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med.estrategia.com MEDICINA PREVENTIVA https://med.estrategia.com/ Estratégia MED Estratégia MED | Memorex do Estratégia MED 2MEDICINA PREVENTIVA @estrategiamed /estrategiamed Estratégia MED t.me/estrategiamed @estrategiamed Fala, Estrategista! Beleza? Eu sou o Bruno, médico formado pela UFMT de Cuiabá e Residente de Pediatria na USP de São Paulo. Neste espaço, vou contar um pouco sobre como foi minha preparação para as provas de Residência e dar umas dicas para você que está nessa luta! Sei bem como é cansativo e estressante este momento de preparação para as provas. A gente fica pilhado, inseguro e, muitas vezes, com a impressão de que não estamos saindo do lugar. No entanto, eu posso afirmar que o esforço bem direcionado sempre traz bons resultados! Portanto, apesar de o caminho ser árduo, não desanime e bora pra cima – a recompensa virá! Comecei a ficar ligado nas provas quando eu estava no 8º semestre do curso de Medicina. Tive um professor de Obstetrícia que era conhecido por seu temido hábito de reprovar alunos aplicando uma prova “casca grossa”. Na base do medo, estudei muito para essa prova, aí eu percebi que havia visto, praticamente, todo o conteúdo de Obstetrícia que é cobrado nos concursos de Residência Médica! Pensei na trabalheira que seria estudar tudo de novo quando fosse me preparar para os exames, então achei que seria mais prudente estruturar uma revisão periódica da matéria ao invés de começar “do zero” quando chegasse essa fase. Assim, de vez em quando, e de forma despretensiosa, eu fazia umas questões de Obstetrícia, só para manter o assunto na cabeça. Achei isso bem legal, pois, nas rodas de conversa entre os alunos, sempre pingava uma dúvida ou outra sobre o tema e eu sabia responder, mesmo quando estava em outros estágios! Peguei gosto por essa estratégia e já emendei os estudos de Ginecologia, Medicina Preventiva e Pediatria. Uma coisa que me motivou muito foram as notas que eu alcançava nos simulados, elas disparavam conforme eu ia estudando. Essa, com certeza, foi a fase mais massa: em 2 ou 3 meses, saí de 60% de acertos para quase 80%, apenas porque sabia bem GO, Ped e Preventiva. Nesse momento, eu estava na metade do meu quinto ano de faculdade e foi aí que conheci o Estratégia MED! Até então, eu tinha estudado apenas com materiais preparatórios que meus amigos me emprestavam (eu era do time dos pés-rapados, que não tinham condições de pagar um curso preparatório). No começo de 2021, o EMED estava sendo lançado, com simulados em que você poderia conquistar bolsas de estudo. Fiquei meio desconfiado, afinal essa oportunidade estava caindo do céu, mas resolvi fazer uma dessas primeiras provas com direito a bolsa e imagine... consegui o singelo desconto de... 100% no curso. É claro que havia um receio por ser uma empresa nova nessa área de concursos de medicina, mas como dizem que “de graça até injeção na testa” eu resolvi tentar. E, imediatamente, meu caso com o EMED tornou-se de amor à primeira vista! As aulas são muito completas e trazem um raciocínio bem construído, sempre direcionado para as questões das provas de todas as instituições. Além disso, adorei a proximidade com os professores, sem contar a maravilha que é o banco de questões! Desde aí até o final da minha preparação, passei boas horas na plataforma do EMED. E, claro, virei fanboy da marca e passei a divulgar o Estratégia Med para todos os meus amigos! Rs Certo, mas, depois de conhecer bem a forma como GO, Ped e Prev são cobrados nas provas de Residência, a gente chega em Clínica Médica e Cirúrgica, aí... bate aquele desânimo, a sensação é de que não tem como estudar tudo. De fato, você MEDICINA PREVENTIVA https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://t.me/estrategiamed https://t.me/estrategiamed https://www.tiktok.com/@estrategiamed Estratégia MED Estratégia MED | Memorex do Estratégia MED 3MEDICINA PREVENTIVA não vai conseguir estudar tudo! Mas não fique frustrado com isso, porque não há necessidade nenhuma de ver os detalhes de cada um dos temas. Percebi que cada uma das bancas examinadoras tem seus temas preferidos dentro dessas duas grandes áreas, assim sendo, fiz um estudo bastante direcionado apenas para o que seria cobrado nas provas das instituições do meu interesse. Assim, no começo do meu 6º ano, eu já tinha estudado “tudo” o que era mais relevante para mim. Já estava acertando entre 80 e 85% nos simulados. Daí, foi só manter os temas revisados e treinar com questões que os bons resultados vieram de forma bem natural e, de verdade, eu não esperava menos do que a minha aprovação! Fui para as provas com a mente leve, como se fosse fazer mais um simulado na íntegra...só mais uma prova entre as inúmeras que eu já havia feito ao longo dos dois últimos anos. Não deu outra: conquistei o 1º lugar na Unicamp, no ENARE, no IAMSPE e no SUS-SP (com direito a ter obtido a maior nota do país na prova teórica) e, ainda, o 3º lugar na USP-SP (com o maior número de acertos na prova teórica). Deu bom e, adivinhem, para completar, surgiu essa grande oportunidade de entrar para o time do EMED! Uma coisa que sempre falo para meus amigos que estão se preparando para as provas: eu não passei noites sem dormir para estudar, não deixei de fazer minhas atividades físicas, nem de me alimentar direito e muito menos de jogar meu videogame que tanto gosto. Não estou falando que foi fácil, mas acredito que o segredo para uma boa preparação é manter a cabeça saudável! Garanto que seu estudo vai render muito mais, pois, dessa forma, a capacidade de concentração e retenção na memória fica bem melhor do que quando estamos no “modo zumbi”. Se você está no quinto ano, comece a se preparar agora para distribuir melhor sua carga de estudos ao longo desses dois anos. Se está no sexto, faça um estudo bem direcionado para a banca que você quer. E se você já se formou, trabalhe a menor quantidade de horas possível na semana para conseguir manter uma boa qualidade de vida e ter bastante tempo livre para estudar. Como eu disse, o esforço bem direcionado sempre traz bons resultados! Sinta-se à vontade para falar comigo pelas redes sociais. Bora pra cima, Coruja! Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 4 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED SUMÁRIO 1.0 MEDICINA PREVENTIVA 6 1.1 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 1: INDICADORES DE MORBIDADE 6 1.2 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 2: INDICADORES DE MORTALIDADE 9 1.3 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 3: INDICADORES DEMOGRÁFICOS E TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICO- EPIDEMIOLÓGICA 13 1.4 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 14 1.6 PROCESSOS EPIDÊMICOS E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS 16 1.7 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS 17 1.7.1 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) 19 1.8 MARCOS LEGAIS DO SUS E FINANCIAMENTO DO SUS 20 1.8.1 SOBRE A LEI Nº 8.080/1990 20 1.8.2 SOBRE A LEI Nº 8.142/1990 22 1.8.3 SAÚDE COMPLEMENTAR E SUPLEMENTAR 26 1.9 PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO SUS 27 1.10 HISTÓRIA DO SUS 29 1.11 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 30 1.12 MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (MFC) 32 1.12.1 FERRAMENTAS PARA ABORDAR O CONTEXTO SOCIAL DO PACIENTE 33 1.12.2 PROTOCOLO SPIKES 35 1.13 ÉTICA MÉDICA 36 1.14 PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO 37 1.14.1 DESENVOLVIMENTO DE VACINAS E MEDICAMENTOS 40 1.14.2 TABELA DE CONTINGÊNCIA E ANÁLISE DOS DADOS DE UM ESTUDO 41 1.14.3 RISCO ATRIBUÍVEL 41 1.14.4 REDUÇÃO ABSOLUTA DO RISCO E REDUÇÃO RELATIVA DO RISCO 42 1.14.5 NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR (NNT) 44 1.14.6 RAZÃO DE PREVALÊNCIAS 45 Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 5 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.7 ODDS RATIO 46 1.15 TESTES DIAGNÓSTICOS 48 1.15.1 RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA52 Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 6 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED CAPÍTULO 1.0 MEDICINA PREVENTIVA A Medicina Preventiva é uma grande área, que tem a melhor relação de Esforço X Retorno. Os temas são restritos e costumam se repetir bastante nas provas! O problema é que acaba sendo desinteressante para boa parte dos alunos. Eu mesmo tive essa sensação enquanto estudava, de que deveria estar estudando “medicina” ao invés de medidas de associação. Mas, depois que comecei minha Residência , percebi que os conceitos abordados por essa área são essenciais para que o médico consiga analisar criticamente os estudos, fluxogramas e suas próprias condutas. É a base da famosa “Medicina Baseada em Evidências”. Então, não fique frustrado caso os temas não soem interessantes para você. Garanto que valerá a pena quando estiver no seu tão sonhado programa de Residência Médica! Muito mais do que decorar esses conceitos todos, recomendo fortemente que você os compreenda. Isso porque as provas mais concorridas já passaram da fase de cobrar conceitos de forma direta! Bancas como a USP-SP, USP-RP, Unicamp e Unifesp gostam de colocá-los em situações práticas. Teremos, aqui, apenas um guia rápido para você consultar fórmulas e conceitos, mas não deixe de estudar esses temas a fundo com nossas aulas do Extensivo, beleza? 1.1 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 1: INDICADORES DE MORBIDADE Estrategista, dê uma olhada nos seguintes conceitos! Adianto que muitos examinadores fazem confusão com eles (confundindo, por exemplo, taxa com razão), então é importante que você analise criticamente cada uma das alternativas das questões sobre o tema e, se necessário, assinale a “menos pior”. De toda forma, é importante que você aprenda o que é certo! Especialmente sobre os coeficientes, que são capazes de aferir RISCO (informação cobrada com frequência nas provas, beleza?). Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 7 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED A seguir, temos as fórmulas para cálculo dos diversos tipos de coeficientes. Como comentei anteriormente, recomendo que você se apegue nos porquês, e não simplesmente na fórmula decorada. Medida relativa Descrição Exemplo Afere risco? Proporção simples Conceito geral: medidas relativas em que o numerador está contido no denominador. Nem todas aferem risco epidemiológico, apenas as proporções do tipo coeficiente. Depende do tipo de proporção, se é simples ou se é coeficiente. Depende do tipo de proporção. Proporções simples: identificam quem tem e quem não tem determinado status (quem tem uma determinada doença ou agravo, por exemplo), mas não avaliam mudanças de status (de saudável para doente ou de doente para saudável, por exemplo). Mortalidade proporcional e todos os tipos de prevalência (pontual, prevalência de período e prevalência de vida toda). Não. Proporções do tipo coeficiente: são proporções especiais, que têm a capacidade de indicar uma mudança de status ao longo do tempo, ou seja, os indivíduos começam com um status no início do período de observação e parte deles termina com outro status ao final desse período. Coeficiente de incidência ou incidência acumulada, coeficiente de mortalidade geral, coeficiente de mortalidade específica, letalidade, mortalidade infantil, mortalidade perinatal. Sim. Razão medidas relativas em que o numerador não está contido no denominador. Razão de sexos, razão de mortalidade materna. Não. Taxa Conceito geral: medida relativa que informa como o numerador varia em função do denominador, sendo que o denominador tem a variável tempo. Depende se é uma taxa absoluta ou relativa, acompanhe a seguir. ---- Taxa absoluta: quando o denominador contém apenas a variável tempo. Não temos representantes em epidemiologia, mas a velocidade de um carro, que indica quantos quilômetros foram percorridos na unidade do tempo, é um bom exemplo. Não. Taxa relativa: quando o denominador contém uma segunda variável além do tempo (pessoa- tempo). Dessa forma, informam a velocidade de aparecimento de um evento em saúde na unidade do tempo. Densidade de incidência, densidade de letalidade. Não. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 8 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 9 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Quando estiver com a sensação de que estão faltando informações no enunciado para o cálculo da prevalência ou incidência, lembre- se da fórmula a seguir, que é baseada em tempo de duração da doença: Existem muitas questões bem elaboradas que trazem contextos clínicos, sociais ou de estudos epidemiológicos, para as quais devemos ter em mente as seguintes características que diferenciam a incidência da prevalência. Mantenha os conceitos a seguir sempre revisados, hein? 1.2 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 2: INDICADORES DE MORTALIDADE Estrategista, este é um tema muito frequente nas provas. Recomendo fortemente que você fique atento à diferença entre mortalidade geral, proporcional e específica! Além de esses conceitos serem cobrados de forma direta, às vezes, aparecem na forma de pegadinhas, em que o examinador mistura os significados desses indicadores! Enfatizo que os coeficientes de mortalidade dão ideia de risco. Prevalência (P) = Incidência (I) x Tempo de duração da doença (D). P = I x D Incidência Prevalência Doenças agudas ou de curta duração. Acompanhamento de processos epidêmicos. Doenças crônicas ou de longa duração. Estudos com delineamento longitudinal do tipo prospectivo (coortes, ensaios clínicos e ensaios de campo). Estudos de delineamento transversal. Investigações etiológicas, exceto em coortes de sobreviventes (nesse caso, preferir a prevalência). Planejamento de ações e administração de serviços de saúde (dimensionamento de recursos). Indicador Risco aferido Mortalidade geral Risco geral de morte na população, independentemente de idade, gênero ou causa. Letalidade Risco de óbito pela doença na população doente. Mortalidade específica por uma causa Risco de morte pela doença na população em risco de adoecimento (ou seja, população que ainda está saudável). Considera a incidência e a letalidade em uma medida só, já que avalia o risco de adoecer por uma determinada causa e, uma vez adoecendo, morrer por aquela causa. Tabela 1 – Riscos de óbito segundo os indicadores de mortalidade e letalidade. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 10 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Assim como existe uma correlação entre prevalência, incidência e duração da doença, temos uma correlação entre incidência, letalidade e mortalidade específica. É bom ter a fórmula a seguir na manga: Agora, vou pedir para você ter atenção redobrada, Estrategista! Mortalidade materna e infantil é o tipo de tema que certamente estará presente na sua prova. A maioria das questões sobre o tema exige que você conheça os numeradores e denominadores desses indicadores. Aqui vale a pena decorar, beleza? Mais do que isso, na verdade: é necessário conhecer quais fatores influenciam cada um desses indicadores. Isso é cobrado com frequência em questões mais conceituais. Coeficiente geral de mortalidade (CGM) = Número total de óbitos da localidade x 1.000 População residente da localidade Observações: 1. Considerar o mesmo espaço geográfico e o mesmo período de observação para o numerador e o denominador; 2. Considerar a população que existia na metade do período. Por exemplo, para o ano de 2020, considerar a população em 01/07/2020. Coeficiente de mortalidade específica = Número de óbitos com uma determinada característica x 100.000População que apresenta aquela característica Mortalidade proporcional = Número de óbitos com uma determinada característica x100 Óbitos totais Coeficiente de letalidade (ou fatalidade) = Número de óbitos causados pela doença x 100 Número total de casos confirmados da doença Observação: considerar sempre o mesmo espaço geográfico e o mesmo período de observação para o numerador e o denominador. Letalidade de uma doença = Mortalidade específica pela doença Incidência da doença ou L = M/I Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 11 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Razão de Mortalidade Materna (RMM) = Número de óbitos maternos x 100.000 Número de nascidos vivos CMI = Número de óbitos em menores de 1 ano de idade x 1.000 Número de nascidos vivos Observação: considerar sempre o mesmo espaço geográfico e o mesmo período de observação para o numerador e o denominador. Figura 21 – Períodos do primeiro ano de vida de uma criança. O primeiro ano pode ser subdividido em dois períodos principais: o período neonatal, que vai desde o nascimento até o 27° dia completo de vida e o período pós-neonatal, que inicia no 28° e vai até o 364° dia completo de vida. Por sua vez, o período neonatal pode ser subdividido em mais dois componentes: o período neonatal precoce (0 a 6 dias completos de vida) e o neonatal tardio. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 12 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED A seguir, temos um coeficiente peculiar: o de mortalidade perinatal. Lembre-se de que incluímos os natimortos no numerador e no denominador! Algumas questões conceituais tentam confundir os candidatos, falando que apenas nascidos vivos são incluídos no cálculo desse coeficiente. Por fim, temos alguns indicadores de mortalidade proporcional que são bem interessantes! O Indicador de Swaroop- Uemura avalia, proporcionalmente, quantos óbitos ocorreram em pessoas mais velhas em uma população. Considerando que a morte faz parte da vida e é inevitável, para uma avaliação positiva de desenvolvimento humano, acaba sendo “mais interessante” que a maior parte das mortes ocorra em pessoas mais velhas! Quando mais de 75% das mortes ocorrem em > 50 anos, temos um bom indicador de desenvolvimento da região. Depois de calcular o índice, podemos classificar a região em grupos. Aqui, quanto maior o número do grupo, pior é o desenvolvimento da região! • Grupo 1: > 75% das mortes ocorrem em > 50 anos. • Grupo 2: entre 50% e 74%. • Grupo 3: entre 25% e 49%. • Grupo 4: < 25%. Outra forma de avaliar a mortalidade proporcional de uma população é utilizar as curvas de Nelson de Moraes. O raciocínio é o mesmo: mortalidade concentrada em população mais velha fala a favor de um bom nível de saúde de uma região. ! Atenção: quanto maior o número do tipo da curva, melhor é o desenvolvimento da região! Note que é o contrário do que vimos no Indicador de Swaroop-Uemura, em que grupos de número maior indicam um pior desenvolvimento. Coeficiente de mortalidade perinatal= (Óbitos fetais a partir da 22ª semana + Óbitos infantis até 7 dias) x 1.000 Número total de nascimentos* *Número total de nascimentos = número de óbitos fetais a partir da 22ª semana + nascidos vivos. Indicador de Swaroop-Uemura = Número de óbitos ≥ 50 anos x 100 Número total de óbitos ISU baixo (<75%) ISU elevado (≥75%) Nível de desenvolvimento da região médio ou baixo elevado Coeficiente de mortalidade infantil médio a elevado baixo Componente predominante pós-neonatal neonatal Principais causas de óbitos infantis desnutrição proteico-calórica, infecções pulmonares (como pneumonia) e diarreia Fatores biológicos (principalmente anomalias genéticas) Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 13 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.3 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 3: INDICADORES DEMOGRÁFICOS E TRANSIÇÃO DE- MOGRÁFICO-EPIDEMIOLÓGICA Estrategista, essas medidas aparecem com menos frequência nas provas de Residência. No entanto, é importante que você conheça as fórmulas para não ser pego de surpresa! Apesar de infrequentes, elas costumam ser cobradas de forma bem direta, no mais clássico estilo “sabe ou não sabe”. A Unifesp costuma trazer questões pontuais exigindo esses conhecimentos. Vale a pena dar uma olhada com carinho nas seguintes fórmulas: Tabela 10 – Padrões de níveis de saúde identificados por Nelson de Moraes. Tipo de curva Formato Nível de saúde Curva tipo 1 N invertido Muito baixo Curva tipo 2 J invertido Baixo Curva tipo 3 V ou U Regular Curva tipo 4 J Elevado Na taxa de fecundidade geral (TFG), dividimos o número de nascidos vivos em um determinado período pelo número total de mulheres em período reprodutivo na localidade. TFG = Número de nascidos vivos em uma determinada localidade em um intervalo de tempo x 1.000 População de mulheres em idade fértil naquela localidade no mesmo intervalo de tempo Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 14 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.4 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA Estrategista, estamos diante de um tema muito querido para as provas de Residência. E é interessante como os examinadores fazem questões bem legais sobre este tema! Isso porque dificilmente temos questões conceituais diretas sobre esse tema. A maioria das questões exige que o candidato conheça os conceitos a ponto de conseguir aplicá-los em situações práticas: indicação de alguma prevenção, críticas em relação a um rastreamento, implantação de algum tratamento ou rastreamento na população etc. Mas, para ter um raciocínio bem elaborado nessas questões, tenha sempre os seguintes conceitos frescos na sua memória, ok? Proporção de idosos = Número de indivíduos ≥ 60 anos x 100 População total* *Como estamos diante de um indicador que usa a idade, excluímos os indivíduos com idade ignorada. Índice de envelhecimento = Número de indivíduos ≥ 60 anos x 100 Número de indivíduos < 15 anos Razão de dependência = Indivíduos entre 0 e 14 anos (ou < 15 anos) + Indivíduos ≥ 60 anos x 100 Indivíduos entre 15 e 59 anos ou Razão de dependência = População economicamente inativa x 100 População economicamente ativa Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 15 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED ! PARA FACILITAR: Correlacione os níveis de prevenção com os períodos da história natural da doença. • Prevenção primordial ou primária: atua no período de pré-patogênese. • Prevenção secundária: atua no período de patogênese precoce, quando ainda não temos uma doença discernível ou sintomas. • Prevenção terciária: atua no horizonte clínico sintomático. O modelo de Determinantes Sociais de Saúde proposto por Dahlgren e Whitehead é queridinho de algumas bancas específicas, como a UNICAMP. Tenha atenção a quais determinantes conseguimos mudar e a quais são “imutáveis”, beleza? IATROGENIA SAUDÁVEL DOENTE • Ocorre devido a uma intervenção médica que resulta em algum dano à saúde do indivíduo. Ex.: a colonoscopia pode resultar em uma perfuração intestinal. SOBREDIAGNÓSTICO • Diagnostica-se um agravo que não geraria sintomas ou provocaria a morte do paciente. O sobrediagnóstico transforma uma pessoaem paciente sem necessidade, conduzindo esse indivíduo a tratamentos que não geram qualquer benefício. Ex.: na mamografia, é detectada uma lesão na mama, mas que não evoluiria para nenhum quadro clínico ou risco de morte. MEDICALIZAÇÃO • Quando situações normais da existência humana passam a ser objeto de abordagem médica desnecessária. Ex.: usar antidepressivos para auxiliar uma pessoa a lidar com o luto. Sabemos que a perda de um parente naturalmente leva a um estado de tristeza. As palavras supermedicalização ou hipermedicalização também já foram encontradas em questões. SOBRERRASTREAMENTO • Procede-se o rastreio desnecessário de uma condição clínica em um indivíduo ou grupo de indivíduos que não atendem aos critérios de rastreamento. Ex.: médico decide rastrear câncer de mama em jovens de 20 anos através da ultrassonografia, mas não há evidência científica para o rastreamento nessa idade, nem com esse exame. Nesse caso, corre-se o risco de detectar alterações que não gerariam qualquer transtorno à saúde das pacientes, o que poderia conduzir a planos terapêuticos desnecessários. SOBRETRATAMENTO • Refere-se a duas situações: (1) tratar agravos que não evoluiriam para algum estado de adoecimento significativo ou (2) optar por tratamento mais prolongado ou complexo do que o necessário. Ex.: tratar lesões mal definidas na mamografia que não evoluiriam para um câncer de mama ou prorrogar uma radioterapia em paciente que já não necessita. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 16 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Para finalizar, temos as três dimensões de vulnerabilidade. É um tema que vem sendo cobrado nos últimos anos. Recomendo que você os conheça, pois as questões sobre o assunto são bem diretas! 1.6 PROCESSOS EPIDÊMICOS E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS Estamos diante de um tema que ganhou notoriedade nos últimos anos. As formas como os examinadores abordam esse tema são bem variadas: • Questões conceituais diretas para diferenciar endemia, epidemia e pandemia. • Etapas para a construção de um diagrama de controle. • Abordagem de fatores que interferem no controle de uma epidemia. O gráfico a seguir sintetiza bem os pontos-chave do tema: DIMENSÃO INDIVIDUAL Grau e qualidade da informação que as pessoas dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicação prática, ou seja, o que a pessoa (individualmente) pensa, faz e quer, que a expõe a um agravo à saúde. DIMENSÃO SOCIAL O acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos, poder participar de decisões políticas e em instituições. DIMENSÃO PROGRAMÁTICA Avaliação e monitoramento dos programas, do compromisso das instituições, dos recursos e da gerência nos diferentes níveis de atenção. Valores; crenças; atitudes; situação física, psicológica e emocional; conhecimentos; comportamentos; relações familiares, afetivas, sexuais, de amizade; etc Acesso à saúde, cultural, lazer, educação, mídia; participação política; cidadania; emprego; relações de gênero, de raça/etnia, entre gerações; etc. Acesso aos serviços; qualidade dos serviços; governabilidade; preparo técnico dos profissionais; atividades intersetoriais; organização do setor de saúde; recursos humanos e materiais para as políticas; etc. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 17 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Além disso, neste tema, temos as características do agente etiológico. ! PARA FACILITAR: A letalidade sempre vai ser menor que a virulência, que, por sua vez, sempre será menor do que a patogenicidade. Note que são grupos que estão bem correlacionados. Patogenicidade = número de casos que desenvolvem a doença x 100 número total de infectados Virulência = número de casos graves e fatais x 100 número de casos confirmados da doença Letalidade = número de casos fatais ou óbitos da doença x 100 número de casos confirmados da doença 1.7 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS Sei que é esse tema que vem a sua mente quando você pensa em “estudar preventiva”! De fato, ele sempre aparece nas provas. Além disso, Estrategista, este tema tem muitas questões capciosas, baseadas em uma minuciosa interpretação de texto. Conforme você for treinando, naturalmente um "jogo de cintura" vai sendo desenvolvido. A dica que eu posso dar é optar pelo que for mais direto! Como assim? Comece lendo o que a questão está pedindo de fato e depois leia as alternativas. Depois, vá para o enunciado e não fique “viajando” muito. Se acontecer de você ficar justificando Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 18 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED sua resposta com muitos “e se…”, a chance de errar é grande! Não fique “fosforilando” muito, apenas marque o que soar mais direto. Hoje em dia, nas provas mais concorridas, não temos questões que abordam definições literais dos conceitos a seguir. A tendência dos examinadores é apresentar um cenário prático e exigir do candidato a “visualização” dos princípios e das diretrizes nesse cenário. Então, leia o enunciado já tentando identificar qual é o princípio ou a diretriz mais correlacionado com o contexto. Para isso, é importante conhecer os detalhes de cada um desses conceitos. Como este é um material voltado para consultas rápidas, trarei apenas alguns macetes para facilitar a memorização. ! PARA FACILITAR: Os princípios são os que começam com VOGAIS. Sempre leia e releia se o examinador está perguntando sobre uma diretriz ou um princípio na questão, ok? Confundir o candidato com esses conceitos é uma pegadinha das antigas, mas que ainda funciona. Apesar de os princípios e as diretrizes do SUS serem amplamente conhecidos pelos profissionais de saúde, nem todos aparecem de forma explícita na Constituição Federal de 1988. Os que estão explícitos encontram-se no artigo 198 e são os seguintes: UNIVERSALIDADE EQUIDADE PARTICIPAÇÃO POPULAR REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO INTEGRALIDADE PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Princípios e Diretrizes Implícitos (art. 196 e 198) Universalidade Igualdade Regionalização Hierarquização Explícitos (art. 198) Participação da Comunidade Atendimento Integral (Integralidade) Descentralização Memorize: CID Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 19 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.7.1 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) Tivemos PNAB em 2006, 2010, e a mais recente é de 2017. Saliento que essa Política traz a Atenção Básica (AB) como sinônimo de atenção primária em saúde. A PNAB também define o que é Atenção Básica: conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre o qual as equipes assumem responsabilidade sanitária. Como a regionalização e a hierarquização são uma diretriz da PNAB, cada ente federativo tem suas principais responsabilidades. De uma forma geral: com o Ministério da Educação, as mudanças curriculares nos cursos de saúde, destinar recursos financeiros. • Estados: divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da AB, prestar apoio institucional aos municípios, fortalecer ESF como estratégia prioritária para organização da AB. • Municípios: organizar/implementar os serviços de AB e o fluxo de pessoas, alimentar os sistemas de informação, garantir o cumprimento da carga horária dos profissionais da APS. • Comuns a todos: contribuirpara o financiamento tripartite da AB, seguir os princípios doutrinários do SUS, garantir provimento e estratégia de fixação para profissionais da AB. ! PARA FACILITAR: Cada ente federativo pode ter seu papel na PNAB definido por um “verbo-chave”. São os que estão sublinhados no texto acima. • União: definir e rever as diretrizes da PNAB, articular, PESSOAS INFORMAÇÃO LEI Nº 8.080/1990 - PRINCÍPIOS (art. 7º) RESOLVER, INTEGRAR, CONJUGAR E ORGANIZAR (RICO) VIOLÊNCIA CONTRA MULHER Atendimento para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral (Têm autonomia e acesso, participam, são iguais e recebem atendimento integral.) Universalidade Preservar autonomia de pessoas Participação da Comunidade Direito à informação Divulgação de informações Igualdade Integralidade Epidemiologia para estabelecer prioridades Capacidade de resolução em todos os níveis Conjugar recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos das 3 esferas Integração de saúde, meio ambiente e saneamento básico Organizar serviços (evitar duplicidade de meios para fins idênticos) Descentralização com direção única em cada esfera Ênfase para os municípios Regionalização e Hierarquização ESFERAS DO GOVERNO Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 20 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.8 MARCOS LEGAIS DO SUS E FINANCIAMENTO DO SUS Estrategista, neste tópico, vamos focar a abordagem no funcionamento do SUS. Sugiro que você tenha bastante atenção sobre quais são as atribuições de cada ente federativo na Saúde. Algumas palavras-chaves são recorrentes, como “coordenação”, “execução”, “supervisão”, “implementação” etc. Saber assimilar esses termos com seu respectivo responsável vai ajudá-lo a não ter aquela dúvida entre duas alternativas! 1.8.1 SOBRE A LEI Nº 8.080/1990 Os quadros a seguir, basicamente, detalham as competências de cada esfera do governo e como isso tudo é organizado. O raciocínio é basicamente o mesmo que discutimos na PNAB: • Município: executa. • Estado: complementa e apoia o município. • União: direciona. PRINCÍPIOS • Universalidade • Equidade • Integralidade DIRETRIZES • Regionalização e Hierarquização • Cuidado centrado na pessoa • Coordenação do cuidado • Territorialização • Resolutividade • Ordenação da rede • População Adscrita • Longitudinalidade do cuidado • Participação da comunidade POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA Compete à direção federal • definir e coordenar os sistemas; • definir critérios, parâmetros e métodos; • formular políticas, diretrizes e normas; • implementar políticas; • controlar e fiscalizar a execução de recursos federais; • dar suporte às demais esferas; • executar vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras. • realizar ações em caráter complementar/suplementar à União e aos municípios; • participar da formulação da política, do controle e da avaliação de ações junto à União e aos municípios; • planejar e coordenar a rede no âmbito estadual; • gerir serviços de alta complexidade de referência estadual e regional; • apoiar técnica e financeiramente os municípios; • realizar outras atividades no âmbito da unidade federada. • administrar, gerir e executar os serviços públicos de saúde; • formar consórcios intermunicipais; • colaborar na fiscalização; • articular ações com sua direção estadual; • celebrar contratos e convênios com prestadores de serviços privados; • fiscalizar os procedimentos dos serviços privados; • realizar outras atividades no âmbito municipal. Compete à direção estadual Compete à direção municipal Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 21 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED A Norma Operacional Básica nº 01, de 1993, mais conhecida como NOB 93, foi a primeira a esclarecer o gerenciamento do processo de descentralização nas três esferas do governo, por meio da CIT, das CIB e dos Conselhos Municipais, entre outros temas. As normas operacionais básicas (NOB) e as normas operacionais da assistência à saúde (NOAS) serão mais aprofundadas no livro “Processo de descentralização e regionalização do SUS”. E o que seriam esses conselhos nacionais citados no esquema anterior? Vamos colocá-los em outro esquema para facilitar sua comparação. Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) Reúne os gestores das... Secretarias Estaduais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde representando os interesses políticos comuns dos... gestores estaduais de saúde em nível nacional. gestores municipais de saúde em nível nacional. gestores municipais de saúde em nível estadual. para tratar de matérias referentes à... saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social. saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social. saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems. Comissão Intergestores Tripartite (CIT) Âmbito federal • Ministério da Saúde; • Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass); • e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Possui representantes do: Comissão Intergestores Bipartite (CIB) Âmbito estadual • Secretaria Estadual de Saúde (SES); • e Secretarias Municipais de Saúde. Envolve representantes indicados pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), da: Comissão Intergestores Regional (CIR) Âmbito regional Está vinculada à SES para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 22 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Gestor Comissões Intergestores Representações de gestores Colegiado participativo NACIONAL ESTADUAL MUNICIPAL Secretarias Municipais Ministério da Saúde Secretarias Estaduais Regional Tripartite Bipartite dos municípios: Cosems (nível municipal) dos estados: Conass dos municípios: Conasems (nível estadual) Conselho Municipal Conselho Nacional Conselho Estadual 1.8.2 SOBRE A LEI Nº 8.142/1990 Sempre que pensar na Lei nº 8.142/1990, dois tópicos centrais devem aparecer na sua memória: participação popular no SUS e financiamento do SUS. Sobre a participação popular no SUS, as questões costumam ser bem fáceis, então não durma no ponto para não as perder, beleza? Muita atenção nas pegadinhas que tentam confundir Conselho e Conferência de Saúde. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 23 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED CONSELHO DE SAÚDE CONFERÊNCIA DE SAÚDE REUNIÃO • O Plenário do Conselho de Saúde, que se reunirá, no mínimo, a cada mês e extraordinariamente quando necessário, terá como base seu Regimento Interno. • A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias. • Reunir-se-á a cada quatro anos, sendo convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. * DICA: Memorize que a CONFErência tem a mesma periodicidade da Copa do Mundo ou da antiga Copa das CONFEderações! OBJETIVO/ FUNÇÃO Atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. CARÁTER Permanente e deliberativo Suas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Consultivo Fóruns de discussão/debate e sugestões NÍVEL DE ATUAÇÃO Nível federal Conselho Nacional de Saúde (CNS) Nível estadual Conselho Estadual de Saúde Nível municipal Conselho Municipal de Saúde Nívelfederal Conferência Nacional de Saúde Nível estadual Conferência Estadual de Saúde Nível municipal Conferência Municipal de Saúde NORMAS DEFINIDAS As conferências de saúde e os conselhos de saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 24 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Dessa próxima tabela, recomendo fortemente que você memorize os itens que cada ente federativo deve ter para receber os recursos financeiros para saúde. É “decoreba”, mas pode lhe garantir um pontinho ou outro! A seguir, temos a polêmica Emenda Constitucional 95, que foi responsável por reajustar o valor que a União destina para a Saúde de acordo com a inflação — o tal do “congelamento dos gastos”. Essa emenda é bastante criticada por algumas bancas com posicionamento político mais assíduo, como é o caso da UNICAMP. Caso queira prestar prova lá, dê uma olhada mais aprofundada no tema. Lei no 8.080/1990 (art. 35) Lei no 8.142/1990 (art. 4º) Define os critérios que podem alterar o valor dos recursos financeiros recebidos Define o que é preciso obrigatoriamente para receber os recursos financeiros. Será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: • Perfil demográfico da região; • Perfil epidemiológico da população a ser coberta; • Características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;* • Desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; • Níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; • Previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; • Ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo. Municípios, estados e Distrito Federal devem contar com: • Fundo de Saúde; • Conselho de Saúde; • Plano de Saúde; • Relatório de Gestão; • Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; • Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). Municípios: mínimo de 15% Estados: mínimo de 12% União: Atual (EC 95): valor do ano anterior + correção do IPCA Anteriores: EC 86/2015: aumento gradual até alcançar 15% da receita LC 141 e EC 29: valor do ano anterior + variação do PIB Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 25 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Agora, tema quente: os três componentes que definem quanto cada município e estado receberá pelo programa “Previne Brasil”! Para definir o desempenho de um município, devemos levar em conta os seguintes parâmetros. Vale a pena dar uma olhadinha na revisão final para a sua prova, beleza? Previne Brasil Capitação ponderada Pagamento por desempenho Ações estratégicas Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 26 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Os três conceitos a seguir também costumam aparecer com frequência nas provas de Medicina Preventiva, especialmente no IAMSPE. Na maioria das vezes, a questão narra o caso de uma intervenção feita em algum município, apresenta algum dado e questiona qual dos três conceitos a seguir foi avaliado. Conceitos específicos, mas que podem aparecer na sua prova. 1.8.3 SAÚDE COMPLEMENTAR E SUPLEMENTAR Este tópico não é queridinho de nenhuma banca específica, mas, “vira e mexe”, pinga em algumas provas disputadas. Apareceu recentemente na UNESP e USP-SP. No geral, são questões mais difíceis, com uma taxa de acerto mais baixa. Mas vale a pena dar aquela revisada para, de repente, garantir um pontinho extra. Na maioria das vezes, as questões trazem alternativas que fazem afirmações sobre saúde complementar ou suplementar, e cabe ao candidato marcar a verdadeira — as definições e características estarão trocadas entre as alternativas. Saúde complementar Saúde suplementar Participa de forma complementar ao SUS (mediante contrato de direito público ou convênio). Não participa do SUS. Segue os princípios e as diretrizes do SUS. Segue os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do SUS quanto às condições para seu funcionamento. Segue as diretrizes da ANS. Preferencialmente sem fins lucrativos e entidades filantrópicas, mas podem participar as entidades com fins lucrativos. Predominantemente as entidades possuem fins lucrativos. Atua na esfera pública e privada. Atua na esfera privada. Ex.: hospital privado que também atende pelo SUS. Ex.: hospital privado que atende plano de saúde ou particular. • condições ideais, resultados "de pesquisa" • condições reais, vida prática • alcançar os resultados com menor custo Eficácia Efetividade Eficiência Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 27 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.9 PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO SUS Além das Leis nº 8.080/90 e nº 8.142/90, temos o Decreto nº 7.508/2011. Ele aborda diretrizes sobre como a regionalização e a descentralização do SUS ocorrerão na prática: re as Regiões de Saúde, tenha em mente quais são os serviços mínimos que devem ser oferecidos. Lembrando que municípios de estados diferentes podem integrar uma mesma Região de Saúde, desde que haja contiguidade no território. PRINCIPAIS MODALIDADES DAS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE Cooperativas (médica ou odontológica) Sociedades sem fins lucrativos, coordenadas pelos próprios profissionais. Representam o modelo dominante no Brasil, alcançando cerca de 55% dos beneficiários da saúde suplementar. Ex: Unimed. Autogestão Oferecem plano a um grupo fechado de pessoas, geralmente vinculado a uma classe profissional ou a uma determinada empresa que mantém o plano. Ex: GEAP, Cassi. Seguradoras Empresas que operam seguros e realizam reembolso de despesas médico-hospitalares ou odontológicas. Administradora de benefícios Empresas que “fazem uma ponte”, isso é, intermediam um plano de saúde entre a operadora e as pessoas jurídicas que contratam planos coletivos. Medicina de grupo Aquele plano de saúde que não se enquadra em nenhuma das outras características descritas. Decreto 7.508/2011: principais aspectos Define os serviços mínimos a serem oferecidos por uma Região de Saúde Define as portas de entrada em uma Rede de Atenção à Saúde Traz o conceito de Comissão Intergestores Regional (CIR) Cria a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e a Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) Redes específicas de atenção à saúde Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 28 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Ah, e também temos que saber quais desses serviços o paciente pode utilizar como porta de entrada preferencial para o Sistema de Saúde! Por fim, temos alguns tipos diferentes de território. Esses conceitos estão sendo cobrados com uma frequência progressivamente maior nas provas. No geral, são questões que contam um caso clínico e perguntam qual território está mais relacionado com o contexto apresentado. Dá pra garantir esse acerto, né? Destacamos o conceito de “serviços especiais de acesso aberto”, os quais são conceituados pelo decreto como “serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial”. Podemos citar, como exemplos, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 29 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.10 HISTÓRIA DO SUS Estrategista, esse tema aborda todo o processo de formação do SUS. Note que, conforme o tempo foi passando, a tendência foi sempre sendo de universalização do acesso à saúde. Dê uma olhada nos modelos de previdênciasocial que já foram realidade por aqui: • Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP): contribuição entre funcionário e empresa, sem participação do governo. • Instituto de Aposentadoria e Pensão (IAP): aqui o governo já se meteu na história, em um processo conhecido como estatização da Previdência Social. No entanto, ainda é um benefício exclusivo de algumas categorias profissionais com carteira de trabalho assinada. • Durante o regime militar, houve preocupação pela garantia de previdência para todos os trabalhadores e dependentes (visando diminuir a impopularidade). Dessa forma, os IAPs foram fundidos no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS → agora TODOS os trabalhadores tinham o benefício, e não só categorias específicas). Dentro desse instituto, foi criado o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) → setor específico para assistência à saúde no INPS. • Em 1986, após uma grave crise de saúde no Brasil, temos o ápice da REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA, na 8ª Conferência de Saúde. Foi a primeira a contar com participação popular. Culminou na criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), o alicerce para o SUS. Também é importante conhecer os diferentes modelos de saúde adotados pelos países mundo afora. Lembre-se de que o SUS é beveridgeano. CAP (1923-1933) • Por empresa IAP (1933-1966) • Por categorias profissionais INPS (1966-1977) • Trabalhadores formais e dependentes INAMPS (1977-1993) • Trabalhadores formais e dependentes SUDS (criado em 1987) • Todas as pessoas SUS (1988 - atual) • Concretização da universalidade Beveridge (ou sistemas de saúde beveridgeanos) Bismarck (ou sistemas de saúde bismarckianos) "Princípio do mérito" Adam Smith (ou sistemas de saúde smithianos ou baseados no mercado) • Cobertura universal; • Financiado pela sociedade através de impostos; • É o modelo do SUS. • Seguros sociais obrigatórios; • Financiado por empregados e empregadores; • Foi o modelo das Caixas de Aposentadorias e Pensões. • Serviços de saúde predominantemente privados; • Financiado por contribuições voluntárias de indivíduos e empregadores; • Modelo da iniciativa privada (planos e seguros de saúde). Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 30 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.11 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Este tema está entre os queridinhos dos examinadores da Medicina Preventiva. Não vá para a prova sem conhecê-lo bem, beleza? A imagem a seguir contempla um tema frequente de pegadinha: os atributos da Atenção Primária da Saúde. É muito fácil confundi- los com os princípios e/ou com as diretrizes do SUS. Além disso, é importante ter em mente quais são os essenciais e quais são os derivados. Isso pode ajudá-lo a eliminar alternativas em questões mais conceituais, beleza? ! PARA FACILITAR: O essencial → Coordenação, Integralidade, Acesso e Longitudinalidade. Pr in cí pi os d a at en çã o bá si ca Equidade Universalidade Integralidade D ire tr iz es d a at en çã o bá si ca Cuidado centrado na pessoa. Territorialização e adstrição. População adscrita. Participação da comunidade. Regionalização e hierarquização. Resolutividade. Longitudinalidade. Coordernar o cuidado. Ordenar as redes. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 31 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED A seguir, temos a composição de uma equipe de Saúde da Família (eSF). Enfatizo que é um conceito diferente de uma equipe de atenção primária! A prova do SUS fez uma pegadinha trocando esses conceitos recentemente. • Equipe de Saúde da Família: deve ser a estratégia prioritária. A composição mínima é de médico, enfermeiro, ACS e técnico de enfermagem. A composição não obrigatória envolve, ainda, cirurgião- dentista, técnico em saúde bucal e agente de combate às endemias. • Equipe de Atenção Primária: no mínimo, médico e enfermeiro. Deve se transformar em equipe de saúde da família o quanto antes. Outra coisa que acaba, eventualmente, aparecendo nas provas é a quantidade de pessoas que podem ser atendidas por uma unidade de AB de acordo com a classificação do IBGE do município. “Decoreba” das bravas, né? Mas fica o quadro para uma eventual consulta rápida: Classificação do município pelo IBGE Quantitativo potencial de pessoas cadastradas por equipe de Saúde da Família Quantitativo potencial de pessoas cadastradas por equipe de atenção primária modalidade I -20 h Quantitativo potencial de pessoas cadastradas por equipe de atenção primária modalidade II - 30 h 1 – Urbano 4000 pessoas 2000 pessoas 3000 pessoas 2 – Intermediário Adjacente 2750 pessoas 1375 pessoas 2063 pessoas 3 – Rural Adjacente 4 – Intermediário Remoto 2000 pessoas 1000 pessoas 1500 pessoas 5 – Rural Remoto Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 32 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Por fim, o fluxograma a seguir resume como é o Processo de Trabalho na AB, desde a implantação de uma unidade até sua manutenção. 1.12 MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (MFC) Estrategista, estamos diante de um tema que é bem bacana. A Medicina da Família e Comunidade tem uma série de ferramentas que são bem úteis para a sua prática clínica, independentemente de onde você estiver trabalhando, do nível de atenção e da especialidade que você escolher. São uma ótima maneira de estreitar sua relação médico-paciente! Vamos começar com o Método Clínico Centrado na Pessoa. Esse é muito frequente nas grandes provas: USP-SP, USP-RP, Unifesp, UNICAMP, Unesp, Einstein, PSU-MG, SURCE etc. Estude a fundo, beleza? No geral, as questões são mais práticas! Contam uma longa história clínica de um paciente, e questionam sobre a melhor forma de abordar a situação, tendo como base o Método Clínico Centrado na Pessoa. Territorialização Responsabilidade sanitária UBS como porta preferencial Adscrição dos usuários Acesso Acolhimento Trabalho em equipe multi Resolutividadade Promover atenção integral Os quatro componentes do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Componente Característica Explorando a saúde, a doença e a experiência com a doença (primeiro) Considerar as dimensões da experiência da doença, utilizando o método SIFE (sentimentos, ideias, funções e expectativas). Entendendo a pessoa como um todo (segundo) Entender a influência de aspectos como ciclo de vida e religião sobre a forma de a pessoa vivenciar a doença. Elaborando um plano conjunto de manejo (terceiro) Médico e pessoa envolvidos juntos no plano terapêutico. Intensificando a relação entre a pessoa e o médico (quarto) Necessidade de o médico aproximar-se da realidade da pessoa, criando empatia e vínculo. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 33 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED O MCCP pode ser aplicado junto com o SOAP. A galera da USP é bem fã desse tipo de registro. Espere longas histórias na sua prova! 1.12.1 FERRAMENTAS PARA ABORDAR O CONTEXTO SOCIAL DO PACIENTE Os símbolos a seguir podem ser utilizados para construção tanto de um genograma quanto de um ecomapa. Geralmente, as questões deste tema apresentam uma imagem com uma das ferramentas, e é perguntado ao candidato qual alternativa a interpreta melhor. Algumas provas discursivas costumam trazer este tema também, no geral, com perguntas mais diretas. Não dá para perder, hein? Método Re-SOAP – Registro de Saúde Orientado por Problemas S Subjetivo Descrição dos problemas como são ditos pela pessoa. Não usar termos técnicos. Ex.: “fraqueza nas pernas”, “dor nos ossos”, “vista cansada”. O Objetivo Relaciona-se às observações do profissional. Ex.: impressões do médico, exame físico e sinais vitais, exames complementares. A Avaliação Conclusão do médico sobre o que foi ouvido e analisado nasetapas anteriores (lista de problemas). Evitar diagnósticos específicos, a fim de não cometer engano no registro. Ex.: “disúria”, “dispepsia”. P Plano Plano de intervenção (diagnóstico, tratamento, educação, acompanhamento) direcionado a cada condição da qual se queixou em “S” e avaliada em “A”. Ex.: “solicitar urocultura”, “acompanhamento quinzenal”. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 34 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Símbolos utilizados no ecomapa --------------------------- Linha tracejada Relação incerta ____________________ Linha contínua fina Relação fraca ___________ Linha contínua espessa Relação forte Linha irregular Relação conflituosa Linha interrompida Relação rompida Seta curta Demanda pouca energia a partir de quem a seta parte Seta longa Demanda muita energia a partir de quem a seta parte Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 35 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Outras ferramentas de abordagem familiar PRACTICE APGAR Familiar A ferramenta PRACTICE estuda o funcionamento familiar, fornecendo orientações sobre possíveis intervenções que possam atuar no problema familiar. A sigla PRACTICE vem das iniciais em inglês Presenting problem (problema); Roles and structure (papéis e estrutura); Affect (afeto); Communication (comunicação); Time of life cycle (tempo); Illness in Family (doenças na família); Coping with stress (lidando com o estresse) e Ecology (ecologia, meio externo que possa apoiar a família). A ferramenta APGAR familiar é uma metodologia que utiliza um questionário com cinco perguntas a serem aplicadas a cada familiar, com questionamentos a respeito da satisfação pessoal com os contextos familiares que aceitam respostas como “raramente” (0 ponto), “às vezes” (1 ponto) ou “sempre” (2 pontos). A partir da contagem média dos pontos dos integrantes do grupo familiar, é possível caracterizar a família por sua funcionalidade (funcional, moderadamente funcional ou gravemente disfuncional). A sigla APGAR aqui não é a mesma da pediatria, significando iniciais de termos de língua inglesa: Adaptation (adaptação); Partnership (participação); Growth (crescimento); Affection (afeição) e Resolve (resolução). 1.12.2 PROTOCOLO SPIKES Importantíssimo para sua prática médica e também para as provas de Residência. As questões sobre o assunto são, no geral, mais diretas, abordando cada uma das etapas do protocolo. Protocolo SPIKES: comunicando más notícias S Setting (planejamento) Relaciona-se ao planejamento de como será transmitida a notícia. Ex.: escolher o melhor local para comunicar, como o consultório ou uma área externa. P Perception (percepção) Relaciona-se à percepção da realidade por quem recebe a notícia. Ex.: perceber o quanto a pessoa está previamente ciente da gravidade da situação (“O que a senhora pensa da sua doença?”). I Invitation (convite) Relaciona-se ao convite para conversar sobre o caso. Ex.: perguntar “Você gostaria que eu explicasse mais a fundo o seu problema?”. K Knowledge (conhecimento) Relaciona-se a transmitir a informação (conhecimento) ao usuário. Ex.: explicar a situação à pessoa, utilizando-se de modo empático e linguagem clara. E Explore emotions (abordar emoções) Relaciona-se a abordar as emoções após a comunicação. Ex.: disponibilizar-se para conversar sobre o assunto quando a pessoa desejar. S Strategy (estratégia) Relaciona-se ao encerramento, em sintetizar o que foi dito. Ex.: fazer um resumo e certificar-se de que a mensagem foi passada com clareza. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 36 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.13 ÉTICA MÉDICA Estrategista, proponho uma breve revisão sobre alguns conceitos-chave dentro da Ética Médica. É um tema frequente tanto nas provas objetivas quanto nas discursivas. No geral, apresenta-se um caso clínico para o candidato e pergunta-se qual dos princípios da ética médica não está sendo respeitado. Acredito que você conheça bem os princípios a seguir, mas não custa nada relembrar: AUTONOMIA Orientar, garantir a compreensão e incentivar a participação dos pacientes nas decisões. NÃO MALEFICÊNCIA Princípio do primum non nocere: "acima de tudo, não causar danos". Profissionais de saúde não devem prejudicar intencionalmente os pacientes. BENEFICÊNCIA Profissionais de saúde têm a obrigação moral de atuar em benefício e interesse dos pacientes. JUSTIÇA Engloba a distribuição justa (equidade) e equlibrada dos recursos. Profissional de saúde deve ser imparcial. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 37 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Dentro da Ética Médica, também temos os conceitos relacionados com o processo de morte. Atenção se você tiver interesse na UNICAMP, beleza? Eutanásia Ortotanásia Distanásia O processo de morte é alterado - é antecipado. O processo de morte é natural e ocorre no momento certo. O processo de morte é alterado - é postergado. Código Penal Art. 121/122. CFM Resolução n° 1.805/2006. Vedado pelo artigo 41 do CEM. Linha do tempo do processo de morte 1.14 PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO Estrategista, estamos diante de um tema muito cobrado nas provas de Residência. Sei que, para muitos de vocês, pode parecer desinteressante, mas a verdade é que saber interpretar um estudo epidemiológico e suas medidas de associação é fundamental para desenvolver o seu senso crítico como médico! Destrinchar a metodologia e os resultados de um estudo permite que você formule conclusões mais elaboradas. Não é à toa que este é um tema querido nas bancas mais concorridas, especialmente em lugares onde a produção científica segue a todo vapor: USP-SP, USP-RP, Unicamp, Unifesp, Unesp, e por aí vai. Vamos começar relembrando os principais desenhos epidemiológicos dos estudos: Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 38 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED A maioria das questões sobre o tema pede “simplesmente” para o candidato dizer qual é o tipo de estudo apresentado pela questão. Mas isso pode ser complicado em algumas situações! ! PARA FACILITAR: Fique ligado no fluxograma que a professora Bárbara preparou para guiar o seu raciocínio nessas questões: Desenho epidemiológico Tipo de dado utilizado Posição do pesquisador Estratégia de observação Direção do estudo Gatilhos mentais Estudo ecológico Agregado Observacional Transversal - O estudo utiliza uma determinada medida coletiva (incidência, prevalência, mortalidade, entre outras) de alguma localidade (país, município, estado). Estudo seccional Individual Observacional Transversal - População avaliada em um único momento. Estudo de caso-controle Individual Observacional Longitudinal Retrospectivo A população é dividida segundo a presença ou ausência do desfecho (casos x desfechos). Estudo de coorte Individual Observacional Longitudinal Prospectivo ou retrospectivo A população é dividida segundo a presença ou ausência da exposição (expostos x não expostos). Ensaio clínico Individual Experimental Longitudinal Prospectivo A intervenção é um fármaco e a população é de pacientes. Ensaio de campo Individual Experimental Longitudinal Prospectivo A intervenção é uma medida profilática (ex.: vacinas) e a população é saudável. Ensaio comunitário Agregado Experimental Longitudinal Prospectivo A intervenção é fornecida de forma coletiva (ex.: fluoretação da água de abastecimento) e a população é saudável – o objetivo é prevenir a incidência da doença de forma coletiva. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 39 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Alguns desses estudos são desenvolvidos com o intuito de definir se algumamedida é eficaz ou não para prevenção. De acordo com o nível de prevenção, temos diferentes desenhos de estudos: Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 40 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.1 DESENVOLVIMENTO DE VACINAS E MEDICAMENTOS Estrategista, esse tema ganhou muita notoriedade recentemente e foi alvo de muitas polêmicas. Sabendo disso, os examinadores estão cobrando com bastante frequência dos candidatos conhecimento sobre as fases de desenvolvimento de uma medicação ou vacina. ! PARA FACILITAR: Foque a função de cada uma das fases. Lembre-se de que a segurança é a primeira característica a ser garantida em uma intervenção. Tipo de estudo de intervenção Relação com os níveis de prevenção em saúde Ensaios de campo Estudos de intervenção cuja ação é uma medida de prevenção primária (por exemplo: imunização). Ensaios comunitários Estudos de intervenção cuja ação é uma medida de prevenção primordial (por exemplo: fluoretação da água). Ensaios clínicos Estudos de intervenção cuja ação é uma medida de prevenção secundária (por exemplo: tratamento para alguma doença). Agora, veja que interessante: a segurança e a tolerabilidade do fármaco são avaliadas desde a fase I. A eficácia é avaliada a partir da fase II. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 41 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.2 TABELA DE CONTINGÊNCIA E ANÁLISE DOS DADOS DE UM ESTUDO Algumas questões vão além de pedir para o candidato definir o desenho do estudo e cobram a interpretação dos resultados: risco relativo, risco atribuível, odds ratio etc. Então vamos relembrar como calcular cada um deles a seguir. Sempre que estiver diante de uma dessas questões, comece desenhando a sua tabela de contingência! Mesmo nas questões mais simples, crie o hábito de desenhá-la. Garanto que isso vai ajudá-lo nas questões mais capciosas! Beleza, com a sua tabela montada, fica mais fácil de separar as variáveis e calcular as seguintes características: 1.14.3 RISCO ATRIBUÍVEL Quanto do risco que aumentou pode ser “colocado na conta” da exposição estudada? O cálculo é simples: fazemos uma diferença entre os riscos absolutos dos não expostos e dos expostos. ! Atenção: note que só podemos calcular o risco em estudos prospectivos! Estudos transversais não permitem uma visão a longo prazo para “vermos” os desfechos se instalando — apenas nos dão uma prevalência do desfecho no momento analisado. É importante que você conheça a ordem da tabela para não cair em pegadinhas da banca, caso ela inverta a ordem das colunas ou linhas! Desfecho Presente Ausente Total Exposição Expostos Indivíduos expostos que apresentaram o desfecho (a) Indivíduos expostos que não apresentaram o desfecho (b) Total de indivíduos expostos (a + b) Não expostos Indivíduos não expostos que apresentaram o desfecho (c) Indivíduos não expostos que não apresentaram o desfecho (d) Total de indivíduos não expostos (c+ d) Total Total de indivíduos com o desfecho (a + c) Total de indivíduos sem o desfecho (b + d) População total (a + b + c + d) O risco atribuível (RA) e o risco atribuível proporcional (RAP) são medidas de risco calculadas exclusivamente quando a exposição aumenta a ocorrência do desfecho, isto é, quando o risco relativo é maior do que 1 (RR > 1). Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 42 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.4 REDUÇÃO ABSOLUTA DO RISCO E REDUÇÃO RELATIVA DO RISCO Ao contrário do risco atribuível, essas medidas são utilizadas para avaliar a eficácia de uma exposição em proteger as pessoas. A redução absoluta de risco (RAR) é a diferença entre o risco absoluto do exposto e do não exposto (mesma conta feita para o risco atribuível, mas aqui estamos falando de proteção, e não de fator de risco!). Risco atribuível = risco absoluto dos expostos – risco absoluto dos não expostos Risco atribuível = 0,75 – 0,33 = 0,42. Observe que, como o risco relativo é superior a 1 (até porque, se não fosse, não estaríamos calculando o risco atribuível), o risco absoluto dos expostos “vem” primeiro na fórmula. A redução absoluta do risco (RAR) e a redução relativa do risco (RRR), também conhecida como eficácia, são as medidas de risco calculadas quando o risco relativo (RR) é inferior a 1. RAR = risco absoluto dos não expostos – risco absoluto dos expostos. RAR = (3/5) – (1/5) = 0,6 – 0,2 = 0,4 ou 40%. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 43 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED A redução relativa de risco (RRR) é como se fosse “um passo a mais” depois de calcular a RAR. Basicamente, transformamos a RAR e uma porcentagem. Dê uma olhada: Se o risco basal – ou risco dos não expostos – equivalesse a 100%, a quantos por cento equivaleria a RAR? A resposta é a redução relativa do risco (RRR). O termo “relativa” vem justamente do fato de relativizarmos a medida, pois estamos considerando o risco basal 100%. Em outras palavras, enquanto a RAR informa a redução do risco basal em números absolutos, a RRR informa em porcentagem! Se 0,6 ------------ 100%, então 0,4 (RAR) equivaleria a x% (RRR) RRR = 66,6%. Ou, em vez de regra de 3, podemos usar diretamente a seguinte fórmula: RRR = redução absoluta do risco (RAR) x 100 risco basal ou risco dos não expostos RRR = (0,4/0,6) x 100 = 0,666 x 100 = 66,6%. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 44 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.5 NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR (NNT) Sabendo da RAR, podemos calcular o número necessário para tratar (NNT), que é a quantidade de pessoas que precisam receber a intervenção para que um desfecho seja evitado! Quanto menor for o NNT, melhor será o tratamento, pois menos pessoas precisam ser tratadas para que 1 tenha o benefício! Desfecho: LAR Presente Ausente Total Exposição: medicação F Grupo experimental (expostos) 1 4 5 Grupo de controle (não expostos) 3 2 5 Total 4 6 10 Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 45 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.6 RAZÃO DE PREVALÊNCIAS Estrategista, agora há pouco, comentei que risco não pode ser calculado em estudos transversais. Nessas situações, podemos apenas avaliar a prevalência do desfecho no momento em que os dados foram coletados. Pois bem, agora vamos relembrar como fazemos isso: RAR = risco absoluto dos não expostos – risco absoluto dos expostos. RAR = (3/5) – (1/5) = 0,6 – 0,2 = 0,4 ou 40%, se multiplicarmos por 100. NNT = 1 = 1 RAR (risco absoluto dos não expostos) – (risco absoluto dos expostos) NNT = 1/0,4 = 2,5. Vamos arredondar para NNT = 3. Logo: aproximadamente a cada 3 indivíduos tratados, 1 apresenta a prevenção do desfecho que, no nosso caso, é a lesão articular irreversível. Observação: como é um ensaio clínico, não tem problema substituir “não expostos” e “expostos” por “grupo de controle” e “grupo experimental”, respectivamente. Algumas bancas, inclusive, farão isso! A razão de prevalências mede a força da associação entre a exposição e o desfecho em estudos transversais. Em outras palavras, ela informa se o desfecho é mais (ou menos) prevalente nos indivíduos expostos quando comparados aos não expostos. É importante frisar que essa medida não informa risco! Condição clínica: HAS Presente Ausente Total Exposição: consumo de vinho Expostos 3 1 4 Não expostos 1 3 4 Total 4 4 8 Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 46 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.14.7 ODDS RATIO Agora, falando da medida de associação dos estudos caso-controle, utilizamosa famosa “manha” do peixinho: Para o cálculo da razão de prevalências, basta calcularmos a prevalência do desfecho em cada grupo (expostos e não expostos) e procedermos com a divisão dessas prevalências (a prevalência dos expostos fica sempre no numerador): • Prevalência do desfecho entre os expostos = a/(a + b) = ¾ ou 0,75. Multiplicando por 100 = 75%. • Prevalência do desfecho entre os não expostos = c/(c + d) = ¼ ou 0,25. Multiplicando por 100 = 25%. • Razão de prevalências = a/(a+b) = ¾ = 3. c/(c+d) ¼ É a forma mais rápida e prática de calcular o odds ratio, desde que a tabela de contingência 2 x 2 esteja na ordem correta (isto é, casos e controles ocupando a 1ª e 2ª colunas, respectivamente, e expostos e não expostos ocupando a 1ª e 2ª linhas, respectivamente). É mais prático porque você não precisa se preocupar em escolher entre “chance da exposição” ou “chance do desfecho”. Figura 77. Cálculo do odds ratio por meio da razão dos produtos cruzados. Essa é a maneira mais prática de calcularmos essa medida. Basta multiplicar o subgrupo a pelo subgrupo d e dividirmos pelo produto dos subgrupos b e c. No entanto a tabela de contingência 2 x 2 precisa estar em sua posição correta. Fonte: Estratégia MED. Assim com o risco relativo, o odds ratio é uma medida adimensional, isto é, não tem unidades de medida! Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 47 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Estrategista, independentemente das provas que você for prestar, esse tema deve estar medular, beleza? Se estiver com dúvidas, veja as aulas do nosso Curso Extensivo e não hesite em mandar suas perguntas para nosso fórum de dúvidas e de alunos! Tipo de estudo epidemiológico Medida de frequência Medida de associação Estudo transversal Prevalência e chance. Razão de prevalências e razão de chances (odds ratio). Estudo ecológico Utiliza dados agregados, que, por sua vez, também são dados secundários (isto é, dados obtidos de uma fonte de dados). Portanto pode utilizar prevalência, incidência, mortalidade ou chance. Pode ser qualquer medida de associação: razão de prevalências, odds ratio ou risco relativo. Estudo de caso-controle Chance. Razão de chances (odds ratio). Não utiliza medida de risco! Estudo de coorte Risco absoluto (ou incidência) e mortalidade. Risco relativo. • Se RR > 1, calculamos risco atribuível e risco atribuível proporcional. • Se RR < 1, redução absoluta do risco (RAR) e redução relativa do risco (RRR). Ensaio clínico Risco absoluto (ou incidência) e mortalidade. Risco relativo. • Se RR > 1, risco atribuível e risco atribuível proporcional. • Se RR < 1, redução absoluta do risco (RAR) e redução relativa do risco (RRR). Podem calcular também NNT e NNH. Metanálise* Utiliza dados secundários (isto é, dados obtidos de uma fonte de dados). Portanto pode utilizar prevalência, incidência, mortalidade ou chance. Pode ser qualquer medida de associação: razão de prevalências, odds ratio ou risco relativo. Então, por fim, vamos fazer um apanhado geral sobre os desenhos epidemiológicos, medidas de frequência e associação dos estudos: Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 48 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.15 TESTES DIAGNÓSTICOS Querido aluno, este tema tem algumas semelhanças com o de estudos epidemiológicos. Para começo de conversa, também temos que desenhar a nossa tabela de contingência. A única coisa que devemos ter em mente é que devemos atribuir um significado a mais para cada uma das letrinhas: • a = ocupa o espaço dos verdadeiro-positivos (VP). • b = são os falso-positivos (FP). • c = são falso-negativos (FN). • d = são verdadeiro-negativos (VN). A partir dessas variáveis, podemos definir as propriedades intrínsecas do teste diagnóstico: sensibilidade e especificidade. Doença ou padrão-ouro + - Total Teste diagnóstico + Verdadeiro-positivos (VP ou a) (indivíduos doentes e com o teste diagnóstico positivo) Falso-positivos (FP ou b) (indivíduos saudáveis, porém com o teste diagnóstico positivo) Total de indivíduos com teste diagnóstico positivo (VP + FP) ou (a + b) - Falso-negativos (FN ou c) (indivíduos doentes, porém com o teste diagnóstico negativo) Verdadeiro-negativos (VN ou d) (indivíduos saudáveis e com o teste diagnóstico negativo) Total de indivíduos com teste diagnóstico negativo (VN + FN) ou (c + d) Total Total de indivíduos doentes (VP + FN) ou (a + c) Total de indivíduos saudáveis (FP + VN) ou (b + d) População total (VP + FN + FP + VN) ou (a + b + c + d) Tabela 4 – Formato da tabela de contingência 2 x 2 utilizada para testes diagnósticos. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 49 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED ! Atenção: a sensibilidade e especificidade são propriedades intrínsecas do teste diagnóstico. Elas não se alteram de acordo com a prevalência da população onde será aplicado o teste. Beleza! Além da sensibilidade e da especificidade, com a tabela de contingência, conseguimos calcular o valor preditivo positivo e negativo de um teste. Essas duas propriedades alteram-se de acordo com a prevalência do problema na população, beleza? Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 50 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Para facilitar a memorização de todas essas propriedades, recomendo que você faça correlação entre elas! Dê uma olhada nos quadrinhos a seguir: Quanto maior for a sensibilidade de um teste diagnóstico, maior será o número de verdadeiro-positivos e menor será o número de falso-negativos. Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 51 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED Agora, falando sobre a acurácia de um teste diagnóstico: basicamente, vamos descobrir o quanto um teste diagnóstico acertou! Ou seja, consideramos os verdadeiro-positivos e negativos e dividimos pelo número total de testes realizados: Quanto maior for a especificidade de um teste diagnóstico, maior será o número de verdadeiro-negativos e menor será o número de falso-positivos. Conforme a prevalência da doença aumenta, o valor preditivo positivo (VPP) também aumenta, enquanto o valor preditivo negativo (VPN) diminui. Em contrapartida, conforme a prevalência diminui, o valor preditivo positivo (VPP) também diminui, enquanto o valor preditivo negativo (VPN) aumenta. Portanto, a prevalência ou probabilidade pré-teste da doença é diretamente proporcional ao valor preditivo positivo (VPP), mas inversamente proporcional ao valor preditivo negativo (VPN). Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 52 Memorex do Estratégia MEDMEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED 1.15.1 RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA Elas não aparecem com tanta frequência nas provas de Residência, mas é importante ter essa fórmula guardada em algum cantinho da sua memória! Pode garantir um acerto ou outro em bancas que são mais apegadas à estatística, como é o caso da Unifesp. A razão de verossimilhança positiva é a proporção da probabilidade de obter um resultado positivo em um teste de diagnóstico em um paciente com a doença em comparação com a probabilidade de obter um resultado positivo em um paciente sem a doença. Em outras palavras, é a chance de um resultado positivo ser verdadeiramente positivo! Por outro lado, a razão de verossimilhança negativa é a proporção da probabilidade de obter um resultado negativo em um teste de diagnóstico em um paciente com a doença em comparação com a probabilidade de obter um resultado negativo em um paciente sem a doença. Em outras palavras, é a chance de um resultado negativo ser verdadeiramente negativo! Razão de verossimilhança positiva = sensibilidade