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72 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III 5 ORGANIZAÇÃO DO MERCADO: BOLSAS DE VALORES E DE FUTUROS 5.1 Origem da bolsa de valores e evolução A origem do que chamamos hoje de bolsa de valores vem do Japão: a produção de arroz era negociada para garantir um mercado estável de produto e de preços. Hoje elas têm um papel muito importante, pois, em países em desenvolvimento, alavancam os mercados, conseguindo investidores para ideias novas, mantendo os produtos existentes e ampliando esses negócios por todo o planeta. O que se nota atualmente é a tendência de bolsas de valores com uma atuação mundial. As organizações das bolsas são grandes empresas atuando em diversos mercados, inclusive com operações 24 horas por dia (normalmente em pregões eletrônicos), parando somente nos fins de semana. Elas estão conectadas pelo globo. Uma bolsa muito famosa é a Bolsa de Nova Iorque, inspiradora de muitos filmes de Hollywood. Dada sua importância, segue sua evolução como exemplo de tendência mundial. A Bolsa de Nova Iorque hoje se chama NYSE – Euronext. NYSE significa New York Stock Exchange. Está situada rua Wall Street, “pequena rua” quando se trata de Nova Iorque (Big Apple). Figura 51 – Bolsa de Nova Iorque Poucos sabem que ela é uma bolsa que vai além dos Estados Unidos. A NYSE também atua na Europa através da Euronext. Vamos mostrar a evolução dessa bolsa. Unidade III 73 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II NYSE Euronext EuronextNYSE Group Archipelago Pacific Exchange New York Exchange BVLP e Lisbon Exchange Liffe (London International Financial Futures and options Exchange NYSE Group Brussels Exchange Amsterdam ExchangeParis Bourse Figura 52 – Evolução da Bolsa – NYSE Euronext O NYSE Group foi formado por três grupos: Pacific Exchange, Archipelago e New York Stock Exchange. • Pacific Exchange — 1882 – Começa como The Stock and Bond Exchange na cidade de São Francisco. — 1883 – Uma nova organização se inicia com o nome The Los Angeles Oil Exchange. — 1938 – Aquisição de The San Francisco Curb Exchange. — 1957 – Foi criada a The Pacific Coast Stock Exchange com a junção da São Francisco e Los Angeles Stock Exchange. — 1976 – The Pacific Stock Exchange começa a operar “opções”. — 2011 – Archipelago Exchange (ArcaEx) – inicia‑se a regulamentação para a fusão com a Pacific Exchange. • Archipelago — 1997 – Arca Electronic: Communications Network (ECN) começa a operar. — 2001 – Arca compra PCX Equity Trading Business. — 2001 – Archipelago Exchange (ArcaEx) muda de nome. — 2004 – Archipelago Holdings Inc. lança ações no mercado (Initial Plubic Offering – I.P.O.). 74 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III • New York Stock Exchange — 1792 – Em Nova Iorque se forma a base de leis para início das operações de uma bolsa com 24 agentes (corretores), com a assinatura do contrato Buttonwood Agreement. — 1817 – New York Broken (Nova Iorque Corretora – tradução livre) transforma‑se em New York Stock & Exchange Board (NYS&EB). — 1863 – Muda‑se o nome para New York Stock Exchange (NYSE). — 1869 – NYSE funde‑se com Open Board of Brokers e Government Board Department. — 1972 – The Securites Industry Automation Corporation – Siac começa a prestar serviços e processamento de operações para a NYSE. — 2004 – A função reguladora da NYSE, dedicada a fortalecer a integridade do mercado e a proteção dos investidores, é colocada dentro de uma estrutura operacional independente. — 2005 – Archipelago adquire The Pacific Exchange. — 2006 – NYSE e Archipelago fundem‑se e formam NYSE Group Inc. com a abertura de Capital (Initial Public Offer – IPO). Agora vamos para a história do Grupo Euronext. Formado pelos seguintes grupos: • Lisbon Exchange. • London Internacional Financial Futures and Option Exchange. • Paris Bourse. • Brussel Exchange. • Amsterdam Exchange. Início: a Bolsa de Lisboa. • Lisbon Exchange — 1769 – Início das atividades. — 1834 – Forma‑se um novo grupo com o nome Porto Stock Exchange. 75 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II — 1974 – Ficam suspensas as negociações e reabrem em 1976; Portugal passou por um golpe militar, mas ainda não se mantêm constantes os pregões. — 1981 – Reabrem os pregões da bolsa de uma maneira constante. — 1996 – A Porto Stock Exchange transforma‑se em Porto Derivatives Exchange Associantion. — 1999 – A Lisbon Stock Exchange Association e Porto Derivatives Exchange Association fundem‑se e uma nova companhia surge: BVLP Bolsa de Valores de Lisboa e Portugal. — 2002 – Bolsa de Valores de Lisboa e a Bolsa de Valores do Porto fundem‑se, originando a Euronext Lisbon. • London International Financial Futures and Option Exchange — 1982 – London International Financial Futures and Option Exchange inicia sua operações ofertando ações da Europa e mercado de juros e derivativos. — 1992 – London International Financial Futures (Liffe) funde‑se com a London Commodity Exchange (LCE). — 2002 – Liffe é adquirida pela Euronext. • Paris Bourse — 1724 – Ano de criação da Bolsa de Paris através de conselheiros que se reúnem e solicitam autorização do governo para operar. Naquela época, o pregão, onde eram feitas as operações com os corretores, chamava‑se parquet. — 1801 – A Bolsa de Paris é estabelecida como uma entidade oficial por decreto governamental. — 1967 – Uma única bolsa nacional fica estabelecida, composta de 118 agentes de câmbio (corretores), operando em sete bolsas francesas. — 1986 – Matif, Bolsa de Mercado Futuro, lança no mercado contratos de títulos do governo. — 1987 – Monep, Bolsa de Mercado de Opções – Futuro, iniciam suas operações. — 1988 – A bolsa altera suas leis e cria a Societé de Bouses Françaises (SBF), substituindo os antigos membros; com essa mudança, passam a trabalhar apenas os membros do governo. — 1999 – Uma nova companhia surge com a fusão das empresas: SBF, Matif SA, Monep SA e Societé du Nouveaux Marché, chamando‑se ParisBourseSBF SA. 76 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III • Brussels Exchange — 1801 – A lei napoleônica estabelece a Brussel Stock Exchange. — 1867 – Ocorre uma reforma e o governo perde o seu controle. — 1935 – Em virtude da grande depressão (quebra da bolsa dos Estados Unidos, que ocorreu em 1929), surge uma nova lei para reativar a Bolsa. — 1991 – Cria‑se a Belfox com operações de “futuros e opções”. — 1999 – A Bolsa de Brussel e a Belfox fundem‑se e surge a Brussel Exchange. • Amsterdam Exchange — 1602 – A empresa holandesa East India Company, primeira empresa do mundo a lançar ações em larga escala, foi o marco do início da Amsterdam Stock Exchange com negociações globais. — 1789 – Inicia‑se uma negociação de debêntures “fraternal”; com a regulamentação da Amsterdam Stock Exchange, outras bolsas são consolidadas. — 1876 – A Amsterdam Stock Exchange começa a organizar e regulamentar as negociações na Holanda. Apenas membros dessa associação poderiam operar diretamente na bolsa de valores. — 1972 – The Stock Exchange of the Hague e The Hague and Rotherdam fundem‑se dentro da The Amsterdam Stock Exchange, que passa a ser a primeira bolsa oficial da Holanda. — 1978 – The European Option Exchange – EOE é fundada em Amsterdam. — 1997 – Amsterdam Stock Exchange e EOE fundem‑se formando a Amsterdam Exchange N.V. • Consolidaçãodo Grupo — 2000 – Amsterdam, Brussel e Paris Exchange fundem‑se e criam a Euronext N.V., primeira pan‑European Exchange. — 2001 – Euronext abre o capital. — 2002 – Liffe foi adquirida pela Euronext. — 2002 – BVLP funde‑se com Euronext, tornando‑se Euronext Lisbon. — 2007 – NYSE Group e Euronext fundem‑se para criar o primeiro grupo do mercado global, denominado NYSE Euronext. 77 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II A Bolsa de Minneapolis é a maior bolsa de trigo (Hard Red Spring) de mercado futuro e opções dos Estados Unidos. Figura 53 – Fachada da Bolsa de Grãos de Minneapolis O trigo é um dos alimentos mais difundido do mundo e também um dos mais antigos relatados pela História. Ele é uma rica fonte de calorias de origem vegetal e sua variedade chega a mais de 30 mil tipos. Desde o Antigo Testamento, há relatos do trigo. Ele é considerado um dos alimentos mais abrangentes da nossa história, sua matéria‑prima essencial é o grão, e pelo menos a metade dos solos cultivados da Terra são para o cereal. Ele não precisa de práticas especiais, cresce rápido e não necessita de muitos cuidados para o cultivo em climas temperados. Suporta o frio e o calor e não gosta de umidade em excesso ou de altas temperaturas. Os botânicos dividiram o trigo em três categorias de acordo com o número de cromossomos dentro de suas células. Contudo, nem todos seguem essa regra. Por exemplo, os EUA criaram sua própria classificação: trigo duro, vermelho de inverno; trigo duro, vermelho de primavera; trigo duro, claro; trigo branco; trigo mole de inverno. Vamos utilizar o exemplo do pregão da Bolsa de Minneapolis para mostrar sua evolução. Antigamente, além de operar, o pregão tinha a mercadoria em seus armazéns, o que já não é necessário hoje em dia. O pregão inicia‑se com as ordens de compra e venda de muitos locais do mundo, dado o advento da tecnologia da informação através da internet. Começa o price discovery, ou seja, a descoberta dos preços de abertura e, nesse contexto, os preços são ajustados do fechamento do dia anterior para a abertura do mercado. Atualmente, existem poucas bolsas no mundo que têm o pregão “viva voz”. Esse período de abertura no “viva voz” em inglês é conhecido com open outcry, e representam operadores gritando preços de compra e preços de venda. O que temos mais comumente são as compras e vendas através de home broker ou eletronic trading. Esse comércio funciona dia e noite através do mundo, parando apenas aos fins de semana. 78 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Os preços são acompanhados pelos compradores e vendedores que comparam os preços de outras bolsas do mundo para efetuar suas vendas e aquisições. Normalmente, os operadoradores do mercado futuro são: comerciantes, ou commercial; e especuladores, ou speculators. Para efeito didático, chamamos de comerciantes todos aqueles que atuam diretamente na produção ou que têm algum contato (direto e indireto) com as empresas de transporte e/ou armazenagem. Os especuladores seriam aqueles que têm contato apenas financeiro com os produtos, ou seja, não operam fisicamente. Especuladores possuem uma conotação negativa, mas, para o mercado financeiro, eles são muito importantes: dão liquidez ao mercado, ou seja, com a compra e venda, existe sempre a possibilidade de negócios; sem eles, as pessoas poderiam querem comprar ou vender algum produto e não encontrariam os respectivos compradores e vendedores. Um outro aspecto relevante é que eles correm muito risco e não possuem segurança de lucro. Os comerciantes (comemercial) podem ser divididos em quatro grupos: • produtores – producers; • beneficiadores de grãos (moedores de grãos) – mills; • armazenadores (silos) de grão – elevators; • exportadores e importadores – exporters; Figura 54 – Produtor agrícola ou producers 79 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II A Bolsa de Minneapolis apresenta cinco grandes índices agrícolas: três de trigo, um de milho e um de soja. • trigo — Hard Red Spring Wheat (tradução livre: trigo tipo vermelho duro de primavera) e seu código é Hard Red Spring Wheat Index (HRSI). — Hard Red Winter Wheat (tradução livre: trigo duro tipo vermelho de inverno) e seu código é Hard Red Winter Wheat Index (HRWI). — Soft Red Winter Wheat (tradução livre: trigo leve tipo vermelho de inverno) e seu o código é Soft Red Winter Wheat Index (SRWI). • milho (corn) • soja (soybeans) Esses índices são as médias de preço dos produtos na bolsa. A Bolsa de Minneapolis divulga esse índice juntamente com a média dos elevators, aqueles que armazenam os grãos, e com seus preços de compra e venda dos produtos físicos. Os índices estão disponíveis no site da Bolsa de Minneapolis. Com isso, os operadores do mercado futuro têm uma base dos preços físicos com os quais estão sempre em contato e também com os negociados na bolsa. A ideia da Bolsa de Minneapolis é sempre estar ligada às duas grandes bolsas de mercado futuro do Estados Unidos, Kansas City e a famosa Bolsa de Chicago, integrando os preços e os negócios durante o ano. Vamos dar um exemplo da commodite de trigo: Índices de trigo: Hard Red Spring Wheat Index (HRSI); Hard Red Winter Wheat Index (HRWI); Soft Red Winter Wheat Index (SRWI). 80 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Minneapolis Kansas City Chicago Hard Red Spring Wheat Index (HRSI) Hard Red Spring Wheat Index (HRWI) Soft Red Winter Wheat Index (SRWI) Figura 55 – Modelo do índice da Bolsa de Minneapolis Dando continuidade no nosso exemplo, vamos pegar o Hard Red Spring Wheat Index (HRSI). Os contratos futuros têm basicamente um ano à frente da data atual, e a negociação tem como base o tipo, quantidade e a qualidade do produto, mantendo o padrão mundial. Assim, os compradores e vendedores irão negociar os preços já sabendo o modelo do produto. Com o mercado futuro, é possível travar os preços, ou seja, os produtores podem ter segurança na produção e comercialização de seus produtos sem correr o risco de perder dinheiro com a variação dos preços. De modo geral, o mercado futuro ajuda em toda a cadeia da produção. Os produtores (producers), como os fazendeiros, podem ter segurança na venda de seus produtos, vender antes sua produção e receber por isso. Os armazenadores (elevators) podem garantir vendas e compras de produtos antes mesmo de tê‑los dentro dos silos. Os beneficiadores de grãos (mills) conseguem ter um preço médio de compra e venda de seus produtos beneficiados. Todos da cadeia podem fazer o hedge, em português cerca, ou seja, podem dar proteção em suas operações, pois a única garantia é que os preços irão variar no futuro. Se o produtor de milho quer uma proteção e pode assumir uma posição vendida no mercado futuro, ele vende a sua produção financeiramente antes e recebe o valor antes da venda física. O objetivo do hedge não é obter lucro, mas, sim, travar o preço (esse assunto será desenvolvido mais adiante). 81 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Os contratos futuros são iguais aos contratos de opção da bolsa de valores: eles possuem um preço pré‑determinado em um período específico de tempo de validade. Todos os contratos futuros são regulamentados pelos órgãos competentes: nos Estados Unidos, Commodity Future Trading Commission; no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), vinculada aoMinistério da Fazenda. A bolsa de valores do Brasil se chama BMF&Bovespa (explicando uma tendência mundial em fusões de bolsas). A evolução dela foi uma fusão da antiga Bovespa (que negociava basicamente ações) e BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuro), que, como o próprio nome diz, negociava mercadorias e contratos futuros. O principal objetivo dessa empresa é ser um local adequado à realização de compra e venda de títulos e valores mobiliários (à vista, a termo, opções, futuro etc.) com transparência em todas as operações. Também deve proporcionar liquidez dos papéis negociados através das leis de mercado. Figura 56 – Fachada do antigo prédio, quando a BM&F era separada da Bovespa Atualmente, após a fusão entre Bovespa e BMF (BMF&FBovespa), não existe mais pregão “viva voz”, ou seja, só existe o mercado eletrônico. Figura 57 – Painel eletrônico na BMF&FBovespa 82 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III No Brasil existiu a Bolsa do Café, em Santos. Hoje em dia ela é um museu. Figura 58 – Fachada a Bolsa do Café Saiba mais Sobre a antiga Bolsa do Café: <http://www.museudocafe.org.br> 83 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Figura 59 – O café é o nosso produto de exportação, Museu Bolsa do Café, em Santos Como vimos, a origem da negociação de bolsa de valores remonta ao Japão, com a negociação da colheita de arroz no mercado futuro. Sabedores das variações climáticas, os japoneses faziam hedge para minimizar o possível prejuízo, o que, consequentemente, também limitava o lucro. Saiba mais Leia sobre as operações futuras de café na Bolsa de Nova Iorque com limitação: CAFÉ e outros softs vão ter “circuit‑breaker” na bolsa de Nova Iorque. Café da Terra, 21 mar. 2013. Disponível em: <http://cafedaterra. com.br/cafe‑e‑outros‑softs‑vao‑ter‑“circuit‑breaker”‑na‑bolsa‑ de‑nova‑iorque‑21032012/>. Acesso em: 18 out. 2016. O principal é que, atualmente, a maior parte das bolsas do mundo é de capital aberto e com fins lucrativos. Seu objetivo básico é manter um local adequado para a realização da compra e venda de títulos e valores mobiliários em um mercado aberto e livre. Suas transações possuem um órgão fiscalizador que se chama, no Brasil, Comissão de Valores Mobiliários – CVM. 84 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Todas as empresas de capital aberto, ou seja, negociadas em bolsa de valores, têm um prazo para divulgação de seu balanço em jornais de grande circulação e que deve ser enviado para a bolsa onde a empresa tem ações. Através do home broker, pode‑se acompanhar e operar todos os mercados de todas as partes do mundo, basta uma conta em uma corretora, um computador e o acesso via internet. Figura 60 – Terminal de home broker demonstrativo dentro da BMF&FBovespa Sobre as bolsas: • organização de pregões e os sistemas de negociação; atualmente, as maiores são eletrônicas, fazem o registro das operações realizadas e sua divulgação; • fiscalização de seus membros e sociedades de valores mobiliários no cumprimento das normas e leis; • asseguram aos investidores garantia pelos valores e títulos negociados. • fazem parte da estrutura do sistema financeiro nacional, subordinadas ao Conselho Monetário Nacional. 5.2 Conceito econômico de bolsa e sua organização As bolsas de valores estão inseridas no conceito econômico de um mundo globalizado. Os governos têm uma importância muito grande na função de conferir aos mercados segurança e credibilidade. As bolsas no Brasil estão inseridas no Sistema Financeiro Nacional (SFN); o órgão supremo desse sistema é o Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem a responsabilidade pela ação política da moeda e do crédito, buscando sempre estabilizar a moeda e promover o desenvolvimento econômico e social do país. 85 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II A CMN tem como membros efetivos o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento e Orçamento e o presidente do Banco Central (Bacen). Também é permitido ao presidente do conselho convidar outros integrantes do ministério e representantes de entidades públicas ou privadas para participar das reuniões, mas a esses convidados não é permitido votar nas decisões do colegiado. Saiba mais BRASIL. Ministério da Fazenda. Escola de Administração Fazendária. Pesquisa de percepção da política fiscal brasileira. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.esaf.fazenda.gov.br/assuntos/biblioteca/pesquisas‑1/ pesquisas‑de‑percepcao‑da‑politica‑fiscal>. Acesso em: 18 out. 2016. O Conselho Monetário Nacional tem como função regular a constituição e seu funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras. Quando necessário, deve aplicar as penalidades previstas na Lei; prover correções de possíveis desequilíbrios econômicos; normatizar o crédito em suas modalidades; coordenar todas as políticas monetárias, creditícias, orçamentárias, fiscais e também das dívidas interna e externa; responsável pela autorização de emissões do papel‑moeda (dinheiro); determina as taxas de recolhimento compulsório de todas as instituições financeiras no Brasil. A seguir vamos destacar o papel da bolsa: • sistema de negociação: — sistema eletrônico. • transparência: — preços e quantidades negociadas são públicas; — equalização do nível de informação. • formação de preços: — proporciona melhor formação de preços. • fiscalização: — regras para negociação; — fiscalização dos negócios realizados. 86 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Saiba mais No site do Ministério da Fazenda são divulgadas as resoluções da CMN: <http://fazenda.gov.br> 5.3 Sistemas eletrônicos de negociação e a difusão das informações Cabe à bolsa a responsabilidade de ter mecanismos com variações de negociação que, atualmente, são eletrônicas. As empresas participantes do sistema de informação são criteriosamente escolhidas, garantindo a segurança e a transparência do sistema. As bolsas fazem parte de grandes grupos que interligam as negociações pelo mundo todo. Para sua consolidação no mercado internacional (dado o fuso horário), foi criado o after market, negociação com limitação da variação média do dia que estende o mercado para outros investidores, aumentando sua atuação. Figura 61 – Painel eletrônico com as cotações que só finalizam após o término do after market As bases da difusão das informações são a rapidez e a eficiência para todos os participantes do mercado, sempre tentando atender a todas as expectativas de quem busca investir com agilidade. Para negociar na bolsa brasileira (BMF&Bovespa), usa‑se normalmente o sistema eletrônico (home broker). A seguir, os produtos e suas características de negociação da BMF&Bovespa. 5.3.1Commodities Quadro 3 – Commodities negociadas no mercado futuro no Brasil Tipos de commodites Tipo produto / Forma de Liquidação / Código Açúcar Açúcar cristal – liquidação financeira (AGF) Boi gordo Boi gordo – liquidação financeira (BGI) Café arábica Café arábica 4/5 (ICF) Café arábica Café arábica 6/7 (KFE) Etanol Etanol anidro carburantes (ETN) Etanol Etanol hidratado – liquidação financeira (ETH) 87 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Milho Base do preço de milho negociado Milho Milho – liquidação financeira (CCM) Ouro Ouro (OZ1) Petróleo Minicontratofuturo de petróleo (WTI) Soja Soja com liquidação financeira (SFI) Soja Minisoja CME (SJC) Dolár Dólar financeiro (Dol) Quadro 4 – Açúcar Código ACF; é negociado o açúcar cristal especial, com mínimo de 99,7 graus de polarização, máximo de 0,08% de umidade, máximo de 150 de cor ICUMSA, máximo de 0,07% de cinzas. Padrão O açúcar é negociado; são 508 sacas de 50 kg ou 25,4 toneladas métricas, a cotação é em reais por saca de 50 kg líquidos com duas casas decimais, livre de tributos. Vencimento Fevereiro, abril, junho, setembro e dezembro Formação de preço Porto de Santos – SP Negociação Limite da Negociação no dia 15 do mês de vencimento. Se nesse dia for feriado ou não for dia de pregão na BM&FBOVESPA, a data de vencimento será o dia útil subsequente. Tipo de liquidação A liquidação é apenas financeira Quadro 5 – Boi gordo Boi gordo Código BGI Padrão Bovinos machos, com 16 arrobas líquidas ou mais de carcaça e idade máxima de 42 (quarenta e dois) meses Tamanho do contrato 330 arrobas líquidas (1 arroba = 15kg) Vencimento Em todos os meses Formação de preço Estado de São Paulo Último dia de negociação Último dia útil do mês do vencimento Tipo de liquidação A liquidação é apenas financeira Quadro 6 – Café arábica Código ICF Produto Café cru, em grão, de produção brasileira, variedade coffea arabica, tipo 4‑25 (4/5) ou melhor, bebida dura ou melhor Padrão 100 sacas de 60 kg líquidos Vencimento Março, maio, julho, setembro e dezembro Formação de preço Estado de São Paulo Último dia de negociação 6º dia útil anterior ao último dia útil do mês do vencimento do contrato 88 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Período de registro de aviso de entrega Entre o 1º dia útil do mês de vencimento e o 7º dia útil anterior ao último dia útil do mês de vencimento Tipo de liquidação Entrega física e a liquidação financeira da entrega será realizada no 3º dia útil subsequente ao dia de alocação do Aviso de Entrega pelo comprador e no 5º dia útil subsequente ao dia de alocação do Aviso de Entrega pelo vendedor Quadro 7 – Etanol Anidro Carburante Código ETN Produto Etanol anidro carburante, segundo especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Padrão 30 metros cúbicos (equivalentes a 30.000 litros) Cotação Reais por metro cúbico (1.000 litros), com duas casas decimais, livres de quaisquer encargos tributários ou não tributários Vencimento Em todos os meses Formação de preço Paulínia – SP Último dia de negociação Último dia útil anterior ao mês de vencimento. Nesse dia, não serão admitidas transferências de posições, aberturas de novas posições vendidas nem operações day trade Tipo de liquidação Entrega física com alocação do aviso de entrega no primeiro dia útil do mês de vencimento Quadro 8 – Etanol hidratado com liquidação financeira Código ETH Produto Etanol Hidratado Combustível, segundo especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Padrão 30 metros cúbicos (equivalentes a 30.000 litros) Cotação Reais por metro cúbico (1.000 litros), com duas casas decimais, livres de ICMS e PIS/COFINS Vencimento Em todos os meses Formação de preço Paulínia – SP Último dia de negociação Último dia útil do mês de vencimento do contrato Tipo de liquidação Liquidação financeira. As posições que não forem encerradas na sessão de negociação até o último dia de negociação, mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda) inversa, serão liquidadas no vencimento pela média dos últimos 5 dias úteis de índice de preços, conforme especificado no contrato 89 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Quadro 9 – Milho com liquidação financeira Código CCM Produto Milho em grão a granel, com odor e aspectos normais, duro ou semiduro, amarelo, da última safra, com máximo de 14% de umidade e máximo de 1% de impurezas na peneira de 3mm; máximo de 6% de grãos ardidos, mofados ou brotados; máximo de 12% de grãos quebrados, partidos ou chochos Padrão 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60 kg Cotação Reais por saca de 60 kg líquidos, com duas casas decimais, livres de ICMS Vencimento Janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro Formação de preço Campinas – SP Último dia de negociação Dia 15 do mês de vencimento. Se nesse dia for feriado ou não for dia de pregão na BM&FBOVESPA, a data de vencimento será o dia útil subsequente. Tipo de liquidação Financeira. As posições que não forem encerradas na sessão de negociação até o último dia de negociação, mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda) inversa, serão liquidadas no vencimento pela média dos últimos 3 dias úteis de índice de preços, conforme especificado no contrato Quadro 10 – Soja com liquidação financeira Código SFI Produto Soja em grão a granel tipo exportação, com os seguintes limites máximos: 14% de umidade; 1% de matérias estranhas e impurezas; 30% de quebrados; 8% de esverdeados; 8% de avariados (queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos), dos quais se permite até 6% de grãos mofados, até 4% de grãos ardidos e queimados, sendo que esse último não pode ultrapassar 1%; e 18,5% de conteúdo de óleo Padrão 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60 kg Cotação Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60 kg, livre de ICMS Vencimento Março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro Formação de preço Porto de Paranaguá – PR Último dia de negociação Segundo dia útil anterior ao mês de vencimento Tipo de liquidação Financeira. As posições que não forem encerradas na sessão de negociação até o último dia de negociação, mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda) inversa, serão liquidadas no vencimento pela média dos últimos 3 dias úteis de índice de preços, conforme especificado no contrato Quadro 11 – Soja com liquidação financeira pelo preço do contrato futuro Míni de soja do CME Group Código SJC Produto Contrato futuro mini de soja do CME Group Padrão 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60 kg Cotação Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60 kg líquidos, com duas casas decimais Vencimento Janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro Último dia de negociação Segundo dia útil anterior ao mês de vencimento 90 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Preço de ajuste Preço de ajuste ou um preço arbitrado, do contrato Mini‑Sized Soybean Futures do CME Group, para cada um dos vencimentos autorizados. Para a transformação de cents de dólar por bushel (US$¢/bu) para dólares por saca (US$/sc) considerar‑se‑á que 1 (um) bushel de soja pesa 27,216 kg Tipo de liquidação Financeira. As posições que não forem encerradas em pregão até o último dia de negociação, mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda) inversa, serão liquidadas no vencimento pelo preço de ajuste do contrato Mini‑Sized Soybean Futures do CME Group ou preço arbitrado para BM&FBovespa Quadro 12 – Contrato futuro de dólar Código DOL Produto Taxa de câmbio em reais por dólar dos Estados Unidos da América, para entrega pronta, contratada nos termos da Resolução 3265/2005, do Conselho Monetário Nacional Padrão US$ 50.000,00 Cotação Reais por US$ 1.000,00, com até três casas decimais Vencimento Em todos os meses Variação mínima de apregoação R$ 0,50 por US$ 1.000,00 Último dia de negociação Dia útil anterior à data de vencimento Data de vencimento 1º dia útil do mês de vencimentoTipo de liquidação Financeira na data do vencimento, pelo preço de ajuste do último dia de negociação Quadro 13 – Mini de dólar (contrato menor que o padrão, o valor do contrato também diminui favorecendo os pequenos investidores) Código WDO Produto Taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos da América, para entrega pronta, contratada nos termos da Resolução 3265/2005, do Conselho Monetário Nacional Padrão US$ 10.000,00 Cotação Reais por US$ 1.000,00, com até três casas decimais Vencimento Em todos os meses Variação mínima de apregoação R$ 0,50 por US$ 1.000,00 Último dia de negociação Dia útil anterior à data de vencimento Data de vencimento 1º dia útil do mês de vencimento Tipo de liquidação Financeira na data do vencimento, pelo preço de ajuste do último dia de negociação Para operar no Brasil, devemos utilizar a tabela de conversão das commodities para os padrões internacionais. 91 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Tabela 5 – Conversão de medidas Açúcar Para transformar Em Multiplicar por US$/ton (Londres) US$/sc de 50 kg 0,05 US$c/lp (NY) US$/sc de 50 kg 1,1023 US$/lb US$/ton 22,0459 Algodão Para transformar Em Multiplicar por US$c/lb US$/t 22,0459 US$c/lb US$/arroba 0,33067 Boi gordo Para transformar Em Multiplicar por US$c/lb US$/arroba 0,33067 Café Para transformar Em Multiplicar por US$/ton (Londres) US$/sc de 60 kg 0,06 US$/lb US$/sc de 60 kg 132,28 US$c/lp (NY) US$/sc de 60 kg 1,3228 US$c/lb US$/ton 22,0459 US$/sc US$/lp 0,756 Quadro 14 – Futuro de ouro Código OZ1 Produto Ouro fino, sob forma de lingote, fundido por empresa refinadora e custodiado em instituição depositária, ambas credenciadas Padrão 250 gramas de ouro fino Cotação Reais por grama, com até três casas decimais. Variação mínima de apregoação Valor de R$ 0,001 Lote Padrão 1 contrato Vencimento Última sessão de negociação do mês anterior ao mês de vencimento Meses de vencimento Todos os meses Liquidação no vencimento Física Vantagens do ouro Reserva de valor durável; liquidez internacional; aceito como garantia, com menor grau de deságio, para negociação de outros ativos; alternativa de investimento para épocas de crise financeira 92 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III 5.3.2 Limite das negociações Como no mercado futuro há um grande potencial de alavancagem, existe um mecanismo automático da BMF&Bovespa que limita o potencial máximo de flutuação de preço (para cima e para baixo), conforme tabela a seguir. Tabela 6 – Exemplo de ativos com limitação de oscilação Contratos % oscilação máxima Boi gordo 3,5% Milho 5% Café 9% Índice S&P 500 7% Índice 8% Dólar 5% Vejamos alguns exemplos de mercado de juros futuros: • Cupom Cambial de DI1. • Cupom Cambial de OC1. • Cupom de IGP‑M. • Cupom de IPCA. • Taxa DI. • Taxa Selic. • IGP‑M. • IPCA. 5.3.3 Mercado futuro de moedas Trata‑se de um tipo de negociação com grandes investidores, como bancos. Destacam‑se: • dólar australiano; • dólar canadense; 93 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II • dólar da Nova Zelândia • dólar dos Estados Unidos; • euro; • franco suíço; • iene japonês; • luan chinês; • libra esterlina; • lira turca; • peso chileno; • peso mexicano; • rande da África do Sul. Na renda variável BMF&Bovespa, temos: • BDRs Patrocinados Níveis ou Brazilian Depositary Recips. • Certificado de Potencial Adicional de Construção – Cepac. • ETF de renda variável. • Fundos de Investimentos Imobiliários (FII). • Futuro BVMF de Standard&Poor 500 (S&P 500). • Futuro de Ibovespa. • Futuro do Índice Brasil 50. • Futuro BVMF de FTSE/JSE Top 40, ou índice Brics. • Ações (incluindo as opções). Uma opção que existe na bolsa é o Tesouro Direto, forma em que o pequeno investidor empresta dinheiro para o Governo Brasileiro com duas formas de remuneração (pré‑fixada e pós‑fixado). 94 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Saiba mais TESOURO direto. BMF&Bovespa, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/tesouro‑direto/ tesouro‑direto.htm>. Acesso em: 18 out. 2016. No sistema eletrônico (home broker), para fazer as operações, é preciso entender como funcionam seus códigos. Segue o modelo: Código do ativo Mês do vencimento Ano do vencimento CCM Z 17 Figura 62 – Modelo dos códigos eletrônicos de operação da BMF&Bovespa Quadro 15 – Código de mercadorias da BMF&Bovespa Mercadorias Códigos Açúcar – apenas financeiro ACF Boi gordo – apenas financeiro BGI Café arábica ICF Etanol anidro ETN Etanol – apenas financeiro ETH Milho – apenas financeiro CCM Soja líquida – apenas financeiro SFI Soja – liquidação física SJC Dólar DOL Minidólar WDO 95 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Quadro 16 – Meses do ano Janeiro F Fevereiro G Março H Abril J Maio K Junho M Julho N Agosto Q Setembro U Outubro V Novembro X Dezembro Z Tabela 7 – Lista dos meses do ano dos códigos F 2013 G 2014 H 2015 J 2016 K 2017 L 2018 M 2019 N 2020 P 2021 Q 2022 R 2023 S 2024 T 2025 V 2026 W 2027 X 2028 Y 2029 0 2030 ! 2030 Lembrete Existem também as opções de compra e venda com base nas ações. Elas podem ser opção de compra e opção de venda, isto é, o investidor não compra ou vende as ações, mas, sim, tem o direito/dever de comprar ou vender a ação em uma data determinada no futuro. 96 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Código da empresa Indicador (compra ou venda) e vencimento Indicador numérico doação Indicador de estilo (Americana ou europeia)PETR (4 dígitos) A (um dígito) NN (dois dígitos) Em branco América e com E = Europeia Figura 63 Quadro 17 – Códigos para diferenciar opção de compra e venda Mês de vencimento Opção de compra Opção de venda Janeiro A M Fevereiro B N Março C O Abril D P Maio E Q Junho F R Julho G S Agosto H T Setembro I U Outubro J V Novembro K W Dezembro L X VALE – que é o nome ativo K – data de vencimento conforme tabela (compra ou venda) 18 – preço do vencimento ou “strike” VALEK18 Figura 64 – Código de opção O conjunto de ações de uma bolsa forma um índice, que pode ser futuro (negociado na BMF&Bovespa), “inteiro” e mini (menor valor monetário). O índice tem o vencimento bimestral sempre na quarta‑feira mais próxima ao dia 15 de cada mês. 97 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II Quadro 18 – Mês de vencimento do índice futuro Mês de vencimento Código Fevereiro G Abril J Junho M Agosto Q Outubro V Dezembro Z A inicial do índice é IND, em seguida, vem a letra de vencimento e, depois, o ano: por exemplo, INDJ17 significa que é um índice futuro com vencimento em abril de 2017. Segue a tabela de horário entre o Brasil e a capital financeira do mundo, Nova Iorque. Tabela 8 – Tabela de conversão de horário Brasil/Nova Iorque – EUA Brasil EUA Período Diferença Nova Iorque para SP (horas)Diferença para SP (horas) Horário de inverno Horário de verão 2º dom. mar. – 3º dom. out. ‑1 ‑2 Horário de verão Horário de verão 3º dom. out. – 1º dom. nov. ‑2 ‑3 Horário de verão Horário de inverno 1º dom. nov. – 3º dom. fev. ‑3 ‑4 Horário de inverno Horário de inverno 3º dom. fev. – 2º dom. mar. ‑2 ‑3 6 O FUNDO DE GARANTIA DAS BOLSAS As bolsas têm um fundo de garantia das operações. Por exemplo, a BMF&FBovespa mantém um fundo de garantia para o ressarcimento de prejuízo advindo da atuação inadequada de algum investidor, administrador ou corretora que não consiga cumprir com sua negociação. 6.1 O papel das caixas de liquidação e custódia (clearings) Todo o processo de conexão das instituições participantes do mercado acionário executa o registro, a custódia (guarda) dos títulos e garante a negociação. A liquidação é executada pela Cetip (empresa que está em processo de fusão pela BMF&Bovespa). A Cetip tem existe há cerca 30 anos e seu foco é a renda variável. Quando um investidor compra um CDB ou investe em outros títulos, como LCIs, LCAs e debêntures, não existe compra de algo físico que possa ter contato. O investidor tem em mãos apenas um documento que comprova a posse. Quando ele decide vender o título antes do prazo final do investimento ou quaira trocar de corretora na Cetip, é possível checar a existência do investimento. 98 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Alguns serviços da Cetip: • Cálculo da taxa DI – principal referência das aplicações de renda fixa. • Cetip Certifica – é um tipo de selo que mostra ao investidor, normalmente destinado à pessoa física, quais corretoras e bancos que estão se destacando no mercado. A avaliação é feita nos ativos registrados “em seu nome”, por exemplo: obrigação de bancos, corretoras que ofertam ativos de renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs etc. Observação As negociações com títulos e sua liquidação são controladas e custodiadas por dois sistemas especiais: Selic e Cetip. Elas também são denominadas clearing; são câmaras ou prestam serviços através de terceiros. As clearing fazem a compensação e liquidação de operação realizadas em bolsa. Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia e foi desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima). O Bacen considera a Selic um sistema informatizado que tem como objetivo a custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional e o registro e liquidação de operações. A Selic controla, liquida financeiramente e custodia física e escrituralmente os títulos públicos que fazem transações no mercado monetário. Os pagamentos são em dinheiro pelas reservas bancárias, liquidando as transferências de títulos entre os investidores. Com isso, traz mais segurança para as operações de compra e venda de títulos por sistema informatizado. A taxa Selic é formada pelo cálculo da taxa média dos financiamentos com lastro em títulos públicos federais apurados diariamente pelo sistema Seli. Esta é considerada a taxa básica para o cálculo dos juros no Brasil. A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) tem a mesma função da Selic. É um sistema de custódia de capital aberto que atua na intermediação entre particulares e títulos privados como CDB, RDB, debêntures e CDI. Pode operar também títulos públicos que estão em poder do setor privado da economia. As operações da Cetip são processadas por transferência bancária e liquidação após compensação dos cheques ou equivalentes. Seu principal título é o CDI, que permite a transferência de liquidez (recursos) entre instituições financeiras. Observação A Selic e a Cetip têm como objetivo a liquidação das operações no mercado monetário com segurança e autenticidade dos negócios realizados. Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, com o intuito de conseguir recursos para financiar projetos ou até reestruturar dívidas. Nessa modalidade, o investidor empresta dinheiro a uma empresa e, em troca, recebe uma remuneração, em geral, paga em juros periódicos ou no vencimento 99 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II do título. Uma das vantagens das debêntures diante de outros títulos, como o Tesouro Direto, é a possibilidade de obter rendimentos maiores. Existe uma modalidade de debêntures que se chama infraestrutura. Ela possui isenção de Imposto de Renda para pessoa física sobre os rendimentos, e então esses retornos podem ser ainda mais expressivos. O governo começou a oferecer esse benefício fiscal como forma de fomentar o setor de infraestrutura, mas ele pode acabar de tempos em tempos. Também temos a mesma situação com os títulos Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). É importante confirmar com a corretora (os bancos que também têm corretoras operam só com grandes investidores) se ela opera esse tipo de debênture e se o título possui a isenção de IR. Lembrete Debêntures são títulos de longo prazo emitidos por companhias de capital aberto e destinados, geralmente, ao financiamento de projetos de investimento. Commercial papers, por sua vez, são notas promissórias de curto prazo para financiamento de capital de giro. Todo o volume de transações nos dois sistemas é gigantesco, e, por isso, existe a divulgação periódica das taxas Selic e Cetip. Na Selic, as instituições financeiras adquirem e vendem títulos diariamente. Na Cetip, a liquidação é efetivada no dia seguinte, conhecido como D1; por isso, a taxa é ligeiramente mais elevada do que a Selic, embutindo risco decorrente nesse tempo maior de liquidação. As taxas de juros seguem a lei da oferta e da procura. Essa relação determina se existe o aumento ou diminuição da taxa. Esta lei estabelece a relação entre a procura e a oferta de um determinado produto; dependendo dessa relação, pode haver aumento de preço e, por conseguinte, inflação. Por fim, destacamos o clearing house: • entidade administradora de sistemas de compensação e liquidação das operações realizadas na BVSP; • agentes de compensação e de custódia; • contraparte central garantidora da liquidação; • administradora do serviço de custódia de ativos. 100 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III Resumo A origem do que chamamos hoje de bolsa de valores vem do Japão: a produção de arroz era negociada para garantir um mercado estável de produto e de preços. Hoje elas têm um papel muito importante, pois, em países em desenvolvimento, alavancam os mercados, conseguindo investidores para ideias novas, mantendo os produtos existentes e ampliando esses negócios por todo o planeta. O que se nota atualmente é a tendência de bolsas de valores com uma atuação mundial. As organizações das bolsas são grandes empresas atuando em diversos mercados, inclusive com operações 24 horas por dia (normalmente em pregões eletrônicos), parando somente nos fins de semana. Elas estão conectadas pelo globo. A bolsa de valores do Brasil se chama BMF&Bovespa (explicando uma tendência mundial em fusões de bolsas). A evolução dela foi uma fusão da antiga Bovespa (que negociava basicamente ações) e BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuro), que, como o próprio nome diz, negociava mercadorias e contratos futuros. O principal objetivo dessa empresa é ser um local adequado à realização de compra e venda de títulos e valores mobiliários (à vista, a termo, opções, futuro etc.) com transparência em todas as operações. Também deveproporcionar liquidez dos papéis negociados através das leis de mercado. Atualmente, após a fusão entre Bovespa e BMF (BMF&FBovespa), não existe mais pregão “viva voz”, ou seja, só existe o mercado eletrônico. Todas as empresas de capital aberto, ou seja, negociadas em bolsa de valores, têm um prazo para divulgação de seu balanço em jornais de grande circulação e que deve ser enviado para a bolsa onde a empresa tem ações. Através do home broker, pode‑se acompanhar e operar todos os mercados de todas as partes do mundo, basta uma conta em uma corretora, um computador e o acesso via internet. Sobre as bolsas: • organização de pregões e os sistemas de negociação; atualmente, as maiores são eletrônicas, fazem o registro das operações realizadas e sua divulgação; • fiscalização de seus membros e sociedades de valores mobiliários no cumprimento das normas e leis; 101 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II • asseguram aos investidores garantia pelos valores e títulos negociados. • fazem parte da estrutura do sistema financeiro nacional, subordinadas ao Conselho Monetário Nacional. As bolsas de valores estão inseridas no conceito econômico de um mundo globalizado. Os governos têm uma importância muito grande na função de conferir aos mercados segurança e credibilidade. As bolsas no Brasil estão inseridas no Sistema Financeiro Nacional (SFN); o órgão supremo desse sistema é o Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem a responsabilidade pela ação política da moeda e do crédito, buscando sempre estabilizar a moeda e promover o desenvolvimento econômico e social do país. A CMN tem como membros efetivos o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento e Orçamento e o presidente do Banco Central (Bacen). Também é permitido ao presidente do conselho convidar outros integrantes do ministério e representantes de entidades públicas ou privadas para participar das reuniões, mas a esses convidados não é permitido votar nas decisões do colegiado. O Conselho Monetário Nacional tem como função regular a constituição e seu funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras. Quando necessário, deve aplicar as penalidades previstas na Lei; prover correções de possíveis desequilíbrios econômicos; normatizar o crédito em suas modalidades; coordenar todas as políticas monetárias, creditícias, orçamentárias, fiscais e também das dívidas interna e externa; responsável pela autorização de emissões do papel‑moeda (dinheiro); determina as taxas de recolhimento compulsório de todas as instituições financeiras no Brasil. Cabe à bolsa a responsabilidade de ter mecanismos com variações de negociação que, atualmente, são eletrônicas. As empresas participantes do sistema de informação são criteriosamente escolhidas, garantindo a segurança e a transparência do sistema. As bolsas fazem parte de grandes grupos que interligam as negociações pelo mundo todo. Para sua consolidação no mercado internacional (dado o fuso horário), foi criado o after market, negociação com limitação da variação média do dia que estende o mercado para outros investidores, aumentando sua atuação. As bases da difusão das informações são a rapidez e a eficiência para todos os participantes do mercado, sempre tentando atender a todas as expectativas de quem busca investir com agilidade. 102 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III As bolsas têm um fundo de garantia das operações. Por exemplo, a BMF&FBovespa mantém um fundo de garantia para o ressarcimento de prejuízo advindo da atuação inadequada de algum investidor, administrador ou corretora que não consiga cumprir com sua negociação. As negociações com títulos e sua liquidação são controladas e custodiadas por dois sistemas especiais: Selic e Cetip. Elas também são denominadas clearing; são câmaras ou prestam serviços através de terceiros. As clearing fazem a compensação e liquidação de operação realizadas em bolsa. Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia e foi desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima). O Bacen considera a Selic um sistema informatizado que tem como objetivo a custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional e o registro e liquidação de operações. A Selic controla, liquida financeiramente e custodia física e escrituralmente os títulos públicos que fazem transações no mercado monetário. Os pagamentos são em dinheiro pelas reservas bancárias, liquidando as transferências de títulos entre os investidores. Com isso, traz mais segurança para as operações de compra e venda de títulos por sistema informatizado. A taxa Selic é formada pelo cálculo da taxa média dos financiamentos com lastro em títulos públicos federais apurados diariamente pelo sistema Seli. Esta é considerada a taxa básica para o cálculo dos juros no Brasil. A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) tem a mesma função da Selic. É um sistema de custódia de capital aberto que atua na intermediação entre particulares e títulos privados como CDB, RDB, debêntures e CDI. Pode operar também títulos públicos que estão em poder do setor privado da economia. As operações da Cetip são processadas por transferência bancária e liquidação após compensação dos cheques ou equivalentes. Seu principal título é o CDI, que permite a transferência de liquidez (recursos) entre instituições financeiras. Exercícios Questão 1. (Enade 2006) A CAR (Companhia Agropecuária Rondonópolis) está analisando a implantação de um projeto de investimento no nordeste brasileiro para a produção de frutas com destino ao mercado europeu. Metade do capital necessário ao investimento virá de uma linha de crédito a ser obtida junto ao BNB (Banco do Nordeste do Brasil), e a outra metade virá de capital próprio, a ser captado através do lançamento de ações da empresa no mercado de capitais brasileiro. O investimento será de R$120 milhões, com benefícios anuais líquidos de R$20 milhões, em perpetuidade. O custo de 103 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 MERCADO FUTURO II capital junto ao Banco deverá ser de 8% a.a. e o custo do capital próprio é de 12% a.a. Neste projeto não se deve considerar o Imposto de Renda. A equipe que realizou a análise de viabilidade financeira do projeto encontrou diferentes valores, tais como: I – valor presente líquido do projeto: R$ 80 milhões. II – valor presente líquido do projeto: R$ 200 milhões. III – custo médio ponderado de capital do projeto: 8% a.a. IV – custo médio ponderado de capital do projeto: 10% a.a. V – custo médio ponderado de capital do projeto: 12% a.a. Para se definir a viabilidade financeira do projeto, devem ser utilizados, apenas: A) I e III. B) I e IV. C) I e V. D) II e III. E) II e IV. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas O cálculo do valor presente líquido é obtido por meio da perpetuidade. Para isso, é necessária a definição da taxa de juros. A taxa de juros é decorrência das fontes de financiamento. Nessa questão, pelo fato de o financiamento ser 50% para cada fonte, a média ponderada resultará em valor idêntico ao da média simples. Como isso não ocorre sempre, devemos usar a média ponderada, ou seja: i oum diaé 0 5 0 08 0 5 0 12 0 5 0 5 0 10 10 , , , , , , , % Observe que a taxa de juros corresponde ao custo ponderado de capital do projeto. Calculada a taxa de juros, pode‑se calcular o valor presente líquido devido à perpetuidade: VP P i VP VP 20 010 200 , 104 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 18 /0 4/ 20 16 Unidade III O valor presente líquido será de 80 milhões, visto que o retorno por perpetuidade é de 200 milhões e o investimento é de R$120 milhões (os R$ 80 milhões correspondem à diferença entre os valores presentes de entrada e de saída de caixa). I – Afirmativa correta. Justificativa: conforme calculado, o valor presente líquido é de R$ 80 milhões. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: o valor de R$ 200 milhões refere‑se ao retorno do investimento por perpetuidade, e não ao valor presente líquido. Para se obter o VPL, é necessário descontar o investimento, conforme calculado anteriormente. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: o custo do capital junto ao banco é de 8%. Esse valor, portanto, não se refere ao valor médio ponderado. IV – Afirmativa correta. Justificativa: como calculado, 10% referem‑se ao custo médio ponderado. V – Afirmativa incorreta. Justificativa: o custo do capital próprio é de 12%, não sendo esse valor correspondente ao valor médio ponderado. Questão 2. Considera‑se a taxa que, se um fluxo de caixa for descontado, terá seu valor presente líquido igualado a “zero”. Estamos nos referindo à taxa: A) De juros de mercado. B) De câmbio. C) Interna de retorno. D) De juros real. E) Mínima de atratividade. Resolução desta questão na plataforma.