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A reprodução é uma conseqüência da vida ou a vida é uma conseqüência da reprodução? 123 Biologia Dentre as técnicas de reprodução assistida, a inseminação artificial po- de ser considerada a mais simples e a mais próxima do processo natu- ral. Todavia, para o casal receber esta forma de tratamento, a mulher deve apresentar tubas uterinas íntegras e o homem, no mínimo 5 x 106 esperma- tozóides móveis. Uma vez devidamente estudado o casal, e indicada a inseminação artifi- cial, o tratamento começa com a estimulação controlada dos ovários. Fonte: http://www.unifesp.br/grupos/rhumana/iiu.htm É comum numa união de um homem com uma mulher a seguinte pergunta: Quando chega o bebê? De certa forma, existe uma pressão da sociedade no casal, principalmente sobre a mulher, em relação à procriação. A infertilidade conduz à discriminação, que reforça o sen- timento de inferioridade e de culpa na mulher, além da estrutura fami- liar que é abalada quando o casal não pode ter filhos. A reprodução assistida possibilita aos casais com problemas de in- fertilidade a realizar um dos mais desejados sonhos da humanidade – a procriação. Porém algumas questões são fortemente discutidas quando um casal opta pela inseminação artificial, como por exemplo, o alto in- vestimento financeiro e os riscos de vida aos quais a mulher e o futuro bebê estarão sujeitos. Neste caso, ao invés do casal fazer a inseminação artificial, por que eles não adotam uma criança? Existem muitas crianças necessitando um lar para viver. A adoção não seria mais útil? Existem leis para a adoção? DEBATE A busca incansável por novos conhecimentos científicos sempre preocupou a humanidade. Isso gerou necessidade de impor alguns li- mites éticos e morais, não para impedir o desenvolvimento e o pro- gresso dessa nova tecnologia reprodutiva, mas para controlar sua uti- lização. Experiência laboratorial. Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Todo cuidado deve ser tomado para não cair na técnica pela técnica, ou seja, na desumanização e artificialização do processo da reprodução humana. Biodiversidade124 Ensino Médio O Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou algumas leis de utilização das técnicas de reprodução assistida em 1992, através da Resolução CFM nº 1.358/92. Essa Resolução determina alguns critérios éticos e técnicos que devem ser seguidos por todos os médicos brasi- leiros que utilizam esse meio de reprodução. Ao todo são seis critérios para a realização da técnica de reprodu- ção assistida, segundo NETO (1998): 1- Necessidade de vínculo matrimonial: deve-se considerar a estabili- dade e a efetividade do casal; 2- Doação de gametas: é indicada nos casos em que não há gametas em ambos ou em um dos componentes do casal; 3- Número de embriões transferidos: no Brasil limitou-se a transferên- cia de até quatro embriões por cada procedimento; 4- Criopreservação de gametas e embriões: no Brasil, a Resolução re- gulamenta que os embriões que não são utilizados, após a transfe- rência a fresco, não devem ser descartados; 5- Diagnóstico genético in vitro: as técnicas de reprodução assistida podem ser utilizadas no diagnóstico e tratamento de doenças gené- ticas, quando indicadas, e com garantias de sucesso; 6- A gravidez de substituição: no Brasil, a Resolução permite a utiliza- ção desde que exista impedimento físico ou clínico para que a mu- lher, doadora genética, possa levar a termo uma gravidez. Diante desses critérios algumas indagações podem ocorrer: o homem é um objeto da Ciência? Se a Ciência lida com fatos observáveis, ou seja, com acontecimentos e seres em laboratório, en- tão, nesse caso, o homem passa a ser objeto de experimentação? DEBATE O homem é livre, dotado de razão e de vontade, é capaz de criar valores e fins, fazer suas próprias escolhas diante de várias opções. Co- mo explicar cientificamente um ser que é livre e que age por liberda- de? Como transformá-lo em objeto, sem destruir sua principal caracte- rística – a subjetividade?