empresa. Um trabalho de OSM bem desenvolvido reduz ociosidade, espaço mal utilizado e prepara a empresa para evitar “surpresas”, ou seja, evitar problemas aos quais a empresa não está pronta para lidar e não sabe como resolver. Os procedimentos são: Desenho, racionalização e normalização de processos, procedimentos e formulários; Análise do desempenho organizacional; Subsistema Sistema Ecossistema Figura 4 - Esquema Ilustrativo de Hierarquia de Sistemas QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 15 Desenho, formalização e mudança da estrutura organizacional; Normalização e racionalização do uso do espaço físico e layout da empresa. No período 1985 até 1997, foi diminuída a função da área OSM nas organizações devido alguns fatores condicionantes, tais como: mudanças no modelo de gestão; desenvolvimento da tecnologia de informação; incremento da competitividade e auto deterioração da OSM tradicional. Atualmente, apesar de não existir mais a área de OSM na maioria das empresas, é possível ver que as técnicas e conhecimentos da área podem ser facilmente aplicados em qualquer setor, pois é facilmente adaptável a qualquer necessidade. 4 O PERFIL DO PROFISSIONAL DA ÁREA DE OSM Como mencionamos anteriormente, não há mais uma área específica de OSM, portanto, também não se encontram profissionais cuja função seja exclusivamente trabalhar OSM dentro das organizações. No entanto, é importante que qualquer analista organizacional conheça OSM, pois assim poderá se tornar um profissional mais completo e flexível. Ele deverá se tornar um analista de negócios, um analista de processos e um analista de sistemas, tudo em um só. Analista de Negócios: conhece os objetivos da empresa, define o que deverá ser feito, onde e porque a empresa deve investir. Conhece os fornecedores, os clientes e sabe da necessidade de cada um. Analista de Processos: define como os objetivos serão alcançados, conhece o processo de produção da empresa e a funcionalidade de cada setor dentro dela. Figura 5 - Perfil do Profissional da Área de OSM Analista de Sistemas: conhece o fluxo de produção e de tecnologia da empresa e deve ser responsável por melhorias e automatizações da mesma, por meio da implantação de novas tecnologias e novos métodos de produção.QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 16 O profissional da área de OSM deve ser um profissional 3 em 1, isto é, deve ser capaz de unir esses três perfis em apenas um profissional. Ele é extremamente valioso para qualquer empresa, pois é capaz de se comunicar com todos de maneira clara e precisa. No entanto, nem sempre conseguiremos ser experientes em tudo, por isso muitos profissionais focam em um desses perfis para especialização. Todos esses profissionais devem ter, no entanto, esses 3 tipos de competências: técnicas, humanas e conceituais. 1) Técnicas: a) Levantar dados, analisar, elaborar e implementar sistemas; b) Lidar com programas, processos, métodos e técnicas; c) Manusear equipamentos específicos (computadores); d) Reunir ideias de forma lógica (concentração e concisão); e) Conhecimento das ferramentas e processos da empresa. 2) Humanas: a) Capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreender atitudes e motivações; b) Saber ouvir, observar e argumentar; c) Saber lidar com as resistências. 3) Conceituais: a) Compreender a complexidade da empresa como um todo; b) Atuar de acordo com os objetivos e as necessidades da empresa. Cada tipo profissional irá desenvolver, mais ou menos, cada uma dessas competências. No entanto, é fundamental que o profissional procure trabalhar todas elas, buscando, assim, tornar-se um administrador melhor. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 17 AULA 2 5 ABORDAGENS E PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS 5.1 Método de Trabalho É um conjunto de procedimentos ordenados e lógicos para obter-se a melhor performance operacional (LUPORINI E PINTO, 1985). Organização, sistemas e métodos: introdução de métodos de administração e estruturas nas organizações para melhorar a produtividade. Veremos, a seguir, que os conceitos estudados na teoria podem ser aplicados nas empresas e que esses conceitos nos auxiliarão no entendimento da disciplina. 5.2 Metodologia Científica Abordar metodologia científica, requer entender o conceito de metodologia, método, técnica e processo. CIÊNCIA Qualquer conhecimento ou prática sistemática que deve ser racional, metódico e capaz de ser submetido à verificação. 5.2.1 Metodologia Estudo dos diferentes tipos de métodos com o objetivo de escolher o mais adequado para a situação. É uma explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no caminho de pesquisa, ou seja, do método. 5.2.2 Método Método é uma palavra de origem grega e corresponde à palavra META, que significa “além de” e HODOS que significa “caminho”. Portanto, método significa “o caminho para se chegar a um ponto além do caminho” (CAMPOS, 1992). Em outras palavras, método é um conjunto de princípios estipulados para a execução de processos de trabalhos ou atividades. O método delimita o modo que vai ser usado para se alcançar um objetivo, é a maneira com a qual as ações serão coordenadas. 5.2.3 Técnica Conhecimento necessário para se aplicar determinada tarefa. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 18 5.2.4 Processo Conjunto de atividades realizadas para se alcançar determinado objetivo. É a maneira pela qual se realiza uma operação, segundo determinados métodos. Figura 6 - Esquema Resumido da Metodologia Científica Por mais repetitivas e confusas que essas definições pareçam ser e por mais complicado que pareça implantar isso no dia-a-dia das empresas, muitas vezes utilizamos essa maneira de pensar automaticamente na resolução de problemas. O que devemos fazer é compreender o fluxo científico da busca por conhecimento e vermos que a aplicação de métodos, técnicas e processos é simples, podendo ser aperfeiçoada através da prática. 6 MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS Todos os conceitos vistos na seção Metodologia Científica foram aplicados na criação de métodos já largamente utilizados por administradores. Todos eles seguem um fluxo lógico e simplificado que busca atender todas as etapas de um trabalho, diminuindo, assim, a probabilidade de que informações importantes sejam esquecidas. Um método de OSM tem que possuir seguintes etapas: planejamento; levantamento de dados e informações; análise e seleção de alternativas; proposta e implementação de alternativas e avaliação e ampliação de melhorias. 6.1 Planejamento É a primeira etapa da definição de um projeto onde serão delimitados o objetivo, o escopo de trabalho, as metas, o cronograma e as responsabilidades. 6.2 Levantamento de Dados e Informações Nessa etapa serão buscadas as informações necessárias para a realização do projeto bem como a situação atual do problema e custos envolvidos. 6.3 Análise e Seleção de Alternativas Aqui serão analisadas as diferentes alternativas propostas para resolução do problema, a fim de encontrar a que se encaixa no perfil necessário da empresa e que dará um resultado melhor. Ciência Metodologia Método Técnica Processo QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 19 6.4 Proposta e Implementação de Alternativas É implementada a alternativa selecionada, conforme o planejamento prévio. 6.5 Avaliação e Ampliação de Melhorias São analisados os resultados das mudanças e se há necessidade de novas alterações ou se o projeto foi bem-sucedido. 6.6 Exemplos de Métodos Falaremos, a seguir, de alguns tipos de métodos existentes e aplicados na administração. Porém, será dado foco a um método em específico, conhecido e de fácil compreensão, que segue todas as premissas metodológicas estudadas. 6.6.1 O Método PDCA O PDCA é um método gerencial interativo de gestão com quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. Vem do inglês plan, do, check, act (PDCA), que significa planejar, executar, verificar, agir. É também chamado de círculo/ciclo/roda de Deming. Esse método viabiliza o gerenciamento científico da organização, ou seja, utiliza as bases científicas para criar um método de fácil aplicação em praticamente qualquer processo dentro de uma empresa (Falcconi, 2009). O método PDCA é utilizado, geralmente, quando há metas de melhorias, das quais é a melhor forma de gestão, de persistência nos resultados planejados. Existem dois tipos de metas que se procura atingir em qualquer organização: Resultados que desejamos melhorar; Resultados que desejamos manter. Nos dois casos se utiliza o PDCA, porque qualquer resultado que se melhora deve imediatamente ser estabilizado nas operações do dia-a-dia por meio da padronização e do treinamento no trabalho. Provavelmente, você já ouviu falar dele na sua empresa. Figura 7 - Ilustração Método PDCA Plan (planejar) o Identificar o problema; o Onde se quer chegar, meta = objetivos + valor + prazo; o Definir os meios para se chegar lá. Do (executar) o Treinar as pessoas, sempre que necessário; o Executar o que foi planejado. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 20 Check (verificar) o Verificar os resultados obtidos e a execução do plano. Act/Action (agir) o Padronizar o resultado quando o planejado for atingido; o Agir sobre as causas, caso o planejado não tenha sido atingido (açãode correção). Como vimos, ele utiliza os mesmos princípios, porém de maneira mais clara e simplificada. Abaixo, vemos um modelo de como pode ser aplicado o método PDCA. Quadro 2 - Exemplo de Aplicação do Método PDCA OBJETIVO TÍTULO DO RESULTADO BUSCADO P RESULTADOS INDICADOR Forma pela qual os resultados serão medidos VALOR Expressão numérica do indicador (quanto) MEIOS MÉTODO Como RECURSOS Materiais ($) Tempo (Horas homem) Apoio Técnico D CAPACITAÇÃO Habilitação, treinamento, inclui motivação. EXECUÇÃO Inclui: Medição Ajustes durante a execução C VERIFICAÇÃO Comparação do resultado real com a faixa de valores planejada. A AÇÃO CORRETIVA Sempre que possível, deve-se procurar aprimorar o processo, atuando-se sobre causas fundamentais da anomalia. A etapa mais importante do PDCA é o estabelecimento dos resultados objetivados. Esses resultados devem ser compatíveis com a capacidade do processo. No estabelecimento dos métodos, deve-se envolver as pessoas que vão executar a tarefa não apenas porque é a melhor forma de comprometê-las com os resultados, mas porque são pessoas que sabem muito a respeito. O plano da rotina são os padrões que se relacionam com os resultados dos processos e com as respectivas tarefas. Ao executar o treinamento, devem-se ter metas claras a atingir. Para garantir os resultados do treinamento, é preciso revitalizá-los periodicamente com a auditoria de padrões. Ao longo da execução, o operador deve ter um “itinerário” pelo qual se orientar. São os parâmetros de controle do operador, que o orientam para efetuar ajustes necessários. Nessa etapa, são gerados os resultados. Cabe ao operador verificar os resultados do trabalho e alertar para ocorrência de anormalidades. Cada sistema tem, pelo menos, uma função e cada função gera, pelo menos, um indicador. Assim, podemos entender que o problema é uma disfunção do sistema. Ou seja, por algum motivo (causa) o sistema não está cumprindo com sua função. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 21 Por fim, além de eliminar os efeitos do problema, devem ser tomadas ações corretivas para eliminar as causas dos mesmos, ou para incorporar melhorias ocorridas por acaso. Encerradas todas as fases do ciclo, é possível recomeçar outro ciclo PDCA, de modo a angariar continuamente melhorias. Uma sequência PDCA poderá dar início à outra, imediata e sucessivamente, criando-se um ciclo virtuoso de manutenção e progressão de resultados no gerenciamento e produção de trabalho. Durante o acompanhamento do PDCA, geralmente são utilizadas algumas ferramentas para identificação do problema ou meta a ser alcançada, medição da questão, comparação, entre outras necessidades. Essas ferramentas são adaptadas e utilizadas de acordo com a empresa, o produto e o resultado a ser atingido. As mais comuns são: reuniões tipo brainstorming ou brainwriting; diagrama de pareto; diagrama de causa e efeito; histograma; diagrama de árvore; fluxograma, diagrama de relação; diagrama de dispersão; check list; plano de ação. 6.6.2 Formulário 5W2H O método PDCA utiliza um formulário de simplificação do planejamento que nos ajuda a sistematizar o problema e transformá-lo em algo visível, algo que possa ser solucionado. Figura 8 - Formulário 5W2H Esse formulário chama-se 5W2H e também é comumente utilizado nas empresas, poderá ser utilizado 5W1H. Abaixo seguem detalhes das etapas. Questões do Formulário What? (O quê?): o que deverá ser feito, quais as ações que terão de ser tomadas? Who? (Quem?): quem será responsável por essas ações? Pode ser uma equipe, mas geralmente é uma pessoa quem dará resposta sobre essa ação. What? O que? When? Quando? Who? Quem? Where? Onde? How? Como? Why? Por quê? or que ? How much Quanto? QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 22 When? (Quando?): qual o cronograma de realização dessa atividade? Qual a perspectiva de entrega? Where? (Onde): onde será realizada a tarefa? Dentro da empresa? No setor? Ou será necessário viajar? Why? (Por quê?): por que a tomada dessa ação resultará em benefício para empresa? Ela é realmente necessária para o projeto? How? (Como?): como serão realizados os planos, quais as ferramentas que serão utilizadas? How much? (Quanto?): qual o custo que terá para a empresa? Esse custo irá se transformar em futuros lucros para a empresa? Se todas essas perguntas forem respondidas de maneira completa e clara, a probabilidade de sucesso do planejamento será bem maior. Também ficará mais fácil de tomar uma decisão de aceitação ou não do projeto, considerando que as características decisórias dele estarão todas bem representadas. Quadro 3 - Exemplo de Aplicação do Método 5W1H (chegar no horário) O que? Evitar não acordar ou acordar tarde. Evitar perder o transporte. Ficar preso no tráfego. Quem? Eu. Eu. Eu. Quando? Diariamente. Diariamente. Diariamente. Onde ? Em casa. Na rua. Na rua. Como? Verificar o funcionamento e a regulagem do despertador. Verificar os horários dos ônibus. Verificar a existência de táxi. Sair mais cedo em dias de chuva. Por quê? Para não atrasar as demais tarefas. Para evitar chegar atrasado. Para evitar chegar atrasado. Obs.: nesse caso, não tem o How Much, por isso 5W1H. 6.6.3 Outros Métodos Falamos do método PDCA porque ele representa, claramente, os objetivos buscados através de uma metodologia de OSM. No entanto, existem diversos outros modelos que utilizam as mesmas etapas para formulação, porém com focos e desenvolvimentos diferentes. Daremos alguns exemplos ilustrativos, pois para a compreensão de cada um deles, é necessário maior tempo e aprofundamento, por serem métodos mais detalhados e complexos. 6.6.4 Modelo Mental É uma técnica utilizada para simular comportamentos culturais da nossa mente na realização de planejamentos e estratégias, buscando, dessa forma, dar respostas rápidas e lógicas para problemas sejam pequenos ou grandes. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 23 Figura 9 - ilustração do modelo Mental 6.7 QFD Vem do inglês Quality Function Development, ou seja, Desdobramento da Função Qualidade. Ele é utilizado como forma de relacionamento entre as necessidades dos clientes e as funções do produto existente, de maneira que sejam observadas quais as características fundamentais e quais os pontos que devem ser trabalhados. Figura 10 - Ilustração do Modelo QFD 6.7.1 Diagrama de Ishikawa Bastante conhecido na administração, é também chamado de “espinha de peixe”. O diagrama de Ishikawa busca compreender, principalmente, problemas de produção através da regressão de etapas, buscando alcançar exatamente o foco do problema e resolvê-lo. Figura 11 - Ilustração do Modelo de Ishikawa 1 2 3 5 6 QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 24 6.7.2 Diagrama de Relacionamento É utilizado mais por analistas de informática, por sua visão de engenharia de software. Busca demonstrar o comportamento computacional de necessidades reais de uma empresa. Através dele, conseguimos compreender melhor o funcionamento de um sistema de informática, visualizandosuas entradas, saídas e processos. Figura 12 - Exemplo do Diagrama de Relacionamento Esses são apenas alguns exemplos que buscaram ser bastante diversos entre si, mesmo que todos partam dos mesmos pressupostos. Existem milhares de ferramentas diferentes e cabe ao analista de OSM decidir qual se aplicará melhor à necessidade da sua empresa. 6.8 Objetivos dos Métodos Os métodos objetivam o seguinte: aumentar a produtividade; reduzir os custos; integração das áreas; melhoria da comunicação; fornece novas e melhores soluções para problemas antigos. Todos esses benefícios são facilmente observáveis quando existe um método bem realizado, lembrando sempre que depende muito da aceitação do projeto pelos colegas e pela empresa, pois mesmo que a mudança seja benéfica, existe sempre resistência à mudança, especialmente quando ela é desconhecida. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 25 6.9 Detalhamento dos Métodos Para se detalhar os métodos, se faz necessário planejar e executar. 6.9.1 Planejamento Nessa fase é importante questionar o seguinte: Por que escolher tal método? O método possui os requisitos necessários para atingir os objetivos? Existe disponibilidade de recursos (tempo, dinheiro, conhecimento) suficientes para que os métodos sejam aplicados de forma eficiente? 6.9.2 Execução A exemplo da fase anterior, também é importante alguns questionamentos: O método está de acordo com o planejado? Foram verificados possíveis erros no planejamento/execução? O método deve ser constantemente revisto, pois sempre pode ser melhorado. 6.10 Atividades em OSM Atualmente as empresas não possuem um departamento de OSM, mas independentemente da existência de um departamento/setor, as atividades de OSM existem e precisam ser executadas por alguém. Tais responsabilidades poderá ser demandada aos profissionais de cargos estratégicos, táticos e operacionais. As atividades consistem em: Definir a movimentação de documentos: evitar retrabalho, movimentação lenta ou pouco produtiva. Definir o fluxo de decisões dos sistemas: evitar necessidade de dupla aprovação, de decisões lentas ou de gargalos na produção por causa de falta de decisão. Modificação dos métodos de trabalho: métodos antigos ou ultrapassados devem ser substituídos por novos, diminuindo, assim, o tempo gasto no método ou no planejamento. Ferramentas de análise e gestão de processos: utilizar ferramentas que controlem os processos, podendo dar informações de produção e falhas e, sendo assim, medir a produtividade bem como os custos. Atualização de técnicas administrativas e dos sistemas de trabalho: automatização e atualização de sistemas, técnicas e processos, buscando ganho de tempo e diminuição de custos. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 26 7 INSTRUMENTOS DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES O método escolhido vai depender dos recursos existentes, da necessidade do administrador e também da sua escolha pessoal. Existem três principais tipos: a entrevista, o questionário e a observação pessoal. 7.1 Entrevista Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o(s) entrevistado(s)) em que perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado. No caso de OSM, são feitas perguntas às pessoas que trabalham na empresa buscando informações sobre o seu trabalho e sobre a empresa. 7.1.1 Vantagens Informação obtida diretamente; Dúvidas esclarecidas na hora; Menor risco de interpretação equivocada; Adaptação das questões conforme o respondente, maior flexibilidade. 7.1.2 Desvantagens Dificuldade de registrar todas as informações; Problemas de comunicação podem ocorrer; Processo lento e que consome mais recursos. 7.1.3 Planejamento Selecionar entrevistados; Preparar questionário aplicável ao entrevistado/situação; Isolar possíveis focos de desatenção; Evitar a realização de uma entrevista maçante e pouco objetiva. 7.1.4 Execução Procurar ser o mais amistoso possível com o entrevistado; Não fugir do tema ou do roteiro traçados; Deixar o entrevistado falar livremente pode fornecer outras informações úteis, além das previstas; Evitar ser tendencioso ou deixar o entrevistado receoso; Aceitar sugestões e opiniões do entrevistado. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 27 7.2 Questionário Questionário é uma técnica de investigação composta por um número grande ou pequeno de questões apresentadas por escrito que tem por objetivo propiciar determinado conhecimento ao pesquisador. Diferencia-se da entrevista – na qual as perguntas e respostas são feitas de maneira oral. 7.2.1 Vantagens Tem uma realização mais fácil e menos custosa que entrevista; Mais indicado quando existem dados simples e em grande quantidade a serem analisados; Anonimato pode fornecer informações que não seriam normalmente respondidas na entrevista; Possibilidade de amostragem maior. 7.2.2 Desvantagens Dificuldade de motivação; Podem surgir dúvidas que não poderão ser esclarecidas; Informações podem vir incompletas. 7.2.3 Planejamento Preferência para questões objetivas (se houver necessidade de qualitativas, em pouca quantidade); Cuidar o tamanho dos questionários, evitando questionários muito longos; Usar linguagem clara, evitar interpretações; Realizar pré-teste para validação. 7.2.4 Execução Estar disponível para esclarecer possíveis dúvidas; Colocar tempo máximo para preenchimento do questionário; Aceitar sugestões e críticas de melhoria. 7.3 Observação Pessoal A observação é uma das etapas do método científico. Consiste em perceber, ver e não interpretar. A observação é relatada como foi visualizada, sem que, a princípio, as ideias interpretativas dos observadores sejam tomadas. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 28 7.3.1 Vantagens Possibilita adquirir informações que os respondentes nunca forneceriam numa entrevista; Não é necessário tirar o respondente do seu trabalho; Maior flexibilidade de tempo; Pesquisador observa diretamente os fatos, evitando intermediários. 7.3.2 Desvantagens Caso Hawthorne; Viés do pesquisador. 7.3.3 Planejamento Saber de antemão o que deve ser observado; Adequar as ferramentas para registro da observação; Alinhar a relação do observador e do observado previamente; Planejar o tempo que será necessário para obterem-se as informações desejadas. 7.3.4 Execução Anotar a sequência das atividades; Fotografar/filmar o ambiente e os principais momentos; Colher os modelos de documentos usados e gerados. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 29 AULA 3 8 CONCEITO DE LAYOUT É o arranjo físico de uma disposição de objetos, seja um escritório, fábrica ou outro. Num primeiro momento, esse arranjar ou rearranjar das várias máquinas ou equipamentos serve como forma de se obter uma disposição mais agradável. O layout ganha em complexidade quando se trata do fluxo de produção num escritório ou, principalmente, numa fábrica, onde ele é vital parao correto funcionamento da linha de produção. Buscando compreender melhor o funcionamento de um layout, estudaremos os objetivos de um layout, as técnicas utilizadas e os diferentes tipos de layout. Figura 13 -Imagem de Layouts – Escritório Figura 14 - Imagem de Layouts - Fábrica 9 OBJETIVOS DE UM LAYOUT Para propor uma mudança de layout ou até mesmo criar um novo layout, é importante ter bem claro quais são seus objetivos. 9.1 Otimizar condições de trabalho Muitas vezes nos deparamos com escritórios desarrumados, documentos fora de lugar, pessoas em lugares pouco confortáveis. Faz parte do processo de layout buscar melhores maneiras de distribuir pessoas e objetos, de modo a buscar o meio mais adequado para todos. 9.2 Racionalizar fluxos de fabricação ou de tramitação de processos Um fluxo de produção tem de ser o mais linear possível, evitando locomoção de pessoas ou de insumos desnecessariamente. A mesma ideia serve para processos: devemos buscar reduzir todo e qualquer tempo de transporte de documentos na empresa, pois essa redução vai resultar em melhor produtividade. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 30 9.3 Aproveitar o espaço útil e disponível Muitas vezes, temos espaços ociosos num escritório ou numa fábrica e cabe ao desenho de layout encontrar utilidade para esses espaços, evitando, assim, o desperdício de algo que pode ser útil para a empresa. 9.4 Minimizar movimentação de produtos, pessoas, materiais e documentos Num escritório ou numa fábrica, existe intensa movimentação de pessoas, materiais e documentos. Essa movimentação, caso não seja coordenada, pode ocasionar perda de tempo e, inclusive, acidentes. Por isso, o projeto de layout é fundamental na melhor disposição física das empresas, e consequentemente, na qualidade do trabalho. 10 ETAPAS DE UM PROCESSO DE LAYOUT Um projeto de layout deve passar por diversas etapas de desenvolvimento para que suas chances de ser bem-sucedido aumentem. Essas etapas são o levantamento; revisão do levantamento; planejamento da solução; crítica ao planejamento e controle dos resultados. 10.1 Levantamento Fase onde o projetista deve levar em conta todas as áreas, pessoas e processos que serão afetados pelas mudanças. Para que isso seja feito, devem ser analisadas a estrutura física, a documentação relativa ao sistema em estudo, os fluxos e os processos estudados. 10.2 Revisão do Levantamento Examinar as principais dificuldades encontradas no levantamento, confrontando o projeto com a solução atual, buscando encontrar soluções para essas dificuldades. 10.3 Planejamento da Solução É o planejamento da intervenção, buscando atender à necessidade de todos os envolvidos. O planejamento será vital para a realização dos próximos passos, para comparar com o resultado final e, assim, verificar se as metas foram alcançadas. 10.4 Crítica ao Planejamento O planejamento é apresentado aos usuários do novo layout, para que os mesmos possam dar contribuições e críticas buscando a melhoria do mesmo. Esse período de troca QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 31 de ideias e feedback é fundamental para que, no momento de implantação do layout, as pessoas estejam à vontade com o processo e colaborem com a mudança. 10.5 Controle dos Resultados Nessa etapa, o projetista deve acompanhar a implantação do novo layout, buscando encontrar eventuais erros ou melhorias a serem implementadas. É bem comum que a implantação não saia de acordo com o previsto, então é importante ter flexibilidade e agilidade para se adaptar às necessidades que podem surgir. 11 TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO DE UM LAYOUT Existem algumas informações e ferramentas que serão de grande auxílio na elaboração de um layout. São elas: desenho ou planta baixa da área disponível; gabaritos ou modelos dos itens físicos; estabelecimento de padrões; maquetes, desenhos, utilização de ferramentas de software especializadas. O processo de criação de layout pode ser realizado todo por escrito, porém é um tipo de estudo no qual a visualização do projeto e do resultado facilitam a compreensão e visão geral do objetivo, propiciando maior facilidade de desenvolvimento e implantação. Evitar no layout: redundância de atividades; excessiva manipulação de papéis, peças e processos; deslocamentos desnecessários. 12 TIPOS DE LAYOUT Os layouts podem ser de fábrica ou de escritório e cada tipo tem seus desdobramentos, conforme segue: 12.1 Layout de Escritório O layout de escritório, como o nome mesmo diz, é voltado, principalmente, para o arranjo físico de escritórios de empresa, mas pode ser adaptado para diversos tipos de arranjos físicos. Buscamos evitar, com o layout de escritório, redundância de atividades, excessiva manipulação de papéis, peças, processos e deslocamentos desnecessários. É comum encontrar, nas empresas, escritórios pouco eficientes e excessivamente burocráticos. Através do estudo de layout e planejamento, podemos observar Figura 15 - Exemplo de Layout de Escritório QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 32 pequenas melhorias no fluxo do escritório que, ao longo do tempo, podem significar ganhos substanciais de rendimento. 12.1.1 Pontos Básicos do Ambiente Organizacional Trabalho deve seguir um fluxo contínuo e para frente; Órgãos e pessoas com funções similares e relacionadas devem ser colocados perto uns dos outros; Padrões de espaço de acordo com a necessidade de trabalho e conforto dos empregados; Móveis e equipamentos de tamanho uniforme. Todos esses tópicos parecem simples numa primeira vista, mas estudá-los de maneira científica e metódica buscando melhores soluções pode se tornar uma tarefa trabalhosa, especialmente devido ao foco que deve ser dado aos pequenos detalhes. 12.2 Layout de Fábrica O layout de fábrica é menos voltado para processos burocráticos. Seu foco é principalmente no fluxo de produção, portanto as decisões devem ser tomadas pensando na maneira mais prática e segura de se produzir. 12.2.1 Passos para Criação de um Layout de Fábrica Estudar o programa de produção; Fazer uma relação de materiais e estoque envolvidos no processo; Relacionar os diferentes processos na criação do produto final; Estimar capacidade necessária, tanto presente quanto capacidade futura; Situar os setores de produção de maneira lógica, estabelecendo um fluxo progressivo de produção; Reservar espaço de sobra para eventuais necessidades; Os intervalos de tempo devem ser levados em consideração. O layout de fábrica exige uma compreensão extensa do processo e do produto, pois o arranjo físico, nesse caso, está diretamente ligado ao resultado da produção. É importante que todos os envolvidos no processo participem e deem ideias para o projeto, evitando, assim, que uma solução para um problema acabe se tornando um novo problema. Existem dois tipos de layout de fábrica, o layout por processo e o layout por produto. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 33 12.2.2 Layout por Processo O agrupamento é feito de acordo com a natureza da operação que é executada. Em organizações mais complexas, com diversas áreas envolvidas no processo de produção, esse tipo de layout facilita a comunicação entreas áreas, evitando processos em duplicidade. Vantagens: Flexibilidade para suportar a flutuação da demanda; Custos mais baixos de manutenção e separação de materiais; Maior controle sobre a produção; Reduz a necessidade de duplicação de máquinas. O layout por processo exige um planejamento demorado e minucioso, porém possibilita controle total sobre a produção e estoques, possibilitando que a fábrica funcione com o mínimo de maquinário possível. Desvantagens: Exige maior inventário de estoque; Podem ocorrer gargalos; Maior necessidade de controle e planejamento. Por ser um layout mais enxuto, perde em flexibilidade e agilidade. Problemas com estoque ou na produção podem gerar paradas ou gargalos. Um planejamento robusto e controles diários devem ser feitos para evitar perda de produção. Figura 16 - Exemplo de Layout de fábrica – por processo Na figura 16, vemos os diferentes passos para cada processo. Cada linha de fluxo (seta) faz parte da produção de um item diferente. Diversos produtos passam por processos em comum enquanto produtos diferentes seguem fluxos diferentes. Linha A – FresagemTornoFuradeirasSoldaAbrasivosInspeção. Linha B – FuradeirasSoldaTêmperaAbrasivosGalvanoplastiaInspeção. Podemos ver que processos como furadeiras, solda e inspeção são comuns para ambas as linhas. Processos como galvanoplastia e torno são necessários apenas para A B QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 34 alguns tipos de produção. Nesses casos, o layout por processo é o mais indicado, pois facilita a visualização dos diferentes processos. 12.2.3 Layout por Produto É um layout usado quando o processo de produção é contínuo. Fábricas em que a linha de produção é exclusiva para um produto utilizam esse tipo de layout para facilitar o planejamento da linha de produção. Vantagens Minimiza o transporte de materiais entre seções; Reduz o tempo do ciclo de produção; Reduz inventários; Economia de espaço físico; Automatiza o controle de produção; Por ser um layout mais especializado, consegue reduzir, consideravelmente, o ciclo de produção. Desvantagens Falta de flexibilidade para atender a modificações substanciais no desenho do produto ou à variação na demanda; Manutenção e reparos onerosos quanto à ociosidade; Exige planejamento complexo. Ele exige maior gasto com máquinas e pessoal, visto que cada produto terá uma linha de produção. Figura 17 - Exemplo de Layout de Fábrica – por produto Um exemplo prático é a linha de produção automobilística. Digamos que o produto A é um carro de um modelo popular, enquanto que o produto B é um carro de luxo. Cada um deles terá uma linha de produção individual, não podendo compartilhar processos com o outro modelo. Ambos passam pelos mesmos processos, porém cada processo é ajustado exclusivamente para aquele tipo de carro, não podendo ser utilizado em outros modelos. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 35 AULA 4 13 ANÁLISE DE ROTINAS A análise de rotinas é o foco principal do estudo de OSM. Existem várias maneiras diferentes de se fazer essa análise. O objetivo é ter um papel crítico do funcionamento da empresa, sendo que o menor detalhe pode fazer a diferença. Deve ser elaborado um diagrama ou representação gráfica do fluxo de processo. Esse diagrama é denominado fluxograma, pois permite uma visão completa do fluxo de maneira clara e precisa, facilitando a análise da situação. 14 FLUXOGRAMA É uma representação gráfica do fluxo do processo existente na empresa. Utilizando símbolos previamente convencionados, permitindo a descrição clara e precisa desse fluxo ou sequência de um processo, bem como sua análise e redesenho. 14.1 Objetivos e técnicas Quando se efetua um fluxograma, é importante ter bem claro quais são os objetivos e, a partir de então selecionar a melhor técnica. Responder algumas perguntas auxilia nessa etapa. Quais operações são realizadas? Onde elas são realizadas? Por quem são realizadas? Quais as entradas e saídas? Qual o fluxo das informações? Quais os recursos empregados no processo? Qual o volume de trabalho? Qual o tempo de execução, parcial e total? QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 36 Figura 18 - Exemplo de um Fluxograma (em bloco) de um Processo de Venda 14.2 Vantagens Descrevem qualquer tipo de processo, por mais complexo que seja; Permite ampla visão do processo estudado; Descreve o funcionamento de todos os componentes do processo; Possibilita identificação de falhas, gargalos, duplicidade de procedimentos e outros problemas; Possibilita análise e proposição de melhorias; Permite fácil atualização. Os fluxogramas possuem uma simbologia universal e própria, conforme figuras 19 e 20. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 37 Figura 19 - Símbolos principais de Fluxograma Figura 20 - Exemplos de alguns outros símbolos de fluxograma O fluxograma, assim como outras ferramentas de OSM, utilizam os mesmos princípios básicos de metodologia científica, o que diverge são os focos de aplicação das técnicas. Através do fluxograma, podemos identificar todas as tarefas que englobam nossos objetivos, podendo, assim, dividir mais claramente funções e responsabilidades. O fluxograma pode ser usado desde a descrição de organizações complexas até para situações do nosso dia-a-dia. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 38 14.3 Tipos de fluxogramas Existem, basicamente, dois tipos: vertical e horizontal, com suas variações. 14.3.1 Fluxograma vertical Mais utilizado em processos produtivos (tipo linha de produção); Pode ser dividido um grande processo em vários outros menores e mais simples; Pode ser impresso como formulário padronizado; Rapidez no preenchimento, clareza na apresentação e facilidade de leitura. No fluxograma vertical, as atividades são colocadas uma abaixo da outra, seguindo uma ordem lógica. Os símbolos representam os diferentes tipos de atividade e a unidade organizacional representa o setor responsável pela tarefa. Segue a seguir um modelo preenchido. Ainda é possível mesclá-lo, tornando-o vertical e horizontal. Figura 20 - Exemplos de Fluxograma Vertical MATTOS, Alexandre M de. Op. Cit. Nogueira de. Organização e métodos. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1982 citado por ARAUJO, Luis Cesar G de. Organização, Sistemas e Métodos e as tecnologias de gestão organizacional. SP, Atlas 2011, pg 41. QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – CURSOS TÉCNICOS Coordenação Técnica – Núcleo de Ensino Pág. 39 Figura 21 - Exemplos de Fluxograma Vertical e Horizontal MATTOS, Alexandre M de. Op. Cit. Nogueira de. Organização e métodos. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1982 citado por ARAUJO, Luis Cesar G de. Organização, Sistemas e Métodos e as tecnologias de gestão organizacional. SP, Atlas 2011, pg 41. 14.3.2 Fluxograma horizontal Melhor usado para descrever um processo administrativo; Símbolos e convenções são previamente definidos;