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__ _ _ __ _ _ RES ERV A __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ MÓDULO 2 ASPECTOS AMBIENTAIS Sustentabilidade na produção do café | Módulo 236 Módulo 2: Aspectos ambientais O meio ambiente é como a nossa casa. Não é por acaso que a palavra “ecologia” começa com “eco”, que, do grego oikos, significa “casa”. E todo mundo quer que a sua casa seja um lugar limpo e agradável para morar. Por isso, é necessário minimizar a poluição e a degradação dos recursos naturais nas diferentes etapas da produção agropecuária, incluindo a cafeicultura. Além disso, preservando o ambiente à sua volta, você tem uma produção mais estável e conserva o solo e a água de sua propriedade. Du- rante o curso, você vai ver que é possível produzir café, ter lucro e, ao mesmo tempo, conservar a natureza – casa de todos nós. Neste módulo, você encontrará seis aulas sobre os aspectos ambientais da sustentabilidade na cafeicultura. Aula 1 A primeira aula vai abordar o tratamento e a destinação correta dos resíduos ge- rados na propriedade. Aula 2 Na segunda aula, você verá as vantagens de preservar as áreas de vegetação nativa e a biodiversidade em sua unidade de produção, respeitando o novo Código Florestal. Aula 3 Na terceira aula, serão discutidas as principais formas de reduzir o consumo de energia não-renovável na produção do café. Aula 4 Na quarta aula, você verá que manusear e armazenar os agroquímicos de forma ade- quada é fundamental para evitar danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Aula 5 Na quinta aula, serão explicadas algumas práticas que favorecem a conservação do solo e a adaptação às mudanças climáticas. Aula 6 Na sexta e última aula do módulo, vamos conversar sobre um recurso natural im- prescindível para a agricultura e a vida no planeta: a água. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 237 Ao final deste módulo, esperamos que você tenha entendido a importância e os benefícios de: • Identificar e minimizar o impacto de fontes de poluição geradas na propriedade, tais como resíduos sólidos e efluentes líquidos. • Preservar e recuperar áreas protegidas e outras áreas de conservação, incluindo a fauna e a flora silvestres. • Reduzir o consumo de energia, principalmente daquela oriunda de combustíveis fósseis. • Realizar o manuseio e o armazenamento dos agroquímicos de forma segura e de acordo com a legislação. • Adotar práticas de conservação de solo e recuperar áreas degradadas, assim como de utilizar técnicas que favoreçam a adaptação às mudanças climáticas. • Utilizar a água nas diferentes etapas da produção do café de forma racional, segura e de acordo com a legislação. Aula 1: Tratamento e destinação de resíduos Para minimizar os possíveis impactos ambientais nas diferentes etapas da produção do café, é necessário, em primeiro lugar, saber o que pode causar esses impactos e planejar ações para evi- tá-los. Comece fazendo um levantamento de todos os tipos de resíduos gerados na propriedade. Atenção Resíduos não tratados ou armazenados de forma inadequada podem con- taminar a água, o solo, pessoas e animais, dentro e fora da propriedade. Você pode destinar adequadamente alguns tipos de resíduos dentro da propriedade, mas ou- tros têm de ser destinados a terceiros e, nesses casos, é preciso verificar se a destinação é cor- reta. Ou seja, você precisa se certificar de que esse terceiro tenha conhecimento e autorização legal para receber e destinar adequadamente o resíduo recebido. Veja a seguir alguns resíduos que são gerados em uma propriedade rural. Resíduos sólidos Lixo reciclável (metais, papel, papelão, caixinha “longa-vida”, plásticos, saco de fertilizante e vidro); resíduos orgânicos (pa- lha de café, esterco de animais de criação, restos de alimentos etc.); lixo não reciclável (papel higiênico, fraldas, absorventes, cotonetes, materiais de limpeza etc.); filtros de trator, embala- gens vazias de agroquímicos etc. Efluentes líquidos Esgoto doméstico; água residuária do processamento de café por via úmida; água contaminada com óleos e graxas prove- nientes da lavagem de máquinas e implementos; água de lava- gem de EPIs etc. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 238 Resíduos sólidos Em relação aos resíduos sólidos, o primeiro passo é recolher o lixo gerado na propriedade e destiná-lo de forma adequada. Não pode jogar lixo na propriedade! Não pode enterrar o lixo!Não pode queimar o lixo! Fonte: Pedro Ronca Sempre que possível, separe o lixo reciclável e entregue para a coleta seletiva do seu municí- pio ou para empresas especializadas (recicladoras). Os resíduos orgânicos podem ser aprovei- tados como adubo orgânico após passar por um processo de compostagem ou biodigestão; também podem ser aproveitados como fonte de energia. compostagem A compostagem é a “reciclagem dos resíduos orgânicos”. É uma técnica que permite a transfor- mação de resíduos orgânicos (palha de café, sobras de alimentos, materiais de poda, serragem, estercos etc.) em adubos orgânicos estabilizados, minimizando as perdas de nutrientes. É um pro- cesso biológico que acelera a decomposição do material orgânico, tendo como produto final o composto orgânico. O que sobra é o lixo não reciclável (rejeito), que deve ser destinado para aterros sanitários por meio do sistema de coleta municipal. No caso da ausência deste serviço, a propriedade pode levá-lo a um local onde haja coleta, ou pode propor soluções junto ao poder público, unindo esforços com produtores vizinhos. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 239 Na Prática Existem diversos bons exemplos de propriedades que se uniram para cobrar a prefeitura do município para que realizasse a coleta de lixo em uma região não atendida e, depois disso, o serviço passou a ser ofe- recido. Há também exemplos de criação, por demanda da comunida- de, de um sistema de reciclagem de lixo em cidades onde antes não havia. Sabemos que muitos municípios não possuem coleta seletiva e que existem áreas rurais que não são atendidas pela coleta de lixo, mas isso é uma obrigação da prefeitura e, por essa razão, unir esforços para cobrar o poder público e organizar ações nesse sentido traz resultados positivos e contribui para a preservação ambiental e para a melhoria da qualidade de vida de toda a comunidade. Confira a seguir duas soluções simples, baratas e funcionais para a separação do lixo reciclável. Galões Sacos Fonte: Sylvio Padilha Fonte: Murilo Bettarello Confira a seguir como utilizar a palha de café na propriedade! Sustentabilidade na produção do café | Módulo 240 A palha de café é um adubo orgânico de ótima qualidade. Entre outros nutrientes, possui teores elevados de potássio (em média, 1,5 a 3,0% de K2O), que é um adubo de alto custo e essencial para a cafeicultura. Fonte: Frederico Caldeira A compostagem com palha de café pode ser feita tanto em pequena quanto em larga escala. Fonte: Eduardo Matavelli É possível utilizar a palha de café para alimentar a fornalha do secador. Fonte: Frederico Caldeira Destinação de resíduos altamente contaminantes Em grande parte das propriedades também são produzidos resíduos altamente contaminan- tes, como óleo lubrificante usado, filtro de óleo de trator, pneus, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e embalagens vazias de agroquímicos. Esses resíduos devem ser descartados em locais de coleta específicos, cuja destinação é chamada de logística reversa. É importante ressaltar que o óleo lubrificante usado, popularmente conhecido como “óleo queimado”, não pode ser reutilizado na propriedade, nem para pintura, nem para passar em cercas. Ele deve ser devolvido ao seu revendedor ou diretamente a um coletor autorizado pela ANP. Lembre-se de guardar os comprovantes da destinação corretadesses resíduos. revendedor Exemplo: postos de combustíveis legalmente autorizados. ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 241 Efluentes líquidos Lembrando que o meio ambiente é como a nossa casa, então ninguém deseja que ele fique sujo e contaminado, certo? Por isso, é importante destinar corretamente o esgoto doméstico. Em grande parte das pequenas propriedades rurais brasileiras, ainda é comum o uso de fossas rudimentares (fossa “negra”, poço, buraco etc.), que contaminam as águas subterrâneas e os poços de água, principalmente os conhecidos como “poços caipiras”. Quando isso acontece, a população pode vir a ser contaminada por doenças transmitidas pela urina, pelas fezes e pela água, como hepatite, cólera, salmonelose, entre outras. Atenção O esgoto doméstico não deve ser lançado em corpos de água ou no am- biente sem o devido tratamento. O esgoto doméstico deve ser coletado em fossas sépticas, biodigestores ou outro tratamen- to apropriado. Existem diversos modelos disponíveis, tanto pré-fabricados como para serem construídos, por exemplo, a fossa séptica biodigestora desenvolvida pela Embrapa e o tanque de evapotranspiração indicado pela Emater/MG. Confira a seguir dois exemplos. Fossa séptica Tanque de evapotranspiração Fonte: Pedro Ronca Fonte: Emater-MG Saiba Mais Confira na biblioteca do curso dois textos que explicam o que são Tan- ques de evapotranspiração e Fossas biodigestoras. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 242 A seguir, saiba como é feita uma fossa séptica com o sistema de tanque de evapotranspiração: A fossa tem formato retangular. Para fazer o acabamento, ela é revestida com tela de galinheiro que utiliza a mistura de massa forte de cimento e areia para ser fixada. Após a secagem, forma- se um túnel composto de pneus com aros de 13 ou 14, empilhados bem juntos. Na ponta inicial do túnel concentra-se o cano que receberá os dejetos do vaso sanitário, a outra ponta irá liberar os gases liberados pelos resíduos. Para manter os pneus firmes e servir tam- bém como uma espécie de filtro, faz-se a cobertura com os resíduos de alvenaria e ce- râmica (telhas de barro, tijolos e cascalhos). Para tapar a fossa, forre a parte de cima do túnel com: sacos de ração; uma camada de 10 a 15 cm de areia; uma camada de 10 a 15 cm de brita. Cubra com terra até ultrapassar o nível do solo. Utilize plantas de folhas largas, como caetés e copos-de-leite, que retêm muita água, impedindo que a fossa encha. Não é aconselhado plantar hortas, frutas ou legumes no local, por haver risco de contaminação. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 243 Nível do Solo Solo Areia Brita Cacos de Cerâmica 2,00m 0,35m 0,10m 0,10m 0,45m Fonte: Agência Minas Gerais Água residuária Com o intuito de se obter cafés de melhor qualidade, é realizado o processamento de café por via úmida, possibilitando a separação dos frutos por estádio de maturação. Porém, com esse tipo de processamento, é gerada uma água residuária, que pode contaminar o ambiente se não for devidamente tratada. estádio de maturação Frutos verdes, maduros, passas e secos. No caso dos frutos maduros, é possível obter cafés do tipo cereja descascado, desmucilado ou despolpado. No processamento de café por via úmida, a água utilizada incorpora alta carga orgânica – cons- tituída por fragmentos de folhas, ramos e frutos, bem como mucilagem – com grande potencial de poluir o ambiente aquático. Para ser lançada em um corpo hídrico, a água residuária deve ser tratada, atendendo às condições e padrões estabelecidos pelo CONAMA. CONAMA Resolução n.º 357/2005, alterada pela Resolução n.° 430/2011. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 244 Saiba Mais A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é um parâmetro que mede o potencial poluidor do efluente líquido. No caso das águas residuárias do processamento de café por via úmida, a DBO varia de 1.837 a 3.242 mg/L. O potencial poluidor dessas águas residuárias é maior que o do próprio esgoto doméstico, cuja DBO média é de 300 mg/L. Os valores elevados de DBO indicam que essas águas residuárias possuem alta car- ga orgânica e podem trazer muitos problemas para os corpos hídricos receptores se forem aí lançadas sem tratamento prévio. Confira o que o Antônio tem a dizer sobre o tratamento de água residuária! Sabemos que existem diversas opções para o tratamento da água residu- ária do café, como a construção de lagoas de decantação, sedimentado- res e filtros orgânicos. Porém, esses métodos podem ter custos elevados e, como no caso das lagoas de decantação, ocupar um grande espaço. Nós, produtores, temos como desafio encontrar soluções tecnológicas que aliem baixo custo de implementação com eficiência no tratamento da água residuária e reutilização dos resíduos sólidos e líquidos. Recomenda-se que a água seja reutilizada por meio de sistemas de reciclagem e, ao final do processo, aplicada em lavouras, pastagens ou pomares. É importante receber orientação de um técnico para evitar aplicações excessivas de nutrientes. Uma grande quantidade dessa água, aplicada em um pequeno volume de solo, pode elevar excessivamente os teores de nu- trientes, causando desequilíbrios nutricionais e até mesmo a morte das plantas. Contudo, se aplicada corretamente, a fertirrigação com água residuária é a melhor destinação, uma vez que dispensa a necessidade de tratamento e reutiliza todo o resíduo. Essa água é mui- to rica em nutrientes, em especial o potássio, que é um dos mais importantes para a nutrição do cafeeiro. Saiba Mais Para mais informações sobre como definir a dose de água residuária a ser aplicada nas lavouras, consulte a Circular Técnica n.º 30, da Epamig, disponível na biblioteca do curso. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 245 Fonte: Universidade do Café Brasil Fonte: Eduardo Matavelli No caso da água utilizada na lavagem de máquinas e tratores, é preciso tomar medidas para evitar que contamine o solo e os corpos de água, utilizando, por exemplo, caixa de sedimenta- ção e caixa separadora de água e óleo. Essa água de lavagem contém resíduos de óleo e graxa que possuem alto potencial poluidor. As caixas separadoras, quando bem construídas e insta- ladas, realizam uma ótima separação do óleo e da água. O óleo deve ser coletado junto ao óleo lubrificante usado (óleo queimado) e destinado da mesma forma. Caixa separadora de água e óleo: modelo de alvenaria construído na propriedade Caixa separadora de água e óleo: modelo pronto para instalação. Fonte: Pedro Ronca Foto: Pedro Ronca Dica É muito importante uma instalação adequada desta caixa, pois erros de construção ou dimensionamento fazem o sistema não funcionar. Uma forma de aferir o funcionamento do sistema é tirando uma amostra da água, em período de lavagem e uso do sistema, e enviando essa amostra a um laboratório para análise de resíduos de óleo e graxa. Trata-se de uma análise de baixo custo e importante para garantir que o sistema esteja funcionando adequadamente. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 246 Fonte: Eduardo Matavelli Outro efluente líquido normalmente gerado em uma propriedade agrícola é a água de lavagem de EPIs. Esta água também não deve ser descartada em cursos d’água, nem em fos- sas negras ou sépticas. O ideal é captá-la e fa- zer com que retorne aos tanques ou bombas de pulverização para posterior descarte em bordaduras ou carreadores de lavouras, sem- pre longe de APPs ou corpos de água. Aula 2: Cobertura vegetal e biodiversidade As áreas de vegetação nativa são muito importantes não somente para a preservação de plan- tas e animais, mas também paraa conservação da água na propriedade e para a produtividade das lavouras, tendo em vista que reduzem a intensidade dos ventos e contribuem para o con- trole biológico natural de pragas agrícolas. Neste sentido, para ter uma produção sustentável, é fundamental cumprir o novo Código Florestal (Lei n.º 12.651/2012), que estabelece normas para a proteção da vegetação nativa, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal. Áreas de Preservação Permanente (APPs) Conforme definido na Lei n.º 12.651/2012, Área de Preservação Permanente (APP) é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, bem como de facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Áreas de Preservação Permanente (APPs) As Áreas de Preservação Permanente (APPs), como matas ciliares, nascentes, topos de morros e encostas, merecem um cuidado especial, pois são áreas frágeis que prestam im- portantes serviços ambientais, como a conservação dos recursos hídricos, a proteção do solo contra a erosão e o abrigo para os animais silvestres e plantas nativas, entre outros benefícios. matas ciliares Matas ciliares são florestas ou outros tipos de cobertura vegetal nativa que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d’água e represas. O nome “mata ciliar” vem do fato de serem tão im- portantes para a proteção de rios e lagos como são os cílios para os nossos olhos. Fonte: WWF-Brasil (2016) Sustentabilidade na produção do café | Módulo 247 Para ser um produtor sustentável, é fundamental que você preserve as matas ciliares e as nas- centes de sua propriedade, identificando-as no campo e colocando cercas quando houver gado ou criação de outros animais que possam invadir essas áreas. Porém, quando não for o caso, evite colocar cercas, pois estas dificultam a circulação dos animais silvestres de maior porte. Atenção As APPs, assim como outras áreas de conservação, devem ser sempre protegidas e, por isso, é proibido cultivar café nessas áreas, respeitan- do as dimensões mínimas definidas no novo Código Florestal. Confira a seguir as dimensões mínimas das APPs nas faixas marginais de cursos d’água e re- servatórios naturais. Reservatório Natural Áreas/Zona Urbanas Mantenha 30m Reservatório natural com área < 20ha Mantenha 50m Reservatório natural com área > 20ha Mantenha 100m Nascente Raio mínimo de 50m Largura do rio < 10m Largura mínima marginal 30m Largura do rio 10-50m Largura mínima marginal 50m Largura do rio 50-200m Largura mínima marginal 100m Largura do rio 50-200m Largura mínima marginal 100m Largura do rio 200-600m Largura mínima marginal 200m Largura do rio > 600m Largura mínima marginal 500m Fonte: Adaptado de WWF-Brasil (2016) Sustentabilidade na produção do café | Módulo 248 Confira algumas imagens de APPs em diferentes estágios de recomposição. Mata ciliar em processo de recomposição. Nascente preservada, cercada e identificada com placa sinalizadora. Fonte: Pedro Ronca Fonte: Sylvio Padilha APP identificada com placa e em processo de recomposição. APP identificada, porém com necessidade de recomposição. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Nascente delimitada e cercada, porém com necessidade de recomposição. Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 249 De acordo com o novo Código Florestal, todas as APPs devem ser mantidas na propriedade. Se houver supressão não autorizada de vegetação nessas áreas, o proprietário poderá ser mul- tado e obrigado a recompô-las. No caso das APPs desmatadas antes de 22 de julho de 2008 (consideradas como áreas consolidadas), o proprietário ficará livre de multas desde que se comprometa a recompor a vegetação nessas áreas, conforme tabela a seguir. Área da propriedade em Módulos Fiscais Faixa mínima a ser recomposta Cursos d’água Nascentes Lagos e lagoas naturais Veredas Até 1 5 m 15 m 5 m 30 m 1 a 2 8 m 15 m 8 m 30 m 2 a 4 15 m 15 m 15 m 30 m Superior a 4 20 a 100 m 15 m 30 m 50 m Módulos Fiscais Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectares, cujo valor é fixado pelo INCRA para cada município brasileiro, variando entre 5 e 110 hectares. Cursos d’água Para cursos d’água, a largura da faixa marginal é contada a partir da borda da calha do leito regular do curso d’água. Para propriedades com até 4 módulos fiscais, a faixa a ser recomposta independe da largura do curso d’água. Veredas Para veredas, a largura da faixa é contada a partir do espaço brejoso e encharcado. Você sabia que existem diversas formas de recompor a vegetação nativa nas APPs e na Reserva Legal de sua propriedade? Pode ser por meio do plantio de mudas, da semeadura direta ou mesmo promovendo a regeneração natural da vegetação. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 250 Reserva Legal A Reserva Legal é formada por áreas de vegetação nativa no interior de propriedades rurais com a função de assegurar o uso econômico sustentável dos recursos naturais, auxiliar a ma- nutenção de processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, protegendo a fauna e flora silvestres. Sua dimensão mínima em termos percentuais relativos à área da pro- priedade depende de sua localização. Por exemplo, no caso de propriedades localizadas fora da Amazônia Legal, o produtor deve destinar 20% da área da propriedade para a Reserva Legal. O proprietário rural deve manter a cobertura vegetal nativa na Reserva Legal, mas são permi- tidos o manejo sustentável e a coleta de produtos florestais madeireiros e não madeireiros (frutos, cipós, folhas, sementes etc.), devendo-se observar períodos de coleta e volumes fixa- dos em regulamentos, quando houver, assim como a época de maturação e técnicas que não coloquem em risco os indivíduos produtivos e a espécie. Exemplo O produtor João dos Santos possui uma propriedade de 25 hectares no Espírito Santo. De acordo com a legislação, sua propriedade deveria ter 5 hectares de Re- serva Legal, ou seja, 20% da área total. No entanto, há somente 2 hectares. O que o produtor deve fazer neste caso? Para atingir os 5 hectares de Reserva Legal, é necessário que o produtor realize a recomposição ou a compensação dos 3 hectares restantes. A recomposição da vegetação pode ser feita de diferentes formas, incluindo sistemas agroflorestais com espécies nativas e exóticas. Já a compensação, consiste em destinar uma área fora da propriedade para a conservação, atendendo a alguns critérios específicos. O novo Código Florestal permite que as APPs sejam incluídas no cálculo da Reserva Legal, des- de que: • Não impliquem a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo. • A APP a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação. • O proprietário tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Fonte: Eduardo Matavelli Uma das inovações do novo Código Florestal é a criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que pode ajudar o produtor na adequação ambien- tal de sua propriedade. Todos os proprietários rurais devem manter APP e Reserva Legal e re- gistrá-las no CAR. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 251 Fonte: Eduardo Matavelli Outro aspecto importante é buscar, sempre que possível, promover a interligação das APPs, das Reservas Legais e de outras áreas de conserva- ção da propriedade entre si e com as áreas de preservação vizinhas à propriedade, de forma a criar faixas contínuas de vegetação nativa (cor- redores ecológicos) para facilitar a movimenta- ção dos animais, o equilíbrio ecológico e a con- servação dessas áreas. Você também pode instalar placas nas entradas da propriedade e emáreas de conservação in- formando que é proibido caçar, pescar ou praticar qualquer outra ação predatória de animais e plantas silvestres. Converse com moradores, trabalhadores, vizinhos e visitantes sobre a proi- bição. Cuide das plantas e animais que vivem na sua propriedade. Assim, seus filhos e netos também terão a oportunidade de conhecê-los! Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Confira uma dica importante do Antônio! Outro procedimento muito importante na preservação da vegetação na- tiva é a proteção contra incêndios. Você pode fazer aceiros, mantendo-os sempre limpos – principalmente nos períodos de seca. É útil manter ferramentas como abafadores, pás, tanques de água etc., que possam auxiliar no combate a incêndios. Continue com os estudos! Sustentabilidade na produção do café | Módulo 252 Aula 3: Consumo de energia Todo cafeicultor usa energia em sua produção, seja gasolina na “roçadeirinha”, óleo diesel no trator, lenha no secador ou eletricidade na iluminação da propriedade. Conhecer e usar as fon- tes de energia de forma eficiente é favorável tanto para o meio ambiente como para o bolso do produtor. Um primeiro passo é identificar as fontes de energia utilizadas em cada etapa da produção. Para auxiliar nessa identificação, confira os principais usos de energia na cafeicultura. Uso de roçadeira costal movida à gasolina para o “manejo do mato”. Uso de trincha e trator movido a óleo diesel para o “manejo do mato”. Fonte: Caio Diniz Fonte: LS Tractor Secador com fornalha à lenha. Fonte: Caio Diniz Sustentabilidade na produção do café | Módulo 253 Uso de eletricidade no maquinário de beneficiamento de café. Fonte: Frederico Caldeira Uso de óleo diesel no maquinário de beneficiamento de café. Fonte: Frederico Caldeira Sustentabilidade na produção do café | Módulo 254 Uso de óleo diesel (à esquerda) e eletricidade (à direita) em moto-bombas para irrigação de lavouras. Fonte: Frederico Caldeira Terreiro de secagem de café pela ação dos raios solares. Secador movido a gás proveniente de biodigestores. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Sempre que possível, reduza o consumo de energia oriunda de fontes não-renováveis e po- luentes, como os combustíveis fósseis (ex.: gasolina e óleo diesel). Utilize mais fontes renová- veis, como, por exemplo, sol, vento, biomassa e biocombustíveis. biomassa Exemplo: lenha e palha de café. biocombustíveis Exemplo: etanol e biodiesel. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 255 Confira uma dica importante do Antônio! Para a secagem do café, a melhor opção do ponto de vista ambiental é utilizar terreiros para aproveitar ao máximo a energia solar. De forma secundária, você pode usar secadores com fornalha à lenha ou outro tipo de biomassa, lembrando-se que esta fonte de energia, apesar de ser renovável, libera gás carbônico na atmosfera durante sua queima, contribuindo para o agravamento do aquecimento global. Confira o Portal Brasil e saiba mais sobre a produção de energia elé- trica no Brasil. Depois de listar as fontes de energia utilizadas, um segundo passo é medir e registrar o con- sumo de cada uma delas. A partir desses registros, você saberá o quanto gasta de energia para produzir cada saca de café, e isso possibilita que você crie metas para reduzir seu consumo e, ao mesmo tempo, economizar dinheiro. Além disso, o produtor pode criar metas de substitui- ção de veículos movidos à gasolina por etanol e de tratores movidos a óleo diesel por biodiesel. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 256 Na Prática Vamos imaginar um cafeicultor que realiza a secagem do café utilizando terreiros, secador à lenha e que beneficia o próprio café em sua proprie- dade. Além disso, esse cafeicultor possui dois tratores, utilizados nos tratos culturais das lavouras e transportes internos. Todos os meses, ele registra as quantidades de eletricidade, óleo diesel e lenha utilizados na produção do café, chegando às seguintes quantidades em um ano: a) 10.000 quilowatts (kW) para produzir 1.000 sacas de café = 10.000/1.000 = 10 kW/saca. b) 50 m³ de lenha para produzir 1.000 sacas de café = 50/1.000 = 0,05 m³/saca. c) 3.000 litros de óleo diesel para produzir 1.000 sacas de café = 3.000/1.000 = 3 litros/saca. De posse dessas informações, o produtor passa a ter indicadores e poderá propor metas de redução, por exemplo: a) Diminuir em 10% o consumo de eletricidade nos próximos 10 anos por meio da substituição de lâmpadas comuns por lâm- padas fluorescentes ou outras de menor consumo e/ou instalar aquecedor solar de água para utilização nos chuveiros das casas. b) Diminuir em 20% o consumo de lenha nos próximos 5 anos, dando preferência ao uso de terreiro para a secagem do café (energia solar) e, se necessário, investindo na construção de novos terreiros. c) Diminuir em 15% o consumo de óleo diesel na próxima safra, através da manutenção preventiva dos tratores ou da renova- ção dos tratores antigos. Uso de lenha Quando usar lenha como fonte de energia, verifique se ela é proveniente de atividade legal e arquive as notas fiscais e outros documentos que comprovem sua origem e legalidade. Para uso da lenha de cafeeiro, não é necessário esse tipo de comprovação. Atenção Nunca use lenha ilegal proveniente de APPs ou Reserva Legal (Lei n.º 12.651/2012, art. 56). Caso seja utilizada lenha de espécies nativas, deve haver autorização de corte do órgão competente. Verifique se o órgão ambiental do seu esta- do exige autorização específica para corte e queima de lenha, inclusive no caso de florestas plantadas. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 257 Aula 4: Manuseio e armazenamento de agroquímicos Agora vamos tratar de um assunto extremamente importante e que necessita de muita aten- ção do produtor: o manuseio e o armazenamento de agroquímicos. Mas, antes de tudo, é importante lembrar que o manuseio de agroquímicos só pode ser reali- zado por maiores de 18 anos, certo? Vamos começar! Manuseio de agroquímicos O local de manuseio de agroquímicos ou preparo de caldas deve ser impermeável e ter conten- ção de vazamentos. Pode ser o mesmo local da lavagem do equipamento de pulverização, pois a caixa de contenção de vazamentos servirá também como caixa de armazenamento da água de lavagem, desde que possua tamanho compatível. A seguir, confira os itens importantes que devem estar presentes no local destinado ao manuseio de agroquímicos. __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ Ducha de emergência1 Sinalização2 Tanque para lavagem de EPI3 Lava-olhos4 Murinho de contenção5 Sustentabilidade na produção do café | Módulo 258 Atenção É proibido realizar o preparo de caldas próximo a corpos de água e sem medidas contra acidentes e vazamentos. Se o preparo da calda for feito no campo, procure manter uma distância segura de corpos de água e moradias (no mínimo 30 metros), adotando medidas preventivas contra acidentes e derramamentos. Todos os locais relacionados ao manuseio de agroquímicos de- vem estar de acordo com a legis- lação federal e/ou estadual. Antes de iniciar o preparo da calda, leia aten- tamente o rótulo ou a bula do agroquímico. O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o trabalhador está manu- seando o produto concentrado. Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 259 Fonte: ANDEF (2008) O procedimento recomendado é o seguinte: • abra a embalagem com cuidado para evitar derra- mamento do produto; • utilize balanças, copos graduados, baldes e funis es- pecíficos para o preparo da calda. nunca utilize esses mesmos equipamentos para outras atividades; • faça a lavagem da embalagem vazia logo após tê-la esvaziado; •lave os utensílios e seque-os ao sol após o preparo da calda; • use apenas o agitador do pulverizador para misturar a calda; • utilize sempre água limpa para preparar a calda e evitar o entupimento dos bicos do pulverizador; • verifique se todas as embalagens utilizadas estão fe- chadas e guarde-as no depósito; • manuseie os produtos longe de crianças, animais e pessoas desprotegidas. Armazenamento de agroquímicos Todo produtor deve ter um local adequado para armazenar os agroquímicos a fim de garantir a segurança das pessoas e do meio ambiente, além de atender à exigência da legislação. Vale lembrar que o produtor que não cumpre essa exigência corre o risco de ser multado. Desta forma, o local utilizado deve ser exclusivo para isso, distante de moradias, fechado com teto e paredes, ventilado, com piso impermeável e contenção para vazamentos. Além disso, deve ser sinalizado com indicações de perigo e risco, deve ser trancado e o acesso a ele deve ser permitido somente para pessoas autorizadas. Saiba Mais Na biblioteca do curso, você encontra a Norma Regulamentadora n.º 31 do Ministério do Trabalho (NR-31), que estabelece as condições completas no ambiente de trabalho rural. E, para saber mais sobre as edificações destinadas ao armazenamento de agrotóxicos, confira o item 31.8.17. Não é preciso gastar muito para construir um local adequado ao armazenamento dos agroquí- micos, existem soluções simples e baratas, conforme mostrado a seguir. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 260 Exemplos de locais simples e adequados para armazenamento de agroquímicos. Fonte: Sylvio Padilha Exemplos de locais simples e adequados para armazenamento de agroquímicos. Fonte: Sylvio Padilha Armazenamento de agroquímicos sobre pallets. Armazenamento de agroquímicos sobre prateleiras impermeáveis. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 261 Interior de um depósito de agroquímicos com prateleiras impermeáveis, sistema para contenção de vazamentos na porta e local para destinação de embalagens vazias. Depósito de agroquímicos com sinalização de perigo e lava-olhos na área externa, para ser utilizado em caso de acidentes. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Sylvio Padilha Lava-olhos na área externa. Fonte: Sylvio Padilha Sustentabilidade na produção do café | Módulo 262 Para conter vazamentos, o próprio armazém poderá servir de contenção desde que haja como retirar o produto que vazou, sem riscos de contaminação, e que o local possa ser higienizado. Fonte: Sylvio Padilha E as embalagens vazias? Por lei, as embalagens vazias devem ser devolvidas à unidade de recebimento indicada pelo revendedor na nota fiscal até o prazo de um ano após a compra. Por isso, é importante que você devolva regularmente essas embalagens e sempre guarde o comprovante de entrega. As embalagens vazias não podem ser reutilizadas para qualquer outra finalidade, nem podem ser descartadas em terrenos ou lixões. Fonte: Pedro Ronca Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 263 Antes de fazer a devolução das embalagens vazias, é aconselhável realizar a tríplice lavagem, ou lavagem sob pressão. Esse procedimento é feito durante o preparo da calda, com o uso do EPI, garantindo a utilização de todo o produto na lavoura e evitando contaminações. Confira o passo a passo. Tríplice lavagem Passo 1 Passo 2 Passo 3 Esvaziar todo o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador. Adicionar água limpa na embalagem até 1/4 do seu volume. Tampar bem e agitar por 30 segundos. Passo 4 Passo 5 Despejar a água da lavagem no tanque do pulverizador, com cuidado para não espirrar. Depois de repetir esse procedimento por mais duas vezes, a embalagem deve ser inutilizada e seu fundo deve ser perfurado com objeto pontiagudo. Fonte: Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) Sustentabilidade na produção do café | Módulo 264 Lavagem sob pressão Caso você tenha um equipamento próprio integrado ao pulverizador, realize a lavagem sob pressão conforme o seguinte procedimento: Passo 1 Passo 2 Passo 3 Esvaziar todo o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador. Encaixar a embalagem vazia no local apropriado do funil instalado no pulverizador. Acionar o mecanismo para liberar o jato de água limpa. Passo 4 Passo 5 Passo 6 Direcionar o jato de água para todas as paredes internas da embalagem por 30 segundos. Transferir a água de lavagem para o interior do tanque do pulverizador. Inutilizar a embalagem, perfurando o fundo com objeto pontiagudo. Fonte: Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) As embalagens vazias, lavadas e perfuradas podem ser armazenadas temporaria- mente em um cômodo específico ou dentro do armazém de agroquímicos, sempre de forma separada e identificada. Está disponível no Ambiente de Estudos um vídeo sobre dicas impor- tantes de alguns produtores que estão implementando as boas práti- cas na produção do café. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 265 Jogo dos 7 erros Agora vamos dar uma pausa para testar seus conhecimentos! Na imagem abaixo, existem 7 erros sobre proteção das APPs, sobre a destinação de resíduos e o armazenamento de agroquímicos. Vamos lá? Boa sorte! __ _ _ __ _ _ RES ERV A __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ Você pode conferir o gabarito no final da Atividade de aprendizagem. Aula 5: Conservação do solo e mitigação dos efeitos da seca Solo e água pertencem à biosfera, à ordem da natureza, e – como uma espé- cie entre muitas, como uma geração entre muitas ainda por vir – não temos o direito de destruí-los. (Daniel Hillel, cientista de solo) A sustentabilidade da sua produção depende da conservação do solo e da água na proprie- dade, tendo em vista que, em solos degradados e sem água, não é possível produzir café de forma rentável. O uso de práticas que promovem a saúde do solo, além de evitar sua erosão e compactação, favorece a infiltração da água e o abastecimento dos mananciais. Além disso, algumas técnicas contribuem para o aprofundamento do sistema radicular do cafeeiro e a diminuição das perdas de água nas lavouras, o que é muito vantajoso em tempos de chuvas irregulares, secas prolongadas e altas temperaturas causadas pelas mudanças climáticas. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 266 Neste sentido, é fundamental adotar técnicas de conservação de solo no plantio e na condução das lavouras. O solo deve ser corrigido em função da análise de solo, que deve ser realizada antes da implantação da cultura e durante a fase de produção. A proteção do solo por meio das técnicas de cobertura vegetal é uma das formas de preservá-lo contra os efeitos da erosão e da compactação. A construção de estruturas como terraços, bacias de contenção, carreado- res e estradas em nível serve para conduzir e armazenar a água, promovendo sua infiltração e evitando o carreamento do solo, da matéria orgânica e a perda de nutrientes. Você pode construir lombadas e bacias de contenção para diminuir a velocidade e conter a água dos carreadores e estradas, evitando o surgimento de erosões. Outro exemplo de bacia de contenção. Sempre que possível, mantenha os carre- adores cobertos por vegetação viva ou co- bertura morta (palhada) para auxiliar a infiltra- ção de água no solo. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Pedro Ronca Fonte: Eduardo Matavellia O solo leva milhares de anos para ser formado e a erosão carrega sua parte mais fértil em pou- co tempo e de forma irreversível. A erosão é um dos maiores problemasque uma propriedade pode ter e muitas vezes não enxergamos o tamanho do prejuízo. Na Prática É fundamental identificar as áreas degradadas dentro da propriedade e, em seguida, planejar e realizar sua recuperação. A identificação dessas áreas pode ser feita no mapa ou croqui da propriedade. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 267 Confira o que o Antônio costuma fazer para conservar o solo da sua propriedade! Para proteger o solo contra a erosão, tenho utilizado em minha proprie- dade cana-de-açúcar para cordões de vegetação. Você também pode utilizar outras espécies, como bananeira, capim napier, feijão-guandu etc. Outra técnica muito utilizada é o quebra-vento, que também auxilia na redução da intensidade do escorrimento superficial da água, princi- palmente no caso de chuvas fortes. Evite também o revolvimento desnecessário do solo, principalmente em áreas mais inclinadas e com riscos de erosão. Lembre-se de implantar e manter o cafezal, sempre que possível, com boa cobertura vegetal no solo. Confira a seguir alguns exemplos do uso de outras espécies na plantação do café para sombre- amento e quebra-vento. Sombreamento parcial de cafezal com cedro-australiano. Fonte: Sylvio Padilha Sustentabilidade na produção do café | Módulo 268 Quebra-vento de bananeira. Fonte: Sylvio Padilha Lavoura bem protegida por vegetação natural contra o excesso de vento. Fonte: Pedro Ronca Sustentabilidade na produção do café | Módulo 269 Lavoura nova com quebra-vento de milho. Fonte: Pedro Ronca Quebra-vento em lavoura nova. Fonte: Pedro Ronca Sustentabilidade na produção do café | Módulo 270 Saiba Mais Confira os textos disponíveis na biblioteca do curso e conheça mais so- bre as funções do solo e algumas ações que podem ser realizadas para a recuperação de áreas degradadas. As mudanças climáticas representam um risco para a cafeicultura, principalmente devido à fal- ta de chuvas (ou às chuvas fora de época) e ao aumento das temperaturas nas regiões produto- ras. Você deve ter percebido, nos últimos anos, os impactos negativos da seca em períodos que são normalmente chuvosos. Por isso é tão importante a utilização de técnicas que favoreçam o aprofundamento do sistema radicular e a diminuição da perda de água. Os produtores que aplicam essas técnicas conseguem enfrentar a crise hídrica de forma mais confortável. Embora a maior parte das raízes do cafeeiro se concentre nas camadas superficiais do solo, o sistema radicular pode absorver água e nutrientes em profundidade, desde que esteja bem desenvolvido. Além disso, existem técnicas para aumentar a retenção de água no solo e a dimi- nuição das perdas por evaporação. Assim, mesmo em períodos de seca prolongada, o cafeeiro consegue absorver a água necessária para se manter saudável e produtivo. O aprofundamento das raízes do cafeeiro e a manutenção da umidade do solo são favorecidos pelas seguintes técnicas: • correção do solo com calcário e uso de gesso agrícola; • subsolagem; • plantio em nível; • uso de adubos orgânicos; • aplicação de micronutrientes via solo; • manutenção de cobertura vegetal nas entrelinhas do café, seja através do “manejo do mato” ou de plantas de cobertura, priorizando o manejo com métodos mecânicos. Fonte: Eduardo Matavelli Uso de gesso agrícola em lavoura recém-plantada: técnica utilizada para aprofundamento do sistema radicular. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 271 Aula 6: Uso de água e irrigação Você sabia que, aproximadamente, 20% da população mundial (1,2 bi- lhão de pessoas) vive em regiões com escassez de água? Outros 25% (1,6 bilhão) enfrentam a falta de água econômica, condição na qual os países não têm a infraestrutura e a capacidade financeira necessárias para le- var a água dos rios e aquíferos até as moradias (WWF, 2013). Para ser um produtor sustentável, é fundamental usar a água, nas diferentes etapas da produ- ção do café, de forma racional e de acordo com a legislação. Um aliado para diminuir os efeitos da falta de chuvas é o sistema de irrigação, mas ele pode tornar-se um grande vilão caso não sejam utilizadas técnicas adequadas para determinar quanto e quando irrigar. O processamento do café por via úmida também consome grande quantidade de água e, por isso, algumas medidas devem ser adotadas a fim de que seu uso seja eficiente e desperdícios sejam evitados. Um primeiro passo, então, é medir e registrar o volume de água consumido na irrigação e no processamento do café por via úmida. Conhecer esse volume é importante para o planejamen- to de ações que possam otimizar o uso da água. Caso você tenha outorga, fique atento para que o volume não ultrapasse o limite concedido pelo órgão responsável. No caso de propriedades que utilizam água sem possuir outorga, bus- que a orientação de um técnico e siga o procedimento de regularização para a obtenção da outorga ou do cadastro de uso insignificante (dependendo do volume). outorga É o ato administrativo mediante o qual o poder público (União, Estado ou Distrito Federal) conce- de ao requerente o direito de uso de recursos hídricos, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato. O ato administrativo é publicado no Diário Oficial da União (no caso da ANA), ou nos Diários Oficiais dos estados ou do Distrito Federal. Fonte: ANA. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 272 Na Prática Evite o desperdício de água em todos os processos dentro da proprieda- de. Além da irrigação e do processamento por via úmida, existem outros locais e processos que consomem água, tais como: pulverizações, lava- dor de café, lavagem de máquinas e implementos, moradias, consumo de animais etc. Dê prioridade para otimizar o consumo nos processos onde o gasto é maior – em geral, na irrigação e no processamento por via úmida. Fique sempre atento à manutenção da rede de distribuição de água, pois os vazamentos, mesmo que pequenos, podem causar per- das significativas. Fonte: Eduardo Matavelli Considere a possibilidade de captar e aproveitar a água das chuvas. Construções e adaptações simples podem armazenar a água captada por telhados, terreiros ou estruturas similares. Você pode utilizar essa água em processos que permitam seu aproveitamento e que não compro- metem a eficiência das referidas estruturas, tais como: pulverizações, lavadores despolpado- res, irrigação e limpezas em geral. Na imagem a seguir, confira um sistema simplificado de captação de água de chuva utilizado por pequenos produtores. Periodicamente, é importante analisar a água utilizada na irrigação e no proces- samento por via úmida. Essa análise tem como objetivo avaliar a qualidade da água com relação a parâmetros microbiológicos e químicos (incluindo poluentes). Para a coleta das amostras, siga os procedimentos definidos pelo laboratório. Solicite a ajuda de um técnico para interpretar o resultado das análises. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 273 Fonte: Associação Hanns R. Neumann Stiftung do Brasil Irrigação Um sistema de irrigação eficaz demanda planejamento e investimento. Para isso, é fundamen- tal que exista, antes de sua instalação, um projeto técnico elaborado por profissional habilitado que determine com precisão os parâmetros de uso da água. Irrigação por gotejamento Pivô central Gotejo enterrado Fonte: André Luís T. Fernandes Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 274 Saiba Mais A cafeicultura irrigada brasileira ocupa, aproximadamente, 240 mil hectares, os quais estão situados, em sua maior parte, no Cerrado – que representa mais de 10% da área plantada e mais de 25% do café produzido no Brasil. Os sistemas de irrigação mais utilizados são os de aspersão (convencional, em malha e pivô central)e os localizados (gotejamento e modificados). A produção de café em sequeiro no Brasil é viável e lucrativa em diversas regiões. Por isso, precisamos questionar modelos de produção depen- dentes de irrigação e a viabilidade de se generalizar o uso da irrigação em uma cultura perene como o café diante da limitação de água e do grande consumo que esse processo representa. Fonte: Adaptado de Fernandes e Lima (2013). A propriedade precisa ter mecanismos para determinar a quantidade de água que deve ser aplicada e o momento de fazer a irrigação. São diversos os métodos disponíveis e o produtor, juntamente com o técnico, deve escolher o que melhor se adapta à sua situação. Irrigar sem o uso de um método técnico ou “no olho”, como se diz no campo, é altamente prejudicial, pois, em geral, o produtor estará irrigando mais ou menos que o necessário. métodos Exemplos: tensiômetro, tanque Classe A, estação meteorológica, sistemas de cálculo informa- tizados etc. Na Prática Sempre que fizer irrigação, registre as seguin- tes informações: data, talhão ou lavoura, vo- lume aplicado, duração da irrigação e dados climáticos. Registre os volumes de chuva, e a temperatura (máxima e mínima) pode servir como informação complementar. Ao lado, a imagem mostra um equipamento de- senvolvido pela UFV, utilizado para determinar a quantidade de água e o momento de irrigar. Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 275 Periodicamente, avalie a uniformidade de distribuição de água do sistema de irrigação. Isso pode ser feito de maneira simples, por meio da colocação de copos graduados em diversos pontos do sistema (gotejadores ou aspersores) e posterior conferência do volume de água dentro desses copos. Fonte: CETCAF – Apostila sobre técnicas recomendadas para irrigação de cafeicultura de Conilon. Compare com os volumes recomendados no projeto de irrigação e, caso haja diferença, reali- ze os ajustes necessários até que o sistema apresente uniformidade na aplicação. Geral- mente, essas diferenças são causadas por vaza- mentos ou entupimentos no sistema. O monito- ramento e a manutenção da rede de distribuição são fundamentais para evitar o desperdício de água. A imagem a seguir mostra o momento da medição da vazão dos emissores no sistema de irrigação por gotejamento. No caso da fertirrigação, é importante calcular precisamente a dose e a diluição dos produtos, assim como a frequência de aplicação, para que não haja excesso ou falta de nutrientes. Os fertilizantes, além de registrados para a cultura do café, devem ser específicos para uso em fertirrigação: • alta solubilidade; • pouco acidificante; • baixa condutividade elétrica; • baixo índice salino etc. Fonte: Café Point - Alexia Santi/Agência Ophelia/Café Editora Caso sejam aplicados agroquímicos via água de irrigação, siga rigorosamente o receituário agronômico. Lembre-se que só podem ser utilizados produtos com registro para a cultura do café e para uso em quimigação. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 276 Vamos relembrar? Chegamos ao final do Módulo 2! Quantas informações importantes, não é mesmo? Neste módulo, você conheceu as principais práticas que contribuem para minimizar os impac- tos ambientais da cafeicultura e, assim, aumentar o nível de sustentabilidade da sua produção. Vamos relembrar algumas delas? • tratar e destinar corretamente todos os resíduos gerados na propriedade; • preservar as áreas de vegetação nativa conforme o novo Código Florestal; • reduzir o consumo de energia proveniente de fontes não-renováveis; • manusear, armazenar e devolver as embalagens vazias dos agroquímicos de maneira correta; • conservar o solo e utilizar técnicas que previnam a erosão; • utilizar um sistema de irrigação preciso, sem desperdiçar água, avaliando periodicamen- te a uniformidade de distribuição de água do sistema de irrigação. Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC) Fique atento(a): produtor que implementa as boas práticas contidas no Currículo de Sustentabilidade do Café tem maiores chances de ter lucro e se manter na atividade no longo prazo. Para ajudá-lo(a), está disponível nos Anexos a segunda parte do CSC, para que você reveja, de maneira resumida, os principais assuntos tratados nesse módulo. Vídeo Assista ao vídeo sobre produtores que estão implementando essas prá- ticas sustentáveis com sucesso na cafeicultura no Ambiente de Estudos. A seguir, teste seus conhecimentos realizando a atividade de aprendizagem. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 277 Atividade de aprendizagem É chegado o momento de responder algumas questões relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Vamos lá? Atenção Será necessário que você acesse o Ambiente de Estudos para registrar suas respostas e também para verificar as explicações de cada questão. Caso tenha alguma dificuldade no registro das atividades, entre em con- tato com a equipe de atendimento pelo telefone 0800 642 7070. Questão 1 Todo produtor que busca a sustentabilidade deve ficar atento ao tratamento e destinação cor- reta dos resíduos gerados na propriedade. Qual das afirmações abaixo é verdadeira? a) A água residuária do processamento de café por via úmida é um efluente líquido que pode ser descartado diretamente em cursos d’água pois não oferece riscos de conta- minação ao meio ambiente. b) O esgoto doméstico é um efluente líquido que deve ser tratado antes de ser lançado no ambiente através da caixa separadora de água e óleo, atendendo às condições e padrões estabelecidos pelo CONAMA. c) Os resíduos sólidos podem ser separados em resíduos orgânicos, lixo reciclável, resí- duos altamente contaminantes e lixo não reciclável, cada qual com uma destinação adequada. d) Na ausência do sistema de coleta municipal, o lixo deve ser queimado ou enterrado na propriedade. Dessa maneira, o produtor contribui com a preservação ambiental e valoriza o seu patrimônio. Questão 2 As Áreas de Preservação Permanente (APPs) prestam importantes serviços ambientais como conservação dos recursos hídricos, proteção do solo contra a erosão e abrigo para os animais silvestres e plantas nativas. De acordo com o novo Código Florestal, podemos afirmar que: a) Não há necessidade de recomposição das APPs. b) Todas as APPs devem ser mantidas na propriedade. c) Não há necessidade de manter as APPs caso a propriedade possua Reserva Legal. d) As APPs podem ser aproveitadas para o cultivo de culturas perenes como o café. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 278 Questão 3 Com o Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC) em mão, indique qual das práticas relacio- nadas ao manuseio e armazenagem de agroquímicos é PROIBIDA? a) Armazenar as embalagens vazias de agroquímicos de forma apropriada, lavadas e per- furadas, até a sua correta devolução. b) Manter os agroquímicos em condições adequadas de armazenamento, com identifica- ção de perigo e riscos, em ambiente fechado, ventilado e de acesso restrito. c) Ter local adequado para manuseio de agroquímicos, caldas e realização da tríplice la- vagem (ou sob pressão) de embalagens. d) Utilizar embalagens vazias de agroquímicos para qualquer outra finalidade. Questão 4 Para ser um produtor sustentável, é fundamental usar a água nas diferentes etapas da pro- dução do café de forma racional e de acordo com a legislação. No caso de um produtor que realiza irrigação, qual das afirmações abaixo é verdadeira? a) É necessário ter mecanismos para determinar a quantidade de água que deve ser apli- cada e o momento certo de fazer a irrigação. b) Quanto mais água se aplica, maior é a produtividade do café. c) É necessário medir e registrar o volume de água consumido na irrigação somente no caso do sistema de irrigação por pivô central.d) A outorga de direito de uso de recursos hídricos permite que o produtor de café faça irrigação sem o uso de um método técnico. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 279 Gabarito - Jogo dos 7 erros Conforme já estudamos, essas situações são proibidas e não podem estar presentes numa propriedade. Para ser sustentável, você precisa eliminar todos os erros sinalizados na imagem e fazer a coisa certa: • Dar destino correto às embalagens vazias de agroquímicos para que estas não contami- nem o meio ambiente. • Construir fossa séptica ou tanque de evapotranspiração para a destinação do esgoto doméstico. • Usar o EPI sempre que for manusear ou aplicar agroquímicos. • Utilizar lenha proveniente de atividade legal. • Cercar as nascentes para evitar a entrada de animais de criação. • Nunca queimar lixo. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 280 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café03 2.1.1. Identificar possíveis fontes de poluição geradas na propriedade, tais como efluentes líquidos, resíduos sólidos e gasosos. Planejar e realizar o tratamento e a disposição adequada evitando os impactos que possam causar dentro e fora da propriedade (após o descarte ou destinação dos resíduos). 2.1.2. Identificar as áreas degradadas dentro da propriedade. Planejar e realizar a recuperação das mesmas. 2.1. Planejamento ambiental 2. Gestão Ambiental 2.2.2. Manter ações de proteção contra incêndio. 2.2.3. Considerar a existência e ampliação de corredores ecológicos internos e conectados a vizinhos como forma de ampliar o equilíbrio biológico. 2.3.2. Destinar o lixo reciclável para reciclagem. 2.3.3. Tratar resíduos orgânicos do café e outros resíduos orgânicos utilizando-os para reciclagem e otimização do sistema produtivo (cobertura de solo, fertilizantes ou fontes de energia). 2.3.4. Minimizar a produção de resíduos poluentes. 2.5.1. Identificar as fontes de uso de energia, visando a redução desta bem como a substituição da energia produzida por combustível fóssil. Relacionar a quantidade de energia usada por saco de café produzido. Criar metas e medidas para reduzir o consumo de energia. 2.2.4. Cultivar café em áreas de proteção ambiental, preservação permanente ou em áreas de desmatamento ilegal, respeitando o Código Florestal Brasileiro vigente e suas exceções (quando se aplicam). 2.3.5. Realizar queima de lixo ou resíduos. 2.4.2. Lançamento de efluentes líquidos poluentes, incluindo esgoto doméstico, em corpos de água ou no ambiente, sem o devido tratamento. 2.5.3. Usar lenha ilegal proveniente de APP (Áreas de Preservação Permanente) e Reserva Legal. 2.2.1. Preservar e recuperar áreas protegidas APP (Área de Preservação Permanente), Reserva Legal e outras áreas de conservação, identificando-as no campo, visando promover o controle biológico, equilíbrio natural e conservação da água, de acordo com a legislação ambiental vigente. 2.3.1. Recolher o lixo gerado na propriedade e destiná-lo de forma adequada. 2.4.1. Tomar medidas para que todos os efluentes líquidos poluentes, inclusive esgoto doméstico, estejam com parâmetros adequados antes de lançá-los no ambiente. 2.2. Cobertura vegetal e biodiversidade 2.3. Resíduos sólidos (lixo, resíduos poluentes e não poluentes) 2.4. Efluentes líquidos poluentes 2.5. Consumo de energia ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS Sustentabilidade na produção do café | Módulo 281 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café04 2.6.1. Ter local adequado para manuseio de agroquímicos, caldas e realização da tríplice lavagem (ou sob pressão) de embalagens. 2.6.2. Armazenar de forma apropriada (segura, isolada e identificada) as embalagens vazias de agroquímicos, lavadas e perfuradas, até a sua correta devolução. Guardar os comprovantes de devolução das embalagens. 2.6.3. Dispor de um local apropriado para lavagem de atomizadores / pulverizadores, com destino correto do resíduo da lavagem. 2.7.1. Manter os agroquímicos em condições adequadas de armazenamento, com identificação de perigo e riscos, em ambiente fechado, ventilado, de acesso restrito (adequado a legislação). 2.7.2. Os locais de armazenamento de agroquímicos devem possuir sistema de contenção de vazamento. 2.7.3. Os depósitos de agroquímicos devem respeitar as distâncias recomendadas de mananciais, residências e estradas. 2.6.4. Utilizar embalagens de agroquímicos para qualquer outra finalidade. 2.6. Manuseio de agroquímicos 2.7. Armazenagem de agroquí- micos 2.8.1. Realizar, de maneira ilegal, caça, captura, tráfico e pesca de animais e plantas silvestres. 2.8. Fauna e flora silvestres ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS 2.5.2. Registrar o consumo mensal de energia, incluindo eletricidade. Estabelecer meta de redução. Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café04 2.6.1. Ter local adequado para manuseio de agroquímicos, caldas e realização da tríplice lavagem (ou sob pressão) de embalagens. 2.6.2. Armazenar de forma apropriada (segura, isolada e identificada) as embalagens vazias de agroquímicos, lavadas e perfuradas, até a sua correta devolução. Guardar os comprovantes de devolução das embalagens. 2.6.3. Dispor de um local apropriado para lavagem de atomizadores / pulverizadores, com destino correto do resíduo da lavagem. 2.7.1. Manter os agroquímicos em condições adequadas de armazenamento, com identificação de perigo e riscos, em ambiente fechado, ventilado, de acesso restrito (adequado a legislação). 2.7.2. Os locais de armazenamento de agroquímicos devem possuir sistema de contenção de vazamento. 2.7.3. Os depósitos de agroquímicos devem respeitar as distâncias recomendadas de mananciais, residências e estradas. 2.6.4. Utilizar embalagens de agroquímicos para qualquer outra finalidade. 2.6. Manuseio de agroquímicos 2.7. Armazenagem de agroquí- micos 2.8.1. Realizar, de maneira ilegal, caça, captura, tráfico e pesca de animais e plantas silvestres. 2.8. Fauna e flora silvestres ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS 2.5.2. Registrar o consumo mensal de energia, incluindo eletricidade. Estabelecer meta de redução.