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Plano de Aula: Aula 03 - O Consumidor (Demanda) e o Produtor (Oferta) II ECONOMIA POLÍTICA - CCJ0252 Título Aula 03 - O Consumidor (Demanda) e o Produtor (Oferta) II Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 3 Tema O Consumidor (Demanda) e o Produtor (Oferta) II Objetivos Conhecer as imperfeições de mercado. Conhecer a importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito. Compreender as formas de intervenção do Estado na economia. Estrutura do Conteúdo O CONSUMIDOR (DEMANDA) E O PRODUTOR (OFERTA) II Políticas de preços: congelamento, preços mínimos e tabelamento. Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito. Formas de intervenção do Estado na economia. Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Políticas de preços: congelamento, preços mínimos e tabelamento. As imperfeições de mercado Consiste na análise das imperfeições de mercado em que, verificam-se situações nas quais os preços não são determinados isoladamente em cada mercado. Interferência do governo no equilíbrio de mercado O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível microeconômico, quando fixa imposto e subsídio, estabelece os critérios de reajuste do salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas, decreta tabelamentos ou, ainda, congelamento de preços e salários. Política de preços mínimos na agricultura Consiste numa política governamental que visa dar uma garantia de preços ao produtor agrícola, com o objetivo de resguardá-lo contra os riscos eventuais advindos de variação nos preços de mercado, evitando que uma acentuada queda de preços venha causar um desestímulo ao produtor e sérios prejuízos à renda e à produção agrícola. O governo oferece um preço mínimo que ele pagará ao produtor agrícola após a produção. Se os preços mínimos forem superiores aos preços de mercado, por ocasião da produção, o produtor deverá vender seu produto para o governo ao preço mínimo fixado. Com o preço mínimo acima do preço de equilíbrio de mercado, tem-se um excedente de produto em poder do governo, que possivelmente, será utilizado como estoque regulador nos períodos da entressafra. Tabelamento O governo poderá implantar um tabelamento de preços, visando impedir abusos por parte dos vendedores. Entretanto, se o governo tabelar o preço num valor inferior ao de equilíbrio, resultará em escassez do produto, com o surgimento de filas, ágio e no mercado paralelo. Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito A legislação do consumidor amplamente empregada em nossa sociedade tem uma relação direta com os conceitos de Oferta e Demanda. Por exemplo, a oferta insuficiente de determinados produtos básicos como os medicamentos podem causar sérios danos à população dependente desses produtos. Estudar o mercado desses bens poderá evitar sua escassez através de medidas que venham a incentivar a produção. Aspectos jurídicos estão presentes nessas análises e nas formas de incentivo. Analisar a oferta de um determinado produto permite aos agentes tomarem decisões que venham impedir prejuízos à sociedade. Uma empresa poderá estar sujeita a insolvência por um desequilíbrio entre oferta e demanda de seus produtos. O advogado não atua somente no aspecto jurídico da Recuperação Judicial, mas deverá ser capaz de participar das discussões sobre as alternativas disponíveis para a empresa. Por sua vez, a atuação do empresário no mercado deverá ser regulado para impedir abusos que venham a desequilibrar a relação entre os compradores e os produtores. Será objeto de análise mais adiante as formas de concentração excessiva em um único ou poucos produtores e seu impacto no consumidor. Os tabelamentos de preços ocorridos durante a década de 80 no Brasil causaram sérios transtornos as pessoas, que se viram privadas de seu direito básico de consumidor. Essas decisões causaram prejuízos ao Estado que ainda tem que conviver com inúmeras ações judiciais de reposição das perdas. O Plano Real que estabilizou os preços foi articulado com a participação de juristas renomados, fator que contribuiu para o seu sucesso. Situações de escassez em que a demanda é superior a oferta pode requerer medidas como o incentivo à importação. Esse procedimento é importante para evitar que a pressão de demanda venha a impactar os preços do produto. O processo de importação vai envolver uma série de decisões relativas à legislação aduaneira. Formas de intervenção do Estado na economia Classificação: Podemos definir como formas de intervenção do Estado na atividade econômica: a) Absorção: nesse caso o governo atua de forma monopolista na atividade econômica. O caput e inciso V do art. 177 da Constituição Federal Brasileira de 1988, estabelece que ?Constituem monopólio da União, a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão [?]?. b) Participação: o governo atua em conjunto com a inciativa privada na realização de determinada atividade econômica. O art. 199 e & 1o. da Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece que ?A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos?. O sistema de atuação concomitante entre setor público e setor privado também ocorre com a Educação. Conforme o art. 209 e incisos I e II da Constituição Federal brasileira de 1988 ?O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo poder público?. c) Direção: nessa situação o Estado atua na economia através a edição de leis utilizando seu poder de pressão. O art. 174 da Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece que ?Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado?. d) Indução: o governo nesse caso atua na atividade econômica concedendo benefícios fiscais, oferecendo crédito através do sistema financeiro ou mesmo estimulando o desenvolvimento através de instituições oficiais de fomento. Intervenção Direta e Indireta: O Estado pode atuar de forma direta ou indireta no domínio econômico. a)Intervenção Direta: a intervenção de forma direta ocorre através das empresas públicas e como sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, sendo permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo O art. 173 da Constituição Federal, & 1º e inciso I, prevê que a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade. Artigo 173 da Constituição Federal brasileira de 1988, caput prevê ? Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definido em lei?. Na atuação direta, o Estado atua como empresário comprometido com a geração de atividade econômica,sendo regido ou por um regime concorrencial (como exemplo a Caixa Econômica Federal) ou em um regime monopolístico (exemplo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ? monopólio estabelecido no art. 21 , X da Constituição Federal de 1988) . Através da intervenção direta o Estado passa a concorrer com as empresas privadas, seja como empresa pública ou como sociedade de economia mista, atuando na economia como empresário, não podendo gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. A partir dos anos 60 inicia-se o questionamento do custo e da eficiência da intervenção direta do estado na Economia associado a uma depreciação dos serviços públicos oferecidos uma vez que ocorre um esgotamento da capacidade estatal de investir em novas tecnologias. A partir de 1985 verifica- se no Brasil, assim como no mundo, o fenômeno de desregulamentação. Não que o Estado seja eliminado, mas ele assume novas funções e transfere à iniciativa privada atividades até então exploradas pelo Estado. O Direito Econômico, como um conjunto de normas que regem a organização do mercado, cria, aplica e preside as novas regras de conduta de mercado. b)Intervenção Indireta: a intervenção indireta ocorre com o Estado assumindo o papel de agente normativo e regulador da atividade econômica. O art. 174 da Constituição Federal de 1988 estabelece que o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento. Artigo 174 da Constituição Federal brasileira de 1988 ?Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado?. A atuação indireta permite ao Estado executar a política econômica, procurando assegurar o desenvolvimento sustentado da economia, com pleno emprego dos fatores de produção, estabilidade de preços, e distribuição de renda. O Estado, na atuação indireta, adota políticas econômicas para conduzir, estimular e apoiar a atividade econômica empreendida pelos particulares. Os objetivos principais dessas políticas econômicas são de assegurar o crescimento sustentável da economia, assegurar o elevado nível de emprego, relativa estabilidade de preços e garantir o equilíbrio das contas externas. Para atingir esses objetivos, o Estado adota uma série de medidas econômicas que são instrumentos para atingir esses objetivos fundamentais. A adoção de uma política econômica pode levar a um conflito com o objetivo de outra. Por exemplo, uma adoção de uma política energética pode levar conflitos com os objetivos da política ambiental. Aplicação Prática Teórica Estudo de Caso: Encontro de contas do setor elétrico não prejudicará consumidores (O Globo, 08/03/2016) A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu nesta terça-feira consulta pública sobre a possibilidade de distribuidoras firmarem acordos bilaterais com geradoras de energia elétrica para fazer um encontro de contas em favor das próprias empresas, aliviando perdas bilionárias ao setor. A proposta do diretor Tiago Correia, aprovada pela diretoria, é que, se houver ônus nessas negociações, ele seja pago pelas empresas, mas, se houver vantagem econômica, ela seja transferida em parte aos consumidores, como forma de não afetá-los negativamente. Com a crise econômica e a redução da demanda neste ano por causa da crise econômica, as distribuidoras de energia têm contratos equivalentes a 107,1% daquilo que devem entregar de energia aos clientes. Na outra mão, há uma série de novas usinas com obras em atraso, como Belo Monte, ou que se mostraram inviáveis, em dificuldades financeiras, que estão comprando energia a curto prazo para honrar compromissos. A ideia, apoiada pelo governo federal, é de que eles negociem entre si para aliviar suas dívidas. Segundo a proposta de Correia, porém, esses acordo bilaterais blindam os consumidores residenciais de energia elétrica de qualquer impacto financeiro negativo em suas tarifas. E, se esse encontro de contas oferecer vantagens financeiras, elas seriam divididas com os consumidores. O tema estará em consulta pública até o dia 21, a partir de quando a medida deverá ser reavaliada e implantada. "A distribuidora vai ser responsável por ressarcir eventual ônus ao consumidor, que se beneficiará com eventual bônus" disse Correia. O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, destacou que a permissão para essas negociações entre distribuidoras e geradoras não afeta os riscos desses empreendimentos e mantém seus contratos" e, eventualmente, multas por descumprimentos de normas regulatórias. "O que estamos fazendo aqui é flexibilizando, no limite que podemos fazer, uma negociação bilateral. Não é intervenção em responsabilidades da Aneel. O que estamos é ampliando o espaço de liberdade de gestão, mas a responsabilidade é sempre das empresas" disse Rufino. Indagações: Comente com base no texto sobre as formas de intervenção do Estado na economia e como o Direito econômico pode contribuir nesse processo. Com base no texto, comentar sobre a necessidade de regulação por parte da Aneel para que os consumidores individuais e empresas recebam Energia Elétrica em quantidade e preço adequados. Pontos a serem abordados: O aluno deverá comentar a partir do texto sobre as formas de intervenção do Estado na economia focando para o caso abordado no texto. No caso, como buscar nos conceitos da Economia Jurídica elementos para contribuir no desenvolvimento econômico. Em relação à necessidade de regulação por parte da Aneel para que os consumidores individuais e empresas recebam Energia Elétrica em quantidade e preço adequados, o aluno deve focar sobre a atuação do Estado no sentido de fiscalizar e incentivar o investimento em áreas vitais para a sustentabilidade de nossa economia. QUESTÕES PARA A AULA 1) NÃO é considerada imperfeição de mercado em que o governo intervém na formação de preços de mercado: a) a livre flutuação da taxa de câmbio sujeito as condições de mercado. b) a fixação de preços mínimos para produtos agrícolas. c) a decretação de congelamento de preços e salários. d) a fixação de imposto e subsídio. e) o estabelecimento de critérios de reajuste do salário mínimo. 2) Numa situação em que a Demanda é maior que a Oferta, o mercado está em situação de: a) equilíbrio. b) estruturado. c) depressão. d) desequilíbrio. e) desestruturado.