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Desenvolvimento embrionário humano

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ÍNDICE
	CICLO MENSTRUAL
	2
	O INÍCIO DA VIDA HUMANA
	3
	 PRIMEIRA SEMANA EMBRIONÁRIA
	3
	 SEGUNDA SEMANA EMBRIONÁRIA
	4
	 TERCEIRA SEMANA EMBRIONÁRIA
	6
	 QUARTA SEMANA EMBRIONÁRIA
	7
	 QUINTA SEMANA EMBRIONÁRIA
	7
	 SEXTA SEMANA EMBRIONÁRIA
	7
	 SÉTIMA SEMANA EMBRIONÁRIA
	8
	 OITAVA SEMANA EMBRIONÁRIA
	8
	ANEXOS EMBRIONÁRIOS
	9
	 PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
	9
	 ÂMNIO E LÍQUIDO AMNIÓTICO
	10
	 SACO VITELÍNICO – OU VESÍCULA UMBILICAL
	11
	 ALANTÓIDE
	11
	DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL
	12
	ASPECTOS ANTIÉTICOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA
	12
	EPIGENÉTICA
	13
	SINDROME ALCÓOLICO FETAL
	14
	MEROANENCEFALIA
	16
	CONSEQUÊNCIAS DO ABORTAMENTO PARA A MULHER, PARA O HOMEM E PARA A EQUIPE MÉDICA
	17
	DESENHOS
	19
	REFERÊNCIAS
	25
CICLO MENSTRUAL
O ciclo reprodutivo feminino se inicia a partir da puberdade. As mulheres passam por ciclos sexuais mensais, chamados de menstruações. Esse ciclo reprodutivo, ou menstrual, é controlado por glândulas e hormônios secretados por elas. Esses ciclos mensais preparam o organismo feminino para receber uma gestação. O ciclo menstrual dura 28 dias e é o período em que o ovócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina onde espera para ser fecundado, podendo ou não o ser.
O ciclo menstrual é regido pela concentração de quatro hormônios que, ciclicamente, coordenam as etapas do processo. O primeiro dia do ciclo menstrual é o quando ocorre a menstruação, e o ciclo se inicia com a hipófise liberando pequenas doses de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) que provocam o amadurecimento dos folículos ovarianos. O crescimento do folículo estimula o aumento da produção de estrógeno causa uma proliferação endometrial, que atinge seu pico por volta da metade do ciclo. Esse aumento de estrógeno provoca uma redução no pulso de LH e FSH, provocando um surto de crescimento, com isso, ocorre a ovulação. Após o rompimento do folículo, e liberação do óvulo para a tuba uterina, o folículo se transforma em um corpo lúteo e passa a produzir estrógeno e quantidades elevadas de progesterona, com o objetivo de manter a gestação até que a placenta possa produzir o hormônio.
Caso não haja fecundação, os níveis de estrógeno e progesterona caem, fazendo com que os níveis de FSH e LH também caiam, provocando assim, uma descamação do endométrio, que é uma menstruação, iniciando assim mais um ciclo.
Fonte: http://topicosdesaude.com/wp-content/uploads/2014/07/menstrua%C3%A7%C3%A3o-15-f.jpg
O INÍCIO DA VIDA HUMANA
A vida humana se inicia a partir do momento em que o espermatozoide penetra no ovócito e se dá partida as clivagens. A partir daí se ver um ser vivo desenvolvendo. Com inúmeros processos complexos desencadeados, por um desenvolvimento embrionário, onde se tem a formação morfológica do embrião e o período fetal, onde o feto cresce e desenvolve seus sistemas. Porém, não se pode limitar a vida a outro momento que seja posterior à fecundação. Partindo desse ponto de vista, quase todos os métodos contraceptivos são abortivos, sobretudo os que impedem que haja uma implantação do blastocisto no endométrio.
 PRIMEIRA SEMANA EMBRIONÁRIA
O ovócito, após ser produzido pelo ovário e ser expelido por ele durante a ovulação, as fímbrias da tuba uterina o recebem e o transportam para a ampola, onde será fecundado. Nessa etapa, o ovócito está com a segunda divisão mitótica paralisada. Quando um ovócito é penetrado por um espermatozoide, ele completa a divisão. Existem dois pronúcleos, o feminino e o masculino, que irão se fundir e os cromossomos paternos e maternos irão se misturar na primeira divisão mitótica do agora zigoto.
O zigoto passa então a percorrer a tuba uterina e à medida que ele faz esse percurso, sofre sucessivas divisões mitóticas (clivagens) onde ele aumenta a quantidade de células, porém mantém seu volume constante. Cada parte desse amontoado de células recebe o nome de blastômeros. Após 3 dias da fecundação, o zigoto, em fase de mórula (possuindo mais de 12 blastômeros), entra no útero.
Dentro da mórula se forma uma cavidade, passando a se chamar agora de blastocisto, que é subdividido em: embrioblasto, cavidade blastocística e trofoblasto. O trofoblasto vai envolver as outras duas estruturas. Aproximadamente após 4 a 5 dias da fecundação, a zona pelúcida se desfaz desaparecendo e o trofoblasto se adere ao epitélio endometrial, iniciando a implantação no 6º dia. No polo embrionário, o trofoblasto se diferencia em duas camadas, o sinciciotrofoblasto e o citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto vai penetrar o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo subjacente. Ao mesmo tempo, algumas células se diferenciam em forma cuboide no embrioblasto, formando o hipoblasto. Ao fim da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio.
SEGUNDA SEMANA EMBRIONÁRIA
A implantação do blastocisto continua no início da segunda semana. Surgem lacunas cheias de sangue no sinciciotrofoblasto que já invadiu o endométrio. O blastocisto penetra completamente o endométrio e há a formação de redes lacunares entre os dias 10 e 11. O sangue materno entra nas redes lacunares, começando assim a circulação uteroplacentária.
Enquanto a implantação ocorre, surge um espaço no embrioblasto, que é o primórdio da cavidade amniótica. Os amnioblastos se separam do epiblasto e revestem o âmnio, que envolve a cavidade amniótica. Ao mesmo tempo, no embrioblasto, há a formação de uma placa bilaminar de células achatadas, chamada de disco embrionário. As duas camadas que o formam são: o epiblasto (voltado para a cavidade amniótica) e o hipoblasto (voltado para a cavidade exocelômica). A membrana exocelômica, junto ao hipoblasto, formam o saco vitelínico primitivo. Há a formação de um tecido chamado de mesoderma extraembrionária que envolve o saco vitelínico e a cavidade amniótica. A cavidade amniótica é toda preenchida por fluido, exceto onde o âmnio e o saco vitelínico estão presos ao córion pelo pedículo do embrião. A placa precordal se desenvolve como um espessamento do hipoblasto, que indica onde, futuramente, será a região cefálica.
 Com a implantação do concepto, as células do tecido conjuntivo do endométrio sofrem transformação, transformação essa chamada de reação decídual. As células decíduais ficam entumecidas, pois passam a acumular glicogênio e lipídios em seu citoplasma. A decídua tem como principal função fornecer ao concepto um local, um sítio imunologicamente privilegiado.
O fim da segunda semana é marcado pelo surgimento das vilosidades coriônicas primárias. As células do citotrofoblasto produzem prolongamentos que penetram no sinciciotrofoblasto que acabam formando as vilosidades coriônicas primárias. O celoma extraembrionário divide a mesoderma extraembrionária em: mesoderma somática extraembrionária (reveste o trofoblasto e cobre o âmnio) e mesoderma esplâncnico extraembrionária (envolve o saco vitelínico). A mesoderma somática extraembrionária e as camadas de trofoblasto formam o córion, que, por sua vez, forma a parede do saco coriônico, onde o embrião, saco vitelínico e o amniótico estão presos e suspensos pelo pedículo. 
 TERCEIRA SEMANA EMBRIONÁRIA
A terceira semana é marcada pela gastrulação, onde as características morfológicas do embrião começam a tomar forma. Com o espessamento do epiblasto na extremidade caudal do disco embrionário, surge a linha primitiva, que resulta da migração de células do epiblasto para o plano mediano do disso embrionário. A invaginação das células do epiblasto através da linha primitiva dá origem a células mesenquimais que migram em todas as direções entre o epiblasto e o hipoblasto. A partir dessa etapa, o epiblasto passa a ser chamado de ectoderma do embrião e o hipoblasto de endoderma do embrião. A terceira camada formada pelas células mesenquimais firmam a mesoderma intraembrionária. As células do mesoderma intraembrionário migram para as bordas do disco embrionário e se unem ao mesoderma extraembrionário.
Célulasmesenquimais provenientes do nó primitivo e da linha primitiva formam o processo notocordal que se estende cefalicamente a partir do nó primitivo. A notocorda é o eixo primitivo em torno do qual se forma o esqueleto axial.
A ectoderma do embrião sofre um espessamento, formando a placa neural, que tem seu desenvolvimento induzido pela notocorda em desenvolvimento. Na placa neural vai aparecer o sulco neural e nas suas extremidades as cristas neurais que se juntam e formam o tubo neural, primórdio do sistema nervoso central.
Há a formação dos somitos, que são resultado do espessamento do mesoderma paraxial que forma colunas longitudinais. O surgimento do celoma (cavidade totalmente revestida de mesoderma) ocorre a partir da fusão das vesículas celômicas. Há o surgimento dos primeiros vasos sanguíneos, primeiro na parede do saco vitelínico, do alantoide e do córion.
A partir de um par de tubos cardíacos endoteliais, há a formação de um coração tubular, que se une aos vasos do embrião e dos anexos embrionários, formando o sistema cardiovascular primitivo.
 QUARTA SEMANA EMBRIONÁRIA
O disco embrionário trilaminar sofre uma série de dobramentos que irão começar a dar forma ao embrião. O tubo neural é aberto nos neuroporos rostral (anterior) e caudal (posterior). Há a formação dos arcos faringios. O primeiro e o segundo arco, respectivamente mandibular e hioideo, estão individualizados. Devido os dobramentos, o embrião está levemente encurvado, por conta das pregas cefálica e caudal. Há a formação da protuberância cardíaca. 
Os membros superiores se tornam visíveis e as fossetas óticas (primórdios das orelhas internas) também são visíveis. Há a formação dos placóides do cristalino. No fim da quarta semana, há uma longa eminência caudal, e os brotos dos membros inferiores começam a surgir e o neuroporo caudal se fecha.
 QUINTA SEMANA EMBRIONÁRIA
Ocorrem pequenas mudanças no período que compreende a quinta semana, além do aumento do tamanho da cabeça que se dá devido ao rápido desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais.
 SEXTA SEMANA EMBRIONÁRIA
Nesse período, o embrião apresenta movimentos involuntários. Os membros superiores começam a apresentar uma diferenciação e surgem os raios digitais, primórdios dos dedos. Após 4 a 5 dias do desenvolvimento dos membros superiores, se dá o desenvolvimento dos membros inferiores. As saliências em torno do sulco ou fenda faríngea (futuramente meato acústico – canal auditivo externo) se fundem e formam o pavilhão auricular. O olho se torna evidente devido a formação do pigmento da retina. A cabeça continua sendo maior que o tronco e encurvada sobre a proeminência cardíaca. Os intestinos penetram no celoma extraembrionário, ou seja, saem da cavidade abdominal embrionária, pois desenvolvem mais rapidamente que a cavidade, esta podendo não comportá-los.
 SÉTIMA SEMANA EMBRIONÁRIA
Durante esse período, há o surgimento das chanfraduras entre os raios digitais, indicando claramente os futuros dedos. A comunicação entre o intestino primitivo e o saco vitelínico se reduz à um ducto estreito chamado de pedículo vitelino. No fim da sétima semana se inicia a ossificação dos ossos dos membros superiores.
 OITAVA SEMANA EMBRIONÁRIA
Os dedos das mãos já estão separados, porém unidos por membranas. Há o surgimento das chanfraduras e dos raios digitais dos pés e a eminencia caudal já está bem menor, porém ainda presente. Há a formação do plexo vascular do couro cabeludo. No fim da oitava semana, os dedos já estão totalmente separados e os membros superiores já estão totalmente evidentes. Durante esse período, surgem os primeiros movimentos voluntários dos membros e começa a ossificação do fêmur. Ao fim da oitava semana toda a eminência caudal já desapareceu e o embrião já apresenta características nitidamente humanas, apesar da cabeça ainda ser desproporcionalmente grande em relação ao corpo.
ANEXOS EMBRIONÁRIOS
 PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
A placenta é o local básico onde ocorrem as trocas de nutrientes e gases entre a mãe e o feto. É considerada um órgão maternofetal, pois é constituída por duas porções: a porção fetal, que é originada do saco coriônico e a porção materna, que deriva do endométrio. A placenta, junto com o cordão umbilical, funciona como um sistema de transporte de substâncias essenciais para a nutrição do feto, da mão para o feto.
Com o passar das semanas, as vilosidades coriônicas recobrem todo o saco coriônico, porém as vilosidades associadas à decídua capsular (porção fetal da decídua) acabam sendo comprimidas devido ao crescimento do saco coriônico que reduzem o fluxo sanguíneo levando a formação do córion liso, que é uma região praticamente avascular. Com o desaparecimento das vilosidades do córion liso, as vilosidades associadas à decídua basal (porção materna da decídua) se desenvolvem para compensar a avascularização do córion liso, formando o córion viloso.Fonte: http://vilamamifera.com/cafemae/wp-content/uploads/2014/06/placenta1.jpg
A placenta cresce em tamanho e espessura aproximadamente até a 18ª semana embrionária e chega a cobrir cerca de 15% a 30% da decídua e chega a pesar cerca de um sexto do peso do feto.
A placenta tem três funções principais: metabolismo (p. ex., síntese de glicogênio, transporte de gases e nutrientes e secreção endócrina (p. ex., gonadotrofina coriônica humana – hCG).
ANOMALIAS: formação da placenta prévia causa comprometimento da oxigenação do bebê e sangramentos, deslocamentos placentários e outros problemas placentários podem gerar problemas na nutrição do embrião/feto. Problemas de hipertensão arterial geram vaso constrição, interferindo diretamente na nutrição fetal, ocasionando uma restrição de crescimento.
O cordão umbilical tem como principal função transportar os nutrientes da mãe para o feto e levar as excretas do feto para a mãe. É composto por duas artérias e uma veia, envolvidas por tecido conjuntivo mucoide.
 ÂMNIO E LÍQUIDO AMNIÓTICO
O âmnio, delgado, forma o saco amniótico cheio de fluido, que envolve o embrião e o feto. O líquido amniótico é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento do embrião. O líquido amniótico é deglutido pelo feto e é absorvido pelos tratos digestivo e respiratório. Estima-se que no fim da gestação, o feto deglute cerca de 400mL de líquido amniótico por dia. O líquido amniótico permite o crescimento externo e simétrico do embrião, age como uma barreira contra infecções, permite o desenvolvimento normal dos pulmões fetais, impede a aderência do âmnio ao embrião e ao feto, difundir os impactos recebidos pela mãe, acolchoa o embrião e o feto contra lesões, ajuda a controlar a temperatura corporal do embrião, mantendo uma temperatura relativamente constante, capacita o feto a mover-se livremente, ajudando, dessa maneira, o desenvolvimento dos membros e participa da manutenção da homeostasia dos fluidos e eletrólitos.
ANOMALIAS: As alterações na quantidade do volume de líquido amniótico, oligodramnia e polidramnia são importantes marcadores de complicações na gravidez, estando associadas a um incremento nas taxas de morbimortalidade perinatais. A polidramnia está presente em 1 a 3% das gestações, enquanto a oligodramnia complica 3 a 5% das gravidezes. O prognóstico neonatal é agravado na presença de oligodramnia grave. Outro problema relacionado ao líquido amniótico é quando o embrião/feto não deglute o líquido, assim, desenvolvendo problemas no sistema respiratório.
 SACO VITELÍNICO – OU VESÍCULA UMBILICAL
Nos seres humanos, o saco vitelínico não possui a função de armazenar vitelo, porém é de extrema importância pois desempenha um papel na transferência de nutrientes para o embrião nas primeiras semanas, parte do saco vitelínico é incorporado pelo embrião, formando o intestino primitivo. Porém, após a décima semana ele começa a regredir de tamanho até que se torna sem funcionalidade e atrofiado, podendo chegar a desaparecer.
 ALANTÓIDE
O alantoide se projeta para dentro do pedículo do embrião e depois se degenera. Apesar denão ser funcional nos embriões humanos, ele tem sua devida importância pois seus vasos sanguíneos persistem como veia e artérias umbilicais.
DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL
O diagnóstico pré-implante ocorre em situações de reprodução assistida. Um embrião é biopsiado, sendo removido um dos blastômeros para ser analisado. Mediante a análise, pode se obter diagnósticos de doenças ligadas ao sexo, doenças genéticas (como fibrose cística, anemia falciforme), pode também determinar a ploidia do embrião, determinando também se há alguma doença relacionada ao número de cromossomos. Após a análise e diagnóstico tem-se um conceito errôneo de viabilidade do embrião, sendo ele viável, ele será implantado, caso contrário, não.
ASPECTOS ANTIÉTICOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA
Há mais de um século as técnicas de reprodução assistida (TRA) são descritas na literatura. Existem três métodos de TRI mais utilizadas nos dias atuais, são elas: Inseminação Intrauterina (IIU), Fertilização In Vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) (em inglês, intracytoplasmatic sperm injection). 
Todos esses métodos tem um viés antiético. Como já foi citado no tópico de diagnóstico pre-implantacional, quando se faz uma reprodução assistida, existe a opção de “escolher” o embrião que será implantado. O mais saudável, o com maior chance de sucesso, limitando a nada e a valor nenhum os que não tem um bom diagnostico. Sendo esses, na maioria das vezes, descartado.Fonte: http://www.ideiafertil.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/03/PGD.gif
EPIGENÉTICA
Epigenética pode ser definida como a mudança hereditária de expressões no genoma humano que não dependem de mudanças na sequencia básica do DNA. Em outras palavras, são mudanças geradas pelo meio e que podem ser transmitidas ao longo das gerações. São variações não-genéticas.
Se sabe que todas as características expressas em um indivíduo são traduzidas a partir de trechos específicos do DNA, chamada de gene. Cada gene é responsável por características específicas (como cor do cabelo, altura, cor dos olhos), e que são expressas em momentos específicos, pois se sabe que o DNA é imensamente maior que o núcleo que o contém e, devido a ação de histonas, ele é empacotado, para que caiba no núcleo. 
Porém, com esse empacotamento, ele fica inativo e não pode expressar seus genes. Então, em momentos específicos do desenvolvimento, trechos específicos do DNA são desempacotados para que os genes presentes naqueles trechos possam se expressar e sintetizar as proteínas necessárias para que determinadas características apareçam. Um exemplo bem didático são as mudanças que ocorrem no corpo durante a puberdade. Elas ocorrem em um período específico da vida e logo após alguns anos cessas. E ocorrem devido a ações hormonais. 
Todas essas características são expressas pelo fato de já terem sido determinadas geneticamente e a epigenética estuda as características que são herdadas independente do genoma humano. São características que o meio tem influência direta. Qualquer mudança no genoma é vagarosa e causadas por mutações ao acaso e que levam tempo para serem transmitidas ao longo das gerações, mas mudanças epigenéticas já são bem mais rápidas e pode ocorrer em resposta a sinais que as células recebem do meio e que são facilmente transmitidas por gerações.
Há estudos que mostram como essas características são transmitidas. Por exemplo, em gêmeos univitelinos (idênticos) que têm a mesma carga genética, mas que podem expressar, por exemplo, ansiedade ou depressão. Um dos irmãos desenvolve o distúrbio, mas outro não. Isso é um fator que pode ter sido adquirido pelo meio e que pode ser transmitido para gerações futuras. Estudos feitos em ratos que consumiram determinadas substâncias e tiveram seus filhotes com baixa produção de espermatozoides, foi observado que até a terceira geração desses ratos também se pode observar a mesma característica. 
SINDROME ALCÓOLICO FETAL
O álcool é uma das drogas lícitas mais vendidas e mais consumida entre as pessoas. Sabemos também que o etilismo acarreta várias doenças graves em que o pratica, como doenças cardiovasculares, hepatite entre outras. Da mesma forma, o consumo de álcool por gestantes também traz serias complicações não só para a mãe, como também para o bebê. 
Há diversos estudos que comprovam que o consumo de álcool é extremamente maléfico para uma gestante, pois é comprovado que doses mínimas de cerca de 20g diárias já são necessárias para que haja uma má formação embrionária. Muitas 
Dependendo do período embrionário, as sequelas podem vir de formas diferentes e em gravidades diferentes. A síndrome alcoólica fetal (SAF) pode ser dividida em 5 critérios de diagnóstico:
	Categoria 1
SAF com exposição materna ao álcool confirmada
	Os pacientes desta categoria apresentam a clássica tríade de retardo de crescimento, dismorfias faciais características e anormalidades no neurodesenvolvimento. São definidos como tendo a SAF completa.
	Categoria 2
SAF sem a confirmação de exposição materna ao álcool
	Se a tríade descrita na categoria 1 está presente, o diagnóstico de SAF é possível mesmo sem a confirmação de exposição materna ao álcool.
	Categoria 3
SAF parcial com exposição materna ao álcool confirmada
	Os pacientes podem apresentar apenas algumas das características faciais associadas à restrição do crescimento, anormalidades do neurodesenvolvimento e/ou do comportamento cognitivo.
	Categoria 4
SAF com exposição materna ao álcool confirmada e defeitos de nascimento relacionados ao álcool
	Os pacientes desta categoria têm algumas anomalias congênitas resultantes da toxicidade do álcool.
	Categoria 5
SAF com exposição materna ao álcool confirmada e desordens de neurodesenvolvimento relacionadas ao álcool
	Os pacientes desta categoria têm evidências de anormalidades de neurodesenvolvimento do SNC e/ou um complexo padrão anormal do comportamento cognitivo, mas não têm, necessariamente, qualquer alteração física.
	Fonte: Hoyme HE, May PA, Kalberg WO, Kodituwkku P, Gossage JP, Trujillo PM, et al. A practical clinical approach to diagnosis of fetal alcohol spectrum disorders: clarification of the 1996 institute of medicine criteria. Pediatrics. 2005;115(1):39-47.
Estima-se que em poucos minutos após a ingestão do álcool, toda a porcentagem de álcool ingerida está em circulação no embrião (ou feto), porém, isso traz mais prejuízos ao bebê, pois ele não tem como metabolizar o álcool. O álcool age direta, ou indiretamente, no desenvolvimento do feto, interferindo no seu crescimento, interfere também no transporte placentário. 
Recém-nascido com peso de nascimento, perímetro cefálico, comprimento, fissura palpebral e borda vermelha do lábio superior menores que o 10º percentil para a idade gestacional, nariz antevertido, filtro nasal liso, implantação baixa dos pavilhões auriculares e síndrome de abstinência
MEROANENCEFALIA
Os defeitos de fechamento de tubo neural (DFTN) são malformações resultantes do fechamento incorreto ou incompleto do tubo neural entre a terceira e a quarta semana do desenvolvimento embrionário e englobam a anencefalia, encefalocele e espinha bífida.
O termo anencefalia vem sendo questionado nos dias de hoje, passando a ser utilizado o termo meroanencefalia, já que q ausência do encéfalo não significa a ausência total do cérebro. No caso de meroanencefalia, apenas o córtex cerebral, que nos dá a consciência, é afetado mais gravemente, sendo que o tronco encefálico, que é responsável pelas funções vitais, continua funcionando, garantindo a vida do bebê em sua etapa extrauterina. Por ser uma doença letal, os bebes que a possuem têm uma expectativa de vida bem inferior.
Com cerca de 12 semanas de gestação, o feto já pode ser diagnosticado com meroanencefalia. Há um protocolo a ser seguido para o diagnóstico da doença. Um ultrassom analisado por mais de um médico é necessário, sendo analisado o segmento cefálico do feto. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no bojo da Arguiçãode Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54, que foi julgada pelo STF, permite que haja aborto assistido em casos de meroanencefalia.
Os defeitos no fechamento do tubo neural existem causas variadas, mas pode-se afirmar que o consumo de ácido fólico antes da gestação reduz grandemente as chances da doença. Uma outra doença relacionada ao tubo neural é a espinha bífida, que consiste, que deixa exposta as meninges à altura da coluna vertebral.
CONSEQUÊNCIAS DO ABORTAMENTO PARA A MULHER, PARA O HOMEM E PARA A EQUIPE MÉDICA
Quando falamos que o procedimento do aborto, mesmo de uma forma assistida, em ambiente hospitalar, é seguro e não traz malefícios a saúde física e mental, estamos falando de algo irreal.
Os efeitos sobre a mãe/mulher são bem mais severos, já que a mesma que está diretamente ligada ao embrião, ou feto. As implicações clinicas são as mais diversas possíveis, como infecção, hemorragia excessiva, perfuração uterina, entre outros. Além de que há um grande risco de problemas em gestações futuras e, até mesmo, dificuldades em futuras concepções. Um outro fator de risco é a possibilidade de abortos espontâneos em gestações futuras.
Além dos danos físicos a saúde da mulher, também existem os danos psicológicos e que são tão sérios quanto os físicos. Há mulheres que se preocupam excessivamente com um futuro que pode ser mudado a partir do momento que se descobre uma gravidez indesejada. Planos são abalados e sonhos praticamente esquecidos. Com base nisso, muitas recorrem ao aborto. Porém os riscos psicológicos que o abortamento traz são imensos. Num primeiro momento pós-aborto talvez haja um sentimento de alívio, porém com o passar dos anos, nunca será esquecido, além de sempre haver comparações e lembranças com futuros filhos que a mulher tiver.
O homem também sofre com o procedimento, porém apenas e caráter psicológico, como sentimento de culpa, impotência, arrependimento e podem chegar a um nível de se tornar uma depressão, podendo o homem ser afetado por toda a sua vida. Uma experiência abortiva pode influenciar diretamente no bem-estar e no relacionamento do casal.
A equipe médica, apesar de possuir um preparo psicológico para a realização do procedimento e devido a rotina exaustiva de procedimentos que põem em risco a vida do paciente, procedimentos abortivos têm grande influência psicológica na equipe, pois diferente de um procedimento que a vida do paciente está em risco, num aborto, a vida do embrião/feto está sendo interrompida.
REFERÊNCIAS
http://www.revistacarbono.com/wp-content/uploads/2013/06/Marcelo-Fantappie-Epigen%C3%A9tica-e-Mem%C3%B3ria-Celular.pdf 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000700002 
 http://www.fap.com.br/forum_2013/forum/pdf/comunicacao/ciencias-dasaude/SINDROME%20ALCOOLICA%20FETAL.pdf 
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2011/04/tapoioalcoolismo-fetalcompleto.pdf 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167945082010000300368&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Morfologia/placenta-e-membranasfetais-med.pdf
http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=534073&indexSearch=ID
http://www.ideiafertil.com.br/blog/?p=179
http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/fisiologia2.htm
MOORE, K.L., PERSAUD T. V. N. Embriologia clínica

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