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Biomedicina

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111Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
Líquor: 
1. Realizar punção lombar (apenas profissionais médicos qualificados) e coletar de 3 a 5 
mL em tubo estéril, 
2. Armazenar em temperatura ambiente até a realização da análise laboratorial, que 
deve ser realizada imediatamente, devido à gravidade de infecções no líquor.
Sangue periférico: 
1. Coletar de 5 a 10 mL de sangue com anticoagulante (ou conforme recomendação do 
fabricante, em caso de sistema automatizado).
2. Injetar no meio de cultivo. A última gota do material pode ser utilizada para preparo 
de lâmina, para a realização do exame direto.
Medula óssea: mesmo procedimento descrito para sangue periférico, mas realizada 
apenas por profissional médico.
Biópsia de tecidos ou órgãos: a coleta deve ser feita exclusivamente por profissional 
habilitado e então armazenada em solução salina, a temperatura ambiente.
Conjuntiva e córnea: Deve ser feito apenas pelo médico oftalmologista.
1. Retirar material das áreas de ulcerações e supurações; 
2. Inocular diretamente no meio de cultura e aguardar o crescimento. 
Processamento das amostras
Após a realizar a coleta, as amostras devem ser processadas o mais rápido possível. A 
rotina de um laboratório de Micologia Clínica não necessita de equipamentos de alto custo, 
nem de técnicas complicadas ou de longa execução, apenas de um equipamento microscópio, 
lâminas, meios de cultivo, alças, bico de Bunsen e um ótimo profissional. As técnicas mais 
utilizadas para diagnóstico micológico pelos laboratórios são o exame direto e o cultivo.
1. Exame direto
Ao receber o material clínico com suspeita de infecção fúngica no laboratório, o 
profissional deve pensar, em primeiro lugar, em realizar o exame direto. É um exame 
simples, rápido, e de elevada importância, pois através dele, muitas vezes, já podemos dar 
um diagnóstico positivo para fungo em poucas horas. Para algumas micoses, como Ptiríase 
Versicolor, Criptococose (Meningite Criptocócica) e Paracoccidioidomicose, o exame direto é 
o diagnóstico definitivo. O preparo do exame direto varia de acordo com o material clínico, a 
maior parte dos procedimentos e feita utilizando uma solução de hidróxido de potássio (KOH), 
na concentração de 10 a 40%, que tem a função de clarificar o material clínico, facilitando 
a visualização das estruturas fúngicas, quando presentes. Os métodos mais utilizados estão 
listados abaixo.
Importante: lembrar que após o exame direto, também é realizado o cultivo do material, 
por isso, o material clínico deve ser dividido, metade para ser usado no exame direto, e metade 
para ser usado no cultivo (sem nenhum tratamento prévio).
112Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
1.1. Exame direto em escamas de pele, unhas, pelos, cabelos, pus e fragmentos 
de tecido
Materiais: 
- Lâmina;
- Lamínula;
- KOH 10 a 40%;
- Alça ou fio em L;
- Bico de Bunsen;
- Microscópio;
- Luvas;
- Jaleco.
Procedimentos:
1. Flambar a alça ou fio e deixar esfriar um pouco;
2. Pingar duas gotas de KOH 10 a 40% na lâmina;
3. Molhar levemente a alça ou fio na lâmina para pegar o material clínico (fragmentos 
de tecido devem ser previamente cortados em pequenos pedaços);
4. Colocar o material clínico sobre o KOH e cobrir com lamínula;
5. Aguardar cerca de 15 minutos para analisar a lâmina em microscópio, com aumento 
de 40X (caso não haja visualização de estruturas fúngicas, deve-se esperar até 24 
horas e realizar nova análise).
1.2. Exame direto em sangue e medula óssea:
Pode ser preparada uma lâmina utilizando centrifugação e coloração de Giemsa, 
porém, como a sensibilidade é muito baixa, normalmente não é realizado exame direto nesse 
material.
1.3. Exame direto em urina, escarro, secreções e líquidos corporais:
Materiais: 
- Lâmina;
- Lamínula;
- KOH 10 a 40%;
- Alça ou fio em L;
- Bico de Bunsen;
- Microscópio;
- Luvas;
- Jaleco;
- Centrífuga.

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