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REGULAR CARREIRAS JURÍDICAS CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Processual Civil Professor: Eduardo Francisco Aula: 01 | Data: 19/02/2018 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO TEORIA GERAL DO PROCESSO 1. Teoria Geral do Processo 2. Meios de Solução de Conflitos 2.1. Autotutela 2.2. Autocomposição 2.3. Arbitragem Material: Lei, Súmulas, Informativos, Anotações de Aula. Livro: Marcos Vinicius Gonçalves – Esquematizado, Editora Saraiva. Cassio Scarpinella – Manual Daniel Assunção Neves Amorim – Editora Gen 1. Teoria Geral do Processo A teoria geral do processo estuda a jurisdição, a ação, a exceção (defesa) e o processo. 2. Meios de Solução de Conflitos a) Solução pelas partes: Autotutela (Solução dada pelas partes através da força) e Autocomposição (Consenso entre as partes). b) Solução por Terceiros: Arbitragem (o terceiro é um particular, árbitro), Tribunais Administrativos (o terceiro é o Estado, Poder Executivo) e Jurisdição (o terceiro é o Estado, Poder Judiciário). 2.1. Autotutela Em regra, é proibida (art. 345, do Código Penal), mas excepcionalmente é autorizada pelo Direito. Exemplo: Defesa direta da posse ou esforço físico imediato, greve, autoexecutoriedade dos atos administrativos baseados no poder de polícia, legítima defesa. Página 2 de 5 Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. 2.2. Autocomposição É a solução consensual pelas partes. Requisitos para autocomposição (acordo): a) Partes Capazes. b) Direito Disponível ou que admite autocomposição (o direito indisponível na essência que permite acordo quanto a forma de exercício, por exemplo, alimentos, ressarcimento ao erário, o acordo pode ser feito quanto à forma de pagamento, prazo etc.). c) Consenso. Quanto à forma: divide-se em negociação direta entre as partes e por intermédio de terceiros (Conciliação e Mediação). Conciliação – Indicada para partes sem vínculo (exemplo batida de carro), o conciliador é propositivo (apresenta propostas ajudando as partes a chegarem a um acordo). Mediação – Indicada para partes com vínculo (contrato ou família), o mediador é ouvinte ativo (escuta) para que as partes delimitem o conflito e cheguem a um acordo. Lei 13140/15 – Lei de Mediação. O CPC prestigia a autocomposição. Art. 3º - O Estado promoverá a autocomposição, os sujeitos do processo incentivarão a autocomposição, inclusive dentro do processo. Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Página 3 de 5 Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. O CPC prevê várias oportunidades para a autocomposição (exemplo: audiência do art. 334 e audiência de instrução). Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. É dever do juiz tentar a conciliação ou mediação a qualquer tempo, em qualquer fase do processo: Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; A autocomposição é título executivo. Se referendada pelo Ministério Público, Defensoria Pública ou advogados será título extrajudicial. Se homologada pelo juiz será título judicial. 2.3. Arbitragem É a solução por um particular, escolhido pelas partes, acaba tendo o papel de juiz de fato e de direito do caso em tese. Página 4 de 5 Lei 9.307/96 – Requisitos: Partes maiores e capazes Direito Patrimonial Disponível Ajuste prévio (Convenção de arbitragem) A convenção de arbitragem pode ser de dois tipos: Cláusula compromissória (item do contrato prevendo a resolução por arbitragem) e Compromisso arbitral (Ajuste que cria a arbitragem para um conflito já existente). A doutrina majoritária entende que não cabe para dissídios individuais trabalhistas, porém, a reforma trabalhista que é polêmica, permite a arbitragem por iniciativa do empregado a partir de um patamar salarial. A Fazenda Pública pode participar de arbitragem, mas quando for parte na arbitragem o critério de julgamento necessita ser a Lei e há necessidade da publicidade. O árbitro tem poder de decisão. Além da sentença tem poder para decidir sobre liminares, ou seja, tem poder cautelar. A sentença arbitral não admite recurso e não pode ser revista pelo poder judiciário, além de ser título judicial. A sentença pode ser anulada pelo poder judiciário, mas não pode ser revista no mérito. O árbitro não tem força coercitiva, ou seja, a execução forçada das suas decisões é feita pelo poder judiciário através de um instrumento chamado carta arbitral. 2.4. Tribunais Administrativos Nem todo recurso administrativo é julgado pelo tribunal administrativo. O tribunal tem que ser um órgão do poder executivo que com imparcialidade substitui as partes e decide. Principais Tribunais Administrativos: Justiça Desportiva, Tribunal Marítimo, Tribunal de Impostos e Taxas e CARF, Agências Reguladoras (exemplo: CAD, ANS, ANATEL, etc). Em regra, os tribunais administrativos são facultativos, exceção: Justiça Desportiva. As decisões dos tribunais administrativos sempre podem ser revistas pelo Poder Judiciário. 2.5. Jurisdição Solução estatal por meio do Poder Judiciário. A jurisdição decorre da soberania estatal. É poder, mas também é dever, função e atividade do Estado. Página 5 de 5 Características da Jurisdição: Lide (Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida). Atualmente não se fala mais em lide e sim em caso concreto, que compreende a lide, o risco de lesão a direito ou situação relevante. Inércia – A jurisdição só atua quando provocada. Exceções: alguns procedimentos de jurisdição voluntária. Exemplo: herança jacente, bens de ausente.