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Repelentes Naturais para Forídeos

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EFEITO DOS ÓLEOS DE ANDIROBA E DE COPAÍBA COMO SUBSTRATO PARA A 
OVIPOSIÇÃO DE FORÍDEO (DIPTERA, FHORIDAE) 
 
D.C.B. Freire*, C.R.C. Brito-Filha, e G.A. Carvalho-Zilse 
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Pesquisas em Ciências 
Agronômicas (CPCA), Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA) 
delfrei@inpa.gov.br
 
Os forídeos (Pseudohypocera sp) são os maiores causadores de prejuízos à criação racional de abelhas 
nativas (meliponíneos). Embora os adultos não causem diretamente dano às abelhas, suas larvas são 
comedoras vorazes do suprimento armazenado, principalmente o pólen, podendo levar a colônia à 
morte. O conhecimento de substâncias que atuem como repelentes naturais pode ser uma excelente 
alternativa no controle desses inimigos, permitindo o avanço da criação de abelhas no Brasil. Sabe-se 
que os óleos de andiroba (Carapa sp) e de copaíba (Copaifera sp) possuem a capacidade de repelir 
mosquitos, sendo comumente utilizados pela população amazonense. Assim, esse trabalho objetivou 
testar o efeito desses repelentes naturais no processo de postura dos forídeos e controle de sua 
infestação em colônias de Meliponínios. Este trabalho foi desenvolvido no laboratório do Grupo de 
Pesquisas em Abelhas – GPA/CPCA/INPA, Manaus – AM, por um período de 22 meses (janeiro a 
dezembro/2002 e março a dezembro/2003). As fêmeas matrizes de forídeos foram coletadas em 
colônias de meliponínios infestadas naturalmente. Foram monitoradas as posturas dessas fêmeas, em 
condições de cativeiro, nos seguintes substratos: a) pólen de Melipona seminigra diluído em água (3:1); 
b) mel de M. seminigra e c) pólen de M. seminigra misturado com 20µL de óleo de andiroba ou 
copaíba. Essas misturas foram acondicionadas em 2 tipos de recipientes (cativeiro) tampados com filme 
plástico, a saber: A) caixa de madeira (15x15x4cm) forrada com papel sulfite e B) vasilha plástica (tipo 
tupperware) de 11 litros. Foram realizadas 6 repetições do teste para cada óleo (em 3 caixas de madeira 
e em 3 vasilhas plásticas). Cada mistura foi oferecida individualmente e simultaneamente em cada 
caixa de madeira e/ou vasilha plástica, dentro de pequenos potes plásticos revestidos com cera derretida 
de Apis com 5 ml de volume final para cada substrato. Ocasionalmente, quando infestadas naturalmente 
com forídeos, 5 colônias teste de M. compressipes receberam internamente pinceladas de uma fina 
camada de óleo de andiroba ou de copaíba (alternadamente) na lixeira, na tampa e no orifício de 
entrada das colmeias, a fim de avaliar o efeito repelente sobre os forídeos. Os resultados mostraram que 
o número de ovos colocados variou de acordo com o substrato sendo observado um total de 2.555 ovos 
dos quais 2.382 (93,23%) foram ovipostos no pólen, 116 (4,54%) no mel, 49 (1,92%) no pólen com 
copaíba e 8 (0,31%) no pólen com andiroba. Vale ressaltar que nos substratos contendo os óleos, os 
ovos foram postos apenas nas bordas dos potes, enquanto que tanto no pólen e no mel os ovos foram 
postos na superfície dos mesmos. Nas colônias de M. compressipes infestadas com forídeos, verificou-
se a redução até a eliminação total de indivíduos adultos nas mesmas, assim como da inibição da 
postura de ovos nas lixeiras e nos potes de alimento das colônias. Não se observou nenhum efeito dos 
repelentes sobre as abelhas, tendo as colméias se recuperado completamente das infestações em 2 a 3 
dias. Esses dados demonstram o efeito repelente tanto da andiroba quanto da copaíba sobre o processo 
de postura das fêmeas de forídeos e como repelente dos indivíduos adultos sendo, portanto, uma boa 
alternativa para controle desse inimigo natural em colônias de meliponíneos. 
 
Apoio financeiro: INPA, CNPq e ProVázea/IBAMA 
 
 
mailto:delfrei@inpa.gov.br