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Planejamento Tributário: COFINS e PIS

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introdução
Introdução
Neste tópico você aluno(a) terá a oportunidade de: vislumbrar o mundo do planejamento tributário
com ênfase em interpretação das normas contábeis e a legislação tributária, esquematizar os
objetivos e destinação da COFINS e do PIS, aplicar as bases conceituais da estrutura Fiscal/Contábil
e também calcular e contabilizar.
INTRODUÇÃO AO INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTOPLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO
Me. Armindo Aparecido Evangelista
INICIAR
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As contribuições para o PIS e a COFINS são de competência da União e têm como contribuintes as
pessoas jurídicas que através de seu faturamento ou apuração do lucro real são tributadas, no caso
de lucro real pode ocorrer pelo regime de cumulatividade e não-cumulatividade que serão
discutidos ao longo da unidade.
Regime Tributário: Lucro Real
As empresas que fazem a opção de tributação pelo lucro real utilizam o método não cumulativo no
cálculo do PIS e da COFINS e seguem a sua regulamentação expressa em lei. Veja algumas regras a
serem seguidas:
1. As empresas submetidas ao modelo de tributação monofásica, por exemplo, as re�narias
e as indústrias de produtos de higiene;
2. As instituições �nanceiras e empresas equiparadas;
3. As empresas com previsão de tributos de parte de suas receitas pelo método não
cumulativo, por exemplo, do setor de telecomunicações.
Base Legal
Para se calcular o PIS e a COFINS, as empresas precisam considerar algumas contas existentes em
seus balancetes e Pêgas (2009, p. 503) cita alguns exemplos:
a)  Receita com venda de mercadorias para o exterior, com o recebimento em moeda
conversível ou não.
b)  Renda de prestação de serviços ao exterior, cujo valor recebido represente entrada
de divisas.
c)  Receita de vendas para empresa comercial exportadora com o �m especí�co de
exportação, tendo essa empresa que comprovar o embarque das mercadorias para o
exterior no prazo máximo de cento e oitenta dias.
d)  Recuperação de créditos já baixados como perda (registrados inicialmente em conta
de receita e lançados como despesas posteriormente, quando considerados
incobráveis) até o valor desta.
e)  Receitas com revenda de produtos com tributação monofásica, como gasolina, óleo
diesel, perfumes, cosméticos, cervejas, refrigerantes, pneus e outros.
f)  IPI e ICMS cobrados como substituição tributária, quando registrados em receita.
Logo que considerar as receitas elencadas, a empresa poderá também efetuar algumas deduções
como cancelamentos e devoluções de venda, descontos incondicionais e boni�cações existentes.
Segundo a IN SRF 51/78 os descontos incondicionais são as parcelas redutoras do preço de venda,
quando constarem da nota �scal de venda dos bens e não dependerem de evento posterior à
PIS e COFINSPIS e COFINS
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Os valores relativos às boni�cações concedidas em mercadorias serão excluídos da base do PIS e
da COFINS somente nos casos em que se caracterizem como descontos incondicionais concedidos,
então essas boni�cações em mercadorias devem ser transformadas em parcelas redutoras do
preço de venda, para serem consideradas como descontos incondicionais e consequentemente
serem excluídas das bases das contribuições.
Além das deduções tradicionais, que ocorrem na maior parte das empresas, existem outros itens
que são excluídos das bases do PIS e da COFINS apenas em empresas submetidas à tributação pelo
método não cumulativo, algumas são apresentadas a seguir conforme relato de Pêgas (2009, p.
505):
a)  Reversão das provisões operacionais.
b)  Resultado positivo da avaliação de investimentos em controladas e coligadas pelo
método de equivalência patrimonial.
c)  Receitas com lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição.
d)  Receita com venda de bens pertencentes ao ativo não circulante, entre outras.
Sobre as receitas �nanceiras, a exclusão é permitida mesmo quando a empresa utiliza o método
não cumulativo apenas para parte das receitas. Vejamos, uma Cia. Aérea, por exemplo, que tributa
as receitas com prestação de serviços de transportes de cargas pelo método não cumulativo, tem
direito de excluir as receitas �nanceiras das bases de contribuições, pois parte de suas receitas foi
submetida ao método não cumulativo.
São consideradas receitas �nanceiras:
1. Juros ativos, descontos obtidos e renda com aplicação �nanceira.
2. Variação cambial ativa.
3. Juros sobre contrato de mútuo.
4. Operações de cobertura (Hedge).
5. Juros sobre capital próprio.
Em uma forma grá�ca, veja como devem ser calculados o PIS e a COFINS.
Objetivos e/ou Destinação
As Contribuições para o PIS e a COFINS são tributos da competência da União, que têm nos
empregadores, empresas e entidades equiparadas a empresas os possíveis contribuintes e que
poderão incidir sobre a receita ou o faturamento destes contribuintes - artigo 195, I, "b", da
Constituição, na redação dada pela Emenda Constitucional n. 20/98. A competência de arrecadar a
Figura 2.1 – Método de cálculo do PIS e da COFINS
Fonte: Adaptado de Pêgas (2009, p. 507).
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COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) é instituída pela Lei
complementar n. 70/91, e encontra sua fundamentação legal na Constituição Federal no artigo 195:
Art. 195. A seguridade social será �nanciada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais -
Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidente
sobre:
a)  a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b)  a receita ou o faturamento; e
c)  o lucro.
Já o Programa de Integração Social (PIS) é uma contribuição criada em 1970 com o objetivo de
integrar os trabalhadores na vida e no desenvolvimento das empresas. Pêgas (2009, p. 495)
comenta que, em 1988, a Constituição Federal promoveu várias alterações na estrutura e no
funcionamento do programa que estão sintetizadas a seguir:
O PIS passou a ser uma contribuição social, com seus recursos direcionados para
pagamento do seguro-desemprego, uma remuneração provisória aos trabalhadores
que perdessem seus empregos.
Quem tinha conta individual no PIS permaneceu com seu direito adquirido, recebendo
anualmente o equivalente aos juros sobre o saldo podendo utilizar esse saldo por
ocasião de sua aposentadoria. As contas não mais receberam depósitos a partir da
Constituição de 1988.
Já quem entrou no mercado de trabalho a partir daí, não tem direito a juros anuais, pelo
simples fato da conta não receber depósitos regulares.
O empregado com carteira assinada e salário mensal de até dois salários mínimos, tem
direito anualmente a um abono, no valor de um salário mínimo.
Assim, o PIS é uma contribuição cobrada diretamente sobre as receitas obtidas pelas empresas.
Situação Problema – Prática (Cálculo e Contabilização)
Os exemplos a seguir foram retirados de Ribeiro (2009, p. 83-89). Suponhamos os seguintes fatos
ocorridos em uma empresa industrial, durante o mês de fevereiro de 2019:
1. Compra de matéria-prima a prazo no valor total da nota em R$2.200.000,00. Opera-se
com direito a crédito dos seguintes tributos: ICMS 18,00%; IPI 10,00%; PIS 1,65% e COFINS
7,60%.
2. Venda de produtos a vista realizadas no mês no montante de mês R$5.000.000,00com
ICMS de 18,00% e IPI adicional de 10,00%.
3. Pagamento de juros sobre empréstimos no valor de R$10.000,00. Operação com direito a
crédito de PIS 1,65% e da COFINS 7,60%.
4. Aluguel do mês de R$20.000,00 a ser recebido no mês subsequente.
5. Aluguel do de R$40.000,00 a ser pago no mês subsequente. Operação com direito a
crédito de PIS 1,65% e da COFINS 7,60%.
6. Pago a Cia. Eletricidade R$15.000,00 referente ao consumo do mês. Operação com direito
a crédito de ICMS de R$3.000,00 e PIS 1,65% e da COFINS 7,60%.
7. Apropriar R$30.000,00 de rendimentos de aplicação �nanceira de liquidez imediata.
8. Apropriar R$10.000,00 referente à quota de depreciação de máquinas. Operação com
direito a crédito de PIS 1,65% e da COFINS 7,60%.
Contabilizando os fatos contábeis individualmente em ordem cronológica:
1.  Diversos
a Fornecedores...................................................................R$2.200.000,00
Desmembramento da conta Diversos :
Aquisição de matéria prima (R$2.200.000,00 X 72,75%)....R$1.455.000,00
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ICMS a Recuperar (R$2.000.000,00 X 18%)..........................R$360.000,00
IPI a Recuperar (R$2.000.000,00 X 10%)...............................R$200.000,00
PIS a Recuperar (R$2.000.000,00 X 1,65%).............................R$33.000,00
COFINS a Recuperar (R$2.000.000,00 X 7,6%).....................R$152.000,00
2.  Caixa
a Diversos....................................................................R$2.200.000,00
Desmembramento da conta Diversos :
Venda de produtos.......................................................R$5.000.000,00
IPI a Recolher (R$5.000.000,00 X 10%).........................R$500.000,00
E ainda,
ICMS sobre venda
a ICMS a Recolher (R$5.000.000,00 X 18%)...................R$900.000,00
3.  Diversos
a Banco conta movimento...............................................R$10.000,00
Desmembramento da conta Diversos :
Juros passivos (valor líquido)......................................................R$9.075,00
PIS a Recuperar (R$10.000,00 X 1,65%)......................................R$165,00
COFINS a Recuperar (R$10.000,00 X 7,6%)................................R$760,00
4.  Aluguel a receber
a Receita de aluguel........................................................R$20.000,00
5.  Diversos
a Aluguel a Pagar.............................................................R$40.000,00
Desmembramento da conta Diversos :
Despesa com aluguel (valor líquido)........................................R$36.300,00
PIS a Recuperar (R$40.000,00 X 1,65%).....................................R$660,00
COFINS a Recuperar (R$40.000,00 X 7,6%)............................R$3.040,00
6.  Diversos
a Caixa....................................................................R$15.000,00
Desmembramento da conta Diversos :
Despesa com Energia Elétrica (valor líquido).........R$10.612,50
ICMS a Recuperar (conforme enunciado).................R$3.000,00
PIS a Recuperar (R$15.000,00 X 1,65%).....................R$247,50
COFINS a Recuperar (R$15.000,00 X 7,6%)............R$1.140,00
7.  Aplicação Financeira
a Rendimento sobre aplicação �nanceira....................R$30.000,00
8.  Diversos
a Depreciação Acumulada............................................R$10.000,00
Desmembramento da conta Diversos :
Despesa com depreciação (valor líquido).............................R$9.075,00
PIS a Recuperar (R$10.000,00 X 1,65%)................................R$165,00
COFINS a Recuperar (R$10.000,00 X 7,6%)...........................R$760,00
Lembramos que o PIS e a COFINS devem ser calculados sobre todas as receitas da empresa, assim
teremos:
9.  Diversos
o PIS a Recolher..........................................................R$83.325,00
Desmembramento da conta Diversos :
PIS sobre Faturamento (1,65% X R$5.000.000,00)...............R$82.500,00
PIS sobre Receita Financeira (1,65% X R$30.000,00)................R$495,00
PIS sobre outras receitas (1,65% X R$20.000,00).......................R$330,00
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10.  Diversos
a COFINS a Recolher...............................................R$383.800,00
Desmembramento da conta Diversos :
COFINS sobre Faturamento (7,6% X R$5.000.000,00)..........R$380.000,00
COFINS sobre Receita Financeira (7,6% X R$30.000,00).........R$2.280,00
COFINS sobre outras receitas (7,6% X R$20.000,00)................R$1.520,00
Resumindo os itens que tiveram PIS a Recuperar:
PIS a Recuperar (R$2.000.000,00 X 1,65%).............................R$33.000,00
PIS a Recuperar (R$10.000,00 X 1,65%).......................................R$165,00
PIS a Recuperar (R$40.000,00 X 1,65%).......................................R$660,00
PIS a Recuperar (R$15.000,00 X 1,65%).......................................R$247,50
PIS a Recuperar (R$10.000,00 X 1,65%).......................................R$165,00
Somatório do PIS a Recuperar é R$34.237,50.
Veri�cando no item (9) que o saldo da conta PIS a Recolher está com R$83.325,00 deve-se deduzir o
saldo apurado da conta PIS a Recuperar R$34.237,50 e então a empresa �cará com um valor de
R$49.087,50 que deverá pagar aos cofres públicos conforme o calendário tributário.
E agora, resumindo os itens que tiveram COFINS a Recuperar:
COFINS a Recuperar (R$2.000.000,00 X 7,6%)...................R$152.000,00
COFINS a Recuperar (R$10.000,00 X 7,6%)...............................R$760,00
COFINS a Recuperar (R$40.000,00 X 7,6%).............................R$3.040,00
COFINS a Recuperar (R$15.000,00 X 7,6%).............................R$1.140,00
COFINS a Recuperar (R$10.000,00 X 7,6%)................................R$760,00
Somatório do COFINS a Recuperar é R$157.700,00.
Veri�cando no item (10) que o saldo da conta COFINS a Recolher está com R$383.800,00 deve-se
deduzir o saldo apurado da conta COFINS a Recuperar de R$157.700,00 e então a empresa �cará
com um valor de R$226.100,00 que deverá pagar aos cofres públicos conforme o calendário
tributário.
praticar
Vamos Praticar
Baseado no material de apoio, em qual situação a tributação pelo método não cumulativo de PIS e da
COFINS, utilizada nas empresas tributadas pelo lucro real, signi�ca pagamento das contribuições pela
aplicação das alíquotas? Assinale a alternativa correta:
a) Apenas sobre o valor agregado pela empresa, com permissão de dedução de todos os itens
utilizados no processo produtivo e de um bem ou serviço.
b) Sobre a diferença entre as receitas obtidas e os créditos permitidos expressamente pela
legislação �scal, não representando, necessariamente, o total de custos e despesas da empresa.
c) Sobre a diferença entre as receitas obtidas e o total de gastos utilizados na produção de bens
destinados à venda ou utilizados na prestação de serviços.
d) Sobre a base de cálculo determinada em lei menos os tributos federais pagos a maior em
períodos anteriores.
e) Apenas sobre o total das receitas, sem possibilidade de dedução de valores pagos
anteriormente, pela própria empresa ou de terceiros.
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O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incidente sobre produtos nacionais e estrangeiros
que forem industrializados ou importados é de competência da União e tem suas disposições
regulamentadas atualmente pelo Decreto n. 7.212/2010.
O IPI é um imposto não submetido ao princípio da anterioridade, assim suas alíquotas podem ser
alteradas a qualquer momento, inclusive durante o exercício �nanceiro e ser cobrado após noventa
dias da data de publicação dessa alteração na Lei.
Esse tributo atende ao princípioda seletividade, que em outras palavras signi�ca taxar o produto
proporcionalmente a sua essencialidade. Onde os produtos essenciais devem ser menos
tributados, podendo até ser isentos, enquanto outros produtos (supér�uos) têm uma tributação
bastante elevada.
Como exemplo temos os carros e barcos de alta potência, de luxo, so�sticados etc., que são
taxados por altas alíquotas, enquanto carros populares, veículos e barcos de transportes coletivos
etc. são taxados por alíquotas menores.
Base Legal
Conforme artigo 153 da Constituição Federal – inciso 3º - o imposto sobre produtos industrializados
(IPI):
I - Será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - Será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores;
III - Não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - Terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei (BRASIL, 1988, on-line).
Como fato gerador do IPI temos o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira
ou a saída de produto de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
Considera-se ocorrido o fato gerador quando a entrega dos produtos vendidos por intermédio de
ambulantes é concretizada, na saída do armazém-geral ou de outro estabelecimento depositário do
industrial ou equiparado a industrial.
Também incorre no fato gerador desse imposto os produtos entregues diretamente a outro
estabelecimento e na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, remetidos a
terceiros por ordem do importador.
A saída dos produtos do estabelecimento industrial se dá diretamente para outro estabelecimento
da mesma �rma ou, ainda, um estabelecimento de terceiro, quando sair produtos que, por ordem
IPI – Imposto sobre ProdutosIPI – Imposto sobre Produtos
IndustrializadosIndustrializados
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do encomendante, sejam enviados para serem industrializados por encomenda, e, ainda, na saída
de bens de produção associados para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a
estabelecimento industrial.
Já o contribuinte , segundo o artigo 51 do código tributário nacional (CTN) de�ne o importador, o
industrial ou quem a lei equiparar, além dos arrematantes de produtos apreendidos ou
abandonados, levados a leilão. Se uma empresa industrial possuir várias fábricas, cada uma delas
deve ser considerada como um contribuinte para efeito de apuração do IPI.
O imposto sobre produtos industrializados é acrescido ao preço e cobrado do consumidor,
portanto, o imposto a este pertence. Já o fabricante ou comerciante a ele equiparado não suporta o
ônus �nanceiro do tributo, tendo apenas a obrigação de calcular, cobrar do consumidor, que é
contribuinte de fato, e fazer o recolhimento da parcela devida para a Secretaria da Receita Federal.
Ou seja, o contribuinte de fato é o adquirente e o contribuinte responsável é a indústria ou
equiparada a indústria.
Tratando de imunidades do IPI , o artigo 18 do Decreto-Lei n. 4.544/2002 consolida as imunidades
previstas na Constituição Federal para:
a.  Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;
b.  Os produtos industrializados destinados ao exterior;
c.  O ouro, quando de�nido em lei como ativo �nanceiro ou instrumento cambial; e
d.  A energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
Vale observar aqui que são derivados do petróleo os produtos decorrentes da transformação do
petróleo por meio conjunto de processos genericamente denominado re�no ou re�nação e ainda
cessará a imunidade do papel destinado à impressão de livros e periódicos quando este for
consumido ou não utilizado em sua �nalidade descrita na Constituição, ou encontrado em poder
de pessoa que não seja fabricante, importador, ou seus estabelecimentos distribuidores, bem
assim que não sejam empresas jornalísticas e editoras.
Objetivos e/ou Destinação
Por ser um imposto focado na indústria pode-se alegar que o conceito de produto industrializado
tem como objetivo qualquer operação que modi�que a natureza, o funcionamento, o acabamento,
a apresentação, a �nalidade, ou aperfeiçoe o produto original para o consumo.
Assim o regulamento do IPI (RIPI/2002, Decreto n. 4544/2002) caracteriza os seguintes
enquadramentos para os produtos industrializados:
Bene�ciamento;
Montagem;
Transformação;
Acondicionamento/Reacondicionamento; e
Renovação/Restauração.
O bene�ciamento consiste em aperfeiçoar ou de qualquer forma alterar o funcionamento, a
utilização, o acabamento ou a aparência do produto. No bene�ciamento o produto apenas sofre
um melhoramento, conservando a classi�cação �scal original.
A montagem é a reunião de produtos, peças ou partes de que resulte um novo produto ou unidade
autônoma, ainda que sob a mesma classi�cação �scal.
A transformação signi�ca que exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na
obtenção de espécie nova. Nessa operação normalmente ocorrerá mudança de classi�cação �scal
do produto �nal em relação àquele transformado.
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O acondicionamento/reacondicionamento é a operação que se importa em alterar a apresentação
do produto pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a
embalagem colocada se destine apenas ao transporte de mercadoria.
A renovação/restauração é a operação que exercida sobre o produto usado ou parte remanescente
do produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização.
Situação Problema – Prática (Cálculo e Contabilização)
A situação problema ocorreu em uma indústria no mês de junho de 2019, com ênfase
exclusivamente no IPI:
Fato 1 – compra de matéria-prima, à vista, da empresa Indústria do Padre Amaro S/A,
conforme nota �scal nº 101, no valor de R$2.000,00, com IPI incidente de R$200,00,
perfazendo o total da nota em R$2.200,00;
Fato 2 – venda de produtos industrializados, à vista, conforme notas �scais nº 150 a 155,
no valor de R$7.000,00 com IPI incidentes de R$700,00, perfazendo o total das notas um
montante de R$7.700,00.
Contabilizando os fatos:
Fato 1:
Débito: Aquisição de Matérias-primas................R$2.000,00
Débito: IPI a Recuperar........................................R$ 200,00
Crédito: Caixa/Bancos........................................R$2.200,00
Fato 2:
Débito: Caixa/Bancos.........................................R$7.700,00
Débito: Receita de Vendas.................................R$7.000,00
Crédito: IPI a Recolher.........................................R$ 700,00
A contabilidade, ao cuidar do IPI, precisa fazer um encontro de contas, e nesse caso, a conta IPI a
Recuperar (referente as entradas) têm um valor de R$200,00. Já a conta IPI a Recolher (referente às
saídas) tem um valor de R$700,00.
Contabilizando o encontro de contas do período seria:
Débito: IPI a Recolher........................................R$ 700,00
Crédito: IPI a Recuperar.....................................R$ 200,00
Assim, a empresa deverá recolher aos cofres públicos o valor de R$500,00 referente ao IPI do
período de apuração.
Contabilizando o pagamento da obrigação conforme calendário tributário seria:
Débito: IPI a Recolher........................................R$ 500,00
Crédito: Caixa/Bancos........................................R$ 500,00
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praticar
Vamos Praticar
De acordo com o material de apoio você teve acesso a conhecimentos de várias informações e conceitos,
assim quando tratamos do imposto sobre produtos industrializados (IPI), ele é um imposto...?
a) Seletivo e cumulativo.
b) Não seletivoe cumulativo.
c) Não seletivo e não cumulativo.
d) Somente seletivo.
e) Seletivo e não cumulativo.
saiba mais
Saiba mais
Vale a pena conferir o site da Receita Federal do Brasil, lá
você vai encontrar todas as informações sobre o IPI –
Imposto sobre Produtos Industrializados.
A C ESSA R
http://www.receita.fazenda.gov.br/
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O regime do lucro presumido é muito utilizado, por ser considerado mais simples e também por
exigir menos documentação. Recebe o nome de presumido exatamente porque nesse regime o
imposto de renda não é calculado sobre o lucro efetivo e sim sobre uma base presumida de lucro,
o qual é determinado por percentual da receita bruta. O seu cálculo é feito em períodos trimestrais
que se encerram em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.
O lucro presumido em cada trimestre corresponde ao resultado da aplicação dos percentuais
�xados em lei de acordo com a atividade �m da empresa, sobre a receita bruta auferida no
período, adicionando integralmente os resultados da demais receitas, rendimentos e ganhos de
capital, que corresponderá à base de cálculo do imposto de renda.
Base Legal
O artigo da Lei n. 9.718/1998 na redação dada pelo artigo 7º da Lei n. 12.814/2013 dispõe que a
empresa cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual a R$78.000.000,00 ou a
R$6.500.00,00 multiplicado pelo número de meses de sua atividade poderá optar pelo regime de
tributação com base no lucro presumido e ainda não se enquadrar em nenhum dos impedimentos
enumerados na Lei n. 9.718/1998 que são:
i.Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$78.000.000,00;
ii. Cujas atividades sejam de instituições �nanceiras;
iii. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos oriundos do exterior;
iv. Que autorizadas, usufruam de benefícios �scais;
v. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime
de estimativa;
vi. Aquela que tem como atividade o setor de “factoring”;
vii. Que explorem atividades de securitização de créditos imobiliários, �nanceiros e de
agronegócios (BRASIL, 1998).
Na contramão daquelas empresas que estão impedidas de optar pela forma de tributação do lucro
presumido estão as empresas que atendem perfeitamente aos quesitos para optarem pelo regime,
e atendem aos seguintes quesitos:
a.  A receita total do ano-calendário tenha sido superior a R$78.000.000,00;
b.  Tenha lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
c.  Usufrua de benefícios �scais;
d.  No decorrer do ano-calendário tenham efetuado pagamento mensal pelo regime estimativa.
Agora iremos tratar das bases de cálculo possíveis para as empresas que optem pelo lucro
presumido. O percentual deve ser aplicado à receita bruta, desse resultado a empresa levanta a
base de cálculo, que estará sujeita às adições e subtrações previstas em lei. Quem estiver no lucro
IRPJ – Imposto de Renda PessoaIRPJ – Imposto de Renda Pessoa
Jurídica – Regime Tributário: LucroJurídica – Regime Tributário: Lucro
PresumidoPresumido
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presumido deve acrescentar à base de cálculo do imposto de renda, se for o caso, o ganho de
capital na venda de bens do ativo imobilizado.
Os percentuais são estabelecidos pela Lei n. 9.249/1995 de acordo com sua atividade, vejamos:
Tabela 2.1 – Percentuais sobre a receita bruta no lucro presumido.
Fonte: Crepaldi (2012, p. 178).
Um aspecto importante a considerar é que o lucro presumido permite o planejamento �scal,
segundo Crepaldi (2012, p. 178) desde que se considerem suas limitações e restrições especí�cas,
advindas da legislação, e deve-se levar em conta os seguintes itens:
•  Se o percentual de cada atividade pode ser reduzido, dentro da tabela, que vai de
1,6% a 32,0% de presunção do lucro;
•  Se há como reduzir o adicional de 10,0% do IRPJ, para o lucro presumido trimestral
acima de R$60.000,00 mediante desmembramento em nova empresa;
•  Se os balanços demonstram que essa sistemática é vantajosa ou não;
•  A adoção do regime de caixa, para �ns de tributação;
•  A nova alíquota do PIS (1,65%) e da COFINS (7,60%) para os optantes do lucro real.
Continuando na linha de aspectos importantes vale dizer que existem também as receitas e
rendimentos não tributáveis na apuração do lucro presumido a serem destacadas:
Recuperação de créditos que não representem ingressos de novas receitas e cujas
perdas não tenham sido deduzidas na apuração do lucro real em períodos anteriores;
A reversão do saldo de provisões anteriormente constituídas, desde que o valor
provisionado não tenha sido deduzido na apuração do lucro real dos períodos anteriores,
ou que se re�ram ao período no qual a empresa tenha se submetido ao regime de
tributação com base no lucro presumido;
Os lucros e dividendos recebidos decorrentes de participações societárias, caso re�ram-
se a períodos em que sejam isentos de IRPJ.
Sobre a distribuição de lucros aos sócios, o inciso 3º do artigo 48 da Instrução Normativa n.
93/1997 autoriza a empresa tributada com base no lucro presumido a distribuir lucros e dividendos
de resultados apurados através de escrituração contábil, ainda que por conta de período-base não
encerrado. Com isso, a empresa poderá, por exemplo, levantar balanços mensais e distribuir o
resultado apurado.
Atividades: Base % da Receita Bruta
Venda de mercadorias e produtos 8,0%
Revenda, para consumo, de combustível derivado de
petróleo, álcool etílico carburante e gás natural
1,6%
Prestação de serviço de transporte, exceto de carga 16,0%
Prestação de serviços de transporte de carga 8,0%
Prestação de demais serviços, exceto hospitalares 32,0%
Prestação de serviços em geral das pessoas jurídicas, com
receita bruta anual de até R$120.000,00 exceto serviços
hospitalares, de transportes e de pro�ssões regulamentadas
16,0%
Empresas que têm como atividade contratual a venda de
imóveis
8,0%
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Objetivos e/ou Destinação
A legislação ao introduzir a �gura do lucro presumido que é uma alternativa de tributação opcional
para algumas empresas, visou facilitar as rotinas burocráticas e administrativas delas, geralmente
empresas de menor porte e menor nível de estrutura e cujo pagamento do imposto presumido
satisfaz o tesouro nacional.
Por ser uma forma simpli�cada de apuração da base de cálculo do imposto de renda, restrita às
empresas que não são obrigadas ao regime de apuração de tributação com base no lucro real e
também não estão obrigadas a possuir escrituração contábil detalhada de suas receitas e
despesas, que indique seu lucro real, basta que possua e escriture o livro-caixa, o qual irá mostrar,
entre outras coisas, as receitas efetivamente recebidas. É evidente que esse livro precisa ser
escriturado dentro dos princípios e formalidades previstos na legislação �scal.
Já o contribuinte deverá optar pelo método de tributação consciente de que tal método é de�nido
para o ano-calendário, ou seja, não pode haver mudança na tributação no decorrer do ano. Essa
opção será feita quando for paga a primeira parcela do imposto ou da cota única, o que ocorrerá
no �nal do mês de abril para os optantes desse regime tributário.
Situação Problema – Prática (Cálculo e Contabilização)
A empresa Du Cacique Ltda obteve no primeiro trimestre de 2019 as seguintes informações:
•   Venda de produtos de fabricação própria: R$3.000.000,00;
•   Serviços de assistência técnica: R$500.000,00;
•   Aluguel de um galpão: R$60.000,00;
•   Receita �nanceira: R$40.000,00;
•   Imposto de renda retido na fonte sobre aplicação �nanceira: R$4.000,00;
Vamos calcular a base de cálculo e o imposto de renda com base no lucro presumido:Tabela 2.2 – Cálculo do imposto de renda com base no lucro presumido.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Descrição R$ % do IR Base de Cálculo
Fabricação própria 3.000.000,00 8,0% R$240.000,00
Serviços 500.000,00 32,0% R$160.000,00
Aluguel 60.000,00 100,0% R$60.000,00
Financeira 40.000,00 100,0% R$40.000,00
Total Base de Cálculo do IR R$500.000,00
(-) Adicional de IR (R$60.000,00)
Total base Adicional de IR R$440.000,00
IR calculado (R$500.000,00 X 15,0%) R$75.000,00
IR Adicional calculado (R$440.000,00 X 10,0%) R$44.000,00
(-) Imposto de renda retido na fonte sobre aplicação �nanceira (R$4.000,00)
IMPOSTO DE RENDA DEVIDO R$115.000,00
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Agora, vamos contabilizar o valor do imposto de renda a recolher:
Débito: Despesa com Imposto de Renda Pessoa Jurídica........R$115.000,00
Crédito: Imposto de Renda a Recolher......................................R$115.000,00
Contabilizando o pagamento da obrigação conforme calendário tributário seria:
Débito: Imposto de Renda a Recolher......................................R$115.000,00
Crédito: Caixa/Bancos.............................................................. R$115.000,00
praticar
Vamos Praticar
Usando o conhecimento adquirido você consegue responder qual pessoa jurídica não poderá optar pelo
lucro presumido, independentemente do valor das receitas de ano anterior?
a) Empresa que explore atividade imobiliária.
b) Empresa de prestação de serviços de pro�ssão regulamentada.
c) Companhia aberta com ações negociadas em bolsa de valores.
d) Sociedade de arrendamento mercantil.
e) Indústria de cimento.
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Contabilmente falando, pode-se dizer que o lucro real é aquele realmente apurado pela
contabilidade, com base na completa escrituração contábil �scal, com a estrita e rigorosa
observância dos princípios de contabilidade e demais normas �scais e comerciais, como segue:
a)  Rigorosa observância dos princípios de contabilidade;
b)  Constituição das provisões necessárias;
c)  Completa escrituração contábil e �scal;
d)  Escrituração de um conjunto de livros �scais e contábeis;
e)  Preparação das demonstrações etc.
Já o lucro líquido do período é aquele apurado na escrituração comercial, denominado lucro
contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do Imposto
de Renda (que serão vistos logo adiante). Os ajustes do lucro líquido do período de apuração e
também a demonstração de apuração do lucro real devem ser transcritos no Livro de Apuração do
Lucro Real conhecido como LALUR.
Base Legal
Segundo Crepaldi (2012, p. 132), estão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real,
em cada ano calendário, as pessoas jurídicas:
a . Cuja receita total, ou seja, a soma da receita bruta mensal, demais receitas e ganhos
de capital, mais os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas no mercado de
renda variável e dos rendimentos nominais produzidos por aplicações �nanceiras de
renda �xa, e também da parcela das receitas auferidas nas exportações estejam dentro
dos limites mínimos e máximos da Instrução Normativa SRF n.38/1997;
b . Cujas atividades sejam de bancos comerciais, de investimentos ou de
desenvolvimento, caixa econômica, sociedade de crédito imobiliário, corretoras de
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguros privados e de capitalização e entidade de previdência privada
aberta;
c . Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d . Que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios �scais relativos a
isenção ou redução do imposto;
e . Que no decorrer do ano calendário, tenham efetuado pagamento mensal do imposto
de renda, determinado sobre a base de cálculo estimada;
f . Que explorem atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração
de contas a pagar e receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de factoring.
IRPJ – Imposto de Renda PessoaIRPJ – Imposto de Renda Pessoa
Jurídica – Regime Tributário: LucroJurídica – Regime Tributário: Lucro
RealReal
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Essas empresas podem optar pela apuração do lucro real trimestral ou anual, se a opção for pela
apuração do lucro real trimestral , este deve ser determinado em períodos de apuração
encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, com base no
resultado líquido de cada trimestre. Esse resultado deve ser apurado mediante levantamento das
demonstrações contábeis, com observância das normas estabelecidas na legislação comercial e
�scal, o qual será ajustado pelas adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas
pela legislação tributária.
O imposto trimestral será calculado mediante a aplicação da alíquota:
i.  Alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo, ou seja, 15% do lucro real;
ii.  Alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder o limite de
R$60.000,00 (limite trimestral), ou seja, limite de R$20.000,00 ao mês que compõe o respectivo
trimestre.
Poderão ser deduzidos do valor do imposto de renda trimestral:
Os incentivos �scais, dentro dos limites e condições �xados pela legislação;
O imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na determinação
do lucro real;
O saldo do imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.
Vale dizer que o imposto de renda apurado em cada trimestre poderá ser pago em quota única no
mês seguinte ao trimestre, sem qualquer acréscimo e ainda, o contribuinte tem a opção de pagar
em três quotas mensais com juros pela taxa Selic até o mês anterior ao do pagamento e de 1% ao
mês.
Outra coisa que precisa chamar a sua atenção é que o lucro real trimestral não traz uma só
vantagem, mas traz muitas desvantagens, como a limitação na compensação dos prejuízos �scais e
a possibilidade de cometer mais infrações �scais. E ainda, o lucro do trimestre anterior não pode
ser compensado com prejuízo �scal de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-
calendário. O prejuízo �scal de um trimestre só poderá reduzir até o limite de 30% do lucro real dos
trimestres seguintes.
Temos também de estar alertas com o adicional de imposto de renda pois poderá ser maior na
apuração trimestral porque se a empresa tiver, por exemplo, R$50.000,00 de lucro no 1º trimestre e
R$80.000,00 de lucro no 2º trimestre, o adicional de alíquota de 10% incidirá sobre R$20.000,00 do
2º trimestre, não podendo deduzir a insu�ciência de R$10.000,00 do 1º trimestre.
No caso de a empresa optar pela tributação do lucro real anual deve efetuar os recolhimentos
mensais com base em estimativas, e não pode mudar a base de tributação durante o exercício.
Isso mesmo, a empresa tem a opção pelo pagamento do imposto em bases estimadas mensais,
apurando-se o lucro real anualmente, com a possibilidade de suspensão ou redução do imposto
com base em balanços ou balancetes periódicos. Vamos seguir destacando os principais aspectos
dessa modalidade de tributação:
i.  O imposto devido em cada mês, calculado em bases estimadas, deverá ser pago até o último dia
útil do mês subsequente;
ii.  A alíquota do imposto de renda é a mesma citada anteriormente, ou seja, 15%;
iii.  A alíquota adicional de 10%, também não se altera, sendo que o pagamento desse adicional
terá de ser feito mensalmente sobre a parcela do lucro estimado que exceder R$20.000,00.
O imposto de renda pago mensalmente poderá ser calculado por estimativa observando os
seguintes critérios:
Base de cálculo– deverá ser calculado mediante a aplicação dos seguintes percentuais
sobre a receita bruta auferida nas atividades dos contribuintes:
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Quadro 2.1 – Percentuais sobre a receita bruta no lucro real.
Fonte: Renato et. al. (2018, p. 194).
Vale dizer também que os contribuintes que exploram diversas atividades devem apurar a base de
cálculo aplicando o respectivo percentual sobre as receitas brutas de cada uma das atividades.
Sobre o conceito de receita bruta, Lei n. 12.973/2014, artigo 2º, permite um alcance sobre as mais
diversas receitas adquiridas pela pessoa jurídica quando de�ne que a receita bruta alcança toda
receita advinda da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, além da receita adquirida como
produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço da prestação de serviços em
geral, bem como o resultado auferido nas operações de conta alheia.
Existem algumas exclusões das receitas brutas, tais como:
i.  O IPI incidente sobre as vendas e o ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de
substituição tributária (ST);
ii.  As vendas canceladas e as devoluções de vendas;
iii.  Os descontos incondicionais concedidos – que são aqueles constantes da nota �scal de venda
dos bens ou da fatura e que não dependem de evento posterior à emissão do documento �scal.
Agora iremos falar um pouquinho sobre o livro de apuração do lucro real, ou simplesmente o
LALUR , ele é dividido em duas partes conhecidas como parte A e parte B, sendo que na parte A a
empresa deve fazer a transcrição da apuração do lucro �scal, partindo do resultado obtido pela
escrituração contábil e na parte B são transcritos todos os registros efetuados na parte A.
Objetivos e/ou Destinação
O imposto de renda é um tributo adotado universalmente que obriga cada empresa a destinar um
determinado percentual de sua renda média anual para o governo. Essa porcentagem pode variar
de acordo com a renda média ou pode ser �xa.
Em geral, o imposto de renda é cobrado mensalmente e no ano seguinte o contribuinte (neste caso,
a empresa) prepara uma declaração de ajuste anual de quanto deve de imposto ou ainda poderá
Atividades da pessoa jurídica geradora da receita bruta –
base de estimativa para os pagamentos mensais dos
tributos do IR
Percentuais aplicáveis
sobre a receita
Revenda para consumo de combustíveis derivados de
petróleo, álcool etílico, carburante e gás natural
1,6%
Venda de mercadorias ou produtos, exceto revenda de
combustível para consumo
8,0%
Prestação de serviços de transporte de carga 8,0%
Prestação dos demais serviços de transporte 16,0%
Prestação dos demais serviços em geral, para os quais não
esteja previsto percentual especí�co
32,0%
Prestação de serviços em geral por empresas com receita
bruta anual não superior a R$120.000,00 exceto serviços
hospitalares, de transporte e de pro�ssões regulamentadas
16,0%
Instituições �nanceiras e entidades a elas equiparadas 16,0%
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ter imposto a ser restituído, sendo que essas informações e valores precisam ser homologados
pelas autoridades tributárias.
O artigo 43 do Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que o imposto sobre a renda e
proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição ou disponibilidade econômica
ou jurídica, sendo que a renda é representada pelo produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos e de proventos de qualquer natureza representada pelos acréscimos
patrimoniais.
No que diz respeito às pessoas jurídicas (empresas) a ocorrência do fato gerador dá-se pela
obtenção dos resultados positivos (lucros) em suas operações industriais, mercantis, comerciais e
de prestação de serviços, além dos acréscimos patrimoniais decorrentes de ganhos de capital e
outras receitas não oriundas de atividades operacionais. O imposto será devido à medida que os
lucros, rendimentos e ganhos forem auferidos.
Situação Problema – Prática (Cálculo e Contabilização)
O exemplo a seguir encontra-se em Chieregato et al. (2018, p. 195-196).
Veja-se a empresa Alfa com opção pelo recolhimento por estimativa e posterior apuração do lucro
real anual. Em julho de 2019, suas receitas foram:
Tabela 2.3 – Demonstração de receitas da empresa Alfa.
Fonte: Adaptada de Renato et al. (2018, p. 195).
Com essas informações iremos para a demonstração de apuração da base de cálculo do Imposto
de Renda por estimativa:
Itens:
Venda de
mercadorias
Prestação de
serviços
Receitas brutas A R$500.000,00 R$60.000,00
(-) imposto sobre produtos industrializados (R$50.000,00)
(-) imposto sobre circulação de mercadorias (R$81.000,00)
(-) imposto sobre serviços (R$3.000,00)
(-) vendas canceladas e devoluções (R$15.000,00)
(-) descontos incondicionais (R$4.000,00)
= TOTAL DAS DEDUÇÕES B (R$150.000,00) (R$3.000,00)
Vendas Líquidas [A (-) B] R$350.000,00 R$57.000,00
Lucro na venda de imobilizado R$30.000,00
Receita de locação de imóvel R$2.000,00
Rendimentos com operações de mútuo R$6.000,00
Receitas com ganhos de capital R$38.000,00
IRRF sobre ganhos de capital R$50,00
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Tabela 2.4 – Cálculo do imposto de renda a pagar
Fonte: Adaptada de Renato et al. (2018, p. 196).
Do montante apurado de R$20.920,00 a empresa Alfa pode deduzir os incentivos �scais e supondo
que houve gastos com o PAT (Programa de Alimentação ao Trabalhador) cujo limite está em 4,00%
do imposto devido calculado sobre a alíquota normal, a dedução poderia ser de R$550,08, igual a
4,00% de R$13.752,00.
Portanto, o imposto de renda �nal a ser recolhido sobre o lucro estimado em julho de 2019 seria:
Tabela 2.5 – Cálculo do imposto de renda líquido a pagar.
Fonte: Adaptada de Renato et al. (2018, pág. 196).
Itens:
Venda de
mercadorias
Prestação de
serviços
Receitas brutas A R$500.000,00 R$60.000,00
(-) imposto sobre produtos industrializados (R$50.000,00)
(-) vendas canceladas e devoluções (R$15.000,00)
(-) descontos incondicionais (R$4.000,00)
= TOTAL DAS DEDUÇÕES B (R$69.000,00)
Receitas Líquidas para base de cálculo [A (-)
B]
R$431.000,00 R$60.000,00
Aplicação de percentual sobre as receitas 8,00% 32,00%
Lucro estimado = receitas líquidas X o
percentual
R$34.480,00 R$19.200,00
Total do lucro estimado (34.480 + 19.200) R$53.680,00
Acréscimos de ganhos de capital R$38.000,00
= Base de cálculo do imposto mensal R$91.680,00
Cálculo do IR devido por mês por estimativa 15,00%
Valor do IR devido no mês R$13.752,00
Adicional IR 10,00% sobre excedente de
limite 20 mil (91.680 (-) 20.000) = 71.680 que
é o excedente.
R$7.168,00
Imposto de Renda a Pagar R$20.920,00
Imposto de renda calculado com base na estimativa R$20.920,00
(-) deduções de incentivos �scais (R$550,08)
(-) IRRF sobre ganhos de capital (R$50,00)
= Imposto de renda a recolher R$ 20.319,92
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Agora, vamos contabilizar o valor do imposto de renda a recolher:
Débito: Imposto de Renda a Recuperar (estimativa)...........R$20.369,92
Crédito: IRRF sobre ganhos de capital.......................................R$50,00
Crédito: Imposto de Renda a Recolher................................R$20.319,92
Contabilizando o pagamento da obrigação conforme calendário tributário seria:
Débito: Imposto de Renda a Recolher..................................R$20.319,92
Crédito: Caixa/Bancos......................................................... R$20.319,92
praticar
Vamos Praticar
Com a utilização do conhecimento adquirido você é capaz de analisar as a�rmações I, II, III e IV e assinalar
a alternativa correta:
I.  O lucroreal corresponde ao lucro líquido apurado pela contabilidade, que não precisa de ajustes para
obter a base de cálculo do imposto de renda.
II.  No regime do lucro real, a empresa calcula e paga imposto de renda e contribuição social sobre o lucro
calculado sobre as receitas do período e apuradas nos seus balanços contábeis.
III.  Lucro real é o lucro líquido do período, apurado pela contabilidade, com a observância dos princípios
fundamentais e normas o�ciais de contabilidade.
IV.  No caso de a empresa apurar prejuízo durante o exercício, de acordo com sua contabilidade, não há
necessidade de ajuste pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do imposto de
renda, para se obter o resultado tributável ou prejuízo �scal.
Assinale a alternativa correta:
a) Estão corretas todas as a�rmações.
b) Estão corretas as a�rmações I, II e III.
c) Apenas a a�rmação I está incorreta.
d) As a�rmações I, II e IV estão incorretas.
e) Todas as a�rmações estão incorretas.
ref l ita
Re�ita
Todo exercício contábil, você, sozinho ou com a ajuda e apoio de um
pro�ssional contador pode fazer um planejamento tributário e aferir a melhor
opção de tributação sobre o lucro de sua empresa – entre lucro presumido e
lucro real. Faça isso e tenha a maior economia tributária e �nanceira da sua
empresa.
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indi cações
Material Complementar
L I VRO
Manual Prático da Contabilidade Fisco Tributária e
Ajustes Contábeis e Fiscais
Editora : Editora Sage -IOB
Autor : Professor Mestre Valdir de Oliveira Amorim
ISBN : 978-85-379-2711-3
Comentário : Obra de grande valia para o meio contábil, trazendo
discussões sobre registro e controle dos ajustes (�scal x societário) por
meio de subcontas, adotados pela Receita Federal, a partir de 2015 em
diante. Vale a pena a leitura.
F I LME
O Contador
Ano : 2016
Comentário : Para descobrir um pouco mais sobre a pro�ssão do
contador assista o �lme que traz as várias habilidades pro�ssionais
destacando sua formação, dedicação, empenho e serenidade em tratar
as questões contábeis de maneira a ter o total controle das
informações da empresa.
Trailer
https://www.youtube.com/watch?v=AP3fTyPoxgQ
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conclus ão
Conclusão
Com o estudo  foi possível conhecer o histórico do PIS e da COFINS, sua forma não cumulativa, foi
discorrido de forma geral sobre o IPI (imposto sobre produtos industrializados) trazendo as
principais regras aplicáveis a este imposto federal, evidenciaram-se as formas de apuração do
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica nos regimes de tributação pelo lucro presumido e lucro real,
demonstrou-se que você tem amplo domínio na tomada de decisão da melhor alternativa e com
isso poderá alcançar a maior economia tributária e �nanceira da sua empresa.
re f erências
Referências Bibliográ�cas
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9718compilada.htm

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