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ON-LINE OABOAB Sumário 2. DIREITO CONSTITUCIONAL 1 1. PODER CONSTITUINTE ...............................................................................................................................................1 2. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................2 3. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ...............................4 4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ..............................................................................................................5 5. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ................................................................................................8 6. DIREITOS SOCIAIS ......................................................................................................................................................12 7. NACIONALIDADE ........................................................................................................................................................13 8. DIREITOS POLÍTICOS .................................................................................................................................................13 9. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ...................................................................................................................................14 10. PODER LEGISLATIVO ..................................................................................................................................................17 11. PODER EXECUTIVO .....................................................................................................................................................22 12. PODER JUDICIÁRIO ....................................................................................................................................................24 13. CONSELHOS NACIONAIS DE JUSTIÇA E DO MINISTÉRIO PÚBLICO ............................................................26 14. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ...........................................................................................................................27 15. DEFESA DO ESTADO ...................................................................................................................................................27 16. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ....................................................................................................................28 17. ORDEM SOCIAL ..........................................................................................................................................................28 4. DIREITO EMPRESARIAL 31 1. TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL ..........................................................................................................31 2. SOCIEDADES ................................................................................................................................................................34 3. TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................................................................................42 4. FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL .................................................44 5. CONTRATOS EMPRESARIAIS ....................................................................................................................................46 6. PROPRIEDADE INDUSTRIAL......................................................................................................................................47 5. DIREITO DO CONSUMIDOR 51 1. CONCEITO DE CONSUMIDOR. RELAÇÃO DE CONSUMO ...............................................................................51 2. PRINCÍPIOS E DIREITOS BÁSICOS ..........................................................................................................................52 3. RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR ...............................................................................................................52 4. PRÁTICAS COMERCIAIS .............................................................................................................................................53 5. PROTEÇÃO CONTRATUAL ........................................................................................................................................53 6. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO ..................................................................................................................55 7. RESPONSABILIDADE CRIMINAL ..............................................................................................................................56 8. SANÇÃO ADMINISTRATIVA ......................................................................................................................................57 6. DIREITO CIVIL 59 1. LINDB – LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ........................................................59 2. GERAL .............................................................................................................................................................................60 3. OBRIGAÇÕES ...............................................................................................................................................................64 4. CONTRATOS .................................................................................................................................................................67 5. RESPONSABILIDADE CIVIL .......................................................................................................................................70 6. COISAS ..........................................................................................................................................................................72 7. FAMÍLIA ..........................................................................................................................................................................75 8. SUCESSÕES ...................................................................................................................................................................78 7. DIREITO PROCESSUAL CIVIL 81 8. DIREITO ADMINISTRATIVO 99 1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS .............................................................................................................................99 2. PODERES ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................101 3. ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................................................................................102 4. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..............................................................................................109 5. SERVIDORES PÚBLICOS .........................................................................................................................................113 6. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .........................................................................................................................120 7. INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE E NO DOMÍNIO ECONÔMICO ..............................................................124 8. BENS PÚBLICOS .........................................................................................................................................................128 9. RESPONSABILIDADE DO ESTADO.........................................................................................................................131 10. LICITAÇÕES E CONTRATOS ....................................................................................................................................134 11. SERVIÇO PÚBLICO, CONCESSÃO E PPP ..............................................................................................................14112. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................................................144 13. PROCESSO ADMINISTRATIVO ...............................................................................................................................146 9. DIREITO TRIBUTÁRIO 151 1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ...................................................................................................................................151 2. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ......................................................................................................................................153 3. IMUNIDADES .............................................................................................................................................................156 4. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ..........................................................................................158 5. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – FONTES ....................................................................................................................161 6. VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO ............................................................................162 COMO PASSAR OABIV 7. FATO GERADOR E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA .....................................................................................................165 8. LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................................166 9. SUJEIÇÃO PASSIVA, RESPONSABILIDADE, CAPACIDADE E DOMICÍLIO .....................................................168 10. SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO .......................................................................................172 11. REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS E FINANÇAS.....................................................................................176 12. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE .......................................................................................................177 13. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO ..........................................................................................................184 14. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, FISCALIZAÇÃO E PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL .....................185 15. DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO, CERTIDÕES .............................................................................................................188 16. AÇÕES TRIBUTÁRIAS ................................................................................................................................................188 17. SIMPLES NACIONAL – MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE ............................................190 18. DIREITO FINANCEIRO ..............................................................................................................................................191 10. DIREITO DO TRABALHO 193 1. CONTRATO DE TRABALHO .....................................................................................................................................193 2. SUJEITOS DA RELAÇÃO DE TRABALHO – MODALIDADES ESPECIAIS DE TRABALHADORES..................195 3. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO ....................................................................................................................................196 4. JORNADA DE TRABALHO – DURAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................................197 5. ALTERAÇÃO, SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – FÉRIAS ............................198 6. TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO ..........................................................................................................200 7. ESTABILIDADE ............................................................................................................................................................202 8. NORMAS DE PROTEÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO DO MENOR – TRABALHO DA MULHER .........203 9. DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ....................................................................................................................204 10. TEMAS COMBINADOS .............................................................................................................................................204 11. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 207 1. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO .....................................................................................................207 2. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS ...........................................................................................................209 3. PARTES E PROCURADORES .....................................................................................................................................210 4. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E RESPOSTAS DA RECLAMADA ........................................................................211 5. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO..........................................................................................................................211 6. RECURSOS ..................................................................................................................................................................212 7. AÇÕES ESPECIAIS ......................................................................................................................................................214 8. TEMAS COMBINADOS .............................................................................................................................................215 12. DIREITO AMBIENTAL 217 1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL .................................................................................217 2. DIREITO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ........................................................................................218 VSUMÁRIO 3. MEIO AMBIENTE CULTURAL ...................................................................................................................................219 4. COMPETÊNCIA EM MATÉRIA AMBIENTAL ...........................................................................................................220 5. SISNAMA E PNMA .....................................................................................................................................................220 6. INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DO MEIO AMBIENTE .......................................................220 7. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E EIA/RIMA ..........................................................................................................221 8. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .............................................................................................................................223 9. PROTEÇÃO DA FLORA. CÓDIGO FLORESTAL. MATA ATLÂNTICA .................................................................224 10. RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL...............................................................................................................224 11. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL........................................................................................225 12. RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL .............................................................................................................226 13. ESTATUTO DA CIDADE .............................................................................................................................................227 14. AGRÁRIO .....................................................................................................................................................................228 13. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 231 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS. DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA ...............................231 2. ATO INFRACIONAL – DIREITO MATERIAL ...........................................................................................................2323. ATO INFRACIONAL – DIREITO PROCESSUAL .....................................................................................................233 4. INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS E CRIMES ..........................................................................................................236 14. DIREITO PENAL 237 1. CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL .................................................................................237 2. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO .............................................................................................................................237 3. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO ...........................................................................................................................238 4. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES ..............................................................................................................................240 5. FATO TÍPICO E TIPO PENAL .....................................................................................................................................240 6. CRIMES DOLOSOS, CULPOSOS E PRETERDOLOSOS ......................................................................................242 7. ERRO DE TIPO, DE PROIBIÇÃO E DEMAIS ERROS .............................................................................................243 8. TENTATIVA, CONSUMAÇÃO, DESISTÊNCIA, ARREPENDIMENTO E CRIME IMPOSSÍVEL .........................243 9. ANTIJURIDICIDADE E CAUSAS EXCLUDENTES ..................................................................................................245 10. CONCURSO DE PESSOAS .......................................................................................................................................246 11. CULPABILIDADE E CAUSAS EXCLUDENTES .........................................................................................................247 12. PENA E MEDIDA DE SEGURANÇA .........................................................................................................................247 13. CONCURSO DE CRIMES ..........................................................................................................................................250 14. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ................................................................................................................................251 15. CRIMES CONTRA A PESSOA ...................................................................................................................................252 16. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO .......................................................................................................................253 17. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ............................................................................................................255 18. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ............................................................................................................................256 COMO PASSAR OABVI 19. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................................................256 20. CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS ........................................................................................................257 21. CRIMES RELATIVOS A DROGAS .............................................................................................................................258 22. LEI MARIA DA PENHA ...............................................................................................................................................258 23. CRIMES DE TRÂNSITO ..............................................................................................................................................259 24. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA ...........................................................................................................260 25. CRIMES HEDIONDOS ..............................................................................................................................................260 26. OUTROS CRIMES ......................................................................................................................................................261 27. TEMAS COMBINADOS .............................................................................................................................................261 15. DIREITO PROCESSUAL PENAL 263 1. FONTES, PRINCÍPIOS GERAIS E INTERPRETAÇÃO .............................................................................................263 2. INQUÉRITO POLICIAL E OUTRAS FORMAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ..............................................265 3. AÇÃO PENAL, SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E AÇÃO CIVIL ..............................................267 4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA; CONEXÃO E CONTINÊNCIA .........................................................................268 5. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ...............................................................................................................269 6. PROVA ..........................................................................................................................................................................270 7. PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA .........................................................................272 8. SUJEITOS PROCESSUAIS, CITAÇÃO, INTIMAÇÃO E PRAZOS .........................................................................274 9. PROCESSO E PROCEDIMENTO; SENTENÇA, PRECLUSÃO E COISA JULGADA............................................275 10. PROCESSO DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI ....................................................................................275 11. NULIDADES ................................................................................................................................................................276 12. RECURSOS ..................................................................................................................................................................276 13. HABEAS CORPUS, MANDADO DE SEGURANÇA E REVISÃO CRIMINAL .......................................................277 14. EXECUÇÃO PENAL .....................................................................................................................................................278 15. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE E TEMAS COMBINADOS ..................................................................................279 18. DIREITO ELEITORAL 281 1. PRINCÍPIOS, DIREITOS POLÍTICOS, ELEGIBILIDADE ........................................................................................281 2. INELEGIBILIDADE ......................................................................................................................................................281 3. ALISTAMENTO ELEITORAL, DOMICÍLIO ..............................................................................................................282 4. PARTIDOS POLÍTICOS, CANDIDATOS, SISTEMAS ELEITORAIS ......................................................................282 5. ELEIÇÕES, VOTOS, APURAÇÃO, QUOCIENTES ELEITORAL E PARTIDÁRIO .................................................284 6. PROPAGANDA ELEITORAL E RESTRIÇÕES NO PERÍODO ELEITORAL ...........................................................284 7. PRESTAÇÃO DE CONTAS, DESPESAS, ARRECADAÇÃO, FINANCIAMENTO DE CAMPANHA ...................285 8. JUSTIÇA ELEITORAL ..................................................................................................................................................286 9. AÇÕES, RECURSOS, IMPUGNAÇÕES ...................................................................................................................286 10. CRIMES ELEITORAIS ..................................................................................................................................................289VIISUMÁRIO 11. CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS .............................................................................................290 12. COMBINADAS E OUTRAS MATÉRIAS ...................................................................................................................290 19. DIREITO FINANCEIRO 293 1. PRINCÍPIOS E NORMAS GERAIS ............................................................................................................................293 2. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA .......................................................................................................................294 3. RECEITA PÚBLICA ......................................................................................................................................................294 4. PRECATÓRIOS ............................................................................................................................................................295 5. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ......................................................................................................................295 6. OUTROS TEMAS E COMBINADOS ........................................................................................................................296 20. DIREITO PREVIDENCIÁRIO 297 1. PRINCÍPIOS E NORMAS GERAIS ............................................................................................................................297 2. CUSTEIO ......................................................................................................................................................................297 3. SEGURADOS, DEPENDENTES .................................................................................................................................297 4. BENEFÍCIOS ................................................................................................................................................................299 5. SERVIDORES PÚBLICOS ..........................................................................................................................................302 6. AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS ......................................................................................................................................302 7. ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAÚDE .............................................................................................................................303 8. OUTROS TEMAS E MATÉRIAS COMBINADAS.....................................................................................................304 1. PODER CONSTITUINTE1-2 (OAB/Exame Unificado – 2007.2) O poder constituinte reforma- dor manifestado por meio de emendas (A) permite que a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada seja objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, desde que por iniciativa da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional. (B) tem por características ser inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. (C) pode ser iniciado por meio das mesas das assembleias legislativas. (D) exige, no âmbito federal, que a proposta seja discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. A: incorreta. A proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, § 5º, da CF). O poder constituinte derivado reformador, que é o poder de fazer emendas constitucionais, possui certos limites, dentre os quais, os denominados limites formais ou procedimentais. Essa impossibilidade de reapresentação de proposta de emenda rejeitada ou prejudicada, na mesma sessão legislativa, é um exemplo de limite formal; B: incorreta. As características mencionadas são atribuídas ao poder constituinte originário. O derivado reformador, ao contrário, não é inicial, pois deriva do originário e a ele é subordinado, não detém autonomia, possui limites e é condicionado; C: incorreta. O art. 60, III, da CF exige que a proposta de emenda seja feita por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros; D: correta. É o que se extrai do art. 60, § 2º, da CF. Gabarito “D” (FGV – 2008) Acerca do poder constituinte instituído, é correto afirmar que, a partir da vigente Constituição da República, ele poderá ser exercido no âmbito: (A) da União, exclusivamente. (B) da União, dos Estados e do Distrito Federal, exclusi- vamente. (C) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (D) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, exclusivamente. (E) dos Municípios, exclusivamente. 1. Os comentários das questões do Exame Unificado 2010.1 foram feitos pela própria organizadora da prova. 2. Bruna Vieira comentou as questões dos Exames Unificados 2014.3, 2015.1, 2015.2, 2015.3, 2016.1 e 2016.2. Bruna Vieira e Teresa Melo comentaram as demais questões. Ao contrário do Poder Constituinte Originário (que é inicial, autô- nomo, ilimitado e incondicionado), o Poder Constituinte Derivado é secundário, subordinado, limitado, e exercido pelos representantes do povo. Daí resulta a conclusão de que o poder constituinte derivado encontra limites nas regras previstas pelo constituinte originário. Poder constituinte instituído (ou constituído, ou secundário) é sinônimo de Poder Constituinte Derivado. Como defendido em doutrina, o poder constituinte derivado pode ser exercido através da reforma da Consti- tuição Federal ou da Constituição Estadual (poder constituinte derivado reformador), pela revisão da Constituição Federal (poder constituinte derivado revisor, art. 3º do ADCT) ou por intermédio da elaboração das constituições estaduais e da lei orgânica do Distrito Federal (poder constituinte derivado decorrente). Apesar de o tema ser controvertido em doutrina, a banca considerou que os Municípios também exercem o poder constituinte derivado decorrente quando na elaboração de suas leis orgânicas. Gabarito “C” (FGV – 2008) O Poder Constituinte Originário tem por características ser: (A) incondicionado e irrestrito. (B) permanente e limitado. (C) primário e condicionado. (D) autônomo e restrito. (E) ilimitado e transitório. O Poder Constituinte Originário (PCO) é inicial porque inaugura uma nova ordem jurídica; ilimitado porque não se submete aos limites impostos pela ordem jurídica anterior; autônomo porque exercido livremente por seu titular (o povo) e incondicionado por não se submeter a nenhuma forma preestabelecida para sua manifestação. Gabarito “A” (FGV – 2008) A respeito do poder constituinte derivado, assinale a afirmativa incorreta. (A) O procedimento que deve ser adotado para a reforma do texto constitucional está necessariamente previsto na própria Constituição. (B) A aprovação de uma emenda constitucional depende dos votos favoráveis de 3/5 dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, obtidos em dois turnos de votação em cada uma delas. (C) As chamadas cláusulas pétreas da Constituição esta- belecem limitações materiais ao poder constituinte derivado. (D) É vedada a aprovação de emenda constitucional que altere o regime constitucional da previdência social, tal como instituído no art. 201 e seguintes da Consti- tuição de 1988. (E) Norma aprovada pelo poder constituinte derivado está sujeita ao controle judicial de constitucionalidade. A: correta. O procedimento vem previsto na Constituição Federal e cons- titui um limite implícito ao poder de reforma da Constituição, justamente porque o Poder Constituinte Derivado não pode se sobrepor à vontade do Poder Constituinte Originário; B: correta, conforme dispõe o art. 60, 2. Direito ConStituCional Bruna Vieira e Teresa Melo1-2 BRUNA VIEIRA E TERESA MELO2 § 2º, da CF; C: correta. Art. 60, § 4º, da CF;D: incorreta, devendo ser assinalada. O regime constitucional da Previdência Social não constitui cláusula pétrea, tendo sido objeto de várias reformas ao longo dos anos; E: correta. É pacífico o entendimento de que cabe controle de norma constitucional oriunda de emenda à Constituição (já que constitui mani- festação do Poder Constituinte Derivado). Só não podem ser objeto de controle de constitucionalidade as normas constitucionais originárias, porque é fruto do Poder Constituinte Originário. Gabarito “D” 2. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (OAB/Exame Unificado – 2007.3) Quanto ao processo de mudança, a Constituição Federal de 1988 pode ser classificada como (A) flexível, por admitir alteração por iniciativa não só dos membros do Congresso Nacional, como também do Presidente da República. (B) semirrígida, por admitir alteração de seu conteúdo, exceto com relação às cláusulas pétreas. (C) transitoriamente rígida, por não admitir a alteração dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias. (D) rígida, por admitir a alteração de seu conteúdo por meio de processo mais rigoroso e complexo que o processo de elaboração das leis comuns. A: incorreta. Quanto ao processo de mudança as constituições podem ser classificadas em rígidas, semirrígidas ou flexíveis. As rígidas são aquelas alteráveis somente por um processo mais solene, mais difi- cultoso que o processo de alteração das demais normas jurídicas. As flexíveis são modificáveis livremente pelo legislador, observando-se o mesmo processo de elaboração e modificação das normas infracons- titucionais. E, por último, as semirrígidas são as que possuem uma parte rígida e outra flexível. A parte rígida é alterável por um processo mais dificultoso do que o das demais normas jurídicas e a parte flexí- vel, pelo mesmo processo de elaboração e modificação destinado às leis infraconstitucionais. Desse modo, o que essa classificação toma por base é o processo de alteração das normas constitucionais e não somente a iniciativa. A Constituição Federal de 1988 é uma constituição rígida (art. 60 da CF); B: incorreta. O fato de a Constituição Federal trazer núcleos essenciais intangíveis, cláusulas pétreas, não faz com que ela seja semirrígida, como mencionado na alternativa, tal classificação leva em conta o processo de alteração da Constituição Federal. Vale lembrar que apenas a doutrina minoritária menciona que a Constituição Federal de 1988 é considerada super-rígida, pelo fato de conter determinadas matérias (cláusulas pétreas) que não podem ser suprimidas do texto; C: incorreta. O STF já afirmou que as normas constantes do ADCT podem ser alteradas por meio do processo legislativo das emendas constitucionais. Além disso, a Constituição Federal é classificada como rígida e não transitoriamente rígida; D: correta. A Constituição Federal de 1988 é rígida, pois admite a alteração de seu conteúdo por meio de processo mais rigoroso e complexo que o processo de elaboração das leis comuns. Gabarito “D” (OAB/Exame Unificado – 2007.1) Acerca da teoria geral da Constituição Federal, assinale a opção correta. (A) O constitucionalismo, que pode ser conceituado como o movimento político-social que pretende limi- tar o poder e estabelecer o rol de direitos e garantias fundamentais, está diretamente relacionado com a ideologia socialista do início da primeira metade do século XX. (B) O poder constituinte derivado decorrente é caracteri- zado essencialmente pela sua ausência de vinculação a qualquer regra anterior, pela sua autonomia e pela sua incondicionalidade. (C) O poder de reforma está limitado às chamadas cláu- sulas pétreas, entre as quais se inclui a proibição de mudança do voto majoritário ou proporcional pelo voto distrital misto. (D) O valor social do trabalho e da livre iniciativa é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. A: incorreta, vez não é correta a afirmação de que o constitucionalismo estaria diretamente relacionado com a ideologia socialista do início da primeira metade do século XX; B: incorreta. Criado e instituído pelo poder constituinte originário, o poder constituinte derivado decorrente é limitado e condicionado a ele; C: incorreta. Art. 60, § 4º, da CF; D: correta. Art. 1º, IV, da CF. Gabarito “D” (FGV – 2009) Entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, constantes da Constituição Federal de 1988, não se inclui: (A) promover o bem de todos. (B) erradicar a marginalização. (C) reduzir as desigualdades sociais. (D) priorizar o desenvolvimento das regiões rurais. (E) construir uma sociedade livre, justa e solidária. A questão encontra respaldo no art. 3º da CF que enumera os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, quais sejam: construir uma sociedade livre justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceitos de raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A prioridade no desen- volvimento das regiões rurais não é considerada objetivo fundamental. Gabarito “D” (FGV – 2008) Assinale a opção que reúne todos os fun- damentos da República Federativa do Brasil, tal como previstos no art. 1º da Constituição de 1988. (A) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. (B) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a autodeterminação dos povos. (C) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a concessão de asilo político. (D) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a solução pacífica dos conflitos. (E) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. A questão encontra respaldo no art. 1º da CF que enumera os funda- mentos da República Federativa do Brasil, quais sejam: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Gabarito “E” (FGV – 2008) Relativamente aos princípios fundamentais, assinale a alternativa incorreta: (A) A República Federativa do Brasil é formada pela união dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. 32. DiREiTO CONsTiTUCiONAl (B) A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito (C) Constitui objetivo fundamental da República Federa- tiva do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária. (D) são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o Executivo e o Judiciário. (E) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição. A: incorreta, devendo ser assinalada. O art. 1º da CF dispõe que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal; B: correta. É o que determina o art. 1º da CF; C: correta (art. 3º, I, da CF). D: correta (art. 2º da CF); E: correta (art. 1º, parágrafo único, da CF). Gabarito “A” (FGV – 2008) O Brasil é uma república, a indicar o governo como: (A) sistema. (B) forma. (C) regime (D) paradigma. (E) modelo. São formas de Estado: Unitário e Federal; formas de Governo: República ou Monarquia; Sistemas de Governo: Presidencialista ou Parlamenta- rista; Regimes políticos: Aristocracia, Oligarquia ou Democracia. Outros falam simplesmente em Democracia ou Ditadura. O Brasil é um Estado Federal, Republicano, Presidencialista e Democrático (art. 1º da CF). Gabarito “B” (FGV – 2008) A Constituição da República, em seu art. 1º, determina que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, tem como fundamento(s): (A) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. (B) a garantia do desenvolvimento nacional. (C) a erradicação da pobrezae da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais. (D) a prevalência dos direitos humanos. (E) a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo ou qualquer outra forma de discri- minação. A: correta. Art. 1º, IV, da CF; B, C e E: incorretas. Constituem objetivos da República Federativa do Brasil (art. 3º, II, III e IV, da CF); D: incorreta. É princípio que rege as relações internacionais do Brasil (art. 4º, II, da CF). Gabarito “A” (FGV – 2008) É consequência da rigidez constitucional: (A) o princípio do Estado Democrático de Direito. (B) o princípio da supremacia da Constituição. (C) a inalterabilidade do texto constitucional. (D) o controle concentrado da constituição. (E) a presença, em seu texto, de normas fundamentais. São rígidas as constituições em que o mecanismo de alteração das normas constitucionais é mais difícil que o previsto para a modificação de normas infraconstitucionais. A Constituição Federal de 1988 é rígida, pois estabelece em seu texto um procedimento mais qualificado para aprovação de emendas constitucionais que o de alteração das leis em geral (art. 60 da CF). A rigidez, portanto, tem como consequência a supremacia da Constituição sobre as demais normas jurídicas, pois nenhuma lei ou ato normativo pode contrariar o disposto na Constituição Federal. Se não existisse um procedimento mais difícil para a alteração das normas constitucionais, qualquer norma infraconstitucional pos- terior à Constituição e com ela incompatível iria revogar o comando da Constituição Federal.Gabarito “B” (FGV – 2008) Mutação constitucional é: (A) o mesmo que reforma da constituição. (B) o mesmo que emenda da constituição. (C) o processo não formal de mudança de constituição flexível. (D) o processo não formal de mudança de constituição rígida. (E) o processo formal de alteração do texto constitucional. A alteração da Constituição pode ocorrer pela via formal (emendas à Constituição) ou pela via informal (mutação constitucional). A mutação permite que o sentido e o alcance da norma constitucional sejam alte- rados sem que haja qualquer modificação no texto do dispositivo da Constituição. É feita pelos órgãos estatais ou pelos costumes sociais. Gabarito “D” (FGV – 2008) Assinale a afirmativa incorreta. (A) são características do princípio republicano: eleições periódicas para Chefe de Estado e Chefe de Governo, cidadania, soberania, diversas esferas de distribuição de poder, observância dos direitos fundamentais implícitos e explícitos, observância dos princípios sensitivos. (B) O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo no Estado Federal Brasileiro tem como finalidades básicas a unidade nacional e a necessidade descen- tralizadora. (C) O princípio republicano impede que prevaleça a prer- rogativa de foro, perante o supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de ativi- dade funcional, se sobrevier a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou réu, no cargo, função ou mandato, cuja titularidade se qualifica como o único fator de legitimidade constitucional apto a fazer instaurar a competência penal originária do sTF. (D) Como corolário do princípio federativo, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, no Brasil, são autônomos e possuidores da tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração. (E) A garantia constitucional de imunidade recíproca entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é corolário do princípio federativo. A: incorreta, devendo ser assinalada. O princípio republicano não tem por característica diversas esferas de distribuição de poder, pois o Estado pode ser unitário, isto é, ter o poder centralizado. É o caso da República Portuguesa; B: correta. Art. 1º da CF; C: correta. conforme foi estabelecido pelo STF no julgamento do AgRg no Inq 1.376-4/ MG, Pleno, j. 15.02.2007, rel. Min. Celso de Mello, DJ 16.03.2007 em razão do cancelamento da Súmula 394 do STF. Vale acrescentar a tese definida na AP 937 QO, rel. Min. Roberto Barroso, P, j. 03.05.2018, DJE 265 de 11.12.2018 segundo a qual: “ I – O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício BRUNA VIEIRA E TERESA MELO4 do cargo e relacionados às funções desempenhadas; e II – Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar do cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo; D: correta. Os entes federativos são autônomos e, segundo a doutrina, a autonomia consiste na capacidade de auto- -organização (cada um dos entes federativos pode elaborar sua própria Constituição), autogoverno (garantia assegurada ao povo de escolher seus próprios dirigentes e de, através deles, editar leis) e autoadminis- tração (capacidade assegurada aos Estados de possuir administração própria, faculdade de dar execução às leis vigentes); E: correta. Sim, em razão da igualdade político-jurídica que os entes federados possuem na Federação brasileira. Gabarito “A” 3. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (OAB/Exame Unificado – 2007.1) No que concerne à hermenêu- tica e à aplicação das normas constitucionais, assinale a opção correta. (A) Denomina-se mutação constitucional o processo formal de alteração da Constituição por meio das técnicas de revisão e reforma constitucional. (B) Quando uma norma infraconstitucional contar com mais de uma interpretação possível, uma, no mínimo, pela constitucionalidade e outra ou outras pela incons- titucionalidade, adota-se a técnica da interpretação conforme para, sem redução do texto, escolher aquela ou aquelas que melhor se conforme(m) à Constituição, afastando-se, consequentemente, as demais. (C) Ao contrário da norma de eficácia plena, a norma constitucional de eficácia contida é aquela que já contém todos os elementos necessários para a sua aplicação imediata, não admitindo qualquer norma- tividade ulterior, seja para aumentar a sua eficácia, seja para restringi-la. (D) A norma constitucional que preceitua como objetivos da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais é enquadrada como norma constitucional de eficácia plena. A: incorreta. Mutação constitucional não é o processo formal de altera- ção da Constituição, mas, sim, alteração no significado interpretativo da norma constitucional; B: correta. É o chamado princípio da interpretação conforme a Constituição. Consiste no mecanismo por meio do qual o intérprete, diante de normas de caráter polissêmico ou plurissignifi- cativo, deve dar prioridade à interpretação que melhor atenda ao texto constitucional; C: incorreta. As normas de eficácia contida de fato têm aplicabilidade imediata, mas podem ter o seu alcance reduzido, contido pela atividade do legislador infraconstitucional (chamadas também de normas de eficácia redutível ou restringível); D: incorreta. Trata-se de norma de eficácia limitada de princípio programático, na medida em que estabelece um programa a ser implementado por meio de legislação integrativa da vontade constituinte. Gabarito “B” (FGV – 2008) A respeito do tema da interpretação constitu- cional, assinale a afirmativa correta. (A) Pelo princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas em conjunto, para evitar possíveis contradições com outras normas da própria Constituição. (B) O princípio da concordância prática estabelece que a Constituição, para manter-se atualizada, deve ser interpretada no sentido de tornar sempre atuais os seus preceptivos, os quais devem acompanhar as condi- ções reais dominantes numa determinada situação. (C) O princípioda força normativa da Constituição esta- belece que os bens jurídicos, constitucionalmente protegidos, devem ser coordenados com vistas à resolução dos problemas concretos. (D) O princípio do critério da correção funcional esta- belece que, se a Constituição propõe criar e manter a unidade política, os pontos de vista, incumbidos de interpretar as suas normas, diante dos problemas jurídico-constitucionais, devem promover a manuten- ção de tal unidade. (E) O princípio da legalidade coincide com o da reserva legal, ambos expostos no art. 5º, XXXiX, da CRFB/1988. A: correta, sendo certo que não há hierarquia formal entre normas constitucionais, mas hierarquia axiológica; B: incorreta. Pelo princípio da concordância prática ou harmonização, diante da inexistência de hierarquia entre os princípios constitucionais deve-se buscar a redução proporcional do alcance de cada um dos bens em conflito, de modo que seus núcleos não sejam atingidos, evitando o sacrifício total de um bem em benefício do outro; C: incorreta. A força normativa prioriza a interpretação constitucional que possibilita a atualidade normativa do texto, garantindo, ao mesmo tempo, sua eficácia e permanência; D: incorreta. O princípio da correção funcional prescreve que o intérprete deve fiel observância à repartição constitucional de competências e de funções entre os poderes estatais (separação de poderes); E: incorreta. O princípio da legalidade está expresso no art. 5º, II, da CF. Gabarito “A” (FGV – 2008) O princípio da concordância prática, adotado no âmbito da hermenêutica constitucional, é avaliado: (A) a posteriori. (B) ex nunc. (C) a priori. (D) ex tunc. (E) a fortiori. Diante de um conflito, os bens em jogo são previamente sopesados, a fim de estabelecer limites e condicionamentos recíprocos sem, contudo, sacrificar o núcleo de cada um deles. Gabarito “C” (FGV – 2008) Assinale a afirmativa incorreta. (A) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. (B) As normas constitucionais podem ter eficácia plena, contida e limitada. (C) As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que desde a entrada em vigor da Constitui- ção produzem, ou podem produzir, todos os efeitos essenciais, relativos aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador constitucional, direta e normativamente, quis regular. (D) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que apresentam aplicação indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre 52. DiREiTO CONsTiTUCiONAl os interesses, após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. (E) As normas constitucionais programáticas são de aplicação diferida e não de aplicação ou execução imediata. As normas constitucionais de eficácia contida (ou redutível ou restringí- vel) correspondem àquelas que, muito embora tenham eficácia direta e aplicabilidade imediata quando da promulgação da Constituição Federal, podem vir a ser restringidas pelo legislador infraconstitucional no futuro. Vale dizer, ainda que autoaplicável, autoriza a posterior restrição pelo legislador. Normas constitucionais de eficácia limitada são as que possuem aplicabilidade indireta e eficácia mediata, pois dependem da intermediação do legislador infraconstitucional para que possam produzir seus efeitos jurídicos próprios. De acordo com a doutrina, as normas constitucionais de eficácia limitada podem ser: a) de princípio institutivo (ou organizativo) ou b) de princípio programático. Serão de princípio institutivo se contiverem regras de estruturação de institui- ção, órgãos ou entidades, como a norma do art. 18, § 2º, da CF. As normas constitucionais de eficácia limitada e de princípio programático veiculam programas a serem implementados pelo Estado (arts. 196, 205 e 215, da CF). Ou seja, as normas programáticas estabelecem diretrizes a serem atingidas pelo Estado, bem como a direção que deve tomar o legislador ordinário na implementação das políticas de governo. Por fim, as normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que desde a promulgação do texto constitucional estão aptas a produzirem seus efeitos jurídicos próprios, por terem eficácia direta e aplicabilidade imediata. Gabarito “D” 4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 4.1. Controle de constitucionalidade em geral (OAB/Exame Unificado – 2007.3) O controle concentrado da constitucionalidade das leis é exercido pelo (A) Presidente da República, quando este veta projeto de lei. (B) supremo Tribunal Federal (sTF), quando este julga recurso extraordinário. (C) Tribunal de Justiça do Estado, quando este julga ação direta de inconstitucionalidade. (D) Juiz singular de primeiro grau, quando este julga mandado de segurança coletivo. A: incorreta. Quando o Presidente da República veta um projeto de lei por entendê-lo inconstitucional (veto jurídico), fala-se em controle preventivo de constitucionalidade; B: incorreta. O STF, ao julgar recurso extraordinário, está exercendo controle difuso de constitucionalidade; C: correta (art. 125, § 2º, da CF). Nesse caso, estamos diante do con- trole concentrado de constitucionalidade estadual: aquele que ocorre quando o Tribunal de Justiça do Estado analisa, por meio de ação direta de inconstitucionalidade, se uma lei ou ato normativo está ou não de acordo com a Constituição do respectivo Estado; D: incorreta. Não há se falar, aqui, em controle de constitucionalidade. Gabarito “C” (OAB/Exame Unificado – 2007.3) No que se refere ao sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, assinale a opção incorreta. (A) Admite-se o ajuizamento de reclamação para garantir a autoridade de decisão do sTF proferida, em medida cautelar, em ação direta de inconstitucionalidade. (B) É legitimado para propor ação direta de inconstitu- cionalidade o presidente da OAB. (C) Admite-se o uso do mandado de segurança por parla- mentares para garantir que o processo legislativo em curso no Congresso Nacional seja conduzido sem vícios de forma. (D) É cabível ação direta de inconstitucionalidade para impugnar o decreto que incorpora o tratado interna- cional no direito brasileiro. A: correta, conforme o art. 102, I, “l”, da CF; B: incorreta, devendo ser assinalada. O art. 103, VII, da CF confere legitimidade ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, e não ao seu presidente; C: correta. O entendimento no STF é no sentido de que cabe a impetração de mandado de segurança, art. 5º, LXIX, da CF, por parlamentar, com o objetivo de garantir que o processo legislativo seja conduzido sem vícios. Constitui direito público subjetivo dos membros do Poder Legis- lativo a atuação em um procedimento límpido, sem vícios. Nesse caso, o Poder Judiciário, ao analisar o mandado de segurança impetrado, faz controle difuso e prévio de constitucionalidade. Vejam que é uma exceção, pois, em regra, o Poder Judiciário faz controle posterior ou repressivo de constitucionalidade e, nessa hipótese, como a lei ainda não existe, há apenas o projeto de lei, o Poder Judiciário está fazendo controle prévio ou preventivo de constitucionalidade; D: correta (art. 102, I, “a”, da CF). Independente da natureza dos tratados e conven- ções internacionais, eles sempre poderão ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. Gabarito “B” (OAB/Exame Unificado – 2007.2) Em relação ao controle de constitucionalidade das leis no direito brasileiro, assinale a opção correta. (A) O autor de ação declaratória de constitucionalidade deve demonstrar existência de controvérsia judicial na aplicação da norma pelos tribunais ao questionar a norma perante o supremo Tribunal Federal (sTF). (B) Não se exige de governador de estado demonstração de pertinência temática para propositura de ação direta de inconstitucionalidade. (C) Resolução do senado Federal é o instrumento ade- quado para dar eficácia erga omnes à decisão de ação direta de inconstitucionalidade.(D) A decisão na ação direta de inconstitucionalidade não tem eficácia vinculante. A: correta. A controvérsia sobre a constitucionalidade da lei ou do ato normativo é pressuposto desta ação, cuja verificação está vinculada à existência de um número razoável de ações em que seja discutida a mesma questão constitucional (art. 14, III, da Lei 9.868/1999); B: incorreta. O governador de Estado é legitimado temático ou específico, a quem, por conta disso, incumbe demonstrar o vínculo de pertinên- cia temática, o interesse de agir, segundo entendimento do STF; C: incorreta. A resolução do Senado Federal (art. 52, X, CF) suspenderá a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle difuso de constitucionalidade. Vale lembrar que a decisão final dada em sede de ação direta de inconstitucionalidade já produz, em regra, eficácia erga omnes; D: incorreta. O art. 102, § 2º, da CF dispõe que a decisão produz efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Gabarito “A” (OAB/Exame Unificado – 2007.2) Acerca do controle de consti- tucionalidade, assinale a opção correta. BRUNA VIEIRA E TERESA MELO6 (A) É cabível a arguição de descumprimento a preceito fundamental mesmo quando houver outra medida eficaz para sanar a lesividade. (B) No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar, em preliminar, a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (C) Os partidos políticos têm legitimidade para instaurar o controle concentrado de constitucionalidade. (D) É obrigatória a oitiva do Advogado-geral da União nas ações diretas de inconstitucionalidade por omissão. A: incorreta. O art. 4º, § 1º, da Lei 9.882/1999 dispõe de forma diversa, pois a ADPF é uma ação subsidiária e só cabe quando não houver outro meio eficaz de sanar o problema; B: correta. É o que determina o art. 102, § 3º, da CF; C: incorreta. Apenas os partidos políticos com representação no Congresso Nacional têm legitimidade, conforme art. 103, VIII, da CF; D: incorreta. De acordo com o art. 12-E, § 2º, da Lei 9.868/1999, o relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. Gabarito “B” (OAB/Exame Unificado – 2006.3) Com relação ao sTF e ao controle de constitucionalidade das leis, assinale a opção correta. (A) No sistema constitucional brasileiro, não cabe ao juiz a declaração de inconstitucionalidade de lei, que é da competência exclusiva dos tribunais. (B) Ao julgar apelação interposta com fundamento na inconstitucionalidade de lei, a turma do tribunal pode declarar a inconstitucionalidade desta e afastar a sua incidência no caso concreto. (C) O controle incidental é a prerrogativa do sTF de declarar, em abstrato e com efeito erga omnes, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. (D) O sTF poderá, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública. A: incorreta. Adotamos, quanto ao controle de constitucionalidade, o sistema jurisdicional misto, realizado na forma concentrada (pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário) e na forma difusa (por qual- quer juiz ou tribunal); B: incorreta. Embora um juiz sozinho possa declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de uma norma, o Tribunal, quando for fazê-lo, deve observar a denominada cláusula de reserva de plenário (voto da maioria absoluta dos membros ou dos membros do respectivo órgão especial), prevista no art. 97 da CF e Súmula vinculante nº 10 do STF; C: incorreta. O controle incidental (incidenter tantum) corresponde ao controle difuso; D: correta (art. 103-A da CF). Gabarito “D” (OAB/Exame Unificado – 2006.1) Considere que uma associação de moradores, constituída há mais de cinco anos na cidade de salvador – BA, ingressou com ação civil pública perante a justiça estadual baiana postulando a declaração de inconstitucionalidade de uma lei municipal, por ela violar direitos fundamentais previstos na Constituição da República. Nessa situação, o juiz da causa deve (A) indeferir a petição inicial, por ilegitimidade proces- sual ativa, na medida em que a ação civil pública é um instrumento processual exclusivo do Ministério Público. (B) indeferir a petição inicial, pois o pedido é incompa- tível com a via processual escolhida. (C) indeferir a petição inicial, pois juízes estaduais não podem exercer controle de constitucionalidade. (D) declarar-se incompetente para o julgamento da causa, pois a incompatibilidade entre leis municipais e a Constituição da República somente pode ser apre- ciada pela justiça federal. Segundo entendimento do STF, a ação civil pública somente poderá ser utilizada como instrumento idôneo para questionar a constitucionali- dade de lei ou ato do Poder Público quando a questão constitucional identificar-se como prejudicial, incidental. No caso acima, a controvérsia constitucional revela-se como objeto único da demanda. Gabarito “B” (FGV – 2008) A respeito do sistema de controle de consti- tucionalidade das leis previsto na Constituição de 1988, analise as afirmativas a seguir: I. O controle incidental de constitucionalidade das leis, no Brasil, é exercido exclusivamente pelo supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinário. II. Podem propor ação direta de inconstitucionalidade perante o supremo Tribunal Federal, dentre outros legitimados, Presidente da República, os Governa- dores de Estado ou do Distrito Federal, e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. III. A decisão do supremo Tribunal Federal que declarar a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de lei em sede de controle concentrado tem efeito vin- culante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. IV. É pressuposto de admissibilidade da ação declaratória de constitucionalidade a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do dispositivo legal cuja constitucionalidade se discute. Assinale: (A) se somente a afirmativa ii estiver correta. (B) se somente a afirmativa iii estiver correta. (C) se somente as afirmativas i e iii estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas ii, iii e iV estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. I: incorreta. O Brasil adota o sistema misto de constitucionalidade, vale dizer, convivem em nosso país o controle abstrato (ou concentrado) e o controle difuso (ou concreto). Dessa forma, qualquer juiz ou tribu- nal (inclusive o STF), ao analisar um caso concreto, pode verificar a compatibilidade de lei ou ato normativo diante da Constituição Federal (controle difuso). Ao mesmo tempo, apenas ao STF cabe o controle concentrado (ou abstrato ou por via de ação) de lei ou ato normativo federal ou estadual diante da Constituição Federal (e aos TJs locais o controle concentrado em face da Constituição Estadual). Assim, o STF realiza as duas espécies de controle: o difuso, em exercício de competência recursal (art. 102, III, da CF), ao analisar um recurso extraordinário; e o concentrado, em competência originária, ao julgar ADI, ADC e ADPF (art. 102, I, “a” e § 1º, da CF); II: correta. Art. 103, I, V e VII, da CF; III: correta. Art. 102, § 2º, da CF; IV: correta. Art. 14, III, da Lei 9.868/1999. Gabarito “D” 72. DiREiTO CONsTiTUCiONAl 4.2. Controle difuso de constitucionalidade (OAB/Exame Unificado – 2007.3) No controle de constitucio- nalidade de ato normativo pela via difusa, discute-se o caso concreto. A respeito desse controle, assinale a opção correta. (A) Os efeitos da declaração de inconstitucionalidadeafetam somente as partes envolvidas no processo, de forma retroativa, em regra, de modo a desfazer, desde sua origem, o ato declarado inconstitucional, junta- mente com todas as consequências dele derivadas. (B) A declaração de inconstitucionalidade terá efeitos ex tunc e erga omnes por decisão do sTF, pois somente a este cabe assegurar a supremacia das normas cons- titucionais. (C) Os efeitos devem ser inter partes, podendo, entretanto, ser ampliados por motivos de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, em decorrência de decisão de dois terços dos membros do sTF. (D) Os efeitos se tornarão ex tunc a partir do momento em que o senado Federal editar uma resolução sus- pendendo a execução, no todo ou em parte, da lei ou ato normativo declarado inconstitucional por decisão definitiva do sTF. A: correta. Diferentemente do que ocorre no controle por via de ação – art. 102, I, a, da CF, no controle por via de exceção, a declaração de inconstitucionalidade constitui exigência para a solução do caso concreto; não se trata, pois, de objetivo principal da lide, mas, sim, de mero incidente, afetando tão somente as partes do processo, de forma retroativa; B: incorreta. O controle difuso (por via de exceção) será feito por qualquer juízo ou tribunal integrante do Poder Judiciário, inclusive pelo próprio Supremo Tribunal Federal, e as declarações de inconstitucionalidade terão efeito inter partes e ex tunc; C: incorreta. Art. 52, X, da CF. É atribuição do Senado Federal, por intermédio de resolução, suspender a execução, no todo ou em parte, conferindo, dessa forma, eficácia erga omnes, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Mais uma vez vale a ressalta de que o STF tem caminhado para a adoção da abstrativização do controle difuso, conforme julgado já apresentado. [ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo 886.] ; D: incorreta. Os efeitos serão ex nunc, ou seja, não retroagirão. Gabarito “A” (FGV – 2008) No controle incidenter tantum de constitucio- nalidade, os tribunais podem modular temporalmente os seus efeitos, observado o quorum de: (A) três quintos. (B) um terço. (C) dois terços. (D) dois quintos. (E) quatro quintos. No controle por via incidental (ou difuso), a produção de efeitos ocorre entre as partes que participaram do processo principal (inter partes) e para elas têm efeitos temporais, em regra, ex tunc, podendo ser editada resolução do Senado Federal visando à suspensão dos efeitos contra todos (erga omnes), conforme previsão no art. 52, X, da CF. Nesse último caso, a produção de efeitos contra terceiros, a partir da edição da Resolução do Senado, tem eficácia ex nunc. Ocorre que o STF vem admitindo a aplicação ao controle difuso, por analogia, do disposto no art. 27 da Lei 9.868/1999, daí a necessi- dade do quórum de dois terços. Em resumo: em controle difuso, para as partes que participaram do processo, a eficácia temporal é, em regra, ex tunc, podendo ser aplicada a modulação de efeitos prevista no art. 27 da Lei 9.868/1999, por analogia, observando-se o quórum de dois terços. Para terceiros, se editada resolução pelo Senado Federal (art. 52, X, da CF), a eficácia temporal é ex nunc. Vale lembrar que o STF tem caminhado para a abstrativização do controle difuso. Vejamos: “o STF declarou, por maioria e incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei federal 9.055/1995, com efeito vinculante e erga omnes. O dispositivo já havia sido declarado inconstitucional, incidentalmente, no julgamento da ADI 3.937/ SP (rel. orig. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min. Dias Toffoli, julgamento em 24-8-2017). A partir da manifestação do ministro Gilmar Mendes, o Colegiado entendeu ser necessário, a fim de evitar anomias e fragmentação da unidade, equalizar a decisão que se toma tanto em sede de controle abstrato quanto em sede de controle incidental. O ministro Gilmar Mendes observou que o art. 535 do CPC reforça esse entendimento. Asseverou se estar fazendo uma releitura do disposto no art. 52, X, da CF, no sentido de que a Corte comunica ao Senado a decisão de declaração de incons- titucionalidade, para que ele faça a publicação, intensifique a publicidade. O ministro Celso de Mello considerou se estar diante de verdadeira mutação constitucional que expande os poderes do STF em tema de jurisdição constitucional. Para ele, o que se propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simplesmente, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. Mas a eficácia vinculante resulta da decisão da Corte. Daí se estaria a reconhecer a inconstitucionalidade da própria matéria que foi objeto deste processo de controle abstrato, prevalecendo o entendimento de que a utilização do amianto, tipo crisotila e outro, ofende pos- tulados constitucionais e, por isso, não pode ser objeto de normas autorizativas. A ministra Cármen Lúcia, na mesma linha, afirmou que a Corte está caminhando para uma inovação da jurisprudência no sentido de não ser mais declarado inconstitu-cional cada ato normativo, mas a própria matéria que nele se contém. O ministro Edson Fachin concluiu que a decla-ração de inconstitucionalidade, ainda que incidental, opera uma preclusão consumativa da matéria. Isso evita que se caia numa dimensão semicircular progressiva e sem fim. E essa afirmação não incide em contra-dição no sentido de reconhecer a constitucionalidade da lei estadual que também é proibitiva, o que significa, por uma simetria, que todas as legislações que são permissivas – dada a preclusão consumativa da matéria, reconhecida a inconstitucionalidade do art. 2º da lei federal – são também inconstitucionais.[ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo 886.]; Gabarito “C” (FGV – 2008) A via de exceção para o controle de constitu- cionalidade é própria: (A) do controle difuso. (B) do controle concentrado. (C) do controle concentrado e difuso. (D) do controle feito pelo Magistrado, ex officio. (E) da ação popular. O Brasil adota o sistema misto de constitucionalidade, vale dizer, con- vivem em nosso País o controle abstrato (ou concentrado, ou por via de ação direta) e o controle difuso (ou concreto, ou por via de exceção). Gabarito “A” 4.3. Ação direta de inconstitucionalidade (OAB/Exame Unificado – 2007.3) O supremo Tribunal Federal não tem admitido o controle por meio de ação direta de inconstitucionalidade de (A) decreto autônomo. (B) emenda à Constituição. BRUNA VIEIRA E TERESA MELO8 (C) tratado internacional incorporado à ordem jurídica brasileira. (D) norma constitucional originária. As normas constitucionais originárias são sempre constitucionais, porquanto são produto do poder constituinte originário. Não há que se falar, pois, em controle de constitucionalidade de normas originárias. Os conflitos porventura existentes deverão ser harmonizados por meio de mecanismos de interpretação. Gabarito “D” (OAB/Exame Unificado – 2008.2) Assinale a opção correta no que se refere ao controle concentrado da constitucionalidade. (A) A ação direta contra lei municipal poderá ser ajuizada no supremo Tribunal Federal (sTF). (B) A declaração de inconstitucionalidade sempre pro- duzirá efeitos ex nunc. (C) A ação direta contra lei estadual somente será julgada no tribunal de justiça local. (D) Não há previsão constitucional para o julgamento de ação direta no âmbito dos tribunais regionais federais (TRFs). A: incorreta. Lei municipal que viola a Constituição Federal não pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade no STF. O que poderá ocorrer é a situação de uma lei municipal ferindo a Constituição Estadual. Nessa hipótese, é possível falar em ação direta, mas o órgão competente para analisá-la é o Tribunal de Justiça do Estado e não o STF (arts. 102, I, a, e 125, § 2º, da CF); B: incorreta. A declaração de inconstitucionalidade produz em regra efeitos ex tunc (retroativos); C: incorreta.A ação direta de inconstitucionalidade de lei estadual que fira a Constituição Federal será julgada pelo STF (art. 102, I, a, da CF; D: correta. A ação direta será julgada pelo STF (art. 102, I, a, da CF), quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou estadual em face da Constituição Federal, e será julgada pelo TJ local (art. 125, § 2º, da CF), em se tratando de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual. No que concerne ao controle concentrado, de fato a Carta Magna não conferiu nenhuma competência aos TRFs. Gabarito “D” 4.4. Arguição de descumprimento de preceito fundamental (OAB/Exame Unificado – 2006.2) Em uma arguição de descum- primento de preceito fundamental, o sTF (A) julga um incidente processual que lhe foi submetido por um tribunal de segundo grau. (B) somente pode proceder ao controle de constitucio- nalidade de leis ou atos administrativos normativos. (C) pode avocar processos que tramitam em tribunais superiores e que envolvam o controle concreto de constitucionalidade de atos do poder público que atentem contra direitos fundamentais. (D) pode atribuir efeitos ex nunc a sua decisão. O art. 11 da Lei 9.882/1999 trata da denominada modulação dos efeitos da decisão. Se valendo de tal mecanismo, o STF, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, pode, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos da decisão ou determinar que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado (transformando, assim, os efeitos que eram ex tunc, retroativos, em ex nunc, não retroativos). Gabarito “D” 5. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 5.1. Direitos e deveres em espécie (OAB/Exame Unificado – 2007.3) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais consagrados na CF, é correto afirmar que (A) as penas de banimento restringem-se a caso de guerra declarada. (B) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por seu interrogatório policial. (C) a prática da tortura é considerada crime imprescritível. (D) o brasileiro naturalizado não poderá ser extraditado após a naturalização, salvo em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou de condenação por crime contra a segurança nacional. A: incorreta. A pena de banimento é vedada no Brasil (art. 5º, XLVII, a e d, da CF). O texto constitucional excepcionou tão somente a vedação imposta à pena de morte; B: correta (art. 5º, LXIV, da CF); C: incorreta (art. 5º, XLIII, da CF e Lei 9.455/1997 – Crimes de Tortura). O crime de racismo é que é imprescritível (art. 5º, XLII, da CF); D: incorreta (art. 5º, LI, da CF). Gabarito “B” (OAB/Exame Unificado – 2007.2) Acerca dos direitos e garan- tias previstos na Constituição Federal, assinale a opção correta. (A) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio- sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e às suas liturgias. (B) Em nenhuma hipótese são previstas penas de morte, ou de caráter perpétuo, ou de trabalhos forçados, ou de banimento, ou cruéis. (C) são inafiançáveis os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os cometidos por grupos armados, civis e militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático. Mas em relação aos crimes hediondos, fica o legisla- dor autorizado a excluir ou não a inafiançabilidade. (D) são legitimados a impetrar o mandado de segurança coletivo os partidos políticos e as organizações ou entidades legalmente constituídas e em funciona- mento há pelo menos um ano. A: correta (art. 5º, VI, da CF). O Brasil é um Estado leigo ou laico, por- tanto não professa religião oficial. É ampla a liberdade de crença, sendo garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e às liturgias; B: incorreta. O art. 5º, XLVII, a, da CF trata do assunto e menciona que a vedação imposta à pena de morte, e somente a ela, é excepcionada em caso de guerra declarada; C: incorreta (art. 5º, XLII, XLIII e XLIV, da CF); D: incorreta (art. 5º, LXX, da CF). Gabarito “A” (OAB/Exame Unificado – 2007.1) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, assinale a opção correta. (A) No que se refere à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, a Constituição Federal assegurou a preferência pelo 92. DiREiTO CONsTiTUCiONAl modelo de reparação em detrimento da prevenção ao dano. (B) Os direitos e garantias fundamentais, criados como direitos negativos, impedem o poder público, mas não a esfera privada, de violar o espaço mínimo de liberdades assegurado pela Constituição Federal. (C) De acordo com a doutrina majoritária, os direitos de segunda geração, ou direitos sociais, não constituem simples normas de natureza dirigente, sendo verda- deiros direitos subjetivos que impõem ao Estado um facere. (D) A casa é o asilo inviolável, nela não se pode penetrar, salvo na hipótese de flagrante delito ou para prestar socorro, durante o dia, ou por ordem judicial. A: incorreta (art. 5º, IX e X, da CF); B: incorreta. A esfera privada, a exemplo do poder público, também deve se abster de violar as liber- dades asseguradas pela Constituição Federal. É a denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais; C: correta. Os direitos sociais estão previstos no art. 6º da CF e compreendem a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên- cia aos desamparados. Vale lembrar que o direito à alimentação foi acrescentado ao rol dos direitos sociais pela EC 64/2010; D: incorreta. O art. 5º, XI, da CF trata da inviolabilidade domiciliar, excepcionando tal regra em determinadas situações, quais sejam: flagrante delito, desastre, prestação de socorro e ordem judicial. Dentre as exceções, apenas a última, ordem judicial, tem de ser feita durante o dia. Nas demais hipóteses, por configurarem situações emergenciais, a Cons- tituição Federal autoriza a entrada sem o consentimento do morador e em qualquer horário. Gabarito “C” (OAB/Exame Unificado – 2006.3) Acerca dos direitos e deveres individuais, assinale a opção correta. (A) A casa é asilo inviolável do indivíduo. Ninguém pode ingressar em residência alheia sem o consentimento do morador, salvo flagrante delito ou determinação judicial, independentemente do horário do dia ou da noite. (B) A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada sempre pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, independente- mente da lei pessoal do de cujus. (C) Mediante o pagamento da respectiva taxa, fica asse- gurado a todos o direito à obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e escla- recimento de situações de interesse pessoal. (D) Uma das inovações introduzidas pela Emenda Cons- titucional nº 45 é a garantia dada a todos, no âmbito judicial e administrativo, da duração razoável do processo e dos meios que assegurem a celeridade de sua tramitação. A: incorreta. O art. 5º, XI, da CF trata da inviolabilidade domiciliar, excepcionando tal regra em determinadas situações, quais sejam: flagrante delito, desastre, prestação de socorro e ordem judicial. Dentre as exceções, apenas a última, ordem judicial, tem de ser feita durante o dia. Nas demais hipóteses, por configurarem situações emergenciais, a Constituição Federal autoriza a penetração sem o consentimento do morador e em qualquer horário; B: incorreta. O art. 5º, XXXI, da CF não determina que a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será sempre regulada pela lei brasileira, será desse modo se a lei pessoal do de cujus não for mais favorável aos herdeiros; C: incorreta. O direito de petição e de certidão são gratuitos, conforme dispõe o art.