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MUSEU ANTONIO PEREIRA

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V.10, nº2, jan./jul. 2017. 
 
 
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CONHECENDO O MUSEU JOSÉ ANTÔNIO PEREIRA: um patrimônio 
histórico de Campo Grande-MS 
 
Elaine Cristine Luz Santos de Moura
1
 
 
Resumo 
O presente trabalho pretende apresentar ao leitor a importância do Museu José Antônio 
Pereira como patrimônio histórico e cultural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Partiu-
se do pressuposto de que os museus devem colocar-se como locais para a formulação de um 
pensamento crítico Para isso, foram realizadas observações durante o estágio não-obrigatório 
da graduação em Licenciatura em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 
Observou-se a potencialidade do museu em dialogar com o público realizando atrelamentos 
entre a educação reflexiva e o lazer. Este trabalho almeja promover a salvaguarda dos acervos 
e a valorização das ações educativas nos museus. 
Palavras-chave: Patrimônio. Educação. Museus. 
 
 
 
KNOWING THE MUSEUM JOSÉ ANTONIO PEREIRA: a historical 
heritage of Campo Grande-MS 
 
Abstract 
The present work intends to present to the reader the importance of the Museum José Antônio 
Pereira as historical and cultural patrimony of Campo Grande, Mato Grosso do Sul. It was 
assumed that museums should be placed as places for the formulation of critical thinking 
(RAMOS, 2008). For this, observations were made during the non-compulsory stage of the 
undergraduate degree in History by the Federal University of Mato Grosso do Sul. It was 
observed the potentiality of the museum in dialoguing with the public performing attitudes 
between reflexive education and leisure. This work aims to promote the safeguarding of 
collections and the valuation of educational actions in museums. 
Keywords: Patrimony. Education. Museums. 
 
 
 
1
 Bacharel em Ciências Contábeis pelo Centro Educacional Anhanguera de Campo Grande. Licenciada em 
História, e especialista em Cultura e História dos Povos Indígenas pela Universidade Federal do Mato Grosso do 
Sul (UFMS). E-mail: elainecristineluz@gmail.com. 
Revista FOCO. ISSN: 1981-223X 
 
 168 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Na presente pesquisa almeja-se apresentar ao leitor a relevância dos museus como 
fonte de pesquisa, assim como demonstrar a importância dos patrimônios, destacando a sua 
função social. Dessa forma, o Museu José Antônio Pereira é evidenciado nesse trabalho como 
objeto que denota particularidades artísticas, históricas e culturais, além de divulgar a origem 
da fundação de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. 
O intuito dessa análise surgiu por meio do estágio não obrigatório, durante o período 
de março de 2014 a setembro de 2015, realizado no Museu José Antônio Pereira, tendo como 
cargo exercido a mediação cultural deste patrimônio sob supervisão de Marta Andrade Ramos 
da Silva, realizando pesquisas e atendimento ao público. 
Para isso, foram realizadas diversas leituras que corroboraram para a elaboração desse 
trabalho, sendo a autora Sandra Pelegrini em relação à preservação e segurança patrimonial, 
Francisco Ramos referente à educação museal e a função social dos museus, e Marilda 
Mitidiero que relata sobre o Museu José Antônio Pereira. 
Também serão apresentados os projetos socioeducativos, tendo como destaque a ação 
“Arte no Museu”, apresentada por meio de imagens a valorização da cultura regional, através 
de apresentações como a música, a dança, o teatro e o artesanato que contribuíram com a 
comunidade, resultando na aprendizagem e na dinamização do fluxo de visitantes. 
 
 
1 O MUSEU JOSÉ ANTÔNIO PEREIRA 
 
Para se compreender os desafios das práticas museológicas é preciso recorrer ao 
passado, investigar as origens e as diferentes proposições das instituições culturais 
(FARINHA, 2007). Dessa maneira, a pesquisa em torno das origens, acervo, preservação 
patrimonial, mediação cultural e dos projetos socioeducativos do Museu José Antônio Pereira 
é fundamental para compreensão de sua função social no século XXI. 
Desde o final do século XX, acontece uma intensa revisão sobre o papel dos museus, 
sobre suas novas funções comunicativas e sobre sua capacidade em atrair um 
público maior, sobre as formas de manter e expor suas coleções, acompanhando o 
circuito internacional de arte contemporânea. Museus que possuem como 
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característica o fato de serem bens públicos têm em seu acervo, em seu público e em 
suas instalações questões desafiadoras. (FARINHA, 2012, p 42) 
Assim, um dos desafios observados no Museu José Antônio Pereira parte-se da 
elaboração e execução de projetos para um melhor atendimento ao público, com a função de 
dinamizar a visitação, ensinar a história regional, preservação patrimonial e divulgar a história 
da família Pereira. Dessa maneira, a ação educativa no museu torna-se essencial para 
apreciação cultural, promovendo intelectualidade e enriquecimento reflexivo para cada 
indivíduo no campo da história e memória, fomentando a interação com a comunidade. 
Para assumir seu caráter educativo, o museu coloca-se, então, como o lugar onde os 
objetos são expostos para compor um argumento crítico. Mas só isso não basta. 
Torna-se necessário desenvolver programas com o intuito de sensibilizar os 
visitantes para uma maior interação com o museu. Não se trata da simples "formação 
de platéia", a valorização do museu como forma de criar "cultura mais refinada". 
Antes de tudo, objetiva-se o incremento de uma educação mais profunda, envolvida 
com a percepção mais crítica sobre o mundo do qual fazemos parte e sobre o qual 
devemos atuar de modo mais reflexivo (RAMOS, 2004, p. 2). 
Ou seja, é essencial o desenvolvimento de programas e projetos que promovam a 
interação com o intuito de incentivar uma percepção crítica em torno dos patrimônios, 
sensibilizando os visitantes de maneira reflexiva, fomentando o argumento crítico em torno 
dos artefatos apresentados nos museus. Desse modo, propõe-se um aprofundamento educativo 
objetivando a valorização dos museus, que contemple o prestígio do lazer dos visitantes 
acrescentado ao ensino da história e da arte. 
Partindo dessa perspectiva, o Museu José Antônio Pereira
2
, Patrimônio Histórico e 
Cultural localizado em Campo Grande-MS, apresenta os seus artefatos e sua arquitetura 
rústica e simbólica por meio da representação da história dos pioneiros desta cidade, 
atendendo escolas, asilos, estrangeiros e a comunidade em geral, realizando diversos projetos 
socioeducativos de maneira lúdica e pedagógica. 
 
2
 Localizado na Avenida Guaicurus S/N, em Campo Grande –MS. Horário de funcionamento: terça-feira a 
domingo, das 9h às 17h. Instituições devem agendar as visitas. 
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Quadro 1 - Museu José Antônio Pereira, em destaque escultura de Antônio Luiz Pereira, com 
a esposa Anna Luiza e filha Carlinda (2014). 
 
Fonte: acervo particular da autora 
Registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo 
Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), o museu possui apoio para ações educacionais, 
gestão de preservação e colaboração para um melhor diálogo com a sociedade. 
Os projetos socioeducativos visam um melhor atendimento, o fomento à pesquisa, e a 
compreensão do visitante, realizando teatros, música, dança, feiras, exposições, e arte que 
colaboram para o aprendizado e o lazer da comunidade. A seguir, pode ser observar alguns 
temas dos projetos elaborados pelos colaboradores do MJAP/FUNDAC: Cantinho da leitura 
(biblioteca); Museu vai às escolas; Horta Comunitária; Feito nas cochas: umaanálise das 
telhas do século XIX; Museu Fitness: academia ao ar livre; Loja de Artesanato; Arte no 
Museu; Trilha Histórica. 
Dessa maneira, verifica-se a importância de práticas audiovisuais, o incentivo à leitura, 
o aumento do número de visitantes, a valorização da produção artística, a preservação do 
meio ambiente, visando a estimado entretenimento e o lazer, aspectos estes que são 
fundamentais para dinamizar o atendimento ao público. 
 
 
2 OS PIONEIROS 
 
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Para uma melhor compreensão da função social do Museu José Pereira é importante 
conhecer a história da fundação da cidade de Campo Grande. Nessa seção, será abordada 
desde a chegada da família Pereira e Souza ao sul de Mato Grosso até a origem da Fazenda 
Bálsamo, posteriormente conhecida como Museu José Antônio Pereira. 
Barros (2010) descreve a intensificação migratória após a Guerra do Paraguai (Guerra 
da Tríplice Aliança), tendo o gado e a terra fértil como os principais incentivadores, o que 
acarretou a motivação da Família Pereira a realizar a mudança da cidade de Monte Alegre, 
localizada em Minas Gerais, para o Sul de Mato Grosso. 
“A grande quantidade de gado bovino atrai paulistas, goianos, mineiros, gaúchos para 
os campos de Vacaria e para o Pantanal. Com o fim da Guerra do Paraguai (1864-1870) 
surgem histórias sobre terras devolutas ao sul de Mato Grosso aumentando o fluxo 
migratório” (BARROS, 2010, p. 85). Partindo dessa perspectiva, em 1872, José Antônio 
Pereira encontrou nesta região o poconeano João Nepomuceno e algumas famílias 
camapuanas fixadas ao redor do córrego Prosa, onde cultivavam suas roças (GARCIA apud 
WEINGARTNER, 1995). Assim, José Pereira ergueu um rancho localizado na Serra de 
Maracaju na confluência dos córregos que posteriormente seriam chamados de Prosa e 
Segredo. No ano seguinte, José Antônio regressa a Minas Gerais com a intenção de buscar 
seus familiares, deixando João Nepomuceno, para ser guardião de seu rancho, prometendo-lhe 
o pagamento após o seu retorno (BARROS, 2010). 
Assim, após três anos da partida de José Antônio Pereira, o guardião perdendo as 
esperanças de retorno do proprietário, negociou a transferência da terra com o outro mineiro, 
Manuel Vieira de Souza, recém-chegado a região, com seus familiares e os seus escravos. 
Segundo Maciel (s.d.), Nepomuceno não escondeu quem era proprietário da terra e, de fato, 
tempo depois dessa negociação, José Antônio Pereira retornou com os seus familiares. 
Aos 14 de agosto de 1875, chega finalmente ao local de destino. José Antônio não 
encontra o zelador que ali deixara, mas sim, a família de Manoel Vieira de Souza 
(Manoel Olivério), mineiro de Prata (antigo povoado de Nossa Senhora do Monte do 
Carmo, do Distrito da Farinha Podre) que igualmente fora atraído para estas plagas, 
pelas notícias da Vacaria, e que estava no local há cerca de dois meses. É recebido 
cordialmente, com a intenção manifesta de Manoel Olivério, de devolver-lhe a 
propriedade. José Antônio Pereira, idealista e cordato, propõe-lhe parceria nas 
atividades a desenvolver (MACIEL, s.d.) 
Como pode ser observado, após diversos diálogos, Manoel Olivério e José Antônio 
Pereira estabeleceram uma parceria para elaborar e desenvolver atividades. Dessa forma, 
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essas duas famílias permaneceram na região, construindo assim o arraial de Santo Antônio de 
Campo Grande, posteriormente conhecido como arraial de Santo Antônio de Campo Grande 
(BARROS, 2010). 
Logo se tornam amigos, e as famílias acabam se unindo três anos depois (quatro de 
março de 1878), com os casamentos de Manoel Olivério com Francisca de Jesus 
(filha de José Antônio), de Antônio Luiz com Anna Luiza e Joaquim Antônio com 
Maria Helena, filhos de José Antônio e filhas de Manoel Olivério, respectivamente. 
A pequena igreja, construída por José Antônio em cumprimento a sua promessa, é 
inaugurada com o ato religioso desses enlaces, que é oficiado pelo Padre Julião 
Urchia, vindo de Nioac especialmente para esse fim (MACIEL, s.d.). 
Dessa maneira, observa-se que em 1878 foi construída a primeira igreja que 
atualmente encontra-se pelas ruas 7 de setembro, 15 de novembro e avenida Calógeras. 
Conhecida no século XXI como Igreja Matriz de Santo Antônio, esta igreja celebrou no 
século XIX o casamento de Antônio Luiz Pereira (filho de José Antônio Pereira) e Ana Luísa 
de Souza (filha de Manual Vieira de Souza), gerando a união de duas famílias pioneiras, que 
posteriormente, viriam a ter sua filha chamada Carlinda Pereira Contar, futura doadora da 
Fazenda Bálsamo para a construção e tombamento do Museu José Antônio Pereira. 
Quadro – 2 bodas de ouro de Anna Luiza e Antônio Luiz (04/03/1928) 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
No centro da imagem observa-se Antônio Luiz Pereira, Ana Luísa de Souza e sua filha 
Carlinda Pereira Contar, ao lado o Padre João Crippa, comemorando as bodas de ouro de 
Antônio Luiz Pereira. Essa imagem foi utilizada pelo escultor José Carlos da Silva, conhecido 
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como “Índio”, para esculpir a estátua localizada no Museu José Antônio Pereira, como pode 
ser notado no quadro 5. 
Assim, pôde ser observado que o Museu José Antônio Pereira, antiga Fazenda 
Bálsamo, ilustra a reminiscência da Família Pereira, um dos pioneiros de Campo Grande, com 
o intuito de manter a história de seus antecedentes, ilustrando a atuação social e cultural dos 
precursores. “A casa antiga da fazenda, pertencente a um dos herdeiros do fundador da 
cidade, foi transformada em museu, oferecendo uma ideia de como viviam as pessoas de 
antigamente nessa região.” (MITIDIERO, 2009, p. 67). 
 
 
3 A FAZENDA BÁLSAMO 
 
Como já foi abordado, Antônio Luiz Pereira, filho de José Antônio Pereira, tornou-se 
proprietário da Fazenda Bálsamo. A seguir, pode ser observado um dos registros de Campo 
Grande, referidos pelo intendente geral do Município de Nioaque, publicado em junho de 
1894
3
, referente à Fazenda Bálsamo como propriedade de Antônio Luiz Pereira. 
 
Quadro 3 – Registro da Fazenda Bálsamo 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
 
3
 Lê-se: “Faço saber aos que o presente titulo verem ou delle tiverem conhecimento que nesta data, de 
conformidade com os artigos 116 e 123 do Reg.° n° 38, approvei por se acharem em devida forma os 
documentos que me foram apresentados para registro, de Antonio Luiz Pereira, de uma posse de terras no lugar 
denominado Balsamo, neste município, com a área de três mil e seiscentos hectares mais ou menos. Que limita-
se: Ao Este com Salatiel José Ferreira, e Firmo Joaquim Antonio Pereira; Ao Norte, com Joaquim Antonio 
Pereira, ao Oeste, com Bernardo Franco Bais, cuja posse funda-se no artigo 5, § 5°, da Lei n.° 20 de 9 de 
Setembro de 1892, e determino que se expeça ao requerente o presente titulo que lhe permitta legitimação. 
Intendência Municipal de Nioac, 15 de junho de 1894. Eu Jose Nelson de Santiago Escrevente que o escrevi. 
Intendente Geral, João Luiz da Fonseca e Moraes.” 
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Dessa maneira, observa-se no quadro acima posse da Fazenda Bálsamo por Antônio 
Luiz Pereira. Entre as demarcações efetivadas por José Antônio Pereira destacam-se: fazenda 
Bom Jardim, reservada para si, fazenda Bandeira, para seu filho Joaquim Antônio; fazenda 
Lajeado para Manuel Vieira de Souza; fazenda três Barras para seus genros, Antônio e 
Manoel Gonçalves; e a fazenda Bálsamo, a seu filho Antônio Luiz Pereira (GARCIA apud 
WEINGARTNER, 1995). 
À vista do exposto, a antiga Fazenda Bálsamo foi doada em 1966,pela neta de José 
Antônio Pereira, conhecida como Carlinda Contar, com o intuito de tornar-se um patrimônio 
histórico, sendo posteriormente denominado como Museu José Antônio Pereira. Registrado 
pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e tombado pelo Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), conforme o Decreto Municipal nº 4.934, de 20 de 
abril de 1983, o Museu José Antônio Pereira localiza-se na Avenida Guairucus S/N, no bairro 
Monte Alergre em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Segundo Mitidiero (2009), “o museu 
mantém a estrutura arquitetônica, explanando a visitação pública a história regional através 
dos mediadores e do acervo”. 
A edificação, construída em 1873 por José Antônio Pereira e seu filho Antônio Luiz 
para abrigar a sede da Fazenda Bálsamo, é remanescente da época da fundação da 
cidade. Doada por Carlinda Pereira à Municipalidade em 1966, a propriedade abriga 
o Museu que passou por um processo de restauração e foi reaberto ao público nas 
comemorações do centenário de emancipação política do município. (FUNDAC, 
2006, p. 28). 
O museu possui as seguintes características que compõe a arquitetura tombada: 
alicerce de madeira; corpo com trama de esteio e frechal; sua alvenaria é composta de taipa 
com aberturas retangulares possuindo uma inspiração colonial. Além disso, o museu 
representa em sua arquitetura a cultura negra e indígena por meio da taipa de sopapo. 
Do índio, o pau-a-pique; do negro, o barro de sopapo; a taipa de pau-a-pique, 
também conhecida como taipa de mão ou taipa de sopapo, é uma técnica utilizada no 
Brasil desde o período colonial. A influência da cultura negra aliada à experiência 
dos índios resultou num sistema de construção que, por sua leveza, pouca espessura, 
economia e rapidez de execução, foram amplamente utilizado na fabricação da casa 
cabocla. É uma técnica que usa o barro, apertado e socado com as mãos, 
preenchendo os vazios da trama de varas amarradas com cipós ou outras fibras 
vegetais no pau-a-pique (MACIEL, s.d.). 
Como pôde ser observado na imagem a seguir, o MJAP realizou uma ampla reforma 
com o intuito de resgatar as semelhanças da antiga Fazenda Bálsamo, visando contemplar os 
aspectos históricos e culturais da Família Pereira, fomentando o ensino, a pesquisa, a arte e o 
lazer. 
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 Quadro 4 – Reforma do Museu José Antônio Pereira (1999) 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
Tombado como Patrimônio Histórico e Cultural em 1983, o Museu José Antônio 
Pereira teve sua primeira reforma em 1999, sob a gestão do Prefeito André Puccinelli, 
permitindo assim a visitação pública. Na imagem a seguir pode ser observada a realização 
dessa reforma (FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA, 2012). 
Na imagem abaixo, pode ser notado o Patrimônio após a restauração, proporcionando 
a visitação pública, a partir de sua estrutura arquitetônica e de seus artefatos, além de ampliar 
a área de lazer, e proporcionar o de projetos socioeducativos, que até este momento eram 
ausentes, facilitando ao visitante a compreensão histórica regional. 
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Quadro 5 – Museu José Antônio Pereira, em destaque escultura de Antônio Luiz 
Pereira, com a esposa Anna Luiza e filha Carlinda (1999) 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
De acordo com Mitidiero (2009) sua inauguração fez parte das comemorações do 
centenário da emancipação administrativa da cidade de Campo Grande. Segundo a autora, a 
municipalidade restaura completamente a sede da Fazenda Bálsamo, com seu monjolo e carro 
de boi de imemorável data, conjunto tombado como patrimônio histórico cultural da cidade, 
mediante o Decreto Municipal nº 4.934, de 20 de abril de 1983. 
Através da exposição do mobiliário pertencente à família, o museu promove um 
resgate ao cotidiano doméstico, além dos equipamentos de trabalho, que demonstram a 
vivência no século XVIII e XIX, além de exposições temporárias elaboradas por meio de 
projetos socioeducativos, recebendo em média 11 mil visitantes anuais
4
. 
Dessa maneira, verifica-se a importância de uma análise do cumprimento da função 
social dos museus por parte do Museu José Antônio Pereira a partir de sua restauração. Para 
isso, serão averiguados os projetos socioeducativos, a preservação patrimonial e a mediação 
cultural, que são aspectos essenciais para essa constatação. 
 
 
 
4
 De acordo com o plano de trabalho organizado pela Fundação Municipal de Cultura. 
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4 A PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL 
 
Como foi abordado, em 1999 o Museu foi restaurado, permitindo a visitação pública, 
medida esta que colaborou para a preservação patrimonial do museu, tema a ser tratado nesta 
seção. 
Quadro 6 – Fachada do Museu José Antônio Pereira (1980) 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
Desde sua doação, o Patrimônio necessitou de uma ampla reforma para que o público 
pudesse adentrar, além da necessidade de restaurar semelhanças da arquitetura do século XIX 
e XX. 
Para uma melhor compreensão, observa-se na imagem a fachada do Museu José 
Antônio Pereira, tendo como destaque a escultura, em pedra granito situada no pátio do 
Museu em 1980, concretizada pelo escultor José Carlos da Silva, conhecido como “Índio”, 
esculpida em 15 de agosto de 1980. Na estátua está esculpida a imagem de Antônio Luiz 
Pereira
5
 ao lado direito, ao lado esquerdo sua esposa Anna Luiza, e sua filha Carlinda Contar. 
Verifica-se por meio dessa fotografia que a antiga sede da Fazenda Bálsamo encontrava-se 
degradada devida a falta de conservação. 
Como pode ser notado, as reformas tendem a proporcionar ao visitante às possíveis 
adequações a visitação. A preservação, pesquisa e a comunicação são aspectos exigidos pelo 
 
5
 Filho de José Antônio Pereira. 
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Sistema Brasileiro de Museus, sendo fundamentais para realização da função social dos 
mesmos. Partindo desta perspectiva, o Congresso Nacional decreta e sanciona os princípios 
fundamentais do museu de acordo com a Lei Nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009: 
Art. 2
o
 São princípios fundamentais dos museus: I – a valorização da dignidade 
humana; II – a promoção da cidadania; III – o cumprimento da função social; IV – a 
valorização e preservação do patrimônio cultural e ambiental; V – a universalidade 
do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural; VI – o intercâmbio 
institucional (BRASIL, 2009, Lei nº 11.904). 
 
Dessa maneira, torna-se imprescindível uma análise da segurança patrimonial, estética, 
e da preservação do Museu José Antônio Pereira e a verificação do cumprimento legal. Pois, 
talvez o maior perigo enfrentado pelo patrimônio mundial na atualidade não se restrinja ao 
descaso público ou às ações do tempo, mas ao perecimento do potencial simbólico e histórico 
dos bens culturais e a gestação de espaços globais, pois estes constituem atos de depredação 
que podem vir a ser irreversíveis (PELEGRINI, 2006). 
Observa-se que o Museu José Antônio Pereira tem cumprido o Art. 22. Lei nº 11.904, 
de 14 de janeiro de 2009, aplicando ao regime de responsabilidade solidária às ações de 
preservação, conservação ou restauração que visando resguardar danos irreparáveis ou 
destruição de bens culturais do museu (BRASIL, 2009, Lei nº 11.904). 
Verifica-se, que o Museu José Antônio Pereira, por meio de seus colaboradores, e em 
parceria com a Fundação de Cultura de Campo Grande, visa cumprir a função social dos 
museus em relação à preservaçãopatrimonial, conservando e restaurando os artefatos. 
 
 
5 MEDIAÇÃO CULTURAL 
 
Segundo Silva et al. (2014), existem diversos tipos de museus e, em cada museu, 
diversas possibilidades de organização das exposições. Logo, a comunicação nos museus é 
resultado de uma complexa produção social a partir da diversidade cultural. 
Partindo dessa perspectiva, é essencial que os museus disponham de um educador que 
desperte ao visitante o desejo pela pesquisa. Assim, é fundamental a presença de educadores, 
sendo encarregados como mediadores culturais, com a função de estabelecer um diálogo com 
o público que ensine sobre a cultura e história, e fomente a pesquisa. Assim, o mediador não 
deve somente demonstrar a exposição, e sim provocar, nos visitantes, a vontade de conhecer e 
pesquisar sobre os objetos (RAMOS, 2004), motivando o interesse em aprofundar seus 
conhecimentos sobre aos artefatos em exposição. 
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[…] deve trabalhar com a busca do sentido, oferecendo a possibilidade de, a partir 
de correlações que estabelece na construção da informação, apresentar o objeto em 
seus diferentes contextos e sugerir possibilidades de apropriação e de participação 
efetiva das exposições (LARA FILHO, 2009 apud RODRIGUES; CRIPPA, 2014, 
p.168). 
Dessa maneira, o mediador cultural deve apresentar os artefatos contextualizando, 
dialogando com o público e aprofundando seus conhecimentos. Para isso, o mediador 
necessita de uma formação, um planejamento e uma adequada comunicação almejando a sua 
potencialidade e fomentando melhores resultados na decorrência da intermediação. 
Conceber e montar uma exposição não são tarefas simples, como pode parecer à 
primeira vista a um visitante distraído. Essas atividades envolvem planejamento e o 
trabalho de profissionais das mais diversas formações. Na elaboração e montagem 
de uma exposição podem estar presentes profissionais da arqueologia, etnologia, 
biologia, artes, história; ainda podem estar presentes o educador, o semiólogo, o 
museólogo, o conservador, designer, cenógrafo, artistas, etc. Toda essa participação 
depende dos quadros técnicos dos museus, da especificidade do projeto e dos 
recursos disponíveis, conjunto que revela a complexidade das atividades dos museus 
e o potencial como campo profissional (SILVA et al., 2014, p. 64). 
Assim, o quadro de colaboradores
6
 do Museu José Antônio Pereira é composto por 
uma gestora da Fundação de Cultura (Marta Ramos Andrade da Silva
7
), uma auxiliar 
administrativo (Greice Mara de Oliveira Silva
8
), um caseiro, duas auxiliares de serviços 
gerais
9
, dois guardas municipais
10
, e um estagiário (Emílio Paulino da Rocha Neto
11
). 
O Estatuto de Museus, Lei Federal n.º 11.904/09, diz que os museus deverão 
disponibilizar oportunidades de prática profissional aos estabelecimentos de ensino 
que ministrem cursos de museologia e afins, nos campos disciplinares relacionados 
às funções museológicas e à sua vocação. Esse entendimento reforça a visão dos 
respondentes e aponta que o desenvolvimento de programas de estágio em museus, 
além de agregar valor e crescimento tanto profissional quanto institucional, pode ser 
também um passo num contexto maior de ações de políticas públicas voltadas à 
inclusão de jovens no mercado de trabalho. (SILVA et al., 2014, p. 95). 
Observa-se que o MJAP não possui um profissional especializado na área museal. 
Porém, conforme o embasamento teórico apresentado verifica-se a importância de uma 
 
6
 Em setembro de 2015. 
7
 Licenciada em Pedagogia. 
8
 Licenciada e bacharel em Letras. Pós-graduada em psicopedagogia – Universidade Católica Dom Bosco. 
9
 Sendo uma delas acadêmica de Serviço Social – Anhanguera Educacional. 
10 O serviço da guarda municipal é realizado somente nos períodos noturnos e no período integral durante os 
finais de semana. 
11
 Acadêmico de História - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 
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mediação cultural especializada e que fomente a pesquisa por meio da cultura material, 
visando à pesquisa e a preservação dos acervos, como parte do cumprimento de sua função 
social. Tendo em vista que a presença de um profissional capacitado, por exemplo, um 
museólogo ou historiador, pode apresentar uma visão mais habilitada na elaboração e 
condução de novos projetos e ações que são necessários ao setor para que se atinja a 
dinamização museal (SILVA, 2014). 
 
 
6 O ACERVO 
 
Um dos meios de abrangência para concepção do passado é a pesquisa através dos 
artefatos. O objeto, como exemplo de fonte, tem o intuito sustentar uma história a partir de 
sua importância para os visitantes. Dessa maneira, entende-se que a diretriz dos museus seria 
a de transformar-se num recurso para fazer história com objetos e ensinar como se faz história 
com os objetos (MENESES, 2005). 
O Museu José Antônio Pereira também possui uma reserva técnica, com artefatos 
doados pela família, que são marcos da memória, abrigados, de maneira que os mesmos não 
estão em que estão em exibição pública. De acordo com Carlan (2008, p. 82) “A reserva 
técnica, como coração do museu, deve, ou pelo menos deveria, exercer um papel primordial 
dentro da instituição. Ela agrega uma grande leva de objetos pertencente ao seu acervo, que 
por sua vez são marcas da memória.” Para isso, deve se trazer estes artefatos para o campo do 
conhecimento histórico, decodificando suas mensagens simbólicas. Uma série de 
informações, que segundo Carlan (2008) intrínsecas e extrínsecas que devem ser 
identificadas. 
Dessa maneira, verifica-se que além da reserva técnica, o MJAP expõe diversos 
artefatos que eram utilizados pela Família Pereira, objetos esses de contínua recordação entre 
idosos do século XXI, pois muitos desses itens já fizeram parte do cotidiano da comunidade, 
além de estima aos demais, pois colabora para compreensão da história, memória, arte, e 
transformação tecnológica. 
 
 
7 ARTE NO MUSEU 
 
Um dos projetos elaborados e executados pela Fundação Municipal de Cultura de 
Campo Grande no Museu José Antônio Pereira foi o “Arte no Museu”, sendo desempenhado 
V.10, nº2, jan./jul. 2017. 
 
 
181 
de 2014 a 2015, semanalmente aos domingos, produzido pelo ator e produtor cultural Weder 
Paes de Carvalho (1981-2015). 
De acordo com a FUNDAC, o projeto possui os seguintes objetivos: 
 Facilitar o intercâmbio entre o museu e a escola, entre o museu e a sociedade 
civil organizada, entre o museu e o turista-visitante; 
 Oportunizar aos alunos do Ensino Fundamental, Médio e 3º grau, a 
construção de noções contextuais de tempo, espaço e patrimônio, numa abordagem 
histórica narrada pelos testemunhos dos pioneiros de nossa cidade; 
 Facilitar a relação entre as exposições e seus visitantes; 
 Desenvolver ações de educação patrimonial, visando à formação de cidadãos 
sensíveis à ideia de preservação e valorização da cultura local. 
 Atrair o público para que vá continuamente ao local, usar os espaços e se 
apropriar do lugar como patrimônio da cidade e dos cidadãos; 
 Trabalhar em parceria com instituições escolares e Associações; 
 Proporcionar visitas orientadas (monitorias) com apoio de audiovisual; 
 Oferecer ao público uma nova forma de apresentação histórica da cidade. 
Dessa maneira, verifica-se que o projeto “Arte no museu” propõe dinamizar o acesso à 
arte e à história de maneira gratuita, valorizando a história regional, incentivando a arte, 
cultura e lazer, proporcionando a comunidade um diálogo entre o público e o patrimônio por 
meio da educação. 
Outro aspecto importante a serdestacado é a carência de áreas de lazer na região, o 
que motivou a FUNDAC e a comunidade a execução desse projeto, visando estimular a 
apreciação pela cultura e a valorização dos profissionais regionais. Para isso, as atividades 
contavam as inscrições da própria comunidade, sendo entre elas artesanais artísticas e 
musicais, além de fomentar a interação de todos nos teatros, danças e no reconhecimento dos 
artistas locais, tendo a cada semana uma nova atração. 
A seguir, pode ser observada a divulgação do evento do dia 17 de novembro de 2013 
que contava com música, dança, teatro, pintura facial e literatura, além de abrir espaço para a 
comunidade expor seus artesanatos e gastronomia para comercialização. 
Revista FOCO. ISSN: 1981-223X 
 
 182 
Quadro 7 – Programação Arte no Museu (2013) 
 
Fonte: Jornal Folha do Povo 
Com esse intuito, o projeto foi executado aos domingos de 2012 a 2014, resultando no 
aumento do fluxo de visitantes, o que confirma que os projetos socioeducativos tendem a 
atrair o público ao museu. Dessa maneira, verifica-se que público teve acesso a uma 
aprendizagem de maneira lúdica, além de ter a possibilidade de conhecer o acervo, e aprender 
mais sobre a história regional e educação patrimonial. 
 No quadro 8 ser observado à apresentação do cantor Jerry Espíndola. Verifica-se a 
plateia apreciando a cultura regional e usufruindo do espaço museal. 
V.10, nº2, jan./jul. 2017. 
 
 
183 
Quadro 8 – Arte no museu com a apresentação do cantor Jerry Espíndola 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
Dessa maneira, observa-se que o visitante além de apreciar a história e cultura regional 
com as apresentações dos mediadores culturais no interior do museu, no espaço externo o 
educando teria acesso a diversas atividades lúdicas em exposição. 
Assim como a música, os teatros foram de grande valia para a execução desse projeto 
socioeducativo, tendo em vista que a comunidade pôde interagir de maneira lúdica com os 
artistas presentes, e reconhecer o trabalho artístico local. Além de interagir com o público, os 
artistas puderam realizar suas apresentações adquirindo espaço e o reconhecimento da 
comunidade. 
Revista FOCO. ISSN: 1981-223X 
 
 184 
Quadro 9 - Arte no Museu com teatro 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
O Museu José Antônio Pereira também foi palco de dança. Representando a cultura 
gaúcha, os dançarinos interagiam com o público, fomentavam o resgate de valores culturais, 
desenvolvimento físico, o lazer e a inserção social. 
Quadro 10 - Arte no Museu com dança 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
O projeto “Arte no Museu” além de fomentar a valorização por meio do teatro, da 
dança, literatura e da música, também colabora para a estima pelo artesanato e gastronomia 
regional. A própria comunidade pôde levar seus apreços para o evento e comercializar, e 
dessa maneira o projeto passou a contribuir com os vendedores e consumidores locais, como 
pode ser observado na imagem a seguir. 
V.10, nº2, jan./jul. 2017. 
 
 
185 
 Quadro 11 - Arte no museu com artesanato 
 
Fonte: acervo do Museu José Antônio Pereira 
Dessa maneira, observa-se a importância dos projetos socioeducativos nos museus, 
que visam o ensino e a aprendizagem de maneira lúdica, sendo um espaço de história, cultura 
e lazer, apreciado pelo público em geral, dinamizando o fluxo de visitantes e fomentando a 
educação patrimonial. 
Assim sendo, pode ser observado, em suma, por meio das imagens, a execução do 
projeto “Arte no Museu”, que contemplou a comunidade com diversas atividades educativas, 
além de colaborar com o comércio local por meio da venda de artesanatos, e que seu retorno 
seria de grande estima para a sociedade. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Por meio desse trabalho, foi pesquisada a história da Família Pereira e Souza, uma das 
famílias pioneiras de Campo Grande-MS, análise essa que colaborou para um melhor 
entendimento da fundação dessa cidade, e a divisão de terras, tendo como ênfase a Fazenda 
Bálsamo, posteriormente conhecida como o Museu José Antônio Pereira. 
Através das fotografias, pôde ser notada a ampla restauração para o acesso à visitação 
pública, ocorrida em 1999, ressaltando assim a importância da preservação patrimonial e da 
segurança nos museus. 
Revista FOCO. ISSN: 1981-223X 
 
 186 
Outro aspecto importante no cumprimento da função social do Museu José Antônio 
Pereira foi em relação ao mediador cultural, tendo este profissional um papel preponderante 
na comunicação e no fomento àpesquisa, necessitando este em estar em constante treinamento 
e pesquisa para a realização desse trabalho. 
Durante o estágio realizado no Museu José Antônio Pereira de 2014 a 2015, 
excepcionalmente não ocorreu à continuidade de projetos socioeducativos. Na condição de 
mediadora cultural, foi perceptível a escassez de recursos para a continuidade da execução das 
ideações. 
Por meio dos registros fotográficos e pelo índice no aumento do fluxo de visitantes, 
pôde se observado a estima na apreciação da música, o teatro, na dança e na literatura, 
desenvolvidos de maneira lúdica, onde havia ampla participação de acordo com os conteúdos 
apresentados, e assim esse trabalho visou à valorização e a estima pelo retorno da execução 
desses projetos no MJAP. 
Dessa maneira, entende-se que é preciso a colaboração dos gestores e de toda a 
comunidade para que ambos exerçam em conjunto a função social do museu a partir da 
preservação patrimonial. Percebe-se também a importância do mediador cultural, devendo o 
mesmo estar desenvolvendo e fomentando com as públicas pesquisas em torno das obras 
apresentadas. 
Assim sendo, por meio desse trabalho, presente-se que o leitor perceba a importância 
da preservação patrimonial, do mediador cultural e dos projetos socioeducativos, que são de 
grande valia para que a comunidade esteja mais participativa e assim colaborar para o 
cumprimento da função social do museu na contemporaneidade. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Oeste. 2010. 
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V.10, nº2, jan./jul. 2017. 
 
 
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RAMOS, F.R.L. A danação do objeto: o museu no ensino de história. Chapecó: Argos, 2004 
RODRIGUES, B. C.; CRIPPA, G. A recuperação da informação e o conceito de 
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Recebido em: 06 de dez. 2016 
Aceito em: 21 de abr. 2017

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