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AULA 1 - Gestação aspectos fisiológicossimone2

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Profa. Dra Simone Augusta Ribas 
Gestação: aspectos 
fisiológicos, 
pré-natal e 
orientação nutricional
 Caracterização do grupo materno-infantil
 Conceito e Diagnóstico da gestação
 Cálculo da Idade Gestacional
 Ajustes Fisiológicos da Gestação
 Fatores associados ao resultado da gestação
 Assistência Pré- Natal
 Orientações Nutricionais
Sumário
Caracterização do Grupo Materno Infantil
Mulheres em idade 
reprodutiva
10 a 49 anos
Gestantes Puérperas (até 42 dias 
após o parto)
Nutrizes/lactantes
Lactentes 
(0 a 11 meses e 29 dias)
Pré-escolares 
(12 meses a 6 
anos 11 meses e 
29 dias)
Escolares 
(7 anos a 9 anos 11 
meses e 29 dias)
Adolescentes 
(10 a 19 anos 11 
meses e 29 dias)
Gestação (gestante) Parto (parturiente) Puerpério (puérpera)
CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL
OMS = 15% das gestantes tendem a apresentar alguma intercorrência de
maior gravidade, culminando na necessidade da conclusão da gestação por
cesariana
Estimativa = 40% das gestantes vivenciam alguma forma de morbidade
Episódio do ciclo de vida das mulheres, vivenciado de modo fisiológico pela 
maioria delas. 
GESTAÇÃO
 Período de modificações fisiológicas, anatômicas,
psicológicas e sociais à mulher e à família;
 Diversos fatores envolvidos para a manutenção
da gestação;
 Adaptações do organismo materno;
 Alta velocidade de crescimento fetal;
 Maior vulnerabilidade mãe-filho.
Diagnóstico da Gestação
Clínico, Hormonal e Ultrassônico.
Parâmetro Clínico: de presunção, probabilidade e de certeza.
Presunção: 
– 4 semanas: Amenorreia;
– 5 semanas: Náuseas, vômitos e anorexia;
– 6 semanas: aumento volume uterino: polaciúria (comum 2º e 3º 
mês)
– 8 semanas: Congestão mamária, hiperpigmentação da aréola;
– 16 semanas: Produção de pré-colostro.
Accioly et al., 2012
Diagnóstico da Gestação
Clínico- Probabilidade:
– 6 semanas: Atraso menstrual de 10-14 dias;
– Útero aumentado (tamanho de uma tangerina);
– 8 semanas: Alteração da forma e consistência uterina (elástica-pastosa e
amolecida), volume uterino tem 2x o tamanho uterino não-gravídico;
– 12 semanas: volume uterino tem 4x o tamanho uterino não-gravídico;
– 16 semanas : aumento do volume abdominal;
– 20 semanas: atinge a altura do umbigo.
Accioly et al., 2012
Diagnóstico da Gestação
 Clínico- Certeza:
– 12 semanas: ausculta dos batimentos cardíacos fetais;
– 18 semanas: Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto;
– 20-21 semanas: auscultação e identificação dos batimentos
cardíacos fetais com estetoscópio de Pinard.
Accioly et al., 2012
 Hormonal:
– Investiga a produção do hormônio proteico gonadotrofina coriônica 
humana (b-HCG) pelo ovo (urina ou no sangue).
 Ultrassonografia: Após 4/5 semanas de amenorréia
Idade Gestacional
 Calculada a partir do 1º dia do último período menstrual 
normal, sendo expressa em semanas ou dias completos. 
MS (2006) recomenda seguintes métodos para calcular IG:
DUM (padrão de escolha): Uso do calendário ou disco (gestograma)
DUM desconhecida, mas conhece o mês que ela ocorreu( 5, 15 e 30)
Data e período DUM desconhecido- altura fundo útero e toque vaginal
Data Provável do Parto (DPP)- parâmetro 280d ou 40 sem
Accioly et al., 2012
+ 7 dias ao 1º dia da D.U.M. *
- 3 meses ou + 9 meses ao mês
em que ocorreu a D.U.M.
 Gestograma
CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO
 Regra de Nagele
Exemplo: D.U.M. em 14/01/2014
E quando não se sabe a DUM?
• Início do mês = dia 05
• Meio do mês = dia 15
• Final do mês = dia 25
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL
D.U.M. Data atual
Exemplo: D.U.M. em 14/01/2014
64 7 Quociente = nº semanas
1 9 Resto = nº dias 
17 dias de janeiro
28 dias de fevereiro
19 dias de março 
64 dias
Idade Gestacional em 19/03/2014 = 9 semanas e 1 dias
* * Aplicativos para celulares * *
IDADE GESTACIONAL PELA ALTURA UTERINA
Equivalência AU e IG:
 20ª a 34ª semana
(McDonald, 1906)
Ajustes Fisiológicos da Gestação
Objetivos :
Regulação do metabolismo materno;
Promoção do crescimento fetal;
Preparo da mãe para o parto e lactação;
Fases do Ponto vista nutricional:
Fase materna e fetal
Placenta: rede de tecidos e vasos sanguíneos (porções 
materna e fetal)
Vasconcelos et al., 2011; Accioly et al., 2012
 Hormonais
 Imunológicas
 Anatômico-
fisiológicas
 Metabólicas / 
Nutricionais
ORGANISMO MATERNO
Objetivo:
Criar um ambiente favorável para o desenvolvimento do concepto.
ADAPTAÇÕES E MODIFICAÇÕES MATERNAS
Características Gerais
 Período de 40 semanas- avaliação por trimestre;
 1º Trimestre: 
 Intensa divisão celular → Grandes modificações biológicas;
 Saúde do embrião = Condição nutricional pré-gestacional 
da mãe (energia, minerais, vitaminas)
 Alterações TGI (náuseas e vômitos)
Características Gerais
 2º e 3º Trimestre:
 Influência direta do meio externo na condição nutricional
do feto;
 Ganho de peso gestacional, ingestão de energia e
nutrientes = condição nutricional do feto
 Hábitos de vida e pré-natal = Consequências imediatas e
futuras tanto para a mãe quanto para o feto;
Características Gerais
DM 
Gestacional?
Normal
Restrição de 
Crescimento
Características Gerais
 Placenta:
• Representa a única via de troca de nutrientes, oxigênio e resíduos
metabólicos entre mãe e feto.
• É capaz de sintetizar glicogênio, colesterol e AG no início da gravidez.
• A síntese de nutrientes é mais intensa no início da gestação, quando
normalmente as gestantes estão inapetentes e ingerem menos alimentos;
• O tamanho materno determina o tamanho final da placenta que por fim vai
determinar o peso ao nascer do bebê.
• Mães com peso pré gravídico abaixo do ideal, possuem placenta de peso
menor, sendo a placenta um indicador de maior risco de baixo peso ao
nascer (BPN) e parto prematuro;
Chemim et al , 2009
Características Gerais
 Transferência de nutrientes via placentária:
Tipo de transporte Nutrientes
Difusão simples 02, CO vits lipossolúveis A, D, E e K, hidratos de carbono com 
PM<1 000, eletrólitos, ácidos graxos e água
Difusão facilitada glicídeos
Transporte ativo aminoácidos, Fe, Ca, iodo, fosfato e vitaminas hidrossolúveis
Pinocitose Grandes proteínas, lipoproteínas, fosfolipídeos e IgG
Ultrafiltração solutos e água
Accioly et al., 2012; Chemim et al , 2009
Hormônios e suas funções
Hormônios Funções
HCG • Permite o diagnóstico hormonal da gravidez;
• Impede a rejeição imunológica do embrião;
• Estimula a produção de progesterona pelo 
ovário;
Progesterona • Relaxa a musculatura lisa do útero;
• Atua também na redução do motilidade do
intestino e na reabsorção de água = ↑ tempo
para absorção dos nutrientes, mas gera
constipação;
• Também favorece a deposição de gordura;
• Aumenta a excreção de sódio;
• Reduz a PCO2 arterial e alveolar;
• Interfere no metabolismo do ácido fólico;
• Participa da mamogênese;
Hormônios e suas funções
Hormônios Funções
Estrogênio • Aumenta a elasticidade da parede uterina e
do canal cervical;
• Também reduz as proteínas séricas;
• Afeta a função tireoidiana – Redução T4
(estímulo ao metabolismo basal);
• Interfere no metabolismo do ácido fólico;
• Participa da mamogênese.
Hormônio
Lactogênico
Placentário(HLP)
• Antagoniza a ação da insulina por
glicogenólise → quebra do glicogênio e
deposição na corrente sanguínea;
• Deposita proteínas nos tecidos;
• Inicia o processo de lactogênese nos alvéolos
da glândula mamária.
Hormônios e suas funções
Hormônios Funções
Insulina
Início ≠ avanço da 
gravidez
• Redução do poder da insulina está associadaà ação de
hormônios antagonistas da insulina (progesterona,
cortisol, prolactina e HLP);
• ↑ da glicemia justifica-se pela necessidade de manter
na glicose na corrente sanguínea para que esta seja
transferida para o feto.
Tiroxina • Regula reações oxidativas envolvidas na produção de
energia;
• Sofre ação da progesterona e estrógeno, que também
interferem no Hormônio Estimulante da Tireóide;
• Progesterona = Hiperventilação = ↑ suprimento de
oxigênio para produção de energia = menos sobrecarga
à função da tireóide.
Chemim et al , 2009
Adaptações Fisiológicas
 No início da gestação geralmente, há diminuição do apetite, acarretando
a manutenção ou até perda de peso, devido à ação do estrogênio. A sua
ação pode causar à gestante náuseas, enjôos e vômitos matinais que
podem levar a anorexia.
 A partir do 3° mês ocorre um aumento em 15 a 20% de energia, visando
suprir as necessidades fetais e cobrir o do consumo energético materno
pelo custo da gestação e pelo aumento da função renal e cardíaca.
 A taxa de ventilação pulmonar aumenta cerca de 40% que leva a um
aumento de intercâmbio gasoso, com isso eleva-se em 20% o consumo
de oxigênio.
 Parâmetros laboratoriais, plasmáticos e urinários apresentam-se
alterados, principalmente nos 2 últimos trimestres (expansão volume
plasmático e ações do estrogênio e progesterona).
Accioly et al., 2012; Chemim et al , 2009
Adaptações Fisiológicas
 Aparelho circulatório:
 Intensa circulação placentária = ↑ de 30 a 40% do débito cardíaco
(volume bombeado pelo coração em 1 minuto);
 ↑ do tamanho cardíaco em 12%;
 ↓ Pressão Diastólica reduz nos 2 primeiros trimestres em função da
vasodilatação periférica;
 ↑ do útero = ↑ da pressão sobre a veia cava inferior = edema de
extremidades inferiores;
 ↓ do retorno sanguíneo para o coração = edema de extremidades
inferiores;
Accioly et al., 2012; Chemim et al , 2009
Adaptações Fisiológicas
 Consumo contínuo de glicose para o feto: estrogênio e a progesterona
induzem a hiperplasia das células β pancreáticas aumentando os níveis
de insulina, porém os hormônios hPL, hGH, estrogênio, progesterona,
cortisona, prolactina e glucagon atuam reduzindo a utilização periférica
de glicose pela redução da sensibilidade tecidual à insulina
resistência à insulina fisiolóqica.
 Adrenalina, hPL, hGH e glucagon: a mobilização de gordura corporal
Resultados: elevação dos niveis plasmaticos de AG, TG, colesterol e
fosfolipídeos (vão servir como reserva energética no jejum).
 Insulina facilita a entrada de aminoácidos nas células para ocorrer
síntese tecidual fetal e das estruturas maternas, com isso seus níveis
séricos estão diminuídos na gestação.
Accioly et al., 2012; Vasconcelos et al , 2011
Ajustes Fisiológicos da Gestação
Composição Plasmática:
-Proteínas (↓)
↓ Albumina ↓ pressão oncótica
vs. Edema
↑ pressão hidrostática
Adaptações Fisiológicas
 O aumento no volume plasmático alcança pico por volta de 28 a 32
semanas de gestação;
 Qtd de eritrócitos e de hemoglobina aumenta 20%,
com pico no parto. Como o ↑ do volume plasmático é
maior que o ↑ dos eritrócitos e hemoglobina, há
diluição fisiológica, que promove queda de cerca de
20% na Concentração de Hemoglobina e 15% no
Hematócrito.
 Vol. Corpuscular Médio (VCM) e Concentração Média
de Hemoglobina (HCM) = em gestantes não-anêmicas;
 A hemodiluição provoca redução das proteínas
plasmáticas, principalmente a albumina facilitando
desenvolvimento de edema.
Ajustes Fisiológicos da Gestação
 Sistema cardiovascular : 
↑↑volume plasmático e ↑ [eritrócitos] 
hemodiluição
(anemia fisiológica)
Condição Hematócrito Hemoglobina
Gestante ≥ 33% ≥ 11 mg/dL
Não gestante 40 - 42% 12-16 mg/dL
SISVAN, 2008
Adaptações Fisiológicas
 Sistema Renal
 ↓ albumina sérica = 50% TFG e do fluxo sanguíneo para os rins, para
facilitar a depuração de resíduos metabólicos. Mas o volume de urina
excretada não muda.
 50% a quantidade de glicose a ser filtrada, porém a habilidade máxima
em absorvê-la se mantém( reabsorção tubular é menos eficiente),
glicosúria fisiológica. Além de aumento da excreção de vitaminas
hidrossolúveis. Predisposição desenvolvimento de infecções urinárias.
 + ↑ da passagem do sangue pelos rins = Facilidade na excreção de
creatinina, uréia e ácido úrico (produtos do metabolismo protéico fetal
e materno);
Adaptações Fisiológicas
 Há ganho hidríco em torno de 7,5L (70% do ganho de peso na gestação)
sem edema, o que torna o Na essencial para manter o equilíbrio
hidroeletrolítico (25g de Na ou 60g de NaCL). Para isso, há ativação do
sistema renina angiotensina-aldosterona que estimula a reabsorção tubular
de sódio.
A capacidade de excretar água está diminuída favorecendo edema não
patológico nas pernas. O edema moderado nas extremidades inferiores
está associado a bebês um pouco maiores e menor taxa de prematuridade.
Mamas: 
-Hipertrofia, ↑ sensibilidade, pigmentação
de mamilos e aréolas.
Krause et al., 2011; Chemim et al , 2009
Ajustes Fisiológicos da Gestação
Trato Digestório:
-Boca: 
↓ de pH salivar e modificações periondontais
A elevação de estrogênio, junto com a do hCG e da progesterona,
ocasionam gengivas edemaciadas e hiperêmicas.
Há ptialismo ou sialorréia com pH reduzido, favorecendo a formação
de cáries.
-Esôfago e estômago:
- ↑ pressão no estômago pelo útero + relaxamento do esfíncter
esofágico inferior (progesterona) = regurgitação e refluxo gástrico;
↓ atividade contrátil → esvaziamento gástrico lento;
↓ secreção de HCl e pepsina;
↓ pressão do EEI → ↑ RGE , azia.
Chemim et al , 2009
Ajustes Fisiológicos da Gestação
 Trato Digestório:
-Intestino: 
↓ motilidade → ↑ absorção de nutrientes → constipação
↑ vascularização → ↑ absorção
 Já a hipotonia do intestino delgado aumenta o tempo de contato entre
nutrientes e a mucosa absortiva, favorecendo a absorção de nutrientes e
água (anabolismo),
 Há redução da secreção gástrica de ácidos que leva a menor incidência de
úlceras e melhora das pré-existentes.
 A vesícula se torna hipotânica e por isso proporciona menor liberação de bile
(estase biliar), causando intolerância a alimentos gordurosos na gestação.
Chemim et al , 2009
Adaptações Fisiológicas
Energia necessária para o feto: 50 a 70% CHO, 20% PTN e 10 a 30% LIP;
 ↓ Glicemia materna = ↑ utilização de triglicerídeos →↑ acúmulo no 
final da gravidez (subescapular e coxa);
Também há ↓ na concentração de outras proteínas e vitaminas
hidrossolúveis (dificuldade em determinar uma ingestão adequada);
 Ajustes no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas → suprir
necessidades do feto;
↑ Vitaminas lipossolúveis, triglicerídeos, colesterol e ácidos graxos livres;
Krause et al., 2011; Chemim et al , 2009
 AUMENTO DA
  DÉBITO CARDÍACO
ADAPTAÇÕES E MODIFICAÇÕES MATERNAS
SISTEMA DIGESTÓRIO ( RESUMO)
Boca Diminuição do pH
Hipertrofia gengiva (+50% gengivite)
Hipertrofia papilas gustativas
Esôfago
Relaxamento musculatura lisa
Esfíncter esofágico inferior 
Refluxo (+30% a 50%)
Estômago
↓Radicais ácidos 
↑Radicais básicos e muco protetor
Vesícula 
biliar ↑Tempo de esvaziamento
Cálculo biliar
Intestino
Relaxamento musculatura lisa
Obstipação
Fatores associados ao resultado
da gestação
Estatura, peso pré-gestacional e gestacional;
Idade materna (> 35 anos);
Intervalo intergestacional/interpartal e multiparidade;
Infeções e anemia;
Trabalho físico excessivo durante a gestação;
Enfermidades crônicas;
Condições Socio- demográficas;
Hábitos sociais;
Entre outros;
Fatores associados ao resultado
da gestação
Estatura e peso materno pré-gestacional
 Peso excessivo pré -gestacional- está associado com tamanho placentáreo,
PN (maior), índices do morbimortalidade neonatal, e risco aumentado de
cesáreas. Pode haver morte precoce, risco aumentado para Db gestacional,
hipertensão gestacional, também para gravidez tardia (>28sem) e morte fetal
intra uterina (MFIU). Lactente muito prematuro ( 32sem), com defeitos
cardíacos, defeitos no tubo neural (não relacionado a baixa ingestão de ácido
fólico e macrossomia).
 Desnutrição pré-gestacional - BPN. Está associada a maior risco de
morbimortalidade.
 Baixa estatura (<150cm) cesárea, baixo peso ao nascer e desproporção
céfalo-pélvica. Mães de baixa estatura devem dar importância a um peso pré
gravídico adequado e um ganho de peso satisfatório. Mães de grande estatura
tendem a ter bebês grandes.
Krause et al., , 2011.
Fatores associados ao resultado
da gestação
Ganho Peso Gestacional
Ganho de peso insuficiente - BPN, parto prematuro: maiores índices de
morbimortalidade neonatal e crescimento intra-uterino retardado.
Infertilidade e mortalidade perinatal;
Ganho excessivo - macrossomia fetal ( 4kg), DM e HA gestacional e
obesidade pós-parto (=retenção de peso pós parto).Está associado a
complicações anestésicas e hemorragias pôs parto. maior tempo de
hospitalização, maiores gastos hospitalares. infertilidade. mortalidade
perinatal, enfermidades crônicas não transmissíveis e malformações, estes
riscos são proporcionais ao grau de obesidade;
Acima de 35 anos - anomalias congênitas, DHEG, diabetes gestacional e
altos índices de morbidade perinatal. Além disso, aborto espontâneo e
placenta prévia . Gestante > 40 anos:aumenta o risco de trissomia do
cromossomo 21 (síndrome de Down),
Vitolo et al., 2009 , Chemin et al. 2009
Preparar a mãe para a 
maternidade
Prestar assistência 
psicológica à gestante
Orientar hábitos de 
vida e de higiene
Realizar profilaxia, 
diagnóstico e
tratamento
Preparar a mãe 
para o parto e lactação
Fornecer noções básicas de 
cuidados com o RN e de 
puericultura
Assistência 
Pré-natal
Avaliação do Estado Nutricional
Importância: reduzir risco de desfechos adversos da gestação e parto e 
melhorar peso ao nascer da criança.
Objetivos: Identificar gestantes com desvio ponderal no início da gestação, 
detectar ganho de peso insuficiente e excessivo e fornecer base para 
elaboração de conduta.
Avaliação Antropométrica 
Permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidiar a previsão do ganho de
peso até o final da gestação.
(MS): - Peso pré-gestacional ou inicial (<14 sem);
- Peso atual;
- Estatura;
- Idade gestacional.
1) Calcule o IMC pré-gestacional por meio da fórmula:
Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso (kg)/ Altura2 (m)
2. Calcule a semana gestacional:
Atenção: Quando necessário, arredonde a semana gestacional da seguinte forma: 1, 2, 3 dias
– considere o número de semanas completas e 4, 5, 6 dias – considere a semana seguinte.
Exemplo: Gestante com 12 semanas e 2 dias = 12 semanas
Gestante com 12 semanas e 5 dias = 13 semanas
.
Estado
Nutricional
Inicial 
(IMC kg/m2) 
Ganho de peso 
(kg) total no 1º 
trimestre (IG < 14 
semanas) 
Ganho de peso (kg) 
semanal médio no 2º e 
3º trimestres
(IG ≥ 14 semanas)
Ganho de 
peso
(kg) total na
gestação
Baixo Peso (BP)
(<18,5)
0,5 – 2,0 0,5 (0,44 – 0,58) 12,5-18,0
Adequado (A)
(18,5-24,99)
0,5 – 2,0 0,4 (0,35 – 0,50) 11,5-16,0
Sobrepeso (S)
(25,0-29,99)
0,5 – 2,0 0,3 (0,23 – 0,33) 7,0-11,5
Obesidade (O)
(>30,0)
0,5 – 2,0 0,2 (0,17 – 0,27) 5,0 – 9,0
Institute of Medicine, 2009
Quadro- Ganho de Peso Gestacional segundo Estado Nutricional IMC pré-gestacional
Avaliação Antropométrica 
3. Realize o diagnóstico nutricional utilizando o quadro abaixo. 
Observação:
Quando a gestante já tiver atingido o ganho de peso total 
recomendado, programar o ganho de peso mínimo: 
- 0,5 kg/mês -> sobrepeso ou obesidade pré-gestacional 
-1,0 kg/mês -> IMC normal ou de baixo peso. 
IOM, 1990
Gestantes adolescentes 
 Classificar o IMC de acordo com pontos de corte específicos, 
segundo a idade materna em anos e meses.
Adaptado Brasil, MS (2008).
Percentil 
Diagnóstico 
Nutricional
< 3 Baixo Peso (BP)
≥ 3 e < 85 Adequado (A)
≥ 85 e < 97 Sobrepeso (S)
≥ 97 Obesidade (O)
IM
C
 (
k
g
/m
²)
Meses 
e anos Idade (meses completos e anos)
p 15
p 97
p 50
p 3
p 85
Acompanhamento Nutricional da Gestante
Avaliação Dietética
Número de refeições/dia;
Horários;
Composição de macro e micronutrientes
Quantidade;
Grupo de alimentos/refeição.
Dieta individualizada
Adicional energético e protéico durante 2 e 3º trim da 
gestação
Basear no Valor Energético Total (VET) adequado e esclarecer 
quanto ao ganho de peso recomendado;
Investigar possíveis causas 
Aumentar o aporte calórico através quantidade de porções
Adição de óleo 
Uso de suplementos nutricionais
Orientação Nutricional para Gestante 
com Ganho de Peso Insuficiente
Basear no VET adequado e esclarecer quanto ao ganho de peso 
recomendado;
Investigar possíveis causas;
Estimular o uso de preparações culinárias simples 
(assadas, cozidas, ensopadas, grelhadas);
Orientar quanto ao adequado consumo de CHO 
Estimular o consumo de hortaliças e frutas;
Desestimular o consumo de alimentos gordurosos e
frituras, além de preparações concentradas em carboidratos simples.
Orientação Nutricional para Gestante 
com Ganho de Peso Excessivo
Avaliação Clínica
 Investigar sintomas digestivos
 Considerar enfermidades crônicas e intercorrências gestacionais
 Investigar sinais e sintomas de carências nutricionais
Orientação Nutricional para Sinais e Sintomas Digestivos
1. Náuseas e Vômitos
PREFERIR EVITAR
̶ Casos de Hiperêmese devem ser 
referenciados à APN de alto risco. 
̶ Dieta fracionada com menor volume;
̶ Ingerir bastante líquido nos intervalos 
das refeições
2. Pirose (Azia)
PREFERIR
- Dieta fracionada com menor volume
EVITAR
3. Sialorréia ou Ptialismo (Salivação Excessiva)
Orientação semelhante à indicada para náuseas e vômitos
Dieta fracionada, com menor volume
Aumentar a ingestão de líquidos
Frutas com caldo
Orientar para deglutir a saliva
4. Fraquezas e Desmaios
Dieta fracionada (6 refeições por dia), com menor volume
Evitar jejum prolongado e intervalos grandes entre as refeições
Utilização normal do sal na alimentação
5. Sensação de Plenitude
-Ajustar a alimentação conforme a tolerância, evitando 
grandes volumes por refeição;
-Aumentar o fracionamento; modificar a consistência das 
preparações (pastosa), principalmente no jantar e ceia;
-Diminuir o volume das refeições e aumentar a densidade 
energética;
-Orientar para preferir roupas amplas e confortáveis;
6. 6. Constipação Intestinal, Flatulência e Hemorroidas
Picamalácia
É um transtorno alimentar que ocorre na gestação,
caracterizada pela ingestão persistente de substâncias
inadequadas com pequeno ou nenhum valor nutritivo, ou
de substâncias comestíveis, mas não na sua forma habitual.
Exemplos: chupar gelo, comer tijolo, terra, palito de fósforo
queimado, cabelo, pedra, sabonete, etc.
Artigo: Picamalácia: epidemiologia e associação com 
complicações da gravidez (2009)
Avaliação Bioquímica e dos exames 
complementares 
 Glicemia de jejum;
 Hemoglobina;
 Hematócrito;
 Proteínas séricas;
 Urina;
 Parasitológico;
 Pressão arterial;
 Edema;
 USG, doppler fluxometria, altura uterina.
Hemoglobina
Ausência de anemia ≥ 11 g/dL
Anemia leve 10 – 10,9 g/dL
Anemia moderada 8 – 9,9 g/dL
Anemia grave ≤ 8 g/dL
SISVAN, 2008Orientação nutricional para Anemia
ESTIMULAR
DESESTIMULAR
Junto às grandes refeições (almoço e jantar)!
Suplementação
Hemoglobina >11 g/dL – ausência de anemia.
Suplementação a partir da 20ª semana, 40 mg/dia de ferro elementar e 400 
mg/dia de ácido fólico, 1 h antes da refeição.
Hemoglobina < 11 g/dL e > 8 g/dL – anemia leve a moderada. 
Avaliação do protoparasitológico de fezes e tratar parasitoses. 
Suplementação de 120 a 240 mg/dia de ferro (3 a 6 drágeas de sulfato ferroso/dia), 
a partir da 20ª semana, 1 h antes das refeições.
Hemoglobina < 8g/dL – anemia grave. 
Gestante deve ser referida ao PN de alto risco.
Avaliação Sociodemográfica e
Obstétrica
• Cor da pele/raça
• Grau de escolaridade, anos de atraso escolar
• Naturalidade
• Profissão/ocupação
• Situação marital
• Número de pessoas da família
• Renda familiar per capita
• Condições de saneamento da moradia
• História obstétrica (aborto, intervalo intergestacional)
• Status da gestação
Considerações Finais
A inserção precoce da gestante na assistência pré-natal e
no acompanhamento nutricional é muito importante para
um bom resultado obstétrico;
A articulação do trabalho entre uma equipe
multiprofissional é fundamental para um melhor
desempenho do serviço oferecido.
Exercício
1. MPS - Idade: 25 anos - Peso pré-gestacional: 62,0 kg - IG: 30 s - Peso atual: 
72,0 kg - Est: 1,68m
OBS: considerar idade gestacional final média de 40 semanas 
IMC pré-gestacional: 62 kg/(1,68)² = 21,96 -
Classificação: ADEQUADO
Ganho ponderal até o momento atual: 72 kg – 62 kg = 10 kg
c. IMC gestacional atual: 72kg/(1,68)² = 25,51
Classificação no gráfico: ADEQUADO - Área A
d. Ganho esperado: 11,5- 16,0 kg 
e. Ganho programado até o final da gestação: 10 s x 0,4 Kg= 4,0 kg
f. Ganho final: 10,0 Kg + 4,0 Kg= 14,0 kg
Para enfermeiros, importante mostrar preenchimento e inclinação da curva
Previsão de Peso final: 76,0 kg (ganho total de 14,0 kg)

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