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Princípio da Publicidade no PSDB e MDB

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Diciembre 2018 - ISSN: 1988-7833 
 
O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NO PROCESSO DECISÓRIO DO PSDB E 
MDB 
Barbara Botassio1 
Marcos Sepúlveda2 
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
 
Barbara Botassio y Marcos Sepúlveda (2018): “O princípio da publicidade no processo 
decisório do PSDB e MDB”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (diciembre 2018). 
En línea: 
https://www.eumed.net/rev/cccss/2018/12/publicidade-processo-decisorio.html 
 
RESUMO 
O objetivo deste trabalho é analisar o processo decisório, em especial, o fundo partidário no 
aspecto intrapartidário do PSDB e MDB. Neste aspecto, surge o princípio da publicidade como 
uma das principais variantes nesse processo e que pode explicar como o fundo partidário é 
distribuído. Questiona-se: qual é o resultado do princípio da publicidade está inserido 
institucional e socialmente nos respectivos partidos? A hipótese é que quanto menos garantia 
institucional, mais centralizado é o partido, seja nas suas decisões, como na sua 
administração, e, especialmente, na distribuição do fundo partidário, ou seja, a administração 
seria de modo vertical, não havendo equidade entre seus membros. A metodologia aplicada é 
qualitativa, através de métodos outrossim quantitativa e de um processo de revisão 
bibliográfica. Ao final, conclui-se que partidos que possuem garantias institucionais e 
incorporam o princípio publicidade são mais descentralizados. 
 
PALAVRAS-CHAVE 
Publicidade; Partidos Políticos; Rawls; Kant. 
 
ABSTRACT 
The aim of the present study is to analyze the decision making process, especially the party 
fund in the intraparty aspect of the PSDB and MDB. In this aspect, the principle of advertising 
appears as one of the main variants in this process and that can explain how the party fund is 
distributed. It is questioned: what is the result of the publicity principle inserted institutionally and 
socially in the respective parties? The hypothesis is that the less institutional guarantee, the 
more centralized the party is, both in its decisions and in its administration, and especially in the 
distribution of the party fund, that is, the administration would be vertical, with no equity among 
its Member States. The methodology applied is qualitative, through quantitative methods and a 
bibliographic review process. In the end, it is concluded that parties that have institutional 
guarantees and incorporate the publicity principle are more decentralized 
 
KEYWORDS 
Publicity; Political parties; Rawls; Kant. 
 
 
 
 
 
1 Doutoranda em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); E-mail: 
barbara.botassio@gmail.com 
2 Mestrando em Ciência Política pela universidade Federal Fluminense (UFF); E-mail: marcosaraujoba@gmail.com 
INTRODUÇÃO 
 
Inserido como garantia constitucional, o princípio da publicidade afeta a todos na 
administração pública. É a partir deste que poderá ser realizado o controle por parte dos 
cidadãos, como também de outros poderes. Assim, como regra geral: se envolve o erário, a 
regra, a exceção são as informações reservas, secretas e ultrassecretas ou de segurança 
nacional. Nesse sentido, encontra-se os partidos políticos que recebem generosas quantias do 
erário, mas, como esse princípio está inserido nos partidos PSDB e MDB e qual é a sua 
consequência? 
Em primeiro lugar, será feito uma abordagem teórica clássica sobre o princípio. Inicia-
se com o debate de Kant sobre a importância da publicidade no mundo e o potencial de 
progresso dos povos. Nessa mesma linha, invoca-se os dois conceitos de Rawls (2011), assim 
como do consenso de justaposição para definir o procedimento ideal da organização partidária. 
Posteriormente, será realizada uma análise das regras formais sobre distribuição de 
recursos dispostas nos estatutos e feita uma análise comparativa entre os partidos a partir de 
dados empíricos de distribuição de recursos presentes na prestação de contas partidárias 
disponíveis no site do TSE. 
Por fim, conclui-se que as organizações partidárias que possuem mais garantias 
institucionais, e faz-se mais uso do princípio da publicidade de modo a garantir a participação 
dos filiados. Assim sendo, resulta que descentralização está também associado com esse 
princípio em estudo. 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
De acordo com Kant (2016a), o princípio da publicidade deve estar inserido em toda 
norma jurídica, pois ao desconsiderá-lo degrada diretamente a pretensão pública, do bem 
comum entre os povos. Assim, Kant (2016a) assevera que não é possível falar em justiça sem 
a devida publicidade, tampouco sobre a paz. Logo, a publicidade é o princípio tanto ético como 
jurídico, afinal “todas as ações relativas ao direito de outros homens cuja máxima não se 
conciliar com a publicidade são injustas” (KANT, 2016a, p.76). Desse modo, o princípio 
impulsiona, em primeiro lugar, que as pessoas declarem sua intenção; estabeleçam seus 
motivos, a finalidade de todo ato. A importância é vista no debate e na reflexão pública que 
tendem a reconhecer como injusta todo ato que transgrida o direito de outrem, afinal “todas as 
máximas que necessitam da publicidade (para não malograr em seu fim) concordam com o 
direito e a política unidos” (KANT, 2016a, p.84). 
Diante disso resultará como bem recorda Consani e Klein (2014), que a publicidade é o 
elo da democracia e da representação política, uma vez que sem conhecimento sobre os fatos, 
o processo decisório, pouco pode se falar em participação política. E como bem leciona Arendt 
(1993, p.27), a publicidade “é um dos conceitos-chave do pensamento político kantiano; nesse 
contexto, ele aponta a sua convicção de que os maus pensamentos são secretos por 
definição.”. No mesmo sentido, Mill (2006, p.38), “a publicidade não impede o mal nem estimula 
o bem se o público não prestar atenção ao que se que se faz; mas, sem a publicidade, como 
tal público poderia verificar ou incentivar o que não lhe permitem ver?”. 
O papel negativo do conceito de publicidade exerce as funções de um 
filtro moral e jurídico, destinado a separar o irracional do racional, o 
injusto do justo; vale dizer, a publicidade kantiana constitui condição 
sine qua non para avaliar princípios que pretendem ser moral e 
juridicamente aceitáveis. Enquanto o parâmetro moral leva a 
identificar máximas capazes de constituírem regras bem-sucedidas 
de ação, o critério jurídico serve para identificar projetos de lei 
inaceitáveis porquanto injustos (HECK, 2009, p.296). 
 
Logo, para Kant (1993) a publicidade é condição necessária para o Estado 
Democrático de Direito, e, por que não para os partidos? De acordo com Kant (1993), a 
publicidade está interligada ao progresso da sociedade: se esta é violada ou desconsiderada 
não se pode falar em progredimento, e, por isso que “[...] sistema de corrupção não deve, com 
certeza, ter publicidade, para ser bem sucedido (sic) ”. 
Contudo, Rawls (2000, 2011, 2016) atribui condições sociais para o princípio da 
publicidade. Segundo Rawls (2000), a publicidade possui três níveis: a) princípios públicos que 
estão inseridos no modo de governo da sociedade; b) crenças gerais relacionadas aos 
princípios de justiça; c) o modo como a sociedade justifica através da publicidade a concepção 
pública de justiça e como esta será apresentado à própria sociedade. Desse modo, a 
publicidade está diretamente inserida na estrutura básica da sociedade, assim como nas 
instituições, na Constituição etc. Logo, para Rawls (2000), quando os três níveis estão 
completos, há um mútuo reconhecimentos entre os cidadãos das ações de cada um e sua 
justificação em prol do fortalecimento do entendimento público. Nesse contexto, a publicidade 
guia a construção de uma sociedade permeada pela cooperação social, e, por consequência 
estabilidade (RAWLS, 2016). 
A publicidade garante que, na medida em quea forma realizável das 
instituições o permita, as pessoas livres e iguais estão em condições 
de conhecer e aceitar as influências do contexto social que modelam 
a concepção que elas têm de si mesmas como pessoas, bem como o 
seu caráter e a sua concepção do bem. Encontrar-se numa situação 
assim é uma condição prévia da liberdade, o que significa que nada é 
ocultado nem tem necessidade de sê-lo (RAWLS, 2000, p.85). 
 
A cooperação social para ocorrer envolve, portanto, normas e procedimentos 
reconhecidos pelos cidadãos, que regulem as relações socais do povo. No entanto, vale 
destacar que esse processo deve ocorrer de forma equitativa entre os participantes, de modo 
que reforce a característica de reciprocidade entre os cidadãos, afinal o indivíduo só pode ser 
completo na união social (RAWLS, 2011). 
Assim, a publicidade como princípio é objetiva por garantir condições mínima para a 
sociedade na qual vive-se, além de estabelecer regras, procedimentos, a fim que se possa 
alcançar uma sociedade justa e pacífica, e como bem recorda Kant (2016b, p.19): 
Princípios práticos são proposições que contêm uma determinação 
geral da vontade, determinação que compreende sob si várias regras 
práticas. Elas são subjetivas, ou máximas, se a condição é 
considerada pelo sujeito como válida apenas sua vontade; mas são 
objetivas, ou lei prática, se a condição é reconhecida como objetiva, 
isto é, como válida para a vontade de todo o ser racional. 
 
Não sendo outra a razão pela qual foi inserida na Constituição de 88, no art. 37: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência [...] (grifo nosso). 
 
Assim, a publicidade está inserida no contexto do novo constitucionalismo, o qual 
aproxima o demos da atividade estatal, além de fortalecer as instituições e democracia do país. 
A Lei de Acesso à Informação (12.527/2011) é um dos exemplos mais emblemáticos nesse 
novo século de ampliação possibilidade participação, fiscalização e controle social por parte 
dos cidadãos brasileiros. Outra não sendo a lições do eminente professor Barroso (2010, 
p.112): 
Na teoria democrática e na filosofia constitucional contemporânea, 
essa conciliação vem sendo amplamente explorada. Tem ganhado 
adesão a ideia de que, na configuração moderna do Estado e da 
sociedade, a ideia de democracia já não se reduz à prerrogativa 
popular de eleger representantes, nem tampouco às manifestações 
das instâncias formais do processo majoritário. 
 
Para então, elencar dentre outros fatores a necessidade de “[...] prover mecanismos 
que garantam a boa administração, com racionalidade e transparência nos processos de 
tomada de decisão, de modo a propiciar governos eficientes e probos” (grifo nosso) 
(BARROSO, 2010, p.112). 
Isso posto, é necessário transladá-la ao processo decisório dos partidos político. A 
problemática se insere nos partidos políticos, uma vez estes que recebem elevadas quantias 
do fundo partidário, objetivando a construção do bem comum e do bem-estar social. Como 
então, comportam-se os partidos políticos (PSDB e MDB) na distribuição do fundo partidário 
tendo em vista os princípios basilares da sociedade, e especialmente o princípio da 
publicidade? 
Nesse aspecto, as lições sobre as fundamentações dos princípios no partido político 
promoverão inter alia, a priori, a estabilidade do partido político e de seus filiados, a 
cooperação entre os partidários, que seria equitativa, além de buscar solução visando o bem 
comum da sociedade. Isso dever ocorrer em virtude do partido político, apesar de ser pessoa 
jurídica de direito privado e representar interesses, não pode ter outra finalidade, senão 
aqueles elencados na Constituição Federal ou que estão em consonância com esta. 
Nosso exercício do poder político é plenamente apropriado só quando 
é exercido em conformidade com uma Constituição, cujos elementos 
essenciais se pode razoavelmente esperar que todos os cidadãos, 
em sua condição de livres e iguais, endossem à luz de princípios e 
ideias aceitáveis para sua razão humana comum (RAWLS, 2011, 
p.161). 
 
Diante do exposto, a participação ideal e a distribuição dos fundos partidário ideal seria 
aquela que estivesse próxima dos princípios de justiça de Rawls (2011) que mutatis mutandis 
poderia ser exposto resumidamente em direitos e liberdades iguais dentro partido, dentre 
dessas liberdades, as liberdades políticas para todos os filiados são garantidas e a 
desigualdade que possa haver na agremiação partidária deve visar maior benefício àqueles 
menos privilegiados. Ou seja: que o partido político não pode obstar a participação de alguém 
em prol de outrem (embora isso frequentemente ocorra na política brasileira, tendo em vista 
que os candidatos tentam cercear a possibilidade de haver convenções partidárias para 
definição do candidato a cargo majoritário) e que promoção da candidatura seja equitativa em 
prol daquele que esteja em menor condição, que equivale asseverar que a distribuição ideal do 
fundo partidário seria aquela que fosse repartida entre todos os candidatos, levando em 
consideração a condição social de cada. 
a) garantia de valor equitativo das liberdades políticos, de modo que 
não se tornem puramente formais; b) igualdade equitativa (e de novo, 
não meramente formal) de oportunidades; e c) o denominado 
princípio de diferença, segundo o qual as desigualdades sociais e 
econômicas a cargos e posições devem ser ajustadas de tal modo 
que, seja qual for o nível dessas desigualdades grade ou pequeno 
devem redundar no maior benefício possível para os membros menos 
privilegiado da sociedade (RAWLS, 2011, p.7). 
 
É nesse aspecto que se objeta que haja pessoas que detenham posições privilegiadas, 
que possam utilizar dos argumentos/ações coercitivos etc. Ao realizar tal procedimento através 
desses meios ou tendo tal posição numa instituição, por exemplo, destoa dos valores 
democráticos e fundamentais que formam uma sociedade, afinal, é “elemento básico da 
concepção política da justiça como equidade o fato de que, entre as virtudes políticas, 
encontram-se a tolerância e o respeito mútuo, além de um senso de equidade e civilidade” 
(RAWLS, 2011, p.145). 
Logo as instituições são chaves para análise. No caso brasileiro, enquanto ainda se 
discute a possibilidade de candidatura avulsa, os partidos políticos seguem com o monopólio 
de avalizar as candidaturas aos cargos representativos de seu próprio povo. No entanto, o 
processo decisório dos partidos estudados (PSDB e MDB) estariam contidos nas normativas 
da organização (o estatuto partidário, por exemplo), mas, também em normas legais, no 
contexto da cultura política do país e dos princípios elementares para a atuação política: seja 
esta intrapartidária como também para todos os cidadãos - pelo menos em tese. Essas 
características, que podem variar para cada partido, é o objetivo principal da análise desse 
trabalho, quando se gravita sobre o principal recurso do partido: o fundo partidário e sua 
distribuição. 
 
ORGANIZAÇÕES PARTIDÁRIAS E O DINHEIRO 
Os recursos financeiros são um dos elementos que permitem o funcionamento 
institucional regular dos partidos políticos e o desenvolvimento de suas atividades primordiais. 
Com a crescente substituição do trabalho voluntário pelo profissional, a disputa por esses 
recursos tornou-se tão importante para a legenda quanto à própria disputa por votos (RIBEIRO, 
2009). 
Os partidos de massas têm seu surgimento atrelado à expansão do sufrágio universal e 
é um modelo de organização partidária que se define primordialmente, em torno de seus 
vínculos com a sociedade civil. Desta forma, o partido de massas tem se caracterizado muitas 
vezes em termos da representação e legitimidade, os partidos são, consequentemente, 
estudadose relacionados principalmente em termos de sua relação com a sociedade 
(DUVERGER, 1980). 
No entanto, uma crescente desconexão da política convencional acentuou o 
enfraquecimento dos vínculos entre os partidos e a sociedade. A passagem de uma época 
bem-sucedida dos partidos de massa deu assim origem a debates sobre o “declínio” dos 
partidos no quesito representatividade. (Katz e Mair 1995). Como argumentam Bartolini e Mair 
(2001), as funções representativas (ou sociais) dos partidos declinam enquanto seu papel 
processual (ou institucional) ainda está intacto. Isso reflete um processo de transformação 
organizacional dos partidos políticos europeus que, segundo Katz e Mair (1995), sinaliza um 
enfraquecimento das suas ligações com a sociedade e uma simultânea intensificação da sua 
relação com o Estado. Os partidos se afastaram gradualmente e consistentemente da 
sociedade civil para o Estado, tornando-se cada vez mais fortemente enraizado dentro das 
instituições do Estado. 
A introdução de apoio estatal aos partidos não implica que outros recursos se tornaram 
irrelevantes, contudo, o Estado assumiu uma importância ainda mais crucial para o 
financiamento de partidos particularmente porque o financiamento público é visto como um 
mecanismo chave para alcançar a igualdade de oportunidades. E, portanto, como um 
instrumento importante para o estabelecimento de uma democracia multipartidária eficaz 
(BIEZEN, 2003). 
Uma das questões levantadas é que a introdução de subsídios públicos tornou os 
partidos políticos cada vez mais dependentes do Estado em detrimento dos seus vínculos 
financeiros com a sociedade, tais como contribuições de membros ou outras formas de 
financiamento de base. Além disso, pode consolidar o status quo, e contribuir para a 
caraterização do sistema partidário penalizando os partidos menores e dificultando a entrada 
de novos (BIEZEN E KOPECKY, 2014). 
Desde a redemocratização do país um debate importante vem ocorrendo acerca das 
condições institucionais que dificultam o pleno “desenvolvimento” da democracia brasileira 
(BRAGA, 2008). Os argumentos elaborados sobre assunto dizem respeito, primordialmente, 
acerca da combinação de presidencialismo com representação proporcional e lista aberta que, 
necessariamente, produziria ingovernabilidade. Já no que diz respeito aos partidos e sistema 
partidário, o diagnóstico é que esse tipo de arranjo institucional incentivaria a existência de 
partidos organizadamente frágeis (MAINWARING, 1993). 
Nessa perspectiva apresentada, excluindo os partidos de esquerda, os demais 
apresentariam organizações nacionais muito fracas, prevalecendo o poder decisório nas 
instâncias estaduais. Segundo Mainwaring (2001, p.309), a irrelevância das organizações 
partidárias nacionais, tem como consequência partidos de tipo cath-all com bancadas 
ideologicamente heterogêneas e dirigentes nacionais com pouco poder sobre os 
parlamentares, resultando em baixa disciplina parlamentar. 
Por outro lado, esta perspectiva poderia estar assentada em um escasso 
embasamento empírico, que tornou corrente a ideia de que os partidos brasileiros seriam 
debilmente organizados. E por isso, pouco se saberia sobre a dinâmica organizativa dos 
partidos brasileiros, o financiamento ou estrutura decisório interna dos partidos brasileiros 
(RIBEIRO, 2013). 
Esse déficit empírico deriva, em parte, na dificuldade de obtenção de dados precisos e 
confiáveis sobre as organizações partidárias. Embora as prestações de conta dos diretórios 
sejam públicas há muitos anos, a facilidade e acesso as informações avançaram lentamente, a 
respeito de maiores graus de eficiência, informatização e centralização de informações pelo 
Tribunal Superior Eleitoral (RIBEIRO, 2013). Nesse sentido, a análise de documentos 
partidários se coloca como estratégia para aumentar o conhecimento dos partidos brasileiros. 
Para Panebianco (1995, p.87), estatutos e regimentos constituem “pálidos” vestígios do 
funcionamento real dos partidos. 
 
ESTATUTOS PARTIDÁRIOS E A DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS 
Com a finalidade de atender os objetivos propostos de alocação intrapartidária dos 
recursos financeiros, serão utilizadas duas fontes de material empírico. Ambas as fontes 
produzidas pelos partidos políticos: a primeira os demonstrativos de receitas e despesas 
partidárias, e a segunda os estatutos partidários. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem regras 
consistentes para prestação de contas, e amplos mecanismos de controle de origem e de 
gastos, que são impostos aos partidos. Esses dados ficam à disposição na plataforma online 
do tribunal para consulta pública. Os estatutos serão utilizados para compreender se: a) 
existem normas para distribuição de recursos do Fundo Partidário; b) em caso positivo, se 
essas normas estipulam a centralização ou distribuição desses recursos; c) e se os estatutos 
estipulam responsabilidade às cúpulas nacionais pela sobrevivência financeira dos diretórios 
estaduais. Essa fonte tem por finalidade analisar composições normativas internas partidárias 
que possam influenciar na alocação interna. Segundo Katz e Mair (1992), as normas oficiais 
constituem uma referência que permite a comparação entre o funcionamento formal previsto e 
a dinâmica real da organização. As normas formais importam porque constituem as instituições 
que regulam a dinâmica intrapartidária, em termos da competição dos dirigentes, das relações 
entre as instâncias e do controle sobre os recursos. 
O PSDB surge em 1988 em uma cisão de parlamentares do PMDB3 que se 
consideravam a ala mais progressiva do partido. Devido a isso, o PSDB teve uma origem 
exclusivamente parlamentar tendo em sua composição inicial políticos bastante influentes no 
cenário nacional. Segundo a literatura, houveram três fatores motivadores da criação do PSDB. 
O primeiro fator ocorreu com as distinções parlamentares existentes na bancada do PMDB 
durante os trabalhos na Assembleia Nacional Constituinte em 1987, o segundo motivo teria 
 
3 Partido do Movimento Democrático Brasileiro 
sido o predomino do grupo quercista no estado de São Paulo, que disputava posições de poder 
internas dentro do PMDB. O terceiro e último fator foi a candidatura de João Leiva para a 
prefeitura de São Paulo articulada no interior do PMDB paulista (ROMA, 2002). 
Segundo Roma (2002), a reforma estatutária pela liderança do PSDB em 1999 
aumentou a autonomia decisória das seções subnacionais acerca das coligações e da 
participação em governos. No entanto, o estatuto garantiu ao diretório e executiva nacionais a 
faculdade de ditar regras para as coligações estaduais, enquanto as municipais deveriam ser 
normatizadas pelas instâncias estaduais. Para Ribeiro (2013), o PSDB tem sinalizado uma 
maior disposição de interferência sobre os rumos da legenda em estados e municípios, 
minorando a descentralização decisório da sigla. 
Quanto a distribuição interna do Fundo Partidário, consta no estatuto do PSDB a 
distribuição conforme prevista na Lei nº 9.096/95 de 20% dos seus recursos ao seu Instituto 
Teotônio Vilela para fins de pesquisa e doutrinação política. Subtraído esses 20% estipulados 
por lei, metade dos recursos são dirigidos aos Diretórios Estaduais e a outra metade 
permanece no Diretório Nacional do partido. Desses recursos que são distribuídos aos 
Diretórios estaduais metade são repassados igualitariamente e a outra metade é repassado 
conforme a proporção de representantes eleitos no Congresso nacional. Portanto, se 
observado apenas os estatutos do partido, suas regras formais apontam para uma 
descentralização na distribuição dos recursos para os diretórios estaduais. 
No caso do PMDB, o partido foi fundado para abrigar as elites políticas que se 
opunham ao governo militar, sendo ele o partido mais antigo em atividade no país. Sua criação 
data 1966, posteriormente, paraadaptar-se à nova alteração da legislação partidária em 1979 
o então MDB foi refundado sob a sigla do PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro. 
A unificação sob a mesma legenda de ex-trabalhista, ex-pessedistas, comunistas e 
outros opositores da ditatura militar conferiram ao MDB uma unidade precária, construída sobre 
a vontade e necessidade do reestabelecimento do movimento democrático. Além disso, o 
processo de formação forçado pela atuação do governo central, fez do partido uma 
organização fortemente vinculada à política parlamentar (KINZO, 1988). 
O controle dos poderes executivos nacional, estadual e municipal nas capitais do país 
e o enfraquecimento do congresso sob a legislação e o autoritarismo vigente na época, fizeram 
com que as prefeituras de grandes municípios do interior assumissem a condição de espaços 
decisivos de poder para atuação oposicionista (KERBAUY, 2000). O MDB passou a concentrar 
seus esforços nos municípios, em decorrência dos recursos políticos que poderiam mobilizar 
com a máquina pública, e a partir dessas localidades, fazer emergir novas lideranças para a 
organização (BIZARRO, 2013). 
Também em razão disso, o PMDB assumiu caráter localista, incentivando o 
estabelecimento e fortalecimento de suas bases locais, garantindo elevada autonomia para os 
órgãos partidários municipais e suas lideranças fazendo uma ponte estratégica entre seus 
interesses, os interesses das elites estaduais e nacionais (MELHEM, 1998). O partido, de 
maneira geral, enfatizou sua participação eleitoral como modo primordial de atuação da 
oposição política. Consequentemente, não apenas o partido foi bem-sucedido em pressionar o 
regime por meio das eleições como moldou a organização para atuação eleitoral (BIZARRO, 
2013). 
Na medida em que se reestabelecem as liberdades democráticas e condições de 
competição política as vitórias do PMDB, sofreram relativo impacto da fragmentação do 
sistema. Por outro lado, o partido passou a atrair políticos antes aliados a ditadura, que 
passaram a migrar para o partido de oposição quando este assumiu um protagonismo na 
transição democrática (KINZO, 1988). Isso conferiu ao partido uma faceta mais conservadora, 
que seria decisiva para as disputas da organização na Assembleia Nacional Constituinte e que 
contribuiu para o aumento de lideranças conservadoras no partido (MELHEM, 1998). 
Desta forma, a heterogeneidade interna do PMDB, as disputas entre suas lideranças 
estaduais e a crise de identidade do partido, são traços marcantes nas interpretações 
recorrentes no período contemporâneo quando se fala em PMDB (KINZO, 1993; FERREIRA, 
2002). Em grande medida, esse elemento somado ao fracasso do governo Sarney, foram 
responsáveis pelo insucesso das candidaturas presidenciais no período democrático que se 
seguiu (FERREIRA, 2002). 
Após várias perdas nas eleições nacionais, inclusive para o PSDB em 1994, o PMDB 
não sabia se era de governo ou de oposição e, apesar de aceitar fazer parte da coalizão 
governista, os parlamentares não aceitavam e não votavam de acordo com as recomendações 
da Cúpula Nacional. Confirmando a incapacidade de a elite controlar de forma efetiva a 
organização, “em última análise, havia um vazio de lideranças nacionais capazes de 
arregimentar o partido nacionalmente e, em contrapartida, uma inflação de lideranças 
regionais” (FERREIRA, 2002, p.158). 
Apesar dessas questões, o partido sempre teve um grande desempenho eleitoral para 
a Câmara dos Deputados e para o Senado, sendo um ator essencial para formação de 
coalizão. Esse surgimento do partido é necessário para compreender a organização interna e 
as formas como suas forças políticas agem. Resumidamente, a literatura aponta que o PMDB é 
um partido de organização localista, em que as lideranças locais e regionais gozam de elevada 
autonomia, com destacado papel na atuação parlamentar e difusa identidade partidária. 
Dentre os partidos analisados o PMDB é apontando como o partido que menos alterou 
sua estrutura, o estatuto peemedebista de 1993 ampliou a autonomia organizativa e por outro 
lado, institucionalizou a descentralização de cunho federalista ao ampliar e adotar critérios 
regionais na composição do Diretório Nacional (FERREIRA, 2002; RIBEIRO, 2013). 
Segundo as regras formais dispostas no estatuto de 2013 do partido no capítulo II “Da 
contabilidade”, art. 107 encontramos: I) 20% do total a Fundação Ulysses Guimarães Nacional; 
II) 15% do total ao Diretório Nacional; II) 60% do total aos Diretórios Estaduais que mantenham 
organizados 1/3, no mínimo, de Diretórios Municipais que representam 30% do eleitorado do 
Estado, distribuídos na forma seguinte: a) 30% igualmente entre todos; b) 30% proporcional ao 
número de eleitores inscritos no Estado em 31 de dezembro do ano anterior ao de competência 
orçamentária; c) 20% proporcional ao número de representantes eleitos para a Câmara dos 
Deputados na última eleição realizada anterior ao ano de competência; d) 20% proporcional ao 
número de representantes eleitos para a Assembleia Legislativa na última eleição realizada 
anterior ao ano de competência. 
Segundo Braga e Bourdoukan (2009), essa estratégia mais descentralizada de 
distribuição do fundo partidário poderia ser um bom indicador da vitalidade dos grupos políticos 
estaduais em detrimentos das lideranças nacionais nas decisões intrapartidárias. 
 
ANÁLISE DOS DADOS 
A corrente que considera que os partidos políticos brasileiros seriam organizadamente 
frágeis, prevalecendo o poder decisório em instâncias estaduais que pode estar assentada em 
um escasso embasamento empírico, que tornou a ideia que os partidos brasileiros seriam 
debilmente organizados. Nesse sentido, a análise de documentos partidários se coloca como 
estratégia para aumentar o conhecimento dos partidos. Para Panebianco (2005, p.87), 
estatutos e regimentos constituem “pálidos” vestígios do funcionamento real dos partidos. 
Além do mais, a forma como os partidos se organizam é fundamental para 
compreender a força, capacidade de respostas e estratégias políticas. Em um ambiente 
multinível como o Brasil, a organização partidária engloba a forma como os partidos políticos 
mantem organizações integradas em todos os níveis de governo E isso inclui a forma como 
organizações estaduais e federais são estruturalmente integradas, até que ponto os recursos e 
serviços são compartilhados por meio dessas ligações e até que ponto os níveis do partido são 
considerados homogêneos em metas e interesses compartilhados (RIBEIRO e FABRE, 2016). 
Assim, por meio do quadro abaixo é apresentado a institucionalização e as regras 
formais de algumas organizações partidárias, em especial, as analisadas nesse trabalho: 
PSDB e MDB. 
 
Quadro 1: Regras de distribuição de recursos estipuladas nos estatutos partidários 
 
PFL/DEM Estatuto de: 
2003 e 2007 
O partido não possui regras formais estabelecidas de quanto 
deve ser repassado aos diretórios estaduais. 
PSDB Estatuto de: 
2003, 2007, 
2011, 2013 e 
2015 
Fica estipulado no estatuto do partido que 50% dos recursos 
serão distribuídos as instancias estaduais. Dessa parcela 
distribuída, 50% será distribuído igualmente entre os 
diretórios e 50% será distribuído proporcionalmente 
conforme número de representantes no Congresso Nacional. 
PT Estatuto de: 
2007, 2013 e 
2015 
Pela regra do estatuto de 2007: 40% dos recursos será 
distribuído as instancias estaduais. Dessa parcela 20% será 
distribuído igualmente entre direções estaduais e 80% para 
direções estaduais conforme número de delegados 
presentes no Encontro Estadual. Contudo, a partir de 2015 a 
última regra foi revogada, e o partido deixou de estipular o 
quanto seria distribuído. 
PMDB Estatuto de: 
1996 e 2013 
Fica estipulado que 60% dos recursos será distribuído aos 
diretórios estaduais. Dessa parcela 30% igualmente a todos; 
30% proporcional ao número de eleitoresinscritos nos 
estados; 20% proporcional ao número de representantes 
eleitos na câmara dos deputados; 20% proporcional ao 
número de representantes eleitos para Assembleia 
Legislativa. 
PP Estatuto de: 
2005 e 2011 
Pela regra 40% dos recursos são distribuídos aos diretórios 
estaduais, sendo: 10% igualmente a todos; 15% 15% aos 
diretórios estaduais com 1/5 de diretórios municipais e 15% 
proporcionalmente ao número de eleitores da população. 
Fonte: Elaboração própria a partir dos estatutos partidários 
 
 
A partir da estrutura das regras formais dispostas nos estatutos em relação a 
distribuição de recursos, serão contrapostos com os dados empíricos de prestação de contas 
dos partidos. Essa comparação será útil para verificarmos as garantias institucionais dispostas 
nos estatutos partidários e também para compreendermos a dinâmica interna de alocação de 
recursos dessas organizações. 
Dentre as regras formais dos partidos analisados, com exceção do PMDB e do PSDB, 
pode-se dizer que as regras dos estatutos em relação a distribuição de recursos apontam para 
organizações altamente centralizadoras em relação a seus recursos financeiros. Contudo, cabe 
aos dados empíricos revelar se há fatores informais e desconhecidos que impactam na 
distribuição dos recursos intrapartidários. 
Logo, é necessário analisar empiricamente o percentual que os partidos políticos no 
Brasil destinam aos seus diretórios estaduais. Isso se deve, em virtude importância em saber o 
grau de descentralização, assim como de um certo grau de autonomia para com seus a diretiva 
nacional. 
 
Tabela 1: Percentual de Subsídios Públicos distribuídos aos diretórios estaduais 
 
 2007 2008 2009 2010 2011 2012 
 
2013 
 
2014 
 
2015 
 
Média 
PT 13 21 15 19 21 21 
 
24 
 
23 
 
24 
 
20 
PMDB 56 50 57 62 60 47 
 
44 
 
45 
 
57 
 
53 
PSDB 29 31 31 24 34 28 
 
33 
 
 
34 
 
30 
 
30 
 
PP 30 34 34 39 37 43 
 
32 
 
41 
 
23 
 
35 
DEM 33 30 28 28 31 33 
 
23 
 
24 
 
20 
 
30 
 
Fonte: FABRE e RIBEIRO (2016) 
 
O PMDB tem estipulado em regras formais 60% de distribuição dos recursos oriundos 
do Fundo Partidário, mas sua média fica em 53% de distribuição, bem próximo do indicado no 
estatuto, enquanto o PSDB fica na média de 30% de distribuição, um meio termo entre o 
partido mais centralizado e o mais descentralizado quanto a recursos financeiros. 
 
CONCLUSÃO 
Como ressalta Lima Jr. (1999), são poucos os estudos sobre partidos políticos voltados 
para a organização partidária e a forma como ela se estrutura para garantir sua sobrevivência 
ao longo do tempo. Segundo Lima Jr. (1999, p.36), “há uma tendência para uma avaliação dos 
partidos, dentro e fora do ambiente acadêmico, eminentemente negativa, que os considera 
‘sem raízes’, desprovidos de conteúdo programático, partidos de aluguel.” 
A avaliação pode até ser correta, mas falta-nos base empírica - sobretudo 
comparações internacionais - para subsidiar tais juízos de valor. São estudos sobre 
recrutamento, organização, ideologia e filiação, para citar uns poucos temas, que poderão, 
juntamente com as comparações intra e internacionais, permitir que efetuemos generalizações 
sobre a natureza de nossos sistemas partidários e seus processos de mudança. 
Nesse sentido, empreender um exame sobre a distribuição de recursos públicos nos 
partidos brasileiros tem o intuito de contribuir para o conhecimento sobre as organizações 
partidárias e alguns aspectos de seus processos internos, que muitas vezes são julgados como 
processos aleatórios por seu desconhecimento. 
Logo, o princípio da publicidade se mostra revelador, em virtude de interligar o 
processo institucional e a prática de seus dirigentes. Se por um lado, PMBD o princípio está 
mais inserido e garantido para a ação partidária de seus dirigentes, por outro lado, é 
necessário notar que no PSDB os aspectos intra e interpartidários são menos descentralizados 
do que se esperava. 
A hipótese apresentada de que os partidos mais descentralizados possuem maiores 
garantias institucionais se mostra verdadeira nesse caso. O PMDB, agora MDB, se caracteriza 
como mais descentralizado em seus estatutos e de fato a sua distribuição financeira é coerente 
com suas regras formais diferentemente do PSDB. 
 
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