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1 APRENDIZAGEM E LUDOPEDAGOGIA 1 Sumário FACULESTE ............................................................................................ 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 Ludoeducação: pedagogia que mistura brincadeiras com aprendizado .. 4 Educação lúdica ...................................................................................... 6 A Importância do Lúdico .......................................................................... 8 O lúdico e a aprendizagem .................................................................... 12 O espaço para o lúdico .......................................................................... 17 O que os teóricos recomendam para o lúdico ....................................... 19 Jogos e brincadeiras na educação infantil ............................................. 22 A importância do brincar ........................................................................ 28 Atividades lúdicas para educação infantil .............................................. 33 CONCLUSÃO ........................................................................................ 43 REFERÊNCIA ........................................................................................ 44 2 FACULESTE A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO De acordo com Vygotsky (1991), a brincadeira é entendida como atividade social da criança, cuja natureza e origem específicas são elementos essenciais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se insere. O educador pode trabalhar os jogos, as brincadeiras, os brinquedos e, para isso acontecer, é necessária a vivência, o sentido, a percepção. O professor precisa saber selecionar as situações importantes dentro da sala de aula, percebendo e sentindo e de que forma irá auxiliar no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança. O lúdico, ou seja, as brincadeiras, jogos e brinquedos na Educação Infantil são essenciais para o desenvolvimento das crianças, pois são atividades primárias, as quais trazem benefícios nos aspectos físico, intelectual e social. Brincando, a criança desenvolve a identidade e a autonomia, assim como a capacidade de socialização, através da interação e experiências de regras perante a sociedade. A ludicidade possibilita um modo de interferência no mundo, sugere que não apenas estamos arraigados no mundo, porém, especialmente, que somos parte desse conhecimento utilitário e que essas fantasias são as nossas ferramentas para exercermos um protagonismo lúdico e ativo. O lúdico menciona a uma grandeza humana que os sentimentos de liberdade de ação compreendem atividades, descontraídas e sem obrigações de toda e qualquer espécie de intecionalidade de outro indivíduo, é livre de coações e avaliações. Brincando e convivendo em sociedade é o modo como aprendemos a sermos mais conscientes e compreensivos, aceitando bem a derrota e a vitória. Afinal, essas coisas são naturais da humanidade, e devem ser aceitas como tal. 4 Essas atividades são essenciais principalmente na infância, é nessa época que as pessoas desenvolvem a maioria de suas habilidades. Ludoeducação: pedagogia que mistura brincadeiras com aprendizado Apalavra “lúdico”, tão utilizada por quem trabalha com infância e educação, vem do termo em latim “ludus”, que significa brincar ou jogar. Ludoeducação Trata-se uma abordagem pedagógica que incorpora a ludicidade, ou seja, as brincadeiras, os jogos e o potencial brincante natural da criança, ao processo de ensino-aprendizagem. A proposta é utilizar a brincadeira para apresentar à criança caminhos para as descobertas, a apreensão da linguagem e a resolução de problemas. De acordo com essa perspectiva, a criança teria com o ensino uma experiência mais significativa, estimulante e, claro, divertida Enquanto estão brincando, as crianças apreendem códigos sociais, socializam com o igual e o diferente, aprendem a negociar suas vontades e vivenciam uma infinidade de experiências educativas. 5 Por meio da brincadeira, as crianças compreendem papéis sociais, avaliam soluções, negociam, fazem estimativas, planejam, além de socializarem com seus pares. “A ação na esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação de propósitos voluntários e a formação de planos de vida reais e impulsos volitivos aparecem ao longo do brinquedo, fazendo do mesmo o ponto mais elevado do desenvolvimento pré-escolar. A criança avança essencialmente através da atividade lúdica”, defende o teórico russo Lev Vygotsky, ícone do conceito de ensino como processo social. 6 Educação lúdica Alguns estudiosos designam o século XXI como o século da ludicidade, convivemos em tempos em que diversão, lazer, entretenimento expõem-se como qualidades muito pesquisadas pela sociedade. E por tornar-se a extensão lúdica alvo de tantas atenções e desejos, faz-se essencialmente e fundamental trazer a sua essência. Desse modo, o lúdico nas suas muitas definições, significa divertimento, passatempo, distração, movimento satisfatório e espontâneo. Segundo Almeida (2000) o lúdico passou a ser reconhecido como linha essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De forma que a significação deixou de ser apenas sinônimo de jogo e seus efeitos das necessidades lúdicas ultrapassaram as demarcações do brincar instintivo. Desse modo, o termo jogo é relacionado com as atividades singulares da criança como o canto, a dança e o teatro. A ludicidade possibilita um modo de interferência no mundo, sugere que não apenas estamos arraigados no mundo, porém, especialmente, que somos 7 parte desse conhecimento utilitário e que essas fantasias são as nossas ferramentas para exercermos um protagonismo lúdico e ativo. O lúdico menciona a uma grandeza humana que os sentimentos de liberdade de ação compreendem atividades, descontraídas e sem obrigações de toda e qualquer espécie de intecionalidade de outro indivíduo, é livre de coações e avaliações. De tal modo, o jogo, a brincadeira, o lazer enquanto atividades livres, gratuitas são representações daquilo que representa as atividades lúdicas, que se restringiram apenas em atividades infantis. Para Freinet (1998) as "práticas lúdicas fundamentais" são representadas como o não exercício exclusivo de alguma atividade, porque, espera que qualquer atividade pode ser corrompida nas suas essências, de acordo com o uso que se faz dela. Assim, na atividade lúdica o que influi não é somente o produto da atividade, o que dela deriva, porém a própria ação, o momento vivenciado. Permite a quemparticipa, momentos de encontro consigo e com o outro, idealização de fantasias e de realidade, de resignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e reflexão sobre o outro. Uma aula com características lúdicas não necessita ter jogos ou brinquedos. o que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma "atitude" lúdica do educador e dos educandos. Admitir essa postura sugere sensibilidade, implicação, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, todavia, sobretudo, uma mudança afetiva. A ludicidade estabelece uma predisposição interna, o que não se obtém apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, apesar de serem muito importantes. Para Oliveira (1990), "as atividades lúdicas são a essência da infância". Assim, foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, sugerindo como efeito à valorização dos jogos e brinquedos. Por fim, brincar é uma necessidade básica, assim como é a nutrição, a saúde, a moradia e a educação. Brincar auxilia a criança no seu desenvolvimento 8 físico, afetivo, intelectual e social, uma vez que, por intermédio das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, opiniões, constitui relações lógicas, aprimora a expressão oral e corporal, avigora capacidades sociais, reduz a agressividade, agrega-se na sociedade e edifica seu próprio conhecimento. A Importância do Lúdico 9 De acordo com Neves (apud FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.6) o lúdico é de suma importância, pois apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil a finalidade é essencialmente pedagógica. O lúdico é uma metodologia pedagógica que ensina brincando e não tem cobranças, tornando a aprendizagem significativa e de qualidade. Tanto os jogos como as brincadeiras proporcionam na educação infantil desenvolvimento físico mental e intelectual. Segundo Horn (2004, p.24), o lúdico, ou seja, as brincadeiras jogos e brinquedos, na Educação Infantil são de suma importância para o desenvolvimento das crianças, pois são atividades primárias, as quais trazem benefícios nos aspectos físico, intelectual e social. A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece a atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.6). O lúdico representa para a criança um meio de comunicação e prazer que ela domina ou exerce em razão de sua própria iniciativa (SOUZA 2015, p.1). Segundo Kishimoto (1996 p.24) por meio de uma aula lúdica, o aluno é estimulado a desenvolver sua criatividade e não a produtividade, sendo sujeito do processo pedagógico. O lúdico é considerado um meio de comunicação e por isto estimula a criatividade, a expressão e a espontaneidade, pois trabalha a imaginação e auxilia na aprendizagem significativa. No processo de ensino aprendizagem é fundamental valorizar o lúdico, pois para a criança o mesmo é espontâneo e permiti sonhar, fantasiar e realizar desejos como crianças de verdade. Souza (2015, p.2), explica que o lúdico é uma linguagem importante e expressiva que possibilita conhecimento de si, do outro, da cultura e do mundo, sendo um espaço genuíno de aprendizagens significativas. 10 Através do lúdico o aluno é despertado para o desejo do saber, ou seja, do aprender desenvolvendo sua personalidade, pois cria conceitos e relações lógicas de socialização o que é de suma importância para seu desenvolvimento pessoal e social. Kishimoto (1996 p.24) esclarece que por meio do lúdico o aluno desperta o desejo do saber, a vontade de participar e a alegria da conquista. Ferreira; Silva Reschke ([s/d], p.7) explicam que o lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.7). O lúdico contribui no desenvolvimento da criança e auxilia na aprendizagem, no desenvolvimento social, cultural e pessoal, assim proporciona a socialização e a aquisição do conhecimento. Souza (2015, p.1), esclarece que o lúdico é importante porque contribui de forma significativa para o desenvolvimento do ser humano, auxiliando na aprendizagem, no desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento. A proposta da atividade lúdica, através de um planejamento da aula é de suma importância, pois proporciona concentração isto favorece assimilação dos conteúdos com naturalidade. 11 O lúdico não é o único instrumento para a melhoria do ensino- aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos professores interessados em proporcionar mudanças (SOUZA 2015, p.2). O lúdico é um poderoso instrumento dos professores para a aprendizagem dos alunos, porém para que seja alcançado o objetivo desta metodologia tão importante na educação infantil é necessário uma dosagem entre a utilização do mesmo na obtenção dos objetivos, ou seja a aprendizagem significativa e de qualidade. Assim Teixeira; Rocha; Silva ([s/d], p.8) afirmam que deve haver uma dosagem entre a utilização do lúdico como forma de obtenção dos objetivos escolares. 12 O lúdico e a aprendizagem Segundo Oliveira (2013, p. 14), explica que aliar as atividades lúdicas ao processo de ensino aprendizagem pode ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno. De acordo com Malaquias; Ribeiro (2013), introdução do lúdico na vida escolar do educando torna-se uma forma eficaz de repassar pelo universo infantil para imprimir-lhe o universo adulto. Promover uma alfabetização significativa a prática educacional. O lúdico é muito importante para a aprendizagem e desenvolvimento do aluno da educação infantil, pois contribuem para o desenvolvimento pessoal e social da criança de maneira significativa e prazerosa. Almeida (2014) complementa as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, porque colabora na sua formação, 13 no seu desenvolvimento pessoal e consequentemente no desenvolvimento de uma autoestima satisfatória. A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2008, p. 41). A ludicidade contribui na aprendizagem e conhecimento da criança, pois possibilita criatividade, interação social e crescimento sadio através do relacionamento entre o grupo desenvolvendo seu potencial cognitivo, motor e social. Barbosa (2010, p. 7), explica que o lúdico auxilia no desenvolvimento da criança, pois através dele ela consegue aprender com mais facilidade, com os jogos e brincadeiras, além de uma prática de atividade física, promove também, um estímulo intelectual e social. O lúdico é um instrumento metodológico que possibilita as crianças a terem uma aprendizagem significativa através do relacionamento com os outros, assim promove maior desenvolvimento cognitivo, motor,social e afetivo. O lúdico é um método muito importante para o desenvolvimento do aluno na educação infantil, porém é necessário proporcionar ao mesmo um ambiente descontraído para estimular o interesse, a criatividade e a interação dos alunos proporcionando assim uma aprendizagem de qualidade. O lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança, que merece atenção por parte de todos os educadores. Cada criança é um ser único, com anseios, experiências e dificuldades diferentes. Portanto nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma eficácia. Para pode garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem o professor deve utilizar-se dos mais variados mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, experimentar, 14 inventar e relacionar conteúdos e conceitos. O professor deve- se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem impor, a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. O espaço para a realização das atividades, deve ser um ambiente agradável, e que as crianças possam se sentirem descontraídas e confiantes (ALMEIDA 2014 p. 3). De acordo com Almeida (2008, p.41), o lúdico na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. Através das atividades lúdicas o professor possibilita um crescimento permanente do conhecimento auxiliando o aluno a ter confiança e espírito, crítico sobre a atividade. As atividades lúdicas são instrumentos pedagógicos altamente importantes, mais do que apenas divertimento, são um auxílio indispensável para o processo de ensino aprendizagem, que propicia a obtenção de informações em perspectivas e dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. A ludicidade é uma tática insubstituível para ser empregada como estímulo no aprimoramento do conhecimento e no progresso das diferentes aprendizagens. (MALUF, 2008, p.42). Através das atividades lúdicas de acordo com Luckesi (2000, p.21) pode- se auxiliar o educando a ir para o centro de si mesmo, para a sua confiança interna e externa; não é, também, difícil, coisa tão especial estimulá-lo à ação, como também ao pensar. 15 O lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação. Por meio dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma menos rígida, mais tranquila e prazerosa, possibilitando o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento (MALAQUIAS; RIBEIRO 2013, p.2). Pedagogicamente o lúdico possui liberdade de trabalhar a expressão e a comunicação dos alunos, pois é uma metodologia menos rígida por isto mais prazerosa para se aprender. Através dele a criança desenvolve sua capacidade de explorar, refletir e imaginar os conteúdos e adquirir conhecimento necessário para uma aprendizagem significativa. As atividades lúdicas na educação infantil faz com que as crianças tenham capacidade desenvolvem o ato de explorar e refletir sobre a cultura e a realidade em que vive podendo incorporar e questionar sobre as regras e sobre seu lugar na sociedade, pois durante tais atividades elas podem superar a realidade, e muda-la por meio da imaginação (VITAL, 2009, p.11). As atividades lúdicas são: a essência da infância assim proporciona a interação social, a criatividade e a imaginação da criança contribuindo no processo de ensino aprendizagem da mesma. 16 A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2008, p.41). Oliveira (2013, p. 18), esclarece que o lúdico dentro do processo educativo pode construir-se numa atividade muito rica, na medida em que professores e alunos interagem construindo conhecimentos e socializando-se. Na educação infantil o processo de ensino é de suma importância, porque desenvolve a coordenação motora, a imaginação, a socialização e consequentemente a aprendizagem. A Educação infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente ligado à criança, porque o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz (MALUF, 2003, p.19). Para que as atividades lúdicas tenham significado é necessário a mediação do professor que precisa ser planejada de maneira a entrar no mundo imaginário da criança. É preciso dinamizar as atividades lúdicas e, transformar o brincar em trabalho pedagógico, saber entrar no mundo imaginário da criança, no seu sonho, no seu jogo e aprender a jogar com ela (CORREA; BENTO [s/d], p.5). O ensino absorvido de maneira lúdica passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador (CARVALHO, 2003, p. 28). O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, do qual a criança depende para se desenvolver. Para crescer, brincar e para se equilibrar frente ao mundo precisa do jogo. Aprender brincando tem mais resultados, pois a assimilação infantil adapta-se facilmente à realidade (PIAGET apud SANTOS, 2001, p. 173). O ensino através das atividades lúdicas é significativo, pois a criança aprende brincando sem cobranças e através de regras, que proporcionam conhecimento. 17 O espaço para o lúdico Segundo Barbosa (2010, p. 7), é indiscutível que a ludicidade está presente em diferentes contextos, na escola, em casa, em qualquer lugar em que as crianças possam estar. Para elas, o brincar é algo mais que natural. O espaço para se utilizar o lúdico está no cotidiano da criança, ou seja na escola, em casa, nas praças, na rua e torna a aprendizagem algo natural, pois está inserido no seu dia-a-dia. O espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear (HORN 2004, p. 28). O espaço físico está diretamente ligado ao ambiente em que a criança vive, assim é indispensável para aprendizagem, pois através dele é possível 18 estabelecer relações entre o ensino e a aprendizagem do aluno que se tornam significativas e de qualidade. Hank (2006, p. 2), explica que buscando uma perspectiva de sucesso para o desenvolvimento e aprendizagem do educando no contexto da educação infantil o espaço físico torna-se um elemento indispensável a ser observado. Horn (2004, p. 28) explica que é no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções. É no espaço físico que o aluno da educação infantil estabelece relações com o mundo, pois os mesmos fazem parte da rotina diária e contribui para a socialização e também para a aprendizagem. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado (HORN 2004, p. 28). Os espaços físicos devem ser organizados para proporcionar prazer, por isto deve ser acolhedor para estimular os sentimentos da criança. Hank (2006) complementa que a organização deste espaço deve ser pensada tendo como princípio oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as crianças possam brincar, criar e recriar suas brincadeiras sentindo-se assim estimuladas e independentes.Através do lúdico, a criança terá oportunidade de, aos poucos, se sentir segura, pois, exerce primeiro sua individualidade, terá melhorado sua autoestima, fazendo com que se integre no grupo, pois a lúdico é um espaço de interação e confronto de diversas crianças com pontos de vista diferentes, em que cada uma terá a oportunidade de fazer valer seu ponto de vista (TEIXEIRA; ROCHA; SILVA [s/d], p.12). Hank (2006, p. 2) esclarece que oferecer um ambiente rico e variado estimulam os sentidos e os sentidos são essenciais no desenvolvimento do ser humano. A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o aspecto emocional da criança. 19 Ao proporcionar um ambiente lúdico adequado a escola incentivará a aprendizagem do aluno que acontecerá de forma simples e descomplicada. Segundo Hank (2006, p.3), os ambientes construídos para crianças devem atender cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contato social e privacidade. O que os teóricos recomendam para o lúdico Segundo Piaget ([s/d], apud SANTOS; JESUS 2010, p. 01), o lúdico é formado por um conjunto linguístico que funciona dentro de um contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto simbólico que designa também um fenômeno. 20 Piaget ([s/d], apud SANTOS; JESUS 2010, p. 02), esclarece que o lúdico permite ao educando a identificação de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial que especifica a sua moralidade. Através do lúdico é possível estabelecer regras aos alunos da educação infantil, pois o mesmo desenvolve a parte cognitiva, motora, social e afetiva proporcionando também a socialização e interação das crianças que aprendem brincando. Segundo Freire (1991 p. 39), a criança que brinca em liberdade, sobre o uso de seus recursos cognitivos para resolver os problemas que surgem no brinquedo, sem dúvida alguma chegará ao pensamento lógico de que necessita para aprender a ler, escrever e contar. O brincar pode ser destacado em diferentes situações de desenvolvimento: As atividades lúdicas possibilitam a formação do autoconceito positivo; As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento da criança, afetivamente, pois convive socialmente e opera mentalmente. O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade; Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento (NEGRINE 1994, p. 41). Piaget ([s/d], apud SANT’ANNA; NASCIMENTO 2011, p. 21), atribui ao lúdico um papel para o desenvolvimento infantil; acredita que ao jogar as crianças assimilam e transformam a realidade. Uma subdivisão dos jogos, por faixa etária, sendo elas: 21 Primeira etapa - para crianças de zero a dois anos de idade que ele chama de período sensório-motor, as crianças repetem situações simplesmente por prazer; Segunda etapa - para crianças de dois a sete anos que ele chama de período pré-operatório em que as crianças não fazem o exercício mental, mas sim a representação do ocorrido; Terceira etapa - para crianças acima dos sete anos, que ele chama de período operatório em que os jogos são de regras. É a união dos outros dois jogos, explorando, neste caso, a coletividade para o ato de jogar, sendo importante a cooperação entre as crianças (PIAGET [s/d], apud SANT’ANNA; NASCIMENTO 2011, p. 22). Friedmann (1996, p. 41) considera que o lúdico permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo. Através do lúdico é possível estabelecer um ensino aprendizagem cooperativo e de interação, isto possibilita uma socialização que permitirá o aluno a apropriar-se da vida em sociedade com excelência e plenitude. De acordo com (Vygotsky, 1984, p. 27), é na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o educando aprende a agir numa esfera cognitiva, pois a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. Brincando ludicamente a criança se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências. São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude (KISHIMOTO, 1996, p.146). 22 Jogos e brincadeiras na educação infantil Segundo Lisboa ([s/d], p.4), a palavra “jogo” etimologicamente origina-se do latim e significa brincadeira, divertimento. Antunes (1998 p. 11) complementa que, a palavra jogo é um substantivo masculino de origem latina. O jogo no sentido etimológico é um divertimento, brincadeiras, passatempo, sujeitam as regras que devem ser observadas quando se jogar. Negrine (1997, p.44) explica que a palavra jogo apresenta significados distintos uma vez que pode ser entendida desde os movimentos que a criança realiza nos primeiros anos de vida agitando os objetos que estão ao seu alcance, até as atividades mais ou menos complexas. Como citado acima o jogo é uma palavra latina, sujeito a regras e significa brincadeira, passatempo e divertimento. 23 Soares (2010, p. 18), explica que o jogar é algo natural e universal do ser humano, compreende atividade que proporciona alegria, divertimento, prazer para o que está envolvido na ação, além de ajudar no desenvolvimento físico, intelectual, emocional, social do sujeito. O jogo é algo natural, e está inserido no cotidiano da criança e auxilia no desenvolvimento físico, mental e intelectual. Proporciona prazer, socialização, imaginação e regras tornando a aprendizagem prazerosa e sem cobranças. O jogo se vincula ao prazer, a satisfação de estar junto, ao companheirismo, aos antagonismos (competição), as complementaridades (equipes), faz-se presente cotidianamente, sobretudo entre crianças, levando- nos no campo da educação a investigá-lo com um olhar sensível, capaz de compreendê-lo como fenômeno social e cultural onde o brincar/jogar faz parte do aprendizado dos indivíduos, levando-os a vivenciar emoções e situações próprias da natureza humana. (NHARY, 2006.p.42) O jogo tem um caráter de recurso de ensino, enquanto para a criança é uma atividade do seu dia-a-dia. O trabalho do professor, nesse contexto, deve ser o de organizador da sala de aula como espaço lúdico, selecionando jogos que facilitem o desenvolvimento cognitivo, sócio afetivo e motor do aluno. (PERES, 2004, p.39). O jogo é uma metodologia de ensino que precisa ser planejada e utilizada de maneira coerente para facilitar a transmissão de conhecimento. Por ter caráter lúdico proporciona prazer e por ser educativo ensina regras. O jogo apresenta sempre duas funções no ensino-aprendizagem. A primeira é lúdica, onde a criança encontra o prazer e a satisfação no jogar, e a segunda é educativa, onde através do jogo a criança é educada para a convivência social (RIBEIRO 2013 p.2) O jogo proporciona um constante processo de desenvolvimento na criança, porque estimula o raciocínio e a criatividade do aluno que muitas vezes satisfaz sua curiosidade através das regras que o jogo possui. O objetivo do jogo e oferecer oportunidade de satisfazera curiosidade dos alunos através de momentos de interação, diversão e raciocínio. 24 Segundo Peres (2004, p.39) utilizando o jogo à criança tem a oportunidade de satisfazer uma série de necessidades, como de dominância e cooperação, que podem ser utilizadas como recurso para a aprendizagem. O jogo é um momento mágico e espontâneo de interação na vida dos alunos da educação infantil que se divertem e aprendem através do raciocínio, da criatividade e da espontaneidade proporcionada por ele. Trabalhar com os jogos na sala de aula possibilita diversos objetivos, dentre eles, foram pontuados os seguintes: Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e as inteligências múltiplas; Dar oportunidade para que aprenda a jogar e a participar ativamente; Enriquecer o relacionamento entre os alunos; Reforçar os conteúdos já aprendidos; Adquirir novas habilidades; Aprender a lidar com os resultados independentemente do resultado; Aceitar regras; Respeitar essas regras; Fazer suas próprias descobertas por meio do brincar; Desenvolver e enriquecer sua personalidade tornando-o mais participativo e espontâneo perante os colegas de classe; Aumentar a interação e integração entre os participantes; Lidar com frustrações se portando de forma sensata; Proporcionar a autoconfiança e a concentração (LISBOA [s/d], p.4). Ao utilizar o jogo como metodologia de ensino na educação infantil o professor desenvolverá no aluno a criatividade, a socialização, a participação, a espontaneidade, as regras, e as frustrações de maneira a aumentar sua autoestima quando adulto. 25 Outro recurso de suma importância para o desenvolvimento da criança, na educação infantil, é a brincadeira, pois as mesmas despertam a curiosidade, desenvolvem a concentração, a atenção, a motivação e a criatividade. Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998, p.25) “as brincadeiras que compõem o repertório infantil e que variam conforme a cultura regional apresenta-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver habilidades no plano motor”. As brincadeiras fazem parte da infância, assim é algo natural na educação infantil, porém assim como o repertório linguístico também é regional. As brincadeiras proporcionam muitos benefícios, pois desenvolvem a cooperação, as regras, o respeito ao próximo, as diferenças entre outros. O ato do brincar traz muitos benefícios para quem participa dessa atividade, pois, contribui para o desenvolvimento físico, social, intelectual, respeito ao outro, a criança supera os desafios através da brincadeira ou jogo, além disso, os educando aprendem a serem cooperativos, aprendem regras, a lidar com seus limites, enfim, não é somente uma atividade que proporciona alegria, prazer, divertimento, direta ou diretamente está trabalhando na formação do sujeito, para que ele aprenda a conviver com os outros, a respeitar, a aceitar as pessoas que são diferentes, independente que tenham ou não alguma deficiência (SOARES 2010 , p. 12). Segundo Ferland (2006 apud OLIVEIRA 2013 p.9), a principal ação da criança é o brincar, pois, quando brinca, ela vive situações que compõem seu desenvolvimento. A criança quando brinca se desenvolve, assim aprende de forma significativa e sem cobranças tornando o ensino qualidade. De acordo com Vygotsky (1984, p. 122 apud KISHIMOTO, 1996 p. 64) o brincar é a origem da situação imaginária criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser realizados, com a função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, constituir uma maneira de acomodação dos conflitos e frustrações da vida real. 26 Ao brincar a criança entra no mundo da imaginação e consegue realizar seus desejos e construir uma aprendizagem sem frustrações. Assim o prazer que a atividade do brincar proporciona é fundamental para este processo de aprendizagem, pois sem ele (o prazer), o brincar perde seu significado (FERLAND, 2006 apud OLIVEIRA 2013 p.9). Quando brinca e joga a criança se envolve na a brincadeira, que coloca como aprendiz do conhecimento na ação seu sentimento e emoção. Estudos psicológicos e educacionais revelam que brincar é fundamental para a construção do pensamento e para aquisição de conhecimento pela criança, pois além de contribuir para que ela aprenda a se expressar e a lidar com suas próprias emoções, a brincadeira contribui para o desenvolvimento da autoestima. (ALMEIDA 2014, p.7). O ato de brincar é fundamental para toda criança, pois ao brincar entra em um momento indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Segundo Almeida (2014, p. 1) as brincadeiras e jogos fazem a criança crescer, pois proporciona na maioria das vezes, ou senão em todas as ocasiões, a procura de soluções e de alternativas para desenvolverem de forma prazerosa o que lhe é proposto. Vygotsky (1988 apud PICELLI, 2007, p. 7) explica que há dois elementos importantes na brincadeira infantil: a situação imaginaria e as regras. Em uma ponta encontra-se o jogo de papeis com regras implícitas e, em outra, o jogo de regras com regras explicitas. Os jogos e brincadeiras exploram duas vertentes na educação infantil que precisam ser destacadas que são a imaginação e as regras, pois através deles as crianças criam soluções para desenvolver os problemas propostos. Assim podem ser considerados procedimentos metodológicos de suma importância para a aprendizagem. Os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos através dos quais os educadores podem estimular na criança o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, linguístico e físico-motor; como também propiciar aprendizagens curriculares específicas (MAFRA 2008, p. 16). 27 Silva (2012, p.12), esclarece que os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos e estimulam não apenas o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, linguístico e físico – motor, mas propiciam aprendizagens curriculares. O jogo e a brincadeira são recursos educacionais que podem facilitar o desenvolvimento de novas habilidades motoras e acadêmicas, sem que sejam impostos à criança (PERES, 2004, p.39). Os recursos educacionais contidos nos jogos e brincadeiras facilitam o desenvolvimento e a aquisição de novos conhecimentos, pois aguçam a curiosidade, os contatos sociais que possibilitam atitudes para uma aprendizagem de qualidade. Peres (2004, p.39) explica que os jogos e brincadeiras, emergem valores que dizem respeito à curiosidade e à coragem, levando à auto aceitação, ao otimismo, à alegria e aos contatos sociais; com eles, a criança amplia seu campo de atuação, vivenciando atitudes diferentes e avaliando suas possibilidades como participante de um grupo. O brincar, e o jogar ajudam no processo de aprendizagem, pois ao brincar as crianças se divertem através da socialização umas com as outras. Quando a criança brinca, ela é espontânea, livre e na Educação Infantil encontramos um papel social que é “valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e garantir a aquisição de novos conhecimentos” (MEYER, 2008, p. 44). A Cooperação, a comunicação eficaz, e a competição honesta são habilidades sociais fortificadas por meio dos jogos. (RIBEIRO 2013 p.3). 28 A importância do brincar Segundo Correa; Bento ([s/d], p. 1), o brincar é importante, não porque é coisa de criança, mas porque é a melhor forma de aproximar o mundo da fantasia do mundo real, que mesmo com toda sua complexidade, se torna simples pelo olhar de uma criança. Brincando a criança aprende regras, sentimentos como frustrações de perda e alegrias da vitória assim descobre como lidar com os sentimentos sejam eles bons ou ruins. O brincar na educação infantil é de suma importância, porque é a maneira mais simples da criança aprender a lidar com as regras, as frustrações da perda,a socialização fundamental para vida adulta. Segundo Dias (2013, p.13), existem diversas razões importantes para destacar o brincar, desde o prazer até a importância do desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. O brincar é importante para o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança, pois através da brincadeira a criança expressa suas vontades 29 e desejos. É através da brincadeira que a criança regula suas próprias ações e emoções desenvolvendo assim sua autonomia. Correa; Bento ([s/d], p.2), esclarece que a liberdade que o brincar é de suma importância, pois proporciona o desenvolvimento da criança, essa liberdade à leva a conciliar o mundo real e o mundo da imaginação. Ao brincar a criança entra no mundo da imaginação, desenvolve a autonomia, socializa-se ao meio ambiente que está inserido, desenvolve emoções de bem estar e descobre que as frustrações fazem parte do universo infantil. O brincar contribui para a formação do indivíduo, através da imaginação, que proporciona a aprendizagem, pois amplia a capacidade de percepção sobre si mesmo. A brincadeira, seja ela qual for, é algo de sumo importância na infância. Pelos pais, ela deve ser vista não apenas como um momento de entretenimento e lazer de seus filhos, mas também como uma oportunidade de desenvolver nas crianças hábitos e atitudes que os façam amadurecer se tornando responsáveis (OLIVEIRA 2010, p 14.) Segundo Correa; Bento ([s/d], p.2), brincando a criança aprende a lidar com o mundo, formando sua identidade pessoal e autonomia, experimenta sentimentos bons como o amor, e ruins como o medo e a insegurança, sentimentos esses presentes na vida cotidiana. Souza (2015,), esclarece que o brincar proporciona o prazer e a motivação pessoal que dão origem às ações e explorações que realizam ao longo da brincadeira. O brincar é importante, pois proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo. (MALUF, 2003, p. 9). Ao brincar a criança forma sua identidade pessoal, e adquire conhecimentos através dos sentimentos bons e ruins que serão aprendidos e trabalhados para sua vida adulta. 30 Ao brincar, as crianças repetem, através de imitações, aquilo que já conhecem. Ativando sua memória, transformam os seus conhecimentos por meio da criação de uma situação imaginária nova. Na brincadeira, a criança amadurece algumas competências para a vida coletiva, através da interação e da utilização e experimento das regras e papéis sociais (SOUZA 2015, p.1). O Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer (CUNHA 2001, p.14). Brincadeira é coisa séria A brincadeira faz parte da infância, e é uma aprendizagem necessária a vida adulta, pois através da brincadeira crescem a alma e a inteligência. E ainda mais, uma criança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar (CHATEAU, 1987, p. 14). Brincar é essencial à saúde física, emocional e intelectual do ser humano. Brincar é coisa séria, porque na brincadeira, a criança se reequilibra, recicla suas emoções e sacia sua necessidade de conhecer e reinventar a realidade (LIMA 2004, p. 2). Brincar é coisa séria, também, por que na brincadeira não há trapaça, há sinceridade e engajamento voluntário e doação. Brincando nos reequilibramos, 31 reciclamos nossas emoções e nossa necessidade de conhecer e reinventar. E tudo isso desenvolvendo atenção, concentração e muitas habilidades. É brincando que acriança mergulha na vida, sentindo-a na dimensão de possibilidades. No espaço criado pelo brincar nessa aparente fantasia, acontece a expressão de uma realidade interior que pode estar bloqueada pela necessidade de ajustamento às expectativas sociais e familiares (VIGOTSKY, 1994, p. 67 apud CORREA; BENTO [s/d], p.2). A brincadeira é uma metodologia de ensino utilizada para estimular o raciocínio e proporcionar uma aprendizagem de qualidade, pois ao brincar a criança aprende a regras fundamentais para o desenvolvimento pessoal. Segundo Almeida (2014) brincando a criança aprende a conviver, a esperar por sua vez, aceitar regras, independente do resultado, e a lidar com frustrações sem deixar que isso interfira na sua vida. Kishimoto (1996, p. 62), explica que a brincadeira favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. A brincadeira pode ser considerada um instrumento de aprendizagem dos conteúdos escolares, pois ao brincar a criança aprende sem medo de errar e se se socializa através da convivência com o outro. [...] brincando, a criança aprende com toda riqueza do aprender fazendo, espontaneamente, sem estresse ou medo de errar, mas com prazer pela aquisição do conhecimento – porque brincando a criança desenvolve a sociabilidade, faz amigos e aprende a conviver respeitando os direitos dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo e, também porque brincando, prepara-se para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua condição atual permite. (CUNHA, 2001, p. 13). Segundo Kishimoto (1996, p.38), a brincadeira tem função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. A brincadeira garante a presença do lúdico da situação imaginária. A brincadeira é um método cultural de ensinar que proporcionar convivência social e construção do conhecimento através das regras e combinados elaborados antes da inicialização da mesma. 32 De acordo com Almeida, (2014) a criança desenvolve através da brincadeira sua linguagem, pensamentos, atenção, concentração, conseguindo, assim uma participação satisfatória da criança na construção do seu conhecimento. Navarro (2012, p.17), explica que a brincadeira é uma atividade lúdica, que se entra em uma situação imaginária, como atividade que possui regras e ao mesmo tempo é livre e social, em que a criança, através da sua emoção e imaginação se desenvolve e se apropria do mundo ao seu redor. Através da brincadeira o aluno da educação infantil adquire habilidades como criatividade, respeito, autonomia, e concentração que são indispensável para uma aprendizagem significativa e automaticamente de qualidade. Malaquias; Ribeiro (2013), esclarece que por meio da brincadeira, a criança experimenta, descobre, inventa, adquire habilidades, além de estimular a criatividade, autoconfiança, curiosidade, autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. A brincadeira é um método de ensino aprendizagem presente na vida social da criança e funciona como elo entre professor e aluno, pois ao brincar descobrem o mundo e aprendem a se comunicar no contexto social em que vivem. Através das brincadeiras, as crianças desenvolvem a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.2). As brincadeiras são de fundamental importância para os alunos da educação infantil, pois contribuem para o desenvolvimento da saúde física, emocional e intelectual da criança. Em virtude do exposto acima se pode dizer que o lúdico na educação infantil é um poderoso aliado metodológico do professor que ensina brincando sem imposições e cobranças tornando a aprendizagem um prazer. Assim percebe-se que o lúdico é muito importante para aprendizagem das crianças da educação infantil, pois desperta também a imaginação, criatividade, 33 e interesseatravés do entusiasmo de cada um para desenvolver a atividade proposta pela professora. Atividades lúdicas para educação infantil As atividades lúdicas para educação infantil se fazem necessárias, elas têm uma importância significativa na formação e desenvolvimento integral das crianças. 34 As brincadeiras para educação infantil devem ter como objetivo desenvolver habilidades e capacidades das crianças nestes primeiros anos de vida, sendo assim nada melhor que fazer isso da forma que elas mais gostam, brincando. 3 a 4 anos A partir dos 3 anos de idade, as crianças já conseguem interagir com grupos e é nesse período que elas desenvolvem sua identidade e vínculos afetivos com o mundo. No seu desenvolvimento as crianças tendem a imitar gestos e atitudes de quem os cerca, é importante que as brincadeiras ajudem- nas a criar seus traços específicos. 35 Os jogos e brincadeiras recreativas dirigidas a estes pequenos devem desenvolver habilidades especificas como coordenação motora, orientação espacial, ritmo, equilíbrio, organização temporal e desenvolver a linguagem como forma de comunicação. Portanto, para um melhor desempenho, as atividades lúdicas para educação infantil podem prever algumas regras mais definidas. Exemplo de atividades lúdicas: CADA UM É DO SEU JEITO (Construção da identidade) Esta atividade visa auxiliar a criança a construir a imagem do próprio corpo, além de trabalhar a auto-estima e auto-imagem. MATERIAIS: Papel Kraft canetinhas hidrocor fita adesiva e tesoura BRINCANDO: pedir para cada criança deitar sobre uma folha de papel e em seguida irá desenhar a silhueta dela. Escreva o nome da criança e entregue a ela. Quando todos estiverem com suas folhas de papel peça que completem desenhando os olhos, o nariz, a boca, os cabelos, etc. Neste momento você pode incentivar a 36 criança a observar o próprio corpo. Quando todos tiverem concluído os desenhos, cole-os lado a lado na parede e peça que eles observem o próprio desenho e o dos coleguinhas, neste momento você deverá estimular a observação, peça que comentem sobre as diferenças nos desenhos (como altura, por exemplo). Aproveite o momento dos comentários para conversar bastante com elas sobre as particularidades de cada uma. MÚSICA O objetivo desta atividade lúdica é estimular a criança a aprender a ouvir e prestar atenção aos sons. MATERIAIS: Aparelho de Som e CDs com músicas de ritmos variados. COMO FAZER: A forma de elaborar a atividade pode ser variada e fica a critério do professor ou orientador, porém a música deve ser o foco da atividade e não um pano de fundo. Ele deverá estimular as crianças a ouvir os sons presentes na música, como por exemplo, os sons dos instrumentos, dos animais, dos 37 elementos da natureza, elas também podem acompanhar o som batendo palmas ritmicamente ou até mesmo cantando. Se o professor ou orientador souber tocar algum instrumento musical ou cantar, ele pode propor as crianças que escrevam uma música juntos. CAMINHADA COMPANHEIRA Esta brincadeira desenvolve a ideia da tolerância entre as crianças. Ela deve ser aplicada sempre que houver necessidade das crianças andarem juntas, como para ir a sala de aula, ao pátio, a quadra, etc. O professor ou orientador deverá colocar as crianças em fila indiana. No inicio da atividade peça que coloquem uma das mãos sobre o ombro do coleguinha da frente para delimitar um espaço para os passos. Feito isso peça que tirem as mãos e sigam até o destino. A regra é, quem quiser correr ou andar mais rápido que as outras crianças deve se controlar e aguardar ou quem for mais lento precisa andar mais depressa. Se houver alguma criança com dificuldade de locomoção, os coleguinhas terão de esperá-lo. 38 CAIXINHA DAS SENSAÇÕES A caixa das sensações visa trabalhar os sentidos das crianças, através das sensações que os objetos ali dentro colocados despertam nos pequenos. MATERIAIS NECESSÁRIOS: Caixa de papelão (pode ser de tênis) decorada pelo professor / orientador ou pelas próprias crianças. Objetos variados como tampinhas, lixas, pedaços de pano ou algodão, botões, dentre outros. COMO BRINCAR: A caixa deverá ter um furo em cima na forma de círculo, onde as crianças colocarão a mão e outra abertura onde o professor / orientador colocará os 39 objetos um por um, a fim de que as crianças, com a mão possam identificar o material. Se não tiver uma caixa o orientador / professor pode estar vendando a criança. BOLA POR CIMA, BOLA POR BAIXO Tem como objetivo trabalhar a coordenação motora, concentração e velocidade. Ótima brincadeira para crianças já com 4 anos de idade e pode ser usada tanto na aula de educação física quanto na sala (caso tenha espaço suficiente). MATERIAIS: Bolas BRINCANDO: O professor / orientador deve colocar os alunos em duas colunas, em fila indiana. Podendo dividir em equipes ou meninos versus meninas. 40 Ao primeiro sinal, que pode ser dado com um apito, o primeiro aluno de cada fileira deve passar a bola por cima da cabeça (com as duas mãos), até chegar ao último colega da fileira. Quando este pegar a bola, deverá correr até a frente da fileira e passar a bola por cima da cabeça, dando sequência a atividade. Assim que todas as crianças completarem e o que iniciou a atividade voltar a ser o primeiro, o professor / orientador deve pedir que todas as crianças afastem as pernas e deem sequência a atividade, sendo que desta vez devem passar a bola por baixo, até que todos completem a tarefa. Quando terminar esta sequência, a primeira criança deve passar a bola por cima da cabeça, e a segunda deve pegar a bola e passar por baixo das pernas, a terceira criança deve pegar a bola embaixo e passar por cima da cabeça, até que todos completem a tarefa. 41 CORRIDA DO SACI Tem como objetivo trabalhar a coordenação motora, o equilíbrio e velocidade. BRINCANDO: O orientador / professor deverá montar um ponto de partida e um de chegada, as crianças deverão ficar posicionadas em fila, cada uma irá segurar uma das pernas flexionadas para trás, na posição de saci. Quando for dado o sinal, elas devem sair pulando até alcançarem a linha de chegada. Deverá ser eliminada a criança que colocar os dois pés no chão (sair da posição de saci) e ganhará ultrapassar a linha de chegada primeiro. 42 A ludicidade é relevante na educação para infância por proporcionar momentos de socialização entre as crianças, pois se relacionam com o meio social e cultural, a partir dos jogos e das brincadeiras eles se apropriam das regras sociais, se relacionam com instrumentos e signos que medeiam à aprendizagem para o seu desenvolvimento. A ludicidade permite que a criança tenha voz na escolha das atividades que deseja fazer, tornando-a mais prazerosa e significativa, porém na escola cabe ao professor acompanha-las e motiva-las. 43 CONCLUSÃO As atividades lúdicas auxiliam na aprendizagem, pois desenvolve a linguagem oral, a atenção, o raciocínio e a habilidade de manuseio por isso desenvolve a imaginação e a criatividade. Quando a criança percebe que existe uma sistematização na proposta de uma atividade dinâmica e lúdica, a brincadeira passa a ser interessante e a concentração do aluno fica maior, assimilando os conteúdos com mais facilidades e naturalidade. (KISHIMOTO, 1996, p.24 ). Bettheim (1998, p. 168) explica que brincar é muito importante porque enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança também ensina os hábitos necessários ao seu crescimento. A criança que brinca na educação infantil aprende de maneira lúdica e atribui sentido ao mundo que é assimilado e interpretado de maneira significativa e prazerosa. A brincadeira éuma metodologia de aprendizagem que auxilia no ensino dos conteúdos escolares, pois ao brincar a criança aprende sem medo de errar se socializando através da convivência com o outro. Tanto os jogos como as brincadeiras desenvolvem a socialização, a comunicação e a expressão da criança por isso integra a mesma ao mundo do conhecimento, mas para que a aprendizagem seja significativa precisa ser planejada e mediada pelo professor de maneira consciente e didática. Os jogos e as brincadeiras na escola proporcionam o aprendizado significativo, pois despertam a criatividade e favorecem a autoaprendizagem através da exploração e da investigação, desta forma, contribuem na construção do conhecimento. 44 REFERÊNCIA ALMEIDA, PAULO NUNES DE. EDUCAÇÃO LÚDICA. SÃO PAULO: LOYOLA, 1994. ALMEIDA, ALINE MARQUES DA SILVA. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 13/10/2014. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.SEDUC.MT.GOV.BR/PAGINAS/A-IMPORT%C3%A2NCIA-DO- L%C3%BADICO-PARA-O-DESENVOLVIMENTO-DA-CRIAN%C3%A7A.ASPX CESSO EM 02 DE ABRIL DE 2017. ALMEIDA, PAULO NUNES DE. EDUCAÇÃO LÚDICA: TÉCNICAS E JOGOS PEDAGÓGICOS. SÃO PAULO, SP: LOYOLA, 2008. ANTUNES, C. 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