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Módulo 4 - Fundamentos de Aposentadoria

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A Previdência Social 
dos Servidores Públicos 
Federais
Fundamentos de 
Aposentadoria4
2
Conteudista:
Teomair Correia de Oliveira, 2021. 
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
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Sumário
Unidade 1 - Regras de Aposentadoria da Emenda Constitucional nº 103, de 2019 ....5
1.1 Formas de cálculo dos benefícios de aposentadoria ........................................................................... 5
1.2 Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho ....................................................... 9
1.2.1 Cálculo das aposentadorias por incapacidade permanente para o trabalho ............10
1.3 Aposentadoria compulsória .......................................................................................................................11
1.4 Aposentadorias voluntárias ......................................................................................................................12
1.4.1 Regra Geral ...................................................................................................................................12
1.4.1.1 Magistério ...........................................................................................................................13
1.4.2 Policiais Civis da União e Agente Federal Penitenciário ou Socioeducativo ...........13
1.4.3 Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e biológicos ....................14
1.4.4 Servidores com Deficiência .....................................................................................................14
1.4.5 Cálculo da aposentadoria .........................................................................................................15
1.5 Regras de Transição ...................................................................................................................................15
1.5.1 Regra de Transição - Sistema de Pontos .............................................................................16
1.5.1.1 Cálculo da aposentadoria .............................................................................................17
1.5.2 Regra de Transição - Pedágio ..................................................................................................18
1.5.2.1 Cálculos da aposentadoria .........................................................................................19
1.5.3 Regra de Transição - Policiais Civis da União, Agente Federal Penitenciário e 
Socioeducativo ............................................................................................................................19
1.5.3.1 Regra sem pedágio ........................................................................................................20
1.5.3.2 Regra com pedágio .........................................................................................................20
1.5.3.3 Cálculo da aposentadoria .............................................................................................20
1.5.4 Regra de Transição - Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e 
biológicos .....................................................................................................................................21
1.5.4.1 Cálculo da aposentadoria ..............................................................................................21
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Sumário
1.6 Aposentadorias amparadas pelo Direito Adquirido .........................................................................22
1.6.1 Aposentadoria para os servidores que ingressaram até 16/12/1998 ........................22
1.6.1.1 Art. 2º da EC n. 41, de 2003: .......................................................................................22
1.6.1.2 Art. 3º da EC n. 47, de 2005.........................................................................................23
1.6.2 Aposentadoria para os servidores que ingressaram entre 16/12/1998 e 
31/12/2003 ......................................................................................................................................24
1.6.3 Aposentadoria para os servidores que ingressaram até o dia 13/11/2019 .............24
1.7 Alteração do fundamento de aposentadoria ......................................................................................25
1.8 Informações sobre tempo de serviço e contribuição ........................................................................26
1.8.1 Averbação de tempo de contribuição de outro regime de previdência ......................26
1.9 Abono de Permanência ..............................................................................................................................27
Referências ................................................................................................................................. 29
5
Este módulo tem por finalidade apresentar as regras de aposentadoria atualmente vigentes no RPPS da 
União, a alteração do fundamento de aposentadoria, contagem do tempo de serviço/contribuição para a 
aquisição desse direito e sobre a concessão do abono de permanência. 
Fundamentos de Aposentadoria
M
Ó
D
U
LO
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Unidade 1 - Regras de Aposentadoria da Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta Unidade, você deverá ser capaz de entender as regras de aposentadoria, suas formas de 
acesso, de cálculo e de reajuste.
1.1 Formas de cálculo dos benefícios de aposentadoria
O benefício de aposentadoria foi o que mais sofreu alteração pelas reformas previdenciárias realizadas. 
Em comum, o objetivo das reformas eram tornar mais rígidas as regras de obtenção do benefício e reduzir 
o ritmo de crescimento das despesas com a sua manutenção, seja postergando o seu usufruto, seja pela 
alteração da forma de seu cálculo.
Uma das maiores dúvidas dos servidores é quanto ao cálculo dos benefícios, que foi se alterando durante as 
reformas. Assim, começaremos demonstrando a evolução das formas de cálculo e reajuste das aposentadorias.
Inicialmente, a Lei nº 8.112, de 1990, estabeleceu que os proventos de aposentadoria seriam 
calculados com base nos vencimentos do cargo ocupado pelo servidor, em face do caráter de 
extensão da política de pessoal que revestia a aposentadoria dos servidores naquela época.
Posteriormente, a EC n. 20, de 1998, estabeleceu que os proventos teriam como base a 
remuneração do cargo efetivo (vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei) em que se desse a aposentadoria.
Perceba-se que a vida contributiva do servidor não influenciava o cálculo do benefício de 
aposentadoria, mas tão somente a remuneração percebida no mês anterior à aposentadoria. 
Com a EC n. 41, de 2003, alterou-se novamente a forma de cálculo desse benefício, que 
passou a observar as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor 
aos regimes de previdência ao qual esteve vinculado durante a sua vida laboral, em respeito 
ao princípio do equilíbrio financeiro e atuarial do RPP da União.
Regulamentando a disposição da EC n. 41, de 2003, a Lei nº 10.887, de 2004, estabeleceu 
que os proventos seriam calculados pela média aritmética simples das maiores remunerações, 
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que 
esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo 
desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela 
competência. A determinação supra poderá ser assim representada.
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Conforme se pode observar, o cálculo definido pela EC n. 41, de 2003, era benéfico para o servidor, uma vez 
que não seriam considerados os 20% das menores bases contributivas para os regimes de previdência aos 
quais o servidor esteve vinculado.
Com a EC n. 103, de 2019, a regulamentação da forma de cálculodeverá ser realizada por lei do respectivo ente 
federativo. No entanto, no âmbito da União, até a edição da referida norma, o cálculo dos proventos deverá observar:
Tempo Contributivo. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1 A média aritmética simples de 100% (cem por cento) do período contributivo, atualizado 
monetariamente, desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior 
àquela competência.
2 O valor da média não poderá ultrapassar o valor do teto do RGPS para os servidores vinculados 
ao RPC.
3 É assegurado um valor mínimo de 60% do valor da média, podendo esse percentual ser 
aumentado a depender do tempo de contribuição superior a 20 anos.
4 Possibilidade de exclusão da média das contribuições que resultem em redução do valor do 
benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do 
tempo excluído para qualquer finalidade.
A nova forma de cálculo poderá ser assim representada:
Nova forma de cálculo. 
Fonte: Elaborado pelo autor.
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O tempo de contribuição do servidor será importante para definir o percentual que incidirá no valor da 
média. Quanto maior o tempo contributivo, maior o percentual e, por consequente, o valor do benefício. 
Para fazer jus ao valor integral da média, o servidor deverá ter 40 anos de contribuição. Vejamos:
Tempo de Contribuição X Percentual. 
Elaborado pelo autor.
Além da regra da média, a EC n. 103/2019 previu a possibilidade de utilização da remuneração do cargo 
efetivo para fins de aposentadoria para os servidores que ingressaram em cargo efetivo antes da EC n. 41, 
de 2003, desde que o servidor não tenha migrado para o Regime de Previdência Complementar (RCP) e 
cumpra os demais requisitos estabelecidos para obtenção do direito ao benefício.
Cada regra de aposentadoria estabelece a forma de cálculo dos seus benefícios, podendo haver alguma 
diferença a depender da determinação do legislador. 
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Forma de cálculo X Forma de reajuste. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
A evolução da forma de calcular e de reajustar os proventos pode ser sistematizada no quadro abaixo. 
Assim, passa a analisar as regras de aposentadoria atualmente vigente com as respectivas formas de 
cálculo dos benefícios. 
A EC n. 103, de 2019, estabelece as seguintes regras de aposentadoria a serem concedidas aos servidores federais.
Regras de aposentadoria para servidores federais.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
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1.2 Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho
A Constituição Federal de 1988 previu, inicialmente, que o servidor poderia ser aposentado quando fosse 
acometido de doença que o incapacitasse para o desempenho das atribuições do cargo. O Manual de Perícia 
Oficial em Saúde do Servidor Público Federal estabeleceu que a invalidez deveria ser total e permanente para o 
exercício do cargo, função ou emprego em decorrência de alterações provocadas por doença ou acidente com 
a impossibilidade de ser reabilitado, levando em conta os recursos terapêuticos e/ou tecnológicos existentes.
Antes do servidor ser aposentado por invalidez, a Administração deveria tentar readaptá-lo, nos termos do 
art. 24 da Lei nº 8.112, de 1990.
No âmbito do Poder Executivo federal, a readaptação era complexa de ser realizada, em face dos parâmetros 
rígidos estabelecidos pela Lei nº 8.112, de 1990, a serem observados pela Administração. A Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019, promoveu grande alteração nesse benefício de risco.
Inicialmente, o novo nome do instituto – aposentadoria por incapacidade permanente para trabalho – determina 
que o servidor somente poderá ser aposentado se não tiver condições de exercer nenhum outro labor, ao passo 
que na aposentadoria por invalidez a incapacidade era restrita ao exercício do cargo, emprego ou função pública.
Outra alteração realizada pela emenda foi a flexibilização do instituto da readaptação. Agora, o servidor 
poderá realizar atividades de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação 
que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição. Os únicos 
requisitos formais a serem analisados são: 
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada 
em inspeção médica.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação 
exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de 
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente até a ocorrência de vaga.
1 Possuir a habilitação específica exigida pelo cargo; 
2 Ter o nível de escolaridade exigido para o cargo de destino. Ocorrendo a readaptação, será 
mantida a remuneração do cargo de origem.
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Vejamos as principais diferenças entre a aposentadoria por invalidez e a incapacidade permanente para o trabalho.
Outra alteração realizada pela EC n. 103, de 2019, foi a revogação, a partir de 13 de novembro de 2019, 
do § 21 do art. 40 da Constituição Federal, que previa a incidência da contribuição previdenciária sobre os 
proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelos RPPS, apenas sobre os valores que superem o 
dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, no caso dos beneficiários portadores de 
doença incapacitante, também conhecido como “duplo teto”.
1.2.1 Cálculo das aposentadorias por incapacidade permanente para o trabalho
Para os servidores que se aposentarem por incapacidade permanente para o trabalho, o cálculo do benefício 
será realizado, nos termos da regra geral, qual seja:
Aposentadoria por invalidez X Incapacidade permanente para o trabalho.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Cálculo do benefício. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
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Caso a incapacidade seja em decorrência de acidente do trabalho, doença do trabalho ou doença profissional, 
os proventos corresponderão a 100% da média aritmética simples.
1.3 Aposentadoria compulsória
Acidente do trabalho, doença do trabalho ou doença profissional – proventos.
Elaborado pelo autor. 
Os proventos serão calculados de acordo com a regra geral, ou seja, média aritmética simples de 100% do período 
contributivo. O valor do benefício levará em consideração o tempo contributivo do servidor, sendo influenciado se 
for maior ou menor do que 20 anos de contribuição, conforme Nobrega e Benedito (2021, p. 68) esclarecem:
I - Caso o servidor tenha mais de 20 anos de contribuição, os proventos serão calculados segundo 
a seguinte regra:
Servidor com mais de 20 anos de contribuição – proventos. 
Elaborado pelo autor. 
A aposentadoria compulsória é aquela concedida de forma automática 
pela Administração, ou seja, é um ato de ofício, cujo efeito é a partir 
do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de 
permanência no serviço ativo, que é atualmente 75 anos de idade.
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II - Caso o servidor tenha menos de 20 anos de contribuição, o valor de 60% da média será 
proporcionalizado pelo tempo contributivo dividido por 20, conforme pode-se observar na 
sistematização abaixo.
1.4 Aposentadorias voluntárias 
A regra de aposentadoria para os servidores é aquela vigente quando eles cumprirem os requisitos 
estabelecidos pela legislação. Assim, os servidores que ingressaram após a EC n. 103, de 2019, ou aqueles 
que não cumpriram uma das regras vigentes antes a emenda, deverão cumprir os requisitos estabelecidos 
no seu art. 4º, 5º, 10, 20, 21 e 22 para poder se aposentar, por serem as regras atualmente vigentes. 
Até que seja editada lei federal regulamentando as regras de aposentadoria do RPPS da União, a Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019, estabelece cinco (5) regras gerais de aposentadoria voluntária. Vejamos:
Servidor com menos de 20 anos de contribuição – proventos.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Importante, caso o servidor tenhacumprido os requisitos de aposentadoria voluntária antes 
de atingir a idade-limite de permanência no serviço público, a sua aposentadoria se dará por 
aquela regra que lhe for mais benéfica financeiramente.
1.4.1 Regra Geral 
Esta regra poderá ser cumprida por qualquer servidor, independentemente de outros requisitos.
Regra Geral. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
A reforma da previdência de 2019 não foi benéfica para as mulheres, uma vez que a diferença de idade entre 
elas e os homens, para fins de aposentadoria, foi reduzida de 5 anos para 3 anos. Assim, as servidoras deverão 
trabalhar um período adicional maior do que será exigido dos homens, se comparado com as regras anteriores.
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Para esses profissionais, a EC n. 103, de 2019, exige que o tempo de contribuição seja na função de 
magistério exclusivamente na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
1.4.1.1 Magistério
A EC n. 103, de 2019, manteve o direito dos servidores ocupantes do cargo efetivo de professor o direito à 
aposentadoria voluntária com requisitos diferenciados em relação à regra geral.
Magistério.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
O §2º do art. 67 da Lei nº 9.394, de 1996, estabelece que “[...] para os efeitos do disposto 
no § 5º do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções 
de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de 
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus 
diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de 
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.”
Segundo o Supremo Tribunal Federal (Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.772 – Distrito 
Federal), para efeitos de aposentadoria “I - A função de magistério não se circunscreve 
apenas ao trabalho em sala de aula, abrangendo também a preparação de aulas, a correção 
de provas, o atendimento aos pais e alunos, a coordenação e o assessoramento pedagógico e, 
ainda, a direção de unidade escolar. II - As funções de direção, coordenação e assessoramento 
pedagógico integram a carreira do magistério, desde que exercidos, em estabelecimentos de 
ensino básico, por professores de carreira, excluídos os especialistas em educação, fazendo jus 
aqueles que as desempenham ao regime especial de aposentadoria estabelecido nos arts. 40, 
§ 5º, e 201, § 8º, da Constituição Federal.”
1.4.2 Policiais Civis da União e Agente Federal Penitenciário ou Socioeducativo 
Outra regra específica para uma categoria profissional é a destinada aos Policiais Civis da União – Policial 
Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Policial Federal, Policial Rodoviário Federal 
e Policial Ferroviário Federal – Agente Federal Penitenciário ou Socioeducativo e para a Polícia Civil do 
Distrito Federal, que deverão cumprir os seguintes requisitos:
Policiais Civis da União e Agentes Penitenciários ou Socioeducativos. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
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Agentes químicos, físicos e biológicos.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.4.3 Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e biológicos 
A EC n. 103, de 2019, estabeleceu uma regra específica para os servidores que exercem atividades com 
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses 
agentes. Como esses servidores exercem as atividades em condições diferentes dos demais servidores, 
poderão fazer jus a uma aposentadoria mais rápida, visto que as atividades exercidas poderão gerar 
prejuízo a sua saúde ou a sua integridade física.
Importante ressaltar que é vedada a conversão de tempo especial em comum, ou seja, o tempo trabalhado 
nessas condições especiais não poderá ser convertido, com contagem diferenciada, para tempo de 
contribuição comum, nem ser utilizado em qualquer outra regra de aposentadoria.
Saiba mais
As condições e os requisitos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência 
Social deverão ser observados para a caracterização e a comprovação do 
tempo trabalhado nessas condições específicas, naquilo que não conflitarem 
com as regras específicas aplicáveis ao regime próprio de previdência social da 
União. Para tanto, deverão ser aplicadas as regras estabelecidas na Instrução 
Normativa nº 1, de 22 de julho de 2010, da extinta Secretaria de Políticas de 
Previdência Social, atual Secretaria de Previdência do Ministério da Economia.
Servidor com Deficiência.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.4.4 Servidores com Deficiência 
Os servidores deficientes têm uma regra específica, em que eles poderão se aposentar: I) pelo grau da 
deficiência e por tempo de contribuição; ou II) por idade e tempo de contribuição.
http://sa.previdencia.gov.br/site/2016/06/INSTRUNORMATIVASPSn01de22jul2010atualizadaat26mai2014-2.pdf
http://sa.previdencia.gov.br/site/2016/06/INSTRUNORMATIVASPSn01de22jul2010atualizadaat26mai2014-2.pdf
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1.4.5 Cálculo da aposentadoria 
As aposentadorias voluntárias pela regra geral, professor, policiais civis da União, agente federal 
penitenciário ou socioeducativo, servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e biológicos e 
para os servidores deficientes serão calculadas com base na regra geral, conforme esquema abaixo.
Cálculo da aposentadoria. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.5 Regras de Transição 
Toda reforma previdenciária frustra a expectativa de parte dos servidores, que tinha por objetivo se aposentar 
por uma regra que é extinta. Assim, o constituinte derivado estabelece regras de transição, que mesclam as 
regras de acesso aos novos benefícios com os critérios de cálculo das regras anteriores ou da vigente.
A EC n. 103, de 2019, estabeleceu quatro (4) regras de transição para os servidores que ingressaram em 
cargo efetivo até a sua edição, ou seja, 13 de novembro de 2019.
Para o reconhecimento do tempo de contribuição na condição de servidores públicos com 
deficiência deverá ser observada as orientações constantes na Instrução Normativa nº 02, de 13 
de fevereiro de 2014, da atual Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência.
http://sa.previdencia.gov.br/site/2013/05/INSTRU%C3%87%C3%83O-NORMATIVA-SPPS-n%C2%BA-02-de-13fev2014-publicada.pdf
http://sa.previdencia.gov.br/site/2013/05/INSTRU%C3%87%C3%83O-NORMATIVA-SPPS-n%C2%BA-02-de-13fev2014-publicada.pdf
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Critérios a serem cumpridos – Regra Geral. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.5.1 Regra de Transição - Sistema de Pontos
Esta regra permite ao servidor que tenha ingressado em cargo efetivo até a data da publicação da EC n. 
103, de 2019, ou seja, 13/11/2019, que possa se aposentar antes da idade constante na regra geral de 65 
anos de idade, para os homens, e 62 anos, para as mulheres, desde que cumpra os seguintes requisitos:
Essa regra exige vários requisitos, entre eles, uma pontuação decorrente de soma da idade e do 
tempo de contribuição do servidor. Pode-se observar que a idade e o tempo de contribuição mínimos 
não são suficientes para cumprir os pontos exigidos; assim, o servidor deverá, necessariamente, ter 
um tempo adicional de contribuição ou uma idade maior para fins de se aposentar por essa regra.
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Para o servidor titular do cargo de professor, que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a EC 103, de 2019, estabelece 
os seguintes requisitos:
Critérios a serem cumpridos – Professor.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.5.1.1 Cálculo da aposentadoria 
Por essa regra, os benefícios serão calculados pela regra geral, assim esquematizada.
Cálculo da aposentadoria. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
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Cálculo com base na remuneração do cargo efetivo. 
Elaborado pelo autor. 
Regra de Transição - Pedágio. 
Elaborado pelo autor. 
Há a possibilidade de o servidor se aposentar com base na remuneração do cargo efetivo e com direito à 
paridade, todavia deverá cumprir os seguintes requisitos:
1.5.2 Regra de Transição - Pedágio
Essaregra, além do ingresso em cargo efetivo até a data da publicação da EC n. 103, de 2019, ou seja, 
13/11/2019, exige que o servidor cumpra os seguintes requisitos:
Exemplo: Para melhor compreensão do pedágio, vejam o exemplo de uma servidora que tenha 58 anos de 
idade em 13/11/2019, data da EC 103, de 2019, 20 anos de contribuição, 15 anos de serviço público e 10 
anos de cargo efetivo.
Assim, na data de publicação da EC 103, de 2019, faltava para a servidora se aposentar 10 anos 
de contribuição (30 anos exigidos pela norma – 20 anos nos quais tinha contribuído para o regime de 
previdências). Sobre os 10 anos será aplicado o percentual de 100%, a título de pedágio. 
Nesse caso, a servidora deverá ter 40 anos de contribuição (30 anos da regra + 10 anos de pedágio) para 
poder se aposentar por essa regra, além de cumprir os demais requisitos estabelecidos.
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Haverá a possibilidade de o servidor se aposentar com base na remuneração do cargo efetivo e com 
direito à paridade, para tanto, deverá ter ingressado no serviço público em cargo efetivo até 31 de 
dezembro de 2003 e não ter feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da Constituição Federal, além de 
atender aos demais requisitos acima. Vejamos: 
1.5.2.1 Cálculos da aposentadoria 
Por essa regra, os benefícios serão calculados pela regra geral, assim esquematizada.
Cálculos de aposentadoria. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Cargo efetivo e direito à paridade. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.5.3 Regra de Transição - Policiais Civis da União, Agente Federal 
Penitenciário e Socioeducativo 
Para os servidores que ingressaram nos cargos de Policial Civil do DF, Policial Legislativo da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, Policial Federal, Policial Rodoviário Federal, Policial Ferroviário Federal e 
Agente Federal Penitenciário ou Socioeducativo até 13/11/2019, há duas regras de transição:
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1.5.3.1 Regra sem pedágio 
O servidor deverá cumprir os seguintes requisitos:
Regra – sem pedágio. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Regra – pedágio.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.5.3.2 Regra com pedágio
Para fazer jus a essa regra, o servidor deverá cumprir os seguintes requisitos:
1.5.3.3 Cálculo da aposentadoria
Independentemente da regra escolhida – com ou sem pedágio – os proventos serão integrais (totalidade 
da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria), nos termos artigo 1º, inciso 
II, da Lei Complementar nº 51/1985, e paridade plena, com fundamento no art. 38 da Lei nº 4.878/1965, 
conforme entendimento do Parecer n. JL – 04 da Advocacia-Geral da União, aprovado pelo Presidente da 
República, cuja observância é obrigatória por toda à Administração.
Os critérios para definição de quais atividades se enquadram como natureza estritamente policial estão 
estabelecidos na Portaria nº 580, de 6 de junho de 2019, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, 
disponível em https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-580-de-6-de-junho-de-2019-157606472
Importante ressaltar que o §1º do art. 5º da EC 103, de 2013, estabelece que o tempo de 
atividade militar nas Forças Armadas, nas polícias militares e nos corpos de bombeiros 
militares, bem como o tempo de atividade como agente penitenciário ou socioeducativo serão 
considerados como atividade estritamente policial.
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-580-de-6-de-junho-de-2019-157606472
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1.5.4 Regra de Transição - Servidores que trabalham com agentes 
químicos, físicos e biológicos 
A EC 103, de 2019, trouxe uma regra específica para os servidores que ingressaram em cargo efetivo 
até 13/11/2019 e que exercem atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos 
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.
Por essa regra, será exigido um somatório de idade, tempo de contribuição, tempo de efetiva exposição 
a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes. Ainda será 
exigido tempo de serviço público e cargo efetivo.
No âmbito da União, as atividades exercidas pelos servidores submetidos a condições especiais, em regra, 
se enquadram no tempo de efetiva exposição de 25 anos. Desse modo, o somatório deverá equivaler a 86.
Como previsto na regra geral para essas atividades, as condições e os requisitos estabelecidos para o 
Regime Geral de Previdência Social deverão ser observados para a caracterização e a comprovação do 
tempo trabalhado nessas condições específicas, naquilo em que não conflitarem com as regras específicas 
aplicáveis ao Regime Próprio de Previdência Social da União.
Regra de Transição - Agentes químicos, físicos e biológicos.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.5.4.1 Cálculo da aposentadoria
Por essa regra, os proventos serão calculados de acordo com a regra geral:
Regra Geral.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
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1.6 Aposentadorias amparadas pelo Direito Adquirido 
Já é pacífico que o servidor que cumpriu os requisitos para aposentadoria enquanto a legislação encontrava-
se vigente terá direito a exercê-lo no momento que entender mais adequado.
Esse direito está amparado no princípio do direito adquirido previsto no XXXVI da art. 5º Constituição Federal. 
Respeitando esse princípio e dando maior segurança aos servidores, a EC n. 103, de 2019, em seu art. 3º, 
assegurou a concessão de aposentadoria, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos 
para obtenção do benefício até a data da sua entrada em vigor, ou seja, 13/11/2019, devendo ser observada 
legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria.
Assim, passaremos a apresentar as regras de aposentadoria voluntárias vigentes antes da EC n. 103, de 2019, às 
quais os servidores poderão fazer jus, caso tenham cumprido os requisitos enquanto se encontravam vigentes.
1.6.1 Aposentadoria para os servidores que ingressaram até 16/12/1998
Para os servidores que ingressaram em cargo efetivo até 16/12/1998, antes da EC n. 20, de 1998, 
as Emendas Constitucionais n. 41, de 2003, e n. 47, de 2005, enquanto se encontravam vigentes, 
previam duas regras de aposentadoria.
No caso dos servidores ocupantes de cargo de magistério da educação infantil e ensino médio haveria 
um bônus ao tempo de contribuição exercido até a 15/12/1998, que seria contado com o acréscimo de 
17% (dezessete por cento), se homem, e de 20% (vinte por cento), se mulher, desde que se aposentasse 
exclusivamente com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério.
1.6.1.1 Art. 2º da EC n. 41, de 2003:
Por essa regra, o servidor, além de cumprir os requisitos de idade, tempo de contribuição e de cargo efetivo, 
teria um pedágio ou acréscimo de 20% no tempo que faltava para aposentadoria em 15/12/1998.
Art. 2º da EC n. 41, de 2003. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
23
Ressalte-se que sobre o valor dos proventos haveria, ainda, uma redução 3,5% por ano até 31/12/2005 
e de 5% por ano a partir de 1º/01/2006, para cada ano antecipado em relação à idade de 55 anos de 
idade, se mulher, 60 anos, se homem.
Tempo contributivo.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.6.1.2 Art. 3º da EC n. 47, de 2005.
A EC n. 47, de 2005, trouxe uma regra de transição para os servidores que ingressaram até a edição da 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998, de forma que os proventos pudessem ser calculados com base na 
remuneração do cargo efetivo em que se desse a aposentadoria.
Os requisitos de idade e tempo de contribuição eram equivalentes à regra geral até então vigente, sendo 
permitido ao servidor reduzir um ano na idade para cada ano a mais de contribuição que excedesse aos 
mínimos exigidos (35 e 30 anos). Esse sistema era conhecido como regra dos pontos: 85 para a mulher e 
95 para os homens, em que a soma dos fatores deveria resultar nessas pontuações.
Art. 3º da EC n. 47, de 2005.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Essa previsão tinha por finalidade igualar a situação desses servidores com os demais, uma vez que essa 
categoria profissional tinha uma redução de 5 (cinco)anos no tempo de contribuição e idade caso se 
aposentassem, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério. 
Os proventos, nessa regra, serão calculados considerando a média aritmética simples, podendo assim ser representada.
24
Art. 6º da EC n. 41, de 2003. 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.6.3 Aposentadoria para os servidores que ingressaram até o dia 
13/11/2019
Para os servidores que ingressaram em cargo efetivo até 13/11/2019, ou seja, antes da EC n. 103, de 2019, a regra 
então vigente permitia que se aposentassem por tempo de contribuição ou por idade, conforme quadro a seguir.
Os proventos, nessa regra, seriam calculados considerando a média aritmética simples, podendo, assim, 
ser representada.
Aposentadoria por idade e tempo de contribuição.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
1.6.2 Aposentadoria para os servidores que ingressaram entre 16/12/1998 e 
31/12/2003
Por essa regra, os servidores que ingressaram entre as Emendas Constitucionais nº 20, de 1998, e a de no 41, 
de 2003, poderiam se aposentar de forma que os proventos pudessem ser calculados com base na remuneração 
do cargo efetivo em que se desse a aposentadoria. Assim, deveriam cumprir os seguintes requisitos.
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Tempo contributivo.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Ressalte-se que não será atendido o pedido de alteração de fundamento de aposentadoria caso 
esse esteja baseado em critérios legais de recomposição e/ou reajustes posteriores à data de 
concessão originária.
1.7 Alteração do fundamento de aposentadoria 
Uma pergunta que pode surgir aos servidores que cumprem os requisitos de aposentadoria por mais de um 
fundamento: após se encontrar aposentado, ele poderá solicitar a alteração de fundamento do seu benefício?
A resposta é afirmativa: uma vez que o servidor tenha cumprido os requisitos para jubilação enquanto se encontrava 
em atividade, ele terá direito adquirido a aposentar-se também sob o fundamento da regra que cumpriu, ainda que 
outra seja a que embasou a aposentação. Todavia, os seguintes requisitos deverão ser observados:
Exemplo: o servidor se aposentou em 2018, com fundamento no art. 2º da EC n. 41, de 2003, cujo 
valor inicial dos proventos foi de R$ 6.000,00 (com base na média aritmética simples). Ele cumpriu, 
ainda em atividade, os requisitos do art. 3º da EC n. 47, de 2005, cujo proventos iniciais seriam de 
R$ 5.500,00 (com base na remuneração do cargo efetivo). Em 2020, foi publicada lei que alterou a 
estrutura remuneratória do cargo que serviu de base para aposentadoria do servidor para subsídio de 
R$ 10.000,00.
1 Que o servidor tenha cumprido, em atividade, os critérios para aposentação em mais de uma 
regra de aposentadoria;
2 Que a regra para a qual o servidor pretende migrar lhe conceda o melhor benefício, aqui 
considerado como aquele que lhe proporcionar o maior valor de proventos em moeda corrente, na 
mesma data-base da concessão inicial; e
3 Observância do prazo decadencial, previsto no inciso I do art. 110 da Lei nº 8.112, de 1990, 
contado da data de publicação do ato de concessão do benefício, caso o ato de jubilação não tenha 
sido registrado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Os servidores que ingressaram antes da Emenda Constitucional nº 41, 
de 2013, ou seja, 31/12/2013, e que fizeram a migração para o Regime 
de Previdência Complementar, deixaram de fazer jus a uma regra de 
aposentadoria por integralidade e paridade e deveriam se aposentar, 
necessariamente, por esse fundamento legal.
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Nesse caso, o servidor não terá direito à alteração do fundamento legal da aposentadoria, uma vez que, 
no momento em que passou à inatividade, 2018, já havia optado pela aposentadoria que lhe era mais 
benéfica financeiramente. Ademais, melhorias posteriores à aposentadoria não poderão ser utilizadas 
para embasar o pedido de alteração de fundamento de aposentadoria.
Saiba mais
Sugerimos a leitura atenciosa da Nota Técnica nº 1871/2017, que tratou da 
Alteração da fundamentação legal da concessão de aposentadoria.
1.8 Informações sobre tempo de serviço e contribuição 
Ponto importante a ser observado pelos servidores é a contagem do tempo de serviço para fins de 
aposentadoria. Com as reformas previdenciárias que ocorreram nos últimos trinta (30) anos, as normas 
infraconstitucionais deverão ser interpretadas segundo a Constituição e suas emendas, principalmente, o 
art. 102 da Lei nº 8.112, de 1990.
Conforme visto, a Constituição, em sua redação original, previa como critério para aposentadoria o 
tempo de serviço público. Com a Emenda Constitucional nº 20, de 1998, que institui o regime próprio dos 
servidores de caráter contributivo, o servidor deverá realizar contribuições ao seu regime de previdência 
para considerá-lo na aposentadoria.
Assim, em face das alterações constitucionais realizadas, os seguintes marcos temporais deverão ser observados:
I - até 16/12/1998 (antes da EC n. 20, de 1998), todo o tempo de efetivo exercício será considerado 
como tempo de contribuição, desde que se enquadre em algumas das seguintes situações:
 a) se houve efetivamente laboro do servidor; ou 
 b) se teve contribuição previdenciária, em caso de afastamento sem remuneração; ou 
 c) se a legislação considerava o afastamento sem remuneração como de efetivo exercício.
II - de 17/12/1998 (EC n. 20, de 1998) a 18/12/2002 (data da Medida Provisória nº 86, de 
2002, convertida na Lei nº 10.667, de 2003), o tempo será considerado, desde que tenha havido a 
respectiva contribuição a regimes de previdência; e
III - a partir de 19/12/2002, será considerado o tempo de contribuição para o RPPS da União ou 
para o RGPS na condição de segurado obrigatório. 
1.8.1 Averbação de tempo de contribuição de outro regime de previdência
O que acontece com o tempo de serviço/contribuição de um servidor que trabalhou em um Estado, no Distrito 
Federal ou Municípios e depois ingressou na União, por concurso público?
A Constituição Federal, em seu art. 201, §§9º e 9º-A, permite que o servidor que era vinculado a um 
regime de previdência ou no sistema de proteção dos militares possa trazer o seu tempo contributivo 
para a RPPS da União, por intermédio da Certidão de Tempo de Contribuição – CTC, sendo esse o 
único documento válido para fins de averbação de tempo de contribuição de um regime em outro. 
https://legis.sigepe.planejamento.gov.br/legis/detalhar/13228
27
É importante ressaltar que o abono de permanência nasce com o cumprimento dos requisitos de 
aposentadoria voluntária pelo servidor, todavia o seu pagamento está condicionado ao pedido 
(requerimento) do servidor. Ademais, o abono de permanência encontra-se sujeito ao prazo 
prescricional estipulado no inciso I do art. 110 da Lei nº 8.112, de 1990, não sendo permitido 
ao administrador público desprezá-lo (art. 112 da Lei nº 8.112, de 1990).
1.9 Abono de Permanência 
O Abono de Permanência instituído pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, veio a substituir a isenção 
previdenciária até então prevista, sendo uma vantagem pecuniária paga em valor equivalente à contribuição 
do servidor ao RPPS da União.
Ele foi criado como forma de incentivar à permanência do servidor em atividade. A postergação da aposentadoria 
pelos servidores tem como vantagens: a manutenção de uma força de trabalho geralmente mais capacitada e 
experiente em atividade; a manutenção de ingressos de recursos no RPPS da União, com a contribuição dos 
servidores; e a diminuição de ritmo do aumento dos gastos do RPPS com a concessão dos benefícios.
A EC n. 103, de 2019, delegou à legislação ordinária a competência para disciplinar sobre o abono de 
permanência; entretanto, trouxe uma regra de transição, ao estabelecer o direito ao abono de permanência 
aos servidores que tenham direito adquirido à aposentadoria voluntária ou que venha a cumprir os requisitos 
por uma das regras atualmente vigentes.
Após a averbação do tempo de contribuição, o servidor somente poderá solicitar a desaverbação e retornar 
o tempo contributivoao regime de origem, caso não tenha gerado nenhum efeito financeiro em sua vida 
funcional, como, por exemplo, a concessão de abono de permanência. 
Situação especial encontra-se a Licença-prêmio, prevista originalmente na lei nº 8.112, de 1990, que uma 
vez contada em dobro para fins de aposentadoria, não poderá ser desaverbada para fins usufruto, pois a 
conversão é irretratável nos termos do Acórdão nº 1.342/2011 - Plenário do Tribunal de Contas da União.
Saiba mais
Sugerimos a leitura atenciosa da Nota Técnica nº 1413/2020-ME, que tratou da 
averbação de tempo de contribuição dos ex-empregados públicos submetidos 
ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de que trata o Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, em período anterior à vigência do regime 
jurídico instituído, pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Assim, o servidor deverá requerer o benefício em até 5 anos após cumprir os requisitos para aposentadoria 
voluntária, para fazer jus aos valores integrais que lhe são devidos. Caso o requerimento do servidor seja 
superior a 5 anos, a Administração somente estará obrigada ao pagamento dos valores relativos a cinco 
anos anteriores ao pedido do servidor.
Exemplificando, se um servidor cumpriu os requisitos para aposentadoria voluntária em 1º/10/2016 e tenha 
realizado o pedido junto à sua unidade de gestão de pessoas até 1º/10/2021, receberá integralmente os 
valores retroativos. Caso o requerimento seja realizado em 1º/11/2021, receberá somente os últimos 5 
anos, ou seja, até 1º/11/2016, sendo prescrito um mês.
https://legis.sigepe.planejamento.gov.br/legis/detalhar/22506.
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Por fim, ressalte-se que o direito de recebimento do abono de permanência por uma regra de aposentadoria 
não obriga o servidor a se aposentar por ela, podendo optar pela regra que lhe for mais benéfica.
Muito bem, você conseguiu aprender as regras de aposentadoria atualmente vigentes no RPPS da União, 
a alteração do fundamento de aposentadoria, contagem do tempo de serviço/contribuição para a aquisição 
desse direito e aspectos referentes à concessão do abono de permanência. A seguir, você irá conhecer as 
regras para instituição da pensão.
Que bom que você chegou até aqui! Agora chegou a hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse 
o exercício avaliativo 4 que está disponível no ambiente virtual. Boa sorte!
Saiba mais
Sugerimos a leitura atenciosa da NOTA TÉCNICA Nº 304 /2012/CGNOR/DENOP/
SEGEP/MP, que tratou da incidência da prescrição quinquenal em relação ao 
pagamento do abono de permanência.
https://legis.sigepe.planejamento.gov.br/legis/detalhar/9108
https://legis.sigepe.planejamento.gov.br/legis/detalhar/9108
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BRASIL. Advocacia-Geral da União. Parecer JL 4, de 2021 http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/AGU/Pareceres/2019-2022/PRC-JL-04-2020.htm. Acessado em 25 jul. 2021.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc20.htm. Acesso em 1º ago. 2021.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003. Disponível em: http://www.
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BRASIL. Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019. Disponível em: http://www.
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BRASIL. Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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BRASIL. Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal. Manual de Perícia 
Oficial em Saúde do Servidor Público Federal. 3ª Edição. Ano 2017. Disponível 
em https://www2.siapenet.gov.br/saude/portal/public/listaDocumentosPorTipo.
xhtml;jsessionid=57A3701CF29310308AEB09C1E354CCCF.saude5. Acesso em 1º ago. 2021.
NÓBREGA, Tatiana de Lima; BENEDITO, Maurício Roberto de Souza. O Regime 
Previdenciários dos Servidores Públicos. Indaiatuba-SP: Editora Foco, 2021.
Referências
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AGU/Pareceres/2019-2022/PRC-JL-04-2020.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc41.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc41.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8112cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.887.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.887.htm
https://www2.siapenet.gov.br/saude/portal/public/listaDocumentosPorTipo.xhtml;jsessionid=57A3701CF29310308AEB09C1E354CCCF.saude5
https://www2.siapenet.gov.br/saude/portal/public/listaDocumentosPorTipo.xhtml;jsessionid=57A3701CF29310308AEB09C1E354CCCF.saude5
	Unidade 1 - Regras de Aposentadoria da Emenda Constitucional nº 103, de 2019
	1.1 Formas de cálculo dos benefícios de aposentadoria
	1.2 Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho
	1.2.1 Cálculo das aposentadorias por incapacidade permanente para o trabalho
	1.3 Aposentadoria compulsória
	1.4 Aposentadorias voluntárias 
	1.4.1 Regra Geral 
	1.4.1.1 Magistério
	1.4.2 Policiais Civis da União e Agente Federal Penitenciário ou Socioeducativo 
	1.4.3 Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e biológicos 
	1.4.4 Servidores com Deficiência 
	1.4.5 Cálculo da aposentadoria 
	1.5 Regras de Transição 
	1.5.1 Regra de Transição - Sistema de Pontos
	1.5.1.1 Cálculo da aposentadoria 
	1.5.2 Regra de Transição - Pedágio
	1.5.1.1 Cálculo da aposentadoria 
	1.5.3 Regra de Transição - Policiais Civis da União, Agente Federal Penitenciário e Socioeducativo 
	1.5.3.1 Regra sem pedágio 
	1.5.3.2 Regra com pedágio
	1.5.3.3 Cálculo da aposentadoria
	1.5.4 Regra de Transição - Servidores que trabalham com agentes 
	químicos, físicos e biológicos 
	1.5.4.1 Cálculo da aposentadoria
	1.6 Aposentadorias amparadas pelo Direito Adquirido 
	1.6.1 Aposentadoria para os servidores que ingressaram até 16/12/1998
	1.6.1.1 Art. 2º da EC n. 41, de 2003:
	1.6.1.2 Art. 3º da EC n. 47, de 2005.
	1.6.2 Aposentadoria para os servidores que ingressaram entre 16/12/1998 e 31/12/2003
	1.6.3 Aposentadoria para os servidores que ingressaram até o dia 13/11/2019
	1.7 Alteração do fundamento de aposentadoria 
	1.8 Informações sobre tempo de serviço e contribuição 
	1.8.1 Averbação de tempo de contribuição de outro regime de previdência
	1.9 Abono de Permanência 
	Referências

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