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RENDA FIXA
LIGA DE MERCADO E NEGÓCIOS UFMG
Arthur Meireles
Enzo Barros
Gabriela Amaral
Sofia Bruzzi
TÍTULO 
LIGA DE MERCADO E NEGÓCIOS UFMG
SUMÁRIO
Preço Unitário e Taxa de Juros
 O que são juros?
Preço unitário vs taxa
Pra quê servem os Juros?
Como o mercado negocia Juros?
Curva de Juros
Como interpretar uma curva de juros?
Informações em um curva de juros
Principais Títulos
Marcação a Mercado
1.
a.
b.
c.
d.
2.
a.
b.
3.
4.
 a. O que é Marcação a Mercado?
 b. Como isso afeta minhas aplicações?
 c. Quais fatores afetam a Marcação a Mercado
 d. Vantagens
.......................................................................................3
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1
O mais importante aqui é perceber que a taxa e o preço unitário são inversamente
proporcionais!
Então, vamos fazer o seguinte... muitos títulos, principalmente os públicos, têm o
montante ou valor de face fixos. Você sabe exatamente quanto vai receber no final do
prazo. Então vamos fixar essas duas variáveis!
Agora podemos perceber que para conseguirmos atingir o mesmo montante final, a
taxa e o capital são inversamente proporcionais! Quanto maior o capital que eu tiver,
menor será a taxa que eu precisarei multiplicar para chegar ao montante! E da mesma
forma, quanto menor o capital que eu tenho, maior terá que ser a taxa que eu vou
multiplicar para chegar ao mesmo valor!
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Prazos: tempo até o vencimento (t)
Taxas: valorização do preço (i)
Preço Unitário (PU): Capital que será aplicado hoje (C)
Valor de Face: Montante que será recebido no vencimento (M)
Vale a pena lembrar que juros são uma remuneração cobrada pelo empréstimo de
dinheiro (ou outro item). É expresso como um percentual sobre o valor emprestado
(taxa de juro) e pode ser calculado de duas formas: juros simples ou juros compostos.
Como quase que a totalidade do mercado financeiro usa juros compostos nos cálculos,
vamos tratar apenas deles aqui!
Bom então vamos começar lembrando de como os juros são negociados no mercado.
Os juros compostos são calculados pela famosa fórmula montante é igual a capital,
multiplicado por 1 mais juros elevado ao tempo. Quando falamos de títulos de dívida,
costumamos ouvir os termos vencimento, valor de face, preço unitário e taxas. Isso
nada mais é que uma outra forma de se nomear as variáveis dos juros compostos
clássicos.
Assim, observamos que os juros dependem de:
M = C ( 1 + I )
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01. Preço Unitário e Taxa de Juros
a) O que são juros?
V A L O R D E F A C E = P U ( 1 + I )t t
b) Preço Unitário vs Taxa
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No vencimento de um título de 3 anos, devo receber 1000 reais. Se eu tenho 800
reais para investir hoje, a taxa que eu terei será de 7,72%.
Agora, se para o mesmo exemplo eu tiver apenas 700 reais para investir, a taxa
para completar os 1000 reais em 3 anos será de 18,56%.
multiplicar para chegar ao mesmo valor!
Por exemplo, se admitirmos um valor de face de R$1000,00 e um prazo de três anos,
teremos duas possibilidades:
1.
2.
M = C ( 1 + I )t M = C ( 1 + I )t
Em primeiro lugar, porque gera um impacto direto nos investimentos de renda fixa. Por
exemplo: se eu quiser comprar um título de renda fixa, preciso saber quais taxas de
juros estarão atreladas a eles.
Ademais, impacta indiretamente nos investimentos de renda variável, porque a maior
ou menor rentabilidade da renda fixa pode levar os investidores a arriscarem mais ou
não no investimento em renda variável.
Por último, é importante para saber quais os juros que pagamos caso tomarmos um
empréstimo.
c) Pra quê servem os Juros?
Bom, lembramos o que são juros compostos... Mas qual a taxa que é negociada no
mercado? Essa é a Taxa DI que representa os juros médios diários dos empréstimos
entre os Bancos, que são balizados pela Selic Meta.
A oscilação muito forte dessa taxa DI pode ser um risco para empresas endividadas ou
para a rentabilidade de investidores. Logo, para se proteger disso, é possível negociar
um derivativo chamado de DI Futuro. Não vamos entrar no mérito de o que é DI Futuro
nem dos detalhes de seus contratos. O que tem que ficar registrado aqui é que é
possível saber como o mercado está pagando não só os juros hoje, mas também daqui
há alguns dias, meses e anos.
Logo o Futuro DI é a expectativa dos investidores de qual é uma taxa de juros provável
em um determinado momento. Para isso, o mercado costuma usar indicadores
macroeconômicos, como:
d) Como o mercado negocia Juros?
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macroeconômicos, como taxa de inflação, política fiscal e monetária, dívida pública,
expectativas e resultados do PIB, balança comercial e câmbio.
A partir desses dados, o mercado projeta como a taxa de juros estará em um cenário
futuro.
Por exemplo: se a economia atual indicar que a inflação será baixa nos próximos meses,
com um crescimento lento do PIB, espera-se que os juros caiam nesse período. Com
isso, os contratos de juros futuros para os próximos meses serão negociados a uma
Taxa DI menor do que a atual.
Atualmente estamos com uma Taxa DI de 13,65% e, com base nesse cenário de lenta
recuperação econômica, o mercado está precificando a taxa em março de 2024 a
12,9% e março de 2025 a 12,33%.
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Bom, como nós acabamos de ver, o mercado precifica diferentes taxas de juros para
diferentes cenários. É comum analisarmos gráficos que representam essas diferentes
taxas para acompanhar a expectativa macroeconômica dos players. Em condições
normais, as taxas de juros de títulos prefixados com vencimentos longos tendem a ser
maiores que as taxas de títulos que vencem no curto prazo. Essa diferença funciona
como um prêmio pelo risco gerado pelas incertezas com relação à inflação que teremos
no futuro.
Em um gráfico de curva de juros vemos os vencimentos do título no eixo X. Nesse
exemplo, temos como vencimentos desde janeiro de 2023 a janeiro de 2032. No eixo Y,
temos as taxas que são negociadas para o título em questão.
02. Curva de Juros
a) O que é uma curva de juros?
Um título com vencimento em janeiro de 2029 (A) está sendo negociado hoje com uma
taxa de aproximadamente 15,98% ao ano. Já o título com vencimento em janeiro de
2025 (B) está sendo negociado com uma taxa de 15%.
Sem entrar em muitos detalhes isso significa que você vai receber essa valorização
anual até seu vencimento. Sabemos que a negociação de títulos no mercado secundário
pode fazer essa taxa prefixada variar. Iremos entrar neste mérito em renda fixa não é 
 fixa.
Atualmente estamos com uma Taxa DI de 13,65% e, com base nesse cenário de lenta
recuperação econômica, o mercado está precificando a taxa em março de 2024 a
12,9% e março de 2025 a 12,33%.
B
A
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12,9% e março de 2025 a 12,33%.
Agoraé para aprofundar um pouquinho mais!
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Neste outro gráfico, vemos uma curva de juros de um Título Prefixado. Como podemos
perceber, as taxas caem para os títulos com vencimentos em até 12 meses e depois
voltam a subir. Mas se o comportamento normal de uma curva de juros é sempre em
prazos maiores se praticarem taxas maiores quais informações podemos tirar ao olhar
esse gráfico?
Nota-se então, que para períodos anteriores a um ano, o mercado esperava cortes nas
taxas algo próximo de 4,4%, ou seja, em consonância com o ciclo de afrouxamento
monetário e expectativa de queda das taxas no cenário da época. Contudo, para prazos
mais longos, as taxas voltam a subir, precificando então maior risco para o futuro e,
necessariamente, maior retorno – lembre-se que o risco fiscal no longo prazo ainda é
muito grande.
OBS: esse gráfico é antigo, e nossa taxa de juros já caiu mais que o esperado e antes do
esperado!
Ao olhar uma curva de juros, nós podemos tirar algumas conclusões. É claro que cada
caso é um caso, e precisamos analisar o cenário todo, mas de maneira genérica temos
5 tipos de curvas:
b) Informações em um curva de juros
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Os Bancos Centrais de cada país, através de políticas monetárias, determinam a taxa
básica de juros de curto prazo. Isso estabelece a origem da curva de juros, e espera-se
que as taxas / rendimentos de outros tipos de dívida de curto prazo, bem como
instrumentos de longo prazo, respondam movendo-se para um relacionamento lógico
com a taxa básica.
Como sabemos, na economia brasileira a taxa básica de juros é a Selic, determinada
pelo COPOM via política monetária do Banco Central. A Selic é a principal indicadora de
taxa livre de risco e custo de oportunidade para diversas decisões de investimentos e
viabilidade de projetos no Brasil. Porém, como citado, a Selic nada mais é uma meta
estipulada por um órgão regulador e que não necessariamente tem correspondência
com as taxas praticadas 7
● Normal: A taxa de juro aumenta à medida que avançam as maturidades, e reflete
rendimentos mais elevados no prazo mais longo. A curva positiva é observada com
maior freqüência, sendo denominada ETTJ Normal, uma vez que os investidores que
desejam investir por prazos mais longos, geralmente são compensados com
rendimentos mais altos em função do maior risco que estão assumindo.
● Invertida: A curva invertida apresenta perfil descendente, sendo que inicialmente as
taxas de juros de curto prazo sobem(arqueada) e são mais altas sendo seguidas por um
declínio, demonstrando a expectativa de juros mais baixos no longo prazo.
● Íngreme: atividade econômica muito forte que poderá gerar inflação e necessidade
de aumentar juros no longo prazo.
● Horizontal: o mercado não espera uma retomada da atividade econômica no médio
prazo, expectativa de baixo crescimento.
● Corcunda: transições econômicas e incertezas políticas. Pode indicar uma
desaceleração econômica.
c) Como interpretar uma curva de juros?
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com as taxas praticadas no mercado e nos ativos. Apesar de não refletir diretamente, é
evidente que o próprio direcionamento do Banco Central pode influenciar as mesmas,
quando este sinalizar estar mais pessimista ou otimista e iniciar um ciclo de cortes ou
altas. Nesse momento, a estrutura de taxas de juros privadas entra em jogo.
A taxa Selic afeta outras taxas de juros na economia e opera por vários canais que
acabam por influenciar o comportamento da inflação.
Manter a taxa de inflação baixa, estável e previsível é a melhor contribuição que a
política monetária do BC pode fazer para o crescimento econômico sustentável e a
melhora nas condições de vida da população. O crescimento de uma economia depende
de uma série de fatores sobre os quais os bancos centrais não têm controle, como
aumento da produtividade. Entretanto, inflação alta, instável ou imprevisível prejudica o
crescimento econômico.
Com preços estáveis, todos podem se planejar melhor. Empresas têm melhores
condições para realizar investimentos e as famílias para avaliar quanto vão gastar ao
longo do mês. Nesse contexto, há condições mais propícias para que a economia
cresça, favorecendo a criação de empregos e o aumento do bem-estar na sociedade.
Cabe ressaltar que a inflação alta prejudica principalmente as famílias de baixa renda,
uma vez que estas têm mais dificuldade de se proteger contra a perda do valor real da
moeda.
“A estabilidade dos preços preserva o valor do dinheiro, mantendo o poder de compra da
moeda. Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza a política monetária, política que se
refere às ações do BC que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a
quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na economia. Esse conjunto de medidas
que os governos adotam, visam o controle da oferta da sua moeda na economia e tem o 
poder de impactar diretamente a inflação e a taxa de juros de um país.
No caso do Bacen do Brasil, o principal instrumento de política monetária é a taxa Selic,
decidida pelo Copom.”
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Contracionista ou Restritiva: economia acelerada, consumo alto, inflação alta...
Aumenta-se a taxa de juros para diminuir a oferta de crédito no mercado e diminuir
a inflação. Pode levar ao aumento do desemprego e recuo do PIB.
Expansionista: economia lenta, consumo baixo, inflação baixa... Reduz-se a taxa de
juros para aumentar a oferta de crédito no mercado. Geram-se empregos e
estimulam o PIB.
Tipos de políticas monetárias
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03. Principais Títulos
3.1) Tipos de rentabilidade
Já sabemos que na renda fixa seu dinheiro é destinado a um empréstimo, no qual o
tomador emite uma dívida e você, credor, empresta o dinheiro após analisar as condições
e riscos inerentes ao investimento em questão. É uma maneira de arrecadar recursos
para projetos, empresas ou negócios específicos e varia, principalmente, entre pré-fixado
e pós-fixado. Para ficar mais claro onde colocar seu dinheiro e quais riscos você prefere
tomar, explicaremos as modalidades de pré fixado e pós fixado.
3.1.1) Rentabilidade Pré-fixada
É a modalidade em que, no momento da compra, você sabe exatamente o retorno
que o empréstimo te dará. Por exemplo, ao comprar um título pré fixado que rende
100% do CDI hoje, você sabe que ele renderá exatamente 13,65%a.a antes de
impostos; isso significa que, no momento da compra, é possível calcular exatamente
quanto de dinheiro você receberá após o tempo do empréstimo (ou seja, a
rentabilidade é conhecida). Ainda no mesmo exemplo, se você compra esse título por
100 reais, você teria 113,65 reais após um ano. Investidores que preferem menos
riscos tendem a focar na renda fixa pré-fixada sobre a pós-fixada.
3.1.2) Rentabilidade Pós-fixada
Em contrapartida, a modalidade pós-fixada tem a rentabilidade exata desconhecida
no momento da compra do título; isso acontece porque ela varia junto a uma taxa
“índice”, chamada de indexador. Além disso, no mercado, é comum encontrar títulos
híbridos (exemplo: IPCA+5%, que renderia a taxa do IPCA mensal mais a taxa fixa
de 5% pré definida, misturando o pré e pós fixado). O investidor que compra títulos
pós-fixados é um pouco mais arriscado do que o que compra pré-fixado, mas ainda é
um mercado previsível de certa forma, já que as taxas utilizadas seguem tendências
socioeconômicas e, a não ser que aconteça algum fenômeno avassalador, como a
pandemia, seguem um certo padrão.
3.2) Principais produtos do catálogo de Renda Fixa
3.2.1) CDB
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O certificado de depósito bancário, como o próprio nome já remete, é uma emissão
de crédito feita por instituições financeiras. De forma simplificada, ao comprar um
CDB, você empresta seu dinheiro a um banco, que, em troca, te paga juros pelo
tempo em que ele utilizou seu dinheiro. Ele pode ser pré-fixado, pós-fixado e híbrido!
Possui garantia pelo FGC, o que significa que, caso o banco não te pague de volta(o
famoso calote), você recebe seu dinheiro de volta, limitado a 250mil por instituição e
1mi a cada 4 anos por CPF. Além disso, seu investimento mínimo é de mil reais. A
incidência de IR no investimento acompanha a tabela regressiva do imposto de
renda, diminuindo a taxa incidente ao longo do tempo.
A compra desse produto é indicada quando a taxa de juros está em alta, já que, em
sua maioria, as CDBs rendem de acordo com o CDI (pode chegar a render 120% do
CDI). Porém, antes de investir no CDB, é importante ficar ligado na data de
vencimento do mesmo: na maior parte das vezes, você só pode retirar o dinheiro
depois de vencer o prazo combinado anteriormente (exemplo, caso o prazo
combinado seja de um ano, não é possível recuperar o dinheiro investido antes do
ano completo).
3.2.2) CRI & CRA
Os certificados de recebíveis imobiliário (CRI) e do agronegócio (CRA) são títulos
emitidos com a finalidade de financiar o setor imobiliário e agrícola, respectivamente.
De forma simplificada, a empresa em questão vende seus créditos a receber
(parcelas para quitar uma casa, por exemplo) para antecipar a captação de recursos;
as securitizadoras, então, compram essas dívidas e as disponibilizam para os
investidores, pagando juros aos mesmos. Esses produtos também podem ser pré-
fixados, pós-fixados e híbridos, sendo mais comumente atrelado ao IPCA mais uma
taxa fixa (híbrido). Mesmo sendo produtos distintos, ambos compartilham muitas
características de investimento em comum, tendo sua maior diferença na origem do
empréstimo. 
Entretanto, é importantíssimo se atentar a segurança desse investimento: ele não é
segurado pelo FGC, ou seja, se você tomar um calote da empresa pela incapacidade
ou falta de vontade da mesma de pagar a dívida, já era. Por isso, há uma avaliação
feita por agências de classificação de risco, que avaliam a capacidade e vontade da
empresa de honrar os compromissos assumidos com o investidor, chamada de
rating. Para esse risco maior valer a pena, os CRAs e CRIs não têm incidência de
impostos, seja ele IR ou IOF! Possuem aplicação mínima de mil reais. Investidores
desse produto buscam um maior retorno que títulos públicos, por conta do maior
risco envolvido.
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3.2.3) DEBÊNTURE
São títulos vendidos diretamente por empresas para financiar projetos, aumentar
capital ou pagar dívidas. As Debêntures podem ser tanto pré e/ou pós-fixadas: a
decisão cabe exclusivamente à empresa no momento da emissão do ativo. Todas as
características desse investimento, como prazo e remuneração, são definidas na
emissão e podem ser ou não conversíveis em ações da emissora. Ela pode ou não ser
isenta de imposto de renda e seu valor mínimo também depende da empresa, mas
geralmente os investimentos começam aos mil reais. É subdividida em três tipos:
conversíveis, podendo ser convertidas em ações após um certo prazo, sendo ele a
validade da dívida ou não; simples, não pode ser convertida em ações; permutáveis,
as quais o investidor recebe ativos e ações como pagamento. 
Sua segurança também varia de acordo com a empresa emissora, já que não é
coberta pelo FGC. Entretanto, com uma boa pesquisa e entendimento da situação
econômica da empresa e do setor, é bem mais seguro investir em empresas com
menos chances de dar o calote. Por exemplo, caso você desse uma pesquisada sobre
a Americanas após ver uma debênture que ela anunciou, você não compraria a
mesma, já que a empresa apresentou um rombo enorme nos últimos resultados
financeiros
3.2.4) LC
As letras de câmbio são emitidas por instituições financeiras privadas, como
sociedades de crédito e financiamento, nas quais você empresta o seu dinheiro e em
troca recebe juros e correções monetárias após um prazo definido previamente.
Assim como a maior parte dos produtos de renda fixa, ela pode ser pré-fixada, pós-
fixada ou híbrida. Seu investimento inicial é de mil reais e tem cobertura pelo FGC,
com sua tributação em IOF e IR seguindo os padrões das tabelas regressivas. 
Possuem um retorno expressivo no mercado, geralmente maior que a média de
rendimento da renda fixa, e por isso é buscada por todos os tipos de investidores.
3.2.5) LCI & LCA
As letras de crédito imobiliárias (LCI) e agrícolas (LCA) são, basicamente, CDBs com
isenção de IR. Geralmente, possuem taxas menores que as CDBs, mas, dependendo
do comparativo, valem mais a pena justamente pela isenção de imposto, fazendo sua
rentabilidade real ser maior. São empréstimos direcionados ao financiamento da
expansão e melhoria dos setores imobiliários e agrícolas, ajudando em seu
desenvolvimento. Possuem investimento mínimo de mil reais, podendo ter a
rentabilidade pré ou pós fixada. 
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É um investimento muito comum entre investidores mais conservadores, já que são
bem seguros por possuírem a garantia do FGC e costumam, também, render acima
do valor do CDI, como os CDBs.
3.2.6) LF
As letras financeiras são títulos emitidos por instituições financeiras com a finalidade
de captar recursos de longo prazo. Tem vencimento superior a dois anos, sendo que
o investimento não pode ser recuperado antes da data de vencimento combinada.
Além disso, seu investimento mínimo é de 50 mil reais. Em contrapartida, oferece
aos investidores melhor rentabilidade do que outras aplicações financeiras,
possuindo uma das maiores médias de rentabilidade entre os produtos de renda fixa.
A alíquota incidente de IR é fixada em 15%, e não possui proteção do FGC.
São ideais para investidores que buscam um grande rendimento a médio e longo
prazo, e que já possuem um grande volume de capital consolidado, para não serem
afetados com a falta desse dinheiro no meio tempo e, obviamente, para conseguirem
comprar o título, já que o valor mínimo é bem alto para a maior parte da população.
3.2.7) TESOURO DIRETO
O título de tesouro direto é o título mais acessível do catálogo de opções da renda
fixa. É a compra de títulos públicos do governo federal por pessoas físicas, oferecida
pela B3. Por ser emitido diretamente pelo governo federal, é considerado
extremamente seguro, já que o governo possui múltiplos recursos para pagamento
de dívidas caso não consiga consolidar seu compromisso; ademais, é garantido pelo
tesouro nacional. Variam entre pré e pós fixados, além dos híbridos, e podem ser
alvos tanto a curto prazo quanto a longo prazo. Segue as tabelas regressivas de IOF
e IR e, dependendo do título, pode ser resgatado antes do prazo de vencimento. 
Possuem uma rentabilidade um pouco maior que a poupança, mas, ainda assim, não
é muito alta. Mesmo assim, sua segurança faz com que todos os tipos de
investidores tenham alguma porcentagem de seu capital investido na mesma,
mesmo os mais agressivos, como uma certa garantia.
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04. Marcação a Mercado
a) O que é Marcação a Mercado?
Na Renda Fixa, marcação a mercado é importante para quem deseja pedir o resgate
antecipado de algum título. Afinal, como os preços dos títulos mudam diariamente, é
possível ganhar mais ou menos do que o valor inicialmente investido com essa operação.
Os títulos afetados pela a marcação a mercado são: Debêntures, CRI, CRA, CDB, LCI, LCA
e Tesouro Direto.
É importante entender que essa oscilação diária nos preços não afeta de maneira alguma
o investidor que leva sua aplicação até a data de vencimento. Como já mencionado, a
taxa de rentabilidade ou o indicador é determinado no momento da compra do ativo, de
forma que isso será mantido caso o investidor mantenha seu título até o vencimento.
Em contrapartida, se a venda do título acontecer antes do prazo, a marcação a mercado
indica o quanto o investidor ganhará.
Por exemplo, suponha que um investidor compra um título do Tesouro Direto pré- fixado
por R$1000,00 a uma taxa de remuneração de 13% ao ano com vencimento de 6 anos.
Assim, R$1000,00 é o preço unitário, ou seja, o preço que esse investidor pagou no início
do investimento.
Porém, alguns meses depois, a Taxa Selic subiu e, assim, foramlançados novos títulos no
mercado com maiores taxas de remuneração. Nesse cenário, a taxa do título do
investidor 15
Marcação a Mercado é o processo da atualização diária nos preços dos ativos negociados
na Bolsa e em títulos de Renda Fixa. É o que determina o preço de venda e compra de um
ativo. Assim, a marcação a mercado está presente na vida de milhões de investidores,
mas continua um conceito desconhecido principalmente para investidores iniciantes.
Quem opera renda fixa já deve ter percebido que os valores dos títulos variam
diariamente. Isso acontece porque a renda fixa não é fixa em todos os aspectos. Assim, é
essencial que quem investe nesses ativos esteja ciente dessas oscilações, que podem ser
tanto para cima (valorização) quanto para baixo (desvalorização). 
b) Como isso impacta minhas aplicações?
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 Expectativas e oscilações da Taxa Selic
A Marcação a Mercado acontece de forma diferente para ativos diferentes. Ela se baseia
nas condições atuais do mercado e diversos fatores podem influenciar essa precificação
diária dos ativos.
1.
Como já mencionado, quando os juros aumentam, a marcação de mercado reduz os
preços unitários dos ativos já disponíveis no mercado. Porém, quando os juros diminuem,
a marcação de mercado será vantajosa para a valorização do preço unitário.
 2. Liquidez
A liquidez do ativo, ou seja, a velocidade com a qual o investidor pode vender seu ativo e
ter seu capital na conta, é um importante fator que pode interferir a precificação. Ativos
com alta liquidez tem baixa possibilidade de perda no resgate, uma vez que a marcação a
mercado é realizada rapidamente. Nesses casos, as principais referências são as
expectativas futuras para os indicadores macroeconômicos.
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sobe também. Para que o valor final de resgate seja mantido, o preço unitário do título
cai.
Em contrapartida, o contrário também é possível. Nessa situação, caso a Taxa Selic
tivesse descido, as taxas de remuneração cairiam. Assim, o preço unitário do ativo o
investidor aumentaria, pois ele passaria a demandar um maior capital inicial para
entregar o mesmo valor final. Assim, caso ele fosse vendido, ele seria vendido por um
preço unitário maior.
c) Quais fatores afetam a Marcação a Mercado?
É possível calcular essa alterações pela ideia de valor presente. O valor presente indica o
quanto um montante, aplicação ou ativo financeiro vale atualmente. Esse conceito é
muito utilizado para determinar qual o montante devemos aplicar para ter certo valor
futuro.
V P = V F / ( 1 + I )t
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Em contrapartida, ativos com baixa liquidez, ou seja, nos quais é preciso esperar algum
tempo depois do resgate para que o investidor tenha o dinheiro na conta, tem maiores
possibilidades de perda no resgate. Isso acontece pois existe a chance de que se tenha
um descompasso entre o valor atual e o valor a ser recebido. Nesse caso, a marcação a
mercado acontece com base na expectativa de preço justo para a negociação.
3. Rentabilidade
A marcação a mercado muda de acordo com o tipo de rentabilidade do ativo. Títulos pós-
fixados, por exemplo, tem seu preço ajustado a partir de sua taxa de referência. Ou seja,
a precificação do ativo pode estar atrelada as expectativas referentes ao CDI, IPCA, etc.
d) Vantagens 
As vantagens da marcação a mercado estão muito relacionadas a transparência e
confiabilidade que ela confere ao mercado. Isso porque ela reflete o valor real do ativo e
o desempenho real da carteira do investidor, de forma que não distorce o valor de
mercado dos títulos e leva em conta a volatilidade da taxa de juros.
A marcação a mercado é uma oportunidade do investidor entender melhor o mercado,
tomar decisões mais acertadas com relação a seus investimentos e identificar
oportunidades de ganho mesmo na Renda Fixa.

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