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Demonstrações Contábeis Representam importantes informações, promovendo transparência dos resultados orçamentário, financeiro, econômico e patrimonial do setor público. Objetivo: padronizar a estrutura e definições dos elementos (União, Estados, DF e municípios) permitindo a análise e a consolidação das contas públicas em âmbito nacional. Dispositivos legais: –Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964; –Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000; –Disposições do CFC - Princípios de Contabilidade; –Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC T 16). Demonstrações contábeis do setor público: 1. Balanço Orçamentário: Demonstra as receitas previstas e as despesas fixadas, em confronto com as realizadas; Deve evidenciar as receitas por Categoria Econômica e Origem e as despesas orçamentárias por categoria Econômica e Grupo de Natureza, confrontar o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar o resultado orçamentário e discriminar: − As receitas por Categoria Econômica e Origem; − As despesas por Categoria Econômica e Grupo de Natureza e Classificação Funcional. RECEITA - Receitas por categoria econômica, origem e espécie; - Previsão inicial; - Previsão atualizada para o exercício; - Receita realizada; - Saldo (diferença entre Rec. Realizadas e Previsão Atual; - Déficit orçamentário; - Saldo dos Exercícios Anteriores. DESPESA - Despesas por categoria econômico e grupo de natureza; da despesa; - Dotação inicial; - Dotação atualizada para o exercício; - Despesas empenhadas; - Despesas liquidadas; - Despesas pagas; - Saldo da dotação; - Superávit orçamentário. No início da execução orçamentária, tem-se o equilíbrio entre receita prevista (receita prevista a ser arrecadada no exercício) e despesa fixada (despesa a ser executada ); Iniciada a execução, quando há superávit financeiro de exercícios anteriores, tem-se um recurso disponível para abertura de créditos para despesas não fixadas ou não totalmente contempladas pela LOA. O equilíbrio entre receita prevista e despesa fixada pode ser verificado entre previsão atualizada e dotação atualizada. Conceitos: a) Receita: - Previsão Inicial: valores da previsão inicial das receitas, constantes na LOA; - Previsão Atualizada: valores da previsão atualizada das receitas para o exercício, que refletem a parcela da re-estimativa da receita utilizada para abertura de créditos adicionais (excesso de arrecadação, operações de crédito, novas naturezas de receita não previstas e remanejamento entre naturezas de receita); - Receitas Realizadas: receitas realizadas no período; - Saldo: diferença entre as receitas realizadas e a previsão atualizada. - Subtotal das Receitas: total das receitas antes de refinanciamento; - Refinanciamento: receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos destinadas ao refinanciamento da dívida pública; - Subtotal com refinanciamento: soma do subtotal das receitas com o refinanciamento; - Déficit: subtotal com refinanciamento das receitas menos subtotal com refinanciamento das despesas; - Se receitas > despesas = Superávit e a linha Déficit ficará com um traço. - Total: soma do Subtotal com Refinanciamento ao Déficit; - Saldos de Exercícios Anteriores: valor de recursos provenientes de superávit financeiro de exercícios anteriores e créditos adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício anterior, reabertos no exercício corrente; –Apresenta valores somente nas colunas que se referem à previsão atualizada e à receita realizada; –Tais valores não poderão ser lançados novamente como receita orçamentária, como também não poderão ser considerados no cálculo de déficit ou superávit (são recursos arrecadados em exercícios anteriores). b) Despesa: - Dotação Inicial: valor dos créditos iniciais constantes da LOA; - Dotação Atualizada: valor da dotação inicial mais os créditos adicionais abertos ou reabertos durante o exercício, deduzidas as anulações/cancelamentos; - Despesas Empenhadas: valores das despesas empenhadas até o encerramento do exercício, inclusive as despesas que já foram liquidadas e pagas; - Considera-se despesa orçamentária executada a despesa que já passou pelo estágio do empenho. - Despesas Liquidadas: valores das despesas liquidadas até o encerramento do exercício, incluindo despesas que já foram pagas; - Despesas Pagas: totais das despesas pagas pertencentes ao orçamento do exercício financeiro, não incluindo os valores referentes ao pagamento de Restos a Pagar; - Saldo da Dotação: diferença entre a dotação atualizada e as despesas empenhadas. O Balanço Orçamentário será elaborado utilizando-se as seguintes classes e grupos do Plano de Contas: Classe 5, grupo 2 – Orçamento aprovado: previsão da receita e fixação da despesa; Classe 6, grupo 2 – Execução do orçamento: realização da receita e execução da despesa. 2. Balanço Financeiro: Possibilita a apuração do resultado financeiro e compara os ingressos e dispêndios (entradas e saídas de recursos financeiros). Demonstra a receita orçamentária realizada por fonte/destinação de recurso, a despesa orçamentária executada por fonte/destinação de recurso e o montante não pago (parcela retificadora), os recebimentos e pagamentos extraorçamentários, as transferências ativas e passivas decorrentes, ou não, da execução orçamentária e os saldos inicial e final das disponibilidades. Conceitos: - Destinação Ordinária: processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades; - Destinação Vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela legislação; - Transferências Financeiras Recebidas e Transferências Financeiras Concedidas : movimentações de recursos financeiros entre órgãos e entidades da administração direta e indireta. - Recebimentos Extraorçamentários: ingressos não previstos no orçamento, que serão restituídos em época própria, por decisão administrativa ou sentença judicial; - Pagamentos Extraorçamentários: pagamentos que não precisam se submeter ao processo de execução orçamentária; - Saldo em Espécie: somatório dos saldos das contas do subgrupo Caixa e Equivalentes de Caixa, bem como o valor das entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros. O Balanço Financeiro será elaborado utilizando-se as seguintes classes do Plano de Contas: Classe 6: execução da receita e despesa orçamentária; Classe 5: para a inscrição de restos a pagar; Classe 4: variações patrimoniais aumentativas; e Classe 3: variações patrimoniais diminutivas – para transferências financeiras recebidas e concedidas, respectivamente; Classes 1: ativo; e 2: passivo – para recebimentos e pagamentos extraorçamentários, o saldo em espécie do exercício anterior e para o exercício seguinte. 3. Balanço Patrimonial: Demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública. É elaborado por meio de contas representativas do patrimônio público, além das contas de compensação (atos potenciais). Permite análises acerca da situação patrimonial da entidade, como sua liquidez e seu endividamento. Classificação de elementos patrimoniais: Ativos circulantes: encontram-se disponíveis para realização imediata; têm a expectativa de realização até o término do exercício seguinte. Demais ativos: são não circulantes. Passivos circulantes: correspondem a valores exigíveis até o final do exercício seguinte; correspondem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade. Demais passivos: são não circulantes. Elementos financeiros e permanentes: Ativo Financeiro: créditos e valores realizáveis independentemente deautorização orçamentária e os valores numerários. Ativo Permanente: bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. Passivo Financeiro: dívidas fundadas e outros pagamentos que independem de autorização orçamentária. Passivo Permanente: dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. Estrutura: O Balanço Patrimonial será elaborado utilizando-se as seguintes classes do Plano de Contas: Classe 1: ativo (ordem decrescente – grau de conversibilidade); Classe 2: passivo (ordem decrescente – grau de exigibilidade) e patrimônio líquido; Classe 8: controles credores, para o quadro referente às compensações. 4. Demonstrações dos Fluxos de Caixa: A demonstração dos fluxos de caixa tem o objetivo de contribuir para a transparência da gestão pública, pois permite um melhor gerenciamento e controle financeiro. Suas informações proporcionam instrumentos para avaliar a capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez. Permite projetar cenários de fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos; Composta por: Quadro Principal, de Receitas Derivadas e Originárias, de Transferências. Recebidas e Concedidas, de Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função, de Juros e Encargos da Dívida 5. Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido: A Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido será obrigatória apenas para as empresas estatais dependentes constituídas sob a forma de S/A e facultativa para os demais entes; Visa demonstrar: os ajustes de exercícios anteriores; as transações de capital com os sócios (aumento de capital, aquisição ou venda de ações em tesouraria e os juros sobre o capital próprio); o superávit ou déficit patrimonial do período; a destinação do resultado (transferências para/ reservas e distribuição de dividendos) e outras mutações do patrimônio líquido. 6. Demonstração das Variações Patrimoniais: Evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou não da execução orçamentária, e indica o resultado patrimonial do exercício (semelhante a DRE/Privado). Essas alterações podem ser quantitativas: decorrentes de transações no setor público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido; ou qualitativas: decorrentes de transações no setor público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido. O resultado patrimonial do período é apurado pelo confronto entre as variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas. Conceitos: - Variações quantitativas: decorrentes de transações que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido; são divididas em Variações Patrimoniais Aumentativas (↑) e Diminutivas (↓). - Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria: prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada; - Contribuições: contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de iluminação pública. - Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos: variações com a venda de bens, serviços e direitos; - Variações Patrimoniais Aumentativas Financeiras: somatório das variações com operações financeiras (descontos, juros, prêmio de resgate de títulos, etc.); - Transferências Recebidas: variações patrimoniais com transferências inter-governamentais, intragovernamentais, a instituições multigovernamentais, a instituições privadas com ou sem fins lucrativos, a convênios e ao exterior; - Valorização e Ganhos com Ativos: variação com reavaliação e ganhos de ativos. - Outras Variações Patrimoniais Aumentativas: somatório das demais variações patrimoniais aumentativas não incluídas nos grupos anteriores. - Pessoal e Encargos: remuneração do pessoal ativo civil ou militar; - Benefícios Previdenciários: variações patrimoniais diminutivas relativas às Aposentadorias, Pensões, Reformas, Reserva Remunerada e Outros Benefícios; - Benefícios Assistenciais: ações de Assistência Social, que são Políticas de Seguridade Social não contributiva, visando à garantia dos mínimos sociais, etc. - Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo: somatório das variações com manutenção e operação da máquina pública; - Variações Patrimoniais Diminutivas Financeiras: variações com operações financeiras (juros, descontos, comissões, despesas bancárias e correções monetárias); - Transferências Concedidas: variações com transferências inter-governamentais, intragovernamentais, a instituições multigovernamentais, à instituições privadas com ou sem fins lucrativos, a convênios e ao exterior; - Desvalorização e Perda de Ativos: variação diminutiva com desvalorização e perdas de ativos, com redução a valor recuperável, perdas com alienação e perdas involuntárias; - Tributárias: variações relativas aos impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais, contribuições econômicas e contribuições especiais. - Outras Variações Patrimoniais Diminutivas: variações não incluídas nos grupos anteriores. - Variações Qualitativas: variações decorrentes da execução orçamentária que consistem em incorporação e desincorporação de ativos, bem como incorporação e desincorporação de passivos. - Para elaboração da Demonstração das Variações Patrimoniais, considerar-se-ão apenas as variações qualitativas decorrentes das receitas e despesas de capital, considerando a relevância da informação (as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões). A Demonstração das Variações Patrimoniais será elaborada utilizando-se as seguintes classes do Plano de Contas: Classe 3: variações patrimoniais diminutivas (variações quantitativas); Classe 4: variações patrimoniais aumentativas (variações quantitativas); Análise da Demonstração das Variações Patrimoniais: Resultado patrimonial: é afetado por fatos orçamentários e extraorçamentários – permite observar os itens mais relevantes que levaram ao superávit ou déficit patrimonial; É um importante indicador de gestão fiscal, já que é o principal item que influencia na evolução do patrimônio líquido de um período, objeto de análise do anexo de metas fiscais integrante da LOA. A avaliação de gestão tem o objetivo de apurar o quanto e de que forma a administração influenciou nas alterações patrimoniais quantitativas e qualitativas; Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais: resultante da relação entre o Total das Variações Patrimoniais Aumentativas e o Total das Variações Patrimoniais Diminutivas.