Buscar

Prévia do material em texto

Nome: ______________________________________________________________________________ Nº: _____ 
 
Turma: _________ Ano/Série: _________ Data: ________________ 
 
Componente Curricular: ________________________________Professor(a): ______________________________ 
 
 
 
 
 
Platão (428-347 A.C): 
O REI-FILÓSOFO CONHECE A JUSTIÇA 
Para o filósofo grego, cada indivíduo possui três almas ou três princípios que o 
compõem: a alma desejante, que busca satisfação dos instintos e impulsos; a alma 
irascível, que é o seu princípio de defesa; e a alma racional que busca o 
conhecimento. Através da educação, o indivíduo deve alcançar um equilíbrio entre 
essas três partes, mas um equilíbrio hierárquico, pois a lama racional deve 
preponderar. 
Platão transportou esse pensamento para a cidade. A cidade seria dividida em três 
partes ou classes sociais: A classe que fornece a produção material da riqueza 
(que corresponderia à alma desejante), a classe que garante a defesa da cidade 
(que corresponderia à alma irascível) e a classe que governa a cidade (que 
corresponderia à alma racional). A justiça na cidade dependeria do equilíbrio entre 
essas três classes, ou seja, de cada uma delas cumpra a sua função, uma vez que 
se trata de um aspecto necessário à vida da cidade. A cidade é como um corpo no 
qual 
Tendo posto de acordo com seus três elementos, exatamente com os três termos de uma harmonia, o da corda 
grave, o da alta e o da intermédia, e qualquer outro que possa haver entre esses – depois de alcançar tudo isso, 
e de construir com essa variedade a sua própria unidade, então é que, bem afinado e temperado, passa a agir 
(...) e em tudo isso julga e denomina justa e boa à ação que conserve e corrobore esse estado 
PLATÃO. A república, p.120 
Da mesma forma que a alma racional no indivíduo, a esfera preponderante na 
cidade deve ser dos governantes. Mas quem deve ser o governante? 
Platão propõe em seu livro A república um modelo de educação que possibilite a 
todos igual acesso à educação, independente da classe social a que pertença cada 
indivíduo por nascimento. Em sua formação as crianças iriam passando por 
processos de seleção, ao longo dos quais seriam destinadas a uma das três 
classes que formam a cidade. Os mais aptos continuariam seus estudos até o 
ponto mais alto desse processo- a filosofia- a fim de se tornarem sábios e, assim, se 
habilitarem a administrar a cidade. 
Essa concepção política de Platão é aristocrática, porque supõe uma massa de 
pessoas incapazes de dirigir a cidade e apenas uma pequena parcela de sábios, 
que estariam aptos para exercer o poder político. Aristocracia (palavra de origem 
grega composta de aristoi, “melhores” e cracia,” poder”) é a forma de governo em o 
poder é exercido pelos melhores, que na proposta de Platão seriam uma elite que se 
distinguiria pelo saber. Assim, a aristocracia de Platão não está baseada no poder 
econômico, pois se trata de uma “aristocracia de espírito”. 
Isso significa que Platão não acreditava na democracia, e a justificativa para essa 
sua posição pode ser encontrada na alegoria ou mito da caverna. Para Platão, o 
filósofo é aquele que, saindo do mundo das trevas, da ilusão alcança a verdade, o 
mundo das idéias. No entanto, ele deveria voltar para dirigir seus companheiros que 
não alcançaram esse ponto. Por isso, Platão criou a ideia de Rei-Filósofo: aquela 
pessoa que, pela contemplação das idéias das idéias, conheceu a essência da 
justiça deve governar a cidade. 
Extraído de: FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA. Gilberto Cotrim

Mais conteúdos dessa disciplina