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Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Apresentação A definição de primeira infância é muito variada, a depender do autor e de quais dimensões estão sendo abordadas. Alguns autores apontam que ela vai desde o nascimento até os dois anos, outros afirmam que vai até os 3 anos de idade. Outra denominação utilizada é fase pré-escolar. Independente da classificação, compreender quais são as modificações e transformações que ocorrem nesta fase pode auxiliar no entendimento destas classificações. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer quais são os principais processos envolvidos no desenvolvimento da primeira infância, tanto no âmbito físico ou motor, quanto no cognitivo e no psicossocial. Ainda vai estudar como diversos fatores irão interagir de modo a influenciar essas transformações, podendo haver repercussões positivas ou até negativas no futuro. Por fim, vai aprender como o profissional de Educação Física pode intervir durante esta fase na elaboração de atividades, bem como na orientação para pais e familiares sobre a prática de atividade física. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os diferentes aspectos envolvidos nos desenvolvimentos físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância. • Listar os elementos fundamentais do desenvolvimento das principais características da primeira infância. • Identificar as atribuições da educação física na atenção ao desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância. • Desafio Durante a primeira infância, entre o nascimento até os 2 anos de idade, o bebê passa por grandes transformações físicas, cognitivas, afetivas e sociais. Durante o primeiro ano, os pais apresentam muitos anseios e expectativas quanto ao início da caminhada e da fala. Por isso, tendem a ficar atentos a estes gestos e, muitas vezes, preocupados, por acharem que seus filhos estão apresentando algum atraso no desenvovlimento. Explique qual a possível justificativa para essa situação, levando em consideração que o bebê não apresenta nenhuma alteração neurológica ou motora. Infográfico Durante os primeiros meses de vida, os bebês apresentam alguns padrões de movimentos estereotipados, denominados de reflexos inatos ou primitivos. São um conjunto de padrões motores automáticos que ocorrem quando há determinado estímulo. A compreensão dessas respostas motoras, do que seria um padrão considerado correto, bem como sua duração ao longo do desenvolvimento, pode contribuir para analisar o desenvolvimento neuromotor do bebê ou se ele apresenta alguma alteração neurológica. Veja no infográfico alguns dos principais reflexos primitivos apresentados por todos os bebês do mundo e quais são suas principais características. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/83dce008-e0e7-4c93-9276-914d64700f06/3f1e0276-3581-4931-9963-46112a11ebfe.jpg Conteúdo do livro A primeira infância é conhecida como uma época crítica do desenvolvimento da criança, sendo, portanto, alvo de muitas pesquisas para tentar compreender como o ambiente pode ter papel nesse processo. Todo profissional que atue com criança, independente da área, deve ter conhecimento sobre as principais transformações ocorridas em cada momento para poder orientar sua atuação de acordo com as capacidades e condições de cada indivíduo. Nesta fase, percebem-se grandes modificações nas estruturas neurológicas e físicas, manifestadas pelo rápido crescimento das estruturas corporais e maior desenvolvimento de capacidades motoras, quando reflexos inatos passam a dar lugar a gestos direcionados, intencionais e motivados. Além disso, o bebê apresenta alterações profundas nas suas relações afetivas, começa a ter maior senso de individualidade e passa a reconhecer outras pessoas. No capítulo Primeira infância, da obra Crescimento, desenvolvimento e envelhecimento humano, você vai aprender quais são as principais alterações motoras, cognitivas e psicoafetivas ocorridas durante o período da primeira infância. Ainda vai compreender quais são os principais elementos que podem influenciar nesse desenvolvimento e como profissionais de Educação Física podem ter papel extremamente importante na promoção do desenvolvimento saudável. Boa leitura. CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO HUMANO Gustavo Leite Camargos Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os diferentes aspectos envolvidos nos desenvolvimentos físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância. � Listar os elementos fundamentais do desenvolvimento das primeiras características da primeira infância. � Identificar as atribuições da educação física na atenção ao desenvol- vimento físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância. Introdução O desenvolvimento humano se inicia na fecundação e finaliza com a morte do indivíduo. Conhecer as diferentes etapas do processo de evolução do ser humano permite entender como cada pessoa, em cada momento de sua vida, interage com o meio em que vive. Além disso, permite elaborar meios de intervenção que possam contribuir com esse processo. A partir do nascimento, até os 2 anos de idade, temos o que se define como pri- meira infância, um período marcado por grandes e acelerados processos de evolução e desenvolvimento. Nessa fase, observam-se mudanças nos aspectos motores, cognitivos e socio-afetivos. Neste capítulo, você irá conhecer quais são as principais mudanças ocorridas nas dimensões física, cognitiva e psicossocial durante a primeira infância e compreender quais são os fatores que podem influenciar essas transformações. Ainda, verá como o profissional de educação física pode auxiliar nesse processo, compreendendo as principais recomendações para orientação de atividade física nessa faixa de idade. Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Diversas mudanças ocorrem no desenvolvimento da criança ao longo dos primeiros anos, tanto do ponto de vista físico como do cognitivo e psicológico, possibilitando uma interação social diferenciada a cada etapa do desenvolvi- mento (BEE; BOYD, 2009). Para melhor compreensão desses aspectos, você aprenderá as principais características de cada dimensão separadamente, mas saiba que elas estão interligadas nos processos de aprendizagem, de apropriação de mundo e de interação com ele. Além disso, quando se fala de desenvolvimento cognitivo, falamos de teorias do desenvolvimento. Dessa forma, você irá saber como cada teoria analisa o desenvolvimento cognitivo nessa fase. Desenvolvimento físico-motor O desenvolvimento físico da criança nos dois primeiros anos de vida é extre- mamente acentuado. O controle sobre seu corpo é algo descoordenado, e, na medida em que a criança vai se desenvolvendo, passa a ter um maior controle a partir dos membros superiores (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Durante os 2 primeiros meses de vida, a criança aprende a segurar o pescoço e, aos 4 meses, aprende a sentar-se, ainda com ajuda ou suporte, mas aos 7 meses passa a fazer isso sozinha. Os movimentos de rastejar e gatinhar irão surgir a partir dos 9 meses (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; PAPALIA; FELDMAN, 2013). Em alguns casos, a criança aprenderá a ficar de pé por volta dos 9 meses, contudo, essa posição é alcançada apoiando-se em algum outro objeto e, com cerca de 11 meses, andar com auxílio passa a fazer parte do seu repertório de movimentos. Dos 12 aos 24 meses de vida, a criança já é capaz de explorar o espaço à sua volta por conta de sua liberdade de movimento. Quanto à manipulação de objetos, aos5 meses já surgem algumas tentativas de movimento para alcançar e agarrar, contudo, esse movimento ainda é descoordenado e só irá se tornará mais firme por volta dos 10 meses. O controle dos esfíncteres irá depender da maturidade do sistema nervoso, mas, de forma geral, ele acontece entre os 16 e 18 meses, para alguns autores, e entre os 18 e 36 meses para outros, não sendo um consenso na literatura especializada (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; PAPALIA; FEL- DMAN, 2013). Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial2 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Desenvolvimento cognitivo Seis grandes abordagens discutem o desenvolvimento cognitivo na primeira infância, compreendida como o período dos dois primeiros anos de vida. A abordagem behaviorista estuda como a aprendizagem ocorre ou como o comportamento se altera em resposta a um estímulo ou experiência vivenciada (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004). Tome como exemplo a seguinte situação: você mostra para uma criança de 10 meses de idade um objeto que, ao emitir um som perceptível, dispara uma luz sobre o rosto dela. O comportamento de fechar os olhos ou piscar diante do estímulo visual é algo inato ou reflexo nessa criança. A medida que você “repete” a experiência, a criança começa a associar tanto o objeto quanto o som emitido à resposta de fechar os olhos para se proteger da luz. Nesse momento, temos o condicionamento clássico, que se dá quando “emparelha- mos” um estímulo neutro (objeto/som) a outro que automaticamente gera uma resposta inata (fechar os olhos diante da luz). Assim, a criança passa a dar a resposta não mais para a luz, mas para o estímulo que antes era neutro e agora assume as características do estímulo luminoso. Essa resposta reflexa será reforçada todos as vezes que a experiência for realizada, e poderá ser extinta quando não houver mais o reforço, ou seja, apresentar o objeto e o som sem a presença da luz. Esse tipo de aprendizagem ocorre baseando-se as respostas inatas ao organismo, aquelas na qual a criança não precisa aprender a emitir diante de um estímulo. Em outra ação, a criança manifesta um comportamento qualquer, sem significado próprio e sem intenção de resposta do ambiente. Nesse caso, imagine que ela faça um som, um balbucio qualquer. Ao escutarem esse som, os pais respondem a ele fazendo carinho e brincando com a criança. Então, a partir desse processo, a criança passa a operar no ambiente, balbuciando sons todas as vezes que percebe a presença dos pais, para ter a resposta, que é o afeto deles. Ainda, de acordo com Coll, Marchesi e Palácios (2004), o que temos aqui é o condicionamento operante, no qual a criança ou o indivíduo opera sobre o ambiente para produzir a resposta desejada. Alguns pesquisadores demonstraram que crianças de 2 a 6 meses de idade conseguiram reproduzir o comportamento estabelecendo um condicionamento operante diante do objeto original. Esse processo é estudado como o processo cognitivo da memória em crianças na primeira infância. Já as crianças a partir de 9 meses mantinham a memória e o condicionamento operante com objetos similares. 3Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Outro conceito fundamental na aprendizagem e para o desenvolvimento cognitivo é o da modelagem. Nele, a criança, desde os primeiros anos de vida, aprende observando e imitando as pessoas a sua volta (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004). Neste vídeo, você aprenderá um pouco mais sobre o behaviorismo, em um contexto histórico e conceitual. Além disso, também verá as principais características dessa teoria e a relação que estabelece com a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo. https://qrgo.page.link/xmn7 A abordagem piagetiana se baseia nas diferenças qualitativas do funcionamento cognitivo, agrupando essas características em estágios do desenvolvimento a fim de entender como a mente se estrutura e se adapta ao ambiente (FARIA, 1998). O primeiro estágio do desenvolvimento é chamado de sensório-motor, que vai do nascimento até os 2 anos de idade, aproximadamente. Nesse período, a criança aprende e se desenvolve cognitivamente a partir das suas atividades sensoriais e motoras. No início dessa fase, a criança aprende a utilizar os dados oriundos dos sentidos e a organizar suas atividades em relação ao ambiente; por fim, ela passa da aprendizagem por tentativa e erro para a utilização de símbolos e conceitos na resolução de problemas simples. Um conceito importante na abordagem piagetiana para o entendimento desse processo é o de esquema, entendido como um padrão de pensamentos e comportamentos utilizados em determinadas situações. Assim, quanto mais elaborados esses esquemas se tornam, mais a criança apresenta sinais de seu desenvolvimento cognitivo, partindo de um estágio para o outro. Faria (1998) afirma que o crescimento cognitivo inicial surge por intermé- dio de reações circulares. Isso quer dizer que a criança tem a capacidade de reproduzir aleatoriamente situações agradáveis que ocorreram. A repetição gera o prazer, e esse prazer motiva a criança a repetir mais e mais vezes a situação. Dessa forma, a aleatoriedade é consolidada em um novo esquema. Ao final desse estágio, a criança possui um repertório de habilidades que foram se desenvolvendo, tais como o processo de imitação, a permanência Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial4 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 do objeto, o desenvolvimento simbólico, a categorização, a causalidade e a noção de número (FARIA, 1998). Cabe, ainda, diferenciar que no processo da imitação existe a imitação invi- sível, na qual a criança utiliza partes do corpo que não consegue ver (a língua e a boca) para reproduzir um comportamento; a imitação visível, na qual ela utiliza partes como as mãos e o os pés; e a imitação diferida. As duas primeiras estão associadas à memória de curto prazo quando o objeto reproduzido está diante da criança. Quando ela realiza a imitação desse objeto tempos depois de sua exposição e sem a presença dele, ela é chamada de imitação diferida e está mais associada à memória de longo prazo. O estágio sensório-motor é dividido em seis fases ou subfases. A primeira vai do nascimento até o primeiro mês de vida, e seu foco está no uso dos reflexos inatos e no desenvolvimento do controle sobre eles. O segundo e o terceiro estágio ocorrem entre o primeiro e o oitavo mês, e estão centrados nas reações circulares, sendo primárias (1 a 4 meses) quando o objeto é o próprio corpo (por exemplo, colocar o dedo na boca e sentir prazer ao fazer isso) e secundárias (4 a 8 meses) quando o objeto está no ambiente. O quarto estágio (8 a 12 meses), de coordenação de esquemas secundários, caracteriza-se por um conjunto de comportamentos mais deliberados e propositais ou intencionais, uma vez que esse comportamento aprendido é usado para atingir suas metas. As reações circulares terciárias (12 a 18 meses) efetivam o quinto estágio, e nele a criança explora o mundo e se vale da tentativa e do erro para explorar o mundo. No sexto estágio, de combinações mentais (18 a 24 meses), a criança já consegue representar o mundo mentalmente (FARIA, 1998). A abordagem sociocontextual se propõe ao estudo dos efeitos do ambiente ou como o contexto cultural afeta as primeiras interações sociais, promovendo o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem. O primeiro conceito trabalhado é o da participação guiada, que se refere às interações mútuas com adultos que interagem com a criança a fim de auxiliar a estruturar as atividades delas, buscando fazer com que elas possam compreender o ocorrido da mesma forma que eles compreendem. Essa participação guiada irá depender de fatores culturas, sociais e econômicos (LEITE; COLINVAUX, 2011). 5Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificaçãointerna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Segundo Leite e Colinvaux (2011) linguagem é centro de referência nos estudos para se estabelecer uma relação com o desenvolvimento cognitivo. Na fala pré-linguística, a criança passa, inicialmente, pela imitação acidental e pela imitação deliberada, o que fará com que ela possa pronunciar suas pri- meiras palavras por volta do primeiro ano de vida. Além disso, a capacidade de reconhecimento de sons vai se desenvolvendo ao longo dos meses e, entre o sexto e o sétimo mês as crianças aprendem a reconhecer aproximadamente 40 fonemas ou sons básicos de sua língua nativa. Nesse período, de 6 a 12 meses, a criança começa a se conscientizar das regras fonológicas de sua língua e como os sons são organizados na fala. A apropriação dos gestos simbólicos auxilia no desenvolvimento da lingua- gem e passa a ser um bom indicador do tamanho do vocabulário futuro da criança. O início da fala linguística, entre os 10 e 14 meses, se dá com a formação das primeiras palavras cuja expressão verbal transmite algum significado. Quando uma única palavra expressa um pensamento completo, essa expressão é chamada de holofrase. Entre os 10 meses e 2 anos, a criança também inicia, gradualmente, o processo de associação para detecção de indicações sociais. Isso significa que, quando um adulto faz referência a algum objeto, apontando para ele, o olhar da criança acompanha a direção apontada e, quando ele pronuncia o nome daquele objeto, a criança o identifica (LEITE; COLINVAUX, 2011). O Quadro 1 apresenta, de forma resumida, uma relação entre a idade, em meses, e algumas características centrais no marco do desenvolvimento da linguagem da criança. A abordagem do processamento de informações centraliza seu olhar na percepção, memória, aprendizagem e capacidade de resolução de problemas, estabelecendo uma relação entre as informações adquiridas pela criança e o uso delas em suas experiências. A abordagem psicométrica busca aferir as diferenças quantitativas nas habilidades que compõem a inteligência, e a abordagem da neurociência cognitiva estuda as relações entre as estruturas do cérebro envol- vidas em aspectos da cognição. Para alguns autores, as três últimas abordagens citadas são consideradas possíveis de serem trabalhadas e analisadas juntamente com as outras abordagens do desenvolvimento cognitivo. Essas abordagens estão associadas a mensurações, testagem e identificação de estruturas neurológicas ao longo do desenvolvimento da criança, sendo, assim, possível de ser aplicada junto com outras abordagens (DESSEN; COSTA JÚNIOR, 2005). Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial6 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Fonte: Adaptado de Papalia e Feldman (2013). Idade em meses Desenvolvimento Nascimento É capaz de perceber a fala, chorar, dar alguma resposta ao som 1,5 a 3 Arrulhos e risos 3 Brinca com os sons da fala 5 a 6 Frequentemente reconhece os padrões sonoros ouvidos 6 a 7 Reconhece todos os fonemas da língua nativa 6 a 10 Balbucia sequências de consoantes e vogais 9 Utiliza gestos para se comunicar e brinca de gesticular 9 a 10 Imita sons intencionalmente 9 a 12 Utiliza alguns gestos sociais 10 a 12 Não consegue mais discriminar sons que não sejam da sua própria língua 10 a 14 Fala a primeira palavra (geralmente o nome de alguma coisa) 10 a 18 Fala palavras simples 12 a 13 Entende a função simbólica da nomeação; cresce o vocabulário passivo 13 Faz gestos mais elaborados 14 Faz gesticulação simbólica 16 a 24 Aprende muitas palavras novas, expandindo rapidamente o vocabulário expressivo, passando de cerca de 50 palavras para 400; utiliza verbos e adjetivos 18 a 24 Fala a primeira sentença (duas palavras) 20 Utiliza menos gestos; nomeia mais coisas 20 a 22 Tem surto de compreensão 24 Utiliza muitas frases de duas palavras; deixa de balbuciar; quer conversar 30 Aprende palavras novas quase todos os dias; fala em combinações de três ou mais palavras; comete erros gramaticais 36 Sabe dizer até 1.000 palavras, 80% inteligíveis; comete alguns erros de sintaxe Quadro 1. Marcos no desenvolvimento da linguagem: do nascimento aos 3 anos 7Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Desenvolvimento psicossocial Seis grandes abordagens discutem o desenvolvimento cognitivo na primeira infância, compreendida como o período dos dois primeiros anos de vida (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004). A abordagem behaviorista estuda como a aprendizagem ocorre ou como o comportamento se altera em resposta a um estímulo ou experiência vivenciada. O desenvolvimento da criança ocorre em vários contextos com caracte- rísticas específicas, ou seja, regras, valores e atitudes diferentes. A primeira infância é um período de grandes mudanças no que diz respeito ao desenvol- vimento psicossocial. Crianças com 6 a 8 semanas de vida começam a ser receptivas à estimulação, e ainda demonstram interesse e curiosidade, valendo-se da comunicação não verbal, em que o contato com o mundo exterior é feito por meio do sorriso para as pessoas. Apesar desse desenvolvimento social ocorrer por meio da linguagem, um comportamento interessante é que, aos 2 anos, a criança demonstra, também, dificuldade em partilhar comportamentos, objetivos e ações, sendo que aos dois anos e meio já é possível observá-la brincando com outras crianças, embora em paralelo (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004). Quanto ao humor e ao desenvolvimento psicológico, segundo Coll, Mar- chesi e Palácios (2004), criança apresenta grandes oscilações de humor nos primeiros meses de vida, o que irá se estabilizar quase aos 3 anos, quando passa a ser mais obediente e amável, demonstrando sentimentos de afeto, compaixão e culpa. Com 1 ano de idade, a criança ainda mantém um apego excessivo com a mãe ou com quem cuida dela, e a separação ou ausência materna ainda a perturba. Contudo, ela começa a entender que é alguém distinto da mãe e com vontades próprias (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004). Esse desenvolvimento psicossocial não é um padrão, ocorrendo de forma diferente para cada criança. É preciso levar em consideração as especifi cidades hereditárias e aquelas que são resultantes da sua experiência de interação com a realidade social e física. O processo de desenvolvimento da criança é pessoal e único, construído em um contexto histórico e cultural. Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial8 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Elementos fundamentais do desenvolvimento das primeiras características da primeira infância O desenvolvimento humano é marcado por um conjunto de fatores históricos e culturais, sofrendo influência direta do ambiente no qual está inserido. Dessa forma, existe a necessidade de se avaliar e entender como os contextos educacionais proporcionados às crianças, na primeira infância, irão repercurtir em sua evolução. Ambientes que proporcionem às crianças oportunidades para serem ativas tanto física quanto cognitivamente parecem promover um desenvolvimento mais abrangente e harmonioso. Nesse caso, pode-se pensar que a creche teria um papel em potencial para o desenvolvimento e aprendizagem nessa fase da vida. Carvalho (2005) aponta que o cuidado e o respeito com as crianças, os reforços que recebem, se positivos ou negativos, como a creche trabalha suas capacidades e sua individualidade serão fatores influenciadores para o desenvolvimento da criança. De fato, crianças que iniciam a vida escolar mais cedo, nas creches, parecem apresentar melhores resultados em avaliações cognitivas e neuromotoras (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 2013). Assim, é possível compreender que a creche deve se organizada para apoiar o desenvolvimento das crianças, ampliando as possibilidades de experiências e aprendizado delas. Para isso, é necessário que os profissionais daeducação tenham conhecimentos específicos que possam ser úteis nesse processo. O educador, a fim de promover o desenvolvimento integral da criança, deve ser capaz de enxergar cada criança como um ser único, sabendo quais são suas possíveis limitações. Ele pode auxiliar no desenvolvimento da afetividade e interação social, ao passo, que, se atuar de forma incorreta, pode influenciar negativamente nessas duas características (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 2013). Neurocientistas já vêm estudando como os estímulos ambientais podem influenciar na organização neurológica dos bebês e em sua saúde futura. Sabe- -se que um desenvolvimento inicial prejudicado afeta diretamente o compor- tamento e a aprendizagem. Na fase pré e pós-natal, os estímulos transmitidos ao cérebro pelos circuitos sensoriais irão contribuir para o desenvolvimento e diferenciação dos circuitos neuronais, podendo ampliar a capacidade cognitiva, afetiva e neuromotora dos bebês (MUSTARD, 2010). Assim, o papel do ambiente é reforçado nesse processo. Estudos mostram que gêmeos idênticos que possuem o mesmo DNA, mas apresentam experiên- cias diferentes, desenvolvem expressões genéticas diferenciadas, modificando 9Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 o fenótipo. De fato, gêmeos idênticos podem ser muito diferentes no seu temperamento e comportamento quando adultos (MUSTARD, 2010). Dessa forma, estímulos cognitivos frequentes são ferramentas fundamentais para se promover bom desenvolvimento, assim como a experimentação de atividades que exijam gestos motores mais complexos e resolução de problemas, como obstáculos (BOYD; BEE, 2011). Outro fator que parece contribuir com o desenvolvimento de pré-escolares, é o contexto familiar. Crianças que são criadas em orfanatos parecem apre- sentar desenvolvimento intelectual menor quando comparadas com aquelas que foram criadas pelos pais ou parentes. E aquelas que foram adotadas mais cedo se aproximam do desenvolvimento normal, o que parece não ocorrer com as que são adotadas após os 2 anos de idade (AMES, 1997; NELSON et al., 2007). Ainda, crianças criadas em orfanatos tendem a apresentar maiores transtornos de atenção, agressividade e quase-autismo (MUSTARD, 2010). A alimentação também é outro aspecto altamente relevante para o desen- volvimento físico e cognitivo. Grantham-McGregor et al. (1991) demonstraram que crianças que nasceram com nanismo, se forem nutridas e estimuladas adequadamente, podem se aproximar do desenvolvimento de crianças sem essa condição. Além disso, a alimentação da mãe durante o período de gestação tem uma grande repercussão no desenvolvimento do feto e na vida pós-natal do bebê. De fato, durante a gestação ocorrem grandes transformações no feto, conforme demonstrado na Figura 1, pois é uma fase de transformações complexas (MUSTARD, 2010). A subnutrição, nos primeiros anos, pode comprometer seriamente o desen- volvimento cerebral do bebê. O principal alimento nessa fase, principalmente até os 6 meses, deve ser o leite materno e, quando realmente necessário, deve ser introduzida alguma fórmula que possa suplementar sua alimentação. A utilização de alimentos sólidos precocemente pode ser altamente prejudicial para sua nutrição e, consequentemente, seu desenvolvimento (BOYD; BEE, 2011). Além dos fatores já apresentados, existe também a necessidade de ter uma atenção às imunizações. Os bebês precisam de exames médicos frequentes. A puericultura é a ciência que reúne todas as informações suscetíveis de favorecer o desenvolvimento físico e psíquico dos bebês, até a sua puberdade. Esses exames e acampamento rotineiro durante a primeira infância são extremamente importantes para o desenvolvimento da criança. A vacinação permite prevenir o surgimento de várias doenças, e estudos sugerem que a imunização se torna mais efetiva quando iniciada logo no primeiro mês de vida e continuada durante a infância e adolescência (BOYD; BEE, 2011). Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial10 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Figura 1. Desenvolvimento do cérebro ao longo da gestação. Fonte: Adaptada de Dreyer (2009). 3 semanas 7 semanas 11 semanas 4 meses 6 meses 8 meses 4 semanas 5 semanas Recém-nascido Atribuições da educação física na atenção ao desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância A fase pré-natal do desenvolvimento humano se inicia na concepção e ter- mina com o nascimento, sendo marcada por profundas transformações nas estruturas corporais e em suas funções. Esses processos são fundamentais para o desenvolvimento motor do bebê, influenciando diretamente na aqui- sição de padrões motores rudimentares e estereotipados, típicos dessa fase. Além disso, o período pré-natal e as experiências do bebê irão influenciar no desenvolvimento de engramas motores nas crianças (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Essa fase é conhecida como pré-escolar, apesar de, hoje 11Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 em dia, muitas crianças nessa idade já frequentarem ambientes semelhante a escolas, como creches. Durante os dois primeiros anos de vida, o sistema nervoso se desenvolve rapidamente, principalmente o córtex, já que outras estruturas subcorticais já estão bastante desenvolvidas. Nessa fase, ocorre grande aumento nas si- napses (sinaptogênese), o que quadruplica o peso do cérbero do bebê até os 4 anos de idade. Nesse processo, são produzidas muito mais sinapses do que o indivíduo realmente necessita, ocorrendo, então, algumas “podas”, no qual rotas e conexões desnecessárias são eliminadas (BOYD; BEE, 2011), como mostra a Figura 2. Figura 2. Sinapotogênese e poda sináptica. Fonte: Boyd e Bee (2011, p. 123). Muitos dos movimentos básicos dos bebês se manifestam como reflexos importantes para sua sobrevivência (reflexos de sobrevivência primitivos ou reflexos adaptativos inatos). Esses comportamentos reflexos são a fonte primária para coleta de informações durante essa fase, e o comportamento reflexo apresentado pelos bebês pode ser usado como uma ferramenta para diagnósticar a integridade do sistema nervoso central. Esses padrões de mo- vimento são controlados subcorticalmente, apresentando características este- Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial12 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 reotipadas, ou seja, todos os neonatos, no mundo inteiro, apresentarão esses movimentos (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013), como os atos de sugar, abrir e fechar a pupila, preensão manual e marcha (BOYD; BEE, 2011). Uma das grandes transformações no desenvolvimento motor dos bebês é aprender a ficar de pé e caminhar. Isso ocorre por volta do 9º ao 18º mês de vida. No entanto, muitos pais têm o hábito de colocar o bebê na posição ereta, logo nos primeiros meses, e se espantam ao ver que ele é capaz de sustentar seu corpo ereto com os pés apoiados no solo. Isso ocorre por causa dos reflexos subcorticais, sendo o primeiro reflexo da marcha, que dura até o 5º mês (Figura 3). Mas como essa não é uma atividade motora voluntária, após essa fase o bebê perde essa capacidade de se sustentar em pé quando colocado nessa posição. No entanto, a ativação desse reflexo, durante os 4 ou 5 primeiros meses de vida, parece contribuir no desenvolvimento dos comportamentos voluntários do bebê. Além disso, sua prática parece melhorar a força dos membros e a coordenação assimétrica, porém, quando excessiva, pode gerar estresse nos ossos e articulações. Figura 3. Reflexo primário de pisar. Fonte: Gallahue, Ozmun e Goodway (2013, p. 152). 13Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Ao longo do seu desenvolvimento, por volta do 9º e 10º mês, começam a surgir rudimentosdo que serão os movimentos voluntários (reflexos posturais primitivos), como rastejar, engatinhar, sustentar-se na posição sentado e até a conquista da posição ereta. Aliado a isso, são desenvolvidas habilidades ma- nuais, como a capacidade de realizar preensão e soltura dos objetos de forma voluntária (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). É nessa fase que o bebê progride do ficar sentado sozinho ao engatinhar e caminhar (BOYD; BEE, 2011). O rastejar e o engatinhar ocorrem quando todos os quatro membros estão em contato com a superfície de apoio. No rastejar, o tórax e o abdome da criança tocam a superfície. No engatinhar, apenas as mãos e os joelhos a tocam (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Portanto, observa-se que a criança adquire um repertório notável de habilidades motoras até os dois anos de idade (Figura 4). Cabe ressaltar que, durante essa fase, as meninas parecem estar à frente dos meninos no desenvolvimento motor (BOYD; BEE, 2011). Figura 4. Desenvolvimento motor da criança no primeiro ano de vida. Fonte: Adaptada de Pereira (2012). Recém-nascido 1 mês 2 meses 3 meses 4 meses 5 meses 6 meses 7 meses 8 meses 9 meses 10 meses 11 meses 12 a 14 meses Re�exos subcortiais Segue a luz Sorri, balbucia Sustenta a cabeça Agarra objetos Gira sobre o abdômen Mantem-se sentado Preensão palmar Pinça digital Põe-se sentado Engatinha Caminha só De pé, dá passos com apoio Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial14 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 O brincar das crianças é o primeiro passo para a aquisição de padrões mo- tores mais finos e habilidades mais amplas e variadas, ou seja, promove maior desenvolvimento de engramas motores. Além disso, a brincadeira é um grande facilitador do desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Dessa forma, a brincadeira pode ser muito mais do que apenas um momento de diversão, contribuindo diretamente para o desenvolvimento motor e intelectual (SILVA; LACORDIA, 2016). No entanto, muitos pais, e até profissionais da saúde e da educação, supe- restimam o nível de atividade física nessa fase, acreditando que as crianças são altamente ativas por realizarem muitas brincadeiras, o que não é verdade, principalmente quando comparado com crianças de outras gerações, que eram mais ativas. A atividade física é um componente importante para o desenvolvimento saudável das crianças e, portanto, deve-se ter um olhar mais crítico para os níveis de atividade física na primeira infância (REILLY, 2011; SILVA; LACORDIA, 2016). Estudos recentes mostram que crianças pequenas estão, geralmente, bem longe de alcançar níveis considerados adequados de atividade física, apre- sentando, ainda, maior comportamento sedentário. As crianças têm passado muito tempo assistindo à televisão e até mexendo em dispositivos digitais, como celulares e tablets (infância digital) e iniciam estes hábitos cada mais cedo (CARDON; VAN CAUWENBERGHE; DE BOURDEAUDHUIJ, 2011). Recentemente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2017) lançou um manual sobre orientações de atividade física infantil. Ela considera que ser fisicamente ativo todos os dias é importante para a promoção da saúde integral dos bebês. O profissional de educação física pode ter um papel fun- damental nas orientações sobre atividades físicas que os bebês em idade entre 0 a 2 anos possam fazer. Eles devem ser incentivados a serem ativos em vários períodos do dia, e aqueles que ainda não começaram a arrastar e/ou engatinhar devem ser estimulados a se movimentarem alcançando, puxando, segurando e empurrando, movendo a cabeça, corpo e membros, alterando entre posições de decúbito ventral e dorsal (a Figura 5 retrata uma atividade de desenvolvimento motor, no aprimoramento da qualidade da caminhada em um bebê com síndrome de Down). No entanto, uma atenção especial deve ser dada à proteção e segurança do ambiente, que deve sempre ser supervisionado e estimulado (SBP, 2017). 15Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Crianças que já conseguem andar sozinhas devem ser encorajadas a mante- rem-se ativas todos os dias, acumulando pelo menos 180 minutos de atividades diariamente, tanto em ambiente fechado quanto ao ar livre. Aqui podem ser incluídas atividades leves, como se manter em pé, mover-se pelo chão, tentar transpor obstáculos, além de atividades mais intensas, como saltar, pular e correr. Deve-se evitar comportamentos sedentários por períodos prolongados, pois já foi demonstrado que há uma relação negativa entre o sedentarismo e o desenvolvimento psicomotor das crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que, pelo menos até os 2 anos de idade, o tempo de tela (tablet, celular, jogos eletrônicos e TV) seja igual a zero (SBP, 2017). Figura 5. Valendo-se de um reflexo primitivo, o da marcha, um bebê com síndrome de Down é treinado sobre uma esteira motorizada, a fim de acelerar o surgimento e aprimoramento da qualidade da caminhada. Fonte: Haywood e Getchell (2016, p. 110). Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial16 Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 Uma das modalidades esportivas mais praticadas na primeira infância é a natação, e parece que bebês que estão envolvidos em atividades aquáticas desenvolvem alguns gestos motores mais precocemente, como a execução da posição sentada. A natação auxilia na coordenação dos movimentos, estimu- lando o surgimento de outros e ampliando a capacidade da criança de realizar os movimentos de sua faixa etária (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; PEREIRA, 2009). A modalidade traz inúmeros benefícios aos seus praticantes, e qualquer estímulo que se acrescente acaba auxiliando nessa fase. Quanto mais o bebê receber estímulos, maior será sua capacidade de aprender. Quanto à idade para se iniciar, não existe um consenso, mas deve- -se evitar idades muito precoces, quando o sistema imunológico ainda não se desenvolveu, ou quando a criança ainda foi imunizada, pois deve-se levar em consideração o tipo de tratamento da água, sua temperatura e a do ambiente externo (PEREIRA, 2009). Neste vídeo, o professor mestre Silmar Alexandre Barbisan aponta os benefícios metabólicos da prática de atividade física, com foco na natação. Perceba que ele aponta uma informação importante a respeito da obesidade infantil e o benefício de manter-se ativo na infância. Para saber mais, acesse o link a seguir ou código ao lado. https://qrgo.page.link/FeBZ AMES, E. W. The development of Romanian orphanage children adopted to Canada: final report to the National Welfare Grants Program: Human Resources Development Canada. Burnaby: Simon Fraser University, 1997. BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. BOYD, D.; BEE, H. A criança em crescimento. Porto Alegre: Artmed, 2011. 17Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1 CARDON, G.; VAN CAUWENBERGHE, E.; DE BOURDEAUDHUIJ, I. Physical activity in infants and toddlers. In: TREMBLAY, R. E. et al. (ed.). Encyclopedia on early childhood development. Montreal: Centre of Excellence for Early Childhood Development, 2011. Disponível em: http://www.child-encyclopedia.com/physical-activity/according-experts/physical- -activity-infants-and-toddlers. Acesso em: 07 abr. 2019. CARVALHO, M. L. D. Efeitos de estimulação multi-sensorial no desempenho de crianças em creche. 2005. Tese (Doutorado em Estudos da Criança) — Instituto de Estudos da Criança, Universidade do Minho, Braga, 2005. Disponível em: http://repositorium.sdum. uminho.pt/handle/1822/7291. Acesso em: 07 abr. 2019. COLL, C.; MARCHESI, A.; PALÁCIOS, J. (org.). Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. 2. ed. 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Dessa forma, propiciar um ambiente seguro, acolhedor, confiável, amoroso, sem muitas intercorrências, pode promover um desenvolvimento psicossocial harmonioso e saudável. Veja na Dica do Professor o que é o afeto e como os fatores ambientais irão interagir no desenvolvimento dessa dimensão. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/aa2e6cdbae0684388007d24335d84c35 Exercícios 1) Diversas mudanças ocorrem no desenvolvimento da criança, ao longo dos primeiros anos, tanto no ponto de vista físico, quanto no cognitivo e no psicológico, possibilitando uma interação social diferenciada a cada fase dessas mudanças no desenvolvimento. Leia as afirmativas abaixo a respeito dos processos evolutivos da primeira infância: I - A partir do 2o mês de vida, a criança começa a aprender a segurar o pescoço, por meio de movimentos rudimentares. II - Entre 1 e 2 anos de idade, a criança aumenta sua capacidade de interagir e explorar o ambiente, devido a maior controle motor voluntário. III - O conceito de modelagem demonstra que nos primeiros anos de vida a criança aprende muito por observação e imitação. IV - Até por volta de 1 ano de idade, a criança ainda mantém um apego excessivo para com a mãe ou para com outro cuidador, demonstrando sofrimento quando afastado de um deles. Marque a alternativa que apresente apenas afirmativas verdadeiras. A) Apenas as afirmativas I e II. B) Apenas as afirmativas I e III. C) Apenas as afirmativas II, III e IV. D) Apenas as afirmativas I, II e IV. a. E) Todas as afirmativas. Analise as afirmativas abaixo. I - A holofrase representa maior capacidade linguística das crianças, observada geralmente por volta dos 2 anos de idade. II - Entre 12 e 13 meses de vida, a criança começa a desenvolver a capacidade de entender a função simbólica da nomeação, reconhecendo objetos nomeados. 2) III - O estágio sensório-motor vai desde o nascimento até os 2 anos de idade e demonstra a capacidade de aprendizagem da criança a partir de suas atividades sensoriais e motoras. IV - A criança começa a assumir a posição bípede por volta dos 14 meses deidade, iniciando este movimento com apoio em algum objeto. V - A teoria behaviorista de desenvolvimento e aprendizagem aponta que a aprendizagem e o comportamento pode se modificar em resposta a estímulos ou experiências vivenciadas. Quais estão corretas? A) I, II, III e V. B) II, III, IV e V. C) II, III e V. D) II, IV e V. E) II, III e IV. 3) O desenvolvimento humano é marcado por um conjunto de fatores, que poderão influenciar positiva ou negativamente nesse processo. Analise as afirmativas abaixo e marque a opção correta a respeito de como estes fatores podem influenciar no desenvolvimento durante a primeira infância. A) A creche representa o início da vida social da criança, mas deve ser evitada durante os dois primeiros anos de vida, pois tende a limitar o desenvolvimento cognitivo e motor. B) O desenvolvimento neurológico é determinado apenas por fatores genéticos e hereditários, sofrendo influência na vida intrauterina. C) Estímulos cognitivos frequentes, bem como a experimentação de novas atividades, tendem a auxiliar no bom desenvolvimento cognitivo. D) Os estudos não conseguem afirmar que a nutrição tem papel relevante no desenvolvimento físico e cognitivo. E) Programas de imunizações devem focar no atendimento a crianças a partir dos 2 anos de idade, devido a maior risco de efeitos colaterais em crianças mais novas. A atividade física envolve qualquer conjunto de movimentos que promovam gastos calóricos superiores ao estado basal. Dessa forma, entende-se que atividade física seja um conceito 4) muito mais amplo do que exercício físico. Para as crianças, na primeira infância, a realização de atividade física parece ser fundamental para promover desenvolvimento saudável em vários parâmetros. A) Geralmente, as brincadeiras que as crianças realizam atualmente já são mais do que suficientes para a manutenção de um bom nível de atividade física. B) As crianças nesta idade devem realizar pelo menos 180 minutos de atividades ativas, podendo ser realizado em ambiente fechado quanto em ambiente aberto. C) A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que o tempo de exposição a telas, até os 2 anos de idade, seja de até 60 minutos por dia, não ultrapassando esse tempo. D) A natação é uma modalidade interessante para promover resultados satisfatórios no desenvolvimento neuromotor, e deve ser iniciada o mais precocemente possível, a fim de se obter os melhores resultados. E) Deve-se ter cuidado com bebês que estão começando a engatinhar, evitando-se ao máximo que existam obstáculos no caminho que necessitem ser removidos por eles. 5) Os bebês nascem com a capacidade de realizarem alguns movimentos denominados de reflexos. À medida que vão se desenvolvendo, novos padrões motores vão surgindo, enquanto outros vão desaparecendo. A respeito desse tema, analise as afirmativas abaixo: I - Os reflexos mais básicos e primitivos são controlados por estruturas subcorticais, justificando o fato de serem reflexos estereotipados. II – A partir dos 7 meses o movimento de sentar-se passa a ser feito sem apoio ou suporte , diferente do que ocorre aos 4 meses. III - Em alguns casos, a posição bípede pode surgir por volta dos 9 meses de vida, porém ainda necessitando de apoio em algum objeto. IV - Dos 12 aos 24 meses, a criança pode começar a ter maior facilidade para explorar o ambiente externo devido a maior controle de seus movimentos voluntários. Marque a alternativa que apresente apenas afirmativas verdadeiras. A) Apenas as afirmativas I, II e III. B) Apenas as afirmativas I, III e IV. C) Apenas as afirmativas II, III e IV. D) Apenas as afirmativas I, II e IV. E) Todas as afirmativas. Na prática O leite materno seria a melhor fonte nutricional para os bebês, principalmente nos 6 primeiros meses de vida, contribuindo para o ganho de peso e altura mais rápido. Bebês alimentados com leite materno apresentam menor disposição para desenvolver diarreias, gastroenterites, bronquite, infecções auditivas e cólica. E na ausência do leite, as mães podem recorrer ao banco de leite humano, que reúne o líquido doado por outras mães. Mas nem sempre o acesso é fácil. Acompanhe em Na Prática o caso de Marina que tem dúvidas sobre a alimentação de seu filho. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/8f06625a-dd66-4877-a9c9-fa152d276110/d8965862-9c48-4c9a-8ce0-5a1a1db6db02.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Avaliação do desenvolvimento motor de crianças de 0-3 anos Neste vídeo você compreenderá a importância da avaliação motora das crianças, bem como quais são as principais informações a serem coletadas durante o procedimento. Repare que o fisioterapeuta Gentil Fonseca dá ênfase aos gestos motores primitivos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Os efeitos da aprendizagem psicomotora no controle das atividades de locomoção sobre obstáculos em crianças com deficiência da visão Neste artigo você perceberá como o sistema nervoso pode se reorganizar para assumir novas funções ou até mesmo ampliar sua capacidade de controle motor e percepção do espaço. Durante a infância, essa aptidão está mais desenvolvida, pois a criança apresenta alta capacidade de neuroplasticidade. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Promoção da atividade física na infância e adolescência A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou este guia para auxiliar os profissionais da saúde sobre as recomendações e prescrições de atividade física para crianças e adolescentes. https://www.youtube.com/embed/TkMf_OE27cM http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-65382007000300005&script=sci_abstract&tlng=pt Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Muito além do peso Esse documentário é brasileiro e recebeu várias premiações no seu segmento. Ele mostra um retrato da obesidade infantil no Brasil e como isso está se tornando um problema epidêmico de saúde pública. Assistir a ele é um dever social e profissional de todos os estudantes e profissionais da saúde. Repare que ele aborda esta condição, tanto na primeira infância, quanto na segunda infância. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/19890d-MO-Promo_AtivFisica_na_Inf_e_Adoles.pdf https://www.youtube.com/embed/8UGe5GiHCT4