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Análise de Estruturas em Concreto e Metálicas

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SISTEMAS 
ESTRUTURAIS III
Análises de viabilidade 
para os tipos de estrutura
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Comparar a viabilidade entre estruturas de concreto e metálicas.
 � Analisar estruturas convencionais com lajes maciças e lajes nervuradas.
 � Definir os tipos de estrutura em comparação com as novas tecnologias.
Introdução
Ao se desenvolver um projeto de edificação, muitos fatores devem ser 
levados em consideração. Da forma arquitetônica desejada pelo cliente 
a uma provável futura mudança na utilização da estrutura, devem ser 
levadas em consideração possibilidades de alteração de leiautes, que 
implicariam em remoções de paredes, por exemplo. Como devem ser pre-
vistos desempenhos a serem atendidos, lajes, vigas e pilares são alterados 
tanto em tamanho ou espessura quanto em quantidade, dependendo 
do sistema estrutural empregado. Além disso, devem ser consideradas, 
no projeto, as implicações durante a fase de execução, como prazos de 
execução, custos, demandas de logística de canteiro, etc. 
Neste capítulo, você vai estudar os sistemas estruturais existentes em 
concreto armado e em estrutura metálica, vendo quais são os detalhes 
importantes a serem considerados na sua viabilidade.
Viabilidade de estruturas de concreto e 
de estruturas metálicas 
Quando comparamos as estruturas de concreto com as estruturas metálicas, 
observamos algumas premissas que nos ajudam entender a necessidade de 
desenvolvimento de novos processos de fabricação, a contínua busca por 
novos materiais e a melhoria dos treinamentos da mão de obra para atender 
as diversas especificidades dos projetos.
As estruturas de concreto armado, segundo Parizotto (2017), são feitas 
de um material composto, constituído por concreto associado a barras de aço. 
O concreto é excelente para atender a características de resistência à com-
pressão, e o aço para atender a resistência à tração. Essa condição conjunta 
favorece a economia no dimensionamento dos elementos, por isso as estruturas 
de concreto são muito utilizadas na construção civil. Além disso, o concreto 
ajuda na proteção do aço contra as intempéries — por exemplo, a ação da 
humidade ou da névoa salina da maresia, levando à corrosão —, evitando as 
patologias das estruturas. 
O concreto é um composto resultante da mistura de cimento Portland, agregados 
graúdos e miúdos e água.
De acordo com Pfeil (2014), entre os metais, além do crescente uso do 
alumínio, o maior costume é a aplicação dos metais ferrosos na confecção de 
estruturas, sendo, principalmente, aplicado o aço, seguido por ferro fundido e 
por ferro forjado. Os metais ferrosos são compostos, basicamente, por ligas de 
ferro-carbono. Até o limite de 2,11% de carbono, o metal é considerado aço, 
podendo ter, na sua composição outros elementos, como manganês, fósforo, 
enxofre, entre outros. 
A aplicação de ferro fundido é mais destinada a estruturas de máquinas e veículos pesados, 
por ser um material mais quebradiço em comparação ao aço. O ferro forjado é um tipo 
de aço de baixa quantidade de carbono, muito utilizado no século XIX nas construções 
de pontes antigas, pontes ferroviárias; hoje, porém, está praticamente em desuso. 
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura2
A disposição dos produtos siderúrgicos estruturais — ou seja, as formas 
como são oferecidos os produtos estruturais — seguem normas e a demanda 
do mercado. Eles são produzidos nas fábricas de aço sob diferentes formas: 
barras, cabos, chapas, cordoalhas, cabos, perfis laminados, fios trefilados. 
As chapas, barras e perfis laminados são feitos em laminadores, que confor-
mam de acordo com o desenho das peças desejadas. Os fios são obtidos ao 
se reduzir os diâmetros, puxando-se a força contra fieiras, afinando a frio. 
As cordoalhas e os cabos são montados a partir da associação de fios. Os 
perfis podem ser dobrados ou soldados (PFEIL, 2014).
Medeiros e Pacheco (2019) analisaram a construção de casas germina-
das no município de Tubarão, Santa Catarina, e observaram que a estrutura 
metálica aplicada na construção civil é um método inovador ao observar a 
agilidade no processo construtivo, a redução de resíduos e, principalmente, 
a redução de mão de obra no canteiro de obra. No entanto, embora o custo, 
na maior parte das vezes, seja o fator mais relevante para as empresas, 
na análise de viabilidade não se pode levar em consideração somente o custo, 
pois, dependendo da demanda, pode ser mais importante o prazo de entrega. 
Se pensarmos em uma obra de um hipermercado ou de um shopping, por 
exemplo, em que cada dia representa milhões no faturamento, quanto antes 
a obra puder ser entregue, melhor. 
Outra questão importante é com relação ao impacto da opção em outros siste-
mas construtivos, por exemplo, o peso próprio da estrutura e as cargas que incidirão 
no sistema de fundações. Quanto mais pesada for a estrutura, maior o gasto com 
a infraestrutura, pois mais robusta ela precisará ser para suportar essas cargas.
A definição de qual melhor material para estrutura depende dos seguintes 
fatores (MEDEIROS; PACHECO, 2019).
 � Custos: considerar o valor global da estrutura, ou seja, o quanto de 
materiais, equipamentos, mão de obra e tempo de construção que serão 
demandos ao longo do projeto.
 � Adaptabilidade: observar o processo de concretagem é mais maleável 
a customização do projeto arquitetônico.
 � Resistência ao fogo: permitir a evacuação das pessoas e ser de fácil 
combate ao incêndio.
 � Resistência a choques e vibrações: atender conforme a geometria da 
estrutura e a característica dos materiais, manter rigidez a oscilações 
de sismos e ação dos ventos.
3Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Além disso, a interferência dos materiais empregados com o meio em que 
a edificação estará inserida deve ser considerada. Por exemplo, em um meio 
mais corrosivo, como um ambiente litorâneo, em que a maresia favorece a 
corrosão, tanto o aço do concreto armado quanto as estruturas metálicas po-
derão ter sua vida útil reduzida se o tipo de sistema empregado for conduzido 
da mesma maneira seria em um ambiente menos agressivo, como em áreas 
urbanas convencionais. Nesse caso deve-se considerar o risco de degradação 
de cada material, sua vida útil, durabilidade, manutenções futuras, etc. 
São muitos os pontos a serem considerados no estudo de viabilidade de sistemas 
construtivos, em especial quando se trata de um dos sistemas mais caros da construção: 
o sistema estrutural.
Pode-se escolher o tipo de aço apropriado de acordo com as aplicações, 
considerando desde características físicas até químicas (em função da corrosão 
a que está sujeito), afetando o custo final do produto. Assim, as principais 
características dos aços estruturais são as seguintes (NAKAHARA, 2017).
 � Ductilidade: capacidade de deformação conforme as cargas.
 � Fragilidade: o contrário de ductilidade em temperaturas baixas, de 
acordo com sua composição.
 � Resiliência: ainda em regime elástico, ser capaz de absorver energia 
de deformação.
 � Tenacidade: tanto em deformação elástica quanto plástica, é capaz de 
absorver energia de deformação.
 � Dureza: resistência ao risco ou abrasão.
 � Fadiga: resistência a cargas cíclicas, a exemplo da ação dos ventos.
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura4
Ainda sobre as estruturas metálicas, é importante que sejam feitas algumas observações, 
como, por exemplo, a tendência à corrosão de acordo com a composição do metal, 
dependendo da agressividade do meio, e também o seu comportamento frente a 
situações de incêndio.
Nas estruturas de concreto armado também existe o risco de corrosão; no 
entanto, o concreto e as demais camadas externas, como revestimento e aca-
bamento, protegem as armaduras contra corrosão. Já na estrutura metálica, ela 
por si só precisa ser resistente, logo, é muito importante atentar para sistemas 
de galvanização, pinturas de proteção, etc., elembrar que ainda assim essa 
proteção terá uma durabilidade que, em algum momento, precisará ser renovada.
Outro ponto importante é com relação à resistência do aço contra o fogo. 
Por esse material ter um comportamento plástico, ou seja, que se deforma 
definitivamente frete a altas temperaturas, ele necessita de uma proteção 
maior a fim de se garantir um tempo mínimo de evacuação da edificação.
Segundo Mesquita et al. (2005), uma das maneiras de proteger o aço é 
revestir os perfis metálicos com chapas de gesso acartonado ou usar pintura 
intumescente, que cria uma espuma quando em contato com o calor, isolando 
o material termicamente. A proteção da pintura intumescente ajuda a manter 
a estabilidade frente ao aumento de temperatura proveniente de um incêndio.
Na hora de montar o estudo de viabilidade, não esqueça de levar em consideração 
todas as implicações de cada sistema e de consultar as normas vigentes. 
O Quadro 1 destaca as vantagens e desvantagens de estruturas de concreto 
armado e de estruturas metálicas.
5Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Fonte: Adaptado de Nakahara (2017).
Estrutura de concreto armado Estrutura metálica
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens
Adaptabilidade: 
fácil modelagem.
Peso próprio 
elevado.
Estrutura 
mais leve. 
Mão de obra 
pouco qualificada.
Disponibilidade 
fácil de material 
e ferramentas.
Tempo de 
cura elevado, 
considerado 
tempo morto.
Menos peso, 
menor a carga 
sobre fundações.
Limitação de 
transporte 
até o local.
Boa resistência 
a choques e 
vibrações.
Transmite 
som e calor.
Montagem 
rápida.
Necessidade 
de tratamento 
contra corrosão.
Boa resistência 
ao fogo, no 
mínimo de 
espessura.
Reformas e 
adaptações são 
difíceis e caras.
Menor 
quantidade de 
mão de obra.
Equipamentos 
especializados 
para fabricação 
e montagem.
Boa resistência 
à água, mas 
necessita de 
tratamento 
para tal.
Feito in loco, 
utiliza vários 
materiais, 
requer canteiro 
de obras 
organizado e 
grande estoque.
Possibilidade de 
reaproveitamento 
dos materiais 
em estoque.
Custo mais alto 
do que o do 
concreto armado, 
a vantagem é o 
prazo de entrega 
mais rápido.
Mão de obra 
abundante.
Obra mais limpa.
Precisão 
milimétrica, 
alto controle 
de qualidade.
Desembolso 
com fabricação 
e montagem 
é rápido.
Durabilidade: 
boa resistência 
ao passar do 
tempo.
Mão de obra 
variada: 
armadores, 
carpinteiros, 
pedreiros.
Possibilita 
desmontagem, 
transporte e 
remontagem.
Necessidade 
de maior 
precisão nos 
cálculos de pré-
dimensionamento, 
visto que a 
rigidez das 
peças é menor.
Estruturas leves 
para vencer 
grandes vãos.
Quadro 1. Vantagens e desvantagens do uso do concreto e metais em estruturas
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura6
Busanello (2019) comparou dois edifícios comerciais semelhantes, um 
feito somente em concreto armado e o outro aplicando apenas um núcleo de 
concreto para caixas de elevadores, ou escadas de emergência, e observou que: 
 � o custo financeiro da estrutura metálica mista por metro quadrado foi 
mais elevado do que a do concreto armado; 
 � a produção por metro quadrado por dia foi maior na estrutura metálica 
mista; 
 � a qualidade da obra foi melhor na metálica mista; 
 � caso tivesse mais experiência em trabalhar com a metálica mista, con-
seguiria melhorar o processo aumentando a competitividade, qualifi-
cando a mão de obra e fornecedores de materiais, reduzindo os custos 
e otimizando ainda mais o prazo.
Estruturas convencionais com lajes maciças 
e lajes nervuradas
Lajes maciças
De acordo com Gonçalves (2017), a laje maciça de concreto armado é, cultural-
mente, a mais utilizada no Brasil. É o tipo de laje moldada in loco, como você 
pode ver na Figura 1, em cuja execução é necessário utilizar um sistema de 
escoramento e formas sobre as quais são montadas as ferragens. As ferragens 
são, geralmente, constituídas de malha metálica, que é a armadura positiva 
(ao fundo da forma), podendo ou não conter armadura negativa (localizada 
na parte superior da laje), de acordo com as solicitações calculadas. Sobre as 
ferragens é lançado o concreto, cuja resistência característica à compressão 
(fck) é devidamente dimensionada para suportar as cargas atuantes.
7Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Figura 1. Execução de laje de concreto moldada in loco.
Fonte: Aisyaqilumaranas/Shutterstock.com.
Segundo Spohr (2008), os aços e o concretos estão cada vez mais resistentes, 
fruto da evolução tecnológica. Isso possibilita a construção de peças estrutu-
rais menores, acarretando vãos cada vez mais espaçados. As características 
do sistema estrutural convencional feito com lajes maciças são as seguintes:
 � as placas de espessura uniforme são apoiadas na sua periferia;
 � a laje recebe e distribui aos apoios (vigas) toda a carga aplicada nos pisos;
 � as vigas transmitem o carregamento fruto da utilização do piso às vigas 
e pilares, conduzindo até as fundações;
 � as lajes garantem boa rigidez à estrutura;
 � a estrutura necessita de muitas vigas;
 � o consumo de formas é grande;
 � as lajes consomem grande volume de concreto, atingindo, na média, 
a fatia de dois terços do volume total utilizado na estrutura.
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura8
Na prática
Veja, em realidade aumentada, todas as etapas da construção de uma laje in loco. 
Você poderá acompanhar desde a colocação da estrutura até a etapa de cimentar e 
retirar da forma.
1. Acesse a página https://bit.ly/2B5HRwZ e baixe o apli-
cativo Sagah Sistemas estruturais III. Se preferir, use o QR 
code ao lado para baixar o aplicativo.
2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a 
seguir:
9Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Lajes nervuradas
As lajes nervuradas podem ser divididas em dois tipos, entre as diversas 
modalidades encontradas no mercado: as pré-moldadas e as moldadas in loco.
Conforme Gonçalves (2017), quando utilizamos as vigotas pré-moldadas, 
essas “vigas pequenas” podem já estar preenchidas, cobrindo totalmente a 
armadura de aço treliçada, ou podem ter apenas a base preenchida de concreto, 
ficando à espera do preenchimento total quando for para cobrir a laje por 
completo. Para montar a base são utilizados blocos de poliestireno expandido 
(ESP) com aditivo autoextinguível, ou são utilizadas formas cujo objetivo é 
conformar um desenho, a exemplo de peças de polipropileno (PP), que são 
praticamente “bacias” resistentes o suficiente para receber a concretagem da 
laje e manter seu formato, impregnando a forma de “vazios”. Essas peças são 
deixadas após a cura do material e a desmoldagem (retirada da forma), dando 
um aspecto de colmeia ao teto. Esse processo necessita de madeiramento 
ou outras formas de escorar as formas ou o bloco de ESP, para, depois do 
enchimento e a cura do concreto, serem retiradas. 
Na Figura 2, você pode ver outra forma de se trabalhar: no lugar de blocos 
inteiros de ESP, são aplicados blocos vazados de cerâmica, concreto ou mesmo 
concreto com esferas de ESP (para ficar mais leve), concebidos com o desenho 
de modo a permitir apoio nas vigotas, sem pretensões de ser elemento estrutural, 
mas apenas de conferir os vazios a laje. Na Figura 2a, a vigota deixa à mostra 
a armadura de aço, permitindo o preenchimento junto da concretagem da laje 
como um todo. Também é colocada mais uma malha metálica. Nessa técnica, 
utiliza-se menos madeiramento e o processo é otimizado. É esse vazio dos 
blocos que torna a laje mais leve.
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura10
Figura 2. (a) Bloco de concreto vazado, não estrutural. (b) Laje nervurada com vigotas 
pré-moldadas.
Fonte: Adaptada de photoshooter2015/Shutterstock.com.
a
b
Na Figura 3 você tem a visão do piso inferior, depois da desmoldagem. 
Veja que em “a” se observam os blocos vazados, um ao lado do outro, em “b” é 
vista a vigota e em “c” são vistos os vazios que o concreto armado preencheu, 
que estavamsendo apoiados pelo madeiramento. Após a cura do concreto são 
retirados os apoios e temos um teto pronto para dar o acabamento.
11Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Figura 3. Vista inferior de laje nervurada com blocos de concreto e vigotas pré-moldadas. 
(a) Blocos vazados vistos do piso inferior. (b) Vista de uma das vigotas. (c) Preenchimento 
da laje com concreto.
Fonte: Adaptada de Radovan1/Shutterstock.com.
a
b
c
Observando as características do sistema de lajes nervuradas, identificamos 
as seguintes vantagens (SPOHR, 2008):
 � diminuição do uso de formas, gerando economia de madeiramento;
 � redução significativa do peso da estrutura, da laje, diminuindo o peso 
exercido nas vigas, colunas e fundações;
 � diminuição do escoramento, metálico ou de madeira, apoiando a uma 
distância de 1,05 metros a 1,90 metros;
 � redução de mão de obra;
 � redução do prazo;
 � diminuição de materiais no canteiro de obras;
 � caso sejam utilizados blocos de EPS, o teto já fica pronto, não precisando 
acabamento, deixando o aspecto de vazios no teto, tipo colmeia. 
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura12
Os tipos de lajes nervuradas que podem ser moldadas no local ou que podem ser 
executadas com nervuras pré-moldadas, conforme apresentado por Spohr (2008), 
são os seguintes.
 � Laje nervurada moldada no local: pelo emprego de formas côncavas, vulgar-
mente chamadas de cubetas, feitas em PP e com dimensões moduladas, efetua-se 
a inserção da armação e do concreto com aplicação prévia de desmoldante, para 
reaproveitamento das formas. Como nas lajes maciças moldadas in loco, as nervu-
radas moldadas in loco também requerem o uso de escoramento.
 � Laje nervurada parcialmente pré-moldada: nessa alternativa, as nervuras são 
compostas de vigotas pré-moldadas e material de enchimento, que é encaixado 
entre as vigotas, dispensando o uso da forma tradicional. A quantidade de esco-
ramento é reduzida, mas o escoramento ainda é necessário, porque a capa de 
concreto é moldada in loco.
Estruturas e as novas tecnologias
Além das estruturas reticuladas de concreto armado moldado in loco, com 
laje maciça ou nervurada de concreto, e das estruturas com perfis metálicos, 
existem muitas outras opções de elementos estruturais de concreto ou metá-
licos. Daremos destaque a três: laje pré-fabricada de concreto laje steel deck 
e sistema light steel framing.
Laje pré-fabricada de concreto
As lajes pré-fabricadas podem ser maciças ou alveolares. Geralmente são 
produzidas em concreto protendido, o que aumenta a resistência das lajes. 
As lajes alveolares, também chamadas de tipo Roth, que você pode ver na Figura 4, 
têm vãos internos, chamados de alvéolos, que servem para reduzir o peso 
próprio. Após a instalação das placas, Lagartixo (2011) destaca a necessidade 
da execução de uma capa de concreto armado sobre as lajes pré-fabricadas, 
que proporciona apoio estrutural e faz a transferência de cargas entre partes 
distintas.
13Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
As lajes alveolares são, geralmente, moldadas em formas metálicas fora 
do canteiro da obra, ou seja, são industrializadas. Sua principal vantagem em 
relação às lajes maciças de concreto moldado in loco é com relação ao prazo de 
execução, que, por ter a cura anteriormente à instalação na estrutura, dispensa 
escoramento, o que possibilita a execução de outras atividades. A principal 
desvantagem é com relação ao transporte e à necessidade de içamento no 
local de aplicação, logo, é necessário haver um projeto de logística de canteiro 
eficiente, compatível com o tipo de estrutura racionalizada.
Figura 4. Laje pré-fabricada alveolar.
Fonte: Bannafarsai_Stock/Shutterstock.com.
De acordo com Lagartixo (2011), as lajes pré-fabricadas, quando compa-
radas aos sistemas de lajes de concreto convencionais, oferecem as seguintes 
vantagens:
 � diminuição da mão de obra;
 � redução do tempo de construção;
 � redução dos custos globais;
 � controle de qualidade.
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura14
Laje steel deck
A laje steel deck é um sistema no qual chapas de aço perfiladas funcionam, ao 
mesmo tempo, como forma e como armadura positiva após a cura do concreto 
(SOUZA; MELO, 2017). Como as chapas metálicas já têm certa resistência, 
a quantidade de escoramento é reduzida, podendo até mesmo ser eliminada. 
Observe na Figura 5, a utilização da laje do tipo steel deck.
Figura 5. Laje tipo steel deck.
Fonte: Evannovostro/Shutterstock.com.
De acordo com Souza e Melo (2017), as vantagens das lajes steel deck, 
quando comparadas aos sistemas de lajes metálicas convencionais, são:
 � acabamento de alta qualidade;
 � maior segurança em situação de incêndio;
 � após a cura do concreto, a chapa serve de armadura;
 � segurança para quem está trabalhando durante a montagem nos pisos 
inferiores;
 � rapidez de execução;
 � redução do peso, quando comparada à tecnologia de vigas mistas;
 � dispensa escoramento na maioria dos casos.
15Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Sistema light steel framing
As estruturas light steel framing — veja um exemplo na Figura 6 — são um 
tipo de sistema empregado, geralmente, em edificações de poucos pavimen-
tos. Esse sistema estrutural é construído em aço galvanizado, com etapas 
industrializadas, reduzindo perdas. Isso quer dizer que ele não é reticulado 
com pilares e vigas, mas sim com perfis metálicos espalhados pelo perímetro 
da edificação, tanto externa quanto internamente. Seu fechamento é feito, 
externamente, por placas cimentícias e, internamente, por placas de gesso 
acartonado na maioria das vezes, podendo ser usados outros fechamentos.
Figura 6. Sistema light steel framing.
Fonte: Double_H/Shutterstock.com.
O sistema light steel framing tem limitação quanto ao número de pavimen-
tos, sendo mais indicado para edificações de até oito pavimentos (HEREDIA; 
PIMENTA, 2016); porém, apresenta muitos benefícios. Segundo Heredia e 
Pimenta (2016), ele tem as seguintes vantagens:
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura16
 � leveza estrutural;
 � menor prazo de entrega;
 � fidelidade projeto–obra;
 � redução de desperdícios;
 � redução de mão de obra;
 � melhor organização do canteiro de obra;
 � menor propensão de acidentes de trabalho;
 � não há restrições de acabamento;
 � excelente desempenho acústico e térmico;
 � não é necessário quebrar a parede para manutenções;
 � menor impacto ambiental;
 � melhor controle de qualidade.
Se quiser aprofundar seus estudos sobre o sistema light steel framing, há um artigo 
bastante interessante sobre o tema, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/X5mup
17Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
BUSANELLO, J. Estudo de comparativo entre estrutura de concreto armado e estrutura 
metálica mista na construção de edifício comercial. 2019. 26 f. Trabalho de Conclusão 
de Curso (Especialização em Gerenciamento de Obras) — Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná, Curitiba, 2019. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/
jspui/handle/1/12807. Acesso em: 27 dez. 2019.
GONÇALVES, S. P. Estudo técnico comparativo entre lajes maciças de concreto armado e 
lajes nervuradas de EPS. 2017. 90 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em 
Engenharia Civil) — Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário CESMAC, Maceió, 
2017. Disponível em: http://srv-bdtd:8080/handle/tede/413. Acesso em: 27 dez. 2019.
HEREDIA, P. P.; PIMENTA, L. C. Viabilidade técnica do sistema construtivo light steel 
framing: vantagens e desvantagens. PMBK, 2016. Disponível em: https://pmkb.com.
br/artigos/viabilidade-tecnica-do-sistema-construtivo-light-steel-framing-vantagens-
-e-desvantagens/. Acesso em: 27 dez. 2019.
LAGARTIXO, P. M. R. Sistemas estruturais de edifícios industriais pré-fabricados em Betão. 
2011. 99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) — Universidade Nova de Lisboa, 
Lisboa, 2011. Disponível em: https://run.unl.pt/bitstream/10362/5328/1/Lagartixo_2011.pdf. Acesso em: 27 dez. 2019.
MEDEIROS, F. G.; PACHECO, R. S. Análise comparativa do custo benefício de execução das 
estruturas de casas geminadas entre concreto armado com alvenaria e estrutura metálica 
com drywall. 2019. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia 
Civil) — Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2019. Disponível em: http://
www.riuni.unisul.br/handle/12345/8810. Acesso em: 27 dez. 2019.
MESQUITA, L. M. R. et al. Comportamento de vigas em aço protegidas com tinta in-
tumescente. In: CONGRESSO DE CONSTRUÇÃO METÁLICA E MISTA, 5., 2005, Lisboa. 
Anais [...]. Portugal, 2005. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/153404086.
pdf. Acesso em: 27 dez. 2019.
NAKAHARA, F. S. Análise da viabilidade estrutural e econômica entre estruturas de concreto 
armado e estruturas metálicas. 2017. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado 
em Engenharia Civil) — Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, 
Guaratinguetá, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/156658. Acesso em: 
27 dez. 2019.
PARIZOTTO, L. Concreto armado. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
PFEIL, W. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
SOUZA, L. F.; MELO, M. H. Estudo do uso de lajes mistas steel deck. 2017. 58 f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) — UniEvangélica, Anápolis, 
2017. Disponível em: http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/931/1/20172_TCC_
Lucas_E_Marcelo.pdf. Acesso em: 27 dez. 2019.
18Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
SPOHR, V. H. Análise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de 
lajes nervuradas. 2008. 108 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade 
Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufsm.
br/bitstream/handle/1/7700/VALDIHENRIQUESPOHR.pdf. Acesso em: 27 dez. 2019.
Leituras recomendadas
DALLA VECHIA, G. Análise comparativa de custos entre lajes maciças de concreto armado 
e lajes de vigotas pré-fabricadas treliçadas em edifícios de até oito pavimentos. 2017. 69 f. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) — Universidade Tecnológica Federal 
do Paraná, Pato Branco, 2017. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/
handle/1/10278. Acesso em: 27 dez. 2019.
HELENE, P. A nova ABNT NBR 6118 e a vida útil das estruturas de concreto. In: SEMINÁ-
RIO DE PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES, 2., 2004, Porto Alegre. Anais [...]. Porto Alegre: 
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Acesso em: 27 dez. 2019.
SALGADO, J. C. P. Estruturas na construção civil. 1. ed. São Paulo -SP: Érica, 2014.
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura19