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Anos Iniciais do Ensino Fundamental 111 PEDAGOGIA Percurso histórico dos métodos de alfabetização e novas demandas de ensino Onaide Schwartz Mendonça Doutora em Letras. Professora do Departamento de Educação da Uni- versidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente D14 – Conteúdos e Didática de Alfabetização Anos Iniciais do Ensino Fundamental112 PEDAGOGIA Os primeiros métodos de alfabetização Pelo conhecimento da história dos métodos de alfabetização, podemos compreender os estágios pelos quais passou esse processo paralelamente às transformações econômicas, sociais, políticas e educacionais. Araújo (1996) divide a história da alfabetização em três grandes períodos, porém, em razão de novos questionamentos, podemos acrescentar mais um, o atual, e subdividi-la, portanto, em quatro períodos, como veremos a seguir. Segundo Araújo (1996), o primeiro inclui a Antiguidade e a Idade Média, quando predominou o método da soletração; o segundo teve início pela reação contra o método da soletração, entre os séculos XVI e XVIII, e se estendeu até a década de 1960, caracterizando-se pela criação de novos métodos sintéticos e analíticos; e o terceiro período, marcado pelo questionamento e refutação da necessidade de se associar os sinais gráficos da escrita aos sons da fala para aprender a ler, iniciou em meados da década de 1980 com a divulgação da teoria da Psicogênese da língua escrita. Este período vem sendo questionado por desenvolver apenas a função social da escrita em detrimento dos conhecimentos específicos, indispensáveis ao domínio da leitura e da escrita, que ficam diluídos no processo, tema que será explicitado no texto Contribuições da Psicogênese da Língua Escrita para a Alfabetização: Interpretação e Consequências. Assim, acrescentamos o quarto período à história, o da reinvenção da alfabetização, que surgiu da necessidade de se resgatar o ensino sistemático de conteúdos específicos de língua, porém, em contexto de letramento, por meio de metodologias eficientes à superação do fracasso decorrente da utilização de práticas equivocadas e inadequadas à alfabetização e assim reinventá-la. Sabe-se, por meio da pesquisa do INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional) de 2015 que no Brasil, • A maior parte dos respondentes, 42%, foi classificada no grupo elementar, no qual, realizam a leitura de uma ou mais unidades de informação em textos diversos de extensão média realizando pequenas inferências e resolvem problemas envolvendo operações básicas com exigência de algum grau de planejamento e controle. • Cerca de um quarto do total (23%) estava na condição Intermediário, revelando habilidades de leitura, escrita e resolução de problemas condizentes com a localização de múltiplas informações, a resolução de problemas matemáticos complexos e com capacidade de sintetizar ideias centrais de textos e captar efeitos de sentido. (INAF, 2015, p. 7).