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¹ Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), é o maior escritor do Brasil, na opinião unanime dos estudiosos da literatura brasileira. ² Acadêmicos de Letras – Português e suas literaturas, da UNIR – Campus Vilhena, Turma XXIV ANÁLISE COM BASE NOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CONTO “A CARTOMANTE”, DE MACHADO DE ASSIS¹ Alexande Silva PELOSI² Edis Leonardo de Assis FRANÇA² Katryne Victória Ribas do NASCIMENTO² Linalva² Resumo: O presente artigo possui o objetivo de analisar elementos estruturais: personagem, tempo, narrador e espaço contidos no conto “A Cartomante” do autor Machado de Assis. Palavras-chave: Machado de Assis, A cartomante, elementos estruturais da narrativa. A cartomante é a história de Camilo, Rita e Vilela. Vilela e Camilo eram amigos de infância, Vilela era casado com Rita, que mantinha um caso com Camilo. Se encontraram durante muito tempo às escondidas, até que Camilo começou a receber cartas anônimas o ameaçando, falando sobre a traição, chamando-o de imoral e pérfido. Devido a isso, Camilo resolveu afastar-se de Rita. Assim fez com que Rita imaginasse que ele não a amava mais, então ela procurou uma cartomante para saber se ele ainda a amava. Depois disso os dois se reencontraram, Rita contou sobre a Cartomante para ele e Camilo zombou de Rita pois não acreditava nessas coisas, era um incrédulo desde pequeno. Após um tempo Vilela manda uma carta a Camilo dizendo para que ele aparecesse em sua casa urgentemente, Camilo fica apavorado logo achando que Vilela descobriu sobre a traição. Quando Camilo estava indo a casa de Vilela, no meio do caminho uma carroça o faz parar em frente à casa da cartomante; mesmo não acreditando nessas coisas ele entra pois parecia ser “obra do destino”. Ela consultou as cartas e disse que ele não tinha nada o que temer, que Vilela não sabia da traição e que ele e Rita seriam felizes com seu amor. Acreditando na cartomante, Camilo foi até a casa de Vilela, chegando lá se deparou com Vilela transtornado e Rita morta, caída ao chão; Camilo é morto pelo amigo que apenas o esperava para vingar sua traição. A Cartomante é uma obra literária de suspense que leva a uma reflexão mais profunda sobre o ser humano, a exemplo de muitos outros contos escritos por Machado de Assis. O sentido se constrói por meio de valores contraditórios, em que a cartomante tem função significativa, pois interfere no comportamento das personagens, utilizando-se da mentira e falsidade. A expectativa negativa projetada no leitor no início da narrativa é quebrada quando aparece a cartomante que tranquiliza Camilo. O efeito contraditório é causado no desfecho, com a morte de Rita e Camilo. Por isso pode-se afirmar que, sem a personagem cartomante, os efeitos literários não teriam sido os mesmos, pois tanto ela quanto o narrador tentam decifrar o comportamento humano. A Cartomante é, portanto, um conto que reflete a contradição entre a máscara e o desejo, entre o parecer e o ser, a mentira e a verdade, em que a punição é a pior possível, a morte. Conto escrito por Machado de Assis, faz parte da fase realista do escritor. Uma das características dessa fase é o adultério, presente no conto, que pretende desmascarar a hipocrisia da sociedade que parecia ser moralista, fingia ter na época. Rita e Vilela pareciam ter o casamento perfeito até que Camilo chega em Botafogo e começa um caso com Rita; então, depois de certo tempo, Vilela descobre e acaba matando os dois; um trecho comprova isso: Vilela não lhe respondeu; tinha as feições decompostas; fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar um grito de terror: — ao fundo sobre o canapé, estava Rita morta e ensanguentada. Vilela pegou-o pela gola, e, com dois tiros de revólver, estirou-o morto no chão. (ASSIS, 1998. p. 11) Outra característica presente no conto é o racionalismo e a antirreligiosidade; isso significa que os realistas trocavam a religião e as crendices pela razão e a ciência; na narrativa Camilo é muito descrente devido aos acontecimentos desde quando era pequeno como se observa no trecho: [...] e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. (ASSIS, 1998. p. 2) Portanto, os valores da sociedade são questionados no realismo apresentado pelo autor em A Cartomante, valores estes como o casamento, a confiança e as amizades que são postos em dúvida e não se sabe até onde chega ao real. O final é trágico mostra ao leitor que coisas irreais, como uma cartomante, não podem vencer a razão. Ao serem analisadas as personagens presentes no conto percebemos quatro personagens principais, a saber, Rita, Vilela, Camilo e a Cartomante. As características de Rita são reveladas gradativamente no decorrer da narrativa; a primeira característica revelada é o fato de ela ser uma moça ingênua devido a sua fé e insegurança, já que precisa recorrer a cartomantes para saber se Camilo realmente a ama: “[...] saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era... combinou-as e no fim declarou-me que eu tinha medo que você me esquecesse, mas que não era verdade” (ASSIS, 1998.pg. 1). Continua, após dar um flashback para explicar as origens do personagem, “uma dama formosa e tonta”, “era graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa, 30 anos”, casada com Vilela; em seguida podemos observar as características psicológicas, pois Rita está em busca de um relacionamento extraconjugal como forma de preencher um grande vazio em sua vida adúltera o que a torna amante de Camilo. Outro personagem importante na narrativa, mas que não aparece muito é Vilela, um advogado, amigo de infância de Camilo, esposo de Rita, 29 anos, mas parecia velho por seu porte grave, radical, traído por seu melhor amigo. O personagem Camilo, o protagonista da história é amigo de infância de Vilela, empregado público, descrente, traiu o melhor amigo, amante de Rita, 26 anos; Camilo é caracterizado psicologicamente como um homem fraco, que não toma decisões por si mesmo e vivera durante algum tempo na ociosidade, substituída depois por um emprego público, arranjado pela mãe; nota-se um distanciamento moral e afetivo de Camilo como podemos observar no trecho: (...) Camilo era um ingênuo na vida moral e prática. Faltava-lhe tanto a ação do tempo, como os óculos de cristal, que a natureza põe no berço de alguns para adiantar os anos. Nem experiência, nem intuição. (ASSIS, 1998. p. 12) A Cartomante é uma incógnita na história, mulher de 40 anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos sonsos e agudos, longos dedos finos, unhas descuradas e uma mulher esperta; utiliza-se do discurso direto que deixa maravilhado seus clientes e ao mesmo tempo os ilude com falsa vidência. A partir das análises físicas e psicológicas das personagens presentes no conto, podemos observar qual o seu tipo; Rita, Camilo e Vilela são personagens redondos, por sofrerem variações durante o texto, tanto mudanças psicológicas como comportamentais; podemos observar a mudança de Rita, pois começa como uma boa esposa para Vilela, mas quando Camilo aparece inicia um romance com este; Camilo, antes um bom amigo, mas que cede às investidas de Rita e Vilela, caracterizado como um homem bom, mas que ao final do conto, quando reaparece, mata Rita e Camilo surpreendendo o leitor. Já a Cartomante é umapersonagem plana, pois a mesma não apresenta alterações durante todo o enredo, já que são construídas ao redor de uma única ideia ou qualidade [...] “estão imunes à evolução no transcorrer da narrativa, de forma que as suas ações apenas confirmem a impressão de personagens estáticas, não reservando qual quer surpresa ao leitor”. (BRAIT, 1985. P.40-41) O conto A cartomante, se passa no ano de 1869, que indica o tempo cronológico, aquele que se pode medir, por relógio e calendário. “Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869 [...]” (ASSIS, 1998. p. 1); “No princípio de 1869, voltou Vilela da província [...]” (ASSIS, 1998. p. 3). Há também o tempo psicológico, “caracterizado por desobedecer ao calendário e fluir dentro das personagens, como um eterno presente, sem começo, nem meio, nem fim” (MOISÉS, 2007. p. 102). Esse tempo ocorre quando Camilo logo após receber o bilhete de Vilela começa a ficar pensando no que está acontecendo, se Vilela descobriu o romance, como no trecho: “Imaginariamente, viu a ponta da orelha de um drama, Rita subjugada e lacrimosa. Vilela indignado, pegando da pena e escrevendo o bilhete, certo de que ele acudiria, e esperando-o para matá-lo. ” (ASSIS, 1998. p. 6). Utilizando-se de anacronias, no caso, a prolepse que “é uma figura de estilo mediante a qual se adianta o enunciado de um epíteto, um argumento ou uma ação, como se já tivesse ocorrido a circunstância (MOISÉS, 2004. p. 371), o narrador constrói uma representação dramática da fábula que, além de gerar expectativas no leitor, coloca as personagens como frágeis seres à mercê de um destino incerto. Logo no início a trama faz referência à tragédia Hamlet, que apresenta um índice da catástrofe final e o diálogo de Rita e Camilo já citado com a ida à cartomante. “Hamlet observa Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. ” (ASSIS, 1998. p. 1). A tragédia de Hamlet se assemelha muito à de Rita e Camilo, onde os dois estão em um romance, mas tudo começa a desabar quando recebem bilhetes dizendo que sabia o que os dois estavam fazendo, e logo depois ao final da história Vilela, o traído, mata os dois, encerrando a história com uma catástrofe. O autor faz também nesse mesmo conto o uso da analepse que, para Massaud Moisés (2004, p. 24), é um “termo da retórica moderna, equivalente ao flashback”, um retroceder da narrativa, conforme vemos no fragmento a seguir: “Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma explicação de suas origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou para o funcionalismo [...]”. “No princípio de 1969, voltou Vilela da província, onde casara [...]” (ASSIS, 1998, p. 3). No aspecto temporal da duração ocorre no conto a presença do sumário que, segundo Nunes (2000, p. 34), “abrevia os acontecimentos num tempo menor que o de sua suposta duração [...]”; podemos observar nos seguintes trechos: “[...] os dois primeiros eram amigos de infância [...]”, “[...] Vilela vinte e nove e Camilo vinte e seis [...]” (ASSIS, 19989, p.3). Camilo e Vilela eram amigos de infância, cada um seguiu seu caminho e se reencontram em 1869, quando um está com 29 anos e o outro com 26. Este conto é uma narrativa estereotipada, na qual possui um enredo simples, mas ao mesmo tempo impregnada de uma ideologia conservadora e que costumam ter no final da história um significado com apelo moral. O que comprova isso é a traição de Rita com o melhor amigo de seu esposo, Camilo; no final o bem prevaleceu sobre o mal, pois Vilela mata os dois, após toda a descoberta, como uma espécie de defesa da honra como pode se observar: A casa estava silenciosa. Subiu os seis degraus de pedra, e mal teve tempo de bater, a porta abriu-se, e apareceu-lhe Vilela. - Desculpa, não pude vir mais cedo; que há? Vilela não lhe responde: tinhas feições descompostas; fez sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar o grito de terror: - ao fundo, sobre o canapé, estava Rita morta e ensanguentada. Vilela pegou-o pela gola, e, com dois tiros de revólver, estirou-o morto no chão. (ASSIS, 1998. pg. 11). O conto, A Cartomante, possui uma pluralidade de vozes em relação ao narrador. O conto apresenta uma maior predominância o narrador onisciente. O narrador onisciente, é aquele que descreve o jeito íntimo dos personagens. Neste caso, o narrador mostra o pensamento de Camilo frente à angústia que o bilhete lhe causou. “A agitação dele era grande, extraordinária, e de outro tempo, as velhas crenças, as superstições antigas” (ASSIS, Machado de. p.7). O narrador é heterodiegético, onisciente e apresenta a narrativa em terceira pessoa, ou seja, apenas conta a história não participando ativamente dela, mas conhece os sentimentos mais internos dos personagens, como no trecho: “Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha foi curta e a vitória delirante. ” (ASSIS, 1998. p. 4). Veremos ainda o poder de onipresença do narrador, sabe de tudo e onde estão todos, perceberemos então, que o narrador mostra seu poder de onipresença, se coloca acima das personagens e de forma impessoal, mostrará saber de tudo que se passa no interior de Camilo, inclusive da sua infância, relação com a mãe e a religião; o trecho a seguir prova isso: Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. (ASSIS, 1998. p.2) No trecho que segue o narrador onisciente neutro, descreve logo no início do conto um possível desfecho trágico, quando faz referência à tragédia de Shakespeare, Hamlet e logo em seguida, descreve dia e data do acontecimento. “Hamlet observa a Horácio que há mais coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869. ” (ASSIS, 1998. p.1) O narrador apresenta discursos indiretos livres, onde o próprio revela com palavras seu interior, os anseios e pensamentos dos personagens, como no trecho: “Tal foi a opinião de Rita, que por outras palavras mal compostas, formulou este pensamento: - a virtude é preguiçosa e avara, não gasta tempo nem papel; só o interesse é altivo e pródigo. ” (ASSIS, 1998. p.5) Em um trecho podemos identificar o narrador câmera, este é o oposto da onisciência, pois narra como, uma câmera, em que nada interfere, apenas mostra o que está acontecendo. No trecho Camilo após seguir sua viagem, depois de sair da casa da Cartomante, chega à casa de Vilela. “Daí a pouco chegou à casa de Vilela. Apeou-se, empurrou a porta de ferro do jardim e entrou. A casa estava silenciosa. Subiu os seis degraus de pedras [...]” (idem, p.11) O foco narrativo é a focalização zero; ela é feita pelo narrador que conhece todo o desenvolvimento da diegese, caracterizando exaustivamente espaços e personagens, explicando motivações e consequências mais remotas da ação romanesca. Quando partimos para a análise do espaço há uma diferença em relação ao espaço dimensional e não-dimensional, o espaço dimensional é físico, real, composto de elementos da paisagem exterior, servindo de pano-de-fundo para o desenvolvimento das ações das personagens, já o espaço não-dimensional é psicológico, virtual, composto de elementos da paisagem interior. Estabelecidoem zonas de clausura, conflitos, corrupção, interseção etc. É o espaço das coincidências, das equivalências, das semelhanças e das diferenças. Dentre o espaço dimensional ainda há uma diferença entre os espaços: tópicos, atópicos e utópicos. O espaço tópico é aquele que se conhece, de tranquilidade, de segurança, felicidade e proteção; já o espaço atópico, como o nome sugere é o contrário de tópico, pois é um espaço hostil, desconhecido, estranho, do sofrimento e por último o espaço utópico, espaço da imaginação, fantasia, desejo. O espaço dimensional, no que se refere a horizontalidade, afirmamos que o enredo se desenrola num ambiente carioca, em certas ruas da época, o drama localiza-se em Botafogo, na casa de Vilela. Quanto ao espaço vertical, seria a casa da cartomante, onde transmite um lugar sombrio e sobrenatural. Um trecho que comprova seria, “A luz era pouca, os degraus comidos dos pés, o corrimão pegajoso [...] Em cima, havia uma salinha, mal alumiada por uma janela, que dava para o telhado os fundos, velhos trastes, pareces sombrias, um ar de pobreza, que antes aumentava do que destruía o prestigio. (ASSIS, 1998, p.8). Contém no conto o espaço tópico, que seria a casa de Vilela, pois é lá que Camilo e Rita começam um romance. O espaço atópico seria também a casa de Vilela, nos momentos que Camilo teme as idas a casa do amigo e é onde ocorre o assassinato dele e de Rita, o espaço utópico seria a casa da cartomante, que transmite a paz de espírito para os personagens, falando de amor, e beleza, de paz. O espaço físico é composto por acidentes geográficos e materiais que formam o pano de fundo da ação: países, cidades, regiões, florestas, paisagens. O macro espaço, aquele espaço maior onde ocorre a trama, já os micros espaços são aqueles espaços menores da história. O macro espaço é a cidade do Rio de Janeiro, especificamente o bairro Botafogo. Os micros espaços presentes no conto, os abertos, como podemos ver nos trechos a seguir: “— Aqui perto, na Rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca. ” (ASSIS, 1998. p. 1); “A casa do encontro era na antiga Rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. ” (ASSIS, 1998. p. 2); “Deu por si na calçada, ao pé da porta: disse ao cocheiro que esperasse. ” (ASSIS, 1998. p. 8). Há também os espaços fechados, a casa da Cartomante, “Dali subiram ao sótão, por uma escada ainda pior que a primeira e mais escura. Em cima, havia uma salinha, mal alumiada por uma janela, que dava para o telhado dos fundos. ” (ASSIS, 1998. p.8) e a Casa de Vilela, “Daí a pouco chegou à casa de Vilela. Apeou-se, empurrou a porta de ferro do jardim e entrou. A casa estava silenciosa. Subiu os seis degraus de pedra, e mal teve tempo de bater, a porta abriu-se, e apareceu-lhe Vilela. ” (ASSIS, 1998. p. 11); “[...] fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. ” (ASSIS, 1998. p.11) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, Machado de. Contos. 5. ed. São Paulo: Objetivo, 1998. BRAIT, Beth. A personagem. 3. ed. São Paulo: Ática, 1987. LEITE, Ligia Chiappini Moraes. O foco narrativo. 10. ed. São Paulo: Ática. MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974. NUNES, Benedito. O tempo na narrativa. 2. ed. São Paulo: Ática, 1995.