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Agricultura Biológica em Portugal

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ARTIGO 
 
 
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução 
em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado. 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 | https://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.238880 1/21 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: 
sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
Organic agriculture in the center region of Portugal: case study in the 
sub-region of Beira Litoral and in the Lis Valley 
Jorge Bulha1 , Diogo Mendes2 , Susana Ferreira2 , Francisco Gomes da Silva3 , 
Maria de Fátima Oliveira4  
1Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, Coimbra, Portugal. E-mail: jorge.bulha@drapc.gov.pt 
2Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior Agrária, Coimbra, Portugal. E-mail: diogoptd@gmail.com; 
susana.ferreira@esac.pt 
3Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal. E-mail: fgsilva@isa.ulisboa.pt 
4Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior Agrária, Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS), 
Coimbra, Portugal. E-mail: foliveira@esac.pt 
Como citar: Bulha, J., Mendes, D., Ferreira, S., Silva, F. G., & Oliveira, M. F. (2021). Agricultura biológica na Região 
Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis. Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1), 
e238880. https://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.238880 
Resumo: A agricultura biológica cria um mercado para bens e serviços ambientais, e os produtores 
podem ser recompensados pela sua gestão agroambiental através de preços premium e pela Política 
Agrícola Comum (PAC). O objetivo deste trabalho foi caracterizar os agricultores da Região Centro de 
agricultura do ponto de vista socioeconómico, além de avaliar a propensão para a mudança do modo 
produtivo para a agricultura biológica e identificar as principais dificuldades para a mudança. Foi 
realizado o estudo dos efeitos das políticas agrícolas na evolução da agricultura biológica. Foram 
realizados estudos através de entrevistas presenciais resultando em dois estudos de caso. Os estudos 
de caso apresentam metodologias distintas, mas complementares. O trabalho revelou que a PAC 
contribuiu para o desenvolvimento deste setor e os dados alcançados permitem aos investigadores 
desenvolver técnicas para que os agricultores possam superar os obstáculos e aumentar a 
competitividade da cadeia de valor. A renovação geracional e o aumento da dimensão da exploração são 
factores a considerar para o progresso da agricultura biológica. É necessário gerar formação adequada 
às necessidades e fornecer informações precisas e reais sobre as dificuldades e benefícios desse modo 
de agricultura. 
Palavras-chave: agricultura biológica, beira litoral, propensão à mudança. 
Abstract: Organic farming creates a market for environmental goods and services, and farmers can be 
rewarded for their agri-environment management through premium prices and the Common 
Agricultural Policy (CAP). The objective of this work was to characterize the farmers of the Center Region 
from the socioeconomic point of view and to evaluate the willingness to change the productive mode for 
organic farming and to identify the main difficulties for change. The study of the effects of agricultural 
policies on the evolution of organic farming was carried out. Studies were conducted through face-to-
face interviews resulting in two case studies. The case studies present different but complementary 
methodologies. The work revealed that CAP has contributed to the development of this sector and the 
data obtained allow researchers to develop techniques for farmers to overcome obstacles and increase 
the competitiveness of the value chain. Generational renewal and increased farm size are factors to 
consider for the progress of organic farming. It is necessary to generate training appropriate to the 
needs, to provide accurate and real information about the difficulties and benefits of this mode of 
agriculture. 
Keywords: organic farming, beira litoral, willingness to change. 
https://orcid.org/0000-0002-4425-7532
https://orcid.org/0000-0002-9441-4671
https://orcid.org/0000-0001-7137-0859
https://orcid.org/0000-0003-0176-0207
https://orcid.org/0000-0002-3055-0885
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 2/21 
1. INTRODUÇÃO 
O movimento da agricultura biológica na Europa surgiu no início do século XX como 
resultado de um conjunto de ideias, crenças e filosofias. A agricultura em Modo de Produção 
Biológica (MPB) cria um mercado para bens e serviços ambientais, e os produtores podem 
ser recompensados pela sua gestão agroambiental através de preços premium do produto 
(McBride et al., 2005) e pela Política Agrícola Comum (PAC). 
Da análise realizada por regiões, a América do Norte registou o mais elevado valor de 
vendas de produtos em Modo de Produção Biológica, avaliados em 43,0 bilhões de euros, 
seguida pela Europa (37,3 bilhões de euros) e pela Ásia (9,6 bilhões de euros). A tendência de 
crescimento não é apenas observada na América do Norte e na América do Sul, sendo 
também observada na Oceânia e na África. Em Portugal, o mercado de produtos biológicos 
apresentou, em 2011 o valor de 21 milhões de euros (International Federation of Organic 
Agriculture Movements, 2019). A Oceânia é a região que detinha, em 2017, cerca de 51% da 
área mundial em MPB e que apresenta a maior percentagem de agricultura em MPB, com 
8,6% da sua área agrícola, seguida pela União Europeia (UE), que, em 2017, representava cerca 
de 21% da área mundial em MPB, sendo que cerca de 7,2% da sua área agrícola estava em 
MPB (FiBL Statistics, 2019; International Federation of Organic Agriculture Movements, 2019). 
A UE apresentou, em 2014, o Plano de Ação para a produção em MPB a fim de garantir 
o crescimento sustentado da oferta e da procura, mantendo a confiança do consumidor, 
definindo três prioridades: 1) aumento da competitividade dos produtores em MPB; 
2) aumentar e consolidar a confiança dos consumidores na agricultura e nos alimentos em 
MPB, assim como a confiança nos produtos biológicos importados, e por último 3) reforçar a 
dimensão externa do sistema de produção em MPB da UE (EU Commission, 2014). 
A agricultura em MPB apresentou uma Taxa Crescimento Anual (TCA) entre 2000-2002 e 
2015-2017 (média trienal) de 6% ao ano em área, de 5% em número de agricultores e de 6% 
em relação a todos os operadores (processadores, importadores e exportadores) em MPB. 
Uma variável importante que as estatísticas europeias revelam é que a dimensão média 
de Superfície Agrícola Útil (SAU) numa exploração não biológica era em 2013 de 16 hectares 
(ha), enquanto numa exploração totalmente em MPB na UE foi de 41 ha. 
A força de trabalho por exploração não biológica (convencional ou integrada) foi de 0,9 
Unidades de Trabalho Ano (UTA) e de 1,5 UTA para as explorações agrícolas inteiramente em 
MPB (Eurostat, 2019). Argumenta-se frequentemente que a agricultura em MPB emprega 
mais trabalho do que a agricultura convencional porque é mais intensiva em mão de obra do 
que a agricultura não biológica. Os dados da EC (EU Commission, 2016) mostraram que este 
facto não se verifica para a maioria dos Estados-Membros, mas estes resultados têm de ser 
observados com cuidado, porque a intensidade da mão de obra também depende da 
orientação do produto. Os resultados expõem a capacidade da agricultura em MPB de se 
desenvolver, nomeadamente se consideramos que a dimensão da exploração é um factor 
importante para que o agricultor possa investir em tecnologia e aproveitar as economias de 
escala. 
1.1 Agricultura Biológica na União Europeia 
O apoio da UE foi importante para a conversão e será crucial para que as áreas ainda em 
conversão sejam convertidas em agriculturabiológica. Este apoio é também importante não 
só em termos financeiros, mas também em termos de formação dos agricultores. Para uma 
análise mais detalhada, seria necessário conhecer o efeito das políticas agrícolas nos novos 
países e tentar diferenciar este efeito da situação em termos de área agrícola e produtividade 
no período anterior à sua entrada na UE, atentando para o efeito da abertura de mercado. 
A Figura 1 apresenta a taxa de conversão das áreas sob conversão para a agricultura em 
MPB em totalmente convertida. É de salientar os elevados valores da taxa de conversão dos 
novos países da UE em relação aos países da UE-13. Nesta relação, é de salientar a situação 
dos novos países antes da entrada destes na UE. Os apoios e as áreas com cultivos pouco 
diferenciados e a entrada num novo mercado poderão ter sido a alavanca para estes países, 
enquanto os países das UE-13 já tinham as áreas e formas de cultivo definidas 
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A produção de produtos em MPB provém de áreas totalmente convertidas e a 
percentagem da área sob conversão no total da área em MPB convertida e em conversão será 
um indicador do potencial de crescimento. 
 
Figura 1 - Taxa de conversão de área sob conversão em totalmente convertida para agricultura em 
MPB. Fonte: Eurostat DataBase (FiBL Statistics, 2019). 
Cerca de 12 países apresentaram uma taxa superior a 20% e 15 países, uma taxa inferior 
a 20%, tendo quatro países taxas inferior a 10% em conversão (Figura 2). Se considerarmos a 
UE, em 2016 e 2017, a taxa de área sob conversão em total convertida e sob conversão foi de 
28% e 23%, respectivamente. Se consideramos a relação entre a área em conversão em 
totalmente convertida na UE, esse valor representava, em 2017, cerca de 39%. 
 
Figura 2 - Percentagem de área em conversão em total convertida e sob conversão. Fonte: Eurostat 
DataBase (FiBL Statistics, 2019). 
Os movimentos de conversão apresentam alguma instabilidade e a leitura dos dados 
requer cuidado. Existem alguns agricultores que iniciam o processo para a conversão nas não 
o terminam. Os novos países da UE são aqueles que apresentam valores mais elevados e 
permitem averiguar o potencial de crescimento da agricultura em MPB. 
O Eurostat (2019) revela que as culturas mais relevantes na agricultura biológica são as 
pastagens permanentes, que representam 58% da área em MPB, seguidas dos cereais (20%) 
e das culturas permanentes (15%). 
2. Objetivo e Metodologia 
O objetivo deste trabalho foi a caracterização socioeconômica dos agricultores em MPB 
da Região Centro, bem como avaliar a propensão para a mudança. O trabalho apresenta dois 
estudos de caso na Beira Litoral (BL). Para atingir os objetivos, foi definida uma metodologia 
em duas fases. Numa primeira fase, foi realizada a análise de dados recolhidos através de 
entrevistas pessoais, aplicando um guia de entrevista a ser aplicado em campo aos 
produtores em MPB na BL, e na segunda fase, foram realizadas entrevistas aos produtores 
no Vale do Lis para avaliar a sua propensão para a mudança para o MPB, com amostra 
estratificada. 
A metodologia foi construída considerando diferentes formas de investigação, porque 
uma abordagem poderia configurar-se não completa se utilizar um só método de análise (Bell, 
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2005). Com estas duas fases, procurou-se avaliar as dificuldades sentidas pelo agricultor tanto 
para a conversão como para manutenção das explorações em MPB. 
Na primeira fase, foram analisadas 245 explorações registadas na Direção Regional 
de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), na Beira Litoral em MPB, correspondendo à 
área de 2.404 ha. Foi realizado, com todos os produtores registados, um contacto 
telefónico para validação dos elementos de contacto disponíveis, verificação da 
manutenção de atividade agrícola e para proposta e agendamento de entrevista, de 
acordo com o guião (Anexo 1), na exploração ou em local mais prático para ambas as 
partes. As entrevistas decorreram em 2017. 
Na escolha pelo guião de entrevista para a obtenção dos dados quantitativos e 
qualitativos, foram consideradas as vantagens e desvantagens de uma entrevista com guião 
em relação ao inquérito de perguntas fechadas e abertas. Com a entrevista com guião, 
tentou-se reduzir a rigidez do questionário e obter o máximo de informação que iria permitir 
formar uma base a ser utilizada a ser utilizada em outros trabalhos futuros (Schilling, 2003; 
Paiva, 2010). 
Através desta primeira avaliação, apurou-se que só 222 explorações (221 
produtores) mantinham a atividade agrícola na BL numa área de 1.342 ha, o que 
correspondeu a uma redução de 9,4% no número de explorações e de 44% da área. Dos 
221 produtores em MPB da BL, foram contatados telefonicamente 137 produtores (62% 
do número de produtores e 83,3% da área da BL), o que corresponde a 1.124 ha. Foram 
realizadas 86 entrevistas na exploração (38% dos produtores e 69% da área em MPB, o 
que corresponde a 928 ha). 
Para análise socioeconômica do produtor, só foram considerados as respostas dos 
produtores proprietários da exploração (76 entrevistas). 
No Vale do Lis, foram realizadas entrevistas dirigidas à predisposição à mudança para 
Agricultura em MPB com todos os agricultores e não só com os agricultores em MPB. A área 
de estudo está integrada na área administrada pela Associação de Regantes e Beneficiários 
do Vale do Lis (ARBVL), que abrange cerca de 2.000 ha e apresenta uma elevada 
heterogeneidade em relação à dimensão das parcelas. As entrevistas tiveram o apoio do 
técnico da ARBVL, que facilitou o contato entre o entrevistador e o entrevistado. A entrevista 
era constituída por perguntas fechadas e abertas (Anexo 2), e foram consideradas as questões 
levantadas pela literatura (Norman et al., 1995). 
O estudo abrangeu os proprietários e os agricultores das parcelas. 
Realizou-se uma estratificação para se obter a amostra, segundo a Lei de Gauss. 
Resultaram três conjuntos de amostras representativas das várias classes de dimensão das 
explorações: 20 proprietários com maior área (> 8,5 ha), 20 proprietários com área de muito 
pequena dimensão (área ≤ 25 m2) e 21 proprietários com áreas entre 0,5 e 2 ha. Esta 
estratificação foi necessária porque são predominantes os proprietários de reduzida 
dimensão de área, mas são os proprietários das explorações de grande dimensão os que 
apresentam um maior volume de vendas e são os que têm uma maior participação e 
influência nas decisões do AHVL 
Quando da realização das entrevistas, foi entregue uma brochura sobre a Estratégia 
Nacional para a Agricultura Biológica (Hagatong, 2018). As entrevistas decorreram nos meses 
de março e abril de 2019, tendo-se obtido um total de 57 entrevistas. Os casos de estudos da 
região Beira Litoral e o Vale do Lis estão inseridos na Região Centro de Portugal (Anexo 3). 
Os dados recolhidos foram analisados através do software SPSS 25. Para medir a força da 
associação entre as variáveis, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson (r) e o 
coeficiente de correlação de Spearman (ró), que se aplica quando as variáveis não seguem 
uma distribuição normal. Existem diferenças de metodologia entre os dois estudos de casos, 
mas o objetivo é conhecer as dificuldades da agricultura em MPB, bem como a predisposição 
para este tipo de agricultura na Região Centro. 
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3. Resultados e Discussão 
3.1. A agricultura em MPB em Portugal e na Região Centro 
Para melhor compreensão e enquadrar o trabalho de campo, foi realizada uma análise 
descritiva da evoluçãoda agricultura em MPB em Portugal e na Região Centro. 
Portugal teve vários programas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), o PRODER 
(Programa de Desenvolvimento Rural, 2007-2013) através da Ação 2.2.1 (Alteração de modos 
de produção agrícola) e o PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020) por 
meio da Ação 7.1 (Agricultura biológica), que ajudaram na evolução, em Portugal, da 
agricultura em MPB. 
Este desenvolvimento permitiu que a área em MPB total correspondesse a 7% do total 
da SAU portuguesa e representasse 2% do total da superfície agrícola em MPB da UE-28 em 
2017, com uma taxa de crescimento entre 2012 e 2017 idêntica à UE (Anexo 4). 
Desde de 2012 até 2017, a área convertida ou sob conversão em Portugal aumentou 
cerca de 26%, crescimento superior à média EU, que foi de 25%. 
Em 2010, foi observada a maior área de agricultura em MPB apoiada pelo PRODER, com 
valores totais da ordem de 128 mil ha (Figura 3). A partir de 2010 a 2014, houve uma redução 
progressiva da área em MPB apoiada, atingindo um mínimo de aproximadamente 71 mil ha, 
em 2014 (Programa de Desenvolvimento Rural, 2019). A entrada em vigor do PDR2020 
permitiu um aumento na área apoiada pela Operação (OP.) 7.1.1., Conversão para Agricultura 
Biológica, atingindo os 80 mil ha e, em conjunto com a OP. 7.1.2., Manutenção em Agricultura 
Biológica, área suportada pela Ação 7.1., foi de aproximadamente 226 mil ha, em 2017 
(Programa de Desenvolvimento Rural, 2017). 
Entre 2016-2017, a área apoiada para conversão para a produção em MPB foi 
invariavelmente menor do que as que receberam suporte de manutenção, ou seja, não houve 
um incremento de novas entradas em relação aos períodos anteriores, mas sim a transição 
da OP. 7.1.1. para a OP. 7.1.2., Manutenção em Agricultura Biológica (Figura 3). Em relação à 
Região Centro, observamos uma evolução semelhante a Portugal continental, com a diferença 
na OP. 7.1.1, em que existe um aumento das novas áreas para conversão. 
A Figura 4 demonstra que, em 2011, o PRODER atribuiu um valor máximo de 15 milhões 
de euros (M€) à agricultura biológica em Portugal Continental, mas, entre 2011 e 2014, houve 
uma redução progressiva dos subsídios concedidos via PRODER. 
 
Figura 3 - Evolução da área (ha) em MPB apoiada em Portugal Continental e na Região Centro, por 
Ação e por Operação no PRODER e PDR2020 (hectares). Fonte: Adaptado dos Relatórios de Execução 
do PRODER (vários anos) e do PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural, 2015, 2016, 2017). 
O PDR2020 permitiu um aumento significativo na alocação da agricultura biológica para 
a conversão de 21 M€ em 2016. É de se salientar que na ação 2.2.1 não se separava a 
conversão da manutenção. No PDR2020, existe essa separação e, considerando os dois 
apoios, estes totalizaram cerca de 52 M€ em 2016. Em 2017, verifica-se uma redução do 
financiamento de ambas as operações (26 M€) 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 6/21 
 
Figura 4 - Evolução dos apoios financeiros pelo PDR em Portugal Continental e na Região Centro, por 
Ação e por Operação no PRODER e PDR2020 (Mil Euros). Fonte: Adaptado dos Relatórios de Execução 
do PRODER (vários anos) e do PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural, 2015, 2016, 2017). 
Se consideramos a Região Centro, os apoios seguem a mesma tendência do total 
nacional, mas verifica-se que houve um aumento percentual da área apoiada que não foi 
acompanhada pelo aumento percentual do financiamento (Figura 3 e Figura 4) 
De acordo com a Figura 5, houve um crescimento potencial da área e um crescimento linear 
do número de produtores em MPB. É importante salientar que a área média por exploração 
(ha/expl.) entre 1994 e 1998 (média quinquenal) foi de 39 ha/expl. e esse valor, entre 2013 e 2017, 
passou para 72 ha/expl. Este valor é muito superior ao valor médio por exploração para a agricultura 
em Portugal Continental, que foi em 2016 de 14,9 ha/expl. (Instituto Nacional de Estatística, 2017). 
O crescimento da área ente 1994 e 1998 e 2013 e 2017, foi de 1.781% e do número de 
produtores foi de 101%, o que levou a um crescimento da área por exploração de 85%. 
 
Figura 5 - Evolução da área e do número de produtores em Portugal Continental em MPB. 
Fonte: DGADR (Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2019). 
Entre 1994 e 1998, a Região Centro representava cerca de 20% da área e 12% dos 
produtores em MPB de Portugal Continental, mas entre 2013 e 2017, esse valor foi 19% da 
área e 25% do número de produtores. Houve um aumento do número de produtores em 
relação ao total nacional e uma redução da representatividade da área por aumento das 
áreas de outras regiões. No entanto, é de salientar a importância da Região Centro no 
desenvolvimento deste modo de produção. São evidentes as diferenças entre as duas sub-
regiões, a Beira Litoral (BL) e a Beira Interior (BI), entre 1994 e 2017, no que se refere às áreas 
e ao número de produtores de agricultura em MPB (produções vegetais) (Figura 6). 
 
Figura 6 - Área e número de produtores de agricultura em MPB na Região Centro. Fonte: DGADR 
(Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2019). 
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A região da BL contribuiu entre 2013 e 2017 com 4% (média quinquenal) para a área da 
Região Centro, mas representou 25% dos produtores. A BI, entre 2013 e 2017, representou 
96% da área e 75% do número de explorações da Região Centro. Na Região Centro, a área 
média foi entre 2013 e 2017 de 55 ha/expl. (BL: 9 ha/expl.; BI: 70 ha/expl.) (Direção-Geral de 
Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2019). 
As distribuições das áreas apoiadas por tipo de culturas mantêm-se semelhantes tanto 
no PRODER como para o PDR2020. As pastagens permanentes e as pastagens permanentes 
biodiversas representaram cerca 60% do total da área apoiada pelo PDR. 
Em 2017, os prados e pastagens permanentes representaram 61%, as outras culturas 
temporárias, 22%, e o olival e frutos secos, cerca de 13% da área apoiada pelo PDR2020 pela 
OP 7.1.1. Pela OP. 7.1.2., a distribuição é semelhante (67% prados e pastagens permanentes 
e 17% outras culturas temporárias). 
Em nível de Portugal, entre 2008 e 2017, as pastagens representaram cerca de 67% das 
culturas em MPB, seguidas das culturas forrageiras (9%), com um aumento desta cultura em 
termos relativos e absoluto (crescimento de 128% entre 2011 e 2017), seguida do olival com 9% e 
com crescimento de 16%, entre 2011 e 2017. É relevante a importância das pastagens, o que 
justifica as áreas das explorações em MPB serem superiores à média nacional (Figura 7). 
 
Figura 7 - Percentagem das culturas vegetais no total das culturas vegetais no MPB Portugal. Fonte: 
DGADR (Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2019). 
A distribuição das culturas em Portugal Continental e na Região Centro é semelhante 
(Figura 8). 
 
Figura 8 - Percentagem das culturas vegetais no total das culturas vegetais no MPB na Região Centro. 
Fonte: DGADR (Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2019). 
Nas sub-regiões, observa-se uma diferença em termos de área e na distribuição das 
culturas. A sub-região BL representava, em 2017, cerca de 51% da área cultivada na Região 
Centro com plantas aromáticas (Figura 8). A sub-região BI, registou um decréscimo de 16% na 
área cultivada total em MPB e a BL, um crescimento de 331%, o que está relacionado ao facto 
de que, em 2008, a BI representava 99% da área em MPB da Região Centro, e em 2017, esse 
valor passou para 95%, ou seja, na BI não houve um aumento de novas áreas em MPB. 
A Região Centro abrange uma área de 28.462 km2 e representa 16,1% (585.904 ha) da 
SAU de Portugal Continental. A Região Centro possui 87.044 explorações (33% das 
explorações portuguesas)com uma área por exploração de 6,7 ha/expl., inferior à média 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
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nacional (14,1 ha/expl.), sendo de salientar, entre 2013 e 2016, um crescimento de 0,9% do 
número de explorações, de 5% da SAU e de 4,1% da área por exploração. Em nível nacional, 
no mesmo período, houve um decréscimo do número de explorações (-2,1%), uma 
manutenção da SAU e um crescimento da área por exploração de 2,1% (Instituto Nacional de 
Estatística, 2017). 
Através da base de dados da DRAPC, foi realizada uma caracterização da agricultura em 
MPB da região. Do total de 977 produtores registados na base de dados DRAPC, 77% 
encontram-se na BI. Estes valores são ligeiramente distintos dos valores da Direção Geral de 
Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), que cita um total de 1.367 produtores (vegetais 
e produção animal) representando a BI, cerca de 95% do número de produtores. A área média 
das explorações em MPB na base da DRAPC foi 50,13 ha/expl., um pouco inferior aos dados 
da DGADR (66,3 ha/expl., 2017). 
Na base da DRAPC, a área média da exploração em MPB na BL foi de aproximadamente 
6 ha/expl., substancialmente inferior à área média da BI, que é 63,9 ha/expl., e 75% das 
explorações na BL apresentam uma área até os 4,1 ha/expl. Na BI, 75% das explorações têm 
até 66,7 ha/expl. 
De acordo com a Tabela 1, o número de produtores em MPB que se dedica 
exclusivamente à produção pecuária é de 2,7%. Cerca de 62,3% dedicam-se à produção 
agrícola (vegetal). A maioria das explorações agrícolas possui entre dois e três tipos de 
distintas Orientação Técnico-Econômica (OTE) (Tabela 1). 
Tabela 1 - Número de explorações em MPB, percentagem por atividade no total e OTE por exploração 
na Região Centro, 2017. 
Regiões 
Atividade (Explorações) 
Total 
OTE por exploração 
Agrícola Pecuária Agropecuária 
Média Mediana Máximo 
Nº % Nº % Nº % Nº % 
Beira 
Litoral 200 87,3 7 3,1 22 10 229 23 1.87 1 7 
Beira 
Interior 409 54,7 19 2,5 320 43 748 77 2.36 2 8 
Centro 609 62,3 26 2,7 342 35 977 100 2.24 2 8 
Fonte: Elaborado com dados próprios da DRAPC (2017, não publicado). 
As Pastagens ocupam 69,9% da área na agricultura em MPB, seguidas pelo Olival (8,9%) 
e pelas Culturas Forrageiras (5,1%). Cerca de 10,2% da SAU da Região Centro está em 
agricultura em MPB, mas a maior parte da área situa-se na BI. A agricultura da BL representa, 
de acordo com a DGADR, cerca de 6% da SAU da Região Centro e 1% da SAU nacional em 
MPB. A BI representava em 2017 cerca de 94% da SAU da Região Centro e 18% da SAU em 
Portugal Continental em MPB. 
Os produtores de produção animal representaram cerca de 27% dos produtores de 
Portugal Continental e cerca de 93% dos produtores da Região Centro, e 35% dos produtores 
da Refião Centro estão envolvidos na produção animal (Direção-Geral de Agricultura e 
Desenvolvimento Rural, 2019). 
Os produtores com pecuária exploram, em média, uma única OTE pecuária, denotando 
especialização, sendo de salientar que, no que tange aos pequenos ruminantes (ovinos e 
caprinos), a BI representa 32% do efetivo do Continente. Na Tabela 2, podemos observar a 
distribuição das culturas, por área, número de explorações e área por exploração em 2017, 
nas sub-regiões e na Região Centro. As pastagens ocupam a maior área nas duas regiões, 19% 
na BL e 72% na BI. Na BL, é de salientar a importância das culturas forrageiras e da 
fruticultura. Como cada exploração poderá ter mais de um tipo de cultura, o número de 
explorações poderá dizer respeito a diferentes culturas. 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 9/21 
Tabela 2 - Culturas em MPB na Região Centro 
Culturas 
BL BI Centro BL BI Centro BL BI Centro 
Área 
(ha) 
% Área 
(ha) 
% Área 
(ha) 
% Nª de explorações 
(Nº) 
Área por exploração 
(ha/expl.) 
Arvenses 96 7,2 1345 2,9 1441 3,1 13 96 109 7,4 14,0 13,2 
Forrageiras 286 21,4 2103 4,6 2389 5,1 7 73 80 40,9 28,8 29,9 
Fruticultura 205 15,3 1016 2,2 1220 2,6 142 203 345 1,4 5,0 3,5 
Frutos secos 67 5 422 0,9 489 1 22 104 126 3,0 4,1 3,9 
Horticultura 118 8,8 168 0,4 285 0,6 68 39 107 1,7 4,3 2,7 
Olival 37 2,7 4162 9,1 4198 8,9 28 409 437 1,3 10,2 9,6 
Pastagens 239 17,8 32792 71,5 33030 70 27 361 388 8,8 90,8 85,1 
Aromáticas 42 3,1 30 0,1 72 0,2 33 20 53 1,3 1,5 1,4 
Pousio 118 8,8 3057 6,7 3174 6,7 49 202 251 2,4 15,1 12,6 
Vinha 133 10 765 1,7 899 1,9 27 154 181 4,9 5,0 5,0 
Total 1339 100 45859 100 47198 100 
Fonte: Elaborado com dados próprios da DRAPC (2017, não publicado). 
3.2. Estudo de caso: Agricultores em MPB da Beira Litoral 
O estudo socioeconómico foi realizado com os produtores de agricultura em MPB na 
Beira Litoral, como foi mencionado na metodologia. As entrevistas foram dirigidas aos 
proprietários das explorações, sendo 65% dos entrevistados proprietários e 12% exploram as 
suas propriedades e são rendeiros. O comodato é uma figura importante na forma de 
exploração. O proprietário é geralmente o agricultor do sexo masculino (72,37%) e, na maior 
parte dos casos (61,8%), tem entre 30-49 anos, e 35,5% entre 40-49 anos, sendo de salientar 
que 50% dos agricultores têm ensino superior. Apenas 25% dos agricultores apresentam 
formação na área agrícola, mas cerca de 64,5% dos agricultores realizaram formação agrícola 
de curta duração (<250 horas) e de longa duração (>250 horas). 
Cerca de 55,3% dos produtores têm a agricultura como sua principal atividade. Estes 
dados são mais elevados dos que a média nacional, em que só 5,6% têm formação superior 
e só 6,1% têm como rendimento exclusivo a agricultura, e 12,8% têm a agricultura como 
atividade principal (Instituto Nacional de Estatística, 2017). A motivação para se dedicarem à 
agricultura foi essencialmente a rentabilização da terra (64,5%). 
A experiência familiar na agricultura e o descontentamento profissional foram factores 
importantes para a decisão de entrar na agricultura e na agricultura biológica. Cerca das 
61,8% das respostas dos entrevistados (era possível escolher mais de uma opção) indicaram 
que optaram pela agricultura em MPB por uma questão de filosofia de vida e por viabilidade 
econômica, que era dada pelo preço mais elevado no mercado em relação aos produtos 
produzidos em outros modos de cultivo. A importância dos subsídios para a agricultura 
biológica que superam os custos associados à certificação foi mencionada e alguns 
agricultores observaram uma tendência para o aumento da procura por produtos em MPB. 
A versatilidade de os produtos em MPB poderem ser comercializados em outro modo de 
cultura foi referida por 22% dos entrevistados. A maioria dos agricultores financiou a atividade 
agrícola apenas com recursos próprios (61,4%). Os produtores afirmam que o apoio técnico 
provém de competências agrícolas internas ou de consultoria e/ou da comercialização de 
produtos agrícolas e de associações de colegas. Em termos de vendas, cerca de 52% dos 
produtores vendem sua produção para grossistas e 34% vendem sua produção diretamente 
ao consumidor final, e 33% para o pequeno retalhista (circuito curto). Existem produtores que 
vendem em simultâneo para vários canais. No entanto, cerca de 33 produtores (40%) vendem 
diretamente para a exportação. O preço de venda da produção é maioritariamente 
estabelecido pelo cliente (50,6%). Um factor a ser observado é que 53% dos produtores fazem 
algum marketing/publicidade. 
Alguns produtores pretenderam aumentar as áreas das explorações, mas é difícil 
encontrar terras para comprar ou para alugar. Os proprietários preferem, 
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Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 10/21 
independentemente dos valores propostos para arrendamentoou compra de terra, manter 
as propriedades abandonadas. A existência do Banco de Terras não teve impacto na região. 
Nas entrevistas, foram reveladas críticas quanto à insuficiência de iniciativas de formação 
obrigatória, tanto em termos de dispersão no território nacional como em termos de 
frequência de realização e publicidade. Questões e problemas relacionados com a qualidade 
da formação foram referidos, considerando que o conteúdo das formações é superficial e 
desajustado da realidade da agricultura em MPB. Foram apresentadas críticas aos 
organismos certificadores e à assessoria/consultoria agrícola, e realçam temas sobre a 
credibilidade da agricultura em MPB. 
Os agricultores consideraram que as entidades certificadoras/consultadoria se recorrem 
do desconhecimento de alguns produtores para interpretações abusivas do regulamento que 
rege a agricultura biológica, apresentando como obrigatórias formações que são meramente 
aconselhadas. 
Em relação à perceção do consumidor, foi mencionado que o consumidor de produtos 
em MPB valoriza a certificação, mas o público em geral não reconhece a diferença entre a 
agricultura em MPB e a agricultura de produção integrada. As várias designações existentes 
no mercado, como a “produção natural”, a “produção tradicional” e outras, tendem a dificultar 
a distinção entre diferentes modos de agricultura e a gerar confusão e criar dúvidas aos 
consumidores. Este trabalho permitiu observar que os produtores, nomeadamente de 
pequenos frutos frescos e de produção de plantas aromáticas com o objetivo de adquirir 
escala, adquirem e exportam a produção de outras explorações. Este processo é realizado 
por produtores independentes, associações de produtores, joint ventures ou consórcio. 
3.3. Estudo de caso: Caraterização do agricultor do Vale do Lis: Predisposição para a 
mudança para MPB 
Nesta seção, vamos analisar o trabalho efetuado no Vale do Lis através de uma entrevista 
que tinha como objetivos: caraterização sociodemográfica dos agricultores; conhecer a 
relevância e a motivação para a atividade agrícola; a titularidade da exploração e das parcelas; 
a orientação produtiva e o mercado; o modo de produção, e a predisposição de mudança 
para o MPB e os apoios necessários para a mudança. 
Cerca de 75,5% dos entrevistados do Vale do Lis pertencem à faixa etária superior a 50 
anos e 35,1% têm mais de 65 anos, sendo que 84,2% são do género masculino. O nível de 
escolaridade é inferior ao do estudo de caso anterior e poderá estar relacionado com o facto 
de que, neste estudo, os entrevistados foram os agricultores e proprietários que produzem 
de todos os modos de cultivos, diversamennte do estudo de caso anterior, no qual foram só 
entrevistados os produtores em MPB. Em relação às habilitações académica, 54,4% só 
frequentaram até a 4ª classe, o que está associado à elevada faixa etária dos inquiridos. Os 
resultados do Vale dos Lis são inferiores aos obtidos no Inquérito à Estrutura das Explorações 
Agrícolas (Instituto Nacional de Estatística, 2017). 
No entanto, se acompanharmos o Recenseamento Agrícola de 2009, os valores obtidos 
estão de acordo com a caracterização do produtor agrícola: “[...] produtor agrícola tipo é 
homem, tem 63 anos e apenas completou o primeiro ciclo do ensino básico [...]” (Instituto 
Nacional de Estatística, 2011, p. 3). A atividade agrícola tem um papel secundário para 57,9% 
dos inquiridos. Os rendimentos obtidos permitem acrescentar um rendimento extra ao que 
auferem com a atividade principal porque arrendam as suas parcelas ou têm outra atividade 
em outro setor de atividade econômica. 
Este facto confirma a importância da agricultura familiar em Portugal e o autoconsumo 
da estrutura agrícola (Portugal, 2018). Verifica-se uma correlação positiva fraca (5% de nível 
de significância) entre a relevância da atividade agrícola e a classificação da dimensão das 
explorações (r = 0,301; ró = 0,328). À medida que a dimensão das explorações vai diminuindo, 
a atividade agrícola vai perdendo relevância enquanto atividade principal e passa para um 
plano secundário. 
A maioria dos proprietários cultiva as próprias parcelas (78,2%), mas também há quem 
as arrende (12,7%). O comodato é uma forma de exploração com relevância. Os proprietários 
que arrendam pretendem continuar a arrendar ou ceder e não vender. As respostas dos 
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proprietários explicam a dificuldade que os arrendatários sentem em aceder à terra por 
completo e, consequentemente, a dificuldade de investimento de longo prazo. 
A motivação para a prática da agricultura está relacionada com a rentabilização das 
terras (43% das respostas) e com o facto de esta ser uma atividade familiar (30% das 
respostas), tendo o proprietário a possibilidade de continuar um negócio que já existia na 
família. 
Em relação ao destino da produção, verifica-se que não há uma resposta que predomine 
em relação às outras, na medida em que cerca de 44% dos entrevistados vendem toda a 
produção e 33% dos entrevistados só cultivam para autoconsumo. No entanto, 
correlacionando o destino da produção com a dimensão das explorações, existe uma 
correlação positiva fraca, com 5% de nível de significância, entre estas duas variáveis 
(r = 0,282; ró = 0,314). Exploração de menor dimensão implica maior autoconsumo. 
Existe também uma correlação significativa (5% de significância) positiva média (r = 0,433 
e ró = 0,432) entre a idade e o destino da produção, o que significa que os agricultores de 
faixa etária mais elevada tendem a destinar-se à produção para o autoconsumo. Seria 
importante analisar num estudo futuro a relação específica dos canais de comercialização 
com o MPB. Em relação às OTE, é de salientar a importância das hortícolas (32%), o milho-
grão (28%) e as pastagens e forragens (18%). 
Em relação ao modo de produção, apenas um agricultor produz em modo de produção 
biológico, os restantes indicaram que produzem em modo de produção integrada. A maior 
parte dos inquiridos (84%) respondeu que não estava interessado em mudar o modo de 
produção para MPB, o que se verificou em todas as classes de dimensão das explorações. 
Tanto os proprietários que responderam que estavam interessados em mudar para MPB 
como os que não estavam interessados indicaram dois apoios fundamentais para a ajuda na 
conversão/mudança de decisão: a garantia de escoamento e os preços mais elevados de 
produção. Para tal, era necessária a diferenciação por parte do consumidor. No entanto, das 
45 respostas obtidas, 32 foram no sentido de que não existem quaisquer apoios que os façam 
mudar de opinião. 
Para estes proprietários, nenhum dos apoios elencados na entrevista funciona como 
alavanca para mudar para o MPB. Só dois referiram apoios que se incluem diretamente em 
incentivos do Estado: o apoio à comercialização e o apoio à conversão. 
Existe uma correlação negativa significativa, em 5% de nível de significância, entre as 
habilitações acadêmicas e a predisposição a mudar (r= -0,37 e ró = -0.34). Se relacionarmos com 
a idade, essa correlação é significativa em 1% de nível de significância (r= -0,49; ró =- 0,45). 
Quanto mais elevado for o nível de escolaridade e quanto mais jovem for o agricultor, maior é 
a predisposição para a mudança. 
A análise dos dados da agricultura biológica na Região Centro teve importância no 
desenvolvimento da agricultura em MPB em nível nacional, mas apresenta diferenças 
significativas nas áreas de produção e na Orientação Técnico-Econômica. 
Os estudos de caso revelaram que o agricultor em MPB na BL é na sua maioria do género 
masculino com idade compreendida entre 40 e 49 anos, tem a agricultura como atividade 
principal, é licenciado e a formação em agricultura foi obtida através de formações de curta e 
de longa duração. Os produtores são proprietários dos terrenos que exploram e financiama 
atividade agrícola apenas com recurso de capitais próprios e escoam a sua produção para 
clientes nacionais, sendo que o preço de venda da produção é maioritariamente estabelecido 
pelo cliente. 
Os agricultores no Vale do Lis são agricultores que se enquadram no contexto 
socioeconómico dos agricultores em nível nacional e o estudo de caso do Vale do Lis revelou 
que a estrutura da terra de pequena dimensão, o agricultor com baixo nível de escolaridade 
e de elevada taxa etária restringem o desenvolvimento da agricultura biológica. 
Além disso, os agricultores enfrentam uma série de incertezas que explica a baixa adesão 
a esse modo de produção, a saber, o processo de certificação, o conhecimento técnico de 
novas tecnologias, especialmente a proteção de culturas, e os problemas de comercialização 
e garantia de rentabilidade. 
Os resultados revelam que o factor idade, a propriedade da terra e a dimensão são 
factores importantes para o desenvolvimento da agricultura em MPB. É de se realçar que os 
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Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 12/21 
preços dos produtos em MPB traduzem o reconhecimento dos consumidores de um produto 
diferenciado com a produção, implicando custos acrescidos, nomeadamente o acréscimo de 
mão de obra e a certificação que permite a diferenciação. 
A caracterização socioeconômica nos dois estudos de caso pode ser importante para o 
desenvolvimento da agricultura em modo biológico, mas não explica as dificuldades de 
desenvolvimento deste modo de agricultura. Os agricultores em geral e os agricultores em 
MPB não são um grupo homogéneo e as suas escolhas dependem de opções pessoais, em 
termos tanto de valores como de questões de gestão da sua exploração. 
Observa-se que a política permite apoiar a agricultura biológica, mas não é a variável da 
qual depende a escolha deste modo de agricultura. Darnhofer et al. (2005) referem que não 
se deve ocultar a complexidade das circunstâncias pelas quais os produtores entram na 
produção biológica e que entender melhor as atitudes e os motivos sobre os quais diferentes 
agricultores baseiam sua decisão e a heterogeneidade tem implicações na estratégia de 
promoção deste modo de produção e pode ajudar a modular medidas políticas para se 
adequar a essas estratégias. 
As duas áreas apresentam diferenças na forma de comercialização, mas o circuito curto 
é uma questão a desenvolver em ambos os casos. Os circuitos curtos de comercialização em 
ambos os casos foram referidos como importantes, sendo de salientar a sua importância no 
Vale do Lis. Mastronardi et al. (2015) apresentam uma análise bibliográfica sobre a relação 
entre os circuitos curtos e a sustentabilidade da agricultura, e referem que os sistemas curtos 
promovem sistemas produtivos mais sustentáveis, tanto do ponto vista social como 
ambiental. Apesar do impacto positivo que os circuitos curtos podem ter no ambiente, 
segundo alguns autores, este pode não ser o factor fundamental para reduzir os efeitos 
negativos relacionados com o transporte, e eles argumentam que o efeito do circuito curto 
na sustentabilidade ambiental advém essencialmente do modo de agricultura com que estes 
circuitos geralmente estão inter-relacionados (Dimitri & Greene, 2002). EPRSLibrary (2019) e 
Kneafsey et al. (2013) salientam o impacto dos circuitos curtos na UE em termos de 
sustentabilidade econômica, social e ambiental. 
A valorização e a diferenciação pelo preço por parte do consumidor é elemento alavanca 
para o desenvolvimento deste modo de produção. Os agricultores convertidos e os não 
convertidos apresentam conhecimento adequado dos benefícios deste modo de produção e 
a necessidade de uma agricultura mais ecológica para a sustentabilidade econômica das 
explorações. 
É manifesto o papel do Estado na promoção da agricultura em modo biológico, através 
da clarificação dos vários sistemas de produção e também do modo de comercialização, mas 
o maior contributo para o desenvolvimento da Agricultura em MPB resulta da procura, que 
tem valorizado o produto em termos de preço e do escoamento. O aumento das parcelas e o 
esclarecimento sobre custos de produção, a mecanização da agricultura, o apoio aos jovens 
agricultores e a renovação geracional são questões importantes e serão factores a ter em 
consideração no desenvolvimento de políticas para este modo de agricultura. Realça-se ainda 
a grande receptividade em aprofundar conhecimentos para fundamentar tomadas de 
decisão, através de ações de divulgação ou na participação em ações do tipo demonstrativo. 
Kuo & Peters (2017) mencionam que o desenvolvimento da agricultura em MPB foi 
moldado por interações entre factores sociais, políticos e econômicos, e que o 
desenvolvimento da agricultura biológica é associado a um movimento econômico por meio 
da incorporação social, caracterizado por conhecimento, inovação e confiança; 
consequentemente, a literatura associa a escolha deste modo de produção com atributos 
sociais. Apesar de existir uma vasta bibliografia a interligar a agricultura em MPB com 
atributos sociais e ambientais (Lamine & Bellon, 2009), o trabalho de Kuo & Peters (2017) 
apresenta resultados controversos e salienta que agricultura não trabalha fora do sistema 
econômico e salienta o efeito de proximidade ou de vizinhança no desenvolvimento deste 
modo de produção e a necessidade de dimensão não só física das explorações mas também 
das organizações. Neste trabalho, é possível observar as interações entre os factores sociais 
e a necessidade de interação com a economia e os atributos sociais. Mas o desenvolvimento 
da agricultura biológica é diferente entre os Estados Membros da UE, em nível nacional, e 
como foi observado neste trabalho, em nível regional. Moschitz & Stolze (2007) realçam estas 
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Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 13/21 
diferenças em nível da Europa e destacam que o desenvolvimento da agricultura em MPB é 
limitado pelos atores políticos que operam na agricultura e pela falta de recursos das 
organizações em agricultura biológica. No entanto, essas limitações poderão ser 
ultrapassadas através da procura de parcerias políticas. 
O financiamento pela PAC de acordo com os resultados obtidos não é o constrangimento 
mais significativo, pois outras políticas, como a formação e o acesso à terra são factores 
necessários para incrementar este modo de produção. Rozman et al. (2012) referem que os 
subsídios não são a única força motriz no sistema e mais importantes são as outras atividades 
que promovem a agricultura biológica 
É importante observar que o trabalho demonstra que os agricultores e os potenciais 
agricultores em MPB não são um homogéneo e que os valores pessoais e as características 
sociodemográficas desempenham um papel importante nas suas opções. Meike et al. (2017) 
realçam essas diferenças nas tomadas de decisão do agricultor. Ressalta-se a importância dos 
atributos sociais e ambientais na opção por esse modo de agricultura, destacando-se a 
necessidade de incorporação no sistema produtivo e de mercado. 
4. Conclusão 
Existem várias maneiras de desenvolver uma agricultura ecologicamente correta. Os 
agricultores reconhecem o MPB como um factor positivo para o desenvolvimento de uma 
agricultura mais sustentável, mas apresentam um conjunto de questões que dificultam a sua 
implantação. 
Os dois estudos de caso na Região Centro permitiram caracterizar o agricultor em MPB 
e avaliar a sua predisposição para a mudança, possibilitando obter uma fotografia mais 
próxima das estruturas agrícolas em MPB e em outros modos de produção. Permitem 
observar as caraterísticas socioeconômicas e as razões pela escolha por este modo de 
agricultura e os constrangimentos sentidos para a evolução da exploração, assim como 
possibilita observaros constrangimentos para essa escolha. Os resultados obtidos apontam 
para diversas dificuldades na conversão dos modos produtivos e na manutenção dos que já 
estão neste modo de produção. 
O trabalho revelou elementos que permitem aos investigadores e instituições agrícolas 
ajudar os agricultores a superarem os obstáculos que enfrentam para a conversão em MPB, 
a sua manutenção, bem como incrementar a competitividade das explorações em MPB, 
fortalecendo os atores da cadeia de valor. O aumento da confiança na agricultura em MPB 
deverá ter a participação ativa dos agricultores, através de informação credível, certificação e 
transparente. 
A confiança na agricultura biológica também depende da confiança dos agricultores. É 
necessário trabalhar para criar a formação adequada às suas necessidades, fornecendo 
informações precisas e reais sobre as dificuldades e os benefícios desse modo de agricultura. 
No entanto, os agricultores e os potenciais agricultores em MPB não são um grupo 
homogéneo e as diferenças têm de ter em consideração as escolhas, que dependem de 
valores pessoais e têm ver com as formas de gestão. 
As políticas de Desenvolvimento Rural permitiram o desenvolvimento deste modo de 
agricultura, mas é importante ressaltar que são necessárias outras estratégias, sem esquecer 
que, para o produtor, o mercado é o motor do sistema produtivo. 
Este trabalho deverá ser alargado em nível nacional, não somente para a caracterização 
dos agricultores em MPB mas também para aferir a predisposição à mudança em nível 
nacional, de forma a adequar os instrumentos públicos às necessidades do agricultor e para 
o desenvolvimento das cadeias agroalimentares. 
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Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 15/21 
Programa de Desenvolvimento Rural – ProDeR. (2016). Relatório de Execução Anual-2016. Portugual: 
ProDeR. Recuperado em 15 de maio de 2019, de http://www.pdr-2020.pt/site 
Programa de Desenvolvimento Rural – ProDeR. (2017). Relatório de Execução Anual-2017. Portugual: 
ProDeR. Recuperado em 15 de maio de 2019, de http://www.pdr-2020.pt/site 
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linguistics (Chap. 6). Cambridge:Cambridge University Press. 
Submetido em: 18/Out/2019 
Aceito em: 19/Maio/2020 
Classificação JEL: Q18. 
 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 16/21 
Anexo 1 - Guião de entrevista de campo 
1. Informação pessoal e profissional: Idade: Habilitações profissionais: Situação 
Profissional anterior: Razões da escolha pela agricultura e pela agricultura biológica. 
2. Criação de empresa: Registo da empresa: Parcelário: Registo como agricultor: 
Certificação: Elaboração de projeto: Financiamento (Capitais Próprios: Créditos 
Bancários: Subsídios e Incentivos): Implementação de projeto. 
3. Atividade da empresa: Relação com fornecedores: Forma de exploração: Área de 
Produção (certificada e não certificada): Canais de distribuição: Como e quando foram 
criados: Natureza: Mão de obra: Produtos: Equipamentos e Edificado: Marketing e 
Publicidade: Sustentabilidade e perspectivas de futuro. 
 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 17/21 
Anexo 2 - Inquérito aos agricultores do A.H. do Vale do Lis 
O presente inquérito, que pretende servir de apoio ao estudo dos modos de produção no 
AHVL, é anónimo e confidencial, e os dados recolhidos servem exclusivamente para ser tratados no 
âmbito do Grupo Operacional para a Gestão da Água do Vale do Lis. Obrigado pela sua colaboração. 
1. Idade (assinalar com X a resposta correta) 
□ < 20 anos 
□ 20-40 anos 
□ 41-49 anos 
□ 50-64 anos 
□ ≥ 65 anos 
2. Género (assinalar com X a resposta correta) 
□ Masculino 
□ Feminino 
3. Habilitações literárias (assinalar com X a resposta correta) 
□ Até a 4ª classe 
□ Até o 9º ano 
□ 12º ano 
□ Bacharelado ou Licenciatura 
□ Mestrado ou Doutoramento 
4. Relevância da atividade agrícola (assinalar com X a resposta correta) 
□ A agricultura é a minha principal atividade e fonte de rendimento. 
□ A agricultura é a minha atividade secundária e apoia o rendimento familiar. 
5. Motivação para a prática da atividade agrícola [assinalar com X a(s) resposta(s) 
correta(s)]. Indique as duas principais razões, caso haja mais que uma motivação. 
□ Foi sempre uma atividade familiar. 
□ Quero ser agricultor e tenho formação acadêmica na área agrícola. 
□ Estava desempregado(a). 
□ Quero ser agricultor e tenho terrenos que quero rentabilizar. 
□ Estava descontente profissionalmente e resolvi mudar de profissão, aproveitando os 
apoios do PDR. 
□ Estava descontente profissionalmente e resolvi mudar de vida. 
6. Relativamente à propriedade das parcelas que cultiva no Vale do Lis (assinalar com X a 
resposta correta) 
□ Sou proprietário. 
□ Sou arrendatário (“rendeiro”). ➔ O SEU INQUÉRITO TERMINOU. 
□ Exploro por comodato (“empréstimo gratuito”). ➔ O SEU INQUÉRITO TERMINOU. 
□ Sou proprietário e arrendatário (“rendeiro”). 
□ Sou proprietário e também exploro por comodato (“empréstimo gratuito”). 
7. Se respondeu que é proprietário (assinalar com X a resposta correta) 
□ Sou eu que cultivo a(s) minha(s) parcela(s). 
□ Arrendo a(s) minha(s) parcela(s). ➔ PASSE PARA A PERGUNTA 15 
□ Cultivo algumas parcelas e arrendo/cedo por comodato 
□ Cedo a(s) minha(s) parcela(s) por comodato (“empréstimo gratuito”) ➔ PASSE PARA A 
PERGUNTA 15 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 18/21 
8. Destino da produção: (assinalar com X a resposta correta) 
□ Vendo toda a produção. 
□ Vendo uma parte da produção e a outra parte é para consumo próprio. 
□ Produzo apenas para consumo próprio ➔ PASSE PARA A PERGUNTA 12 
9. Indique, por ordem de importância, para que canais vende: (escrever 1º, 2º, 3º, 4º, por 
ordem de importância do volume de vendas) 
□ Vendo diretamente ao consumidor final (mercado ou na empresa). 
□ Vendo a pequenos retalhistas. 
□ Vendo para a cooperativa ou para grossistas. 
□ Vendo a grandes superfícies. 
10. Mercado (assinalar com X a resposta correta) 
□ Vendo apenas para o mercado nacional. 
□ Vendo apenas para o mercado estrangeiro. 
□ Vendo para o mercado nacional e para o mercado estrangeiro. 
11. Indique as quatro (4) principais produções nas suas parcelas: (escrever 1º, 2º, 3º e 4º, por 
ordem de importância da área ocupada) 
□ Hortícolas 
□ Vinha 
□ Arroz 
□ Milho (grão) 
□ Pastagens e forragens 
□ Frutícolas 
□ Bacelos 
□ Pequenos frutos 
□ Outras Quais? ______________________ 
12. Modo de produção (assinalar com X a resposta correta) 
□ Modo de produção biológico 
□ Modo de produção integrada 
□ Produção convencional 
□ Nenhuma das anteriores 
13. Se respondeu que produz no modo de produção integrada e considerando que existe 
uma Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica e um Plano de Ação para a produção 
e promoção de produtos biológicos, está disponível para mudar para o modo de 
produção biológico? Entregar doc. “Estratégia Nacional para a AB” 
Sim. Por quê?_________________________________________________________________ 
Não. Por quê?______________________________________________________________________ 
Se a resposta anterior for Sim, diga quais os apoios que considera mais necessários para 
ajudar na reconversão. 
Se a resposta for Não, diga quais os apoios que precisava ter para mudar de opinião 
(indique três respostas por ordem de importância). 
Apoios Se a resposta tiver 
sido SIM 
Se a resposta tiver sido 
NÃO 
Apoio na comercialização 
Subsídio para reconversão 
Apoio nos custos dos factores de produção 
(fertilizantes e meios de proteção das culturas 
contra pragas e infestantes) 
 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 19/21 
Apoios 
Se a resposta tiver 
sido SIM 
Se a resposta tiver sido 
NÃO 
Formação Técnica 
Apoio financeiro para a certificação 
Garantia de escoamento 
Preços mais elevados da produção 
Maior área de produção 
Outros 
14. Uma vez que arrenda as suas parcelas ou as cede por comodato, qual o modo de 
exploração que prevê futuramente para as mesmas? (assinalar com X a resposta correta) 
□ Pretendo continuar a arrendar/ceder. 
□ Pretendo começar a cultivá-las. 
□ Pretendo vendê-las. 
 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 20/21 
Anexo 3 - Mapa de Portugal por sub-regiões (a) e NUTs II (b) 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/NUTS_de_Portugal 
Anexo 4 - Percentagem do total da área totalmente convertido e em conversão para 
MPB e área agrícola total utilizada e total da área em MPB (hectares) na UE 
Percentagem da área em MPB no Total da Superfície 
Agrícola Útil 
Total de área em 
MPB 
Taxa de 
crescimento 
Países % 1000 ha % 
Anos 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2012 2017 2012-2017 
EU - 28 5,64 5,70 5,78 6,20 6,68 7,03 10048 12560 25% 
Bélgica 4,48 4,67 5,00 5,17 5,80 6,28 60 84 40% 
Bulgária 0,76 1,13 0,96 2,37 3,20 2,72 39 137 249% 
Rep. Checa 13,29 13,47 13,44 13,68 14,00 14,09 469 496 6% 
Dinamarca 7,31 6,44 6,25 6,33 7,81 8,60 195 226 16% 
Alemanha 5,76 6,04 6,18 6,34 6,82 6,82 960 1138 19% 
Estónia 14,86 15,65 15,96 15,68 18,02 19,60 142 196 38% 
Irlanda 1,16 1,20 1,16 1,65 1,72 1,66 53 74 41% 
Grécia 9,01 7,36 6,72 7,70 6,50 7,96 463 410 -11% 
Espanha 7,49 6,85 7,26 8,24 8,48 8,73 1757 2082 19% 
França 3,55 3,66 3,87 4,54 5,29 5,99 1031 1744 69% 
Croácia 2,40 3,13 4,03 4,94 6,05 6,46 32 97 203% 
Itália 9,30 10,60 10,91 11,79 13,99 14,86 1167 1909 63% 
Chipre 3,38 4,03 3,63 3,72 4,94 4,57 4 6 43% 
Eslováquia 10,63 9,89 10,86 12,29 13,42 13,92 196 269 37% 
Lituânia 5,51 5,74 5,57 7,11 7,50 7,98 157 234 50% 
Luxemburg
o 
3,14 3,39 3,43 3,21 3,47 4,15 4 5 32% 
Hungria 2,452,45 2,34 2,43 3,48 3,73 131 200 53% 
Malta 0,32 0,06 0,29 0,25 0,21 0,35 0 0 11% 
Países 
Baixos 
2,61 2,65 2,67 2,67 2,91 3,14 48 56 17% 
Áustria 18,62 18,40 19,35 20,30 21,25 23,37 533 621 16% 
Polônia 4,51 4,65 4,56 4,03 3,72 3,41 655 495 -24% 
Agricultura biológica na Região Centro de Portugal: sub-região da Beira Litoral e no Vale do Lis 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(1): e238880, 2021 21/21 
Percentagem da área em MPB no Total da Superfície 
Agrícola Útil 
Total de área em 
MPB 
Taxa de 
crescimento 
Países % 1000 ha % 
Anos 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2012 2017 2012-2017 
Portugal 5,48 5,31 5,74 6,52 6,75 7,04 201 254 26% 
Roménia 2,10 2,06 2,09 1,77 1,67 1,93 288 258 -10% 
Eslovénia 7,32 8,07 8,55 8,85 9,12 9,60 35 46 32% 
Eslováquia 8,53 8,18 9,37 9,47 9,75 9,90 164 189 15% 
Finlândia 8,65 9,07 9,29 9,91 10,47 11,38 198 259 31% 
Suécia 15,76 16,50 16,53 17,14 18,30 19,16 478 577 21% 
Reino 
Unido 
3,41 3,24 3,02 2,89 2,82 2,87 590 498 -16% 
Fonte: Eurostat DataBase (consultado em 15/05/2019). 
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