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Áreas do Sistema Nervoso Central e Emoções

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Áreas do Sistema Nervoso Central relacionado às Emoções e Sistema Límbico
As estruturas do SNC possuem particularidades relacionadas com as emoções, gerando assim estímulos sensoriais. Contudo, existem áreas que estão ligadas somente à função emocional e outras que, além da função emocional, possuem funções motoras, sensitivas etc. 
Uma área relacionada apena com funções emocionais, ou seja, uma área específica do sistema nervoso que é constituída por neurônios que sintetizam emoções compõem o Sistema Límbico. 
Lembrando que: no giro pré-central os neurônios estarão trabalhando com a função motora; no giro pós-central os neurônios estarão trabalhando com a função sensitiva; no tronco encefálico, uma lesão ou inflamação na região pirâmide bulbar pode afetar as vias motoras.
História das emoções:
Aristóteles: dizia que as emoções eram geradas pelo coração.
Hipócrates: disse que as emoções eram geradas pelo sistema nervoso central.
Classificação em “áreas” para facilitar o estudo:
Área 1 – É a área responsável por gerar as emoções (áreas 2ºdárias e 3ºárias). Se o indivíduo lesionar essa área ele não será capaz de formar emoções. Representada pela área pré-frontal.
Área 2 – É a área que irá receber as emoções geradas pela área 1. Por meio de uma aferência de informações, recebe e passa por um circuito fechado (Papez) – ocorre o processamento da emoção. Representada pelo Sistema Límbico.
Área 3 – Local onde serão expressas as emoções emitidas, por meio de uma eferência as informações chegam a seu destino de execução. Nesse momento são expressas as emoções. Representado por uma resposta periférica.
Conclui-se então que: as emoções geradas pelas áreas 1 e 2 do sistema nervoso serão expressas devido a área 3, por meio de uma expressão proveniente de uma resposta periférica. 
Obs. – o centro relacionado com essa área (onde emergem os nervos cranianos) responsável pela manifestação das emoções periféricas das emoções localiza-se no tronco encefálico. 
Qual a relação do sistema nervoso central com o sistema nervoso periférico? As emoções circulam por um circuito, onde as áreas 1 e 2 do sistema nervoso central geram a emoção, que será expressa pela área 3, componente do sistema nervoso periférico.
Existem três tipos de estímulos: motores, sensitivos e também os estímulos sensoriais. Os estímulos sensoriais são aqueles elaborados pelos corpos celulares, conduzidos por axônios e que chegam até outros corpos celulares. São relacionados estritamente a áreas psíquicas.
Componentes da Emoção
Existem elementos que elaboram as emoções e outros que as demonstram.
Componentes Centrais (subjetivos) 
São os componentes relacionados com a gênese do estímulo sensorial. Esses estímulos tem origem em áreas de associação secundárias e terciárias do telencéfalo, eles são provenientes de lembranças (já que é nessas áreas que fica armazenada).
As áreas terciárias são chamadas supramodais por não recebem ordem de nenhuma outra área, mas comandarem as outras. São de muito difícil tratamento: a única maneira de interferir nelas é através dos neurotransmissores (mecanismo pelo qual funcionam). As áreas primárias não se encaixam em áreas geradoras. Elas são comandadas pelas áreas secundárias e terciárias.
Os componentes centrais compreendem a área pré-frontal (exceto giro pré-central), o tálamo, o hipotálamo, elementos límbicos (são elementos centrais e estão ao redor do corpo caloso, sendo que estão relacionados apenas com as emoções) e o tronco encefálico.
Área pré-frontal: compreende o lobo frontal exceto o giro pré-central, que é área primária. Responsável por elaborar emoções e esta relacionada à concentração, aprendizado, comportamento, raciocínio e memória.
Tálamo: mais precisamente, o núcleo anterior. Responsável por regular o comportamento emocional.
Hipotálamo: no corpo mamilar: responsável por controlar os processos motivacionais à sobrevivência (sede, fome e sexo...), controlar o sistema endócrino e as vísceras (S.N.A). Considerado um “Braço executivo” (coordena as manifestações periféricas).
Tronco Encefálico: constituem essa parte – núcleos dos nervos cranianos; entro respiratório e vasomotor; formação reticular (via mesolímbica). Possui um papel efetuador sobre a expressão das emoções.
Sistema Límbico: relacionado ao prazer geral. Suas estruturas se localizam ao redor do corpo caloso e são elas: Giro do cíngulo; Hipocampo; Fórnice; Corpo mamilar; Núcleo anterior do tálamo; Cápsula interna; Giro para-hipocampal; Amígdala. 
As estruturas que formam o sistema límbico podem ser divididas em componentes corticais e componentes subcorticais. Os componentes corticais são: giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo (com o fórnix e o corpo mamilar). E os componentes subcorticais são: corpo amigdaloide, área septal, núcleos mamilares, núcleos anteriores do tálamo e núcleos habênulas.
Obs. – esses componentes do sistema límbico são aqueles que apenas geram emoção, sem outras funções e atuam diretamente no circuito de Papez. As áreas secundárias e terciárias elaboram as emoções, que são enviadas para o circuito de Papez (sistema límbico) e que depois passarão para a estação efetuadora da emoção elaborada.
Sistema Nervoso Autônomo e Áreas motivacionais: as áreas emocionais estão ligadas às motivacionais - áreas relacionadas às necessidades essenciais a sobrevivência do indivíduo (centro de controle da sede, medo, fome, sono, sexo...) - e autonômicas. Logo, há uma interligação na qual uma emoção pode interferir na motivação de um indivíduo ou nas estruturas controladas pelo sistema nervoso autônomo (glândulas, musculo liso e músculo cardíaco).
Componentes Periféricos
Têm como função expressar a emoção, ou seja, efetuar o comportamento emocional, através da atividade motora da face e vísceras. Isso é possibilitado através da ativação do tracto córtico-espinhal, nervos espinais (permite a atividade motora dos membros) e ativação córtico-nuclear dos nervos cranianos e cerebelo. 
Em resumo: é quem executa as emoções. Vias emocionais utilizadas: tratos, fascículos e lemniscos que transmitem a emoção.
	Observação sobre memória (Amnésias):
Informações recentes são armazenadas no hipocampo. Lesões nessa área podem causar amnésia anterógrada: o indivíduo se esquece de coisas recentes.
Informações em longo prazo são armazenadas em áreas terciárias e secundárias pré-frontais. Lesões nessa área podem causar amnésia retrógrada, na qual não se lembram de memórias.
Conexões do Sistema Límbico
Conexões são necessárias para que as emoções possam ocorrer. Existem dois tipos de conexões: as intrínsecas (Circuito de Papez) e as extrínsecas (aferentes e eferentes).
Conexões Intrínsecas – são conexões integrativas estre as estruturas límbicas. Elas formam um circuito, que recebe o nome de Circuito de Papez, composto pelas seguintes estruturas (em sequência): hipocampo; fórnix; corpo mamilar; fascículo mamilo-talâmico; núcleo anterior do tálamo; cápsula interna; giro do cíngulo; giro para-hipocampal; hipocampo. 
Responsável por manter, aumentar ou diminuir as sensações da emoção. Começando e terminando sempre no hipocampo. A dinâmica desse circuito consiste em toda informação elaborada sempre chegar ao giro para-hipocampal e de lá passar para o hipocampo e seguir toda a sequência apresentada acima. 
Obs. – lesões em elementos límbicos geram obrigatoriamente alterações emocionais.
Conexões Extrínsecas – as conexões extrínsecas aferentes são impulsos sensoriais de áreas secundárias e terciárias que chegam até o giro para-hipocampal e desse para o hipocampo, para assim dar início ao Circuito de Papez (o olfato interfere no Circuito de Papez, através da intervenção de estruturas como úncus e giro para-hipocampal). 
As conexões extrínsecas eferentes são as expressões das emoções pelo componente periférico: conexões do sistema límbico com a área septal, hipotálamo, tálamo, epitálamo e formação reticular (feixe prosencefálico medial, fascículo mamilo-tegmentar e estrias medulares do tálamo efascículo retroflexo). 
Obs. – são importantes na formação das emoções por meio de estímulos de neurotransmissores na formação reticular. 
Resumindo, conexões eferentes compreendem o envio de informação do sistema límbico para a região efetuadora (formação reticular no tronco encefálico). As conexões que ativam a formação reticular do tronco encefálico são chamadas de Vias Mesolímbicas e compreendem quatro vias:
Feixe prosencefálico medial: sai da área septal, passa pelo hipotálamo e chega à formação reticular.
Estrias Medulares do tálamo: sai da área septal, chega ao trígono das habênulas (no epitálamo).
Via retroflexa: vai do trígono das habênulas à formação reticular.
Fascículo mamilo-tegmentar: do corpo mamilar vai até a formação reticular.
A via mesolímbica, principalmente entre hipotálamo e formação reticular, é uma via de mão dupla: chegam informações sensoriais na formação reticular e dela saem neurotransmissores de volta. Ou seja, é uma via que vai do hipotálamo à formação reticular e depois volta para o hipotálamo para que possa desempenhar suas funções coordenadoras. Na porção posterior do tronco mesecefálico, aloja-se a formação reticular. Esta estrutura permite a liberação de neurotransmissores para todo o SNC. 
Esses neurotransmissores (serotonina, entre outros), permitem conexões sinápticas em todo o SNC, inclusive nas áreas ligadas a emoção. Uma deficiência na formação reticular pode acometer a área emocional, gerando problemas como a depressão, por exemplo. Dessa forma, o médico pode pedir um fármaco que substitua a ação dos neurotransmissores e promovam o desenvolvimento da emoção.
	Em resumo, a informação é elaborada na área terciária ou secundária, transmitida ao Sistema Límbico através de conexões extrínsecas aferentes, circula pelo circuito de Papez através de conexões intrínsecas e é transmitida para áreas efetuadoras através de conexões extrínsecas eferentes.
Líquor, Meninges e Seios da Dura-Máter.
(observação inicial da aula):
Os seios da dura-máter são espaços entre os dois folhetos ou duas camadas da dura-máter; eles serão revestidos de tecido epitelial, e nele passara o sangue venoso que drenou todo o encéfalo. Além do sangue venoso, em especial um deles, irá receber líquor. Ambos após percorrerem os seios, são drenados para a veia jugular interna. 
Drenagem Encefálica
São dois sistemas: o superficial e o profundo.
Sistema Superficial
Drenam córtex e substancia branca adjacente;
Veias cerebrais superficiais superiores (desembocam no seio sagital superior)
Veias cerebrais superficiais inferiores (desembocam nos seios petroso superior, cavernoso e transverso). 
Sistema Profundo
Drena corpo estriado, núcleos da base do diencéfalo, cápsula interna, grande parte do centro branco medular.
Veia cerebral magna ou de galeno (desemboca no seio reto).
Barreiras Encefálicas
Dispositivos que vão evitar excesso de substâncias tóxicas no sistema nervoso central e também regulam a passagem de neurotransmissores. São formadas por tecido endotelial do sangue. 
Localizada entre o sangue e tecido nervoso – barreira hematoencefálica
Localizada entre o sangue e o líquor – barreira hemoliquórica
Localizada entre o líquor e o tecido nervoso – barreira líquor-encefálica
Funções: impedem a entrada da bilirrubina no SN; impedem a passagem de neurotransmissores como a adrenalina em excesso; proteção contra substâncias que poderiam lesá-lo ou alterar seu funcionamento.
Meninges
São membranas conjuntivas que envolvem o sistema nervoso. São elas: pia-máter, aracnoide e dura-máter.
As meninges são frequentemente cometidas por processos patológicos como infecções (meningites) ou tumores (meningiomas). Obs. – os acessos cirúrgicos se dão por meio delas.
Dura-Máter
Meninge mais superficial, espessa e resistente (paquimeninge); tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, contendo vasos e nervos (por isso é nela que se encontra a sensibilidade intracraniana). 
Ela é formada por dois folhetos (externo e interno), sendo as camadas: periosteal e meníngea. Apenas o interno continua com a dura-máter espinal.
A irrigação da dura-máter (folheto externo) tem sua irrigação própria, pela artéria meníngea média.
O espaço epidural ou extradural, entre o osso e a dura-máter, só aparece em processos patológicos. Ex: é muito comum em pancadas na cabeça ocorrer lesão da artéria meníngea média, provocando um hematoma epidural, pois haverá acúmulo de sangue entre o osso e a dura-máter. 
Pregas da Dura-Máter
Pregas da dura-máter são quando o folheto interno se destaca do externo, dividindo a cavidade craniana em compartimentos. A função dessas pregas consiste em restringir o deslocamento do encéfalo associado à aceleração e desaceleração (quando a cabeça se move). Os compartimentos que se dividem são:
Foice do cérebro
Primeira prega; em corte sagital mediano é possível sua visualização. 
Ela é um septo longitudinal. Logo, consiste num septo vertical mediano em forma de foice, ocupa a fissura longitudinal e divide o cérebro em dois hemisférios cerebrais. 
Tenda (ou tentório) do cerebelo
Segunda prega. Consiste num septo transversal entre o lobo occipital e o cerebelo. Ela divide o cérebro do cerebelo.
Foice do cerebelo
Terceira prega. Situada entre os hemisférios cerebelares, dividindo-os; consiste num septo vertical mediano, situado abaixo da foice do cérebro e à tenda do cerebelo.
Diafragma da sela
Ultima prega da dura-máter. É uma prega que recobre a região onde fica a glândula hipófise. Ela dificulta cirurgias ali realizadas. Localizada no teto da sela turca possui a função de cobrir e proteger a hipófise.
Seios da Dura-Máter
São canais venosos revestidos de endotélio situados entre os dois folhetos que formam a dura-máter. Tem como principal função receber o sangue do encéfalo através das veias cerebrais e receber o líquor depois de circular o espaço subaracnóideo. 
Drenam tudo para as veias jugulares internas (obs. – o sangue proveniente do encéfalo e do bulbo ocular é drenado para os seios da dura-máter e destes paras as veias jugulares internas).
Alguns seios estão dispostos ao longo da inserção das pregas da dura-máter. 
Seios da calota craniana:
Seio Sagital Superior (localiza-se na margem superior da foice; drena para a Confluência dos Seios – torcula). 
Seio Sagital Inferior (localiza-se a margem inferior da foice; drena para o Seio Reto).
Seio Reto (localiza-se no final da foice do cérebro e começo da tenda do cerebelo; drena para a Confluência dos Seios).
Seio Occipital (localiza-se posterior a foice do cerebelo; drena para a Confluência dos Seios).
Confluência dos Seios ou Torcula – recebe a drenagem de todos os seios, com exceção do seio sagital inferior que drena para o seio reto, e do seio transverso que drena para o seio sigmoide (o qual recebe a drenagem da confluência). 
Seio Transverso (localiza-se um de cada lado da Confluência e na inserção da tenda do cerebelo; drena para o seio sigmoide).
Seio Sigmoide (considerado uma continuação do seio transverso; recebe a drenagem da Confluência, e por meio dele drena-se para a veia jugular interna).
 Seios da base do crânio:
Seio esfenoparietal (localizado abaixo da asa menor; desemboca no seio cavernoso).
Seio cavernoso (localizado lateralmente a sela turca. Um dos mais importantes seios da dura-máter. É um seio par, perfurado pela artéria carótida interna e diversos nervos cranianos: oculomotor, troclear, ramo oftálmico e maxilar do nervo trigêmeo e abducente. Drena através dos seios petroso superior e inferior, além de comunicar-se com o seio cavernoso do lado oposto).
Seios intercavernosos (entre os outros seios, no centro da sela turca).
Plexo basilar (localizado na porção basilar do osso occipital).
Seio petroso superior (localizado anteriormente a tenda cerebelar, na porção petrosa; drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide).
Seio petroso inferior (localizado no sulco petroso inferior; drena para a veia jugular interna).
Seios cavernosos e suas particularidades: importânciaclínica
Trígono Perigoso da Face – comunicação da veia facial com a veia oftálmica superior, a qual drena para o seio cavernoso (Tromboflebite do seio cavernoso: infecção do seio; meningite). 
Aneurisma da carótida no seio cavernoso – abaulamento da artéria; má formação que pode causar o AVE, podendo comprimir vários nervos (abducente, oculomotor, facial – com seus ramos maxilar e oftálmico -, troclear). 
Aracnoide 
Abaixo da dura-máter, da qual se separa por meio do espaço subdural, o qual contém pequena quantidade de líquido necessário para a lubrificação das superfícies de contato das duas membranas. Esse espaço, assim como o epidural, só aparece em situações patológicas. Em casos fisiológicos o consideramos como virtual.
Já o espaço subaracnóideo localiza-se abaixo da aracnoide, entre ela e a pia-máter e é o local por onde o líquor circula.
Cisternas subaracnóideas – dilatação do espaço subaracnóideo que contem grande quantidade de líquor. A mais importante é a Cisterna cerebelo medular, é o local de coleta do líquor; localizada abaixo do cerebelo e posterior ao bulbo.
Granulações aracnoides – são “tufos” que penetram nos seios da dura-máter, mais presentes no seio sagital superior; tem como função promover a reabsorção do líquor. 
Hematomas Extradurais e Subdurais
Existem 3 espaços: extradurais, subdurais e subaracnóideo. 
O hematoma extradural é causado por rompimento da artéria meníngea media, a qual é responsável pela irrigação da dura-máter. O sangue fica preso entre o osso e a dura-máter, empurrando o tecido nervoso, podendo causar alterações. 
O hematoma subdural é considerado mais crônico, geralmente causado pela ruptura de veias. Elas podem sofrer rupturas quando estão drenando os seios. Obs. – pessoas mais idosas podem desenvolver tal hematoma (sem explicação concreta para o fato). 
Pia-Máter
Nosso sistema nervoso não tem inervação para dor. Logo, nossas cefaleias, estão relacionadas com as terminações nervosas existentes na pia-máter.
É a meninge mais interna; encontra-se aderida à superfície do encéfalo e da medula. Tem como função proporcionar resistência ao tecido nervoso. 
Líquor
Ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. É um fluido aquoso produzido pelo plexo coroide, dentro dos ventrículos.
Por meio das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo ele chega ao espaço subaracnóideo, circula por todo o SNC e é reabsorvido pelas granulações aracnóideas (principalmente pelo seio sagital superior). 
Tem como função garantir a proteção mecânica do SNC, excreção de substâncias, entre outros.
 Em resumo: Produção nos ventrículos Por meio das aberturas mediana e lateral do IV ventrículo chega ao espaço subaracnóideo circula por esse espaço ao longo de todo o SNC É reabsorvido pelas granulações aracnoides Seio sagital superior Circulação venosa.
Vias Aferentes e Vias Eferentes
Organização Geral do Sist. Nervoso – elaboração de respostas decorrentes de estímulos: informações partem do sistema nervoso sensorial e chegam ao SNC (o qual possui função integrativa, ou seja, recebe, elabora e envia a informação).
Como os estímulos chegam dos receptores ao SNC? Por meio do Nervo Espinal, o qual se responsabiliza por levar até a medula, e essa por meio de vias aferentes leva até o córtex. 
As vias aferentes são, portanto, sensitivas (Giro Pós-central).
Como os impulsos vão dos centros suprasegmentares (córtex e cerebelo) até o órgão efetuador? Os impulsos saem do córtex para o órgão efetuador, que são os músculos, por meio das vias eferentes.
As vias eferentes são, portanto, motoras (Giro Pré-central).
Em resumo: As vias aferentes trazem as informações sensitivas a diferentes níveis do SNC. Assim, as informações sensoriais são integradas para que as vias eferentes levem a resposta motora ao órgão efetor. 
Importância Clínica:
Lesão medular (traumatismo raquimedular, doenças e tumores como ELA – Esclerose Lateral Aguda).
AVE (ave hemorrágico, ave isquêmico, sífilis, ataxia, espinocerebelar, etc.).
Observações: Tratos são conjuntos de axônios que levam uma informação, esses axônios possuem a mesma origem e um mesmo final. Fascículos são tratos mais compactos. 
Respostas Motoras do Sistema Nervoso Somático
Existem três tipos de respostas motoras:
Respostas reflexas (acontecem sempre da mesma forma): são as respostas mais simples, por isso só envolvem uma estrutura do SNC. 
Do pescoço para cima os reflexos são integrados no tronco encefálico; 
Do pescoço para baixo os reflexos são integrados na medula;
Respostas automáticas: envolve a participação de mais de uma estrutura do SNC como o tronco, cerebelo e núcleos da base (para reações de equilíbrio e postura). Além disso, envolvem os movimentos aprendidos. Não envolve o córtex.
Respostas voluntárias: é o único tipo de movimento que possui o envolvimento do córtex cerebral, tronco, medula. São as respostas mais complexas que conseguimos dar, sendo que precisamos pensar para desenvolvê-las. (obs.– alguns movimentos voluntários podem virar um pouco mais automáticos, por exemplo: caminhar).
O neurônio motor superior é representado pelas vias eferentes. Caso ocorra uma lesão, consideramos hipertonia espástica (contração intensa; intenso tônus muscular. A espasticidade apresenta-se clinicamente como um padrão característico em grupos musculares, aumento da responsividade dos músculos ao estiramento e reflexos exaltados, levando a hipertonia muscular) e uma hiperreflexia (condição neurológica caracterizada por atividade aumentada dos reflexos). Quando tal neurônio motor chega à medula passa a ser considerado neurônio motor inferior, representado pelo nervo espinal, se conectando com as vias eferentes. Caso ocorra uma lesão, consideramos hipotonia, hiporreflexia e arreflexia. 
Transporte de informações entre o SNP e os centros de processamento no SNC: os receptores captam e transportam a informação sensorial, que sobem pelas vias aferentes até o SNC, lá são elaborados e enviados pelas vias eferentes para o SNP, músculos e glândulas. 
Elementos das Vias Aferentes
Essas vias levam uma informação sensorial e se conectam com um neurônio receptor até o SNC. 
Receptor trajeto periférico trajeto central Área de projeção para estruturas superiores.
O receptor é específico para cada tipo de sensibilidade. Os receptores se conectam com neurônios, chamados de pseudounipolar, esses realizam o trajeto periférico (nervo espinal e gânglios sensitivos – conexão entre o receptor e a medula espinal).
Depois, a via propriamente dita, chamada de trajeto central, possui fibras que vão se organizar em tratos e realizar a conexão com o córtex. Por fim, existe uma área de projeção cortical, a qual pode ser cerebral ou cerebelar. 
Vias aferentes- são vários neurônios que reúnem os receptores ate o córtex. As cadeias de neurônios são em geral três: pseudounipolar ou neurônio I (encontra-se no gânglio sensitivo), o neurônio II (encontra-se na medula ou tronco encefálico) e o neurônio III (encontra-se no tálamo se projetando para o córtex). Assim, se restabelece o trajeto: 
O neurônio I é sensitivo, seu prolongamento periférico liga-se ao receptor, enquanto o prolongamento central penetra no sistema nervoso central (medula), ligando-se ao neurônio II. O neurônio II localiza-se na coluna posterior da medula ou em núcleos de nervos cranianos do tronco encefálico, conectando-se com o III na área do tálamo.
VIAS AFERENTES
VIA DE DOR E TEMPERATURA – TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL
Encontra-se no funículo lateral da medula espinal. Possuem sensibilidade do tipo dor e temperatura. 
Neurônio I – pseudounipolar; a cabeça encontra-se no gânglio sensitivo (são os gânglios espinais das raízes dorsais) e seu prolongamento adentra na medula, lá ele encontra o segundo neurônio. 
Neurônio II – assim que entram na medula (corno posterior) eles cruzam (pela comissura branca) para o lado oposto (funículo lateral oposto) e sobe chegando ao tálamo, onde estabelecem conexão com o terceiro neurônio. 
Neurônio III–encontra-se no tálamo e lá se projeta para a área somestésica (área sensitiva primária) do córtex cerebral. (obs. – os estímulos dolorosos ascendem contralateralmente pela medula espinal; logo, uma lesão na parte esquerda da medula compromete o lado direito *anestesias dolorosa contralateral*).
VIA DE PRESSAO E TATO PROTOPÁTICO – TRATO ESPINOTALÂMICO ANTERIOR
Carrega informações de pressão e tato protopático (tato mais grosseiro). Ele ascende pelo funículo anterior da medula espinal.
Neurônio I – pseudounipolar; a cabeça encontra-se no gânglio sensitivo e seu prolongamento adentra na medula, lá ele encontra o segundo neurônio. 
Neurônio II – assim que entram na medula (corno posterior) eles cruzam (pela comissura branca) para o lado oposto (funículo anterior oposto) e sobe chegando ao tálamo, onde estabelecem conexão com o terceiro neurônio. 
Neurônio III – encontra-se no tálamo (núcleo póstero-ventral) e lá se projeta para a área somestésica do córtex cerebral. 
 Obs. – segue o mesmo trajeto do anterior, muda apenas o local em que ele ascende que é anteriormente e não lateralmente.
VIAS DE PROPRIOCEPÇÃO 
Propriocepção consciente e inconsciente. Lembrando que propriocepção é a capacidade de percepção do próprio corpo. Dá noção de movimento, intensidade de contração do músculo, percepção articular.
Obs. – A propriocepção inconsciente chega ao cerebelo e ele se responsabiliza por “arrumar” a informação. E a consciente chega direto no córtex cerebral. A inconsciente possui apenas dois neurônios, enquanto a consciente possui três. 
FASCÍCULO GRÁCIL E CUNEIFORME:
A propriocepção consciente nos dá informações, por exemplo, relacionadas à localização de nosso corpo, mesmo quando estamos de olho fechado. Ela carrega duas vias:
Tato epicrítico (tato mais fino e mais sensível; consegue reconhecer objetos a partir do toque com as mãos) 
Sensibilidade vibratória (fascículo grácil e cuneiforme; testado com o diapasão; uma particularidade dessa via é que ela cruza no bulbo). 
Neurônio I – localizados nos gânglios sensitivos (espinais nas raízes dorsais).
Neurônio II – localizados nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo; seus axônios cruzam para o lado oposto.
Neurônio III – encontra-se no tálamo e projeta seus axônios para a área somestésica do córtex cerebral (área sensitiva primária).
Obs. – uma lesão no lado direito do córtex perde-se a propriocepção do lado esquerdo; uma lesão no lado direito da medula perde-se a propriocepção do lado direito (pois o cruzamento das fibras de axônio ocorre na decussação dos lemniscos, os quais se encontram na parte posterior do bulbo). Ou seja, se a lesão ocorrer no córtex, os sintomas serão sentidos no lado oposto. Se for na medula os sintomas serão sentidos do mesmo lado.
A propriocepção inconsciente carrega duas vias: 
Trato espinocerebelar anterior.
Trato espinocerebelar posterior.
Lesões no cerebelo trazem alterações de propriocepção inconscientes no mesmo lado da lesão (Ex: ataxia espinocerebelar – perde a propriocepção inconsciente).
TRATO ESPINOCEREBELAR ANTERIOR
Esse trato carrega a via de propriocepção inconsciente, responsável pelas respostas automáticas. Uma particularidade desse trato é que ele chega ao cerebelo. 
Neurônio I – encontram-se nos gânglios sensitivos. 
Neurônio II – ao adentrar na medula cruza para o lado oposto. Antes de chegar ao cerebelo ele cruza novamente para o lado “de origem”. 
As lesões nesse trato são consideradas homolaterais, pois refletem do mesmo lado em que a lesão foi provocada. 
TRATO ESPINOCEREBELAR POSTERIOR
Carrega a via de propriocepção inconsciente.
Neurônio I – encontra-se nos gânglios sensitivos (espinais das raízes dorsais).
Neurônio II – encontra-se na medula e não realiza cruzamento, permanece do mesmo lado que adentrou até chegar ao cerebelo. Assim, a lesão aqui também é considerada homolateral. 
Vias aferentes que penetram no sistema nervoso central por nervos cranianos: Via trigemial exteroceptiva; Via trigemial proprioceptiva; Via gustativa; Via olfatória; Via gustativa; Via auditiva; Vias vestibulares conscientes e inconscientes; Via óptica.
VIAS EFERENTES
Hierarquia de passagem das vias eferentes: córtex cerebral; núcleos da base; tálamo; cerebelo; tronco encefálico e medula espinal.
Já que as vias aferentes não se conectam diretamente com os músculos, o neurônio motor inferior é quem realiza tal função. Ou seja, aqui se incluem vias descendentes que conectam o sistema nervoso central aos músculos. 
As vias eferentes realizam a comunicação dos centros suprasegmentares do SN com os órgãos efetores. Os estímulos eferentes são estímulos motores também podendo ser de três tipos: reflexo (Ex: sistema arco-reflexo; o receptor recebe o estiramento do musculo, manda para a medula, essa para o córtex o qual envia resposta para o músculo; pode haver quadros de hiperreflexia), automático e voluntário.
Obs. – lembrando que os tratos estudados a seguir são formas de conexões com a medula.
TRATOS PIRAMIDAIS
Passam pela pirâmide bulbar, juntamente com o trato corticoespinal e corticonuclear/ bulbar. Os que não passam pelo trato piramidal são chamados de extrapiramidal. 
TRATO CORTICOESPINAL
Trajeto do trato: a maior parte das fibras saem da área motora primária (região do córtex pré-central), se cruzam na decussação das pirâmides e descem pelo funículo lateral – formando o Trato Corticoespinal Lateral. 
Mas, os restantes das fibras que não cruzam na decussação, cruzam na medula, descendo pelo funículo anterior – formando o Trato Corticoespinal Anterior.
vTrajeto percorrido pelas fibras: córtex cerebral – núcleos da base – tálamo – cerebelo – tronco encefálico – medula espinal. 
Lesões nesse trato podem provocar hemiplegia ou hemiparesia, Causando um fracionamento do movimento, mas sem perda total/completa de tal movimento.
Sinal clássico de lesão no trato: Sinal de Babinski (reflexo cutâneo plantar – a resposta normal deve ser uma flexão dos dedos, a anormal se dá com uma resposta de extensão dos dedos, e isso significa lesão no trato corticoespinal. Obs.- em recém-nascidos o sinal de babinski é considerado normal). 
O tracto corticoespinal lateral é o principal responsável pela motricidade voluntária, abaixo do pescoço e principalmente na parte distal dos membros. O trato corticoespinal lateral faz o fracionamento dos movimentos (movimentos independentes de grupos musculares isolados). 
Aqui, lesões no córtex refletem em seu lado oposto, e lesões da medula refletem no mesmo lado. 
TRATO CORTICONUCLEAR (CORTIBULBAR)
Possui o mesmo trajeto do trato acima. Porém, ao chegar ao tronco encefálico ele começa a se destacar para ir em direção aos nervos cranianos. Ou seja, sai do córtex motor primário, desce com o Trato Corticoespinal até o tronco encefálico e de lá parte para atingir os núcleos dos nervos cranianos e, posteriormente, os próprios nervos cranianos.
Esse trato tem como função controlar os nervos cranianos em conjunto com a motricidade da face. A maioria dos músculos da cabeça possui uma representação bilateral, ou seja, estão representados nos dois lados do córtex motor.
Os neurônios motores do núcleo do nervo facial são responsáveis pela inervação dos músculos da metade inferior da face, e recebem fibras corticonucleares do córtex do lado oposto. Enquanto os responsáveis pela inervação dos músculos da metade superior da face recebem fibras corticonucleares do córtex dos dois lados. Representação bilateral dos músculos da face:
Obs. – Paralisa Facial Central (lesão no córtex – há diminuição da mímica facial do quadrante inferior contralateral à lesão) e Paralisia Facial Periférica (lesão no nervo facial – há comprometimento na hemiface homolateral à lesão). 
O córtex cerebral esquerdo inerva toda a hemiface contralateral, ainda inerva toda a área superior da hemiface homolateral. O córtex cerebral direito inerva apenas o quadrante inferior contralateral (oposto). 
Assim, os quadrantes superiores são inervados apenas pelo córtex esquerdo. Já o quadrante inferioré inervado tanto pelo córtex esquerdo (que inerva a hemiface direita) e pelo córtex direito (que inerva a hemiface esquerda). Uma lesão do nervo facial, por sua vez, compromete toda a hemiface homolateral.
TRATOS EXTRAPIRAMIDAIS
Por meio desses tratos estruturas nervosas supraespinais exercem influência sobre os neurônios motores da medula. São divididos em 4: trato tetospinal, vestibulospinal, reticulospinal e rubrospinal. 
Os três primeiros influenciam a musculatura do esqueleto axial e proximal dos membros (postura e equilíbrio). 
E o ultimo, o rubrospinal, influencia a musculatura distal dos membros (principalmente mãos). 
TRATO TETOESPINAL 
 Importante para os reflexos oculares/ visuais. Tem como função transmitir impulsos nervosos para os músculos esqueléticos contralaterais que movem a cabeça, os olhos e o tronco; isso ocorre em resposta aos estímulos visuais e auditivos (funcionando como uma resposta reflexa).
Trajeto percorrido: os reflexos partem da retina e córtex visual, passam pelo colículo superior (teto do mesencéfalo) e chegam à medula.
TRATO RUBROESPINAL 
Esse trato possui a função de transmitir impulsos nervosos para os músculos esqueléticos contralaterais (opostos), controlando os movimentos voluntários precisos das partes distais do membro superior (auxiliando o trato corticoespinal).
Trajeto percorrido: sai do núcleo rubro e vai até a medula espinal, no trato lateral, responsável pelos movimentos mais grosseiros e distais dos membros.
TRATO VESTIBULOESPINAL 
Esse trato tem como função transmitir impulsos nervosos para os músculos esqueléticos ipsolaterais do tronco e para as partes proximais dos membros, além da manutenção da postura e equilíbrio (em resposta aos movimentos da cabeça).
Obs. – não recebe informação do córtex, mas sim do ouvido interno e do arquicerebelo, relacionados com o equilíbrio. 
Trajeto percorrido: tem origem nos núcleos vestibulares que recebem informações da parte vestibular do ouvido interno e do arquicerebelo
TRATO RETICULOESPINAL
Esse trato é responsável por manter o tônus muscular e auxiliar nos movimentos musculares da parte proximal dos membros, em resposta aos movimentos corporais. 
Trajeto percorrido: tem origem na formação reticular e recebe informações de áreas diferentes, como: córtex motor e cerebelo. 
Observação – a divisão dos tratos em piramidais e extrapiramidais é uma divisão anatômica que considera o trajeto percorrido das fibras. Mas, funcionalmente as vias são divididas assim:
VIAS DESCENDENTES LATERAIS
Compreendem os seguintes tratos: corticoespinal lateral e rubroespinal. Essa via é responsável pelos movimentos distais dos membros superior e inferior. 
VIAS DESCENDENTES MEDIAIS
Compreendem os seguintes tratos: tetoespinal, vestibuloespinal, reticuloespinal e corticoespinal anterior. Essa via é responsável por controlar os músculos axiais e proximais dos membros; são responsáveis por exercer os movimentos automáticos, além de ajudarem a controlá-los. 
Sistema Digestório – Cavidade Oral
É um conjunto de órgãos interligados que tem por finalidade modificar quimicamente os alimentos ingeridos para serem absorvidos. 
Componentes do sistema digestório: boca (vestíbulo da boca – cavidade oral propriamente dita); faringe; esôfago; estômago; intestinos (delgado e grosso); glândulas anexas/ órgãos acessórios: salivares; fígado; pâncreas e vias biliares. O tubo digestório é, portanto, aberto nas duas extremidades, boca e ânus.
Obs. – filtragem: fígado e rim. 
BOCA
Função: morder, mastigar (processo mecânico do sistema digestório); posteriormente o bolo alimentar é levado para o tubo oral – cavidade oral propriamente dita, de lá segue para a faringe (deglutição) e depois esôfago (presença de esfíncteres – tecido muscular). 
Constitui o terço inferior da face e quem limita a parte interna da externa são os lábios. A cavidade oral deve ser avaliada de duas maneiras: externamente (boca fechada) e internamente (boca aberta).
Em sua porção externa (boca fechada), engloba o filtro labial (local de união das hemifaces direita e esquerda na embriologia) e a porção externa dos lábios (dividido em superior e inferior).
Os lábios compreendem toda a região externa da boca, não só a parte avermelhada, a qual, por sua vez é um acidente anatômico, conhecido como vermelhão (pele dos lábios). Essa é a parte mais vascularizada, mais delgada e ausência de queratina na pele dessa região. Os lábios, portando, constituem toda a região que compreende o local do músculo orbicular dos lábios. 
Limites dos lábios: sulco nasolabial até o sulco labiomentoniano. O espaço entre o lábio superior e inferior é conhecido como rima labial; canto externo de cada lábio chama se ângulo da boca.
Obs. – lábio fissurado ou lábio leporino - má formação na união das hemifaces, resultando na não formação do filtro labial. Isso ocorre devido a alterações físicas, químicas ou microbiológicas.
Obs. – patologias da boca: herpes labial; afta; quelite angular (“boqueira” – no ângulo da boca).
Já na porção interna da boca (boca aberta) encontram-se duas divisões: vestíbulo oral e cavidade oral propriamente dita.
O vestíbulo da boca é limitado anteriormente pelos lábios, bochecha (laterais), gengiva e dentes. Aqui se encontra o frênulo labial (tem como função promover a sustentação dos lábios) e abertura da glândula parótida. Revestido por mucosa, apresenta vasos sanguíneos e nervos.
A cavidade oral propriamente dita é limitada superiormente pelo palato (constituem o teto). Existem dois: Palato duro (formado pelos ossos palatinos e pela maxila, se estende até o último molar) e Palato mole (formado apenas por músculos, nele encontra-se uma projeção posterior chamada úvula palatina). No soalho da cavidade oral está presente a língua, músculos, dentes e a abertura das glândulas submandibulares e sublingual. É revestida por mucosa, possuem vasos sanguíneos, nervos.
duroComunicações com a orofaringe: ao abrir a boca, observa-se a rima labial aumentando (espaço entre os lábios), o alimento então se comunica com essa “entrada” que é a rima labial, até seu momento de deglutição (ao passar para a faringe) onde se comunica com o istmo das fauces (abertura entre arco palatofaríngeo, úvula, epiglote e parede posterior da orofaringe). 
Úvula palatina
moleObs. – Amigdala é uma tonsila palatina, faz parte do sistema imunológico do corpo. Elas se encontram na fossa tonsilar. Patologias: amigdalite e faringite; cáries (endocardite e pericardite bacteriana); palato fendido – associado ao lábio superior fendido (lábio leporino) – é causado por falha dos processos palatinos em fundir entre si na linha mediana.
O soalho da cavidade oral inclui os seguintes músculos: m. Genio-hioide; m. Milo-hioide; m. Digástrico.
LÍNGUA
Corpo
RaizFunções da língua: paladar, mastigação e colaboração na deglutição. Além disso, a função mais importante é a articulação da fala (frênulo da língua – o que prende a língua no soalho da cavidade – patologia: “língua presa”, o frênulo é curto). E a comunicação com a rima labial ainda permite que ela iniba ou detenha o fluxo do ar, controlando o processo de filtragem do mesmo. 
ÁpicePartes da língua: ápice; corpo; raiz (se prende à cartilagem epiglote pela prega glosso-epiglótica mediana e glosso-epiglóticas laterais, sendo que, entre elas, há espaços denominados valéculas epiglóticas. Ainda na raiz têm-se a presença de tecido linfoide agrupado formando a tonsila lingual) e margens. 
Forrada de tecido muscular, no dorso da língua, no corpo, encontram-se as papilas gustativas. São elas: papilas filiformes; papilas fungiformes; papilas folhadas e papilas circunvaladas (no sulco terminal, forma um “V lingual” – entre o corpo e a raiz). 
Ademais, há na língua os músculos intrínsecos (no corpo da língua); extrínsecos (ao redor dela) são eles:
Músculo palatoglosso (do palato à língua)
Músculo estiloglosso (do processo estilóide até a língua)
Músculo hioglosso (do hioide à língua)
Músculo genioglosso (feixe muscular que sai do tubérculogênio).
FARINGE (orofaringe/ laringofaringe)
A úvula e sua movimentação permite a separação da nasofaringe (primeira parte da faringe) e orofaringe; possui a função de fechar tal espaço para que o alimento não suba.
O istmo das fauces (abertura que permite a comunicação da cavidade oral com a faringe; é a região que permite a passagem do bolo alimentar, da cavidade oral para a orofaringe); arco palatoglosso, palatofaríngeo; entre eles existem uma fossa tonsilar, que abriga a tonsila palatina. Esses formam a segunda parte da faringe, que é denominada orofaringe. 
A porção final da faringe é a laringofaringe, posterior à laringe, onde existe uma pequena depressão da laringofaringe denominada Recesso Piriforme.
ESÔFAFGO
Divido em três partes:
Cervical: localizada no pescoço;
Torácico: vai até o diafragma;
Abdominal: 2 cm finais do esôfago, localizada inferior o diafragma;
Função: é um tubo de trajeto que leva o bolo alimentar da faringe até o estômago.
Irrigação esofágica: a parte cervical é irrigada pela a. tireóidea superior e inferior. A parte torácica é irrigada pela 4ª, 5ª e 6ª artéria esofágica aórtica, artéria tireóidea inferior, brônquicas intercostais, frênica inferior e gástrica esquerda. Por último, a parte abdominal é irrigada pela artéria gástrica esquerda e frênica inferior.
Drenagem: a parte cervical é drenada pelas veias esofágicas que drenam para a veia tireóidea inferior. A parte torácica é drenada pelas veias esofágicas que drenam para ázigo, hemiázigo e intercostais. Por último, a parte abdominal é drenada pela veia gástrica esquerda que drena para a Veia Porta.
CONSTRIÇÕES DO ESÔFAGOObs. – uma parte do esôfago drena direto para a veia gástrica, que vai direto para a veia porta. Quando a pressão do fígado se aumenta, por conta de alguma alteração, há o aumento da pressão da veia porta. Com isso, há o aumento da pressão dos vasos esofágicos que são bastante pequenos, sendo que eles podem se romper (hemorragia esofágica – leva até 90% a óbito). 
Hiato esofágico: abertura do diafragma que permite a passagem do esôfago da região torácica para a abdominal. Obs. – quando esse possui uma musculatura enfraquecida, quando a criança chora, a pressão criada no abdômen faz com que as alças intestinais subam (o diafragma expande). 
A inervação do esôfago é feita pelo nervo vago e pelo nervo laringo-faríngeo. 
Obs. – constrições do esôfago – entre a faringe e o esôfago; no cruzamento com arco aórtico e brônquico principal esquerdo; hiato esofágico. 
Esôfago não altera o alimento. O Bolo alimentar (caminho): entra na cavidade oral, eleva o palato mole, empurra a úvula para a parede posterior da faringe, atravessa o istmo das fauces, empurra a epiglote, vai para a laringofaringe, alcança o esôfago (cervical, torácico e abdominal) e é lançado no estômago.
Patologias: varizes esofágicas; refluxo gastresofágico; hérnia esofágica (hiatal por deslizamento; hiatal paraesofágica). 
GLÂNDULAS SALIVARES
Produzem amilase salivar/ ptialina. São três:
Glândula Parótida (região anterior do lobo da orelha; ducto protídeo atravessa o masseter e perfura o bucinador e atingindo o segundo molar superior. Patologia: parotidite/ caxumba);
Glândula Submandibular (região inferior da mandíbula; encontram-se nas carúnculas sublinguais, nas laterais do frênulo da língua);
Glândula Sublingual (situada no assoalho da boca, entre a porção lateral da língua e os dentes. Sua secreção é eliminada para o meio bucal mediante um número variável de pequenos ductos que se abrem numa elevação da prega sublingual).
Sistema Digestório – Fígado e Pâncreas
FÍGADO
Glândula anexa ao sistema digestório; está localizado no hipocôndrio direito e se estende na região epigástrica. Existe uma relação entre o fígado e a cúpula diafragmática: ele se encontra inferiormente ao lado direito dela. Na margem inferior do fígado, existe uma projeção da vesícula biliar (para examiná-la utiliza-se do processo inspiratório, pois ao inspirar palpa-se abaixo do fígado tal vesícula). 
Órgão formado de células hepáticas – hepatócitos – cada um com usa circulação portal e artérias centrais levando sangue para ser metabolizado. A relação de todos os capilares de cada células é chamado de capilares sinusóides, e possuirão relação com a capacidade de metabolizar e drenar todas substâncias. 
Ao pinçar a face diafragmática e elevá-la fica exposta a face visceral (mantem relação com os órgãos). 
Face Diafragmática:
É abaulada, pois remete à cúpula diafragmática; do lado direito encontra-se o lobo direito do pulmão direito. Recoberto por uma camada serosa (peritônio), por isso é um órgão chamado de “peritonizado”. 
Obs. – o fígado é sustentado pelo peritônio parietal, um ligamento peritoneal do diafragma, ligamento coronário (direito e esquerdo). O peritônio seroso do fígado se estende ao diafragma tornando-se parietal. 
Há duas lâminas de ligamento (que entram como uma foice no fígado) se estendem até a parede abdominal – ligamento falciforme – prendendo o fígado à parede anterior. 
Ligamento redondo do fígado – cordão umbilical que mantém relação com a placenta, na extremidade inferior do falciforme, revestido por peritônio. Ligação do fígado com a parede anterior do abdômen. 
O fígado é um órgão lobulado, com quatro lobos: 
Na face diafragmática: lobo direito (maior projeção da face, ao lado direito do ligamento falciforme); lobo esquerdo (se estende ao epigástrio e mantem relação com o estômago). 
Face visceral:
Na face visceral, o lobo esquerdo possui duas divisões de lobos: lobo quadrado (extensão do fígado; entre vesícula biliar e ligamento redondo); lobo caudado (entre a Veia Cava Inferior e o Ligamento Venoso remanescente embriológico, encontra-se a extensão desse lobo). 
Obs. – “H“ do fígado: uma perna é a vesícula biliar, a outra é o ligamento redondo do fígado, a de baixo ligamento venoso e a outra veia cava inferior. Ao meio, fechando o H, encontra-se o hilo hepático. O hilo hepático contém estruturas que entram e saem, nele existe o pedículo hepático.
Obs. – segmentação hepática: o fígado contém de 6 a 8 segmentos. 
Relações do fígado: (face visceral)
Lobo direito mantém relações:
Rim direito (glândula suprarrenal)
Flexura cólica direita (parte que o cólon ascendente se comunica com o cólon transverso)
Vesícula biliar
Impressão renal (do rim direito)
Lobo esquerdo mantém relação:
Estômago 
Impressão gástrica
Irrigação Hepática:
Na região da Aorta, na altura do Tronco Celíaco (que possui três ramos), utiliza-se para irrigação do fígado o ramo Artéria Hepática Comum. Essa é comum a dois ramos: Artéria Hepática Própria e Artéria Gastroduodenal. 
No fígado chega a Artéria Hepática Própria, através de dois ramos: a. hepática direita (para o lobo direito e vesícula biliar) e a. hepática esquerda (vai para os lobos: lobo esquerdo, quadrado e caudado). 
Obs. – no pedículo observa-se a artéria hepática própria (no hilo).
 Drenagem Hepática:
A Veia Porta ganha o fígado e nele se ramifica, onde cada lobo emite uma veia drenando o órgão. 
As Veias Hepáticas saem do fígado e desembocando na Veia Cava Inferior. 
Obs. – o segundo elemento do pedículo hepático é a Veia Porta. Ou seja, entram no pedículo tanto a artéria hepática própria como a veia porta, cada qual levando seus nutrientes e gases característicos.
Patologias:
Cirrose hepática
Circulação colateral – congestão portal (fechamento dos hepatócitos)
Esteatose hepática
VESÍCULA BILIAR
Do fígado saem vias biliares: Ducto Hepático direito e Ducto Hepático esquerdo. Esses formam o Ducto Hepático Comum. A vesícula biliar, responsável por armazenar e concentrar a bile lança o Ducto Cístico. As junções entre ducto hepático comum e ducto cístico formam o Ducto Colédoco, que por sua vez desemboca na parte descendente do duodeno. 
Obs. – a bile do fígado tem menor concentração que a da vesícula biliar, pois a da vesícula perde água e torna-se mais concentrada. Lembrando que: fígado PRODUZ a bile; vesícula biliar ARMAZENA a bile.
Obs. – o Ducto Colédocoé o terceiro componente do pedículo hepático. 
SINTOPIA DO PEDÍCULO HEPÁTICO – Hilo Hepático:
Posterior no pedículo encontra-se a Veia Porta; anterior à V. Porta do lado direito encontra-se o Ducto Colédoco; anterior à V. Porta do lado esquerdo encontra-se a Artéria Hepática Própria. 
Patologias:
Cálculo biliar
Colecistite/ colédocolitíase
PÂNCREAS
Localizado na parede posterior da cavidade abdominal. O órgão “vem” do lado direito para o esquerdo (cabeça, corpo e cauda). Relações: cabeça – duodeno; corpo – estômago (localizado na parte anterior do corpo do pâncreas) e cauda – baço. Resumindo: órgão retroperitonizado (atrás de uma membrana de peritônio – responsável por fixar o pâncreas), que se estende do duodeno ao baço; partindo da direito pra esquerda. 
Obs. – enquanto o peritônio seroso estiver na parede posterior mantém-se uma relação de retroperitonizado com a face anterior do pâncreas. Ex de órgãos retroperitonizados: aorta, v. cava, rins, pâncreas, duodeno, etc.
O fígado com o ducto colédoco se une ao ducto pancreático para juntos formarem a Ampola Hepatopancreática. Essa carrega o suco pancreático e bile na segunda parte do duodeno (descendente). Quando a ampola atravessa a parede do duodeno ela deixa uma projeção, chamada de papila – Papila Duodenal Maior, a qual libera enfim os compostos trazidos pela ampola. 
Irrigação pancreática:
Artérias responsáveis pela irrigação: pancreática duodenal superior e inferior; Magna, dorsal e caudais.
O Tronco celíaco com o ramo da Artéria Esplênica irriga o corpo e a cauda mantendo relação com o baço. Essa emite ramos: magna, dorsal e caudais. 
A cabeça do pâncreas é irrigada da seguinte forma: do tronco celíaco, o ramo da hepática comum desce como um ramo, chamado de gastroduodenal. Essa, por sua vez, emite a artéria pancreática duodenal superior. A artéria mesentérica superior emite um ramo chamado de artéria pancreática duodenal inferior, o qual se responsabilizará por irrigar a parte superior da cabeça do pâncreas. Ambas se unem e formam uma arcada, chamada de Arcada Pancreática Duodenal. 
Drenagem pancreática:
A drenagem do pâncreas é feita inteiramente para o Sistema Porta Hepático. 
Estômago e Duodeno
Localizados no andar supra-mesocólico (são os órgãos que se encontram acima do cólon transverso – intestino grosso), assim como esôfago, fígado, vesícula biliar, estômago e baço.
ESTÔMAGO
Tem como principais funções: armazenar alimentos; misturar alimento com secreção gástrica para formar o quimo (por meio de movimentos peristálticos); controlar a razão de descarga do quimo para o intestino delgado através do óstio pilórico.
É um órgão muscular oco que produz quimo por meio de digestão enzimática. É considerado um órgão peritonizado (ou seja, possui bastante movimentação). Além de possuir grande capacidade de expansão.
Localização: andar supra-mesocólico, abaixo do diafragma. Localizado no hipocôndrio esquerdo, epigástrio (acima da região umbilical) e região umbilical (mesogástrio). Fica, geralmente, entre as vértebras T12 e L3. O tamanho, formato e posição são variáveis, dependendo do biótipo, posição corporal e fase da respiração de cada um (relação com o diafragma). 
O órgão possui duas curvaturas (uma maior – na margem lateral e uma menor – na margem medial) e duas incisuras (“entradas”). Uma das incisuras se localiza entre o esôfago e a porção inicial do estômago – chamada de Incisura Cárdica; a outra se situa na curvatura menor – chamada de Incisura Angular. 
Como o órgão localiza-se entre o esôfago e o estômago, então ele possui dois óstios (aberturas): o Cárdico (comunicação entre esôfago e estômago. Ele não possui esfíncter para evitar que o alimento retorne ao esôfago, pois a própria posição desse orifício faz com que ele seja considerado um esfíncter fisiológico); e o Pilórico (comunica estômago e duodeno, esse possui uma musculatura circular que controla a abertura e fechamento, atuando como um esfíncter – piloro). 
Divisão do estômago:
Parte Cárdia – parte que circunda o óstio cárdico;
Fundo Gástrico – situado superiormente a um plano horizontal que tangencia a junção esofagogástrica (mantém relação com o diafragma);
Corpo Gástrico – entre o fundo e o antro pilórico;
Parte Pilórica – região afunilada de saído do estômago; divide-se em duas: 
Antro Pilórico – parte mais alargada e proximal.
Canal Pilórico – mais afunilada e distal; termina no óstio pilórico.
Paredes do TGI:
Túnica Serosa – peritônio que recobre o estômago, o que o caracteriza como órgão peritonizado;
Túnica Muscular – camada longitudinal, camada circular e cama oblíqua (utilizadas para os movimentos peristálticos);
Túnica Submucosa;
Túnica Mucosa Gástrica – possui função protetora, pois produz um muco contra o HCL. Apresenta estrias longitudinais, com uma conformação pregueada, por isso chamadas de pregas gástricas – são essenciais na movimentação do alimento.
Correlações clínicas:
Úlceras gástricas – HCL corrói a parede do estômago devido a lesão/desgaste da parede mucosa gástrica, a qual é responsável pela proteção. 
Espasmo pilórico – não há esvaziamento do estômago porque o estômago não “para”. Um dos sintomas é o vômito.
Omentos: camada de peritônio com função de fixação do órgão. 
Omento menor localiza-se na curvatura menor do estômago até o fígado. Além da função de fixação também possui função protetora.
Omento maior localiza-se na curvatura maior e desce toda cavidade abdominal. 
Relações do Estômago com demais órgãos:
Diafragma – superior, anterior e posterior. O fundo gástrico é o que mais se comunica com o diafragma.
Parede abdominal anterior;
Fígado – lateral direita;
Baço – lateral esquerda;
Pâncreas – posterior ao estômago, divididos por uma bolsa omental. 
Cólon transverso – relação inferior.
Vascularização do Estômago:
O Tronco Celíaco emite três ramos: A. Hepática Comum, A. Esplênica e A. Gástrica Esquerda. A Artéria Gástrica Esquerda será responsável por irrigar a curvatura menor em sua parte superior.
A A. Esplênica, por sua vez, emite dois ramos: Aa. Gástricas Curtas (vão irrigar a região do fundo gástrico) e A. Gastromental Esquerda (irriga a porção superior da curvatura maior – corpo do estômago).
A. Hepática Comum ou A. Hepática Própria emite a Artéria Gástrica Direita, a qual se responsabiliza por irrigar a curvatura menor em sua parte inferior. 
Além disso, a Artéria Hepática Comum se divide em duas: A. Hepática Própria (ascendente) e A. Gastroduodenal (descendente). Essa última emite dois ramos, um que irriga o duodeno (A. Pancreática Duodenal Superior) e outro que irriga o estômago. O ramo responsável pela irrigação é a Artéria Gastromental Direita, ela irriga a porção inferior da curvatura maior (região do antro). 
As veias gástricas são paralelas às artérias em posição e trajeto. As veias gástricas esquerdas e direitas drenam para a veia porta do fígado; as veias gástricas curtas e a veia gastromental esquerda drenam para a veia esplênica, que se une à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática. A veia gastromental direita esvazia-se na veia mesentérica superior. Todas de alguma forma, direta ou indiretamente atingem o Sistema Porta para a realização da drenagem.
Intestino Delgado – DUODENO
Primeira parte e mais curta do intestino delgado, é a porção mais larga e fixa, sendo então retroperitoneal. Possui um trajeto em forma de “C”, que envolve a cabeça do pâncreas.
Inicia-se no piloro (ao lado direito) e termina na flexura (junção) duodenal (em nível de vértebra L2).
O duodeno inicia no piloro, no lado direito, e termina na Junção Duodenal, no lado esquerdo. Essa junção ocorre aproximadamente no nível de L2, à esquerda da linha mediana. Ela normalmente tem a forma de ângulo aguda, chamada também de Flexura Duodenal. 
Obs. – a maior parte do duodeno está presa pelo peritônio a estruturas na parede abdominal posterior, dessa forma, é parcialmente considerado um órgão retroperitoneal. 
Divisão do Duodeno:
Parte superior (primeira): uma parte mais curta, consideradauma continuação o estômago (possui mucosa semelhante a dele). No seu início possui o Bulbo Duodenal (Ampola).
Parte descendente (segunda): onde se encontra a Ampola Hepatopancreática (junção do Ducto colédoco com o pancreático), ela desemboca numa elevação da mucosa do duodeno – chamada de Papila Maior do Duodeno. Essa parte é totalmente retroperitonizada.
Parte inferior ou horizontal (terceira): mantém importante relação com os vasos mesentéricos (Artéria e Veia Mesentérica Superior). Separado da coluna vertebral pelo músculo psoas maior, veia cava inferior, aorta e vasos gonadais. 
Parte ascendente (quarta): corre para cima e ao longo do lado esquerdo da aorta para alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas. Aqui ela se curva anteriormente para unir-se ao jejuno na junção duodenal que toma a forma de um ângulo agudo, chamada flexura duodenal e é sustentada pela fixação de um músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz). 
Obs. – a contração desse músculo alarga o ângulo de flexura, facilitando o movimento dos conteúdos do intestino.
Vascularização do Duodeno:
As Artérias Duodenais originam-se do tronco celíaco e da Artéria Mesentérica Superior. Esse tronco, por meio da Artéria Gastroduodenal e seu ramo (Artéria Pancreática Duodenal Superior) suprem o duodeno proximal na entrada do ducto colédoco e na parte descendente do duodeno. 
A artéria mesentérica superior através do seu ramo (Artéria Pancreática Duodenal Inferior) supre o duodeno distal até a entrada do ducto colédoco. 
Obs. – as artérias pancreáticas duodenais situam-se na curvatura entre o duodeno e a cabeça do pâncreas e suprem ambas as estruturas. 
A anastomose das artérias pancreáticas duodenais (superior e inferior) ocorre aproximadamente no nível da entrada do ducto colédoco (ou na junção das partes descendes e horizontal do duodeno).
As veias duodenais seguem as artérias e drenam para a Veia Porta do fígado, alguma direta e outras indiretamente, através da veia mesentérica superior e esplênica. 
 
INTESTINO DELGADO E INTESTINO GROSSO
Lembrando que o intestino delgado começa com o duodeno (já estudado), e ainda temos o jejuno e o íleo (que ás vezes são chamados de alças intestinais, pois não são facilmente diferenciados, apesar de possuírem suas particularidades). Obs. – o intestino grosso se posiciona como uma moldura do intestino delgado. 
Cavidade Abdominal – divisões
Mesocolo Transverso é uma prega de peritônio e divide a cavidade em: compartimento supracólico e compartimento infracólico. Ainda, a raiz do mesentério (pregas das alças intestinais) divide-a obliquamente em espaço cólico direito e espaço cólico esquerdo.
Intestino Delgado – JEJUNO E ÍLEO
Jejuno e íleo (porção móvel do intestino delgado). Localizam-se no compartimento infracólico. 2/5 da parede abdominal é ocupada pelas alças jejunais e 3/5 pelas alças ileais. Não é possível diferenciar a olho nu onde termina o jejuno e começa o íleo.
Alças intestinais são bem móveis, possuem a estrutura do mesentério que é o que prendem eles na parede abdominal garantindo essa mobilidade. As alças têm início da Flexura Duodenojejunal e se estendem até a Junção Ileocecal.
Obs. – a flexura duodenojejunal é presa por um ligamento e por um músculo à parede abdominal: Ligamento de Treitz e o Músculo Suspensor do Duodeno. 
Obs. – divertículos: são projeções externas das paredes das alças intestinais, normalmente são ausentes. Diverticulite: Inflamação dos divertículos. Dependendo da alimentação, ocorre uma acentuada produção de gases que comprime as paredes intestinais, forçando sua saída pelas perfurações presentes nas paredes feitas pelas artérias.
A maior parte do jejuno está localizada no quadrante superior esquerdo do compartimento infracólico. E o íleo na parte do quadrante inferior direito no compartimento infracólico. 
As alças intestinais são cobertas pelos omentos. Eles possuem um aspecto de peritônio entremeado por tecido adiposo. É um peritônio (membrana serosa). O omento é rico em células de defesa. Caso aja uma região inflamada, o omento migra para esta região e a recobre para impedir que a inflamação se espalhe e atinja outras estruturas abdominais. Há uma segunda lâmina de peritônio, o mesentério, que segura e forma as raízes de todas as alças intestinais.
Paredes do Intestino Delgado
São as mesmas de todo o trato digestório (túnica mucosa, túnica submucosa, túnica muscular, túnica serosa). Porém, nesse casos existem características estruturais especiais na porção interna (túnica mucosa): pregas circulares e vilosidades. Ambas servem para aumentar a superfície de absorção.
Na alça jejunal existe grande quantidade de pregas circulares, sendo essas mais altas, mais próximas e mais grossas. Já na alça do íleo praticamente não existem mais pregas circulares – característica de diferenciação entre as alças. 
Além disso, outro fator relevante é a questão dos vasos: a artéria mesentérica superior vai dar vários ramos jejunais e ileais que formarão as arcadas, essas por sua vez emitem vasos retos que chegaram até as estruturas para irrigação. Assim, temos como diferença que no jejuno essas arcadas são maiores e os vasos retos são longos, e no íleo a arcada são mais curtas e os vasos retos são curtos também. 
Mesentério – prega de peritônio que prende as alças intestinais à parede posterior do abdômen. É no mesentério que encontramos os vasos sanguíneos (artérias e veias), vasos linfáticos/ linfonodos e nervos. 
Irrigação do Intestino Delgado 
A artéria gastroduodenal emite dois ramos: artéria gastromental direita (irriga estômago) e a artéria pancreaticoduodenal superior, que vai irrigar a porção proximal do duodeno. O ramo da aorta abdominal descendente, que é a artéria mesentérica superior, se responsabiliza por irrigar o tubo digestivo até a flexura esquerda do colon e irriga o intestino médio embrionário. Além disso, a artéria mesentérica superior emite dois ramos: artéria pancreaticoduodenal inferior (a qual irriga a porção distal do duodeno) e as artérias jejunais e ileais que formam as arcadas arteriais, essas vão dar origem aos vasos retos que irrigam jejuno e o íleo.
Obs. – a drenagem segue a mesma ordem da irrigação: para cada artéria sua veia correspondente. Uma das patologias que mantém relação com a drenagem do intestino delgado é a isquemia do intestino-íleo paralítico. Essa doença é caracterizada pela ausência temporária dos movimentos contráteis normais do intestino. A cirurgia abdominal e os medicamentos que interferem com os movimentos intestinais são uma causa comum. Ocorrem distensão, vômito, constipação, cólicas e perda de apetite.
Intestino Grosso
A última porção do intestino delgado se abre na primeira porção do intestino grosso, chamado de ceco. É uma porção inicial dilatada do intestino grosso, que está na fossa ilíaca direita.
Do Ceco temos o colon ascendente, que vai até a flexura hepática ou flexura direita. A partir da flexura hepática ou flexura direita, o cólon ascendente se torna cólon transverso, que corre horizontalmente por todo o abdômen até a flexura esplênica ou esquerda, onde se torna cólon descendente até a fossa ilíaca esquerda. 
Daí em diante, sofre um leve contorno/desvio e passa a ser chamado de cólon sigmóide que está na porção pélvica até a altura de S3, onde sofre a flexura reto-sigmóidea, tornando-se o reto. 
O intestino grosso apresenta algumas estruturas que o diferencia do intestino delgado, são elas:
Apêndices omentais do colo – pequenas projeções de gordura na parede do intestino grosso. Elas reduzem o atrito com as estruturas circundantes durante o movimento das alças do intestino grosso para que as fezes avancem.
Tênias do colo – três faixas espessas de músculo liso que representam a maior parte da camada longitudinal (do ceco à parte proximal do reto).
Saculações – dilatações da parede do colo. Elas reduzem a velocidade do avanço das fezes no intestino grosso.
Calibre – diâmetro interno muito maior.
Partes do Intestino
Ceco
Localizado na fossa ilíacado quadrante inferior direito do abdome; abaixo do nível de desembocadura do íleo. Encontra-se quase totalmente revestido por peritônio e não apresenta mesentério. 
Na face posteromedial (posição variável) do ceco: Apêndice vermiforme (grandes concentrações de nódulos linfáticos). Patologia que pode se desenvolver: apendicite.
Aberturas Cecais:  Papila Íleo Cecal (transição do íleo para o ceco) e a abertura para o apêndice vermiforme. 
Obs. – Apêndice Vermiforme –localização de acúmulos de linfócitos B. Se um fecalito inflama o apêndice, este deve ser retirado a ponto de impedir a sua abertura e a contaminação abdominal generalizada. Localizações do apêndice: Retrocecal (60%): Posterior ao ceco. Pélvica: Dentro da pelve. Pré-Ileal: À frente do íleo. Pós-Ileal (2%): Atrás do íleo. O apêndice vermiforme está no ponto de encontro das três tênias. 
Cólon
Segunda parte do intestino grosso, se divide em 4 partes: ascendente (do cedo até a flexura direita do colo), transverso (da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo), descendente (da flexura esquerda do colo até o colo sigmóide) e sigmóide (exibe um trajeto em forma de “S” até o reto).
Nessa região encontramos a confluência chamada de tênia (local onde a musculatura lisa se concentra). São três regiões de concentração (tênias), que funcionam como um elástico, puxando toda a parede intestinal formando elevações chamadas de saculações. E abraçado na parede existem os apêndices omentais.  
Reto
Não apresenta mais as características do intestino grosso (tênias, saculações e apêndice omental); possui a parede mais lisa externamente. Internamente apresenta flexuras laterais, pregas transversas do reto e ampola do reto (que retém as fezes até a defecação). Além disso, possuem “cristais” que obrigam o bolo fecal ir rodando, o que facilita na sua saída.
Canal Anal
Parte distal medindo 4 cm do intestino grosso, começando superiormente onde o reto atravessa o diafragma da pelve e abrindo inferiormente como o ânus. Apresenta na túnica mucosa pregas longitudinais altamente vascularizadas - colunas anais. As extremidades inferiores das colunas são acompanhadas por pregas semilunares finas de túnica mucosa- válvulas anais, sendo que no recesso superior a cada válvula existe o seio anal, o qual é circundado pelos músculos esfíncteres interno e externo do ânus.
Colunas Anais – terminações das veias e das artérias retais superiores. 
Seios Anais – entre as colunas retais, e que são protegidos por uma membrana única chamada válvula. 
Obs. – quando o bolo fecal comprime os seios, eles liberam um muco que facilita na evacuação. 
Linha Pectinada – limite onde se tem todos os términos das válvulas.
Esfíncter Interno – Formado por musculatura lisa/ Esfíncter Externo – Voluntário; constituído por musculatura estriada esquelética. 
Obs. – bolo fecal na ampola relaxa o esfíncter interno que envia informações ao SNC, que daí controla o esfíncter externo. Patologias: Hemorróidas: reto é altamente vascularizado. As veias perdem a elasticidade formando varizes/ Colite ulcerativa crônica/ Neoplasia Maligna. 
Vascularização do Intestino Grosso 
 
 Drenagem: todas veias desembocam no Sistema Porta!
	Mariana Machado

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