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Avaliação e Controle da Execução 
Orçamentária
Instâncias de Avaliação e Controle:
Lei n. 4320/1964: 
“Art. 75. O controle da execução 
orçamentária compreenderá: 
I – a legalidade dos atos de que resultem 
a arrecadação da receita ou a realização 
da despesa, o nascimento ou a extinção 
de direitos e obrigações; 
II – a fidelidade funcional dos agentes da 
administração, responsáveis por bens e 
valores públicos; 
III – o cumprimento do programa de 
trabalho expresso em termos 
monetários e em termos de realização 
de obras e prestação de serviços”.
CF/1988:
“Art. 70. A fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à 
legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, será 
exercida pelo Congresso Nacional, 
mediante controle externo, e pelo 
sistema de controle interno de cada 
Poder.
Parágrafo único - Prestará contas 
qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, 
guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou 
pelos quais a União responda, ou que, 
em nome desta, assuma obrigações de 
natureza pecuniária.”
Sistemas de Controle:
a) Controle Interno: é realizado 
pelos três Poderes e pelo 
Ministério Público, por meio de 
unidades específicas de cada 
órgão que fazem o 
acompanhamento e a auditoria 
dos atos de seus gestores, 
procurando, sobretudo, coibir 
desvios e erros antes de sua 
ocorrência e proceder à avaliação 
de resultados da gestão 
orçamentária, financeira e 
patrimonial. Ele integra a 
estrutura organizacional da 
Administração, tendo por função 
acompanhar a execução dos atos 
e apontar, em caráter sugestivo, 
preventivo ou corretivamente, as 
ações a serem desempenhadas. 
Além disso, tem caráter opinativo, 
haja vista que o gestor pode ou 
não atender à proposta que lhe 
seja indicada, sendo dele a 
responsabilidade e risco dos atos 
praticados.
b) Controle Social: é exercido pelos 
cidadãos e, de forma mais efetiva, 
por segmentos organizados da 
comunidade, entidades de mídia 
e conselhos de gestão (conselho 
municipal de educação, de 
saúde, de assistência social, entre 
outros). 
c) Controle Externo: é exercido 
exclusivamente pelo Poder 
Legislativo. Cabe aos 
parlamentares municipais, 
estaduais e federais, auxiliados 
pelos órgãos de contas de seu 
município, Estado ou da União, 
fazer o acompanhamento 
concomitante da gestão 
orçamentária e auditar, a 
posteriori, as contas do governo e 
os atos que apresentem indícios 
de irregularidades. 
Os Tribunais de Contas são 
encarregados de realizar a 
fiscalização orçamentária, 
financeira, patrimonial e 
operacional, auxiliando no 
controle de mérito ou político, no 
exercício da prerrogativa 
atribuída ao Poder Legislativo.
De acordo com o Art. 49 da 
CF/1988, são competências do 
controle externo “julgar 
anualmente as contas prestadas 
pelo Presidente da República e 
apreciar os relatórios sobre a 
execução dos planos de governo 
e fiscalizar e controlar, 
diretamente, ou por qualquer de 
suas Casas, os atos do Poder 
Executivo, incluídos os da 
administração indireta”.
Atividades do Controle Externo:
Em síntese:
Tribunal de Contas da União:
Lei 8443/1992:
“Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão 
de controle externo, compete, nos termos da 
Constituição Federal e na forma estabelecida 
nesta Lei:
I - julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores 
públicos das unidades dos poderes da União e 
das entidades da administração indireta, 
incluídas as fundações e sociedades instituídas e 
mantidas pelo poder público federal, e as contas 
daqueles que derem causa a perda, extravio ou 
outra irregularidade de que resulte dano ao 
Erário;
II - proceder, por iniciativa própria ou por 
solicitação do Congresso Nacional, de suas 
Casas ou das respectivas Comissões, à 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial das unidades dos 
poderes da União e das demais entidades 
referidas no inciso anterior;
III - apreciar as contas prestadas anualmente 
pelo Presidente da República, nos termos do art. 
36 desta Lei;
IV - acompanhar a arrecadação da receita a 
cargo da União e das entidades referidas no 
inciso I deste artigo, mediante inspeções e 
auditorias, ou por meio de demonstrativos 
próprios, na forma estabelecida no Regimento 
Interno;
V - apreciar, para fins de registro, na forma 
estabelecida no Regimento Interno, a legalidade 
dos atos de admissão de pessoal, a qualquer 
título, na administração direta e indireta, 
incluídas as fundações instituídas e mantidas 
pelo poder público federal, excetuadas as 
nomeações para cargo de provimento em 
comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas 
as melhorias posteriores que não alterem o 
fundamento legal do ato concessório;
VI - efetuar, observada a legislação pertinente, o 
cálculo das quotas referentes aos fundos de 
participação a que alude o parágrafo único do 
art. 161 da Constituição Federal, fiscalizando a 
entrega dos respectivos recursos;
VII - emitir, nos termos do § 2º do art. 33 da 
Constituição Federal, parecer prévio sobre as 
contas do Governo de Território Federal, no 
prazo de sessenta dias, a contar de seu 
recebimento, na forma estabelecida no 
Regimento Interno;
VIII - representar ao poder competente sobre 
irregularidades ou abusos apurados, indicando o 
ato inquinado e definindo responsabilidades, 
inclusive as de Ministro de Estado ou autoridade 
de nível hierárquico equivalente;
IX - aplicar aos responsáveis as sanções 
previstas nos arts. 57 a 61 desta Lei;
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art33%C2%A72
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art33%C2%A72
X - elaborar e alterar seu Regimento Interno;
XI - eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, 
e dar-lhes posse;
XII - conceder licença, férias e outros 
afastamentos aos ministros, auditores e membros 
do Ministério Público junto ao Tribunal, 
dependendo de inspeção por junta médica a 
licença para tratamento de saúde por prazo 
superior a seis meses;
XIII - propor ao Congresso Nacional a fixação 
de vencimentos dos ministros, auditores e 
membros do Ministério Público junto ao 
Tribunal;
XIV - organizar sua Secretaria, na forma 
estabelecida no Regimento Interno, e prover-lhe 
os cargos e empregos, observada a legislação 
pertinente;
XV - propor ao Congresso Nacional a criação, 
transformação e extinção de cargos, empregos e 
funções do Quadro de Pessoal de sua Secretaria, 
bem como a fixação da respectiva remuneração;
XVI - decidir sobre denúncia que lhe seja 
encaminhada por qualquer cidadão, partido 
político, associação ou sindicato, na forma 
prevista nos arts. 53 a 55 desta Lei;
XVII - decidir sobre consulta que lhe seja 
formulada por autoridade competente, a respeito 
de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos 
legais e regulamentares concernentes a matéria 
de sua competência, na forma estabelecida no 
Regimento Interno.”
Relatórios Orçamentários e de Gestão 
Fiscal:
Com o objetivo de facilitar o controle 
formal das contas públicas, tanto pelos 
órgãos públicos quanto pela sociedade, 
a legislação determina a publicação de 
uma série de demonstrativos ao longo 
do ano:
a) Relatório Resumido de Execução 
Orçamentária (RREO):
Trinta dias após cada dois meses 
(bimestre), o Poder Executivo 
deve publicar um relatório 
resumido da execução 
orçamentária. 
Conteúdo:
- Balanço Orcamentário;
- Demonstrativo da 
Execução das Despesas 
por Função e Subfunção;
- Demonstrativo da Receita 
Corrente Liquida – RCL;
- Demonstrativo das 
Receitas e Despesas 
Previdenciárias do RGPS e 
do RPPS;
- Demonstrativo dos Restos 
a Pagar por Poder e 
Órgão;
- Demonstrativo das 
Receitas de Operações de 
Crédito e Despesas de 
Capital;
- Demonstrativo da 
Projeção Atuarial do RGPS 
edo RPPS;
- Demonstrativo da Receita 
de Alienação de Ativos e 
Aplicação dos Recursos;
- Demonstrativo das 
Parcerias 
Público-Privadas;
- Demonstrativo do 
Resultado Primário;
- Demonstrativo do 
Resultado Nominal.
b) Relatório de Gestão Fiscal (RGF):
Trinta dias após cada quatro 
meses (quadrimestre), os três 
poderes divulgam o respectivo 
relatório de gestão fiscal, 
contendo as informações 
determinadas pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal 
(cumprimento dos limites de 
gastos com pessoal, dívida, 
concessão de garantias, 
operações de crédito etc.). 
Conteúdo: 
- Demonstrativo da 
Despesa com Pessoal;
- Demonstrativo da Dívida 
Consolidada;
- Demonstrativo das 
Garantias e 
Contragarantias de 
Valores; 
- Demonstrativo das 
Operações de Crédito; 
- Demonstrativo da 
disponibilidade de Caixa e 
dos Restos a Pagar.
c) Demonstrações Contábeis:
Ao final do exercício financeiro, o 
Poder Executivo elabora os 
balanços e demonstrativos 
contábeis do governo. O Poder 
Legislativo e o Judiciário devem 
elaborar as suas prestações de 
contas separadamente. 
Conteúdo:
- Balanço Orçamentário
- Balanço Financeiro 
- Balanço Patrimonial 
- Demonstração das 
Variações Patrimoniais
- Demonstração dos Fluxos 
de Caixa
- Demonstração das 
Mutações no Patrimônio 
Líquido
- Notas Explicativas às 
DCASP.
d) Prestação de Contas:
A prestação de contas do 
governante, referentes ao ano 
anterior, deve ser encaminhada 
ao Poder Legislativo até 60 dias 
após a abertura da sessão 
legislativa. Esta analisa e julga as 
contas, em prazo definido pela 
constituição ou lei orgânica (no 
caso dos municípios).

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