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Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de atividades didáticas, práticas e teóricas. Elaborado por: Amanda Polin Elisa Pedigoni Grasiele Lozano Hannah Gomes Livia Manara Marcela Merino Terapia Ocupacional FMRP - USP SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA 2 1.1. Orientação do Corpo Humano 2 1.2. Eixos e Planos 3 2. GONIOMETRIA 4 2.1. Tipos de movimentos 4 2.2. Sobre o Goniômetro e orientações ao paciente 5 2.3. Ângulos articulares 6 2.4. Registrando a amplitude de movimento 7 3. TESTES DE GONIOMETRIA 9 3.1. Testes de Goniometria: MMSS 9 3.2. Testes de Goniometria: MMII 24 4. EDEMA 31 4.1. Características macroscópicas: 32 4.2. Causas mais frequentes do edema: 32 4.3. Volumetria 33 4.4. Medições circunferenciais 33 4.5. Controle do Edema 34 5. TESTES SENSORIAIS 37 5.1. Teste de Sensibilidade 37 5.2. Teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro 38 5.3. Discriminador de dois pontos 42 5.4. Avaliação Sensorial de Nottingham 42 6. FORÇA MUSCULAR 44 6.1. Conceitos do Teste de Força Muscular (Teste Muscular Manual) 44 7. TESTE MUSCULAR MANUAL (TMM) 51 8. DINAMOMETRIA: MEDIÇÃO DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E PINÇA 102 8.1. Dinamômetro de preensão palmar: modelo JAMAR 103 8.2. Dinamômetro de preensão em pinça: modelo Pinch Gauge 105 8.3. Outros testes utilizados 109 Referências 109 RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 2 1. INTRODUÇÃO À CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA O termo Cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos: kinein, que significa mover, e logos, estudar. Os cinesiologistas, aproveitam estudos da anatomia, ciência que estuda o corpo humano, juntamente com a fisiologia que estuda o funcionamento organizacional do corpo (PORTELLA, 2016). Portanto, a Cinesiologia é uma ciência que tem como objetivo analisar os movimentos realizados pelo corpo humano sob o ponto de vista físico, ou seja, da ação muscular e da estrutura esquelética. Já a Biomecânica, é a ciência que estuda as forças internas e externas que atuam sobre uma estrutura biológica e os seus efeitos produzidos (NIGG, 1994). A Cinesiologia e seus conceitos são fundamentais para entender a capacidade que o corpo possui de produzir e modificar o movimento, por isso é muito importante conhecer a anatomia do corpo humano, bem como os grupos musculares, os ossos e as articulações, pois são esses elementos que compõe a estrutura física do corpo e permite que ocorra o movimento. 1.1. Orientação do Corpo Humano O corpo humano é capaz de realizar uma infinidade de movimentos, tudo isso só é possível devido a união entre diversos segmentos do corpo pelas articulações. Portanto, é necessário compreender os eixos e planos que organizam o corpo a partir de linhas imaginárias e que se deslocam entre si para promover o movimento. Para descrever os movimentos dos vários segmentos e articulações, é necessário que haja posições universalmente aceitas. São essas: ● Posição Anatômica do corpo (a): posição ereta, face e membros voltados para a frente; os braços ficam ao lado do corpo, com a palma das mãos para frente. ● Posição normal ou de repouso (b): similar à posição anatômica, porém, as palmas das mãos ficam voltadas para o corpo. . a . b . Figura 1 - Posição anatômica (a) e posição normal Fonte: próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 3 1.2. Eixos e Planos Os EIXOS são linhas imaginárias traçadas a partir de dois planos de delimitação: ● Planos de delimitação cranial e podálico são unidos pelo eixo longitudinal; ● Planos de delimitação lateral direito e lateral esquerdo são unidos pelo eixo látero-lateral/transversal; ● Planos de delimitação anterior e posterior são unidos pelo eixo dorsoventral/ântero-posterior. Os PLANOS são formados pelo deslocamento dos eixos entre si, e são dois verticais (Sagital e Coronal) e um horizontal (Transverso): ● Mediano ou Sagital mediano (a): divide o corpo em porção direita e esquerda, é formado pelo deslocamento do eixo longitudinal sobre o eixo ântero-posterior; ● Transverso ou Horizontal (b): divide o corpo em porção superior e inferior, é formado pelo deslocamento do eixo látero-lateral sobre o eixo ântero-posterior; ● Coronal ou Frontal (c): divide o corpo em parte anterior e posterior, é formado pelo deslocamento do eixo longitudinal sobre o eixo látero-lateral. Figura 3 - Planos e eixos do corpo Figura 2 - Planos de delimitação Fonte: Stack Imgur, s/d. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 4 Fonte: Anatomia papel e caneta, s/d. Quadro 1 - Plano em que os movimentos ocorrem Plano Sagital ● Flexão e Extensão; ● Dorsiflexão e Flexão Plantar; Plano Frontal ● Abdução e Adução; ● Flexão lateral; ● Desvio ulnar e radial; ● Eversão e Inversão Plano Horizontal ● Rotação interna (medial) ● Rotação externa (lateral) ● Rotação axial Fonte: Kenhub. 2. GONIOMETRIA A goniometria é a mensuração da amplitude de movimento que cada articulação pode realizar. Em condições ideais todo indivíduo possui um limite de movimento que permite um bom desempenho ocupacional e mantém a integridade dos tecidos circunjacentes. No entanto, antes de iniciarmos a parte prática do teste de goniometria é importante a revisão de alguns conceitos a fim de tornar mais fácil a aplicação do teste. 2.1. Tipos de movimentos A amplitude de movimento (ADM) é a quantidade de movimento que uma articulação consegue realizar. A posição inicial para se medir a amplitude de movimento de todas as articulações é a posição anatômica, exceto nos movimentos de rotação. 1) Movimento ativo: depende da contração muscular com amplitude de movimento máxima, portanto, é a quantidade de movimento de determinada articulação conseguida por um paciente quando ele utiliza sua própria força. 2) Movimento passivo: não há contração muscular, é a quantidade de movimento de determinada articulação, quando a mesma é movimentada por uma força externa (por exemplo, o terapeuta ocupacional). Para a goniometria considera-se majoritariamente os dois tipo de movimento supracitado, no entanto, pode-se mencionar também: 3) Movimento ativo assistido: depende da contração muscular do sujeito com amplitude até onde ele consegue realizar, mas é utilizada uma força externa para se conseguir a amplitude de movimento total da articulação. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 5 4) Movimento resistido: depende de manutenção da contração muscular para vencer uma força externa (manual ou mecânica), além do peso do segmento. Quando não se tem amplitude de movimento total, é necessário trabalhar sem imposição de resistência. 2.2. Sobre o Goniômetro e orientações ao paciente Todo goniômetro possui um transferidor, um eixo e dois braços. O braço fixo estende- se desde o transferidor, sobre o qual os graus estão marcados. O braço móvel possui uma linha central com ponteiro, para indicar a medida do ângulo. O eixo é o ponto no qual ambos os braços estão articulados, ele ficará sempre em cima do eixo de movimento que está sendo analisado. Figura 4 - Goniômetro Fonte: próprio autor, 2022. Todo goniômetro possui um transferidor, um eixo e dois braços. O braço fixo estende- se desde o transferidor, sobre o qual os graus estão marcados. O braço móvel possui uma linha central com ponteiro, para indicar a medida do ângulo. O eixo é o ponto no qual ambos os braços estão articulados, ele ficará sempre em cima do eixo de movimento que está sendo analisado. Os quadros a seguir, trazem as informações sobre a aplicação do goniômetro: Quadro2 - Princípios do posicionamento do goniômetro ● Posicione o eixo do goniômetro sobre o eixo de movimento da articulação. O eixo de movimento para algumas articulações coincide com os pontos de referência ósseos, mas para outras, ele deve ser encontrado observando-se o movimento e encontrando o ponto ao redor do qual o movimento ocorre. ● Posicione o braço fixo paralelamente ao eixo longitudinal do segmento corporal físico da articulação a ser mensurada, embora haja algumas exceções. Braço móvel Braço fixo Eixo RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 6 ● Posicione o braço móvel paralelamente ao eixo longitudinal do segmento corporal móvel da articulação a ser mensurada, com algumas exceções. O braço móvel pode acompanhar o movimento desde o seu ponto de partida ou ser posicionado ao final da execução do movimento. Quadro 3 - Analisando a amplitude de movimento ativo ● O paciente deve realizar os movimentos bilateralmente, se possível. Senão, o lado funcional deve ser movimentado primeiro para que se estabeleça um parâmetro de normalidade para este paciente. ● Observe os movimentos completos, a simetria de movimentos e o tempo utilizado na movimentação. ● Demonstre os movimentos e dê instruções claras ao paciente. 2.3. Ângulos articulares Para cada articulação do corpo há um grau de amplitude de movimento esperado dentro da normalidade (quadro 4). Nesta disciplina serão mensurados os ângulos articulares do membro superior. Quadro 4 - Ângulos articulares MMSS Articulação Movimento Graus de movimento Ombro Flexão Extensão Abdução Adução Abdução horizontal Rotação Interna Rotação externa 0 - 180° 0 - 45° 0 - 180° 0 - 40° 0 - 90° 0 - 90° 0 - 90° Cotovelo Flexão Extensão 0 - 145° 145 - 0° Punho Flexão Extensão Desvio radial Desvio ulnar Pronação Supinação 0 - 90° 0 - 70° 0 - 20° 0 - 45° 0 - 90° 0 - 90° Carpometacárpica do polegar Flexão Abdução Extensão 0 - 15° 0 - 70° 0 - 70° Metacarpofalangeanas Flexão Extensão Abdução Adução 0 - 90° 0 - 30° 0 - 20° 0 - 20° RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 7 Interfalângicas Proximais Flexão Extensão 0 - 110° 0 - 10° Interfalângicas Distais Flexão Flexão Int. do polegar Extensão Int. do polegar Extensão Int. 2 ao 5 dedo 0 - 90° 0 - 80° 0 - 20° 0 - 10° 2.4. Registrando a amplitude de movimento Avaliar a amplitude de movimento (ADM) é de domínio da Terapia Ocupacional, visto que, dentro dos fatores do cliente há um componente denominado “Funções Neuromusculoesqueléticas e Relacionadas ao Movimento” que engloba a mobilidade articular. Quando ocorrem alterações patológicas na amplitude de movimento, o indivíduo certamente sofrerá prejuízos ocupacionais. Antes de compreendermos como mensurar a amplitude de movimento de um indivíduo, é importante ressaltar alguns aspectos, como: ● ADM varia de pessoa para pessoa e pode ser limitada pela dor; ● Algumas causas que podem diminuir a ADM, são: dor, edema, fraqueza, aderência cutânea, espasticidade, deformidade óssea e/ou contratura muscular. A mensuração deve ser registrada em um formulário, onde deve constar a posição de início do movimento (posição inicial) e a finalização (amplitude máxima). O método mais utilizado para determinar a amplitude de movimento é o Método do Zero Neutro, recomendado pelo Comitê de Movimento Articular da American Academy of Orthopaedic Surgeons (Greene & Heckman, 1994). Nesse método, a posição anatômica é considerada como 0, ou se uma determinada posição inicial for diferente da posição anatômica, então ela é definida como 0. A mensuração é realizada a partir da posição determinada como inicial até a posição estabelecida como final. Exemplificando com a flexão de cotovelo: 0 a 150°: Sem limitações 20 a 150°: Uma limitação na extensão (problema com a posição inicial) 0 a 120°: Uma limitação na flexão (problema com a posição final) 20 a 120°: Limitações na flexão e extensão (problema com as posições inicial e final). RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 8 Segue abaixo o exemplo de formulário de registro da ADM: GONIOMETRIA DATA _______/ ________/ _________ ativa passiva OMBRO D E D E Flexão Extensão Abdução Adução Abdução horizontal Rotação externa Rotação interna ativa passiva COTOVELO D E D E Flexão Extensão ativa passiva PUNHO D E D E flexão extensão desvio radial desvio ulnar pronação supinação indicador médio anular mínimo DEDOS D E D E D E D E Flexão MF Flexão-extensão IFP Flexão-extensão IFD Abdução Adução ativa passiva POLEGAR D E D E Flexão CM Extensão CM Flexão-extensão MF Flexão-extensão IF Assinatura terapeuta _____________________________________________________________ RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 9 3. TESTES DE GONIOMETRIA 3.1. Testes de Goniometria: MMSS 3.1.1. Goniometria de ombro Flexão: ● Posição inicial: Sujeito pode estar sentado ou em pé; pode-se considerar também a posição em decúbito dorsal. Os braços devem estar posicionados ao longo do corpo. ● Movimento: Movimento do úmero para frente no plano sagital, ocorre na articulação glenoumeral. ● Amplitude articular: 0 - 180° Figura 5 - Goniometria de ombro: flexão Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Posicionado próximo ao acrômio ● Braço fixo: Deve ser colocado ao longo da linha axilar média do tronco, apontando para o trocanter maior do fêmur. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do corpo do úmero voltado para o epicôndilo lateral. Extensão: ● Posição inicial: Sentado, em pé ou em decúbito ventral, mantendo os braços ao longo do corpo. ● Movimento: Movimento do úmero para trás no plano sagital, ocorre na articulação glenoumeral. ● Amplitude articular: 0 - 45° Figura 6 - Goniometria de Ombro: extensão RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 10 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre o eixo látero-lateral da articulação glenoumeral, próximo ao acrômio. ● Braço fixo: Ao longo da linha axilar média do tronco apontando para o trocanter maior do fêmur. ● Braço móvel: Sobre a superfície lateral do corpo do úmero voltado para o epicôndilo lateral. Abdução: ● Posição inicial: : Sentado ou em pé, de costas para o avaliador. Os braços devem ficar em posição anatômica (palma da mão anteriormente). ● Movimento: O movimento ocorre pelo deslocamento lateral do úmero no plano frontal, a abdução da articulação glenoumeral é acompanhada por elevação clavicular. ● Amplitude articular: 0 - 180° Figura 7 - Goniometria de ombro: abdução Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Próximo ao acrômio na face dorsal do corpo. ● Braço fixo: Deve ficar sobre a linha axilar posterior do tronco. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 11 ● Braço móvel: Deve ficar sobre a superfície posterior do braço voltada para a região dorsal da mão. Abdução horizontal: ● Posição inicial: sentado ou em pé, de costas para o avaliador. Os braços devem ficar paralelos (em 90°) ao eixo longitudinal do úmero. ● Movimento: o movimento ocorre pelo deslocamento medial do úmero no plano transverso. ● Amplitude articular: 0 - 90° Figura 8 - Goniometria de ombro: abduçãohorizontal (final do movimento) Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Exatamente sobre o processo acromial. ● Braço fixo: Paralelo ao eixo longitudinal do úmero na face superior e permanece nessa posição, perpendicular ao corpo, embora o úmero se distancie. ● Braço móvel: Paralelo ao eixo longitudinal do úmero na face superior. Adução: ● Posição inicial: Sentado, podendo ficar em pé com o cotovelo, punho e dedos estendidos. ● Movimento: O movimento é o retorno a partir da abdução e ocorre no plano frontal. A adução horizontal ocorre no plano transverso. ● Amplitude articular: 0 - 40° Figura 9 - Goniometria de ombro: adução horizontal (ínicio do movimento) RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 12 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre o eixo ântero-posterior da articulação glenoumeral. ● Braço fixo: Paralelo à linha mediana anterior. ● Braço móvel: Sobre a superfície lateral do úmero. Rotação interna (medial): ● Posição inicial: deitada em decúbito dorsal, e ombro em abdução de 90º, com o cotovelo também fletido a 90º e o antebraço em supinação. A palma da mão voltada para o corpo. Observação: só o cotovelo deve sobressair a maca enquanto o úmero descansa sobre ela. ● Movimento: O movimento teste ocorre no plano sagital e é caracterizado pelo movimento do úmero medialmente em torno do seu eixo longitudinal. ● Amplitude articular: 0 - 90° Figura 10 - Goniometria de ombro: posição inicial e final da rotação interna (medial) Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Paralelo ao olécrano da ulna RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 13 ● Braço fixo: Perpendicular ao chão ● Braço móvel: Ao fim do movimento, direcionar para o terceiro dedo da mão. Rotação externa (lateral): ● Posição inicial: deitada em decúbito dorsal, e ombro em abdução de 90º, com o cotovelo também fletido a 90º e o antebraço em supinação. A palma da mão voltada para o corpo. Observação: só o cotovelo deve sobressair a maca enquanto o úmero descansa sobre ela. ● Movimento: O movimento teste ocorre no plano sagital e é caracterizado pelo movimento do úmero lateralmente em torno do seu eixo longitudinal. ● Amplitude articular: 0 - 90° ● Eixo: Paralelo ao olécrano da ulna ● Braço fixo: Perpendicular ao chão ● Braço móvel: Ao fim do movimento, direcionar para o terceiro dedo da mão. 3.1.2. Goniometria de cotovelo Flexão - Extensão: ● Posição inicial: Sentada, em pé ou deitada em decúbito dorsal com o membro superior posicionado junto ao tronco ● Movimento: Movimento do antebraço supinado anteriormente no plano sagital. Sendo uma articulação em dobradiça uniaxial, o movimento de extensão é considerado o retorno da flexão ● Amplitude articular: 0 - 145° Figura 12 - Goniometria de cotovelo: extensão e flexão Fonte: próprio autor, 2022. Figura 11 - Goniometria de ombro: posição inicial e final da rotação externa RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 14 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Epicôndilo lateral do úmero ● Braço fixo: Deve ser colocado ao longo da superfície lateral do úmero, em direção ao acrômio. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre superfície lateral do rádio direcionado para o processo estilóide 3.1.3. Pronação e supinação de antebraço ● Posição Inicial: Sujeito sentado, cotovelo fletido a 90° com o braço junto ao corpo, o antebraço neutro entre a pronação e a supinação. O sujeito deve segurar uma caneta e manter o polegar para cima. ● Movimento: O ocorre no plano transverso ● Amplitude articular: 0°-90° Figura 13 - Goniometria de pronação e supinação de antebraço: Posição inicial (a), pronação (b) e supinação (c) Fonte: próprio autor, 2022. a . b . c . RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 15 ● Eixo: centro da falange proximal do terceiro dedo ● Braço Fixo: perpendicular ao chão ● Braço móvel: acompanha a ponta da caneta 3.1.4. Goniometria de punho Flexão - Extensão: ● Posição Inicial: Sentada ou em pé, com braço em pronação, cotovelo fletido a aproximadamente 90°. Dedos em extensão. ● Movimento: Movimento do antebraço supinado anteriormente no plano sagital. Sendo uma articulação em dobradiça uniaxial, o movimento de extensão é considerado o retorno da flexão ● Amplitude articular: 0°- 90° Figuras 15 - Goniometria de punho: Extensão (a) e Flexão (b) Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Na superfície medial do punho. ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a face medial da ulna. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície medial do quinto ● metacarpo. a. b. Figura 14 - Goniometria de punho: Posição Inicial Fonte: próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 16 Abdução do punho (desvio radial) - Adução do punho (desvio ulnar): ● Posição Inicial: Sentada ou em pé, cotovelo fletido e antebraço em posição neutra entre a supinação e a pronação. ● Movimento: Desvios no plano frontal ● Amplitude articular: 0° - 20° Figura 16 - Goniometria de punho: posição inicial Fonte: próprio autor, 2022. Figuras 17 e 18 - Goniometria de punho: abdução do punho (desvio radial) - adução do punho (desvio ulnar) Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a articulação radiocarpal. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 17 ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a região posterior do antebraço, apontando para o epicôndilo lateral. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpal. 3.1.5. Articulação carpometacárpica do polegar Flexão carpometacárpica do polegar ● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho e dedos. ● Movimento: Ocorre no plano frontal ● Amplitude articular: 0° - 15° ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacárpica do polegar. ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do segundo metacarpo. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície lateral da articulação carpometacárpica do polegar. Extensão carpometacárpica do polegar ● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho e dedos ● Movimento: Ocorre no plano Sagital ● Amplitude articular: 0° - 70° Figura 20 - Goniometria da articulação carpometacárpica do polegar: extensão do primeiro metacarpo Fonte: próprio autor, 2022. Figura 19 - Goniometria da articulação carpometacárpica do polegar: flexão Neutro Flexão RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 18 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacarpal do polegar. ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a face lateral do rádio. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do primeiro metacarpal. Flexão e extensão da metacarpofalangeana do polegar ● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho e dedos ● Movimento: Ocorre no plano Sagital ● Amplitude articular: 0 - 50° ● Eixo: Na face dorsal da articulação metacarpofalangeana ● Braço Fixo: Na superfície dorsal ao longo da linha média do primeiro metacarpo. ● Braço Móvel: Na superfície dorsal ao longo da linha média da falange proximal do polegar. Figura 21 - Goniometria da articulação metacarpofalangeana do polegar: extensão e flexão Extensão Flexão Fonte: próprio autor,2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 19 Abdução do Primeiro metacarpo ● Posição Inicial: Sentada, com antebraço apoiado e em pronação. Cotovelo fletido e punho e dedos em posição anatômica. ● Movimento: Ocorre no plano Frontal ● Amplitude articular: 0° - 70° ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacarpal do polegar. ● Braço Fixo: Alinhado e paralelo à superfície lateral do segundo metacarpo. ● Braço móvel: Na superfície dorsal do primeiro metacarpo. Flexão e extensão IF do polegar ● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho e dedos ● Movimento: Ocorre no plano Sagital ● Amplitude articular: 0 - 80° Figura 22 - Goniometria da articulação carpometacárpica do polegar: abdução do primeiro metacarpo Fonte: próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 20 ● Eixo: Na face dorsal da IF ● Braço Fixo: Na superfície dorsal, ao longo da falange proximal. ● Braço Móvel: Na superfície dorsal, ao longo da falange distal. 3.1.6. Articulações Metacarpofalângicas Flexão dos dedos ● Posição Inicial: Sentada com o cotovelo fletido a 90° e o antebraço numa posição entre a pronação e a supinação. Punho e os dedos estendidos. ● Movimento: No plano sagital ● Amplitude articular: 0° - 90° Figuras 22 e 23 - Goniometria das articulações metacarpofalângicas: flexão dos dedos Figura 23 - Goniometria da articulação interfalangeana do polegar: Flexão e Extensão Fonte: próprio autor, 2022. Flexão Extensão RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 21 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação metacarpofalângica que está sendo avaliada. ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do metacarpo. Pode-se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal da falange proximal. Pode- se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. Extensão dos dedos ● Posição Inicial: Sentada com o cotovelo fletido a 90° e o antebraço numa posição entre a pronação e a supinação. Punho e os dedos estendidos. ● Movimento: No plano sagital ● Amplitude articular: 0° - 90° Figura 24 - Goniometria das articulações metacarpofalângicas: extensão dos dedos Fonte: próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 22 ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação metacarpofalângica que está sendo avaliada. ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do metacarpo. Pode-se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal da falange proximal. Pode- se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. Abdução - Adução dos dedos ● Posição Inicial: Sentado, com o antebraço apoiado numa mesa, o cotovelo fletido a 90°, o antebraço em pronação, punho e dedos em posição neutra. ● Movimento: Ocorre no plano frontal ● Amplitude articular: 0° - 20° Figura 25 - Goniometria das articulações metacarpofalângicas: abdução - adução dos dedos Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação que está sendo medida. ● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal ou palmar do metacarpo da articulação metacarpofalângica. ● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal ou palmar da falange proximal da articulação que está sendo medida. 3.1.7. Articulações interfalângicas proximais e distais dos dedos Flexão interfalângica ● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado, punho fletido em posição intermediária entre a pronação e supinação ou na pronação. ● Movimento: Ocorre no plano sagital ● Amplitude articular: ○ Interfalângica proximal: 0° - 110 ○ Interfalângica distal: 0° - 90° RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 23 ○ Interfalângica distal do polegar: 0° - 80° Figuras 26 - Goniometria das articulações interfalângicas proximais (a) e distais (b) dos dedos Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação que está sendo medida. ● Braço Fixo: ○ Interfalângica proximal: sobre a superfície dorsal da falange proximal. Pode- se também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. ○ Interfalângica distal: sobre a superfície dorsal da falange média. Pode-se também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. ● Braço móvel: ○ Interfalângica proximal: sobre a superfície dorsal da falange média. Pode-se também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e o segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. ○ Interfalângica distal: sobre a superfície dorsal da falange distal. Pode-se também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e o segundo dedos, ou na medial para o quinto dedo. Extensão interfalângica ● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado, punho fletido em posição intermediária entre a pronação e supinação ou na pronação. ● Movimento: No plano sagital ● Amplitude articular: 0° - 10° Figura 27 - Goniometria das articulações interfalângicas proximais e distais dos dedos e do polegar: extensão interfalângica a. b . RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 24 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação que está sendo medida. ● Braço Fixo ○ Interfalângica proximal: sobre a superfície palmar da falange média. Pode-se também tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos ou na medial para o quinto dedo. ○ Interfalângica distal: sobre a superfície palmar da falange distal. Pode-se também tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos ou na medial para o quinto dedo. ● Braço móvel ○ Interfalângica proximal: sobre a superfície palmar da falange média. Pode-se também tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos ou na medial para o quinto dedo. ○ Interfalângica distal: sobre a superfície palmar da falange distal. Pode-se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos ou na medial para o quinto dedo. 3.2. Testes de Goniometria: MMII 3.2.1. Quadril O quadro abaixo traz o grau de amplitude de movimento esperado dentro da normalidade para os ângulos articulares do quadril. Quadro 5 - Ângulos Articulares do Quadril Flexão - com o joelho fletido - com o joelho estendido 0 - 125° 0 - 90° Extensão 0 - 10° Abdução 0 - 45° RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 25 Adução 0 - 15° Rotação interna (medial) 0 - 45° Rotação externa (lateral) 0 - 45° Flexão do quadril: ● Posição Inicial: Decúbito dorsal, preferencialmente, podendo ser também decúbito lateral. ● Movimento: Ocorre no plano sagital, entre o acetábulo do ilíaco e a cabeça do fêmur. ● Amplitude articular: ○ com o joelho fletido: 0°- 125° (Marques, 2003). ○ com o joelho estendido: 0 - 90° (Marques, 2003). Figura 28 - Goniometria de Quadril: Flexão Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: No nível do trocânter maior do fêmur ● Braço fixo: deve ficar posicionadona linha média axilar do tronco ● Braço móvel: Deve-se posicionar paralelamente a superfície lateral da coxa, apontado para o epicôndilo lateral do fêmur. Observação: manter o membro oposto sobre a mesa, com o joelho fletido, para evitar inclinação pélvica posterior. Extensão de Quadril: ● Posição Inicial: Idealmente em decúbito ventral. Existe a possibilidade de realizar em decúbito lateral. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 26 ● Movimento: Ocorre no plano sagital ● Amplitude articular: 0 - 10° (Marques, 2003) Figura 29 - Goniometria de Quadril: Extensão Fonte: próprio autor, 2022 ● Eixo: No nível do Trocanter Maior. ● Braço Fixo: Colocado na linha axilar média do tronco. ● Braço Móvel: Colocado ao longo da superfície lateral da coxa, direcionado ao côndilo lateral do fêmur. Observação: Espinhas ilíacas ântero superiores devem permanecer planas sobre a superfície. Isso evita que o movimento ocorra nas vértebras lombares. Deve-se evitar inclinação pélvica anterior. Abdução do Quadril: ● Posição Inicial: Decúbito dorsal ● Movimento: Plano frontal ● Amplitude articular: 0 - 45° (Marques, 2003) ● Eixo: Ântero-Posterior da articulação do quadril, no nível do trocânter maior Figura 30 - Goniometria Quadril: Abdução Fonte: próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 27 ● Braço Fixo: Deve ser posicionado na linha entre as espinhas ilíacas ântero- superiores, ou nivelado com as espinhas ilíacas ântero-superiores. ● Braço Móvel: Deve ser posicionado na região anterior da coxa, sobre a diáfise do fêmur Observação: Evite rotação lateral ou medial na articulação do quadril. Evitar também a inclinação lateral da coluna Adução do Quadril: ● Posição Inicial: Decúbito dorsal ● Movimento: Ocorre no plano frontal ● Amplitude articular: 0 - 15° (Marques, 2003) Figura 31 - Goniometria Quadril: Adução Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre o eixo-posterior da articulação do quadril, no nível do trocanter maior ● Braço Fixo: Coloca-se sobre a linha traçada entre as espinhas ilíacas ântero- superiores, nivelado com as espinhas ilíacas ântero superiores ● Braço Móvel: Coloca-se sobre a região anterior da coxa, seguindo a diáfise do fêmur Observação: Evite rotação lateral ou medial na articulação do quadril. Evitar também a inclinação lateral da coluna Rotações Interna e Externa ● Posição Inicial: Sujeito sentado, com joelho fletido a 90° e em posição neutra. ● Movimento: Ocorre no plano frontal. ● Amplitude articular: Rotação Interna 0°- 45° (Marques, 2003) e Rotação Externa 0°- 45° (Marques, 2003). Figura 32 - Goniometria de Quadril: Rotação Interna (medial) RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 28 Fonte: próprio autor, 2022. Figura 33 - Goniometria de Quadril: Rotação Externa (lateral) Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a face anterior da patela ● Braço Fixo: Deve permanecer perpendicular ao solo e paralelo a margem anterior da tíbia, com o eixo no centro do joelho ● Braço Móvel ○ Rotação Interna: Posicionado sobre a tuberosidade da tíbia, em um local equidistante entre os maléolos na superfície anterior ○ Rotação Externa: Sobre a margem anterior da tíbia Observação: Evitar rotação da pelve para o lado oposto. Evitar a adução do quadril. Evitar a inclinação contralateral da pelve 3.2.2. Articulação do joelho Flexão-extensão: ● Posição Inicial: Indivíduo deitado em decúbito dorsal, com o joelho e o quadril fletidos. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 29 ● Movimento: Ocorre no plano Sagital. Sendo uma articulação em dobradiça uniaxial, o movimento de extensão é considerado o retorno da flexão ● Amplitude articular: 0° - 140° Figura 34 - Goniometria da articulação do joelho: extensão (a) e flexão (b) Fonte: próprio autor. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação do joelho. ● Braço Fixo: Superfície lateral do fêmur orientado para o trocanter maior ● Braço móvel: Superfície lateral da fíbula orientada para o maléolo lateral. 3.2.3. Articulação do tornozelo Flexão dorsal ● Posição Inicial: Sentado ou deitado em decúbito dorsal. Joelhos fletidos em torno de 25º ou 30º. Pé em posição anatômica. ● Movimento: No plano sagital ● Amplitude articular: 0° - 20° (Marques, 2003). Figura 35 - Goniometria da articulação do tornozelo: flexão dorsal a . b . RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 30 Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre o maléolo lateral. ● Braço Fixo: Deve ser colocado paralelo à face lateral da fíbula. ● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à superfície lateral do quinto metatarso. Flexão plantar ● Posição Inicial: Sentado ou deitado em decúbito dorsal. Joelhos fletidos em torno de 25º ou 30º. Pé em posição anatômica. ● Movimento: No plano sagital ● Amplitude articular: 0° - 45° (MARQUES, 2003). Figura 36 - Goniometria da articulação do tornozelo: flexão plantar Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Sobre a linha articular da articulação metacarpofalângica que está sendo avaliada. ● Braço Fixo: Deve ser colocado paralelo à face lateral da fíbula. ● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à superfície lateral do quinto metatarso. Eversão ● Posição Inicial: Decúbito ventral com os pés para fora da maca. ● Movimento: No plano sagital, transversal e frontal. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 31 ● Amplitude articular: 0° - 20° Figura 37 - Goniometria da articulação do tornozelo: eversão Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Ao nível da articulação tíbio-társica. ● Braço Fixo: Deve ser colocado Paralelo à face posterior da tíbia. ● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à linha posterior do calcâneo. Inversão ● Posição Inicial: Decúbito ventral com os pés para fora da maca. ● Movimento: No plano sagital, transversal e frontal. ● Amplitude articular: 0° - 40° Figura 38 - Goniometria da articulação do tornozelo: inversão Fonte: próprio autor, 2022. ● Eixo: Ao nível da articulação tíbio-társica. ● Braço Fixo: Deve ser colocado paralelo à face posterior da tíbia. ● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à linha posterior do calcâneo. 4. EDEMA Definição: acúmulo de líquido no espaço intersticial. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 32 Na prática clínica, os pacientes possuem, normalmente, edemas de pequenas dimensões, localizados, por exemplo, em uma extremidade de um membro. O edema pode provocar amplitude de movimento limitada; é possível medir o tamanho do edema circunferencialmente ou volumetricamente. Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), advertem que, durante as primeiras semanas após a cirurgia, é importante que o terapeuta esteja atento quanto às alterações circulatórias e formação de edema acentuado. Edema e rigidez, acompanhados por dor intensa, pode ser um indicativo do desencadeamento da síndrome complexa de dor regional. Segundo McFarlane (1993), se a circunstância for brevemente reconhecida, isto é, dentro de 2 a 3 semanas da operação, e o tratamento iniciado, o resultado geralmente é bom. Se esta condição não for diagnosticada em 6 a 8 semanas, o paciente provavelmente terá alguma rigidez permanente. A medicação e os bloqueios simpáticos são necessários, mas a base do tratamento é terapia física intensiva. 4.1. Características macroscópicas: ● "Sinal de Cacifo": Depressão do tecido com retorno lento apósrealizar compressão digital; ● Aumento de volume e peso; ● Diminuição de consistência; ● Aspecto liso e brilhante; ● Palidez (consequência da compressão vascular), com vasos linfáticos acinzentados (VASCONCELOS, 2000). A imagem a seguir exemplifica algumas destas características: 4.2. Causas mais frequentes do edema: ● Insuficiência cardíaca; ● Trombose venosa profunda ou obstruções venosas (ex: tumor); ● Infecções; ● Fraturas ósseas. Figura 28 - Pé esquerdo edemaciado Fonte: próprio autor, 2022 (uso autorizado). RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 33 4.3. Volumetria Utiliza-se a volumetria para medir as alterações de uma parte do corpo através do deslocamento de água; sendo geralmente mais utilizada para mensurar o edema da mão, por ser uma região fácil de ser submergida. Um recipiente com água que seja amplo o suficiente para permitir a submersão de toda a mão é utilizado (Fig. 29). Figura 29 - Mensuração do edema da mão utilizando um volúmetro Fonte: próprio autor, 2022. Quando a mão é colocada no recipiente, a água é deslocada e sai do recipiente, sendo direcionada para um béquer. Uma mão edematosa desloca mais água do que uma mão não inchada, de modo que uma leitura de um menor deslocamento de água, indica uma melhora no quadro edematoso (DODDS et al., 2004). 4.4. Medições circunferenciais Utiliza-se uma fita métrica para mensurar a circunferência de uma parte do corpo que esteja edemaciada. É essencial fazer a medição exatamente no mesmo lugar a cada teste e medir sempre o membro com edema e o não afetado da parte contralateral, para notar a diferença entre ambos. Especificamente para edemas de mão, em casos de feridas abertas ou problemas de pele, existe a técnica da figura-do-oito (PELLECCHIA, 2004), demonstrada na figura 30. Utiliza-se uma fita métrica, mantém-se o punho em posição neutra e os dedos aduzidos, posicionando a fita na face medial do punho, distal ao processo estilóide da ulna. Então, estende-se a fita pela superfície ventral do punho até o ponto mais distal do processo estilóide do rádio. Por fim, estende-se a fita diagonalmente ao longo do dorso da mão até a 5ª articulação metacarpofalangeana e mede-se a distância que a fita percorreu. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 34 Figura 30 - Medindo o edema da mão utilizando uma fita métrica. Fonte: próprio autor, 2022. Quadro 6 - Questões para avaliação de edema Presença de Edema? ( ) SIM ( ) NÃO Local do Edema: Características encontradas: 4.5. Controle do Edema a) Elevação: elevar a mão acima do cotovelo (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). b) Crioterapia: gera vasoconstrição, reduzindo a tendência à formação do edema. Reduz, também, os estímulos da pele e as atividades dos fusos musculares, melhorando o quadro de dor. Pode ser realizada através de compressas frias e com uso de bolsas de gelo, onde o membro deve ser observado a cada 2 minutos (PEREIRA, MELLO, SILVA E FONSECA, 2001). Também é possível realizar massagem com gelo, imersão em água gelada, unidades compressoras e sprays congelantes (BRUNO et al.,2001). c) Pressão intermitente: Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), explicam que a pressão intermitente aumenta a pressão intersticial, forçando o fluido linfático de volta para o sistema venoso. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 35 d) Massagem retrógrada: massagem realizada da região distal para a proximal (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Segundo Wieting (2004), possibilita normalizar os tecidos moles, podendo ter efeitos mecânicos, neurológicos, psicológicos, e reflexos. Pode reduzir a dor ou aderências, promover a sedação, mobilizar líquidos, aumentar o relaxamento muscular, e facilitar a vasodilatação. Segundo Schultz, McCornick e Fess (1990), pode ser feita pelo próprio paciente, desde que bem instruído, várias vezes ao dia. e) Movimento ativo: movimentos ativos geram bombeamento vascular, impulsionando o retorno venoso. O exercício não deve causar dor, pois perpetua o ciclo dor-edema-rigidez. Para que a terapia seja eficaz, um programa domiciliar deve ser prescrito e realizado 1 a 2 vezes por hora (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). f) Medidas de compressão: utilização de luvas e dedeiras compressivas; malha tubular, (para edema de punho, antebraço e dorso da mão); Atadura de Coban (da região distal para proximal na mão) e cordões. As medidas de compressão não devem acarretar anestesia, pulsação ou alteração na coloração da mão (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). g) Banho de contraste: consiste na imersão alternada da mão em água quente (38º a 48ºC), por 3 minutos, seguido de água fria (10° a 18°C) por 1 minuto. Este ciclo é repetido por 20 a 30 minutos. Lembrando que o término do ciclo deve ser com água fria e, nos casos inflamatórios, onde há rigidez matinal e dor, a indicação é que o término seja com água quente. h) Perimetria: Mede a dimensão de membros inferiores e superiores, com o auxílio de uma fita métrica, para verificar a existência de edema e/ou de atrofia muscular. Neste caso, focar- se-á em perimetria de membros superiores para avaliação de edema. Existem 3 pontos de referência para mensurar os membros superiores, representados na figura 31: prega axilar (a), prega do cotovelo (b) e prega do punho (c) (PEREIRA; VIEIRA & ALCÂNTARA, 2005). Figura 31 - Mensuração de membros superiores: prega axilar, do cotovelo e do punho RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 36 Fonte: Próprio autor, 2022. Realiza-se uma linha no início de cada prega citada anteriormente. Após, deve-se medir a distância da prega da axila até a prega do cotovelo e dividir o valor constatado na fita métrica por 3. Por exemplo: Se a distância entre os dois pontos for de 21 cm, então deverá ser realizada uma linha de 7 em 7 cm (vide exemplo na figura 32). Após, é necessário medir a distância entre a prega do cotovelo e a prega do punho e realizar o mesmo processo de divisão explicado previamente (PEREIRA; VIEIRA & ALCÂNTARA, 2005). Figura 32: Medida da distância entre as pregas 0 Fonte: Próprio autor, 2022. Os valores deverão ser colocados em um quadro, como a seguir: Quadro 7 - Medidas dos membros superiores lesados e não lesados a. b. c. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 37 Movimentos/Músculos Medida Membro não lesado Membro lesado Membro lesado Data Data Membro Superior PA cm cm cm Cm cm cm cm Cm cm cm cm PC cm cm cm Cm cm cm cm Cm cm cm cm PP cm cm cm Nome do medidor, marca da fita métrica, posição do utente, hora do dia, momento do tratamento. Fonte: Próprio autor, 2022. Legenda: PA: prega axilar PC: prega do cotovelo PP: prega do punho Observação: Na primeira coluna deverá ser colocado o membro não lesado e na segunda coluna o membro lesado para que a leitura dos resultados seja mais fácil. 5. TESTES SENSORIAIS 5.1. Teste de Sensibilidade A Associação Americana de Terapia Ocupacional [AOTA] , define o processamento sensorial tátil como “a interpretação do toque leve, pressão, temperatura, dor e vibração através do contato/receptores da pele” (AOTA, 1994, p. 1052). A sensibilidade tátil é espalhada por todo o corpo e é necessária para a funcionalidade ocupacional, especialmente a sensação localizada nas mãos. Com a perda da sensibilidade na mão, a coordenação motora fina é prejudicada, e a habilidade manipulativa é diminuída (CHAPMAN, TREMBLAY & AGERANIOTI-BELANGER,1996; JONES, 1996). Assim, a quantidade de força necessária para manter a preensão de um objeto também depende do feedback sensorial. Sem a sensibilidade tátil apropriada, a força utilizada para pegar um objeto é menor ou maior do que a força necessária, resultando em objetos escorregando da preensão, objetos delicados (tais como um copo de isopor) sendo esmagados por força de preensão excessiva, ou músculos desenvolvendo fadiga pelo excesso de atividade (JOHANSSON, 1996). Para a sensibilidade tátil, existem dois tipos de sistemas para o reconhecimento da sensação, sendo eles diferenciados no quadro abaixo: RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 38 Quadro 8 - Sistema somático primário e discriminativo Sistema Somático Primário Toque suave (cotonete, esponja) Dor (preensão maior) Temperatura Sistema Somático Discriminativo Localização tátil (localizar o toque) Discriminação de dois pontos (perceber dois estímulos distintos ao mesmo tempo) Estereognosia (identificar objetos) Propriocepção (identificar posição do membro sem o apoio visual) Cinestesia (percepção dos movimentos musculares) Fonte: elaborado pelo próprio autor, 2022. 5.1.1. Técnicas de Avaliação Primeiramente, é válido ressaltar que existem inúmeros métodos de testar a sensibilidade, portanto, serão abordados dois testes: o teste de monofilamentos e o discriminador de dois pontos (Adaptado de: BRAND e HOLLISTER, 1993; CALLAHAN, 2002; REESE, 1999). Antes de realizar os testes no sujeito, é importante realizar uma série de procedimentos, para que a intervenção ocorra da melhor forma possível, como: ● Selecionar o ambiente (sem distratores); ● Assegure-se de que o paciente esteja confortável e relaxado; ● Posicionamento adequado; ● Observe qualquer diferença na espessura da pele, calosidades, e assim por diante; ● Determine áreas do corpo a serem testadas; ● Informe ao paciente as instruções para o teste; ● Demonstre o estímulo do teste em uma área de pele com sensibilidade intacta enquanto o paciente observa; ● Aplicar os estímulos de distal para proximal de forma espaçada; ● Aplicar nas superfícies ventral e dorsal; ● Anotar os resultados. 5.2. Teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 39 O teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro tem como objetivo medir a sensibilidade da pele. Foi desenvolvido e é comercializado pela SORRI-Bauru, na qual define o estesiômetro como um instrumento para avaliação da sensibilidade tátil da pele e avaliação do estado funcional de nervos periféricos, sendo importante para a percepção da perda da sensibilidade protetora em determinada região, permitindo a prevenção de incapacidades e intervenção precoce de lesões (SORRI-BAURU). Para aplicá-lo, o paciente deve estar sentado confortavelmente com a mão em supino (palma da mão para cima), sobre um suporte que pode ser um rolo de toalha. O aplicador precisa demonstrar em outra região do corpo como será feito o teste e em seguida, pedirá para o paciente fechar os olhos. Após aplicação o paciente deve referir a localização de onde foi o toque. - Informações para a aplicação do teste: - Paciente apresenta hipersensibilidade ao toque? - Cada monofilamento é aplicado perpendicular à pele por 1,5s; Figura 33 - Teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro Fonte: Sorri Bauru, s/d. 5.2.1. Aplicação do Teste O teste do Estesiômetro é composto por 6 tipos de filamentos, sendo cada um com uma espessura (da menor para a maior) e finalidade específicas. Cada filamento é identificado por uma cor, e para o teste, é importante seguir uma sequência de aplicação para compreender e analisar a sensibilidade tátil do paciente, essa sequência é explicada no manual disponibilizado pela SORRI-Bauru, como demonstrado na figura abaixo: RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 40 Figura 33 - Protocolo tradicional de mapeamento dos limiares (códigos de símbolos e cores) Fonte: Manual do Usuário, Kit Estesiômetro SORRI-Bauru, p. 14. 1) Inicie o teste com o filamento marcado por 0,07g (cor verde); segure o filamento perpendicularmente à pele, aplicando-o até que o filamento se curve. Aplique em 1,5 segundo, mantenha por 1,5 segundo, e remova em 1,5 segundo. Observação: Repita três vezes em cada local de teste, utilizando filamentos mais espessos caso o paciente não perceba os mais finos (exceto para os filamentos marcados > 4,08, que são aplicados uma vez em cada local). 2) O paciente diz sim quando sente o estímulo? 3) O paciente é preparado para o estímulo, então o filamento é lentamente aplicado à pele e seguro por 1 segundo, então lentamente retirado. Testes falsos, consistindo em preparo sem aplicação do filamento, são inseridos aleatoriamente na sequência do teste. 4) O paciente responde com sim ou não para indicar se o estímulo foi sentido, dependendo da resposta, o terapeuta vai aumentando a gramatura do monofilamento (ou seja, se não sentiu com o verde, vai para o azul e assim por diante). É importante ressaltar que o paciente deve referir o local em que a sensação foi percebida com a outra mão. 5) Observação: Monofilamento verde (0,05g) e azul (0,2g) é aplicado três vezes e espera a resposta do paciente. 6) Os demais filamentos são aplicados apenas uma vez (Semmes Weinstein Monofilaments and Weinstein Enhanced Sensory Test (WEST)) RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 41 5.2.2. Locais de aplicação Para o teste, é recomendado aplicar os monofilamentos nos seguintes locais: Figura 34 - Locais de aplicação para o teste de sensibilidade com estesiômetro Fonte: Lehman et al., 2009. Como explicado anteriormente, os locais de aplicação devem seguir a ordem dos filamentos exemplificados na figura 33, sendo sempre iniciado pelo monofilamento da cor verde, já que ele é o primeiro a emitir uma resposta. Nas figuras abaixo, está representado os locais de aplicação seguindo a inervação da mão. A primeira aplicação se dá nas áreas inervadas pelo nervo mediano, a segunda pelo nervo ulnar e a terceira, pelo nervo radial. Figura 35 - Áreas de inervação da mão Fonte: Próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 42 5.3. Discriminador de dois pontos Definição: avalia a gnosia tátil, capacidade de tarefas delicadas e finas (como colocar colar, dar corda em um relógio). Figura 36: Teste de discriminação de dois pontos Fonte: Ptmedical, 2013. 5.3.1. Aplicação do teste 1) A sua aplicação começa de distal para proximal, da maior distância para menor. 2) O examinador deve iniciar com uma separação de pontos de 5 mm. Levemente (apenas a ponto de embranquecer a pele), ele aplicará um ou dois pontos (aleatoriamente sequenciado) em uma direção transversal ou longitudinal na mão; mantendo por pelo menos 3 segundos ou até que o paciente responda. 3) Gradualmente ajuste a distância de separação para encontrar a menor distância que o paciente pode perceber corretamente. 4) O paciente deve responder com: ‘’1, 2 ou não consigo saber’’. 5) A pontuação é a menor distância na qual a percepção de um ou dois pontos não é apenas um acaso. Quando as respostas do paciente se tornam hesitantes ou imprecisas, são requeridas 2 em 3, 4 em 7, ou 7 em 10 respostas corretas. 5.4. Avaliação Sensorial de Nottingham A Avaliação Sensorial de Nottingham (Nottingham Sensory Assessment) foi elaborada na Inglaterra, em 1991, por Lincoln et al.¹, com o objetivo de identificar os déficitssensoriais pós-AVE e monitorar sua recuperação. Trata-se de um instrumento de avaliação das modalidades sensoriais protopáticas e epicríticas, o qual revelou boa confiabilidade intra examinadora, porém pobre confiabilidade inter-examinador após avaliação de hemiparéticos. Dessa forma, em 1998, o mesmo foi submetido à redução de itens e a novo exame de confiabilidade no seu país de origem, e foram encontrados níveis aceitáveis de confiabilidade interexaminador². A Nottingham Sensory Assessment diferencia-se das demais medidas de avaliação sensorial, pois testa todos os segmentos corporais e não exige materiais de alto custo para sua aplicação. A seguir, a folha para a Avaliação sensorial de Nottingham: RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 43 RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 44 6. FORÇA MUSCULAR Definição: capacidade do músculo (ou um grupo muscular) produzir uma tensão necessária para manter, iniciar ou controlar o movimento indo contra uma resistência (carga) aplicada no sistema músculo-esquelético, seja ela por objetos ou pela gravidade. Quando um indivíduo apresenta uma fraqueza muscular que limita ou incapacita a sua funcionalidade ocupacional, é necessário determinar o grau e a distribuição dessa fraqueza muscular, para que assim se estabeleça um plano de intervenção que seja apropriado às necessidades do sujeito. A fraqueza muscular, é entendida como falta ou redução da potência (capacidade de realizar algo) de um músculo ou de um grupo de músculos. Para compreender sobre a capacidade de realizar um movimento que o músculo possui, ou seja, entender sobre a sua potência, é preciso saber como a contração muscular age, já que ela está relacionada à força muscular. O quadro abaixo, traz os tipos de contração muscular e seus respectivos exemplos. Quadro 9 - Tipos de Contração Muscular Tipo de Contração Definição Exemplo Isométrica (manutenção) Contração estática, em que o comprimento do músculo é constante (não se altera). Tronco estabilizado no exercício de ‘’prancha’’ Concêntrica (aproximação) Durante a contração, o músculo se encurta e provoca uma aceleração no movimento. Flexão do Cotovelo (ação do bíceps) Excêntrica (afastamento) Durante a contração, o músculo sofre um estiramento ou alongamento e provoca uma desaceleração no movimento. Extensão do Cotovelo (ação no bíceps) Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2022. 6.1. Conceitos do Teste de Força Muscular (Teste Muscular Manual) A contração voluntária máxima (CVM), é a quantidade máxima de tensão que não pode ser produzida sob controle voluntário, é comumente utilizada para mensurar a força muscular (Wilmore & Costill, 1999). Pelo fato do teste muscular ser uma medição da contração voluntária de um músculo isolado ou de um grupo de músculos, o teste de força não é apropriado para os pacientes que perderam a habilidade de contrair um único músculo ou um grupo de músculos isoladamente, tal como em pacientes que apresentam movimentos padronizados. Para os testes de força que serão apresentados aqui, será utilizada a técnica chamada ‘’teste de quebra’’, em que o músculo que será avaliado é posicionado em sua maior vantagem mecânica (comprimento e força do músculo). Após o músculo ser posicionado, usando a sua mão, o terapeuta vai aplicar uma força externa (resistência) para sobressair a força contrátil do músculo ou grupo de músculos que realizarão o movimento solicitado. Exemplificando, no ‘’teste de quebra’’ o terapeuta vai tentar quebrar a contração isométrica do paciente (BOHANNON, 1988). RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 45 Antes de começar o teste muscular manual (TMM), uma avaliação da amplitude de movimento passivo deve ser realizada para determinar qual a amplitude de movimento disponível em cada articulação do paciente. Embora esta seja considerada como a amplitude de movimento total para o propósito do teste muscular, uma anotação deve ser feita a respeito de qualquer limitação existente. O teste muscular manual (TMM) é um procedimento válido e confiável para mensurar a força muscular (Herbison et al., 1996; Marx, Bombardier & Wright, 1999; Schwartz et al., 1992). Para cada músculo ou grupo de músculos é determinado um grau de força muscular (Quadro 10), que vai de acordo com a resistência que ele pode suportar, portanto, a sua avaliação é subjetiva. Quadro 10 - Classificação da força muscular (Medical Research Council - MRC) Gradação Qualificação Descrição 5 Normal Movimento normal do músculo contra a gravidade e a resistência total. 4 Bom Movimento articular completo contra a gravidade e alguma resistência (resistência parcial). 3 Regular Movimento completo contra a gravidade; 2 Mau/Ruim Movimento articular completo eliminando a gravidade; 1 Traços/Vestígios Pouca contratilidade sem mobilidade articular, a contração muscular pode ser palpável; 0 Paralisado/Zero Ausência de contração muscular e palpação. Fonte: Terapia Ocupacional para Disfunções Físicas, 2013 (adaptado pelo próprio autor, 2022). 6.1.1. Procedimentos para a prática avaliativa Princípios para o teste muscular (Terapia Ocupacional para Disfunção Física, 2013, p.155): 1. Explique o procedimento e demonstre o movimento desejado; 2. Posicione o paciente de modo que a direção do movimento seja contra a gravidade. 3. Estabilize o segmento proximal da articulação que irá se movimentar para evitar substituições 4. Instrua o paciente para movimentar ativamente até a posição final. Se ele não puder se mover ativamente contra a gravidade, coloque-o em uma posição com a gravidade eliminada, e peça-lhe para movimentar ativamente nessa posição. 5. Se o paciente puder se movimentar ativamente contra a gravidade, diga a ele para manter a contratação na posição final. 6. Aplique a resistência: ● à extremidade distal do segmento no qual o músculo se insere; ● na direção de onde o movimento veio; RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 46 ● começando com a resistência leve e aumentando para a resistência máxima após um período de 2 a 3 segundos. 7. Apalpe sobre o músculo movimentador principal para determinar se o músculo está contraindo ou se a gravidade e/ou os músculos sinérgicos estão substituindo a ação. 8. Registre o grau apropriado de acordo com a resistência tolerada antes do músculo quebrar, ou pela quantidade de movimento obtido sem a resistência em uma posição contra a gravidade ou com a gravidade eliminada. 6.1.2. Registrando os valores de Força Muscular A graduação de força é registrada em formulário que vai documentar tanto os graus para o lado direito, quanto para o lado esquerdo do corpo. O formulário deve indicar os dias que foram feitos os testes e se houve continuidade por vários dias. Abaixo, está uma amostra do formulário de avaliação para registro da força muscular manual. Nele, os níveis dos nervos periféricos e seu segmento espinhal estão listados ao lado de cada músculo para auxiliar o profissional a interpretar os resultados do teste. Nome do paciente:_____________________________________________ Idade:______ Movimento Esquerda Direita Escápula ELEVAÇÃO Trapézio superior (acessório) NC XI, C3-4 Elevador da escápula (escapular dorsal) C5, C3-4 DEPRESSÃO Trapézio Inferior (acessório) NC XI, C3-4 Grande dorsal (toracodorsal) C6-8 ADUÇÃO Trapézio médio (acessório) NC XI, C3-4 Romboides (escapular dorsal) C5 ABDUÇÃO Serrátil anterior (torácico longo) C5-7 Ombro FLEXÃO Deltoide anterior (axilar) C5-6 Coracobraquial (músculo cutâneo) C5-6 RCG 2028 – Cinesiologiae Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 47 Peitoral clavicular maior (peitoral) C5-6 Bíceps (músculo cutâneo) C5-6 EXTENSÃO Grande dorsal (toracodorsal) C6-8 Redondo maior (subescapular inferior) C5-8 Deltoide posterior (axilar) C5-6 Cabeça longa do tríceps (radial) C7-8 ABDUÇÃO Supraespinhoso (supraescapular) C5-6 Deltoide médio ADUÇÃO Grande dorsal (toracodorsal) C6-8 Redondo maior (subescapular inferior) C5-6 Peitoral maior (peitoral) C5-T1 ABDUÇÃO HORIZONTAL Deltoide posterior (axilar) C5-6 ADUÇÃO HORIZONTAL Peitoral maior (peitoral) C5-T1 Deltoide anterior (axilar) C5-6 ROTAÇÃO EXTERNA Infraespinhoso (supraescapular) C5-6 Redondo menor (axilar) C5-6 Deltoide posterior (axilar) C5-6 ROTAÇÃO INTERNA Subescapular (superior, subescapular inferior) C5-7 Redondo maior (subescapular inferior) C6-7 Grande dorsal (toracodorsal) C6-8 Peitoral maior (peitoral) C5-T1 Deltoide anterior (axilar) C5-6 RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 48 Cotovelo FLEXÃO Bíceps (músculo cutâneo) C5-6 Braquiorradial (radial) C5-7 Braquial (músculo cutâneo) C5-6 (radial) C7-8 Antebraço PRONAÇÃO Pronador redondo (mediano) C6-7 Pronador quadrado (mediano) C8-T1 SUPINAÇÃO Supinador (radial) C5-6 Bíceps (músculo cutâneo) C5-6 Punho EXTENSÃO Extensor radial longo do carpo (radial) C6-7 Extensor radial curto do carpo (radial) C7-8 Extensor ulnar do carpo (ulnar) C8-T1 FLEXÃO Flexor radial do carpo (mediano) C6-7 Palmar longo (mediano) C7-8 Flexor ulnar do carpo (ulnar) C8-T1 Dedos FLEXÃO INTERFALANGEANA DISTAL (IFD) 1º Flexor profundo (mediano) C8-T1 2º Flexor profundo (mediano) C8-T1 3º Flexor profundo (ulnar) C8-T1 4º Flexor profundo (ulnar) C8-T1 RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 49 5º FLEXÃO METACARPOFALANGEANA (MF) Flexão do dedo mínimo (ulnar) C8-T1 FLEXÃO INTERFALANGEANA PROXIMAL (IFP) 1º Flexor superficial (mediano) C7-T1 2º Flexor superficial (mediano) C7-T1 3º Flexor superficial (mediano) C7-T1 4º Flexor superficial (mediano) C7-T1 ADUÇÃO 1º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1 2º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1 3º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1 4º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1 EXTENSÃO METACARPOFALANGEANA (MF) 1º Extensor digital (radial) C7-8 2º Extensor digital (radial) C7-8 3º Extensor digital (radial) C7-8 4º Extensor digital (radial) C7-8 Extensor do dedo mínimo (radial) C7-8 EXTENSÃO INTERFALANGEANA (IF) 1º Lumbrical (mediano) C8-T1 2º Lumbrical (mediano) C8-T1 3º Lumbrical (mediano) C8-T1 4º Lumbrical (mediano) C8-T1 RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 50 Polegar EXTENSÃO Extensor longo do polegar (radial) C7-8 Extensor curto do polegar (radial) C7-8 FLEXÃO Flexor longo do polegar (mediano) C8-T1 Flexor curto do polegar (mediano) C8-T1 ABDUÇÃO Abdutor longo do polegar (radial) C7-8 Abdutor curto do polegar (mediano) C8-T1 ADUTOR Adutor do polegar (ulnar) C8-T1 OPOSIÇÃO Oponente do polegar (mediano) C8-T1 Oponente do dedo mínimo (ulnar) C8-T1) Quadril FLEXÃO Iliopsoas (femoral) L2-3 EXTENSÃO Glúteo máximo (glúteo inferior) L5-S2 Joelho FLEXÃO Tibial L5-S2 EXTENSÃO - Quadríceps (femoral) L2-4 Tornozelo DORSIFLEXÃO Tibial anterior (peroneal profundo) L4-S1 Extensor longo dos dedos (peroneal profundo) L4-S1 Extensor longo do hálux (peroneal profundo) L4-S1 RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 51 FLEXÃO PLANTAR Gastrocnêmio (tibial) S1-2 Sóleo (tibial) S1-2 Assinatura do terapeuta:_____________________________________ Data: ___________ Reimpresso sob permissão de Pansky, B. (1996). Review of Gross Anatomy (6th ed.) New York: McGraw-Hill. 7. TESTE MUSCULAR MANUAL (TMM) 7.1. TMM da escápula Elevação Escapular Músculos movedores principais: - Trapézio Superior - Levantador da Escápula ➢ Posição contra a gravidade (figura a) Posição Inicial: sentado com as costas retas e braços ao lado do corpo. Estabilização: o tronco é estabilizado pelo encosto de uma cadeira. Instrução do Movimento: elevar os ombros em direção às orelhas, fazendo força para que os ombros não sejam empurrados para baixo. Resistência: com as mãos sobre os ombros do paciente, o terapeuta vai pressioná-los para baixo (movimento de depressão escapular). Precauções: o paciente não deve colocar as mãos nos joelhos e empurrá-los para dar apoio ao movimento, pois dará uma impressão de que os ombros estão sendo elevados. Figura 37 (a) - Elevação da escápula em posição contra a gravidade RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 52 Fonte: Próprio autor, 2022. ➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b) Posição Inicial: deitado de bruços (decúbito ventral) e com os braços ao lado do corpo; o terapeuta apoia o ombro que será avaliado. Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete. Instrução do Movimento: elevar os ombros em direção às orelhas. Resistência: a mesma aplicada para a posição descrita anteriormente. Figura 38 (b) - Elevação da escápula em posição com a gravidade eliminada. Fonte: Próprio autor, 2022. Palpação Muscular: a) Trapézio (parte superior): região posterior do ombro, na curva do pescoço. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 53 b) Levantador da escápula: localizado posteriormente ao músculo esternocleidomastoideo, na porção lateral do pescoço. Depressão Escapular Músculos movedores principais: - Trapézio inferior - Grande Dorsal ➢ Teste de Resistência Posição Inicial: deitado de bruços com os braços ao lado do corpo; para esse teste é necessário estar em posição com a gravidade eliminada. Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete. Instrução do Movimento: com as mãos para baixo, tentar alcançar os pés. Resistência: o terapeuta faz a mão em concha para sustentar o ângulo inferior da escápula, empurrando-a para cima em direção ao seu movimento de elevação. Figura 39 - Depressão da escápula em posição de teste de resistência Fonte: Próprio Autor, 2022. Palpação Muscular: a) Trapézio inferior: palpado lateralmente à coluna vertebral, em direção à espinha da escápula. b) Grande Dorsal: localizado ao longo da caixa torácica na região posterior (costas) da axila, onde se insere ao úmero. Adução Escapular: Retração Músculos movedores principais: - Trapézio médio - Romboides (menor e maior) ➢ Posição contra a gravidade para o trapézio médio (figura a) RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 54 Posição Inicial: deitado de bruços, o ombro deve ser abduzido em 90º, e o cotovelo flexionado em 90º. Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete. Instrução do Movimento: levantar o cotovelo para cima (em direção ao teto), indo contra o movimento do terapeuta que o empurra para baixo. Resistência: aplicada lateralmente na borda vertebral da escápula. Observação: durante a aplicação da resistência, é importante perceber se a escápula do paciente permanece aduzida (próxima da espinha vertebral). Palpação Muscular: a) Trapézio médio: entre a coluna vertebral e a borda vertebral da escápula. b) Romboides: se encontram abaixo do trapézio,não sendo possível apalpá-los. ➢ Posição com a gravidade eliminada para os romboides (figura b) Posição Inicial: deitado de bruços com o ombro rotacionado internamente, e dorso da mão sobre a região lombar. Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete. Instrução do Movimento: tentar levantar a mão que está sobre as costas no sentido de afastá-la do corpo, sem deixar que o terapeuta a empurre para baixo. Resistência: é aplicada para baixo, indo contra a porção distal do úmero. Figura 40 (a) - Adução escapular em posição contra a gravidade para o trapézio médio Fonte: Próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 55 Palpação muscular: a) Rombóides (maior e menor): se encontram ao longo da borda lateral da escápula, próximo ao seu ângulo inferior. ➢ Posição com a gravidade eliminada para o trapézio médio e os rombóides (figura c) Posição Inicial: sentado ereto com a frente do corpo posicionada para o encosto da cadeira; o úmero deve estar abduzido em 90º e apoiado pela mão do terapeuta. Estabilização: o tronco é estabilizado pelo encosto da cadeira. Instrução do Movimento: mover para trás o braço que está estendido. Gradação: se a escápula se mover em direção à espinha do corpo, anote grau 2 (ruim). Se não for observado qualquer tipo de movimento, apalpe os adutores da escápula. Palpação Muscular: a mesma descrita previamente. Figura 41 (b) - Adução escapular em posição com a gravidade eliminada para os romboides Fonte: Próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 56 Figura 42 (c) - Adução escapular em posição com a gravidade eliminada para o trapézio médio (apontado pelo terapeuta) e os romboides; Fonte: Próprio autor, 2022. Abdução Escapular: Protração Músculos movedores principais: - Serrátil Anterior ➢ Posição contra a gravidade (figura a) Posição Inicial: deitado em decúbito dorsal (barriga para cima), com o úmero flexionado a 90º (cotovelo pode estar flexionado ou estendido). Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete. Instrução do Movimento: empurrar o braço flexionado para cima (em direção ao teto). Resistência: o terapeuta deve segurar a posição distal do úmero ou posicionar sua mão em concha sobre o cotovelo do paciente, empurrando o braço para baixo ou para trás, no sentido da adução escapular. Observação: se a articulação do ombro estiver instável ou dolorida, não aplicar esse teste no paciente. Palpação Muscular: a) Serrátil anterior: região lateral das costelas. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 57 Figura 43 (a) - Abdução escapular em posição contra a gravidade Fonte: Próprio autor, 2022. ➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b) Posição inicial: sentado com o úmero flexionado em 90º (para frente do corpo) e apoiado pela mão do terapeuta. Instrução do movimento: mover o braço estendido para frente, empurrando-o. Gradação: o movimento da escápula em abdução é marcado com grau 2 (mau/ruim); caso não for observado nenhum tipo de movimento, apalpe o serrátil anterior. Figura 44 (b) - Abdução escapular em posição com a gravidade eliminada Fonte: Próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 58 7.2. TMM do ombro Flexão do Ombro Músculos movedores principais: - Deltoide anterior - Coracobraquial - Peitoral maior (feixe clavicular) - Bíceps ➢ Posição contra a gravidade (figura a) Posição Inicial: sentado em uma cadeira com um dos braços abaixado ao lado corpo, em posição e altura média. Estabilização: feita sobre a clavícula e a escápula com a mão do terapeuta. Instrução do Movimento: o braço em altura média, deve tentar ser levantado à frente do corpo e na altura do ombro, tentando ir contra o movimento do terapeuta que o está empurrando para baixo. Resistência: sobre a extremidade distal do úmero, o terapeuta empurra o braço para baixo, no sentido da extensão do braço. Figura 45 (a) - Flexão do ombro em posição contra a gravidade Fonte: Próprio autor, 2022. ➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b) Posição Inicial: deitado de lado (decúbito lateral), o braço que será avaliado (que não está sobre o colchonete) deve estar em posição média ao longo da lateral do corpo. Estabilização: lateralmente, o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete; o terapeuta sustenta o braço que será avaliado segurando-o por baixo. Instrução do Movimento: mover o braço estendido até que a mão fique na altura do ombro. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 59 Palpação Muscular: a) Deltoide anterior: em frente a articulação do ombro (articulação glenoumeral). b) Coracobraquial: está medialmente ao tendão da porção longa do bíceps. c) Bíceps: face anterior do úmero. d) Peitoral Maior (feixe clavicular): abaixo da clavícula, seguindo seu trajeto até a sua inserção no úmero (abaixo do deltoide anterior). Extensão do Ombro Músculos movedores principais: - Grande Dorsal - Redondo Maior - Deltoide posterior - Cabeça longa do Tríceps ➢ Posição contra a gravidade (figura a) Posição Inicial: sentado com o braço que será avaliado ao lado do corpo, o úmero deve estar rotacionado para dentro. Estabilização: mão do terapeuta sobre a clavícula e a escápula. Instrução do Movimento: o braço na lateral do corpo, tem que ser movido reto para trás ao máximo que o paciente conseguir; a palma da mão deve estar e se manter voltada para trás. Resistência: sobre a extremidade distal do úmero, a mão do terapeuta o empurra para baixo em direção a sua flexão. Precauções: se atentar aos abdutores do ombro, que ao inclinar o ombro para frente, o corpo se curva consequentemente; o corpo do paciente tem que se manter ereto o tempo de toda a avaliação. Figura 47 (a) - Extensão do ombro em posição contra a gravidade Figura 46 (b) - Flexão do ombro em posição contra a gravidade Fonte: Próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 60 Fonte: Próprio autor, 2022. ➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b) Posição Inicial: deitado de lado, o braço que será avaliado deve estar estendido ao longo da lateral do corpo e em rotação interna. Estabilização: o terapeuta sustenta o cotovelo do braço em avaliação durante todo o movimento. Instrução do Movimento: o braço estendido tem que ser movido para trás. Resistência: a mesma aplicada para o teste anterior. Palpação muscular: Figura 48 (b) - Extensão do ombro em posição com a gravidade eliminada Fonte: Próprio autor, 2022. RCG 2028 – Cinesiologia e Biomecânica Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas 61 a) Grande Dorsal e b) Redondo maior: formam a borda posterior da axila. c) Deltoide posterior: posicionado posteriormente à articulação do ombro. d) Tríceps: palpado na face posterior do úmero. Abdução do Ombro Músculos movedores principais: - Supraespinhoso - Deltoide médio ➢ Posição contra a gravidade (figura a) Posição Inicial: sentado com o braço que será avaliado ao lado do corpo, estendido e em posição e altura média. Estabilização: com a mão do terapeuta sobre a clavícula e a escápula. Instrução do Movimento: o braço que será avaliado tem que ser levantado até a altura do ombro, indo contra a ação do terapeuta que o empurra para baixo. Resistência: sobre a extremidade distal do úmero, o terapeuta o empurra para baixo, em direção ao corpo.