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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE ACADÊMICOS: Bruno Prestes, Desiree Dalle Tese, Enzo Bonassa, Giulia Kammradt e Lívia Gomes. TURMA: 104-3AM DISCIPLINA: Direito do Consumidor e Juizados Especiais PROFESSOR: Carlos Alberto Hartwig ATIVIDADE AVALIATIVA I 1) Em maio de 2019 o Sr. ZICO contraiu um empréstimo consignado junto ao BANCO PATINHAS no valor de R$ 4.963,45 (quatro mil novecentos e sessenta e três reais e quarenta e cinco centavos), que está sendo descontado de seu benefício previdenciário. No final do mês de julho de 2019, ao consultar seu saldo bancário, deparou-se com o acréscimo de R$ 7.064,64 (sete mil e sessenta e quatro reais e sessenta e quatro centavos) em sua conta. Surpreso, retirou um extrato para conferência e dirigiu-se ao BANCO MOEDA CERTA, onde foi identificado que o depósito do referido valor tinha sido feito pelo BANCO TRIPLO X. Por conta disso, em 29.07.2019 o Sr ZICO foi até a referida casa bancária e explicou para a atendente que nunca tinha contraído referido empréstimo. A atendente, em consulta ao sistema respondeu ao Sr ZICO o seguinte: “é, realmente, o contrato não está assinado”. Diante da situação, o Sr ZICO pediu o cancelamento imediato do contrato, uma vez que nunca solicitou o crédito. Em seguida, a atendente entregou ao Sr ZICO uma folha sulfite em branco, para que este escrevesse uma carta à mão, formalizando a solicitação de cancelamento do contrato. Após, foi-lhe solicitado que retornasse à agência em data posterior. Na sequência, o Sr ZICO compareceu novamente ao estabelecimento, tendo sido atendido por outra pessoa que, nesta ocasião, ao ouvir a reclamação do Sr ZICO, mostrou-lhe o contrato nº 328222635-0, com sua assinatura aposta. O Sr ZICO, pasmo, salientou que nunca assinou o contrato e que nunca possuiu qualquer relação jurídica com o BANCO TRIPLO X. Todavia, nenhuma solução para o problema foi apresentada. Ocorre que os descontos automáticos que estão sendo realizados mensalmente de seu benefício previdenciário estão causando prejuízos de ordem material a si e a toda sua família. Ainda, não satisfeita com a cobrança indevida, BANCO TRIPLO X realiza ligações telefônicas diariamente, de forma insistente e incessante, oferecendo outras operações de crédito ao Sr ZICO. Tais ligações, cominadas com a ausência de relação jurídica com o BANCO TRIPLO X, desencadearam um quadro de ansiedade no Sr ZICO, que está tomando remédio controlado. Resposta 1: Fundamentação legal: Art.4 - I, VI; Art. 6 - II; Art. 14; Art. 34; Art. 39 -I, III, IV; Art. 42 - Parágrafo Único. Há também desdobramentos jurídicos na esfera Civil e Penal. A Responsabilidade Civil é Objetiva, cf. as Súmulas 297 e 479 do Superior Tribunal de Justiça, elencadas abaixo. Sob o viés dos fatos ocorridos, o sr. Zico teve seus dados “vazados” a um terceiro. E posteriormente, teve sua assinatura fraudada. Todos os fatos ocorreram por meio de processos internos do banco, sem culpa do consumidor. O DANO caracteriza-se como Moral e Material. Moral uma vez que o banco realizava ligações telefônicas insistentes e incessantes, bem como desenvolveu no Sr. ZICO um quadro de ansiedade. Material em função dos descontos automáticos que estão sendo realizados mensalmente do seu benefício previdenciário, causando prejuízos para subsistência de sua família.. Conforme o livro doutrinário Comentários ao Código de Defesa do Consumidor, dos autores Claudia Lima Marques, Antonio Herman V. Benjamin e Bruno Miragem, compreende-se: Por fim, a jurisprudência pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal apresenta: 2) No dia 12 de setembro de 2012 a Sra MATILDA procurou a CLÍNICA SORRISO LINDO, sendo atendida pelo Dr. PEDRINHO, apenas para fazer avaliação de tratamento dentário referente apenas a um dente “pivô solto”. Nessa ocasião conversaram sobre a possibilidade de fazer um implante dentário, todavia foi efetuada apenas uma avaliação, sem o aceite da Sra MATILDA. No entanto diante da insistência por parte do Dr. PEDRINHO com frequentes ligações suas de sua esposa e da secretária da CLÍNICA SORRISO LINDO sempre oferecendo fazer um tratamento maior e complexo de implante dentário, a Sra MATILDA concordou em realizar o tratamento, cujo contrato está em anexo, acreditando ser a melhor a solução. O custo deste tratamento ficou no importe de R$ 10.000,00 (dez mil reais), mais os procedimentos em virtude dos problemas advindos no curso deste, o qual teve um gasto extra de R$ 2.884,30 (dois mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e trinta centavos) – comprovantes dos pagamentos realizados anexos. Embora posteriormente tenha enfrentado problemas quanto as suas expectativas traduzidas na frustração por não alcançar o resultado almejado. O tratamento se iniciou com um enxerto ósseo (retirando osso do maxilar para fazer o implante), porém ficou um pino aparente, que fora implantado sem anuência da Sra MATILDA (teria aceitado durante o procedimento * Anestesiada*). Sra MATILDA ficou com o pino, retirando mais um dente para inserção de mais um pino, em sequencia implantou três dentes. Que deveriam ser definitivos conforme acordado, todavia se tratavam de dentes provisórios. Implantado novo dente, o mesmo caiu, e foi reimplantado em várias ocasiões. Sendo durante todos esses anos de tratamento, iniciado em 2012 com procedimentos realizados no interim até 2017, ao que foram cobrados valores por conta dos procedimentos de forma apartada. Durante todo esse período de tratamento, a Sra MATILDA se viu em dificuldades para se alimentar frequentar festas, trabalhar, pois atende clientes em sua profissão cabeleireira, passando por constrangimentos sociais, pois o dente implantado frequentemente caia, até mesmo sendo orientada pelo profissional Dr. PEDRINHO a colar com “goma de mascar”. Fiel ao tratamento a Sra MATILDA frequentou as sessões de procedimentos obedecendo todas as orientações de cuidados que precisava ter, ademais é bom ressaltar que as sessões posteriores do tratamento foram de caráter restaurativo, justamente para corrigir erros das sessões anteriores. Todavia, chegando ao ano de 2017, sem esperanças de melhora de sua situação a Requerente buscou a CLÍNICA SORRISO LINDO para receber uma resposta definitiva, pois todo esse tempo, passando por dor e sofrimento de ordem psicológica, com gastos além do esperado, teve como resultado apenas frustração. Não obstante, após ter cumprido com todas as suas obrigações (pagamento) e aguardado pacientemente o longo tratamento recebeu como resposta que procurasse outro dentista. Diante da falta de sucesso no tratamento e do insucesso em resolver o problema de forma consensual a Sra MATILDA se viu obrigada a procurar um advogado. Até a presente data a Sra MATILDA já desembolsou aproximadamente o valor de R$ 12.884,30 (doze mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e trinta centavos), sem contar os sofrimentos de toda sorte. RESPOSTA 2: Fundamentação legal: Art. 27; Art. 39 - II, IV, VI; Art. 14, Art. 6 - VI, VII; Art. 20. A Responsabilidade Civil é Subjetiva,onde respondem solidariamente a instituição odontológica e o profissional responsável, caso comprovado imperícia e negligência. O DANO é Moral e Material. Moral pois ela foi exposta ao ridículo por cinco anos em seu trabalho e em sua vida social, por conta das falhas no tratamento do dentista, além de ter sido submetida a um tratamento com o aceite sendo realizado enquanto estava anestesiada. Material pois ela teve que gastar R$12.844,30 (doze mil, oitocentos e quarenta e quatro reais e trinta centavos) em um tratamento que a princípio não desejava. Conforme a doutrina, disposta no tópico do Responsabilidade Civil do Dentista, no livro Responsabilidade Civil do Médico, do autor Miguel Neto, determinamos: A jurisprudência utilizada neste caso pode ser: 3) A Sra ROSA adquiriu o imóvel junto a CONSTRUTORA JOÃO DE BARRO em 05/05/2015, conforme contrato de compra e venda anexo. Ocorre que, no final do ano de 2017, alguns meses após realizar a mudança para o apartamento adquirido, a Sra ROSA passou a observara existência de infiltrações nas paredes de seu imóvel recém-adquirido, sendo que tal vício atingiu os cômodos da cozinha, sala de estar, e dois dormitórios (fotos anexas), sendo estes, o da Sra ROSA e o de sua filha, que na época tinha 4 anos. Desse modo, resta clara a existência de severos vícios ocultos que podem causar inúmeras dificuldades a Sra ROSA e a sua família. Ademais, devido a permanência deste vício no imóvel adquirido, a Sra ROSA e sua família estão em risco, uma vez que tal dano pode ocasionar maiores falhas no imóvel, como também poderá causar doenças respiratórias, alergias ou outras infecções. Destaca-se que foram realizadas inúmeras obras no imóvel, restando todas infrutíferas e sem a solução do fato. E além disso, devido as obras realizadas e não solução dos vícios, tanto a Sra ROSA quanto sua filha contraíram doenças respiratórias, como comprova a documentação médica anexa. Destaca-se que as infiltrações foram percebidas pela Sra ROSA no ano de 2017. RESPOSTA 3: Fundamentação legal: Art. 4 - I e V; Art.6 - VI; Art. 8; Art. 18; Art. 27. Pode ser resolvido com o Direito Civil. A Responsabilidade civil é Subjetiva pois existia vícios ocultos na construção realizada pela construtora João de Barro. Observa-se que não há uma data precisa para o prazo prescricional, em casos de vícios ocultos, pois este podem manter-se por longos períodos “invisíveis”. Em relação a prazo decadencial, inicia-se quando ficar evidenciado o defeito. É o entendimento jurisprudencial do Tribunal de Minas Gerais, bem como do Tribunal Federal da 3ª Região: Assim, o DANO é Moral e Material. Moral pois resultou em doenças pulmonares comprovadas, além de ter destruído a moradia das vítimas. Material uma vez que a residência e certos bens dentro dela foram danificados pela infiltração. Conforme o livro doutrinário Comentários ao Código Civil, do autor Giovanni Ettore Nanni, os vícios ocultos são: Outra jurisprudência passível de utilização pode ser o entendimento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal:: 4) Em 12 de março de 2019, o Sr JOAQUIM realizou uma inspeção no medidor de energia da sua residência, conforme o Termo de Ocorrência e Inspeção (em anexo) foi identificado a ocorrência de problemas na medição de energia. A EMPRESA DE ENERGIA LUZ É VIDA alega que o medidor de energia estava com o disco trancado e arranhado, em decorrência deste fato realizou a substituição do medidor sem o consentimento do Sr JOAQUIM. Ocorre que em 5 de agosto de 2019, o Sr JOAQUIM recebeu em sua residência o Comunicado de Irregularidade na Medição, onde a EMPRESA DE ENERGIA LUZ É VIDA está cobrando a quantia de R$ 4.172,81 (quatro mil cento e setenta e dois reais e oitenta e um centavos) referente a possível constatação de procedimento irregular na medição de energia, procedendo, portanto, com a revisão do faturamento relativo ao período de 12/2017 até 03/2019. Destaca–se que o Sr JOAQUIM sempre manteve um consumo de energia dentro da normalidade, que no período alegado pela EMPRESA DE ENERGIA LUZ É VIDA, da possível medição irregular, o consumo do Sr JOAQUIM permaneceu dentro dos padrões, conforme demonstram as faturas de consumo de energia em anexo. Diante dos fatos, o Sr JOAQUIM em posse do Comunicado de Irregularidade na Medição procurou a EMPRESA DE ENERGIA LUZ É VIDA para tentar esclarecer os fatos, contudo, não obteve êxito. Deste modo, o Sr JOAQUIM procurou um advogado para orientar-lhe sobre os seus direitos. RESPOSTA 4: Fundamentação legal: art 6° III, IV, X, , art 39 III e VI, art. 42 do CDC. A Responsabilidade civil é subjetiva, pois necessita comprovação documental ou pericial para que se comprove a suposta irregularidade na medição, bem como a responsabilidade do consumidor e fornecedor. Neste caso, como houve um termo de ocorrência e inspeção e posteriormente, a substituição sem consentimento do Sr. Joaquim, é passível a caracterização de responsabilidade subjetiva pela empresa ENERGIA LUZ É VIDA, uma vez que deteve da culpa na situação supracitada, ao agir sem o consentimento do Sr. Joaquim. Referente ao DANO, este caso é passível de Dano Material, pois Sr. Joaquim está sendo cobrado irregularmente, sendo a dívida no valor de R$ 4.172,81 (quatro mil cento e setenta e dois reais e oitenta e um centavos). Ainda, é possível afirmar Dano Moral no caso acima, uma vez que o Sr. Joaquim dispôs de tempo buscando resolver a situação junto à empresa ENERGIA LUZ É VIDA, e mesmo utilizando seu tempo com a busca pela resolução, não obteve êxito. Assim, ao observar que Sr. Joaquim dispôs do seu tempo buscando uma resolução junto e empresa que se restou infrutífera, determina-se, de acordo a doutrina lecionada por Humberto Theodoro Júnior: "Entretanto, casos há em que a conduta desidiosa do fornecedor provoca injusta perda de tempo do consumidor, para solucionar problema de vício do produto ou serviço. (...) O fornecedor, desta forma, desvia o consumidor de suas atividades para “resolver um problema criado” exclusivamente por aquele. Essa circunstância, por si só, configura dano indenizável no campo do dano moral, na medida em que ofende a dignidade da pessoa humana e outros princípios modernos da teoria contratual, tais como a boa-fé objetiva e a função social: (...) É de se convir que o tempo configura bem jurídico valioso, reconhecido e protegido pelo ordenamento jurídico, razão pela qual, “a conduta que irrazoavelmente o viole produzirá uma nova espécie de dano existencial, qual seja, dano temporal” justificando a indenização. Esse tempo perdido, destarte, quando viole um “padrão de razoabilidade suficientemente assentado na sociedade”, não pode ser enquadrado noção de mero aborrecimento ou dissabor." (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Direitos do Consumidor. 9ª ed. Editora Forense, 2017. Versão ebook, pos. 4016) Ainda, o autor Bruno Miragem, no mesmo sentido, face ao descumprimento contratual dado pela ação da empresa SEM O CONSENTIMENTO do Sr. Joaquim: "Por outro lado, vem se admitindo crescentemente, a partir de provocação doutrinária, a concessão de indenização pelo dano decorrente do sacrifício do tempo do consumidor em razão de determinado descumprimento contratual, como ocorre em relação à necessidade de sucessivos e infrutíferos contatos com o serviço de atendimento do fornecedor, e outras providências necessárias à reclamação de vícios no produto ou na prestação de serviços." (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor - Editora RT, 2016. versão e-book, 3.2.3.4.1) Por fim, um trecho da doutrina do autor Alan Monteiro Gaspar, destacada na Revista Síntese, discorre: "Então, a perda injusta e intolerável do tempo útil do consumidor provocada por desídia, despreparo, desatenção ou má-fé (abuso de direito) do fornecedor de produtos ou serviços deve ser entendida como dano temporal (modalidade de dano moral) e a conduta que o provoca classificada como ato ilícito. Cumpre reiterar que o ato ilícito deve ser colmatado pela usurpação do tempo livre, enquanto violação a direito da personalidade, pelo afastamento do dever de segurança que deve permear as relações de consumo, pela inobservância da boa-fé objetiva e seus deveres anexos, pelo abuso da função social do contrato (seja na fase pré-contratual, contratual ou pós-contratual) e, em último grau, pelo desrespeito ao princípio da dignidade da pessoa humana." (GASPAR, Alan Monteiro. Responsabilidade civil pela perda indevida do tempo útil do consumidor. Revista Síntese: Direito Civil e Processual Civil, n. 104, nov-dez/2016, p. 62) Assim, é o entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: