Prévia do material em texto
Autores: Prof. Rodolpho Wilmers Prof. Livaldo dos Santos Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin Prof. Fábio Gomes da Silva Profa. Rachel Niza Brandão Gestão das Operações Produtivas Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Professores conteudistas: Rodolpho Wilmers / Livaldo dos Santos Rodolpho Wilmers É engenheiro mecânico pela Escola de Engenharia Mauá, pós‑graduado em Marketing Industrial pela FGV – Fundação Getúlio Vargas – e Mestre em Administração pela UNIP – Universidade Paulista. Foi professor na Escola de Engenharia Mauá. Leciona como professor universitário desde 1985, atuando de forma efetiva e muito contributiva para o Projeto Pedagógico da Universidade Paulista, como líder de das disciplinas: Gestão de Suprimento e Logística e Gestão de Operações Produtivas. Atualmente, coordena cursos de Administração da Unip, tendo trabalhado em diversos campi da Universidade Paulista. É engenheiro profissional há mais de 35 anos, com grande experiência no mercado industrial brasileiro. Exerceu atividades profissionais em empresas como Leroy Somer Division na Emerson, como gerente de área; na Wilmers Consultoria Gerencial e Corretora de Seguros Vida Ltda., como Diretor Técnico; e na Marques & Wilmers Consultoria e Comércio Exterior Ltda., como diretor técnico. Livaldo dos Santos É mestre em Ciências Sociais em Administração de Empresas pela UNG – Universidade de Guarulhos – SP, pós‑graduado em Administração de Empresas, pela Universidade São Judas Tadeu – SP e administrador profissional formado pelas Faculdades Integradas Tibiriçá – SP (habilitação em Comércio Internacional). Leciona há mais de 18 anos e, em cursos superiores, há mais de 16 anos. Também é professor em cursos de pós‑graduação, pela FAAP, há 8 anos. Coordena cursos de Administração da Unip – Cidade Universitária, matutino – e, atualmente, é membro ativo da CQA, Comissão de Qualidade e Avaliação da Universidade Paulista. Especialista em cursos de ensino a distância, hoje, atua como professor e coordenador de TC do curso de Administração de Empresas da Unip Interativa. Consultor e assessor de empresas, possui experiência empresarial de mais de 35 anos, concentrando seus serviços às empresas nas áreas de Gestão Estratégica, Estrutura e Reestruturação Organizacional, Reengenharia de Processos e Sistemas de Informação, tendo como clientes empresas de diversas áreas e bancos. Também é empresário com experiência no varejo e em prestação de serviços. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) W743g Wilmers, Rodolpho. Gestão das operações produtivas. / Rodolpho Wilmers, Livaldo dos Santos. – São Paulo: Editora Sol, 2014. 108 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XX, n. 2‑071/14, ISSN 1517‑9230. 1. Operações produtivas. 2. Planejamento da produção. 3. Controle da produção. I. Santos, Livaldo dos. II. Título. CDU 658.5 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Cristina Fraracio Amanda Casale Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Sumário Gestão das Operações Produtivas APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 ADMINISTRAÇÃO DAS OPERAÇÕES PRODUTIVAS ................................................................................9 1.1 Administração da produção ................................................................................................................9 2 O PAPEL ESTRATÉGICO E OS OBJETIVOS DA PRODUÇÃO ................................................................ 16 2.1 Estratégia da produção ...................................................................................................................... 21 Unidade II 3 PONTOS IMPORTANTES DA PRODUÇÃO – PROJETOS: O QUE SÃO, COMO SE APLICAM, COMO SÃO ENTENDIDOS ............................................................................................................ 29 3.1 Projeto em gestão da produção ..................................................................................................... 29 3.2 Projetos de produtos e serviços ...................................................................................................... 37 4 ARRANJO FíSICO E FLUXO ........................................................................................................................... 40 Unidade III 5 O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO ............................................................................... 53 6 O QUE É PLANEJAMENTO E CONTROLE? ................................................................................................ 53 6.1 Planejamento e controle da capacidade .................................................................................... 65 6.2 Planejamento e controle Just In Time (apenas a tempo) ..................................................... 76 Unidade IV 7 A VISÃO DA QUALIDADE, DOS SISTEMAS E DOS MELHORAMENTOS ......................................... 82 7.1 Melhoramento da produção ............................................................................................................ 82 7.2 Prevenção e recuperação de falhas .............................................................................................. 91 8 QUALIDADE TOTAL .......................................................................................................................................... 95 7 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 APRESENTAÇÃO Nada em uma organização pode ser tratado de forma individual, e uma das melhores formas de analisarmos as instituições é comparando‑as a seres vivos, organismos: se nos organismos um órgão não pode funcionar sem o apoio dos demais, conclui‑se que o mesmo deve ocorrer nas organizações. Todavia, a maioria dos livros que tratam de temas ligados à administração de empresas, por motivo de simplificação, acaba por tratar cada uma das funções organizacionais como algo separado do todo. A ideia pode ser válida, uma vez que se consegue fazer a demonstração das atividades de determinada função ou determinado departamento de forma bastante clara e completa. O estudo da administração da produção e operações não foge do modelo anteriormente descrito. Tradicionalmente, estudar essa disciplina era sempre focar a análise do “piso de fábrica”, ou seja, aquela região ondeos bens são produzidos, utilizando‑se máquinas e por meio de processos pré‑estudados. Pouco ou nenhum valor era dado para os serviços. Tratava‑se de um estudo aplicado ao modelo industrial, que apareceu nos primórdios do século XX, totalmente voltado a processos de produção e engenharia. No entanto, com o surgimento de novas formas de produzir, nascidas em função da entrada do Japão no cenário mundial a partir dos anos 1970, o enfoque de serviços começou a ter valor, passando a ser observado em tantas outras áreas de atuação do homem, que não somente uma fábrica: hotéis, hospitais, transportes, serviços pós‑venda, entre outros apareceram para receber soluções de administração da “produção”, que, nesse caso, muitas vezes, é entendida como a prestação de um serviço. Assim sendo, a proposta que apresentaremos nesse material é fundamentada nas ideias de Nigel Slack e outros pensadores e cumpre os objetivos de ensinar as funções da administração de operações nas organizações, sua utilidade e os resultados delas esperados. Este livro‑texto trata das decisões estratégicas e operacionais envolvidas na gestão de operações produtivas, como possíveis prioridades competitivas das organizações. Abrange a elaboração e o projeto dos produtos ou serviços, o planejamento da capacidade produtiva, da localização, os processos produtivos e o layout organizacional. No que tange às decisões operacionais, são tratadas as questões do planejamento e controle da produção, envolvendo os planos agregados e a programação da produção, bem como o controle dos custos, compras e manutenção. Serão enfocadas, também, a qualidade na forma tradicional, a gestão da qualidade total, as certificações ISO e as tendências contemporâneas da administração de operações. Bom Trabalho! INTRODUÇÃO Conforme afirma Nigel Slack (2009), toda vez que você fizer uma análise de um caso qualquer, para entender a função produção, faça as seguintes perguntas: 8 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 • Como essa organização está tentando competir? • O que a produção pode fazer para ajudar a organização a competir mais eficazmente? • Porém, como fazemos para entender essa função dentro do todo organizacional? Como ela se relaciona? Quais são as consequências de suas ações, decisões ou mesmo sua falta de decisão? A melhor sugestão seria buscar compreender cada função, mas observando as reações de cada uma de suas ações no todo, exatamente como ocorre em um organismo vivo. Para essa abordagem, é preciso desenvolver a capacidade de avaliar o todo de forma holística, porém partindo de cada uma das partes desse todo. Deve‑se mostrar a função produção presente nos mais diferentes tipos de organizações, interagindo de forma intensa com todas as outras funções, e não mais simplesmente com uma área de produção. A sugestão para uso eficaz das definições que serão apresentadas é a de procurar identificar todas as relações entre as distintas definições de funções individuais, chegando ao entendimento da interação entre as funções, exatamente como ocorre nos organismos vivos. E o exercício de procurar tanto a função produção como sua interação com as demais funções da organização pode ser muito efetivo. Durante o estudo deste livro‑texto, procure exemplos de decisões ou de atividades de produção na mídia, ou então observe quando for a um restaurante, banco ou supermercado como ocorre a função produção e como você pode percebê‑la. Que você tenha muita perseverança durante os estudos, e que esta contribuição lhe ajude a melhor entender as organizações. 9 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Unidade I 1 ADMINISTRAÇÃO DAS OPERAÇÕES PRODUTIVAS A necessidade de se compreender a função produção em empresas produtoras de bens (manufatureiras) ou prestadoras de serviços torna‑se imprescindível à apresentação desta primeira unidade, que ajudará a identificar os objetivos a se alcançar na administração da produção para atender os consumidores e a influência da estratégia da produção nessa busca. 1.1 Administração da produção Objetivos estratégicos da produção Estratégia de produção Projeto Melhoria Planejamento e controle Papel e posição competitiva da produção Input Recursos a serem transformados • materiais • informações • consumidores Input Recursos de transformação • instalações • pessoal Bens e/ou serviços Input output Ambiente Ambiente Processo de transformação Figura 1 – Modelo geral da administração da produção Saiba mais Entender um modelo é imprescindível para a compreensão da dinâmica e procedimentos inseridos em um processo. Leia mais sobre o modelo preconizado por Nigel Slacks em: GUEDES, R. Administração da produção. Administradores, João Pessoa, 2008. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/ tecnologia/administracao‑da‑producao/25634/>. Acesso em: 10 maio 2014. 10 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I Administrar a produção deve ser entendido como a organização adotada pelas organizações para a gestão dos processos de transformação, que finalmente produzem os bens que ela se propõe a comercializar ou os serviços que prestam. De comida às roupas, dos livros aos aviões, da televisão aos celulares, dos hotéis aos hospitais, tudo foi produzido (entendendo‑se que serviço também pode ser produzido) por alguma organização, e seguindo algum método (que é o processo de fabricação ou de prestação do serviço). Para bem entender o significado de tudo o que será apresentado, observe o modelo geral da administração da produção incluído anteriormente. Basicamente, temos recursos de entrada a serem transformados, recursos que serão utilizados na transformação, o processo de produção (transformação) e o que sai da empresa, bens e/ou serviços. Tudo imerso em um ambiente que pode ser regional, nacional, continental ou global. Quando se pensa em produção, deve‑se imaginar a reunião de todos os recursos que serão utilizados na produção de bens ou na prestação de serviços. Administrar a produção engloba todas as atividades, decisões e responsabilidades daqueles que têm a responsabilidade pela gestão da produção (gerentes de produção, entre tantas outras denominações possíveis para tal função). A função produção faz parte do “tripé” das funções centrais de uma organização: • função marketing (inclui vendas): que é o elo de comunicação entre a organização e o mercado no qual a organização pretende atuar, informando sobre os produtos ou serviços por ela oferecidos, gerando pedidos por parte dos consumidores; • função finanças: que auxilia nas decisões econômicas e administra os recursos financeiros da organização; • função produção: que é quem satisfaz as necessidades dos clientes, por meio da produção e entrega dos produtos ou serviços solicitados pelos pedidos. Observação As demais funções de apoio em uma operação são as de Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Serviços, Gestão de Suprimentos e Gestão Empresarial. 11 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Saiba mais As funções centrais de uma organização movem e viabilizam a operação como um todo. Leia mais sobre estas funções no contexto industrial de confecções: ADMINISTRAÇÃO da produção e operações – ramo de confecção. Administradores, João Pessoa, 2007. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/marketing/administracao‑da‑producao‑ e‑operacoes‑ramo‑de‑confeccao/13512/>. Acesso em: 10 maio 2014. Todas as demais funções da organização são também importantes, pois sem elas não seria possível a existência da mesma. Destacam‑se: • função pesquisa e desenvolvimento (P&D): responsável pela criação denovos produtos ou serviços, a fim de garantir futuros pedidos por parte dos consumidores, e • função recursos humanos (RH): garantindo a disponibilidade dos recursos de mão de obra, encarregando‑se também de seu bem– estar. Tecnicamente, a função produção envolve o mesmo conjunto de atividades para qualquer tamanho de organização. Na prática, porém, em pequenas e médias empresas existe um conjunto característico de situações, começando pela necessidade de uma mesma pessoa assumir distintas atividades, pela simples impossibilidade de se disponibilizar um profissional para cada uma delas, como ocorre em grandes corporações. Modelo de transformação O modelo de transformação apresentado na figura anterior procura descrever a natureza da produção. A produção envolve um conjunto dos recursos denominados de entrada (input), usados para transformar algo (recursos de transformação) ou para serem transformados (recursos a serem transformados) em saídas (output) de bens e/ou serviços. Qualquer atividade de produção (para bens ou serviços) pode ser analisada por este modelo entrada – transformação – saída. Entradas (inputs) dos processos de transformação: • Recursos (a serem) transformados: os que passarão por uma transformação, por um tratamento, ou serão convertidos, agregando valor após a passagem pelo processo de transformação. Podem ser: — materiais (madeira, ferro, bauxita etc.); 12 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I — informações (de origem bancária, ou de censo populacional, de crescimento da riqueza – PIB etc.) ou — consumidores (pacientes, clientes em um salão de cabeleireiro, passageiros do metrô etc.). • Recursos de transformação: os que a organização necessita receber (entrada – input) para poder agir sobre os recursos transformados. São: — as instalações (edifícios, máquinas e equipamentos, tecnologia etc.); — os funcionários (os que operam, administram, mantêm e planejam a produção). • Processo de transformação: O processo de transformação é o que entendemos por produção propriamente dita, ou seja, o conjunto de máquinas e instalações, ou sistemas e instalações, capazes de executar sobre os recursos a serem transformados as transformações pensadas (projetadas) por P&D, agregando valor, ou seja, aumentando o valor do material, informação ou consumidor que foi transformado, podendo assim comercializá‑lo com uma margem que cobre os custos da produção (da transformação) e ainda gerar um lucro. Os processos de transformação são bem identificados para cada tipo de recurso a ser transformado, como segue: • Processamento de materiais: — transformação das propriedades físicas: operações de manufatura em sua maioria; — mudança de localização: operações de entrega de encomendas; — mudança de posse: operações de varejo; — armazenagem ou guarda: empresas que administram armazéns. • Processamento de informações: — transformação das propriedades informativas: mudança da forma da informação, como, por exemplo, o trabalho dos contadores; — posse da informação: empresas de pesquisa de mercado; — estocam ou armazenam informações, como as bibliotecas; — mudança de localização, como fazem as empresas de telecomunicação. 13 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas • Processamento de consumidores: — mudança das propriedades físicas: resultado do trabalho de cabeleireiros e cirurgiões plásticos; — “estocar” ou acomodar: serviço prestado pelos hotéis; — mudança de localização: resultado das operações de produção de empresas de ônibus ou aéreas. — mudança do estado fisiológico: trabalho realizado pelos hospitais; — mudança do estado psicológico: conseguido pelos entretenimentos, como música, teatro, televisão, cinema, rádio e parques temáticos. As saídas (output) dos processos de transformação são bens físicos e/ou serviços que podem ser vistos em diferentes sentidos: • tangibilidade: que podem ser tocados pela mão. Só se aplicam a bens; • estocabilidade: que podem ser guardados, armazenados. Só se aplicam aos bens; • transportabilidade: que podem ser transportados, e só se aplica a bens físicos. Por exemplo, serviços de saúde não podem ser transportados (mas seus meios de produção podem); • simultaneidade: diferença de tempo entre produção e consumo. Bens físicos quase sempre são produzidos antes do consumo, enquanto serviços acontecem junto com o consumo (imagine‑se tratando de um dente em uma cadeira de um dentista!); • contato com o consumidor: em geral os processos de produção de bens ficam longe dos consumidores (baixo nível de contato), enquanto que na prestação de serviços o contato é direto (alto nível de contato); • qualidade: a qualidade dos bens é medida pelos consumidores pela análise do próprio bem, resultando que sua qualidade é razoavelmente evidente, enquanto nos serviços, em geral, o consumidor participa da operação. Neste caso, o julgamento não envolve somente o serviço, mas também aspectos de como foi prestado. Lembrete O processo consiste no conjunto de atividades organizadas para transformar insumos em produtos/serviços, de acordo com especificações prévias, para atender às necessidades de um cliente. 14 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I Tipologia das operações de produção As operações de produção, segundo Slack (2009), diferem entre si em função de quatro aspectos: 1. Volume de saída: as operações podem ter alto ou baixo volume de saída (quantidade de itens produzidos, número de clientes atendidos etc.), e esta característica resulta em distintas soluções para o processo produtivo. • Volume alto: — alto grau de repetição das tarefas; — especialização; — sistematização; — uso intensivo de capital; — custos unitários baixos. • Volume baixo: — baixo grau de repetição das tarefas; — maior participação dos funcionários; — menor sistematização; — maior custo unitário. 2. Variedade: as operações podem oferecer uma ampla gama de produtos ou serviços, ou serem especializadas em determinado tipo de negócio. • Alta variedade: — a produção deve ser muito flexível; — deve oferecer ampla gama de soluções; — atende às necessidades dos clientes; — apresenta alto custo unitário. • Baixa variedade: — a produção é muito bem definida; — é rotineira e padronizada; 15 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas — tem constância regular; — baixo custo unitário. 3. Variação de demanda: as operações devem acompanhar as condições de mercado, que resultam em variações no consumo de seus produtos ou serviços ao longo de cada ano. • Alta variação: — a capacidade de produção deve ser adaptável; — a produção deve ser antecipada; — deve ser extremamente flexível; — ajustável à demanda; — resultando em um alto custo unitário. • Baixa variação: — a produção torna‑se rotineira, estável, previsível; — resulta em uma alta utilização da capacidade; — resulta em um baixo custo unitário. 4. Visibilidade: as operações são julgadas pelos consumidores/clientes, em função de distintas características. • Alta visibilidade: — a tolerância de espera é limitada; — a satisfação é definida pela percepção do usuário; — deve existir habilidade no trato com o consumidor; — a variedade recebida é alta; — e resulta em um alto custo unitário. • Baixa visibilidade: — existe tempo entre a produção e o consumo; — permite a padronização; 16 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I — não exige habilidade no trato com o consumidor; — alta utilização de funcionários; — centralização de decisões e de produção; — baixo custo unitário. 2 O PAPEL ESTRATéGIcOE OS ObjETIVOS DA PRODUÇÃO Segundo Slack (2009), para que se entenda a contribuição da função produção deve‑se responder a duas questões: qual papel se espera que a produção desempenhe dentro da organização, e quais objetivos de desempenho específicos à organização utiliza para avaliar tal desempenho e sua contribuição para a estratégia organizacional. A função produção apresenta três papéis importantes para a estratégia empresarial: • Implementadora da estratégia empresarial: as empresas possuem sempre algum tipo de estratégia, mas é a produção quem a coloca em prática. Isto significa que mesmo a estratégia mais original e brilhante pode se tornar um retumbante fracasso por causa de uma produção inepta ou ineficiente. • Apoiadora da estratégia empresarial: a produção deve desenvolver seus recursos, resultando nas condições necessárias para que a organização atinja seus objetivos estratégicos: flexibilidade, treinamento, adaptabilidade, relacionamento etc. • Impulsionadora da estratégia empresarial: produção de serviços ou produtos melhores, feitos rapidamente, em tempo, com variedade e custos menores que os dos concorrentes resulta em uma vantagem competitiva em longo prazo. Quando a produção oferece vantagens no curto e no longo prazo, impulsiona a estratégia empresarial. Observação O projeto do sistema de produção, a melhoria e a instalação de sistemas integrados de homens, máquinas e equipamentos, com o fim de especificar, predizer e avaliar os resultados a serem obtidos, representam o papel principal da Engenharia da Produção. 17 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Produção como seguidora “apropriada”, “adequada” para a estratédia proposta Produção Estratégia Produção apoiando a estratégia da organização, atraés de objetivos apropriados aplicados a seus recursos. Produção como executora “implementadora” da estratégia Estratégia Produção Produção Produção “faz” a estratégia acontecer, através da realidade operacional Produção como lider “impulsionadora” da estratégia Estratégia Produção Produção fornecendo os meios para conseguir a vantagem competitiva Figura 2– Papéis da função produção em relação à estratégia empresarial Lembrete O objetivo é o alvo eleito para ser perseguido e atingido pela operação, sendo a estratégia o caminho, procedimentos e recursos necessários para atingi‑lo. Objetivos de desempenho da produção Sociedade ‑ Aumentar o nível de emprego ‑ Aumentar o bem‑estar da comunidade ‑ Produzir produtos sustentáveis ‑ Garantir um meio ambiente limpo Fornecedores ‑ Continuar o negócio ‑ Desenvolver capacidade de fornecimento ‑ Fornecer informação transparente Acionistas ‑ Valor econômico/retorno sobre o investimento ‑ Valor ético/retorno sobre o investimento Consumidores ‑ Especificação apropriada de produto / serviço ‑ Qualidade consistente ‑ Entrega rápida ‑ Flexibilidade ‑ Preço aceitável Empregados ‑ Continuidade de emprego ‑ Pagamento justo ‑ Boas condições de trabalho ‑ Desenvolvimento pessoal Figura 3 – Objetivos estratégicos amplos para uma operação aplicados a grupos de interesse Os objetivos de desempenho da produção são identificados a partir do momento em que se encontram os stakeholders (pessoas ou grupos de pessoas que possuem interesse na operação, podendo 18 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I influenciar ou ser influenciadas pelas atividades da operação produtiva). A figura anterior mostra os objetivos estratégicos observados por cada grupo de stakeholders. É responsabilidade da função produção compreender os objetivos (algumas vezes conflitantes) de seus grupos de interesse e estabelecer seus objetivos conforme tais necessidades. Os objetivos a perseguir para satisfazer os stakeholders resultam no processo decisório da produção. Todavia, ao chegar ao nível operacional, as pessoas devem claramente entender o que são, para que servem e como devem ser aplicados os métodos para satisfazer aos diversos grupos de interesse. Deve‑se assim adotar um conjunto mais bem definido de objetivos, que são os cinco objetivos de desempenho para a função produção, e que se aplica a todos os tipos da mesma. 1. Objetivo qualidade: “fazer as coisas direito”, abordagem que varia conforme o tipo de operação produtiva observada, mas considerada por todos como um objetivo dos mais importantes, por exercer grande influência sobre a satisfação ou insatisfação dos clientes. Por meio da qualidade pode‑se conseguir: • satisfação dos clientes externos e internos; • redução de custos; • aumento da confiabilidade. 2. Objetivo rapidez: rapidez significa o tempo gasto entre a colocação de um pedido e sua efetiva entrega ao consumidor (lead time). O principal benefício da rapidez de entrega dos bens e serviços para os consumidores é o enriquecimento da oferta. Internamente, a rapidez na tomada de decisões, movimentação de materiais e das informações internas da operação também se mostra importante. Rapidez resulta em: • redução de estoque; • redução de risco de produzir algo errado. 3. Objetivo confiabilidade: significa fazer as coisas em tempo, de forma que os consumidores recebam seus bens ou serviços prometidos no prazo e de acordo com o que foi encomendado. A confiabilidade só pode ser julgada após o produto ou serviço ser entregue. O mesmo acontece com os clientes internos, que passam a julgar o desempenho uns dos outros. Maior confiabilidade interna resulta em maior eficácia. Confiabilidade resulta em: • economia de tempo; • economia de dinheiro; • estabilidade. 19 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas 4. Objetivo flexibilidade: é a capacidade da operação produtiva de mudar o que faz, como faz ou quando faz. Existem muitas formas de se entender flexibilidade. Os tipos mais comuns de visões sobre flexibilidade são os seguintes: • flexibilidade de produto/serviço; • flexibilidade de composto (mix); • flexibilidade de volume; • flexibilidade de entrega; • flexibilidade na operação interna: — agilizando respostas; — economizando tempo; — mantendo a confiabilidade. 5. Objetivo custo: no atual ambiente globalizado, as empresas concorrem diretamente em preço, tendo o custo como seu principal objetivo de produção. Quanto menor o custo de produzir bens e serviços, menor o preço que poderá ser oferecido aos seus consumidores. Ou a redução no custo de produção será acrescida aos seus lucros. Basicamente, a produção utiliza capital em: • custo de funcionários (salários mais benefícios); • custo de instalações, tecnologia e equipamentos; • custo de materiais. Observação A função produção tem com principal objetivo externo o de suprir as necessidades humanas, sejam elas de que natureza forem, por meio do fornecimento de bens e serviços. 20 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I Tempo de entrega reduzido Efeitos externos dos cinco objetivos de desempenho Alta produtividade total Preço baixo, margem alta ou ambos Entrega confiável Produtos / serviços sob especificação Frequência de novos produtos/serviços Ampla variação de produto/serviço Ajustamentos de volume de entrega Efeitos internos dos cinco objetivos de desempenho Rapidez Custo Confiabilidade Produção rápida Operação confiável Processos sem erros Habilidade para mudar Qualidade Flexibilidade Figura 4 – Efeitos externos e internos dos cinco objetivos de desempenho Lembrete Os custos correspondem aos gastos para colocar os produtos acabados nas prateleiras, e as despesas, aos gastos para tirá‑los de lá e levá‑los ao mercado. Saiba mais Os objetivos de desempenho são gerais e contribuem significativamentepara a melhoria da qualidade de quaisquer processos. Leia mais sobre os objetivos de desempenho no texto: BARBOSA, R. F. et al. Os objetivos de desempenho da produção e a utilização do método PDCA como estratégia de padronização de processos em uma empresa de suprimentos em informática. [s.d.]. Disponível em <http://www.aedb.br/seget/artigos09/436_436_SEGET_padronizacao. pdf>. Acesso em: 10 maio 2014. 21 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Observando a influência de cada objetivo de desempenho para a função produção, entende‑se seu valor para os clientes externos e internos (figura anterior). Cada um deles afeta custos de forma distinta: • operações de alta qualidade evitam desperdício de tempo, retrabalho ou serviços imperfeitos; • operações rápidas reduzem o estoque em processo; • operações confiáveis garantem entregas como planejado; • operações flexíveis adaptam‑se rapidamente às condições de rápidas, dramáticas e incontroláveis mudanças por que passamos no ambiente global. Assim, pode‑se afirmar que uma importante forma de melhorar o desempenho dos custos é melhorar o desempenho dos outros objetivos operacionais. 2.1 Estratégia da produção Quando uma empresa escolhe determinado caminho, está articulando o que se chama de estratégia. A empresa toma decisões que a levam a definir determinado conjunto de ações, e as decisões seguintes mostram o comprometimento de continuar na direção escolhida. Qualquer mudança no padrão de decisões denotará uma mudança na direção estratégica. Decisões estratégicas significam: • efeito abrangente e duradouro na organização; • definição da posição da organização em seu ambiente; • aproximação da organização com seus objetivos de longo prazo. Conforme Slack (2009), estratégia pode ser entendida como um padrão global de decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente, tendo por objetivo fazê‑la atingir seus objetivos de longo prazo. Ao entendermos estratégia por tal definição – padrão global de decisões – fica mais claro entender como identificar a participação da função produção na estratégia definida. O conteúdo da estratégia de produção é, portanto, uma parte da estratégia geral da empresa, mas algumas abordagens geram perspectivas complementares sobre a mesma: • a estratégia da produção reflete o que a alta direção do negócio ou da corporação ao qual ele pertence pretende fazer; 22 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I • a estratégia da produção deve saber somar as vantagens implementadas pelas melhorias na produção, que ajudam a construir a estratégia do chão de fábrica para a alta direção; • a estratégia da produção deve tomar decisões tendo por base as necessidades do mercado; • a estratégia da produção deve saber utilizar com eficácia (sem desperdícios) as capacidades dos recursos de produção. A abordagem da estratégia pela função produção deve levar em conta os objetivos de desempenho, mas sob a perspectiva do mercado, sendo este um grande influenciador das decisões operacionais (ver figura a seguir). Observação A visão holística ou sistêmica da organização é imprescindível para o desdobramento correto dos objetivos estratégicos em objetivos táticos, internos das áreas funcionais da empresa, dentre elas, a função produção. Fatores competitivos Se os consumidores valorizam... Preço baixo Alta qualidade Entrega rápida Entrega confiável Produtos e serviços inovadores Grande variedade de produtos e serviços Habilidade de alterar prazo de entrega e qualidade de produtos e serviços Objetos de desempenho Então, a operação terá de se superar em... Custo Qualidade Rapidez Confiabilidade Flexibilidade (produtos e serviços) Flexibilidade (composto ou mix) Flexibilidade (volume e/ou entrega) Figura 5 – Fatores competitivos diferentes resultam em objetivos de desempenho diferentes Nenhuma operação produtiva que apresente falhas de forma continuada no atendimento a seu mercado irá sobreviver a longo prazo. Se a administração da produção não consegue compreender os requisitos do mercado, torna‑se impossível garantir que a produção atinja a composição necessária e o nível correto em seus objetivos de desempenho. Do lado do mercado, as exigências dos clientes (ver figura anterior) são denominadas fatores competitivos. Do lado da produção, a figura mostra a relação que deve existir entre os fatores competitivos mais comuns e os objetivos de desempenho da produção. 23 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Uma maneira de determinar a importância que cada um dos fatores competitivos deve ter é fazer uma diferenciação quanto à possibilidade de “ganhar” um pedido. Segundo Slacks (2009), esses objetivos são os seguintes: • Critérios ganhadores de pedidos: os que direta ou expressivamente auxiliam para a concretização de um negócio. Quanto maior for o desempenho da organização nos critérios ganhadores de pedidos, maior a chance de ganhar mais pedidos. • Critérios qualificadores: aqueles que, se a organização tiver, participa da negociação. Se não tiver, estará fora! Por exemplo, a certificação ISO 9001 exigida em muitas concorrências de empresas grandes nacionais, multinacionais, entre outras. Se a organização tem a certificação, pode participar. • Critérios menos importantes: os que têm pouco impacto sobre os consumidores, não importando o nível de desempenho da produção em relação aos mesmos. Os concorrentes também aparecem como importante fator de influência nas decisões estratégicas envolvendo as atividades de produção. Sua pizzaria delivery pode se ver em apuros se a Pizza Hut anunciar que entrega pizzas na sua região mais rápido e mais barato que você. Obrigatoriamente você terá de mudar sua estratégia, dando enfoque à velocidade, aos custos e, obviamente, à qualidade. Ou seja, suas prioridades mudam. Assim sendo, mesmo que não exista qualquer mudança nas preferências de seus consumidores, uma organização pode ser obrigada a mudar a forma de competir, mudando assim as prioridades esperadas dos objetivos de desempenho da produção. A associação do comportamento de concorrentes e consumidores com a curva de vida dos produtos ou serviços mostra claramente a necessidade da adoção de diferentes estratégias para os diferentes estágios do ciclo de vida (ver figura a seguir). Lembrete Delivery é um termo adotado pelas operações comerciais nos dias atuais e designa o serviço de entrega de produtos ou mercadorias no domicílio do consumidor. 24 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I introdução cre sci men to maturidade declinio Tempo Vo lu m e Figura 6 – Efeitos do ciclo de vida do produto/serviço na organização Introdução Crescimento Maturidade Declínio O produto ou serviço acaba de ser lançado no mercado O produto ou serviço ganha aceitação no mercado Necessidades do mercado começam a ser atendidas Necessidades do mercado amplamente atendidas Volume Crescimento lento das vendas Crescimento rápido no volume de vendas Vendas atingem um patamar Declínio de vendas Consumidores Inovadores Adotantes pioneiros Grande fatia de mercado Retardatários Concorrentes Poucos/nenhum Número crescente Número estável Número em declínio Variedade dos projetos de produto ou serviço Possível customização ou muitas mudanças no projeto Cada vez mais padronizado Surgimento de tipos dominantes Possível movimento para padronização Prováveis ganhadores de pedidos Características do produto /serviço, desempenho ou novidade Disponibilidade de produtos/serviços de qualidade Preço baixo, fornecimento confiável Preço baixo Prováveis qualificadores Qualidade,gama de produtos e serviços Preço, gama de produtos e serviços Gama de produtos e serviços, qualidade Fornecimento confiável Principais objetivos de desempenho das operações Flexibilidade e qualidade Rapidez, confiabilidade e qualidade Custo e confiabilidade Custo Figura 7 – O que acontece em cada fase da curva de vida dos produtos ou serviços Saiba mais Existem muitos artigos científicos produzidos, mediante pesquisas de campo, abordando a competitividade e os seus principais fatores. Leia o artigo: RICARTE, M. A. C.; CARVALHO, G. G. F.; SILVA, C. B. Fatores de desempenho competitivo no gerenciamento da cadeia de suprimento têxtil no estado do Ceará. 2005. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2005_Enegep0705_0586.pdf>. Acesso em: 10 maio 2014. 25 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Finalmente, existe a possibilidade de estabelecer a estratégia a ser adotada na produção baseando‑se nos recursos da empresa. Tal visão significa que empresas com desempenho estratégico acima da média provavelmente terão conquistado sua vantagem competitiva sustentável devido às competências centrais de seus recursos de produção. Tais recursos levam à tomada de decisões estruturais e infraestruturais (ver figura anterior): • decisões estruturais: as que influenciam as atividades de projeto; • decisões infraestruturais: as que influenciam a força de trabalho e as atividades de planejamento, controle e melhoria. Observação As estruturas organizacionais são compostas por elementos que definem os seus sistemas de responsabilidades, autoridades, decisões e comunicação. Uso de recursos Ob je tiv os d e de se m pe nh o Qualidade Equipamento de monitoramento da qualidade especializado pode ser desenvolvido em um local Co m pe tit iv id ad e de m er ca do Rapidez O planejamento e controle comuns permitem que os pedidos urgentes recebam prioridade Confiabilidade Sistemas de monitoramento de desempenho alertam cedo sobre prazos perdidos Flexibilidade A escala aumentada em um único local permite a produção simultânea de diferentes produtos Custo Concentrar toda a manufatura em um local reduz custo Decisões estruturais Decisões infraestruturais Decisões estratégicas Figura 8 – Matriz da estratégia de operações 26 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I Lembrete A estrutura consiste nas normas e formas de funcionamento da organização, enquanto que a infraestrutura consiste nos recursos físicos, instalações, máquinas e equipamentos utilizados para o seu funcionamento. As duas últimas perspectivas em estratégia de produção são particularmente importantes, uma vez que a maior parte do debate dentro das organizações, no que se refere à estratégia da produção, diz respeito à reconciliação entre as perspectivas de requisitos do mercado com os recursos da produção. A figura anterior foi construída a partir de um estudo de casos, e mostra que nem todas as intersecções estão preenchidas. Isto acontece porque nem todas são importantes, enquanto outras são particularmente críticas. O dilema da estratégia da produção está em decidir qual intersecção merece atenção especial. Anos de experiência com certeza ajudam na realização dessa tarefa! Resumo Foi discutida a ideia da função produção dentro das mais distintas organizações, observando as metas que devem ser alcançadas pelos administradores para atender às necessidades de seus clientes, e buscando compreender a interferência da estratégia aplicada à produção nas atividades dos administradores da organização. A função produção exerce um papel importante ao desempenhar uma das atividades fins de quaisquer operações. As operações existem para que sejam gerados produtos e/ou serviços – função produção –, para que sejam disponibilizados no mercado e satisfaçam as necessidades dos clientes e consumidores finais – função comercial. Da mesma forma que as demais funções da organização – comercial, financeira, serviços gerais, recursos humanos, contabilidade, gestão de suprimentos e logística e gestão empresarial –, a produção estabelece os seus objetivos funcionais, por meio do desdobramento dos Objetivos Estratégico Globais da Organização, contribuindo, assim, para a consecução dos objetivos organizacionais, através do alcance dos seus objetivos e metas. 27 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas O modelo geral da administração da produção (SLACKS, 2009) resume todos os elementos envolvidos na viabilização do funcionamento do macroprocesso produtivo. São apresentados os recursos de entrada, que compreendem os recursos transformadores, máquinas, equipamentos e mão de obra, bem como os recursos a serem transformados, matéria‑prima e insumos, de forma geral. Constam também os processos transformadores, representados pelos subprocessos e atividades que realizarão a manufatura, produzindo as saídas do modelo, aqui denominadas Produtos, Serviços e Informações. Atendeu‑se à necessidade de compreensão da função produção em empresas produtoras de bens (manufatureiras) ou prestadoras de serviços, bem como os objetivos a alcançar nessa função, visando atender aos consumidores finais; para tanto, é preciso entender a influência da estratégia da produção nessa busca. Exercícios Questão 1. Enade (2006) Leia as afirmativas a seguir: Na maioria dos serviços, o pessoal de atendimento ao cliente necessita de treinamento em habilidades interpessoais. Porque Na maioria dos serviços, a produção e a entrega acontecem simultaneamente entre o pessoal de atendimento e o cliente. Analisando as afirmações acima, conclui‑se que: A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. E) as duas afirmações são falsas. Resposta correta: alternativa A. 28 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade I Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: o contato com o cliente e a subjetividade com que cada consumidor julga a qualidade do serviço exigem habilidade interpessoal, obtida por meio de treinamento. II – Afirmativa: correta. Justificativa: é característica dos serviços a simultaneidade entre a produção e o consumo, ou a entrega. Essa característica torna o contato com o consumidor elevado, consequentemente tornando obrigatório o treinamento das habilidades interpessoais dos responsáveis pelo atendimento ao cliente. Questão 2. (Enade 2009) Leia as afirmativas a seguir: A hospedagem no setor de hotelaria é intangível e depende da participação do consumidor. Porque As operações das empresas de serviços ocorrem no momento do consumo. A respeito dessas duas afirmativas, é correto afirmar que: A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. E) as duas afirmações são falsas. Resolução desta questão na plataforma. 29 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Unidade II 3 PONTOS IMPORTANTES DA PRODUÇÃO – PROJETOS: O QUE SÃO, COMO SE APLICAM, COMO SÃO ENTENDIDOS Entender o que é o projeto de produtos e serviços, e os processos que os produzem, leva à compreensão dos diferentes níveis decisórios dentro da organização. Projeto de processos em produçãosignifica projetar toda a cadeia de operações produtivas, que efetivamente faz os produtos e serviços que serão entregues para os consumidores, enquanto no nível operacional, projeto de processos significa o arranjo físico das instalações, a tecnologia adotada e o pessoal de produção. Portanto, entender a atividade de projeto envolve muito mais do que simplesmente pensar no projetista especificando detalhes de determinado produto, envolvendo decisões sobre aquisições de máquinas e equipamentos, por exemplo. 3.1 Projeto em gestão da produção O que é projeto? Segundo Monty Finneston (apud Slacks, 2009), “projeto é o processo conceitual através do qual algumas exigências funcionais de pessoas, individualmente ou em massa, são satisfeitas através do uso de um produto ou sistema que representa a tradução física do conceito”. Exemplos: • produtos: automóvel, televisão, rádio, geladeira, meias, fraldas; • manifestações de artistas que podem ser denominadas produtos: música, pinturas, esculturas; • sistemas: telefonia, ferrovia, rodovia, supermercado, orquestra. Dessa forma, na atividade de projeto, deve‑se considerar que: • o objetivo da atividade de projeto é satisfazer a necessidade dos consumidores; • projeto aplica‑se tanto a produtos (ou serviços) como a sistemas (chamados na administração da produção de processos): — projeto de produtos; — projeto de serviços; — projeto de sistemas; — projeto de processos. 30 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II • a atividade de projeto é, em si, um processo de transformação; • projetos começam com conceitos que serão traduzidos em especificações. Lembrete Projeto consiste num conjunto de atividades organizadas para produzir um resultado, de acordo com uma especificação prévia e aprovação de um cliente, com restrições de recursos materiais, humanos, tecnológicos, de tempo e de custo. As atividades do projeto têm data de início e de fim, previamente determinadas. Objetivo de desempenho Influência do projeto bem-elaborado do produto ou serviço Influência do projeto bem-elaborado do processo Qualidade Consegue eliminar falhas pontenciais e aspectos que podem provocar erros do produto ou serviço Resulta em recursos convenientes para produzir o produto ou serviço conforme suas especificações Rapidez Pode gerar produtos que podem ser feitos rapidamente (usando projeto modular, por exemplo), ou serviços que evitam demoras desnecessárias Movimenta materiais, informações ou clientes através de cada estágio do processo, sem demoras Confiabilidade Auxilia a tornar previsível cada estágio do processo ao exigir padronização e previsibilidade Resulta em tecnologia e pessoal confiáveis Flexibilidade Permite reduzir o custo de cada peça que compõe o produto ou serviço, assim como reduz o custo de combiná‑los Assegura alta ultilização de recursos, o que leva a processos eficientes e de baixo custo Custo Pode reduzir o custo de cada peça que compõe o produto ou serviço, assim como reduz o custo de combiná‑los Assegura alta utilização de recursos, o que leva a processos eficientes e de baixo custo Figura 9 – Impacto do projeto de produto/serviço e processo nos objetivos de desempenho Saiba mais Os projetos são instrumentos muito utilizados em empresas nos dias atuais. Leia mais sobre projetos no texto: GERVAZONI, T. P. Conceitos básicos de gerenciamento de projetos. Linha de código, 2014. Disponível em: <http://www.linhadecodigo.com. br/artigo/1167/conceitos‑basicos‑de‑gerenciamento‑de‑projetos.aspx>. Acesso em: 15 maio 2014. Projeto é uma atividade que, originalmente, busca a eficácia: satisfazer as necessidades dos consumidores. 31 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Pensando dessa forma, os projetistas devem tentar realizar projetos esteticamente agradáveis, que atendam ou excedam as expectativas dos consumidores, que apresentem bom desempenho e sejam confiáveis durante sua vida útil. Além disso, todo projeto deve considerar que será fabricado de forma fácil e rápida, com os recursos disponíveis na organização. Em serviços, o projetista deve propor algo que o consumidor perceba como algo que atenda a suas expectativas. O novo serviço deverá usar o que está disponível em termos de capacidades da operação produtiva e resultar em um custo razoável. O projetista de processo (aquele que irá definir como o produto ou o serviço serão feitos, quase igual a quem escreve uma “receita de bolo”) deve pensar no impacto que poderá produzir na habilidade da produção em atender às necessidades dos consumidores. Local errado, insuficiência de capacidade, tecnologia inadequada e pessoal incapaz podem certamente gerar desempenho ineficaz. A figura anterior mostra como cada objetivo de desempenho de uma operação produtiva é afetado pelo projeto do produto ou serviço e pelo projeto do processo que produz. É importante observar que, apesar de tanto se falar sobre a necessidade do trabalho em equipe, é ainda comum encontrarmos organizações nas quais os departamentos funcionam como “ilhas em um arquipélago”, trocando informações, mas não interagindo entre si. Os egos individuais e os valores emotivos levam a tal situação. A ideia anterior leva as organizações a tratarem frequentemente do projeto do produto ou serviço separadamente do projeto do processo que os produz. Todavia, para conseguir o intento de satisfazer as necessidades dos consumidores, torna‑se imperativo reconhecer que as duas atividades são claramente inter‑relacionadas. Pequenas mudanças no projeto de produtos e serviços podem resultar em mudanças profundas na forma de produzi‑los, assim como o projeto de um processo pode restringir a liberdade do projeto do produto ou serviço. A sobreposição das duas atividades de projeto é maior em operações que produzem serviços, visto que muitas vezes o cliente é envolvido, passando a fazer parte do processo de transformação. A natureza e aparência do serviço, sob a ótica do consumidor, não pode ser separada do processo ao qual o cliente está submetido. 32 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Os produtos e serviços devem ser projetados a fim de que possam ser produzidos eficientemente Os processos devem ser projetados de forma que resultem em uma produção flexível, que produza todos os produtos ou serviços lançados pela organização Projeto do produto ou serviço Projeto do processo que será utilizado para produzir o produto ou serviço Decisões tomadas durante o projeto do produto ou serviço terão impacto sobre os processos que irão produzi‑los, e vice‑versa Figura 10 – Projetos de produtos/serviços e processos: inter‑relação e necessidade de tratamento simultâneo Observação Os desenvolvimentos dos projetos de produto e de processo devem ser simultâneos, devido à interdependência das duas especificações. As definições de especificações do projeto de produto dependem das do projeto de processo, e vice‑versa. Saiba mais A simultaneidade é uma característica importante para diferenciar os processos que geram produtos dos que geram serviços. Leia mais sobre as características específicas dos processos em operações de prestação de serviços em: GRUPO DE ENGENHARIA E ANÁLISE DO VALOR (GAV). Serviço & valor: conceitos básicos. [s.d.]. Disponível em: <http://www.lgti.ufsc.br/ planejamento/aulas/servicos1a3.pdf>. Acesso em: 15 maio 2014. A realização de projetos de produtos, serviços ou de processos que os produzem pode ser considerada um processo de transformação, tendo como entrada informações técnicas, de mercado e de tempo, assim como equipamentos de teste e projeto e pessoal técnico, e tendo como saída a geração de projetos acabados, que são ou possuem alta qualidade, baixo custo e que sejamproduzidos com rapidez, confiabilidade e flexibilidade. 33 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas A atividade de projeto em si não funciona como uma ideia brilhante logo na primeira vez na imaginação dos projetistas. Como quase tudo, começa com uma ideia vaga, genérica e mal definida daquilo que poderia ser a solução para uma necessidade observada. Muitas vezes, o uso de um brainstorm – “toró de parpites” ou tempestade cerebral – auxilia na sugestão de diferentes ideias que possam resolver as necessidades observadas. A partir de então, todas as ideias devem passar por um processo de refinamento, sendo analisadas por distintas visões dentro da organização, principalmente as de marketing, finanças e produção. Cada etapa de análise diminui ou descarta certo número de sugestões geradas no brainstorm, e as que sobram para a próxima etapa são progressivamente refinadas e detalhadas, até que, finalmente, consegue‑se reduzir as opções de projeto a uma única, definitiva, que conterá informações suficientes para ser transformada no produto, serviço ou processo real final. Filtros de avaliação e escolha: ‑ Marketing ‑ Produção ‑ Finanças ‑ Tecnologia ‑ Etc. Incerteza em relação ao projeto final Certeza em relação ao projeto final Te m po Grande número de opções de projeto Um projeto final válido Figura 11 – A filtragem de ideias para o projeto, reduzindo o número de alternativas e chegando ao projeto final Deve‑se tomar cuidado ao adotar o modelo de evolução concepção/concepção, pois, uma vez iniciado o processo, havendo a necessidade de mudança de alguma concepção original, implicará a necessidade de repensar e recalcular os custos em função da mudança. No início do processo, sem que decisões fundamentais tenham sido tomadas, os custos de mudança serão baixos. Rapidamente, no entanto, as decisões inter‑relacionadas e cumulativas tornam‑se cada vez mais dispendiosas se tiverem de ser mudadas. 34 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Saiba mais Existem critérios importantes a serem considerados para a filtragem e seleção de ideias e projetos. Leia mais sobre os critérios de sucesso de um projeto em: BAHIA, F. D.; FARIAS FILHO, J. R. Análise de critérios de sucesso em projetos de engenharia, suprimentos e construção (EPC). 2010. Disponível em: <http://www.bbbrothers.com.br/files/pdfs/artigos/criterios_de_ sucesso.pdf>. Acesso em: 15 maio 2014. Efeito volume-variedade no projeto Um importante fator de decisão na atividade de projeto de produto, serviço ou processo é a avaliação do efeito volume/variedade, dimensões normalmente dependentes entre si (baixo volume significa alta variedade, ou alto volume significa baixa variedade). Lembrete Quanto mais decorre o tempo do projeto, mais aumenta a certeza em relação ao projeto final. Inversamente, quanto mais recente é o início do projeto, maior é a incerteza em relação ao projeto final. Volume Variedade Ênfase do projeto Padronização do produto ou serviço Localização Fluxo Tecnologia do processo Habilidade dos funcionários Baixo Alta Projeto do produto ou serviço Baixa Pode ser descentralizado Intermitente Propósito geral Tarefa Alto Baixa Projeto do processo Alta Geralmente centralizado Contínuo Específico Sistema Figura 12 – Volume/variedade e diferentes aspectos da atividade de projeto É relativamente fácil entender que um serviço médico de imunização da população – tipicamente, um serviço médico de massa deve ter uma abordagem totalmente diferente da tomada para um transplante de órgãos, tipicamente customizada para atender à necessidade de um paciente. Tais diferenças vão muito além de tecnologias ou exigências diferentes, mas são explicadas pelo fato de que nenhuma forma de utilizar recursos é a melhor para todos os tipos de operações em todas as circunstâncias. A figura anterior mostra o impacto da relação volume–variedade em diferentes aspectos da atividade de projeto. 35 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Projeto do processo Uma vez definido o produto ou serviço, de forma integrada com o projeto do processo, faz‑se necessário uma atenção especial para finalizar o projeto de tal processo. Como estamos citando desde o início, no projeto de produto ou projeto de processo chega o momento de determinar a abordagem geral para gerenciar os processos, denominada de tipos de projetos, válidos uma vez para produtos e outra para serviços. É realmente difícil valorizar comparações dentro de faixas tão largas de comparação, como a construção de um navio, de um lado, até a geração de eletricidade, do outro. Devido à sobreposição, tanto nas operações de manufatura como nas de serviços, de diferentes tipos de processos, as organizações podem escolher qual tipo de processo podem empregar. Quadro 1 – Operações de manufatura e de serviços Tipos de processos Operações de manufatura Operações de serviços Processo Descrição Processo Descrição Projeto Geram produtos únicos, customizados, com longo tempo de manufatura. Serviços profissionais São organizações de alto contato, onde os clientes despendem muito tempo, sendo customizados, adaptáveis. Baseiam‑se em pessoas. Jobbing Utilizam uma mesma linha de produção para fazer produtos distintos, compartilhando recursos. Lojas de serviços Têm níveis de contato com o consumidor, customização, volume de clientes e liberdade de decisão do pessoal, ficando entre o serviço profissional e o de massa. Lotes É produzido mais de um produto por vez, fato que se repete periodicamente. Para lotes pequenos, confunde‑se com jobbing. Serviços de massa Envolvem tempo de contato limitado e pouca customização. Predominantemente baseados em equipamentos. Produção em massa São os que produzem altos volumes de bens com variedade relativamente estreita. Contínuo São os que produzem altos volumes com variedade muito baixa ou praticamente um único produto. 36 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Projeto Jobbing Lote Massa Contínuo Serviços profissionais Lojas de serviços Serviços de massa Baixo volume alto Baixo volume alto Alta Baixa Va rie da de Figura 13 – Tipos de processos em operações de produção e de serviços Matriz produto/processo A representação clássica da variação do custo e da flexibilidade, elaborada por Hayes e Wheelwright, de Harvard, buscam mostrar as consequências para a operação em função da seleção do processo empregado. Denominada “Matriz Produto–Processo”, tem a relação volume‑variedade em uma dimensão e o tipo de processo na outra dimensão (ver figura a seguir). Serviço profissional Serviço de massa Loja de serviço Projeto Jobbing Lote Massa Contínuo Maior flexibilidade do processo do que o necessário, resultando em alto custoMenor flexibilidade do processo do que o necessário, resultando em alto custo Nenhum Nenhum Tipos de processos de operações de manufatura Tipos de processos de operações de serviços Variedade Volume Linha “natural” de ajuste do processo às características de volume/variedade de produtos/serviços Figura 14 – Produto‑processo e as consequências dos desvios da diagonal “natural” A maior parte das operações tende para a diagonal “natural” da matriz e nenhuma ou poucas operações são encontradas nos cantos extremos da matriz. 37 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas 3.2 Projetos de produtos e serviços Vantagem competitiva do bom projeto Produtos e serviços são as primeirascoisas observadas pelos clientes em uma organização. Assim, o projeto dos produtos e serviços, seu desenvolvimento contínuo e a criação de projetos totalmente novos também ajudam a definir a posição competitiva de uma organização. Pode‑se afirmar que todos os produtos e serviços têm três aspectos em relação ao projeto: • um conceito: conjunto de benefícios esperados que o consumidor está comprando; • um pacote de produtos e serviços: conjunto de componentes que proporcionam o benefício definido no conceito; • um processo: que define a relação entre os componentes do pacote. Etapas do projeto Para chegar a esse ponto, a atividade de projeto deve passar por diversas etapas, que formam uma sequência aproximada: Geração do conceito Triagem Projeto preliminar Avaliação de melhoria Protótipo e projeto final Conceito Pacote Processo Figura 15 Observação A vantagem competitiva consiste no conjunto de característica e valores que diferencia o produto ou serviço, de acordo com a visão e preferências do cliente, comparativamente ao resultado oferecido pela concorrência. 38 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Geração do conceito As ideias para conceitos de novos produtos ou serviços podem vir de fontes externas e de fontes internas (ver figura a seguir). Ideias de pesquisa e desenvolvimento Sugestões do pessoal de contato com os clientes Departamento de marketing Análise das necessidades dos consumidores Ações dos concorrentes Sugestões dos clientes Pesquisa de mercado Geração do conceito Fontes internas Fontes externas Figura 16 – Ideais surgem dentro e fora da organização Na geração dos conceitos, muitas ideias podem vir, todos os dias, dos clientes. Infelizmente, nem todos os funcionários visualizam a transmissão das informações (ideias) vindas dos clientes como uma função importante. As organizações podem até não ter mecanismos disponíveis para facilitar a comunicação ou para transmitir boas ideias. Ideias não são o mesmo que conceitos. Na realidade, elas precisam ser transformadas em conceitos, de forma que possam ser avaliadas e, então, “operacionalizadas” pela organização. Conceitos são diferentes das ideias pelo fato de englobarem a ideia e indicarem sua forma, função, seu objetivo e seus benefícios globais. Lembrete O volume produzido no processo de geração de ideias em um projeto é um importante indicador de desempenho. Quanto maior for o volume de ideias e alternativas geradas, antes da seleção e escolha, melhor é o processo criativo adotado. O conceito deve ser simples de ser comunicado, de maneira que todos na organização possam entendê‑lo, realizá‑lo e vendê‑lo. Nem todos os conceitos gerados resultarão, no entanto, em produtos e serviços. Como vimos anteriormente, diferentes análises vão selecionando ao longo do tempo os conceitos válidos, que serão trabalhados até o ponto do projeto preliminar de seu pacote e processo. 39 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas Durante essa triagem, algumas questões típicas devem ser respondidas para os três filtros funcionais: marketing, finanças e produção: viabilidade/aceitabilidade e vulnerabilidade. Ideia Conceito Forma A forma global do produto ou serviço Função A maneira como o produto ou serviço funciona Propósito A necessidade que o produto ou serviço deve satisfazer Benefícios As vantagens que o produto ou serviço trarão aos consumidores Figura 17 – Transformação de uma ideia em um conceito Saiba mais As etapas de um projeto são planejadas lógica e sequencialmente, de forma a se obter o melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e tecnológicos aplicados. Estude as etapas de um projeto lendo o texto: FABRÍCIO, M. M.; BAÍA, J. L.; MELHADO, S. B. Estudo da sequência de etapas do projeto na construção de edifícios: cenário e perspectivas. [s.d.]. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art230. pdf>. Acesso em: 15 maio 2014. Quadro 2 – Questões típicas de avaliação sobre marketing, produção e finanças Critério de avaliação Marketing Produção Finanças Viabilidade Será o mercado suficientemente grande? Possuímos as capacitações para produzir? Temos acesso a financiamento suficiente para desenvolver e lançar? Aceitabilidade Quanto do mercado poderemos ganhar? Quanto teremos que organizar nossas atividades para produzir? Qual o retorno econômico que conseguiremos sobre nosso investimento? Vulnerabilidade Qual o risco de fracasso no mercado? Qual é o risco de não conseguirmos produzir de forma adequada? Quanto dinheiro poderemos perder se os desenvolvimentos não forem os planejados? Fonte: Slacks (2009). 40 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Benefícios dos projetos interativos O ato de fundir o projeto de produtos/serviços e o projeto do processo que os produz é chamado, às vezes, de projeto interativo. O benefício desse tipo de projeto é a redução do tempo utilizado para a atividade de projeto, desde o conceito até a introdução no mercado, denominado TTM (Time To Market), ou tempo até o lançamento. Dessa forma, pode‑se ter uma vantagem competitiva, pois permite uma revisão do projeto do produto/serviço e do processo de forma muito mais dinâmica, e significa que as empresas têm mais oportunidade para melhorar o desempenho de seus produtos e serviços. Se o processo de desenvolvimento atrasa, os custos de desenvolvimento aumentam, assim como a introdução tardia do produto ou serviço atrasará a receita de sua venda. Exemplo de aplicação Um bom projeto de produto e serviço traduz as necessidades dos consumidores na forma e na configuração do produto ou serviço e, assim, especifica as capacitações exigidas da operação produtiva. Observar de forma conjugada o projeto de produto e serviço e o projeto do processo pode melhorar a qualidade dos dois tipos de projetos. Levar em conta as restrições da produção durante o projeto garante produtos produzíveis, com processos desenvolvidos levando em conta as necessidades de longo prazo. 4 ARRANJO fíSICO E fLUxO O arranjo físico (em inglês, layout) de uma operação produtiva que se preocupa com o posicionamento dos recursos de transformação. Isto é, definir onde colocar: • instalações; • máquinas; • equipamentos; • pessoal de produção. Mudanças relativamente pequenas na localização de uma máquina numa fábrica ou dos produtos em um supermercado podem afetar o fluxo de materiais ou de pessoas; desse modo, podendo afetar positiva ou negativamente os custos e a eficácia da operação. As razões práticas pelas quais as decisões de arranjo físico são importantes são as seguintes: • mudanças de arranjo físico são frequentemente atividades difíceis e de longa duração, por causa das dimensões físicas dos recursos de transformação movidos, além das mudanças necessárias em termos de alimentação de energia, entre outras; 41 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas • o rearranjo de uma operação existente pode interromper seu funcionamento suave, levando à insatisfação do cliente ou a perdas na produção; • um arranjo físico errado gera padrões de fluxo confusos e longos, estoques de materiais, filas de clientes, resultando em tempos de processamento longos, operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos. Procedimentos de arranjo físico A figura seguinte mostra as etapas de decisão de arranjo físico. Processo por projeto Serviços profissionais Processos jobbing Lojas de serviços Processo em lotes Serviços em massa Processo em massa Processo contínuo Volume e variedade Tipos de processos Decisão 1 Tipos básicos de arranjo físico Decisão2 Projeto detalhado do arranjo físico Decisão 3 Objetivos de desempenho estratégico Arranjo físico posicional Arranjo físico por processo Arranjo físico celular Arranjo físico por produto Posição física de todos os recursos de transformação Fluxos de recursos transformados pela produção Figura 18 – A decisão de arranjo físico Observação Um estudo de layout visa auxiliar o administrador no projeto de instalação ou ampliação de unidades produtivas, na racionalização de espaços, na melhoria de condições de trabalho ou na redução de riscos de acidentes de trabalho. Cada tipo de arranjo físico é mais adequado a cada tipo de processo, porém não há como dizer que essa regra é definitiva, uma vez que, conforme as características de cada organização ou seu ponto na evolução (de pequena empresa para uma grande empresa, do artesanato para a produção em série), as decisões de arranjo físico mudam, exigindo novos projetos e adequações. 42 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Dessa forma, deve ficar claro que, na determinação do tipo de arranjo físico a utilizar, não é obrigatório que se utilize o ideal para o processo estudado, podendo haver alterações ou adaptações, caso a caso. A figura a seguir mostra algumas relações entre processos e arranjos físicos possíveis: Tipos de processos de manufatura Tipos básicos de arranjo físico Tipos de processos de serviços Processo por projeto Arranjo físico posicional ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Arranjo físico por processo ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Arranjo físico celular ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Arranjo físico por produto Serviços profissionais Processo tipo jobbing Processo tipo batch Lojas de serviços Processo em massa Serviços de massa Processo contínuo Figura 19 – Relação processos versus arranjos físicos Observação O processo batch flow, ou fluxo em lote, consiste em uma configuração mista em que um só produto é fabricado. Por razões econômicas, é montado um lote (batch) em vez de um só item. Tipos básicos de arranjo físico Arranjo físico posicional É o arranjo físico no qual os recursos que estão sendo transformados – materiais, informações ou consumidores – não se movem, enquanto todos os recursos de transformação – equipamentos e pessoal – devem se mover para e na região onde está sendo feito o processo de produção. Aplica‑se nos casos em que o recurso a ser transformado é muito grande, ou, ao contrário, é muito delicado para ser movido, ou ainda não quer ser movido! • Construção de uma rodovia. • Restaurante de alta classe (em geral, não oferece refeição por quilo). • Cirurgias (não podem ser feitas com o paciente andando). • Estaleiro (construção de navios). Arranjo físico por processo É bastante comum encontrarmos operações nas quais os processos de transformação são muito importantes na tomada de decisão sobre o tipo de arranjo físico a adotar e, dentro dessas operações, ainda podem ser identificadas aquelas nas quais existem muitos recursos de transformação 43 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas (equipamentos e instalações) similares, que, por conveniência de controle e administração, devem ficar juntos: • Nos hospitais, os equipamentos de raios‑x, em geral, são colocados em uma única região, devido às necessidades de proteção. Os laboratórios também se concentram em uma região, assim como centros cirúrgicos, e uma ampla gama de outros exemplos que podem ser citados. • Na fabricação de componentes mecânicos, alguns processos exigem instalações e pessoal específico e treinado, sendo, portando, mais fácil a administração desses equipamentos se forem colocados juntos, conforme suas características. • Nos supermercados, não vemos carne misturada com peixe, ou verduras misturadas com pães. Os setores são separados conforme o tipo de produto oferecido. Lembrete Pequenas alterações na disposição de máquinas ou das mercadorias, no ponto de venda, podem afetar significativamente tanto o fluxo de materiais e de pessoas, como os custos, eficiência e eficácia em uma operação. Sala de acesso on‑line e CD‑ROM Periódicos encadernados Livros para empréstimo organizados por assunto Periódicos recentes Relatórios de empresas Coleção reservada Balcão de atendimento In fo rm aç õe s Seção de referências Depósito Área de copiadoras Entrada Saída Mesas de estudo Figura 20 – Arranjo físico por processo – biblioteca 44 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Arranjo físico celular Apesar de, no estudo das técnicas japonesas, podermos chegar à conclusão de que o arranjo físico celular foi inventado pelos japoneses, na realidade, essa técnica foi inventada pelos russos ainda no século XX, nos anos 30, mas acabou sendo implementada com sucesso pelos japoneses. Os recursos a serem transformados são separados em famílias de peças que possuem processos de fabricação idênticos ou muito similares, permitindo que todos os recursos de transformação necessários para sua produção sejam colocados juntos, permitindo a produção sem interrupção de determinado lote de peças. Terminada a operação em uma célula, o lote de peças segue para outra célula, e assim por diante, até sua conclusão. Como resultado, o tempo total de fabricação é extremamente reduzido, assim como o estoque em processo. Figura 21 – Família de peças e típico arranjo físico celular em forma de “U” Caixa Corredores Seção de esportivos Livros e vídeos Calçados Perfumes e jóias Malas e presentes Roupas femininas Roupas masculinas Doces, jornais, revistas e papelaria Elevadores Entrada Entrada Figura 22 – Loja de departamentos com diferentes células de serviços Arranjo físico por produto No caso de produção em larga escala ou produção em massa, os recursos de transformação (instalações e pessoas) devem ser dispostos de tal forma que não exista perda de tempo para mudança de processo de uma máquina para outra. Assim sendo, a sequência prevista para o processo é exatamente a mesma 45 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Gestão das operações produtivas na qual os recursos ficam arranjados fisicamente. Permite‑se, assim, a produção em larga escala com baixos custos. Cozimento Limpeza Refinamento Mistura AlinhamentoRolos de pressão SecagemEmbobinamento Figura 23 – Arranjo físico por produto – fabricação de papel Sala de aula Médico Médico Médico Médico Médico Médico Teste de sangue Teste de sangue Teste de sangue Raio‑x Raio‑x Raio‑x Área de entrega de uniformes Depósitos de uniformes Sala de espera Sala de espera Registro de histórico pessoal e médico Figura 24 – Arranjo físico por produto – centro de alistamento militar Arranjo físico misto Dependendo do grau de complexidade das operações, pode acontecer de a utilização de um único modelo de arranjo físico não resolver completamente o problema, e assim nasce a necessidade do uso de mais de um modelo. Tais casos recebem a denominação de arranjos físicos mistos. 46 Re vi sã o: B ea tr iz /C ris tin a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 07 /1 4 Unidade II Arranjo físico em linha = bandeijão Arranjo físico celular = buffet Arranjo físico posicional = à la carte Figura 25 – Exemplo de restaurante com arranjo físico misto A decisão sobre qual arranjo físico adotar para determinada operação passa pela análise da relação volume/variedade. A movimentação dos materiais, das informações ou dos clientes ao longo do processo depende diretamente do tipo de arranjo físico selecionado. Operações com baixo volume e alta variedade não têm no fluxo dos recursos a serem transformados o real foco da atenção, mas sim no fluxo dos equipamentos