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RESUMO Separação de Poderes e Formas de Estado

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A separação de poderes
 Inspirada nas ideias de Montesquieu (Del” Esprit des Lois), a criação do Estado norte-americano concebeu um novo sistema de governo, cuja lógica de construção era a separação de poderes como instrumento de limitação do poder do Estado. É clara a influência do citado filósofo iluminista na concepção do sistema presidencialista de governo dos Estados Unidos da América, cujo objetivo era exatamente criar um sistema limitador dos poderes monárquicos da Metrópole.
A separação de poderes e o sistema de freios e contrapesos.
 O sistema de freios e contrapesos propicia o controle recíproco entre os poderes da União, de modo a evitar a predominância cêntrica de um deles sobre os demais, e preservando entre eles uma relação de necessário equilíbrio.
 Nesse sentido, Dalmo Dallari bem assinalou a influência de Montesquieu sobre os constituintes norte-americanos, cuja crença fervorosa no princípio da separação de poderes orientou a composição do governo da federação. Nascia, assim, o sistema chamado de freios e contrapesos, um mecanismo de controle mútuo entre os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), garantindo-se a independência e harmonia entre eles, não de admitindo que qualquer dos poderes seja mais importante que os demais.
 Com efeito, a separação de poderes é o instrumento necessário para limitar o poder abusivo do Estado, sendo, por isso mesmo, juntamente com a proteção dos direitos fundamentais, uma das bases sobre as quais repousa o Estado Democrático de Direito.
A teoria da separação de poderes de Montesquieu foi absorvida pelo constitucionalismo democrático como uma das maneiras de limitar o poder do Estado, mantendo-se até os dias de hoje como um princípio dos mais respeitados pelos estudiosos das ciências políticas e pelos juristas.
Portanto, é importante compreender que os dois grandes pilares de sustentabilidade do Estado Democrático de Direito são exatamente:
I – Garantir os direitos fundamentais do cidadão comum diante do Estado;
II – A separação de poderes, com a garantia de poderes harmônicos e independentes entre si, sem predominância cêntrica de nenhum deles.
 Hoje em dia, o princípio da separação de poderes não configura mais aquela rigidez de outrora, na medida em que há funções típicas e atípicas dos três poderes.
 Esta nova visão da teoria da separação de poderes permite que o poder executivo, em função atípica, participe do processo legislativo, como, por exemplo ao editar uma medida provisória ou, então, ao vetar um projeto de lei elaborado pelo Congresso Nacional. Assim, é preferível falar em harmonia de poderes, não sua separação.
 É nesse sentido que o mecanismo de freios e contrapesos surge como instrumento de harmonização de poderes, na medida em que viabiliza o controle recíproco entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Realmente, no que diz respeito ao Brasil, existem diversos exemplos de tal mecanismo no âmbito da Constituição de 1988.
O poder de veto do Chefe do Poder Executivo em relação aos projetos de lei já aprovados pelo Congresso Nacional;
Poder de legislar do Presidente da República mediante e edição de Medias Provisórias com força de lei e, quando autorizado pelo Congresso Nacional, a edição de Leis Delegadas;
Poder do STF, dos Tribunais e dos Juízes singulares de declarar inconstitucionalidade de leis ou atos normativos no controle de constitucionalidade;
Poder discricionário do Chefe do Poder Executivo de escolher os ministros do STF e submetê-los à aprovação do Senado Federal;
Possibilidade de Impeachment do Chefe do Executivo com julgamento pelo Senado Federal após autorização da Câmara dos Deputados;
Poder de fiscalização das contas públicas pelo Congresso Nacional
 Assim, vemos que as limitações recíprocas do sistema de freios e contrapesos têm o mérito de, a um só tempo, evitar a predominância cêntrica de um único poder sobre os demais, bem como viabilizar a necessária harmonia e independência entre os poderes.
Formas de Estado
as formas de Estado são: a) Estado Unitário b) Estado Federal
O Estado Unitário
Estado Unitário é caracterizado pela unidade de poder político, ou seja, existe uma só fonte normativa para todo o território do Estado, inexistindo a descentralização política. Isto significa dizer que o Estado Unitário tem apenas um Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, daí a ideia de uma única ordem jurídica central. Os três poderes são todos centrais, inexistindo seus congêneres em âmbito regional ou local, caracterizando assim a centralização política.
No entanto, isso não quer dizer que o Estado Unitário não possa sofrer uma descentralização administrativa, gerando, pois, relativa autonomia local para municípios, províncias, departamentos, circunscrições, comunas ou condados. Tais subdivisões, decorrentes da descentralização administrativa, têm autoridade legislativa para elaborar leis peculiares a essas regiões, mas, não têm autonomia política. São pequenas Câmaras eleitas para tratar das suas peculiaridades.
Portanto, no Estado Unitário, a ideia de centralização política não admite a coexistência de ordens jurídicas (central, regional e local); há apenas uma Constituição e uma única ordem jurídica, sendo certo afirmar que apenas o poder central é expresso, isto é, participa da elaboração da vontade nacional.
O Estado Federal
O federalismo é um instituto jurídico de origem estadunidense. Com efeito, o conceito de federação nasce com a formação dos Estados Unidos da América, no exato momento em que as Treze ex-Colônias britânicas abrem mão de sua soberania em prol da formação de um único Estado Federal. Foi a declaração de independência da Virginia, em 1776, redigida e assinada por uma comissão de cinco membros comandada por Thomas Jefferson, que transformou as Treze Colônias em Estados livres do jugo britânico, imprimindo-lhes o caráter jurídico de Estados soberanos e atribuindo-lhes a capacidade de formular sua própria legislação e organização político-administrativa. No entanto, é importante compreender que ainda não se pode falar em um único Estado Federal, pois as Treze ex-Colônias formavam uma Confederação, e não uma Federação.
Nesse sentido, ensina Sahid Maluf que o governo resultante dessa união confederal, instável e precário como era, não solucionava os problemas internos, notadamente os de ordem econômica e militar. As legislações conflitantes, as desconfianças mútuas, as rivalidades regionais ocasionavam o enfraquecimento dos ideais nacionalistas e dificultavam sobremaneira o êxito da guerra de libertação.
O conceito de federalismo surgiu a partir da Convenção da Filadélfia de 1787, ocasião em que efetivamente se criou uma nova concepção de organização do poder político no espaço, um novo modelo de forma de Estado: a federação, na qual os Estados membros não são mais soberanos, mas apenas autônomos com plena capacidade de auto-organização político-administrativa, porém sem o direito de secessão, isto é, sem o direito de separar-se da União.
O conceito de federalismo nasce juntamente com o conceito de presidencialismo em contraposição ao parlamentarismo, sistema de governo até então dominante na Europa.
Um dos principais objetivos da Assembleia Nacional Constituinte foi reestruturar o sistema federal pátrio, tentando imprimir-lhe maior descentralização e equilíbrio entre seus componentes e transformando a forma federativa em cláusula pétrea, ou seja, o princípio federativo é indissolúvel e não pode ser retirado do corpo Constitucional de 1988 nem mesmo por Emenda.
A distinção entre federação e confederação
Eis aqui uma das principais diferenças em relação à Confederação, qual seja, o pacto confederal é dissolúvel, pois a Confederação é a União de Estados Soberanos, enquanto que o pacto federal é indissolúvel, uma vez que a
Federação é a União de Estados Autônomos
O instrumento jurídico da aliança confederal é um tratado internacional, denunciável a qualquer momento pelo Estado signatário,que preserva sua soberania, liberdade e independência, podendo, portanto, desligar-se da confederação, mediante simples denúncia do tratado.
É importante destacar as diferenças entre a Federação, a Confederação e o Estado Unitário, usando como ponto principal de análise os conceitos de autonomia (plena capacidade de auto-organização político-administrativa dos entes federativos) e o conceito de soberania (capacidade de atuar soberanamente como pessoa jurídica de direito público internacional).
A soberania é una e indivisível e pertence à República Federativa do Brasil, que é representada no plano internacional pela União (conforme reza a Constituição Federal). Já no plano interno, União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios são todos autônomos, sem nenhuma hierarquia de uns sobre outros.
Na Federação, o vínculo que une os entes federativos é a Constituição, enquanto na Confederação o vínculo que une os Estados confederados é um Tratado, que pode ser denunciado a qualquer tempo (União de Estados
Soberanos).
Em suma, é importante compreender que a Federação se caracteriza pela unidade de soberania e pluralidade de autonomias (Estados membros são autônomos, porém não são soberanos), enquanto que a Confederação de Estados se caracteriza pela multiplicidade de soberanias.
Distinção entre as versões brasileira e americana do federalismo
A origem da formação do federalismo norte-americano representa a passagem de um Estado Composto Confederal para um Estado Simples Federal, enquanto que o pacto federativo brasileiro se dá a partir da passagem de um Estado Simples Unitário para um Estado Simples Federal.
As 13 ex-colônias eram verdadeiramente Estados soberanos e que, por força de uma necessária união, abrem mão dessa soberania para formarem um único Estado nacional. Isto explica até hoje o altíssimo grau de autonomia financeira, legislativa e fiscal dos Estados-membros em relação à União nos Estados Unidos da América.
Observar-se, portanto, que, ao contrário do que ocorreu nos EUA, o Estado federal brasileiro foi criado a partir de um Estado Unitário (forma de Estado do Império), que se desmembrou (federalismo por segregação),
Rui Barbosa foi o grande idealizador do federalismo brasileiro, totalmente inspirado no modelo norte-americano. A federação americana resultou de um processo de agregação de Estados anteriormente já soberanos que, por razões comuns de segurança e economia, concordaram em ceder o mínimo de suas competências legislativas e fiscais em prol de um Poder central comum, embora conservando conscientemente um alto grau de autonomia.

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