Buscar

Prévia do material em texto

2
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR ANHANGUERA
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
MIRELLY DE SOUZA ROCHA SANTOS
PRÉ PROJETO DE TCC
SETE LAGOAS
2024
MIRELLY DE SOUZA ROCHA SANTOS
PRÉ PROJETO DE TCC
Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social – Universidade Pitágoras Unopar, para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I.
Orientadora: Valquíria Aparecida Dias Caprioli
SETE LAGOAS
2024
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA	5
3.	OBJETIVOS	6
3.1	Objetivo Geral	6
3.2	Objetivos Específicos	6
4.	JUSTIFICATIVA	7
5.	METODOLOGIA	8
6.	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	9
9.	CRONOGRAMA DE EXECUÇÂO	10
10.	ORÇAMENTO	11
11.	RESULTADOS ESPERADOS	12
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA	13
INTRODUÇÃO
O abuso sexual de crianças e adolescentes é uma realidade alarmante na nossa sociedade. Estudos mostram que uma grande proporção de abusos sexuais ocorre dentro do círculo familiar ou em ambientes próximos à criança ou adolescente. Portanto, é crucial que as instituições educacionais desempenhem um papel ativo na prevenção e identificação de abuso, seja ele sexual, físico ou emocional. (WEEKS, 2010, p.43).
A educação sexual, quando incorporada ao currículo escolar de maneira abrangente e sensível à idade, pode desempenhar um papel significativo na prevenção de abusos. Ao fornecer informações sobre consentimento, limites saudáveis, respeito mútuo e identificação de comportamentos abusivos, os programas de educação sexual capacitam os estudantes a reconhecerem e responderem a situações de perigo. Além disso, promovem uma cultura escolar que valoriza a segurança, o respeito e a dignidade de todos os alunos. (ATTMAN, 2003).
No entanto, a implementação eficaz da educação sexual nas escolas enfrenta uma série de desafios. Questões como resistência cultural, falta de recursos e treinamento inadequado para educadores podem dificultar a criação e manutenção de programas de qualidade. Além disso, o estigma em torno do tema da sexualidade pode levar à marginalização da educação sexual em muitos currículos escolares, privando os alunos de informações essenciais para sua segurança e bem-estar. (WEEKS, 2010, p.43).
A educação sexual, quando implementada de maneira eficaz, não apenas fornece aos estudantes informações sobre sua sexualidade e relacionamentos, mas também pode ser uma ferramenta poderosa na prevenção de abusos. Este trabalho propõe-se a investigar a conexão entre a educação sexual nas escolas e a prevenção de abusos, analisando sua eficácia, desafios e implicações para o bem-estar dos alunos. (FURLANI, 2005)
DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Como a implementação de programas de educação sexual nas escolas pode contribuir efetivamente para a prevenção de abusos sexuais, físicos e emocionais entre os estudantes, considerando os desafios enfrentados na sua execução e os impactos potenciais para o bem-estar dos alunos?"
Os parâmetros curriculares são um dos instrumentos do poder público, em especial de especialistas, que expressam a preocupação com a normatização de procedimentos que assegurem aos educandos a informação e a discussão sobre a temática. Na prática, o que ocorre, como assinala Attman (2003), é que o tema da sexualidade, da prevenção das DSTs/aids e gravidez na adolescência, é abordado nas aulas de ciências, em eventos específicos na escola e não transversalmente, como indicam os parâmetros curriculares nacionais (PCN): ensino médio (Brasil, 1997), ou ainda em alguns núcleos para adolescentes; ou como conteúdo da matéria “reprodução humana”, previamente selecionado pelo professor. Aliás, essa interseção do tema com o conteúdo a ser dado na escola pode ser cobrado formalmente em algumas práticas docentes, como ressalta Attman (2003). Os programas de educação sexual na escola podem ser percebidos como um dispositivo regulador da sexualidade, e, analisando corrobora com o papel da escola na regulação do corpo.
Houve uma intensificação de projetos na educação que visam passar informações em várias cidades do Brasil, porém, neste trabalho, vamos nos ater apenas às propostas do Rio de Janeiro e São Paulo, muitas em parcerias com ONGs. A partir de 1990, algumas propostas de educação sexual voltadas para a noção de risco visaram promover ações para diminuir a vulnerabilidade da prática sexual sem preservativo nessa faixa etária. A intensificação das mesmas tinha como termômetro o aumento do quantitativo de aids e gravidez na adolescência. 
Ainda prevalece a concepção tutelar sobre a juventude. São os profissionais quem determinam o que moças e rapazes devem e necessitam saber, refletindo relações de poder estabelecidas no interior dessa prática. Ela não incorporou os novos paradigmas, ou seja, direcionada aos direitos humanos, de acordo com Furlani (2005), “[...] a educação sexual baseada nos princípios dessa abordagem é aquela que fala, explicita, problematiza e desconstrói as identidades excluídas” (2005, p. 218), mesmo que esta seja uma das premissas nas diretrizes dos programas de educação sexual no momento atual.
OBJETIVOS
1.1 Objetivo Geral
Analisar a eficácia da implementação de programas de educação sexual nas escolas como estratégia de prevenção de abusos sexuais, físicos e emocionais investigando os desafios enfrentados na execução desses programas e avaliando seu impacto no bem-estar dos estudantes.
1.2 Objetivos Específicos
· Identificar os principais desafios enfrentados na implementação de programas de educação sexual nas escolas, incluindo resistência cultural, falta de recursos e treinamento inadequado para educadores.
· Analisar os diferentes modelos e abordagens de programas de educação sexual utilizados em escolas.
· Investigar a percepção dos educadores, alunos e pais sobre a inclusão da educação sexual no currículo escolar e sua eficácia na prevenção de abusos sexuais, físicos e emocionais.
· Avaliar o impacto dos programas de educação sexual nas escolas na conscientização dos estudantes sobre questões relacionadas à sexualidade, consentimento e prevenção de abusos.
· Propor recomendações para a melhoria da implementação de programas de educação sexual nas escolas, visando aprimorar sua eficácia na prevenção de abusos sexuais e promover o bem-estar dos alunos.
JUSTIFICATIVA
A justificativa de pesquisar na linha educacional voltada a sexualidade se explica mediante os debates e discussões em sala de aula, quando se falava sobre a importância do professor na vida do aluno, e quando uma colega de classe, que já estava lecionando, citou que já percebeu sinais de uma criança que poderia estar sendo abusada pelo pai, como professora por vezes, não saber como reagir. Numa sociedade na qual se deve valorizar o direito da criança e do adolescente, ainda se percebe a fragilidade entre a comunicação, a compreensão e as interações com esse tema na escola. (LAQUEUR, 2001).
A educação sexual nas escolas é crucial para preparar as crianças e os jovens para enfrentar desafios relacionados à sexualidade e a saúde emocional de maneira segura e saudável. Ao ensinar sobre consentimento, limites pessoais e a importância de falar sobre qualquer situação desconfortável, crianças e adolescentes estarão mais preparadas para identificar possíveis abusos e buscar ajuda. Essa educação também ajuda a promover uma cultura de respeito e igualdade desde cedo, prevenindo situações de violência e discriminação. E partindo do pressuposto de que grande parte dos abusadores são pessoas da família ou de alguém de convívio próximo, a escola é o melhor lugar para que se tenha essas importantes informações. (TONET, 1999)
Por fim, a educação sexual nas escolas não se limita apenas ao conhecimento biológico, mas também inclui aspectos éticos, emocionais e sociais. Ela se justifica pela necessidade de fornecer informações adequadas, promover relacionamentos saudáveis, prevenir abusos sexuais, e a não se tornar um abusador. Obtendo informações importantes de forma saudável e consciente, longe das malezas da indústria pornográfica, jovens e crianças estarãopreparados para cuidarem de si mesmos e a tomar decisões responsáveis a vida adulta. (Furlani, 2005),
A escola é o local de contato e interação que os jovens muitas das vezes utilizam para se conectar com o mundo que o cerca e com as pessoas em gerais. Depois do convívio familiar é a escola que faz a complementação da educação ofertada pela família, onde são transmitidos temas mais amplos que no dia a dia não são repassados e assimilados, tendo a escola uma enorme responsabilidade na formação de seus alunos. (LAQUEUR, 2001).
METODOLOGIA
O trabalhado realizado trata-se de uma revisão de literatura do tipo descritivo exploratório, a fim de esclarecer a importância da educação sexual, quando incorporada ao currículo escolar. A pesquisa tem caráter descritivo, pois visa descrever com precisão o fenômeno em uma dada realidade. O caráter exploratório da pesquisa tem como objetivo fornecer a viabilidade de um fato social pouco estudado e explorado nas referências (MATTAR, 2017).
Como instrumento bibliográfico para pesquisa foram utilizados sítios eletrônicos, tais como: SciELO, Lilacs e Google Acadêmico. Sobretudo, o presente material visou apresentar a contribuição da desigualdade social e impactos sobre a economia e as palavras-chave que nortearam a seleção das pesquisas foram: educação sexual; abuso sexual; práticas educacionais.
Como critérios de inclusão, houve a utilização de artigos científicos e monografias que abordassem o tema proposto publicados entre os anos 1997 a 2022. O período de coleta aconteceu entre março a junho de 2024 e o material coletado foi revisado e estudado para assim chegar nas considerações finais.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECRIAD) (1990), são consideradas crianças os menores de 12 anos de idade. Indivíduos em fase de desenvolvimento da personalidade e caráter. Tem como base de formação social o meio em que está inserido, por isso a família é muito importante no processo de socialização da criança, pois através dos ensinamentos a criança molda o seu ser social. Muitas crianças, infelizmente, não têm uma família base e o local onde deveria se sentir protegida e acolhida vira palco de situações onde há violações de direitos.
Segundo os artigos 4° e 5° do Estatuto da Criança e do adolescente (1990) que dispõe:
Art. 4° É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art.5° Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. (ECRIAD, 1990
De acordo com FRANCO (2009:24), a sexualidade relaciona-se as “dimensões biológicas, psíquicas, sociais, afetivas, motoras que definiram ou definem culturalmente homens e mulheres como seres humanos distintos, diferenciados principalmente pela demarcação de gênero”, relacionando-se diretamente com as relações sociais diferenciando os sujeitos de acordo com as suas particularidades.
Sexualidade é um termo que quando abordado no senso comum, é imediatamente relacionado ao ato sexual. Porém, a sexualidade se refere a muito mais que apenas sexo. Assim, a orientação sexual é constituída na relação do com os padrões culturais de gênero, na sua relação com o seu próprio mundo e com os trajetos percorridos por cada um nas relações sociais (LAQUEUR, 2001).
De tal modo, refere-se à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico, “podemos afirmar que esse desejo, ao direcionar-se, pode ter como único ou principal objeto pessoas do sexo oposto (heterossexualidades), pessoas do mesmo sexo (homossexualidades) ou de ambos os sexos (bissexualidades)” (JESUS et al., 2006:46).
Analisar e compreender as relações sexuais e afetivas, como heterossexuais, homossexuais, bissexuais, transexuais e transgênicos, supõe identificar aspectos da sociabilidade dos sistemas dominantes, principalmente, do modelo capitalista vigente.
Modelos sociais que fomentam o sentimento de posse, de mercadoria, de individualismo e autoritarismo. Ao constatarmos um padrão heterossexual dominante, a opressão se manifestará a partir desse padrão, evidenciando formas de opressão das relações homossexuais, em relação às heterossexuais (TONET, 1999)
Segundo a OMS citado por Matoso (2013, p 18):
A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito humano básico.
Sendo assim, pode se dizer que o simples fato do viver humano pressupõe a sexualidade, abrangendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais que estão interligados. O conceito de sexualidade também foi discutido por Weeks, fazendo referência às reflexões de Michel Foucault, quando defende que a sexualidade seja pensada “(...) como uma descrição geral para a série de crenças, comportamentos, relações e identidades socialmente construídas e historicamente modeladas que se relacionam com o que Michel Foucault denominou o corpo e seus prazeres.” (WEEKS, 2010, p.43).
Por muitas vezes sexualidade também é considerada como sinônimo de genitália e a vida sexual é vista como apenas o ato de fazer sexo. Freud, já no início do século XX, traz ideias bem mais amplas sobre o tema, identificando o instinto sexual já na infância, detectando impulsos sexuais até mesmo em um recém-nascido.
[...] Falando sério, não é fácil delimitar aquilo que abrange o conceito de “sexual ‟. Talvez a única definição acertada fosse” tudo o que se relaciona com a distinção entre os dois sexos. [...] Se tomarem o fato do ato sexual como ponto central, talvez definissem como sexual tudo aquilo que, com vistas a obter prazer, diz respeito ao corpo e, em especial, aos órgãos sexuais de uma pessoa do sexo oposto, e que, em última instância, visa à união dos genitais e à realização do ato sexual. [...] Se, por outro lado, tomarem a função de reprodução como núcleo da sexualidade, correm o risco de excluir toda uma série de coisas que não visam à reprodução, mas certamente são sexuais, como a masturbação, e até mesmo o beijo (FREUD, 2006, p.309).
Por muito tempo, acreditou-se que a sexualidade só se inicia na puberdade, mas, de acordo com Freud (2006), esse entendimento se dá, em parte, pela amnésia infantil que ocorre na maior parte das pessoas, encobrindo suas vivências durante os anos iniciais até os seis ou oito anos de idade.
A educação formal é direito de todos e dever do estado, bem mencionados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacionais (LDBN/1996). Partindo desta lei, a educação deve ser inclusiva, o estudante tem direito a conhecer sobre os mais variados assuntos que compõe o currículo escolar, nesse tópico será abordado como a educação aborda o tema sexualidade na escola. Para tal, a discussão passou por documentos como Base Nacional Comum (BNCC/2017) referente aos Anos iniciais do Ensino Fundamental, Estatuto da Criança do Adolescente (ECA/1996), Paramentos Curriculares Nacionais (PCN/1998). Na LDB (1996) não apresenta explicitamente falando sobre sexualidade ou educação sexual, no título II, dos Princípios e fins da Educação Nacional, se apresenta como construção da cidadania.
Nos PCNs (1998), o tema sobre sexualidade é abordado comoum tema transversal, intitulado de “Orientação Sexual’’, é um tema transversal justificado por ser um tema de convívio social vivenciado primeiramente pela família e na escola deve ser abordado em quaisquer ciências. Considerando que as escolas deveriam estar mais preparadas com a inserção de disciplinas para que cheguem a discutir de forma sucinta e esclarecedora assuntos que ainda hoje são considerados tabus na escola e na sociedade, como a sexualidade. É primordial uma disciplina como essa fazer parte do currículo escolar desde cedo, para que os preconceitos sejam rompidos, permitindo uma desconstrução de opiniões e julgamentos imposto por crenças, religiões ou por ignorância social.
Mesmo depois de 20 anos, os PCNs ainda são referências para projetos escolares, sendo norteado pelos professores para que seja explanado o tema transversal de fora sucinta e rasa, já que a maior referência a ser seguida nas escolas é a BNCC.
Um dos exemplos mais recentes dessa disputa deu-se durante a tramitação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC): por pressão de alguns parlamentares, que ameaçavam fazer uma manobra para que o documento precisasse passar pela aprovação do Congresso Nacional, a equipe que trabalhava na elaboração dela optou por retirar todas as menções explícitas a questões de gênero e sexualidade. Na resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que aprovou a BNCC em dezembro de 2017, há a promessa de que esses temas serão tratados em outro documento, mas não se fala sobre ele desde então. O motivo, segundo fontes do próprio CNE: sabe-se que o novo governo se opõe ao tema e todas as decisões do órgão precisam ser homologadas pelo Ministério da Educação (MEC). (SOARES, 2021, p. 2)
No Brasil, a inserção da educação sexual na escola operou-se nos anos 20 e 30, a partir de um deslocamento no campo discursivo sobre a sexualidade de crianças e adolescentes, os problemas de “desvios sexuais” deixam de ser percebidos como crime para serem concebidos como doenças. A escola passa a ser tida como um espaço de intervenção preventiva, transmitindo a importância da higiene, devendo cuidar da sexualidade de crianças e adolescentes a fim de produzir comportamentos “normais”.
Altmann (2001) esclarece que a educação sexual não surge na escola a partir dos PCNs. Todavia, este tema é inserido na escola dentro de um contexto histórico e demandas atuais, sendo reinscrito como orientação sexual na escola, este que por sua vez trabalha a temática da sexualidade de maneira mais aberta e flexível. Leôncio (2013) considera a educação sexual informal realizada no meio familiar, que reproduz nos jovens os padrões, valores morais e éticos dominantes na sociedade. A educação sexual, consiste num processo de socialização em que as pessoas transmitem a cultura sexual às novas gerações com o objetivo de integrá-las ao contexto cultural de seu grupo
Discutir a temática de sexualidade nas escolas gera ainda um certo receio por parte dos educadores, percebeu-se que a maioria das práticas escolares foca nas questões técnicas, abordando temas relacionados a assuntos biológicos e reprodutivos. Segundo Abramovay (2004), “A conversa informal é uma das medidas adotadas por algumas escolas, em outras, sexualidade é tema principalmente tratado nas aulas de ciências, associando-se essa pulsão à constituição do corpo humano”.
Para Figueró (2009) os professores seriam as pessoas mais indicadas para tratar desses assuntos, por terem mais facilidade de propor debates e diálogos, permitindo que os exponham seus sentimentos, dúvidas e ansiedades. Mais do que falar sobre sexualidade, o foco da Educação para a Sexualidade quando inserida na escola deve ser de discutir e interagir os diferentes saberes, abordar questões relacionadas ao tema, diferenciando-se da educação oferecida pela família, pois possibilita uma visão crítica, sem a imposição de determinados valores, preconceitos, informações erradas e tabus.
De acordo como os PCN (1998), os professores precisam desenvolver-se como profissionais e como sujeitos críticos na realidade em que estão, isto é, precisam poder situar-se como educadores e cidadãos, e, como tais, participantes do processo de construção da cidadania, de reconhecimento de seus direitos e deveres, de valorização profissional.
O professor não pode abordar a orientação sexual de forma aleatória, sem um objetivo educacional. Independente da área de formação deve contribuir para que suas abordagens sejam positivas no que se refere ao desenvolvimento da sexualidade de seu alunado. Para Suplicy (1999), o objetivo da educação sexual na escola consiste em colocar professores com um preparo adequado para ajudar os educandos a superarem suas dúvidas, ansiedades e angústias em relação à temática.
1. CRONOGRAMA DE EXECUÇÂO
	ATIVIDADES
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	 JUN
	ELABORAÇÃO DO PROJETO
	X
	
	
	
	
	REVISÃO DA LITERATURA
	
	X
	
	
	
	APRESENTAÇÃO DO PROJETO
	
	
	X
	
	
	COLETA DE DADOS
	
	
	X
	
	
	CONCLUSÃO E REDAÇÃO
	
	
	
	X
	
	CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
	
	
	
	X
	
	ENTREGA
	
	
	
	
	X
ORÇAMENTO
Segue abaixo os custos necessários para a implantação do projeto voltados para desenvolvimento dos materiais e deslocamento para o local de implantação.
	Item
	Valor
	Material de pesquisa
(Acesso as bases de dados online)
	R$ 100,00
	Despesas de viagem
(Transporte para as visitas as escolas)
	R$ 150,00
	Custos de impressão 1
(Impressão de questionários e consentimentos)
	R$ 100,00
	Custos de impressão 2 
(Impressão de relatórios e documentos)
	R$ 100,00
	Total
	R$ 450,00
RESULTADOS ESPERADOS
Como resultados deste trabalho, espera-se a identificação dos programas de educação sexual atualmente implementados nas escolas e a análise da eficácia desses programas na transmissão de informações sobre prevenção de abusos, consentimento e sexualidade saudável. 
A compreensão das percepções dos alunos sobre a qualidade e relevância dos programas de educação sexual. Exploração das atitudes dos alunos em relação à sua própria sexualidade, relacionamentos e prevenção de abusos.
Avaliação das mudanças nos comportamentos e conhecimentos dos alunos após a participação em programas de educação sexual. Identificação de áreas em que os programas foram mais eficazes e onde podem ser necessárias melhorias.
É notória a inexistência da relação da temática ao exercício profissional, pois ainda que o Serviço Social tenha uma formação de caráter generalista, pressupõe que este desenvolva habilidades para intervir junto as múltiplas expressões da questão social e para tal a mesma precisa ser discutida de forma crítica, impedindo a reprodução da lógica conservadora estabelecida pela ideologia dominante.
Outra questão a ser destacada, consiste na supressão dos aspectos jurídico-políticos do Serviço Social, articulado com a vivência prática-objetiva. em particular por tratar-se de um dos componentes que possibilitam a materialização do Projeto Ético-Político da profissão, seja no aspecto estritamente profissional, construído e legitimado pela categoria prioritariamente pelo Código de Ética Profissional de 1993, a Lei de Regulamentação da Profissão e as Diretrizes Curriculares, seja nas demais legislações que “compõe o cotidiano profissional de tal forma que pode funcionar como instrumento viabilizador de direitos através das políticas sociais que executamos e/ou planejamos”. (REIS, 2006: 419), a exemplo da discussão sobre a diversidade sexual e a luta contra o preconceito materializado na Campanha pela Liberdade de Orientação e Expressão Sexual.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
AIACHE, Sérgio. 2022. Qual é a importância da educação sexual nas escolas?, 2022. Disponível em: https://institutoaurora.org/importancia-da-educacao-sexual-n as-escolas/. Acesso em: 04/06/24.
ALTMANN, H: Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 575-585, 2001.
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1998.
BRASIL, Ministério da educação. Estatutoda Criança e do Adolescente. 1998.
BRASIL: Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília: MEC/SEMTEC, 4v. 1997.
BRASIL, Childhood. Educação sexual para a prevenção do abuso sexual de crianças e adolescentes, 2019. Disponível em: https://www.childhood.org.br/educ acao-sexual-para-a-prevencao-do-abuso-sexual-de-criancas-e-adolescentes/?ga d_source=1&gclid=EAIaIQobChMI0bzu1cL-hQ MVNzCtBh2Flgt7EAAYASAAEgJ_ V_D_BwE. Acesso em: 04/06/24.
DOUGLAS, Alessandro. A importância da educação sexual do Brasil, 2020. Disponível em: https://portal.unicap.br/w/a-import%C3%A2ncia-da-educac%C3% A3o-sexual-no-brasil. Acesso em: 04/06/24.
CURSO PAS. Prevenção ao Abuso Sexual, 2023. Disponível em: https://leilianeroc ha.com.br/cursopas/. Acesso em: 04/06/24.
FRANCO, N. A diversidade entra na escola: Histórias de professores e professoras que transitam pelas fronteiras das sexualidades e do gênero. 2009. 241 f. Dissertação de Mestrado. Curso de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2009.
FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico (Org.). Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina, UEL, 2009
FREUD, Sigmund. Um caso de histeria: Três ensaios sobre sexualidade e outros Trabalhos. 1901-1905. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud Volume VII. Imago Editora. 2006. Rio de Janeiro.
FURLANI, J: O bicho vai pegar! – um olhar pós-estruturalista à Educação Sexual a partir de livros paradidáticos infantis .[Tese de Doutorado], Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul – Faculdade de Educação/UFRGS, Porto Alegre. 2005.
JESUS, Beto de et. al. Diversidade Sexual na Escola: uma metodologia de trabalho com a dolescentes e jovens. São Paulo: Ecos, Corsa, 2006.
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
LEÔNCIO, Joana. A orientação sexual nas escolas a partir dos parâmetros
curriculares nacionais. Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça
de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 3, número 12, novembro de 2013.
MATTOSO, Suelen et al. Roda de Conversa sobre sexualidade. Disponível
em:<https://sites.unipampa.edu.br/pibid2014/files/2014/11/sexualidade_roda decoversa.pdf>. Acesso em: 04/06/24.
SOARES, Wellington. Do que estamos falando quando nos referimos à Educação Sexual?. Nova Escola, 2021. Disponível em: < https://novaescola.org.br/conteudo/18073/do-queestamos-falando-quando-nos referimos-a-educacao-sexual >. Acesso em: 04/06/24..
SUPLICY M. Conversando sobre Sexo. Petrópolis (RJ): Vozes; 1999.
TONET, Ivo. Educação e Concepções de Sociedade. Revista Universidade e Sociedade. Volume 9, nº19. Brasília, 1999.
UNESCO. Orientações técnicas de educação em sexualidade para o cenário brasileiro: tópicos e objetivos de aprendizagem. Brasília, 2014.
WEEKS, J. O Corpo e a Sexualidade in O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Autêntica Editora, 2010.

Mais conteúdos dessa disciplina