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MONOGRAFIA INCLUSÃO DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

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TEMA:
Políticas Públicas para a inclusão de criança com necessidades especiais na Escola.
 
CAPITULO: 01
Segundo a orientadora falar sobre:
*ECA
O (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente, outro instrumento legal muito importante na defesa dos direitos das crianças e adolescentes. 
Capítulo II – Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade: 
Art.15 “A Criança e o adolescente têm o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como seres humanos em processo de desenvolvimento e como 
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
Capítulo IV – Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer; 
Art.53 "A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes, entre outros: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II- direito de ser respeitado por seus educadores; 
No ano de 2008 foi aprovada a emenda constitucional, a convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência, onde são assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis. 
*Constituição de 1988
* A Sensibilidade na Escola
*LDB de 1996
*Procurar uma lei especifica que fale sobre eles
*Legislação
De acordo com os estudos de Mazzotta (2005), é possível destacar três atitudes sociais que marcaram o desenvolvimento da Educação Especial no tratamento dado às pessoas com necessidades especiais, no que diz respeito às pessoas com deficiência, sendo elas: marginalização, assistencialismo e educação/reabilitação. Com a promulgação da LDB n.º 4.024/61 que em seu texto original, trata da educação de excepcionais que por sua vez passam a ter direito a educação regular e trouxe com essa implantação um grande avanço, pois estes grupos antes excluídos da escola passou a ter como direito a educação escolar, ultrapassado as barreiras do simples assistencialismo, da terapia ocupacional, da execução de trabalhos manuais, oportunizando estas pessoas a inclusão social. 
Esta inserção escolar foi relativa, pois estes alunos passavam por um treinamento, uma adaptação para se enquadrar na educação regular e no âmbito social. A escola permaneceu inalterada, dividida entre a educação regular e especial, com enfoque pedagógico nas patologias. 
A emenda a Constituição brasileira na Lei Nº 5.692/71 modificou alguns conceitos da LDB de 61, que em seu Artigo 9º trata da garantia do atendimento as pessoas com deficiência sem apontar, explicitamente, de que forma deverá ocorrer a educação, reforçando a dubiedade e o erro na interpretação durante o cumprimento do regulamentado em Lei. 
A respeito desta dubiedade, (MAZZOTTA, 2005) mostra o entendimento do Conselho federal de Educação, esclarecendo que o tratamento especial de forma nenhuma dispensa o tratamento regular em tudo o que deixe de referir-se à excepcionalidade.
Com a democratização no Brasil as leis foram alteradas e com a criação da nova Constituição Federal de 1988 observamos que os objetivos fundamentais partem do princípio da inclusão em larga escala em seu Art. 3º podemos destacar o item III que aponta a redução das desigualdades sociais e o item V que destaca a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Este avanço na legislação implementou a garantia do direito das pessoas com deficiência, tratando-as como igualdade. 
Em 1994 o Documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, na Espanha, trouxe novos objetivos para prover diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão social. 
Este documento é considerado mundialmente um dos mais dentro do movimento de inclusão social, conforme o texto que discute a Declaração de Salamanca: "promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nestas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagem". 
O autor ainda cita que “a Declaração de Salamanca ampliou o conceito de necessidades educacionais especiais, incluindo todas as crianças que não estejam conseguindo se beneficiar com a escola, seja por que motivo for. Assim, a idéia de "necessidades educacionais especiais" [...] “o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter”. 
As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a comunidade (...) Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (...) UNESCO (1994). 
A Declaração de Salamanca refere-se à inclusão na educação. Estes conceitos de inclusão abordados nesta declaração geraram o compromisso de garantia dos direitos educacionais, cujo propósito foi discutir sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial, que proclama as escolas regulares inclusivas como meio mais eficaz de combater a discriminação e determina que as escolas devam acolher todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas. 
Contudo, tal estrutura se torna insuficiente para suprir as necessidades regionais e nacionais, devendo ser organicamente adaptada por meio de intervenções legais e políticas à especificidade local, pois se não nos determos nesta nova visão educacional, não conseguiremos romper com velhos paradigmas e fazer a reviravolta que a inclusão propõe.
O Decreto nº 3.956/2001 vem reafirmar que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais.
Este Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. BRASIL (2001).
Podemos dizer então que as pessoas com deficiência ganharam espaço na sociedade quebrando paradigmas conceituais que por ventura os impediam de ter acesso ao âmbito escolar, participando ativamente da sociedade cumprindo com seu dever como cidadão ativo e participativo dentro da sociedade.
*NAPE: (Núcleo de Acompanhamento Pedagógico Especializado)
 
DEDICATÓRIA 
Dedico a todo educador que tem a coragem de quebrar paradigmas e de construir uma escola que esteja, de fato, convivendo com cada educando: conhecendo-o, compreendendo-o e acolhendo-o. 
EPÍGRAFE
Incluir é necessário, primordialmente, para melhorar as condições da escola, de modo que nela se possam formar gerações mais preparadas para viver a vida em sua plenitude, com liberdade, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos contemporizar soluções, mesmo que o preço a pagar seja bem alto, pois nunca será comparável ao valor do resgate de uma vida escolar marginalizada, de uma evasão, de uma criança estigmatizada sem motivos. (MANTOAN, p. 36, 2006) 
O ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO/INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo mostrar que a inclusão é algo que pode acontecer verdadeiramente, basta pensarmos nas necessidades do portador de deficiência e enxergá-los como seres humanos, como qualquer cidadão, com suas dificuldades sim, mas também com suascapacidades e que eles tem direito a educação e viver na sociedade, freqüentando escolas como qualquer outra criança. Aceitar um portador de deficiência é aceitar também suas diferenças e limitações.
Para que isto ocorra é necessário ter uma resposta organizada para as suas necessidades educativas sendo competência da escola.
O aluno da Educação Especial é tão especial quanto qualquer pessoa. A família é a principal responsável pelas ações do seu filho com necessidades especiais. É ela que lhe oferece a primeira formação. Na integração/inclusão escolar, o aluno, com a orientação dos profissionais e da família, poderá adquirir competência profissional e pessoal. Este artigo é resultado do trabalho de pesquisa realizado para identificar o envolvimento da família no processo de integração/inclusão escolar da pessoa com necessidades especiais.
Primeiramente falou-se em integração do portador de necessidades especiais, porém percebeu-se na verdade que integrar era apenas colocar a pessoa na sociedade sem dar a elas condições para que de fato pudesse atuar na sociedade.
Já o termo inclusão como a própria palavra diz incluir estes deficientes e como Werneck (1997), traduz inclusão como uma forma de humanizar caminhos ou seja traçar caminhos fáceis e possíveis que levem de fato à inclusão.
Hoje a Lei de Diretrizes e Bases da Educação garante o direito dessas crianças com atendimento preferencialmente na rede regular de ensino, com respeito e suas habilidades e individualidades, cabendo ao professor buscar esses caminhos que levem ao desenvolvimento do portador de necessidades especiais.
Palavras chave: inclusão, sociedade, professor.
Sumário
Introdução
1. Exclusão dos Portadores de Deficiência
1.1 De Integração à Inclusão
2. A Exclusão Social Fundamentada nos Direitos Humanos e na Constituição Federal
2.1 A Inclusão no Âmbito Escolar Baseada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 e no Estatuto da criação e do Adolescente
3. A Política da Inclusão
3.1 O Papel do Professor
Conclusão
Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO
Por acreditar que a inclusão não significa apenas colocar um aluno deficiente na sociedade, na escola, mas sim dar-lhes suportes, condições para que se desenvolvam e aprendam como qualquer outra criança, deu início a este trabalho.
Vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino. 
Sabemos que a legislação é explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independente de suas necessidades ou diferenças. Por outro lado, é importante ressaltar que não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades. Desta forma, é necessário e urgente, que os sistemas de ensino se organizem para que além de assegurar essas matrículas, assegurem também a permanência de todos os alunos, sem perder de vista a intencionalidade pedagógica e a qualidade do ensino. 
A diversidade humana é inegável. Mas a escola, apesar de ser um espaço sociocultural onde as diferenças coexistem, nem sempre reconheceu sua existência ou considerou-a na sua complexidade, em todos os elementos do processo pedagógico. Possibilitar essas diferentes presenças de forma harmoniosa e produtiva na escola, sempre foi um desafio, visto que, esta sempre buscou desenvolver um trabalho baseado na homogeneização, baseado e ‘justificado’ na premissa de que turmas homogêneas facilitam o trabalho do professor e facilitam a aprendizagem.
Assim, a escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que delimita a escolarização como privilégio de alguns grupos, legitimando um processo de exclusão através de suas políticas e práticas educacionais, que reproduzem a ordem social.
Sendo a escola, o espaço primeiro e fundamental da manifestação da diversidade, decorre a necessidade de repensar e defender a escolarização como princípio inclusivo, reconhecendo a possibilidade e o direito de todos que não são por ela alcançados.
No entanto, mesmo diante de alguns progressos, do apoio da legislação, do aumento da consciência da sociedade para a questão, dos inúmeros debates, eventos nacionais e internacionais que abordam e desenvolvem este tema, ainda se tem uma prática bastante distante da teoria e muitos são os fatores que determinam esta realidade. Neste sentido, Mantoan (2006) cita o preconceito, as políticas públicas que não encorajam a ruptura com a visão homogenizadora da escola e o paternalismo em relação aos grupos mais fragilizados como os principais fatores impeditivos de uma inclusão plena das pessoas com NEs nas escolas comuns.
Segundo Cavalcante (2005), entender a inclusão não significa apenas cumprir a lei, mas também levar à escola crianças que vivem isoladas de um mundo que só tem a ganhar com sua presença. Além disso, é fazer com que alunos de salas regulares convivam com a diversidade, sendo esse um dos papéis da escola: praticar a responsabilidade pelo outro.
Assim a construção de uma política pública não é algo muito fácil, pois esbarra em alguns limitadores que se estendem, desde a ideologia presente até o distanciamento de quem elabora essa política da realidade onde a mesma será implementada. De acordo com Barbosa (2005), é extremamente necessário o conhecimento de todos os elementos para sanar o problema, tais como a demanda os recursos disponíveis ou ausentes.
Com relação às políticas públicas relacionadas à igualdade de oportunidades na educação inclusiva, faz-se necessário estabelecer uma aproximação com a realidade das escolas, dialogando com as mesmas, para, assim, através de uma definição de ações educacionais em conjunto, elaborar-se uma política de atendimento integral, que contemple as suas necessidades.
Algo a ser pontuado nesse contexto e que merece atenção especial se refere ao direito à igualdade. Em alguns aspectos, este direito acaba funcionando como um rolo compressor, pois passa por cima de todas as diferenças no seu mais amplo conceito, nivelando a todos. Por conseqüência, descaracteriza os sujeitos e, se alguém não foi nivelado, fica excluído. As pessoas com NEs têm o direito de serem iguais, quando existe desigualdade no seu acesso às oportunidades, quando há diferença pela situação limitadora. Por conseguinte, possuem também o direito de ser diferente quando há padronização, nivelação, uniformidade, e mesmice que os iguala, fazendo com que percam a sua identidade, e passem a ser descritos apenas por rótulo, terminologias.
Para Carneiro (2008), a implementação das políticas públicas com vistas a uma educação inclusiva requer a sensibilização e a conscientização da sociedade e da própria comunidade escolar frente à diversidade humana; o desenvolvimento de parcerias entre escola comum e instituições especializadas; o reconhecimento da ausência de investimentos financeiros para capacitação em todos os níveis e, finalmente, o apoio permanente ao docente.
Incluir pessoas com necessidades educacionais especiais na escola regular pressupõe uma grande reforma no sistema educacional. Isto implica na flexibilização ou adequação do currículo, com modificação das formas de ensino, metodologias e avaliação; implica também no desenvolvimento de trabalhos em grupos na sala de aula e na criação e adequação de estruturas físicas que facilitem o ingresso e a movimentação de todas as pessoas. É um desafio, fazer com que a Inclusão ocorra, sem perdermos de vista que além das oportunidades, devemos garantir não só o desenvolvimento da aprendizagem, bem como, o desenvolvimento integral do indivíduo com necessidades educacionais especiais. 
Estamos conscientes de que o desafio colocado aos professores é grande e que parte significativa continua “não preparada” para desenvolver estratégias de ensino diversificado, mas, o aluno com necessidades especiais está na escola, então cabe a cada um, encarar esse desafiode forma a contribuir para que no espaço escolar, aconteçam avanços e transformações, ainda que pequenas, mas que possam propiciar o início de uma inclusão escolar possível. 
Nesse sentido, direcionamos nossa atenção para as ações que cabem aos professores realizar na prática pedagógica no intuito de favorecer a aprendizagem de todos os alunos envolvidos no processo. Sugerimos algumas Adaptações 
Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações Não Significativas), possíveis de serem aplicadas. 
De acordo com o MEC as adaptações curriculares são: 
Respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos se dentre estes, os que apresentam necessidades educacionais especiais: 
a) de acesso ao currículo;
b) de participação integral, efetiva e bem-sucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível; (BRASIL, 2000, p. 7). 
Essas adaptações são assim chamadas, justamente por não exigirem autorização de instâncias superiores e terem sua implementação totalmente realizada através do trabalho docente. 
Não basta a garantia da lei. Com certeza, a lei é sim, uma forma de começarmos as mudanças. Mas, a inclusão deve ir além das leis e dos espaços definidos como regular ou especial. Deve sim, referir-se ao que é importante para cada ser humano, em cada época específica de sua vida, respeitando seus momentos, suas capacidades e necessidades
De modo geral dentre essas adaptações que fazem parte do currículo, para garantir a inclusão e a permanência do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular, estão: 
Desenvolver um ambiente escolar adequado que favoreça aos estudantes oportunidades necessárias para o desenvolvimento de suas potencialidades 
Rediscutir novos paradigmas para a educação inclusiva em nossas escolas
Promover ações que atenda e garanta o processo de aprendizagem do aluno. 
Construir uma proposta pedagógica, que promova uma escola inclusiva, na busca de um comprometimento com as minorias ou excluídos. 
Promover a formação de professores e adequá-las para que possam trabalhar efetivamente de um modo diferente do habitual proporcionar um espaço de aprendizagem a todos os alunos respeitando as diferenças individuais. 
Promover a cidadania, por meio do respeito, solidariedade e um diálogo permanente entre toda a comunidade escolar.
Valorizar o professor como profissional que necessita de uma formação continuada para manter-se preparado para atender as necessidades de todos os alunos de forma eficaz. 
Construir um currículo flexível. 
Ter autonomia na elaboração do seu projeto político pedagógico. 
Reconhecer a diversidade. 
Cada escola, cada turma, cada professor, cada aluno, possuem suas especificidades e estão inseridos em diferentes realidades. 
Mas, é possível estabelecer algumas adaptações que possam contribuir de forma simples, prática e abrangente às diversas situações, dificuldades e necessidades especiais existentes nas escolas, uma vez que os alunos com necessidades especiais, já estão chegando na escola, então cabe a cada um, encarar esse desafio de forma a contribuir para que no espaço escolar, aconteçam avanços e transformações, ainda que pequenas, mas que possam propiciar o início de uma inclusão escolar possível no intuito de favorecer uma aprendizagem de qualidade para todos os alunos envolvidos no processo. 
O primeiro capítulo aborda a questão da exclusão desses deficientes, pois não podemos falar de inclusão sem analisarmos o porquê dessa exclusão, do preconceito, das diferenças e até mesmo dos tipos de sentimentos gerados pelas pessoas que os repudiam e o olhar do deficiente perante esses sentimentos.
Neste mesmo capítulo abordei também os conceitos de integração e inclusão de acordo com o princípio de normalização e suas diferenças.
Entender as necessidades dos portadores de deficiência é o primeiro passo a se chegar a devida inclusão. Embora existam barreiras para que ela aconteça é preciso estar preparados.
O segundo capítulo trata da inclusão social fundamentada nos Direitos Humanos na a Constituição Federal, onde a educação é assegurada como direito e dever do estado, juntamente com a sociedade, visando pleno desenvolvimento da pessoa, dando qualificação para o trabalho, e inclusão escolar baseada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Através destas leis busco enfocar os paradigmas que fundamentam as leis e conseqüentemente a proposta da educação inclusiva, delineando eixos fundamentais do modelo inclusivo e melhor compreender o processo da inclusão e quais caminhos a serem seguidos para que de fato esta tão sonhada inclusão venha fazer parte da realidade.
EXCLUSÃO DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
Segundo a Bíblia todos os homens foram criados iguais a imagem e semelhança de Deus, porém não é isso que a humanidade tem demonstrado, pelo contrário o mais forte e mais capazes de lidar com o meio sobrevivem, enquanto os mais fracos perecem.
A própria religião, com toda sua forca cultural, ao colocar o homem como imagem e semelhança de Deus, ser perfeito inculcava a idéia da condição humana como incluindo perfeição física e mental e não sendo parecidos com Deus, os portadores de deficiência eram colocados postos a margem da condição humana. (MAZZOTTA, 1982 p 3)
Segundo a autora Glat (1998), esta diferença acaba sendo um processo de seleção.
Mesmo que hoje o mundo civilizado ou que se diz civilizado as pessoas com deficiência já não mais pereçam e nem sejam sacrificadas, podemos dizer que socialmente ainda são exterminadas.
Exterminadas no sentido de serem excluídas do meio social por não estarem dentro dos padrões exigidos pela sociedade.
Apesar de excluídos das responsabilidades sociais, são também excluídas dos privilégios oferecidas por ela.
A autora afirma que este processo de seleção natural com o passar dos tempos tomou uma nova forma, passando de natural física para natural social, ou seja, formou-se um enorme contingente de indivíduos que conseguem sobreviver fisicamente, mas que por não terem condições físicas de lidar independentemente com o meio não sobreviveriam socialmente.
No entanto, existem milhares de profissionais trabalhando para a reabilitação e no desenvolvimento dessas pessoas portadoras de deficiência, para que as mesmas possam ter condições de lidar com o seu meio, visando sua inclusão na sociedade.
Para se discutir a questão da inclusão do portador de deficiência é preciso ter em mente que eles se constituem como uma categoria socialmente construída de desvio. Sendo igual aos problemas enfrentados por outros grupos de pessoas marginalizadas como os negros, ex-presidiários, homossexuais entre outros que por uma razão ou outra são afastados fisicamente ou moralmente do convívio social, deixando de usufruídas oportunidades abertas às pessoas consideradas normais.
Enquanto os desviantes podem, por diversos mecanismos tentar se conformar com as normas sociais, os deficientes por suas características próprias representam na maioria dos casos uma violação crônica do padrão humano da normalidade, independente da cultura, não restringindo apenas seu comportamento bizarro ou não produtivo, o deficiente viola a própria norma física do que é um ser humano, contrariando a representação ou imagem corporal do homem.
Por isto os indivíduos que por alguma razão não conseguem adaptarem-se às normas ou valores da cultura vigente em sua comunidade não sobrevivem a seleção social e são consideradas os anormais e isolados, marginalizados e rotulados os não capazes.
O que a autora retrata primeiramente é a deficiência como condição de incapacidade, não apenas por suas limitações, mas também pelas limitações sociais que ela acarreta. “A sociedade é quem rotula e conseqüentemente trata diferencialmente os indivíduos que as possuem.” (Glat, 1998)
Portanto, não podemos falar de inclusão desses deficientes sem analisarmos o tipo de relação que as pessoas de um modo geral estabelecem com eles e os fatorespsicológicos que influenciam nessa relação.
Existem, no entanto, alguns tipos de sentimentos que os deficientes provocam. Uma delas é de como o diferente perturba a sociedade por não sabermos como lidar com eles e o que esperar deles, por este motivo e até por medo, acabamos nos afastando.
O isolamento e segregação dos deficientes do resto da sociedade que tem sido regras em todas as culturas, fazendo com que a maioria das pessoas de fato tenha pouca oportunidade de interagir com deficientes e vice-versa.
O contato com estes indivíduos se restringe muitas vezes a seus familiares, com profissionais que trabalham com eles (quando há oportunidades) e com outras pessoas com o mesmo tipo de deficiência, não tendo incentivo para assumir outra postura. Quando expostos as situações sociais acabam agindo de maneira inalterada reforçando mais ainda as representações preconceituosas sobre sua pessoa, justificando assim tal segregação.
Cabe ressaltar a dificuldade que os próprios deficientes tem em relação a sua deficiência em compreendê-las.
A maioria dos pais que precisam lidar com uma criança deficiente enfrenta duas crises: A primeira crise é a morte simbólica da criança que deveria ter nascido, e que não nasceu,pois este filho perfeito que é projetado na barriga da mãe não existe. Ao serem encaminhados ao consultório pediátrico para ouvirem que seu filho é um deficiente acontece então a primeira crise de não aceitação.
O outro fator enfrentado por eles é o sentimento de pena que as pessoas demonstram ao lidar com estes. Ao deparar com um portador de necessidades especiais temos esse tipo de sentimento, pois afinal eles não são culpados de terem nascido ou ficado assim.
Muitas pessoas evitam contato com os deficientes com medo de contaminação, é claro que hoje em dia apenas os mais ignorantes acreditam que a deficiência pega. Entretanto este contágio pode se dar em termos comportamentais. Muitos pais desaprovam a inclusão de crianças deficientes na classe de seus filhos, porque podem imitar o seu comportamento e regredirem em seu desenvolvimento, ocorrendo o preconceito. Este é um dos aspectos que impede a total inclusão dos alunos portadores de deficiência no âmbito escolar.
Trata-se de uma tarefa muito desafiadora discutir-se a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no contexto educacional. As discussões acerca do tema perpassam inúmeras preocupações, possibilidades e continuidade de ações bem planejadas. Além da esfera educacional, outras áreas importantes como engenharia e saúde, para exemplificar, conduzem a procedimentos que não se findam, mas se constituem ato contínuo e permanente de reflexões e ações.
De acordo com SASSAKI (1997, p.42),“Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão, mais cedo se completará a construção de uma verdadeira sociedade para todos? A sociedade inclusivista”.
As diferenças assustam e incomodam a sociedade como se ela pudesse ser transmitida. É esta falta de informação que tira deles o direito como pessoas, o direito como cidadão. São atos como estes que acarretam a devida exclusão dessas pessoas, colocando-as a margem da sociedade e sem direito a freqüentar escolas comuns.
Dessa forma é preciso rever todos esses conceitos tentando modificá-los para que realmente possamos falar em incluí-los à sociedade, pois não basta incluí-los apenas é preciso aceitá-los da maneira que são com toda sua diferenças e dificuldades lutando para estes possam ter as mesmas oportunidades que os demais dentro da sociedade, pois muitas vezes estes seres humanos são tão capazes ou mais do que aqueles ditos normais.
Educação Inclusiva: Da Integração A Inclusão
A imprecisão conceitual sobre integração e inclusão, às vezes empregadas com o mesmo significado, às vezes colocadas em oposição ou superação da integração pela inclusão. Dentre outras conseqüências, tal definição contribui para uma visão entre defensores da integração e da inclusão, como se o próprio sentido de educação já não fosse a busca de integração ou inclusão social. Mais ainda, como salienta Glat (1997), a integração não pode ser vista simplesmente como um problema de políticas educacionais ou de modificações pedagógica – curriculares na Educação Especial. “Integração e um processo subjetivo e inter- relacional”.(Glat 1997, p 199)
Segundo Sassaki (1997), a integração e a inclusão são dois processos muito importantes na busca de uma sociedade inclusiva. Princípio este que leva implícito o conceito de normalidade, destacando que a normalidade é um conceito relativo sujeito a critérios de tipo estatístico.
O que hoje é normal pode não ter sido ontem e não sabemos como será amanhã. O que aqui é normal pode ser anormal em outro lugar ou vice-versa. De tal maneira que o normal não se encontram dentro da pessoa, mas fora dela é aquilo que os outros percebem nas pessoas.(SASSAKI, 1997, p 43)
Normalizar uma pessoa não significa torná-la normal, mas sim dar a ela o direito de ser diferente e de ter suas necessidades reconhecidas e atendidas pela sociedade. É aceitá-los tal com são, oferecendo os serviços pertinentes para que os mesmos possam desenvolver suas potencialidades e viver uma vida tão normal quanto possível.
É preciso que estas pessoas vivam com independência e liberdade.
… Ter oportunidades para tomar decisões que afetam a própria vida, realizar atividades de própria escolha. Vida independente tem a ver com a auto- determinação. É com direto e a oportunidade para seguir um determinado caminho. E significa ter a liberdade de falhar e aprender das próprias falhas, tal qual pessoas não deficientes. (SASSAKI,1997, pg 32)
Conforme o autor o estilo de vida independente é fundamental para que aconteça a inclusão do indivíduo na sociedade e para que aconteça tal normalização, ou seja ele terá vida independente exercendo a cidadania, sendo ele ativo e atuando como cidadão.
Cabe ressaltar que a integração, no entanto, ocorre automaticamente quando o deficiente começa a freqüentar a sociedade e ela então se acostumaria com a presença dessa pessoa descobrindo que eles são pessoas com potencialidade iguais a qualquer um. É isto que se espera com a integração, mas o que na verdade não vem acontecendo.
Segundo Mantoan (1997), a integração dos deficientes como membros úteis e adaptados ao meio em que vivem parece ser um ponto crucial na consideração da problemática da excepcionalidade, no seu todo. Observando o modo pelo qual as instituições concebam e atuam face à deficiência, percebendo na grande contradição entre meta final do que se dedicam a causa a integração social em todos os níveis e os recursos utilizados a sua consecução.
Porém o fracasso da tal integração se deve em parte à própria falta de experiência dos deficientes, que mesmo inseridos na comunidade ainda não se tornaram pessoas mais interessantes ou seja interessadas na vida social e no convívio com outras pessoas.
De acordo com autora Glat (1998), integração/inclusão é como amor acontece ou não. Você não pode desenvolver um programa que faça com que duas pessoas se apaixonem uma pela outra. Você pode no máximo programar uma série de atitudes, comportamentos e situações que aumentem a probabilidade do amor acontecer.
Assim a integração tem como objetivo maior proporcionar ao indivíduo um ambiente menos restrito possível porque ninguém aprende quando não tem a liberdade e não se vê valorizado globalmente.
Observa-se na verdade que atualmente a integração tem sido apenas integrar a pessoa na sociedade sem dar a ela condições de estar atuando e se desenvolvendo.
Já a inclusão tem por objetivo incluir o deficiente ou um grupo que anteriormente foram excluídos da convivência com os demais ou seja segundo Werneck (1997) ”incluir é humanizar caminhos”.
O mais polêmico de todos os princípios da inclusão é ser ela incondicional. Este é um ponto que vem perturbando e desconcertando pais e profissionais da educação.
Enquanto se fala na integração de uma criança com deficiência leve e moderada na escola regular tudo bem, masquando se trata de incluir um adolescente com comprometimentos múltiplos e severos, aí vem a desculpa de que este caso é um caso a parte, uma exceção.
Analisando esta maneira de pensar não existe a devida inclusão, pois a inclusão não admite exceções, não separa, não existe diferenças.
Desta forma a escola é a instituição que deve dar o começo de tudo, pois acredito que se ela não alterar seus princípios jamais teremos uma sociedade inclusiva. Cabe a escola dar o ponto de partida para que outras inclusões ocorram.
A inclusão, portanto, causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos como professores, alunos, pessoal administrativo e para que obtenham sucesso na corrente educativa geral e preciso que todos estejam envolvidos.
Para Mantoan (1997) a metáfora inclusão é a do caleidoscópio, ou seja, precisa de todas os pedaços para formar as figuras. Portanto assim é a criança que precisa de um ambiente variado, de ajuda de todos para que se desenvolva e consiga atuar dentro de uma sociedade sem limitações.
A autora Werneck (1997) destaca que: “Incluir não é favor, mas troca. Quem sai ganhando nesta troca são todos nós em igual medida. Conviver com as diferenças humanas é direito do pequeno cidadão, deficiente ou não..” (p.58)
Para ela incluir é uma forma de acabar com o preconceito, e isto, no entanto, pode ser começado nas escolas, cursos e universidades que formam professores, conscientes de que alunos deficientes são responsabilidades de todos os educadores e não apenas do profissional que se interessa por educação especial.
Para Werneck (1997), chegar a inclusão e um processo individual e, portanto para muitos solitário, pois todo processo de busca de conhecimento é solitário e doloroso. Mesmo quando duas pessoas tenham passado por situações idênticas e obtido informações sobre determinado assunto, jamais estaria no mesmo patamar de conhecimento ou se igualando.
Diante disto temos que mudar nossos conceitos, caso contrário, caminharemos com tartarugas em busca da tal inclusão.
Cabe a escola preparar a criança para a cidadania, isto inclui orientá-lo para valorizar a particularidade de seu povo.
Assim, se privarmos crianças normais de seus pares deficientes, estaremos tirando de todos a chance de trabalharem na construção de sua cidadania.
Para entendemos melhor o termo inclusão é necessário reatar os princípios deste termo e as leis que asseguram a inclusão.
Para Sassaki (1997), tanto a integração como a inclusão constituem formas de inserção. A parte da integração, principalmente nos anos sessenta e setenta estava baseada no modelo médico da deficiência, segundo qual tínhamos que modificar a (habilitar, reabilitar) a pessoa com deficiência para torná-la apta a satisfazer os padrões da sociedade, aceitos no meio social (familiar escolar, recreativo e ambiental).
Já a prática da inclusão consolidada nos anos 90, vem seguindo o modelo social da deficiência segundo a tarefa consistia em modificar a sociedade e não o deficiente para torná-los capazes de receber todas as pessoas que incluídas nela, poderão ter suas necessidades atendidas.
Na visão de Mantoan (1997), a noção de integração tem sido compreendida de diversas maneiras, quando aplicada a escola. Os diversos significados que lhe são atribuídos devem- se ao uso do termo para expressar fins diferentes, sejam eles pedagógicos , sociais, filosóficos e outros.
Uma outra opção de inserção segundo a autora e a inclusão, que questiona as políticas e a organização da educação especial e regular. A noção da inclusão institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática. O vocabulário integração é abandonado uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já foram anteriormente excluídos.
Portanto, quando empregamos a palavra inclusão estamos nos referindo a uma inserção total e incondicional. Por outro lado, quando usamos a palavra integração queremos dar a idéia de que a inserção é parcial e condicionada às possibilidades de cada pessoa.
A inclusão exige uma transformação da sociedade, da escola, pois defende a inserção no ensino regular de alunos com qualquer deficiência, exigindo mudanças no sistema educacional cabendo a escola, a sociedade adaptar-se às suas necessidades e não os alunos se adaptarem ao modelo exigido.
Para melhor clarificar este termo polêmico que e a inclusão é necessário conhecer um pouco mais da historia da educação especial, como tudo se iniciou e das leis que surgiram para assegurar uma educação inclusiva, suas controvérsias. Só assim então poderemos entender a palavra inclusão e sua ação.
2 – A Inclusão Social Fundamentada nos Direitos Humanos e na Constituição Federal
De acordo com Mazzotta (1996), a inclusão da educação de deficientes ou da educação especial na política educacional brasileira vem ocorrer no final dos anos cinqüenta e início da década de sessenta, século XX.
Segundo o autor a evolução da educação especial no Brasil e destacado por dois períodos marcados pela natureza e abrangência das ações desencadeadas para a educação dos portadores de deficiência.
Para Carneiro (2008), a implementação das políticas públicas com vistas a uma educação inclusiva requer a sensibilização e a conscientização da sociedade e da própria comunidade escolar frente à diversidade humana; o desenvolvimento de parcerias entre escola comum e instituições especializadas; o reconhecimento da ausência de investimentos financeiros para capacitação em todos os níveis e, finalmente, o apoio permanente ao docente.
Tal prerrogativa tem, no Brasil, amparo legal, sendo que algumas das referências documentais sobre o direito à educação das pessoas com deficiência e que apresentem necessidades especiais são encontradas nos seguintes documentos: emenda constitucional nº12 de 1978, Constituição Federal de 1988, Lei
nº 7.853 de 1999 (Lei da Integração), Decreto nº 3.298 de 1999 (regulamenta a Lei
nº 7.853), Declaração de Salamanca de 1994, LDBEN nº 4.024/61, Lei nº 5.692/71
(Diretrizes para o 1º e 2º graus), Política Nacional de Educação Especial –MEC/1994, LDBEN nº 9.394/96, Diretrizes Nacionais para a Educação Especial –CNE/2001, Plano Nacional de Educação Lei nº 10.172 de 2001 (FERREIRA, 2006),
Convenção de Guatemala de 1999 promulgada pelo Decreto nº 3.956/2001, Lei nº 10.436/02 (Libras), Programa Educação Inclusiva: direito a Diversidade em 2003 (programa do MEC), Decreto nº 5.296/04 (regulamenta as leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00 para promoção de acessibilidade), Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE de 2007, Decreto nº 6.094/2007 para implementação do PDE e, em outubro de 2007, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, SEESP, 2008).
Outro documento importante em nível nacional, discutido consideravelmente por Carneiro (2008), foi produzido pela Procuradoria Federal dos Direitos Humanos, em 2004, intitulado “O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns da rede regular” (conhecido também como cartilha do MEC). Esse documento apresenta aspectos do campo do Direito Constitucional com os desdobramentos imperativos na área do Direito Educacional, além de orientações pedagógicas para a organização e funcionamento da escola no modelo inclusivo.
De acordo com o referencial teórico do citado documento, entende-se que serão as escolas inclusivas que funcionarão como fontes de germinação para a
A luta para que os portadores de deficiência contem com as mesmas condições e oportunidades educacionais que o conjunto a população tem dentre outras referencias, a Declaração Universal dos Direitos do Homem na qual afirma: “todo homem tem direito a instrução”. (art. XXVI).
Durante a constituição de 1988, com objetivo de garantir direitos e deveres dos portadores de deficiência na constituição brasileira, houve mobilização de representações de associações de deficientes e de órgãos governamentais responsáveis pela implementação e políticaseducacionais, de pais e portadores de deficiência e de pesquisadores e profissionais atuantes em educação especial.
Segundo Prietro (1997), a Constituição Federal de 1988 e a primeira dentre nossas constituições que inscreve de modo explicito o direito aos portadores de deficiência.
O dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
III- Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (art.208)
A autora afirma que a luta da sociedade brasileira pela universalização do acesso a escola remonta a década, e a persistência de pautas essa reivindicação como prioridade garantiu, inclusive que o ultimo texto constitucional reafirmasse a educação como direitos de todos, definindo a quem cabe a responsabilidade por sua promoção e incentivo e estabelecesse seus fins.
De tal forma, a educação assim ficou assegurada:
A educação, direito de e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade , visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF 1988 Cap III, seção I, art 205).
Portanto assegurar oportunidades iguais, não significa garantir tratamento idênticos a todos, mais sim oferecer a cada pessoa meios para que eles desenvolva, tanto quanto possível, o máximo de suas potencialidades. Assim, para que o principio da igualdade de oportunidade se torne um fato (real), e indefensável que sejam oferecidas oportunidades educacionais diversificadas.
O verdadeiro significado da igualdade de oportunidades repousa mais na diversificação que na semelhança de programas escolares.(MAZZOTTA, 1982, p.34)
Além da educação outros direitos aos portadores de deficiência são contemplados destacando-se: a igualdade de direitos no trabalho, assistência social especial, adaptações materiais, físicas e sociais, visando proporcionar a eles condições adequadas de acesso aos bens sociais e locomoção o mais independente possível alem do direito ao ensino especializado.
Na visão de Mazzotta (1996, p. 15):
A defesa da cidadania e do direito a educação de pessoas portadoras de deficiência e atitude muito recente em nossa sociedade, manifestando-se através de medidas isoladas de indivíduos ou grupos. A conquista e o reconhecimento de alguns direitos dos portadores de deficiência podem ser identificados como elementos integrantes de políticas sociais, a partir de meados deste século.
Cabe ainda ressaltar que a Constituição Federal de 1946 estabeleceu a obrigatoriedade de criação em cada sistema de ensino de serviços de assistência educacional que assegurassem aos alunos necessitados condições de eficiência escola (art 172)
Embora não deixando claro o sentido de necessitado, nem a que assistência se refere pode-se dizer que já havia preocupação com a diferença naquela época.
De acordo com Prietro (1997), após 1946, a emenda Constitucional em seu artigo 175, parágrafo 4º, estabelecia que: “A Lei disporá sobre assistência a maternidade a infância e a adolescência e sobre a educação de excepcionais.“
Portanto e na emenda constitucional 12 de dezessete de outubro de 1958, que aparece pela primeira vez garantia da educação especial em artigo único. “E assegurado aos deficientes a melhoria de sua condição social e economia, especialmente mediante: Educação especial e gratuita.”
Observa-se, no entanto, que a anos vem se pensando na inclusão dos portadores de deficiência e numa maneira de buscar com que suas diferenças não sejam alvo de preconceitos e discriminação, mas sim que eles se tornem especiais perante a sociedade.e que o conceito de diferenças individuais sejam compreendidas
Não basta apenas pregar o que está escrito na constituição e preciso que se acredite realmente que um deficiente tenha a capacidade de interagir em nosso meio, que são tão ou mais capazes que as pessoas consideradas normais, que são pessoas com sentimentos, apenas em busca de oportunidades e credibilidade.
Para que tudo isso ocorra e preciso imediatamente inovar a maneira de se pensa sobre inclusão, e que a sociedade , e principalmente a escola proceda não apenas com situações não programadas chamadas de informais, que ocorrem em nossa própria vida, mas que como também de situações programadas que acontecem nas instituições sociais e que procurem orientar o individuo para um fim determinado.
E preciso que cada um tenha o seu valor reconhecido e suas diferenças respeitadas. “A educação de um individuo procede de situações capazes de transformá-lo ou de permitir transformar-se..” (Mazzotta, 1982, p 33).
Enfim, assumir o deficiente na família ou na comunidade não significa adotá-lo em razão de suas limitações, mas de suas potencialidades, abrindo espaço para que tenham chances de mostrar seus valores e que o mesmo seja reconhecido pela sociedade.
2.1- A inclusão no âmbito escolar baseada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 e no Estatuto da Criança e do Adolescente
Segundo Pietro (1997), presenciamos vários movimentos sociais que apontam para um reconhecimento de direitos de cidadania e para a solução de problemas humanitários como: a reivindicação para legitimar o direito ao aborto em casos de estupros e de alto risco de vida para gestante, a luta para garantir a legitimação da união civil de casais homossexuais, entre outros, a histórica luta para garantir educação para todos.
O que se pretende, no entanto, é reconhecer a existência de cidadão em condições diferentes da maioria e adequar as leis de modo a permitir uma melhor convivência, alcançando assim um processo de democratização da sociedade.
Portanto, a luta pelo fim da desigualdade requer mudanças de atitudes sociais, que proporcionará a eliminação de obstáculos que acentuam e ou geram limitações . Assim a garantia do principio de igualdade, tão conclamado em nossas leis se da também pela oferta de iguais condições e oportunidades para que todos possam desenvolver suas competências e participar ativamente na sociedade.
Além da educação, outros direitos aos portadores de deficiência são adquiridos como: a igualdade de direitos no trabalho, assistência social especial, adaptações materiais, físicas e sociais, visando proporcionar-lhes condições adequadas de acesso aos bens sociais de locomoção e que estes se tornem o mais independente possível, alem do direito ao ensino especializado, sempre que necessário ou seja a tão chamada Educação Especial.
Mas o que vem a ser uma educação especial?
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 a LDB :
Entende-se por EDUCACAO ESPECIAL, para os efeitos desta lei a modalidade de educação escolar,oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais.
1º- Haverá, quando necessário serviços de apoio especializado na escola regular para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
2º- O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que em função das condições especificas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular
3º- A oferta de educação especial, dever constitucional do estado, tem como inicio na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (Cap. V, art.58)
Esse artigo, além de ressaltar o principio de atendimento escolar sempre que possível integrado as classes comuns de ensino regular desde a educação infantil, situa a educação especial como integrante do sistema educacional, não sendo tratada em oposição a educação comum.
Analisando todo o contexto deste artigo podemos ver claramente que todo esse respaldo fica apenas no papel que na verdade isso não vem acontecendo. Porem mais do que direito a educação e o direito as oportunidades educacionais. “A extensa gama de diferenças existentes entre os educandos a serem atendidos nas instituições escolares exige que haja uma diversidade de meio disponíveis no sistema escolar, a fim de se assegurar o atendimentodesse direito.” (Mazzotta, 1996, p.36)
Portanto não basta apenas inserir um aluno portador de deficiência e preciso que haja diversidade nos sistemas escolares, mudança na busca desse atendimento para que realmente seja atingido o objetivo proposto no artigo anterior da LDB.
Segundo Mazzotta (1996), o atendimento as necessidades educacionais especiais aos portadores de deficiência na classe e ou a utilização de todo conhecimento acumulado pela área de educação especial, proporcionara a melhoria da qualidade de ensino segundo as características de cada aluno, visando a um atendimento individualizado, organiza os currículos, visando diversificar a metodologia e as estratégias de ensino entre tantas modificações e com certeza benéfica para todos os educandos.
Para tanto para se garantir a freqüência dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais em todo o fluxo de escolarização a LDB estabelece a oferta de educação especial desde a faixa etária de zero a seis anos, ficando como tarefa definir claramente no processo de regulamentação dessa diretriz, a que instancia do poder publico caberá a responsabilidade e o ônus.
O artigo 59, dispõe sobre condições que devem ser asseguradas para que se efetive o ‘‘ especial ‘‘ da educação:
Os sistemas de ensino assegurara aos educandos com necessidades especiais:
I- Currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e organização especifico para atender as suas necessidades.
II- Terminalidade especifica para aquele que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados
III – Educação especial para o trabalho visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo mediante articulação com órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentem uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectuais ou psicomotora.
V- Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.( art.59 LDB)
Portanto segundo este artigo são apontados algumas condições básicas que precisam estar presentes na organização escolar para que de fato seja caracterizado o atendimento especializado aos alunos com necessidades educacionais.
Desta maneira é importante se ter claro que os direitos e deveres acerca da educação em geral, contidos na legislação contemplam a todos os cidadãos e que portanto no limite, esses não precisariam ser reiterados, de meado particular, em relação a uma dada parcela da população. No entanto tem se previsto o especial na educação referindo-se a condições que possam ser necessárias à alguns alunos para que se viabilize o cumprimento dos direitos de todos e educação.
Num dos capítulos da LDB que trata da educação especial ainda estabelece que:
Os órgãos normativos do sistema de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio pedagógico e financeiro pelo poder publico.
Parágrafo único- O poder publico adotara com alternativa preferencial a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede publica regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (art. 60)
Assim o parágrafo único deste artigo é repensável pela previsão de que, independente do apoio às instituições o Poder Publico devera adotar como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos.
Para tanto a terminologia educandos portadores de necessidades especiais é bastante difusa, pois não especifica a que tipo de necessidades esta se referindo e então podemos considerar que boa parte da população tem algum tipo de necessidade em especial. No entanto as produções teóricas mais usadas e a necessidade educacional especial, que esclarece melhor a natureza da necessidade.
Mazzotta (1996) afirma que o atendimento escolar dos portadores de deficiência pode se dar pela via comum de ensino ou em ensino regular,que consiste nos serviços e recursos geralmente organizados para todos e pela via designada como especial, onde o ensino ocorre mediante a utilização de recursos e serviços especiais que geralmente não estão disponíveis nas situações comuns de educação escolar e mais, a existência de uma deficiência não basta necessariamente, a que o seu portador possa ser bem atendido mediante os processos comuns de ensino.
Um outro documento assegura a educação aos portadores de deficiência e o Estatuto da Criança e do Adolescente o ECA, onde em uns dos seus artigos ressalva:
É dever do estado assegurar a criança e ao adolescente:
III- Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (art.53)
Como podemos observar a muito se fala nos direitos dos portadores de deficiência , pois todos esses artigos revistos anteriormente tem como base a tão sonhada inclusão, mas se chegar lá parece uma eternidade pois apesar das leis, ainda estamos caminhando em passos muito lentos.
Para que a devida inclusão sai do papel e se torne algo concreto primeiramente é preciso que se pense que a diversidade é parte da natureza, e que a diferença não é um problema, mas uma riqueza. E que uma sociedade democrática busca um caminho sem distinção, e que uma escola democrática é com certeza uma escola para todos sem exceção.
3 – Políticas da Inclusão
De acordo com Mazzotta (1996), o movimento mundial da inclusão chega ao Brasil com a Declaração Mundial de Educação para todos, que propõe:
Uma educação, destinada a satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem, o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas, a melhoria da qualidade de vida e do conhecimento e a participação do cidadão na transformação cultural de sua comunidade.(art.1º )
Portanto, os princípios da educação inclusiva foram melhor clarificados com a divulgação da Declaração de Salamanca em 1994, que traz importante transformação conceitual em relação aos objetivos da educação especial, modificando a forma de atendimento educacional das pessoas com deficiências graves ou dificuldades de aprendizagem.
Para tanto surge o conceito de necessidades educacionais especiais segundo o qual as escolas tem de encontrar maneiras de educar com êxito todas as crianças, independente de suas capacidades físicas, sensoriais, intelectuais ou emocionais.
É fundamental que se tenha em mente que a educação de alguns deficientes pode ocorrer tanto pela via comum quanto especial. E mais, que a existência de uma deficiência não obstância necessariamente a que o seu portador possa ser bem atendido mediante os processos comuns de ensino. “O tipo de grau da deficiência bem como os efeitos por ela acarretados, além das condições gerais dos serviços comuns, e que ira servir de indicadores da necessidade ou não da utilização de auxílios e serviços especiais de educação.” (Mazzotta,1997 p.37)
Desta maneira são as necessidades educacionais individuais confrontadas com os serviços educacionais existentes na comunidade, que devem subsidiar a definição da via ou de recursos a serem utilizados para a educação de qualquer pessoa, e não o rótulo, o estigma de deficiente.
De acordo com Sassaki (1997), a inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos envolvidos no processo de inclusão dando um passo para caminhar em sociedade livre de preconceitos e limitações.
Para que essa ajuda de fato venha ocorrer a Declaração de Salamanca assegura que:
Os jovens com necessidades educacionais especiais devem receber ajuda para fazer uma eficaz transição da escola para a vida adulta produtiva.
As escolas devem ajudá-los a se tornarem economicamente ativos e prover-lhes as habilidades necessárias nodia a dia, oferecendo treinamento em habilidades, que respondam as demandas sociais e de comunicação e as expectativas da vida adulta. Isto requer tecnologias apropriadas de treinamento incluindo experiência direta em situações de vida real fora da escola.
Os currículos para os alunos com necessidades educacionais especiais em classes mais adiantadas devem dar apoio para ingressarem no ensino superior sempre que possível e subseqüentemente treinamento profissional que os prepare para atuarem como membros contribuintes independentes em suas comunidades após terminarem os estudos. Estas atividades devem ser executadas com participação ativa de conselheiros profissionais, agencias de colocação, sindicatos, autoridades locais e diferentes serviços e entidades interessadas.(Decl. De Salamanca p. 56)
Portanto este tem sido um documento guia,onde as escolas buscam modernizar-se e os professores aperfeiçoarem suas praticas educacionais , pois pensar em inclusão implica acreditar que não apenas as pessoas deficientes devem modificar-se , para receber em situação de igualdade todos os seus cidadãos, mas principalmente a sociedade aceitar essa pessoa como qualquer outro cidadão com suas dificuldades, capacidades , direitos e deveres e sobretudo com muito respeito.
A inclusão e um motivo para que a escola se modernize os professores aperfeiçoem suas praticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma conseqüência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. (MANTOAN,1997, p.120)
Para Mazzotta (1996), a Declaração de Salamanca traz importante transformação conceitual em relação aos objetivos da educação especial, modificando a forma de atendimento educacional das pessoas portadoras de deficiência, uma vez que inclui no ensino regular todas as crianças, inclusive as que tem deficiências graves ou dificuldades de aprendizagem.
Com esta Declaração surge o conceito de necessidades educacionais especiais, segundo o qual as escolas têm de encontrar maneiras de educar com êxito todas as crianças independentes de suas capacidades.
Observa-se neste conceito uma mudança de paradigma, o foco da atenção deixa de ser o deficiente e passa a centrar-se na pessoa do aluno e no processo ensino- aprendizagem, o qual deve ser adaptado às necessidades especificas do aluno no contexto escolar, contando com a participação da família e comunidade.
Para tanto é preciso ter cautela para não cair no reducionismo de considerar que a mera inserção do portador de deficiência no ensino comum seja suficiente para que eliminemos as desigualdades educacionais a que estão submetidos. Não e simplesmente garantindo que todos tenham acesso a escola que garantiremos a escolaridade para todos.
Hoje ainda percebemos atitudes de exclusão em relação ao portador de deficiência, apesar de ser garantido em lei o direito a educação escolar e necessário construir a qualidade e de ensino que atenda estas crianças, bem como a ampliação de serviços e recursos de educação especial que propiciam o desenvolvimento de suas competências e levem em consideração as suas necessidades especificas imposta pela sua deficiência.
Portanto a base da inclusão esta na crença de que a criança não é um problema, mas uma riqueza.
3.1- O papel do professor
Para tratar a formação dos professores na área de educação especial o texto da LDB nº 9.394/96 estabelece que:
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
III- Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.(art.59)
À medida que este fato assim subscrito no artigo acima for concretizado, a educação especial será substituída pela educação regular e grandes aberturas acontecerão à integração social dos deficientes em geral, acolhidos entre os normais, na escola será sem duvida, mais fácil se efetuar a sua desmarginalizacão em outros ambientes inclusive da própria família.
A admissão de alunos deficientes em classes regulares portanto envolve a capacitação de professores que se propõe a esse trabalho.
E preciso, pois, tratar dessa questão desde a formação mínima do magistério ate o curso de pedagogia, para que estas classes ofereçam uma vivencia que reforce o caráter democrático da escola e da sociedade que o abriga. O professor deve estar apto a desenvolver um trabalho que igualize as oportunidades educacionais entre normais e deficiente, sem prejuízo para ambos. (MANTOAN, 1997, p .148)
Segundo Mantoan (1997), o grande desfio para o professor em termo de sua e atuação segundo um currículo construtivista de educação para o deficiente esta em fazê-lo encarar o aluno como uma pessoa que age decide e pensa com seus próprios meios.
Desta forma vencida esta barreira inicial e estando o professor certo de que sua função não e ensinar, mas criar situações para que o sujeito aprenda passando então o construtivismo a ser visto com menos empecilhos.
A autora afirma que trabalhar a partir de um currículo construtivista impõe do professor resolver verdadeiros conflitos internos, provocado pela dificuldade de incorporar idéias educacionais que fazem a regra do método mais usuais.
Cabe então ao professor seguir os passos de seus alunos no sentido de fazer por seus próprios meios a resposta ou conhecimento a que ele tem condições de acesso, tendo plena responsabilidade na perspectiva educacional, influindo nos alunos a segurança necessária para fazer com que se sintam motivados a enfrenta as dificuldades escolares, buscando eles próprios as soluções para os seus problemas, tendo autonomia para resolvê-la.
Neste enfoque o professor precisa antes de mais nada conhecer o seu aluno, sua realidade e assim traçar dele um perfil servindo de base para as elaborações de suas atividades. “Um traçado não se restringe ao um único aspecto do desenvolvimento, mas ao seu sujeito por inteiro”. (Mantoan, 1997, p.156)
“No documento `Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica”, de 2001, o Conselho Nacional de Educação explicita o perfil desejado de formação de professores que, como se pode observar, dificilmente seria atingido no nível médio.
1º- São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que, em sua formação de nível médio ou superior, foram incluído conteúdos sobre educação especial adequado ao desenvolvimento de competências e valores para :
1 -Perceber as necessidade educacionais especiais dos alunos e valorizar a educação exclusiva.
II – Flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimentos de modo adequado nas necessidades especiais de aprendizagem.
III – Avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para atendimento de necessidades educacionais especiais.
IV – Atuar em equipe exclusiva com professor especializado em educação especial.
2º- São considerados professores especializados em educação especial aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos pedagógicos e práticos alternativos adequados ao atendimento das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo ao professor de classe comum nas praticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especial.(CNE/CEB, Res.nº 2,2001 art.18)
De acordo com Mazzotta (1996), não cabe ao professor ao professor papel de mero executor de currículos e programas pré- determinados, mas de alguém que tenha condições de escolher atividades, conteúdos ou experiências que sejam mais adequadas para o desenvolvimento das capacidades fundamentais do grupo de alunos, tendo em conta seu nível e suas necessidades.
Portanto não há uma seqüência ideal de conteúdos,atividades ou experiências que atenda apropriadamente todos os grupos de alunos, porem isto não significa que seja possível ou adequado preparar um currículo que possa satisfazer a um conjunto de alunos, mas que diferentes maneira de atuar com os alunos, de desenvolver os componentes curriculares, de combinar as situações de ensino e aprendizagem devem ser efetivadas a fim de conduzir ao ponto comum almejado.
Segundo Mantoan (1997), o professor deve primeiramente traçar um perfil servindo de base para a elaboração de atividades e interações que venham ao encontro do que o aluno necessita para sua evolução.
Para tanto é preciso que haja interesse do professor, competência, dedicação e versatilidade na atuação de sua pratica pedagógica. É preciso que o professor compreenda o que esta por trás do comportamento expresso e supostamente apresentar ao portador de deficiência desafios a sua capacidade atual de ultrapassá-los, com vistas a que a estas sejam acrescidas novos meios, para isso o professor precisa esta preparado, procurando aperfeiçoá-lo a todo momento. “É imprescindível que o professor estude, atualize-se e procure adaptar os novos conhecimentos adquiridos, partindo de hipóteses levantadas em seu próprio espaço educacional”. (Mantoan, 1997, p.156)
Segundo Mantoan (1997), o professor precisa ser antes de tudo um profissional que não se contenta em reproduzir métodos e técnicas, aplicando-os a sua classe diretamente, porque deu certo em outro lugar. Por trás de sua pratica há de existir sempre uma questão que se reelabora a medida que vai sendo respondida, constituindo-se de uma cadeia experimental.
Para o autor independente das dificuldades advindas de sua deficiência todo aluno pode ,a seu modo e em seu tempo, se beneficiar de programas educacionais. Eles apenas precisam que lhe sejam dados oportunidades adequadas para desenvolver seu potencial de aprendizagem e conseqüentemente se integra. O professor deve manter uma postura coerente , pois enquanto exemplo, e não modelo a ser imitado, ele é também , elemento de referência para que o aluno possa construir sua própria identidade. O professor deverá conhecer a deficiência e sua dificuldade; através das observações, antecipar atividades educativas para minimizar e ou eliminar as dificuldades de seu alunos como trabalhar para promover seu avanço em busca de seu desenvolvimento global ,sem rotulação o enquadramento nesse ou naquele perfil estereotipada da área em foco .
Quanto ao quadro curricular a ser trabalhado na educação inclusiva, devera ser observada aquele preconizado para a educação comum, cabendo ao professor especializado adaptá-lo, fazendo com que ele seja enriquecido, suprimido ou modificado afim de que seja adequado ao nível de desenvolvimento dos alunos.
Segundo Mazzotta (1996), as instituições escolares devem contar com meios adequados para atendê-los, pois quando se fizer necessário o atendimento do aluno deficiente mediante situações escolares especiais, que impliquem, alterações no conteúdo, na metodologia e no ambiente de aprendizagem para que possamos falar em organização curricular especifica. “Em principio todo currículo será especial na medida em que considera que e a escola que cabe a tarefa de elaborar o seu currículo.” .(Mazzotta, 1996, p. 100)
Portanto os currículos devem ser baseados de acordo com as necessidades e realidades de tais alunos.
O professor jamais pode deixar os alunos portadores de necessidades edificativas especiais à margem da sociedade, pois a socialização do individuo é fundamental para tornar o processo de ensino aprendizagem bem natural, busca conhecer, identificar o nível de desenvolvimento do aluno para a elaboração do planejamento é necessário para que eles possam atingir os objetivos dos demais alunos da turma, mesmo sabendo que o seu ritmo de aprendizagem é mais lento.
O professor deve ter a consciência que nem todos aprendem da mesma maneira, e por isso ele precisa ser o mediador, buscar a partir dos interesses e conhecimentos o caminho para o desenvolvimento da capacidade de crescimento do ser humano.
Na visão de Mazzotta (1996), a educação dos alunos com necessidades educativas especiais tem os mesmos objetivos da educação de qualquer cidadão, algumas modificações são as vezes requeridas nas organizações e no funcionamento da educação escolar para que tais alunos usufruam dos recursos escolares de que necessitam para o alcance dos seus objetivos.
Para tanto é preciso que se construa a socialização tanto com o deficiente quanto com os pais,pois a participação dos próprios na vida escolar de seus filhos e importantíssimo para o seu desenvolvimento e para sua integração na esta. Estar compartilhando preocupações e expectativas, tomando iniciativas conjuntas favorecem no trabalho educacional do professor.
Portanto a participação dos pais será sempre fundamental porque eles devem se sentir parte do processo ensino aprendizagem e de um papel importante que é o da socialização.
Cabe aqui o professor dar o passo para que essa socialização de fato aconteça.
Enfim, é preciso que se pense primeiramente na formação do educador, não como uma formação para a inclusão, pois não há como formar alguém para a diversidade, mas como um individuo que possa dar a estas crianças suportes para que realmente elas aprendam e assim convivam com as outras crianças sem discriminação, livre do preconceito e sobretudo que sejam respeitadas suas limitações e o seu tempo de aprendizagem.
Conclusão
No decorrer deste trabalho pude concluir que a inclusão dos portadores de deficiência é um processo que exige respeito ao próximo, tanto da pessoa que recebe esse individuo quanto do próprio deficiente e principalmente a aceitação das diferenças de cada um.
É preciso antes de tudo que o próprio deficiente se aceite dentro de seus limites para que então seja aceito pela sociedade.
Para que de fato a inclusão venha acontecer basta que as legislações sejam levadas a serio e algumas aperfeiçoadas e que a pessoa envolvida neste processo no caso aqui o professor seja um atuante e que este esteja em constante aperfeiçoamento podendo assim atender as necessidades do aluno.
Sabemos que educar uma criança portadora de necessidades especiais é uma experiência nova para o professor e também um desafio. E que devemos olhá-la como se fosse um estorvo dentro da sala, pois acreditar na capacidade e em sua potencialidade e acreditar que você pode sim trabalhar par a que se construa um futuro melhor sem discriminação, sabendo que estas crianças tem muito a nos ensinar e que são tão ou mais inteligentes aos ditos normais.
Incluir não é colocar o individuo junto aos demais apenas, mas buscar em nos mesmos caminhos, vontade para que possamos ajudá-los a ser um vencedor e então também junto com os portadores seremos também vencedoras.
A lei diz que e direito de todos à educação, portanto cabe à escola aprender a conviver com as diferenças e traçar caminhos que levem de fato a inclusão.
Quem sai ganhando com isso são todos nos pois aceitar as diferenças enriquece a nossa formação de cidadão, desenvolve valores éticos, valores que devem ser ressaltados nos educadores, educandos e políticos.
A LDB fala de igualdade, respeito, qualidade, o ECA , dos direitos, cabe a todos nos cumpri-las ou cobrar o seu cumprimento para que os alunos portadores de deficiência sejam realmente atendidos na sociedade e na escola.
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