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Ciências da Religião e suas Perspectivas

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Discplina: Ciências da Religião
Aula 3: As Ciências da Religião e suas Perspectivas
Apresentação:
As ciências das Ciências da Religião foram incorporadas ao longo de tempo e em
função das profundas controvérsias travadas em torno do estudo da religião. É
importante que você saiba que as principais subdisciplinas que auxiliam as Ciências
da Religião são as seguintes:
Fenomenologia da religião;
História das religiões;
Sociologia e Antropologia da religião;
Psicologia da religião;
Geografia da religião e outras.
Nesta aula, você aprenderá os processos que desembocaram na constituição dessas
subdisciplinas auxiliares. 
Objetivos:
Compreender as perspectivas das Ciências da Religião;
Analisar as orientações básicas das disciplinas das Ciências da Religião;
Descrever fatos básicos da composição disciplinar das Ciências da Religião.
Contexto

Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não
precisa de existir para haver.
Guimarães Rosa, escritor brasileiro

Um deus não é unicamente uma autoridade de que
dependemos; é também uma força sobre a qual se
apoia a nossa força. O homem que obedeceu a seu deus
e que, por essa razão, acredita tê-lo-consigo, enfrenta
o mundo com confiança e com o sentimento de energia
fortificada.
Émile Durkheim, sociólogo e pedagogo francês no texto, O
problema religioso e a dualidade da natureza humana
Você já deve ter se perguntado sobre a diferença entre as Ciências da Religião
e as outras Ciências Humanas.
Ambas podem estudar a religião, de fato, mas
quais seriam as especificidades?
As diferenças entre as duas ciências não invalidam o diálogo entre elas, mas é
possível identificar uma história especifica, com ênfases e métodos que
evoluíram ao longo do tempo e dos estudos.
Quase em todo lugar em que a Ciência da Religião começou a estruturar-se,
dentro das universidades e centros de pesquisa, ela teve de lutar em três
frentes de batalha.
1
Primeira frente
Na primeira, buscava a independência e autonomia dos estudos e pesquisas
em relação à Teologia, por um lado, e, por outro, em relação às igrejas. Por
isso, a Ciência da Religião foi vista como a filha emancipada da Teologia.
2
Segunda frente
Na segunda frente, procurou estabelecer a epistemologia e metodologia de
estudo em face de outras ciências sociais e humanas que já estudavam a
religião.
3
Terceira frente
Na terceira frente, buscou suavizar a crítica filosófica, sociológica e psicológica
da religião e surgiram perspectivas para superar as incompreensões sobre os
estudos de religião.
Você perceberá que durante a constituição do campo das Ciências da Religião,
ocorreu a formação de três convergências em termos de método e posição
epistemológica:
01
Abstinência de julgamento a respeito da validade (valor) de cada expressão
religiosa.
02
Vocação interdisciplinar das Ciências da Religião, acolhendo e reinterpretando
a contribuição da Teologia, Psicologia, Filosofia, História, Sociologia,
Antropologia e Geografia e, por meio desse processo de intercâmbio,
originando as Ciências da Religião.
03
Um duplo trabalho, um de viés concreto-empírico-contextual (diacrônico),
analisando a religião em seu tempo e espaço específicos e outro, em caráter
sistemático-teórico (sincrônico), buscando comparar as diversas religiões.
Passadas as lutas, essas convergências deram lugar a outras buscas e
tensões.

Comentário
Note que a autonomia institucional é gradativamente conquistada no
Brasil quando a reflexão sobre religião foi, enfim, reconhecida na árvore
do conhecimento, em agosto de 2016 e quando, em 2017, a área foi
regulamentada em conjunto com a Teologia, Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) .
A criação de uma área específica com o nome de
“Ciências da Religião e Teologia” é um
importante ganho.
Como é um campo ou área em consolidação, note que há um grupo de
pesquisadores que propõe a expressão no singular, Ciência da Religião,
entendida como uma prática, uma perspectiva e uma teoria em processo de
coesão.
1
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula3.html
Há, também, um grupo de pesquisadores que prefere ver a Ciência da
Religião como campo unitário, propondo dois elementos, a dissolução da ideia
de subdisciplinas e a ideia de perspectivas e temáticas transversais às várias
Ciências da Religião.
Observe que não há um procedimento metodológico único porque, entre
outras questões, esse campo científico ou ciência ainda se debate com o jogo
terminológico (ciência/ciências e religião/religiões) e com o embate entre
teorias substancialistas e funcionalistas (FIROLAMO; PRANDI, 2016).
Cada ciência (História da religião, Sociologia e Antropologia, Fenomenologia)
trata de uma faceta específica, escancarando a complexidade conceitual dos
termos envolvidos nas tentativas de definição.
Há, basicamente, duas grandes perspectivas, visões ou miradas, envolvidas
no campo das Ciências da Religião:
1
Primeira perspectiva
Uma que supõe a religião como derivada de outras ordens, em especial a
ordem social, econômica e cultural. A religião teria uma “autonomia relativa”
porque apesar de constituir-se em uma dimensão singular da vida e da
realidade, ela está em contínua interação com outras dimensões (política,
sexual, artística, econômica etc.).
2
Segunda perspectiva
Uma que supõe a religião como derivada de outras ordens, em especial a
ordem social, econômica e cultural. A religião teria uma “autonomia relativa”
porque apesar de constituir-se em uma dimensão singular da vida e da
realidade, ela está em contínua interação com outras dimensões (política,
sexual, artística, econômica etc.).
Ambas as perspectivas têm implicações sobre os métodos
adotados para a abordagem da religião, entendida como
conceito ou das religiões, entendidas como configurações
específicas, presentes nas estruturas socioculturais das
sociedades humanas.
A partir dessas duas grandes perspectivas, as Ciências da Religião podem ser
organizadas em dois grandes conjuntos, um, mais “fenomenológico”, com
base na Fenomenologia, e outro “histórico-cultural-social”, com base no
pluralismo metodológico das Ciências Humanas e Sociais.
Apesar dessas duas grandes divisões, e das diferenciações internas a ambas,
há uma inter-relação entre teorias, autores e pesquisadores dos dois
conjuntos baseada em proximidades e distanciamentos. Uma Ciência da
Religião pode desenvolver perspectivas distintas e olhares.
Da crítica da religião à crítica das
Ciências da Religião
A história da crítica da religião, como você poderá perceber, é longa,
acidentada, cheia de aventuras e desventuras. Para dar um marco ou um
passo inicial, vejamos um pouco do nascimento da Ciência Moderna, por volta
dos anos 1500 e 1600.

Saiba mais
Naquela época, nas universidades europeias, havia uma disputa intensa
entre uma elite intelectual baseada nos ideais da Ciência Grega, em
especial, nas ideias de Aristóteles (384 a.C.- 322 a. C.) e de Tomás de
Aquino (1225-1274) um grupo insatisfeito com as respostas tradicionais
da Teologia e da ciência aristotélica para novos problemas e questões
que emergiam com as transformações que mundo atravessava.
A antiga tese de que a Terra seria o centro do Universo, sustentada por
setores da Igreja Católica, foi cada vez mais questionada, muitas vezes,
dentro da própria instituição, levando, por exemplo, à perseguição e morte,
como a de Giordano Bruno (1548-1600), monge, teólogo, filósofo italiano
considerado “herege” e queimado na cidade de Roma (1600) a mando do
Tribunal da Inquisição, acusado de espalhar as ideias de Copérnico. Houve
tentativas para salvá-lo, mas as disputas de poder o condenaram.
O novo racionalismo renascentista contribuiu para a valorização da
Matemática (com a contribuição de pensadores muçulmanos, lembre-se de
que a álgebra é um termo árabe), da experimentação e da observação
sistemática da natureza.
Tais procedimentos inauguraram a ciência moderna. Veja alguns dos nomes
mais importantes dessa época:
Nicolau Copérnico (1473-1543)
Nascidoem Florença (1469-1527), estabeleceu as fronteiras entre a ética e a
política. Também escreveu dois livros clássicos: "O Príncipe" e "Discursos
sobre a Primeira Década de Tito Lívio".
Johannes Kepler (1571-1630)
Confirmou as teorias de Copérnico e formulou conceitos referentes à
“mecânica celeste”.
Galileu Galilei (1564-1642)
Considerado inaugurador da ciência moderna.
Contudo, um pouco antes, é preciso que tenha em mente dois filósofos:
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Demonstrou que o Sol era o centro do Universo (tese heliocêntrica) em
oposição ao geocentrismo (Terra como o centro).
Francis Bacon (1561-1626)
Político e ensaísta inglês, produziu uma filosofia da ciência organizando o
método indutivo com críticas à ciência escolástica, em especial à outra ciência
que lhe dava base, a aristotélica. Criou a teoria dos “ídolos” (o falso e o
errado) que atrapalham o conhecimento cientifico.
E ainda...
Immanuel Kant (1724-1804)
No século XVIII, Kant disse ser necessário buscar a autonomia e
maioridade do homem em relação às instituições que subtraíam sua
independência e sua possibilidade de compreensão do mundo.
É famosa sua frase: Sapere Aude! ou seja, “ousai saber”, a procura ativa
do conhecimento, sem subordinação aos ditames que não os de uma
razão universalmente válida.
Mas, Kant também dizia que o núcleo da realidade, o noúmeno, inclusive
o núcleo vivo da religião, não é acessível à análise racional-crítica.
Questões como Deus, alma, redenção, e outras, não poderiam ser
provadas com base na razão moderna.
Esse filósofo germânico propõe um deslocamento chamado de
Revolução Copernicana na Filosofia: ao invés de discutir a realidade
em si (o núcleo mais denso e, de certa forma, impenetrável), seria
possível analisar os aspectos da realidade passíveis de discussão racional
e de conceituação, dentro dos limites da razão moderna.
A partir de meados do século XIX, temos duas grandes críticas da religião
vindas de Feuerbach e Nietzsche, vejamos.
Ludwig Feuerbach (1804 - 1872)
Leia dois trechos, extraídos do livro Princípios da filosofia do futuro, de
Feuerbach para perceber sua forte crítica:
“A tarefa dos tempos modernos foi a realização e a humanização de Deus
— a transformação e a resolução da Teologia na Antropologia”.
... e esta:
“Deus enquanto Deus — como ser espiritual ou abstrato, isto é, não
humano, não sensível, acessível e objetivo só para a razão ou para a
inteligência, nada mais é do que a essência da própria razão; mas esta é
representada pela Teologia comum ou pelo teísmo mediante a
imaginação como um ser autônomo, diferente, distinto da razão. É, pois,
uma necessidade interna, sagrada, que com a razão se identifique
finalmente a essência da razão distinta da razão; portanto, que se
reconheça, realize e atualize o ser divino como a essência da razão.
Nesta necessidade, se funda o grande significado histórico da filosofia
especulativa”.
(Frases extraídas das páginas 6 e 7 do livro: FEUERBACH, Ludwig.
Princípios da filosofia do futuro. Disponível em: https://goo.gl/XnsLia
<https://goo.gl/XnsLia> . Acesso em 07 fev. 2018).
Esse filósofo escreveu obras como: 
A essência do Cristianismo (de 1842) e 
A essência da religião (de 1846).
Para ele, o papel da Filosofia não é o de desprezar a religião ou a
Teologia, ambas são um importante fenômeno humano e merecem
respeito, mas, podem ser objetos de novas interpretações.
Friedrich Nietzsche (1844-1900)
Nietzsche é autor de uma das questões de maior impacto na Filosofia e
também a mais má compreendida: “a morte de Deus”.
Poucos entendem corretamente, porque Nietzsche tem um estilo de
escrita bem próprio. Além do modo tradicional, em prosa dissertativa, ele
escreveu em aforismas e criou personagens (homem louco, Zaratustra,
criança, camelo, leão).
Vamos analisar, por exemplo, o o fragmento 125, do livro Gaia Ciência,
de 1882: Nietsche coloca, na narrativa, um homem louco anunciando,
em praça, as seguintes palavras: “’— Para onde foi Deus?’, gritou ele, ‘—
Já lhes direi! Nós os matamos – vocês e eu. Somos todos seus
assassinos!”.
https://goo.gl/XnsLia
Infelizmente, devido aos fortes problemas educacionais, no Brasil, você
ouvirá interpretações ruins dessas críticas e de uma das ideias mais
impactantes (“Deus está morto”, no pensamento de Nietzsche), que deve
ser entendida como uma crítica à forma dominante da visão de mundo
da modernidade.
Para você entender melhor: a “morte de Deus” representa o fim dos
valores supremos: o cientificismo positivista (arrogância da ciência
moderna), a moral judaico-cristã e a metafísica platônica.

Saiba mais
Confira o livro: 
FEUERBACH, Ludwig. Princípios da filosofia do futuro. Disponível em:
https://goo.gl/XnsLia <https://goo.gl/XnsLia> . Acesso em 07
fev. 2018.
Observe um texto sobre o livro Gaia Ciência: SALAQUARDA, Jörg. A
última fase de surgimento de A Gaia Ciência. Disponível em:
https://goo.gl/VgNkef <https://goo.gl/VgNkef> . Acesso em: 20
nov. 2017. 
Veja o aforisma do homem louco completo: 
GHIRARDELLI Jr. Paulo. O homem louco. Disponível em:
https://goo.gl/iMT5Ti <https://goo.gl/iMT5Ti> . Acesso em 20
nov. 2017
Assista a este vídeo sobre a Gaia Ciência: Café Filosófico - "A Gaia
Ciência" de Nietzsche - Túlio Madson. Disponível em:
https://goo.gl/oLm8Bt <https://goo.gl/oLm8Bt> . Acesso em: 20
nov. 2017.
https://goo.gl/XnsLia
https://goo.gl/VgNkef
https://goo.gl/iMT5Ti
https://goo.gl/oLm8Bt
O olhar fenomenológico sobre a
religião
Você viu que as críticas feitas à religião colocaram em foco um processo de
desnaturalização e desencantamento, ou seja, a religião nada mais é do que
um fenômeno humano em suas raízes mais fundamentais.
A partir da fenomenologia de Edmund Husserl (1859-1938) e das filosofias
românticas alemãs, críticas da racionalidade moderna, além das Teologias do
século XIX, nasceu uma forte corrente de pensamento desejando
reestabelecer a ideia de que, na experiência religiosa, no sagrado mais
propriamente dizendo, haveria um elemento irracional (além do seu alcance,
misterioso), de cunho mais interior, subjetivo, da ordem da emoção, anterior
à moralidade, sistematização e organização empreendidas pela religião.
É necessário que você entenda um pouco do
pensamento de Husserl sobre o que seria o olhar
fenomenológico sobre a religião.
Husserl critica a ideia de que as leis lógicas, bases de qualquer ciência,
possam ser fundamentadas na psicologia empírica. Daí emerge a questão:
como o sujeito que conhece (sujeito cognoscente) apreende uma realidade
que lhe é exterior?
Tentando superar a dicotomia entre objetividade e subjetividade do
conhecimento, nasce uma definição que articula o mundo real e objetivo e o
mundo da consciência do sujeito, marcado pela subjetividade.
O que poderia definir a consciência além dos
subjetivismos e empiricismos de forma segura e
objetiva?
A intencionalidade, ou seja, toda consciência dirige-se a, intenciona a algo,
pois não há consciência pura, desligada do mundo, “toda consciência é
consciência de”, nas palavras de Husserl.
A Fenomenologia joga luz sobre o que aparece, o fenômeno, e deseja limpar
os pré-aparecimentos, ou seja, limpar o objeto das cascas de cultura e
história que lhe aderem ao longo do espaço-tempo.
Veja bem que a Fenomenologia propõe a suspensão dos juízos ( epoché),
temporariamente, e que se descasque o objeto de análise ao máximo, para
que se atinja o cerne e a essência, despida de toda história acumulada.
Os principais autores dizem que o sagrado não poderia ser totalmente e bem
compreendido dentro dos cânones da ciência positiva e objetivista. Você
perceberá que a religião é apresentada, vista e entendida como um domínio
singular da existência humana.

Saiba mais
Leia este interessante e breve artigo:
ZILLES, Urbano. Fenomenologia e teoria do conhecimento em Husserl.
In: Revista da Abordagem Gestáltica. XIII, n. 2, p. 216-221, jul-dez.,
2007. Disponível em: https://goo.gl/t4E4yY
<https://goo.gl/t4E4yY> . Acesso em: 20 nov. 2017.
Ele aborda as principais ideias da fenomenologia emlinguagem acessível.
Durante séculos, o conhecimento sobre as religiões foi crescendo lentamente,
embora fosse fragmentário e restrito (poucos sabiam ler, havia poucas escolas
e lugares para transmitir o saber acumulado).
A partir do século XVII, você pode atentar para a importância do
conhecimento filológico, ou seja, das línguas de outros povos e civilizações,
pois ajudaram a decodificar grandes obras escritas, em especial sua literatura
sagrada (relativa aos mitos, aos deuses, às divindades rituais etc.).
Ocorreu a elaboração de dicionários e gramáticas de línguas orientais (árabe,
chinês, malaio, persa, páli ou sânscrito). Pouco a pouco, nasceu uma visão
mais madura sobre outros sistemas religiosos.
Há vários desses sistemas que se tornaram mais conhecidos:
Zoroastrismo
Sistemas hindus e budistas
Os estudos de civilizações antigas transformam-se em ciências próprias:
Egiptologia (estudo da cultura/civilização
egípcia)
Indologia (estudo da cultura/civilizações
hindus)
https://goo.gl/t4E4yY
Sinologia (estudo da cultura/civilização
chinesa)
Conforme escreveram os historiadores da religião italianos, Firolamo e Prandi
(2016, p. 59):

A ‘história’ das religiões, entendida como disciplina
autônoma, com objeto e método próprios, representa
uma conquista cultural de libertação, por parte da
dimensão religiosa e de suas dinâmicas, dos vínculos
de tipo teológico, estabelecido na segunda metade do
século XIX.
Você notará que, no livro do filósofo escocês, David Hume, História natural da
religião (de 1757), ele não se contrapõe à noção de Deus criador da natureza,
mas defende uma separação entre “a fé nos princípios fundamentais do
verdadeiro teísmo e da verdadeira religião”, segundo palavras dos
historiadores Firolamo e Prandi (2016, p. 59).
A partir daí você notará que Hume investiga a suposta origem dos
sentimentos (medo, horror, alegria) e sua relação com a religião. Para isso,
ele compara o monoteísmo e o politeísmo que foi considerada a primeira e
mais antiga religião da humanidade e considera o culto politeísta mais
tolerante com os outros cultos, cooptando-os e adaptando-os (deuses, cultos,
cerimônias e tradições).
No paradigma histórico, a religião é vista como uma emergência — no sentido
de vir à tona, vir a ser — e assim deve ser compreendida. A historiografia
protestante, a exegese bíblica e a pesquisa filológica comparada entre as
religiões marcaram profundamente os estudos históricos da religião. Assim,
tal paradigma foi alimentado tanto pelo historicismo alemão quanto pelo
italiano na, então, nascente Ciência da Religião.
O olhar histórico foi marcado pela oscilação entre a explicação e a
compreensão (Erklären e Verstehen):
1
Explicar é demonstrar as conexões entre causas e efeitos, de forma objetiva,
clara, formulando juízos lógicos.
2
Compreender é o processo pelo qual apreende-se, entende-se e interpreta-se
os sentidos das ações, símbolos, objetos, relações humanas.
Nas palavras do cientista da religião Hans-Jürgen Greschat (2005, p. 34),
ocorreram duas condições para o nascimento da História da Religião e sua
rápida consolidação como disciplina acadêmica:

Por um lado, o termo religião já se libertou de sua
identificação cristão-dogmática com o cristianismo e,
por outro, a religião é [...] compreendida como
grandeza histórica.

Atenção
Atente que nesses grandes movimentos, os livros bíblicos, seus relatos e
personagens, são submetidos a teorias e análises arqueológicas,
históricas, sociológicos, antropológicos, psicológicas e linguísticas.
Perceba que o resultado de tudo isso revelou, e continua ainda a mostrar,
um painel muito diferente do que os séculos de apologia e catequese
transmitiram.
Os autores e contextos onde se realizaram as narrativas bíblicas são diversos
e passíveis de uma variada intepretação, algumas mais restritas e
apologéticas, outras mais amplas e menos apologéticas.
 Animais pintados na Gruta de Lascaux, no sul
da França | Fonte: wikimedia.org, autor: Prof saxx
É importante que você saiba que a Arqueologia teve um papel central nesses
estudos, por exemplo, os achados de estruturas pré-históricas, como são
chamadas as estruturas anteriores ao surgimento dos sistemas de registro
escritos (alfabetos).
As pinturas rupestres encontradas em cavernas no sul da França (milhares de
anos de idade), as escavações em Troia, na Ilha de Creta, na Turquia, no
Egito, nos atuais Irã, Iraque, Síria, Israel, Índia etc., mostram que a religião
cristã, apesar de ser uma das formadoras do Mundo Ocidental, é apenas uma
entre outras manifestações culturais e religiosas na vasta história humana
sobre a Terra.
Considere o que pensava um dos muitos fundadores das Ciências da Religião,
Cornelis Petrus Tiele (1830-1902), quando esteve no Parlamento Mundial das
Religiões realizado na cidade de Chicago (EUA), em 1893: a comparação das
religiões não deveria ser confundida com um empreendimento apologético
(defesa de uma e condenação de outra).
Note que o estudo das religiões é um estudo não
preconceituoso de dogmas, textos, ritos e
crenças das muitas religiões.
A partir de todo esse conjunto, o conhecimento sobre as religiões enriqueceu-
se e continuou aprofundando-se em muitas direções. Durante o século XX,
novas áreas de estudos foram abertas e outras aprofundadas, por exemplo, o
estudo das civilizações e culturas africanas, os estudos pós-coloniais e
feministas etc.

Comentário
Você já deve ter ouvido ou lido algo sobre o imenso e rico continente
africano, mas, em geral, o senso comum é preconceituoso e enxerga
pouco as riquezas. A África foi palco de grandes civilizações, como a
egípcia, a núbia. Houve grandes impérios e tribos, etnias e línguas
variadas, sistemas “religiosos” e míticos muito diversos, sendo os mais
famosos aqueles que contam as histórias dos orixás, divindades
associadas à natureza e aos ancestrais dessas tribos e povos.
Atualmente, mesmo após os graves problemas causados pelo colonialismo
europeu, há um panorama de identidades.
O olhar sociológico e o
antropológico sobre a religião
Olhar sociológico
O olhar sociológico tem origem, como você pode suspeitar, diversa e plural, do
mesmo modo que o histórico, aliás, quase são as mesmas fontes. Mas, no
século XIX ele se distinguiu da História e da Antropologia.
Os fundadores desse olhar, que você verá com mais detalhes na aula sobre as
escolas sociológicas e antropológicas, estavam preocupados com a religião
entendida como produto e função da sociedade, bem como com suas
influências sobre a vida e as dimensões sociais, políticas e outras.
As raízes desse olhar estão na Filosofia, a grande nascente das Ciências
Humanas e Sociais. É no século XIX que a preocupação científica com
perguntas pela origem e pelo desenvolvimento das religiões, fora do âmbito
da Teologia, se tornou uma preocupação forte e com bases sólidas.
Os modelos filosóficos de desenvolvimento da vida e da história são
fundamentais nesse sentido. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831),
filósofo alemão, abriu o caminho para essas concepções com sua filosofia da
dialética (tese-antítese-síntese) e influenciou esquemas como o do filósofo e
sociólogo francês August Comte (1798-1857).
Esse pensador francês interpretou a história humana como dividida em três
fases:
01
A da religião
02
A da metafísica
03
A da ciência positiva
Cada etapa teria uma característica, mas haveria um progresso constante.
Depois, essas divisões foram criticadas porque eram evolucionistas e
inapropriadas.

Saiba mais
Perceba também que a obra e as ideias de Charles Darwin (1809-
1882), naturalista e biólogo inglês, autor do famoso livro A origem das
espécies, de 1859, foram transladas para outras áreas, dando origem às
primeiras escolas sociológica e antropológica (evolucionismo cultural-
social). Essa transposição foi criticada porque se revelou inadequada,
mas, até os anos 1920, foi muito valorizada. Atente para nomes como o
do filósofo e sociólogo Herbert Spencer (1820-1903). Ele defendeu que
a religião teriase originado a partir das longínquas raízes da
humanidade, a partir de um culto primitivo dos mortos, com a veneração
dos manes (manismo), os ancestrais mortos.
O olhar sociológico é preocupado com questões próprias do social, da
sociedade (classes sociais, organizações, instituições, poder, resistências,
democracia, política etc.) e religião (ética, ação social, instituição, valor,
norma). Daí nascerá a Sociologia da Religião.
No campo da Etnologia, o modelo evolucionista cresceu, pois, no contexto do
forte colonialismo, essa ciência emergente conseguiu organizar os dados de
pesquisas descritivas sobre outros povos, tribos e etnias não europeus.
Essa organização seguiu o esquema tripartite assim resumido: selvageria,
barbárie e civilização, sendo que a última etapa, supostamente a mais
desenvolvida e melhor, seria ocupada pelos povos europeus.
Nasce daí a ideia de uma “missão civilizatória” que revelou ter uma face
dupla:
1
Por um lado, antigas estruturas (tradições locais) eram desmanteladas por
conta do avanço do mercado, das indústrias e do consumo (capitalismo como
sistema mundial).
2
Por outro, novas instituições ou eram impostas ou eram negociadas com as
elites políticas e econômicas dos povos não europeus.
Aos olhos dos cientistas da época, era uma questão urgente documentar
modos de vida e existência que estavam em vias de extinguirem-se, segundo
sua ótica.
Nasce, perceba bem, a ideia dos museus, ou seja, lugares onde objetos e
materiais são organizados para contar uma história supostamente
progressiva. Há muitas críticas ao evolucionismo, entre elas o modelo teórico
(evolução linear, direta, necessária) e o critério usado (progresso técnico-
material) para pensar os dados obtidos.
Esse olhar voltado ao que era considerado exótico e estranho (ao diferente, à
alteridade, como a Antropologia gosta de dizer) também foi direcionado à
própria Europa, que descobriu dentro de si um rico universo de crenças e
religiões populares, lendas, contos, que estavam:
Nas memórias dos camponeses (tradição oral)
Nos arquivos dos julgamentos e processos da
Inquisição
Em outras fontes documentais
Olhar sociológico
O olhar antropológico também tem, em sua história, as mesmas raízes que os
olhares histórico e sociológico. Mas, somente no século XIX, ele se tornou
distinto e com métodos próprios.
Em um primeiro momento, o do Colonialismo, quando a Europa subjugou e
explorou a África, Ásia, Oceania, e quando, por isso, se deparou com a
alteridade, com diferentes costumes, valores e ritos, inclusive ‘religiosos”, o
choque foi tremendo.

Atenção
Note: muitos pensadores perguntaram-se o que significavam aquelas
novas realidades. Esse contato foi chamado de antropologia de
gabinete porque não era feito diretamente, em contato vivo com a
realidade viva, mas feito com dados coletados por etnógrafos, estudiosos
que registravam os modos e costumes de tribos, grupos e povos.
É interessante que você saiba alguns nomes, como o de William Robertson
Smith (1846-1894), outro pesquisador, elegeu o sacrífico ritual, em especial
no culto e na cerimônia, como a forma primordial de religião, na qual realiza-
se o ato comunal do rito.
Para chegar a essa hipótese, o estudioso comparou os antigos ritos hebreus
de sacrifício com os de outros povos e as mudanças ao longo da história. Com
isso, nascerá a Antropologia e, dentro dela, os estudos sobre religião.
O olhar psicológico sobre a religião
Forma-se ao longo de uma história com muita diversidade. Mas, você poderá
localizar algumas ideias e autores fundamentais que, em princípio, estão no
campo maior da Filosofia.
Tenha em mente que o sentido de Psicologia variou no tempo e não pode ser
tomada apenas no moderno significado que foi adquirido, ou seja, o de ciência
que estuda a subjetividade humana (comportamento, cognição, afeto,
estruturas mentais etc.).
É necessário que você pense em outros sentidos, mais amplos, de cunho
filosófico, por exemplo, investigação a respeito da alma ou do espírito
humano. Nesse sentido, você encontra investigações sobre a relação entre
sentimento, pensamento e religião no pensamento de autores como:
01
Friedrich Schleiermacher (1768-1834), filósofo e teólogo germânico, escreveu
sobre a Hermenêutica, a Pedagogia e as relações entre as Ciências, a Filosofia
e a Teologia. Afirmou que a essência da religião não é o pensar e o agir, mas a
intuição e o sentimento, definindo a religião como sentido e gosto pelo
infinito. A religião como intuição e sentimento do Universo.
02
Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), filósofo e teólogo dinamarquês que
escreveu obras com poderosas reflexões, como Temor e tremor (em 1843),
na qual reflete sobre a questão do dilema ético do sacrifício de Isaac por
Abraão, famosa passagem bíblica do Antigo Testamento e seus paradoxos e
aporias se vista por uma ótica racional-abstrata moderna. Mas, uma de suas
mais criativas obras foi sobre o filósofo Sócrates, intitulada Sobre o conceito
de ironia. Observe que em outra obra, O conceito de angústia (1844), o
dinamarquês explorou esse sentimento de vida no homem, junto com toda a
galáxia de afetos associada à angústia: o desespero, a culpa e a melancolia.
Apesar de todas essas ideias, o olhar psicológico
se desenvolverá em outros termos e conceitos,
com a importante contribuição de Wilhelm
Wundt (1832-1920) e sua psicologia
experimental (laboratórios).
O olhar psicológico preocupa-se com a interligação entre religião, sagrado,
espiritualidade e o comportamentos, personalidade e estrutura psíquica do ser
humano. Daí nascerá a Psicologia da Religião.
O olhar geográfico sobre a religião
Tem origens e fontes parecidas com a dos olhares histórico, geográfico e
antropológico. Mas, em termos de constituição de uma área específica da
ciência, a Geografia da Religião é recente.
A relação entre realidade geográfica, mito, rito, religião, espaço sagrado são
antigas, remontam, por exemplo, aos cultos funerários, que implicavam em
uma disposição espacial de objetos, do corpo, do lugar etc.
Esses cultos possuem dezenas de milhares de anos, remontam ao “momento”
quando a espécie humana desenvolveu uma “consciência” da finitude, da
morte, da dor, do luto, da perda.
 As pirâmides egípcias são poderosos
monumentos mortuários, construídos segundo
disposições simbólicas relativas ao sistema mítico
(os deuses, os homens, o universo e as relações
entre os três). | Fonte: www.shutterstock.com
A geografia mítica da Grécia, por exemplo, é complexa e rica, o Monte Olimpo,
onde os deuses gregos viviam (Zeus, Hera, Afrodite, Ares, Hermes) era de
fato um lugar muito bonito em Atenas. O Hades significava tanto a morada
dos mortos, quanto o irmão de Zeus, que governava essa região mítica
inferior.

Saiba mais
O Hades era representado por uma profunda caverna dividida por um rio
lendário de fogo, o Estige, no qual as almas estavam. Os deuses gregos
eram tidos como imortais, mas não eram transcendentes como o Deus
hebreu ou o Deus cristão, tinham paixões e virtudes avassaladoras.
Essa geografia mítica, que inclui ilhas encantadas, seres monstruosos e seus
lugares, é descrita nas obras Odisseia e Ilíada). Saiba que o mapa mais
antigo, pelo menos até o momento, data de 2500 a.C. e mostra um rio,
provavelmente o Eufrates, na região entre Irã e Iraque, tida como a mítica
região do Jardim do Éden.
Conheça quatro nomes que estão na origem do olhar geográfico:
Erastóstenes de Cirene (276 - 194 a.C.): matemático, poeta e geômetra,
viveu nas cidades de Alexandria e Atenas, poderosos centros culturais. Com
talento e razão, demonstrou matematicamente a esfericidade da Terra.
Heródoto (484 - 425 a.C.): filósofo e historiador grego, além de descrever
os costumes, mitos e rituais, trouxe detalhados relatos de espaços, lugares e
territórios.
Estrabão (64 a.C. – 20 d.C.): filósofo e historiador grego, criou a ideia de
coordenadas, mas procurou fazer a correspondência entre o mito e o lugar
quando, por exemplo, menciona a luta entre Jasão (herói grego) e o
Minotauro (monstro mítico,cabeça de touro e corpo de homem) na ilha de
Creta. .
Claudio Ptolomeu (90 – 168 d.C.): astrônomo, filósofo e matemático
nascido no Egito durante a dominação romana, defendeu o geocentrismo
(Terra como centro do Universo), sistema abraçado pela Igreja Católica até a
revolução feita por Nicolau Copérnico (1473-1543), nascido onde é hoje a
Polônia, foi astrônomo, matemático e médico.
Note que todas as religiões, as tribais e étnicas
— restritas a um povo ou etnia, com forte
tradição oral — as universais — amplas,
envolvendo classes, segmentos, grupos, países,
povos, com forte tradição escrita,
desenvolveram e desenvolvem uma concepção
de espaço sagrado.
Atividade
1. Entre a metade do século XIX e o início do século XX, identifique 3
grandes filósofos que ajudaram as Ciências da Religião a pensar o
sentimento e o processo histórico.
2. Entre a metade do século XIX e o início do século XX, localize dois
sistemas de pensamento que provocaram reações nas Ciências da
Religião.
3. Como esses autores e sistemas influenciaram os estudos de religião?
4. Leia este texto de uma cientista da religião:
“Ao tratarmos especificamente do tema religião, desconstruir as
assimetrias implicaria verificar, nos termos dos religiosos, como
funcionariam e o que significariam as expressões religiosas e as
experiências individuais ‘pregnantes de emoção, de efervescência
induzida e de experimentação polivalente’ e, reconhecendo que elas são
constituídas de uma lógica não marginal, percebê-las não simplesmente
como desvios de algum modelo ideal (católico apostólico romano,
protestante anglo-saxão etc.), mas como racionalidade que mobiliza e
articula vários sentidos de acordo com determinadas redes sociais”.
(Fonte: RODRIGUES, Elisa. Ciência da Religião e ciências sociais:
aproximações e distanciamentos. In: PLURA, Revista de Estudos de
Religião, v. 2, nº 1, 2011, p. 65-79, p. 70).
Tendo em vista o nascedouro da crítica da religião, assinale a
alternativa que apresenta a melhor perspectiva:
 a) As Ciências da Religião devem defender e julgar as visões religiosas
de mundo.
 b) As Ciências da Religião devem ser críticas mordazes das estruturas
religiosas.
 c) As Ciências da Religião equilibram-se entre a crítica e a sensibilidade
para com a religião.
 d) As Ciências da Religião não veem, na religião, uma forma de
conhecimento do mundo.
 e) As Ciências da Religião veem, na religião, apenas uma forma ética
de conhecimento do mundo.
5. O olhar fenomenológico procura antes o fenômeno do que a história de
constituição desse fenômeno. Nesse sentido, a doutrina fenomenológica
de Husserl contribui para o olhar fenomenológico presente nas Ciências
da Religião. Tendo isso em vista, assinale a alternativa correta:
 a) O uso da epoché (suspensão do juízo), contribui na busca pela
estrutura elementar da religião.
 b) O uso da epoché (suspensão do juízo), ajuda a buscar os contextos
históricos da religião.
 c) A consciência, não definida em relação ao objeto, obscurece a
estrutura religiosa.
 d) A consciência, somente definida em relação ao objeto, obscurece a
estrutura religiosa.
 e) A consciência, definida parcialmente em relação ao objeto, desvela
a estrutura religiosa.
6. O olhar sociológico e antropológico tem profundas e antigas raízes,
mas somente no século XIX, esse olhar constituiu-se em duas ciências
que estudaram a religião. Qual seria, dentre muitas, as duas maiores
preocupações desses dois olhares? Assinale e resposta correta:
 a) As duas maiores preocupações estão relacionadas à estrutura
religiosa da realidade.
 b) As duas maiores preocupações referem-se à relação sociedade-
cultura-religião.
 c) As duas maiores preocupações referem-se à relação entre devoção,
mito e magia.
 d) As duas maiores preocupações estão relacionadas à inter-relação
sociedade, magia e cultura.
 e) As duas maiores preocupações referem-se ao sentimento religioso e
sua expressão social.
7. O olhar psicológico possui antigas raízes nas reflexões dos gregos
sobre a psique. Mas, ao longo do tempo, outras questões foram
suscitadas. Tendo em vista suas mudanças, assinale o que essa
perspectiva psicológica NÃO é nas Ciências da Religião.
 a) Uma visão sobe o comportamento religioso do ser humano.
 b) Uma compreensão do relacionamento entre o sentimento e a
religião.
 c) Uma análise da relação entre intuição e a experiência religiosa.
 d) Um entendimento sobre a angústia e o sagrado.
 e) Uma explicação da relação entre razão e emoção na sociedade.
8. O olhar geográfico, como os outros olhares tem como uma de suas
raízes, o pensamento grego. Porém, esse olhar ampliou-se pouco a
pouco, abarcando a experiência espacial do homem. O que estaria sendo
analisado por essa perspectiva geográfica?
 a) O fluxo da experiência religiosa.
 b) A relação entre rito funerário e espaço sagrado.
 c)A relação entre a o mito e a sociedade.
 d) A relação entre o sagrado e o espaço social-geográfico.
 e) A relação entre as lendas e os povos.
Notas
Teologia, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) 
Notícia disponível em: link www.anptecre.org.br
<http://www.anptecre.org.br/index.php?
pagina=grupo_noticia&tela=10&vw=259> . Acesso em 24 mar. 2017.
Referências
FIROLAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo (orgs.). As Ciências das Religiões. 8. ed. São
Paulo: Paulinas, 2016.
GRESCHAT, Hans-Jürgen. O que é Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas, 2005.
PASSOS, João D.; USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião.
São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013.
USARSKI, Frank (org). O espectro disciplinar da Ciência da Religião. São Paulo:
Paulinas, 2007.
Próximos Passos
1
http://www.anptecre.org.br/index.php?pagina=grupo_noticia&tela=10&vw=259
As escolas fenomenológicas e suas contribuições aos estudos de religião;
As noções de sagrado e suas repercussões;
A autonomia e a especificidade da experiência religiosa.
Explore mais
Leia este artigo:
RODRIGUES, Elisa. As Ciências Sociais da Religião como Ciências da Intepretação.
Disponível em: https://goo.gl/A4X5WV <https://goo.gl/A4X5WV> . Acesso
em: 20 nov. 2017.
https://goo.gl/A4X5WV

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