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Economia Política UNIDADE II Prof. Claudio Ditticio Samuelson (1979) considera que a ciência econômica procura estudar e responder a um grande problema: o da escassez de recursos comparada à grande quantidade de mercadorias que cada indivíduo deve consumir. Há, pois, um conflito entre necessidades infinitas de consumo e os recursos disponíveis limitados para atendê-las. O que é economia? Quais são os recursos ou fatores de produção necessários e que a sociedade utiliza para efetuar a produção de bens e serviços? Os recursos produtivos são também denominados “fatores de produção”: Terra. Trabalho. Capital. Tecnologia. Capacidade empresarial. Fatores de produção O fator de produção terra é representado pelas terras destinadas à agricultura e à pecuária – terras cultiváveis, florestas, minas e outros produtos provenientes da utilização do solo. O trabalho é representado pela mão de obra humana empregada na produção de mercadorias ou na prestação de serviços. O capital financeiro – dinheiro necessário para o impulso a qualquer empreendimento industrial, comercial etc.; representa o capital como fator de produção. Fatores de produção Por “tecnologia”, entendem-se as máquinas e os equipamentos necessários à produção das mais diversas mercadorias. Muitas vezes, emprega-se a denominação capital físico. Também chamamos de tecnologia as técnicas de produção utilizadas pelas empresas, ou seja, o know-how relativo à técnica de produção e ao conhecimento científico. Fatores de produção Cada fator, empregado na produção de qualquer mercadoria, deve receber alguma remuneração. Assim, para Nogami e Passos (2003): à remuneração da terra damos o nome de “aluguel”; à remuneração do trabalho chamamos “salário”; o capital recebe sua remuneração sob a forma de juros; a tecnologia recebe a remuneração em forma de direito à propriedade (royalties); a capacidade empresarial recebe lucros como remuneração. Fatores de produção Empresas destinam bens e serviços para o consumo das famílias → famílias geram receitas para as empresas, provenientes do consumo de bens e serviços → famílias destinam fatores de produção às empresas → empresas geram receitas para as famílias, provenientes da utilização de fatores de produção. Fluxo circular da renda Fluxo circular da renda Fonte: livro-texto Mercado de produtos Famílias Empresas Mercado de fatores de produção Bens e serviços comprados Terra, capital, trabalho e empreendedorismo Insumos à produção Bens e serviços vendidos Fluxo de bens e serviços Fluxo de dinheiro Renda ($) (=PIB) Gastos ($) (=PIB) Receitas ($) (=PIB) Salários, aluguéis, juros e lucros ($) (=PIB) O problema econômico faz com que a sociedade necessite administrar os recursos escassos de forma a atender às necessidades ilimitadas, respondendo às seguintes questões: O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? Questões fundamentais da economia O que e quanto produzir? Conhecer o tipo de mercadoria que é procurada por uma coletividade e as quantidades que são (ou serão) consumidas. É mais importante produzir alimentos ou investir em produção energética? Como produzir? Conhecer as tecnologias disponíveis. Para quem produzir? Questões fundamentais da economia Nem sempre a sociedade obtém êxito na alocação adequada de seus esforços. Ela pode produzir carros a mais ou a menos ou dedicar suas necessidades/ energias à produção de artigos de luxo, enquanto uma grande quantidade de pessoas necessita de alimentos. Essas decisões podem afetar seriamente o problema da produção. Eficiência x equidade Como continuar produzindo, e cada vez mais, se os estoques de recursos naturais são finitos? Essa se torna uma questão fundamental em economia e da sua resposta dependemos para traçar as curvas de fronteiras de possibilidades de produção. Eficiência x equidade Curvas de possibilidade de produção Fonte: livro-texto Podemos reconhecer duas formas de organização da atividade econômica: uma descentralizada, predominante nas economias ocidentais; e uma centralizada, personificada no modelo socialista/comunista. Sistemas econômicos O que e quanto produzir é decidido pela procura dos consumidores no mercado, ou seja, são os consumidores que dão sinais de mercado às empresas (o que elas precisam produzir). O agente principal nesse processo é o consumidor, pois sua atuação determinará quais produtos serão produzidos. Economia de livres mercados Que tipo de propriedade prevalece numa economia descentralizada, baseada no livre funcionamento dos mercados? a) Privada, tanto dos fatores quanto dos bens econômicos. b) Privada, mas apenas dos fatores de produção. c) Privada, mas apenas dos bens. d) Pública, tanto dos fatores quanto dos bens econômicos. e) Pública, mas somente dos bens econômicos. Interatividade Que tipo de propriedade prevalece numa economia descentralizada, baseada no livre funcionamento dos mercados? a) Privada, tanto dos fatores quanto dos bens econômicos. b) Privada, mas apenas dos fatores de produção. c) Privada, mas apenas dos bens. d) Pública, tanto dos fatores quanto dos bens econômicos. e) Pública, mas somente dos bens econômicos. Resposta Nessa sociedade, de forma anárquica – cada agente cuida de si –, emerge o bem-estar coletivo. A competição é um fator inerente e determinante nessa economia. Todos os agentes se movimentam pelo interesse próprio, fazendo escolhas racionais no intuito de obter mais poder de mercado que os demais agentes e, com isso, minimizar as suas restrições na busca da maximização do seu benefício individual. Economia de livres mercados Quanto à forma centralizada, quem responde ou decide o problema econômico fundamental – o que será produzido e quanto, como será produzido e para quem será produzido – é um órgão planejador central. O princípio que norteia essas decisões é o socialista – cada um deve contribuir/consumir conforme sua capacidade e trabalho. Sistemas econômicos centralizados Para Hubbard e O'Brien (2010, p. 66): “[...] uma economia mista ainda é, primordialmente, uma economia de mercado, com a maioria das decisões econômicas sendo resultantes da interação entre compradores e vendedores em mercados, mas... [nela], o governo desempenha um papel significativo na alocação dos recursos.” Na economia brasileira atual, prevalece o modelo misto – economia de mercado, como organizadora das atividades econômicas. Sistemas econômicos mistos Forma com que o governo interfere na economia e na vida dos agentes econômicos. A política econômica é adotada em função do planejamento e dos objetivos de cada governo. Isso ocorre no âmbito da macroeconomia – estuda e explica a economia em seu agregado, em seu todo. Políticas econômicas Entre as preocupações da macroeconomia, podemos indicar: Geração e distribuição de renda. Remuneração global dos fatores de produção (salários, juros, lucros etc.); juros, câmbio, renda, comércio, impostos. Gastos governamentais. Moeda e meios de pagamentos. Políticas econômicas Os objetivos dessas políticas podem ser resumidos em: - crescimento e desenvolvimento econômico; - estabilidade nos níveis de preços; - emprego; - distribuição de renda. Políticas econômicas A política econômica pode ser expansionista ou contracionista. Entende-se por “política econômica expansionista” aquela que dá condições de crescimento de renda, emprego e produção. São medidas adotadas pelo governo que favorecem o crescimento econômico de forma a aumentar as condições de produção. Políticas econômicas Quanto mais um país produz e consome sua produção, mais ele pode gerar empregos, ou seja, quanto maior a quantidade de mercadorias que são produzidas em um país, maior quantidade de meios de produção foiutilizada, a exemplo de bens de capital, matéria-prima e mão de obra. Políticas econômicas Políticas contracionistas ou restritivas são utilizadas quando há a necessidade de frear o crescimento da renda, da produção e/ou do consumo. São medidas que desfavorecem os níveis de produção e de emprego de fatores de produção. Políticas econômicas Indique, entre as alternativas a seguir, qual(ais) medida(s) de política econômica contribui(em) de forma mais efetiva para o crescimento de uma economia: I. Diminuir os impostos cobrados dos agentes econômicos. II. Aumentar os impostos dos agentes para saldar os compromissos internos do governo. III. Diminuir o volume de moeda/meios de pagamentos à disposição dos agentes. IV. Aumentar o volume de moeda/meios de pagamentos à disposição dos agentes. Interatividade Está(ão) correta(s) apenas: a) I e III. b) II e IV. c) II. d) IV. e) I e IV. Interatividade Está(ão) correta(s) apenas: a) I e III. b) II e IV. c) II. d) IV. e) I e IV. Resposta Política monetária é toda ação tomada pelo Banco Central e outras autoridades monetárias, relacionadas com a manutenção do poder aquisitivo da moeda do país. O Banco Central, considerado autoridade monetária em qualquer país, além de outras funções, tem a de preservar o valor da moeda ao longo do tempo – é responsável pelo controle direto da liquidez no sistema econômico de determinado país. Política monetária Para o Banco Central desempenhar suas funções, alguns instrumentos de política monetária podem ser adotados. São eles: emissão de moeda; administração da taxa de juros; coeficiente de recolhimento compulsório; operação de redesconto; operação de open market; seleção do crédito. Política monetária Entre as principais atribuições de competência do Banco Central do Brasil no Sistema Monetário e Financeiro Nacional, podemos destacar: fiscalizar as instituições financeiras, aplicando, quando necessárias, as penalidades previstas em lei. Essas penalidades podem ir desde uma simples advertência aos administradores até a intervenção para saneamento ou liquidação extrajudicial da instituição; Política monetária conceder autorização às instituições financeiras, no que se refere ao funcionamento, à instalação ou à transferências de suas sedes, e aos pedidos de fusão e incorporação; executar a emissão de moeda e controlar a liquidez do mercado, bem como efetuar as operações de compra e venda de títulos públicos e federais. Política monetária No Brasil, o principal instrumento de política monetária utilizado é a administração da taxa de juros – o custo da moeda, do dinheiro. Agentes superavitários de moeda, com poupança ou outra aplicação financeira, recebem juros por deixar seu dinheiro à disposição para uso de outrem. De forma contrária, agentes deficitários pagam juros quando necessitam de recursos (empréstimos). Política monetária Os juros são uma variável muito importante na economia – um dos mais importantes instrumentos de política monetária. Sempre que sobe a taxa de juros, os investimentos industriais produtivos são desencorajados, pois um empresário que toma junto a um banco certa quantia de dinheiro para investir na produção deve levar em consideração o quanto pagará pela tomada de empréstimo e o quanto receberá de lucros pelo investimento produtivo efetuado. A influência da taxa de juros Dada uma taxa de juros mais elevada num tempo qualquer, aumenta o custo do dinheiro – e do crédito. Com uma taxa de juros mais elevada, aumenta o custo do crédito ao consumidor, pois as financeiras cobrarão mais pelo montante de dinheiro que emprestarão. A influência da taxa de juros Haverá diminuição dos investimentos na produção e também do consumo pela sociedade. Quando os empresários não investem na produção e os consumidores não adquirem produtos, há o aumento do desemprego e menor geração de renda, fazendo com que a economia entre num processo recessivo. A influência da taxa de juros A política fiscal compreende ações do governo relacionadas ao seu orçamento, o orçamento do setor público. A arrecadação governamental, chamada de “receita do governo”, é feita via produção, circulação e consumo de mercadoria, além de movimentações financeiras, renda, entre outros. Política fiscal Entre os principais geradores de renda do governo, citamos como exemplos e de forma genérica: Receitas (impostos) pela produção e pela circulação de mercadorias (ICMS, IPI). Receitas provenientes da geração e apropriação da renda pelos agentes econômicos (IR). Política fiscal Há também as receitas provenientes da propriedade, da acumulação de capital e das relações internacionais: sobre a propriedade: IPTU; sobre herança: IH (Imposto sobre Herança); sobre operações financeiras: IOF; sobre relações internacionais: II (Imposto sobre Importações). Política fiscal Entre os gastos do governo, citamos: custeio da máquina do governo – manutenção dos serviços básicos e administrativos; os investimentos – construção de escolas, hospitais, rodovias, entre outros; a transferência de renda – programas que visam a auxiliar a população de baixa renda. Política fiscal Uma política fiscal é expansionista quando o governo aumenta seus gastos ou mesmo quando diminui a carga tributária sobre a sociedade – quando repassa ou mantém maior volume de recursos monetários. Política fiscal Quando o governo adota uma política fiscal expansionista, alguns possíveis efeitos são gerados na economia: o descontrole das contas públicas, pois os gastos podem ser, em algum momento, superiores às receitas e o governo não consegue formar poupança; o aumento da inflação, visto que haverá maior volume de dinheiro em circulação, aumentados o consumo e os preços dos produtos; a redução na credibilidade externa devido ao descontrole orçamentário. Política fiscal Compete ao Banco Central, exceto: a) Emissão de moeda. b) Administração da taxa de juros. c) Coeficiente de recolhimento compulsório. d) Operação de redesconto. e) Fiscalizar a gestão dos proprietários das empresas comerciais e industriais. Interatividade Compete ao Banco Central, exceto: a) Emissão de moeda. b) Administração da taxa de juros. c) Coeficiente de recolhimento compulsório. d) Operação de redesconto. e) Fiscalizar a gestão dos proprietários das empresas comerciais e industriais. Resposta Podemos ter duas concepções de Estado: a que se tem da visão positiva do Estado, que é ora agente distinto, tutor e independente da sociedade; ora guardião das regras do jogo ou árbitro acima dos conflitos, responsável pela manutenção da ordem, da segurança, do bem-estar comum, da justiça social e do consenso geral; O papel do Estado na economia a concepção que se tem da visão negativa do Estado é de ele ser um poder político repressivo e autoritário, inserido numa sociedade dividida em relações sociais conflitivas, impondo-se como instrumento que reflete determinado modo de produção econômica, materializando as pretensões particulares de uma classe dominante exploradora. O papel do Estado na economia A partir das guerras mundiais, entremeadas pela crise de 1929 e a Grande Depressão, a teoria econômica convencional passou a ser objeto de investigação e passível de mudança. Houve uma ruptura com a teoria clássica, cujos economistas acreditavam que as economias de mercado tinham a capacidade de, sem a interferência do governo, utilizar, da maneira mais eficiente, os recursos disponíveis na sociedade. O papel do Estado na economia Costuma-se debitar à quebra da Bolsa de Valores a responsabilidade pela Grande Depressão dos anos 1930. Todavia, devem ser analisados outros acontecimentos da economia americana da época que, conjugados à euforia especulativa, acabaram por gerar a crise. O papeldo Estado na economia O “desemprego” compõe o conjunto dos indicadores sociais mais relevantes. É importante que sejam desenvolvidos estudos (e estatísticas) para melhor conhecimento desses indicadores, propiciando melhores tomadas de decisões pelos setores da sociedade, público e privados. Devemos monitorar a conjuntura e a estrutura macroeconômica do país e de suas regiões, estados e municípios. Desemprego Caracteriza-se pelo generalizado e persistente crescimento nos níveis de preços, ou seja, ocorre inflação num período em que um elevado volume de mercadorias tem seus preços majorados sequencialmente, de forma que, dia a dia, mês a mês, os preços sobem sem que, necessariamente, seus custos de produção tenham apresentado também elevação. Inflação “Assim, quando há inflação, torna-se necessária maior quantidade de moeda para adquirir as mesmas mercadorias. Resultado: perda do poder aquisitivo da moeda que pode, com isso, causar sérios distúrbios à economia e à sociedade de forma geral.” (SILVA e LUIZ, 2010) Inflação Crescimento econômico: aumento do produto e da renda nacional – PIB. Desenvolvimento econômico: melhora da distribuição da renda e de padrões de educação, saúde etc. – IDH. Crescimento e desenvolvimento econômico Quando, num país, um elevado volume de mercadorias tem seus preços majorados de forma constante e praticamente universal, ocorre(m): a) Inflação. b) Deflação. c) Juros. d) Déficit público. e) Arrecadação. Interatividade Quando, num país, um elevado volume de mercadorias tem seus preços majorados de forma constante e praticamente universal, ocorre(m): a) Inflação. b) Deflação. c) Juros. d) Déficit público. e) Arrecadação. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!