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APOSTILA SENTENÇA E COISA JULGADA II

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SENTENÇA
Atuação dos órgãos jurisdicionais através dos pronunciamentos judiciais que externam é obrigatória por imposição constitucional inerente ao exercício da jurisdição.
Existem pronunciamentos mais ou menos rígidos, mas todos eles devem ser fundamentados para que não se opere nulidade de pleno direito. 
01) Pronunciamentos Judiciais – gênero
 -despachos
 -decisões de natureza interlocutória
 -sentenças - terminativas
Espécies - definitivas
 -acórdãos => competência recursal ou originária
a) Despachos: Art. 203, §3º, CPC/15, apenas impulsionam o processo permitindo sua marcha regular, sem aprofundamento em questões pendentes, não causando qualquer prejuízo às partes em conflito por não possuírem conteúdo decisório. 
Ex: remessa dos autos para o contador judicial
 Abertura de prazo para oferecimento de contestação
b) Decisões Interlocutórias: Art. 203, §2º, CPC/15, enfrentam questões pendentes, causando gravame processual a uma das partes, com direto favorecimento à outra, sem pôr termo ao processo, que continua a tramitar após solução da questão menor. Tais decisões apenas preparam a causa para o julgamento final pela sentença.
Ex: deferimento ou indeferimento de liminares
 Acolhimento de contradita de testemunhas
 Proibição para a juntada de documentos ao autos.
 Julgamento antecipado parcial do mérito.
c) Sentenças: Art. 203, §1º, CPC/15, segundo Alexandre de Freitas Câmara “é ato do Juiz que põe fim ao seu ofício de julgar, resolvendo ou não o mérito da causa, contendo uma das matérias dos Arts. 485 e 487, CPC/15”, entendendo que o ofício específico de julgar se extingue no módulo de cognição do procedimento.
d) Acórdãos: Art. 204, CPC/15, mutatis mutandi (mudando-se o que deve ser mudado), e por analogia, correspondem às sentenças proferidas pelos tribunais através do colegiado. Decisões monocráticas não se enquadram nesse conceito
02) Introdução: 
O CPC/15 tornou a redação concernente a definição de sentença bastante melhor. Art. 203, §1º - “ressalvadas as disposições expressas em procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o Juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.” 
Teremos, então, duas hipóteses para sentença:
a) Quando o Juiz extinguir o módulo cognitivo do processo sem resolução do mérito – Art. 485, CPC/15
b) Quando o Juiz acolher ou rejeitar o pedido autoral, e outras hipóteses onde haverá resolução do mérito – Art. 487, CPC/15
03) Espécies de Sentença
a) Não ocorre resolução do mérito: Art. 485, CPC/15, sentenças terminativas ou processuais 
Ex: aquela que verifica a ausência de legitimidade ou de interesse processual
 Aquela que homologa a desistência da ação
b) Ocorre a resolução do mérito: Art. 487, CPC/15, sentenças definitivas ou de mérito. 
 Sendo o módulo processual cognitivo destinado a uma definição de direitos, um acertamento, o seu objetivo será alcançado apenas com a prolação de uma sentença definitiva, ou seja, de uma sentença capaz de resolver o mérito da causa – “extinção normal do processo de conhecimento”.
NOTA: entre as sentenças de mérito, a lei enumera: a) reconhecimento de prescrição ou decadência; b) homologam o acordo celebrado entre os litigantes. Essas sentenças são de mérito por força de lei e não por atuação do Juiz, e são chamadas de “sentenças de falso mérito ou impuras”.
A classificação em sentença terminativa e definitiva:
a) Não altera o recurso a ser interposta para rediscussão da mesma: apelação
b) Somente as sentenças de mérito podem ser revestidas da autoridade de coisa julgada material
c) Somente as sentenças de mérito podem viabilizar o ajuizamento de Ação Rescisória
04) Elementos Essenciais da Sentença – Art. 489, CPC/15
Servem para evidenciar a racionalidade das opções interpretativas do Juiz ao analisar desacordos fáticos, probatórios e normativos entre as partes.
a) Relatório – art. 489, inc. I, CPC/15
- é a parte inicial, na qual o Juiz, de forma resumida, descreve o que se passou no processo desde o princípio, da propositura da ação até aquele momento em que a sentença está sendo proferida. Demonstra que o Juiz possui pleno conhecimento da demanda e deve conter o registro das principais ocorrências relevantes para o processo, dos incidentes processuais (falsidade ou exibição de documentos), das provas produzidas e do conteúdo das alegações finais. Sua ausência pode acarretar nulidade.
b) Fundamentação – art. 489, inc. II, CPC/15
- é a parte da sentença em que o Juiz apresentará suas razões de decidir, os motivos que o levaram a proferir decisão do teor da que está sendo prolatada (daí também ser chamada de motivação). Aqui o Juiz apresentará os fatores que contribuíram para a formação do seu convencimento, analisando o problema jurídico posto pelas partes para sua apreciação, devendo expor as razões pelas quais acolhe ou rejeita o pedido formulado na petição inicial, apreciando os seus fundamentos de fato e de direito (causa de pedir) e os da defesa.
Fundamentar significa dar razões – razões que visam evidenciar a racionalidade das opções interpretativas constantes da sentença.
 Possui 02 finalidades: 
- no interesse das partes: 
=> conferir acerto da decisão
=> fundamentar adequadamente o recurso 
=> permitir exame pelo Tribunal Superior do recurso interposto 
- no interesse político: 
=> controle externo do judiciário
Obs: todas as sentenças devem ser fundamentadas sob pena de nulidade – Art. 93, IX, CF/88. É ponto central onde se apoia o Estado Constitucional – constituindo elemento inarredável de nosso processo justo. O novo CPC enumera, em 06 incisos, hipóteses em que não se considera fundamentada não apenas a sentença, mas qualquer decisão judicial – a contrario sensu, o legislador apresenta o que não é motivação para alcançar o que é.
- §1º 
. inc I: fundamentação deve ser concreta, mostrar com qual significado o dispositivo é entendido e sua relação com o caso concreto.
. inc II: termos vagos; ao ser invocado, será mostrar com significado ele é empregado, por que razão serve para disciplina do caso concreto e quais os efeitos jurídicos que dele são extraídos. (“função social”, “boa fé”, “dignidade”, “medidas necessárias”, “preço vil”, etc)
. inc III: fundamentação é resposta judicial à argumentação formulada pelas partes em torno das razões existentes para julgar nesse ou naquele sentido um caso concreto. Assim, se a decisão se presta para justificar qualquer outra, é porque normalmente não se atém aos fatos concretos que singularizam a causa que a fundamentação tem justamente por endereço resolver. É uma fundamentação que é redigida de tal maneira que se presta para justificar qualquer decisão.
. inc IV: o Juiz tem o dever de enfrentar todos os argumentos relevantes – ou fundamentos, arguidos pelas partes em suas manifestações processuais. Isso porque o Juiz, por força da caracterização do direito ao contraditório como direito de influência, constitui sujeito do contraditório, tendo dever de debate com as partes. A norma estabelece, implicitamente, que somente os argumentos relevantes deverão ser enfrentados ao definir que aqueles capazes de infirmar, em tese, a decisão do julgador são os importantes.
. inc V: estabelece que o Juiz deverá fazer uma comparação analítica entre os fundamentos determinantes da súmula ou precedente e o caso sob julgamento. Ou seja, não bastará ao órgão jurisdicional mencionar o precedente ou enunciado de súmula, devendo justificar sua aplicabilidade ao caso concreto, por meio de demonstração da correlação entre os fundamentos do entendimento consagrado e as circunstâncias do caso concreto.
. inc VI: o Juiz deverá demonstrar a não aplicabilidade da súmula ou precedente ao caso concreto por entende-los não cabíveis por distintos da realidade fática – não se enquadram nocaso concreto. Caso não o faça, não haverá fundamentação válida.
c) Dispositivo – art. 489, inc. III, CPC/15
- é a parte da sentença que tem conteúdo decisório. Aqui o Juiz apresenta a sua conclusão, dizendo se põe termo ao seu ofício de julgar resolvendo ou não o mérito da causa, declarando o autor “carecedor de ação”, decretando despejo, julgando improcedente o pedido do autor, ou outro qualquer resultado possível. É no dispositivo que se encontra o “comando” contido na sentença, manifestação do poder de império estatal, e onde, após transito em julgado, ocorrerá o revestimento da coisa julgada material.
A ausência de qualquer dos elementos acima enumerados implica em vício da sentença. A falta de relatório e fundamentação importa em nulidade absoluta da sentença. Já a falta de dispositivo implica inexistência jurídica da sentença. Também será considerada inexistente a sentença não assinada pelo Juiz que a prolatou.
05) Publicação e Irretratabilidade
- Art. 494, CPC/15: sentença uma vez publicada se torna irretratável, somente podendo ser modificada pelo Juiz prolator para correção de erros materiais ou se forem opostos embargos de declaração. Preclusão consumativa para o Juiz. 
a) Quando se considera publicada uma sentença?
- em audiência, quando ali proferida.
- em gabinete, quando juntada aos autos pelo escrivão.
EXCEÇÃO: Art. 331, CPC/15
Obs: através do Diário Oficial se INTIMA as partes da sentença, para que possam, querendo, interpor recurso.
06) Oportunidade em que podem ser proferidas as sentenças
a) Terminativas: Art. 485, CPC/15, podem ser proferidas a qualquer momento no curso do processo, desde a propositura da demanda, desde que o Juiz verifique que não há condições de prosseguir, pois o pedido não poderá ser apreciado. Se o Juiz verificar trata-se de vício insanável, extingue o processo, indeferindo a petição inicial; não sendo possível a verificação de plano , declarará a extinção quando o vício se evidenciar.
Obs: questões preliminares – Art. 337, CPC/15: são de ordem pública e podem ser conhecidas de ofício, e a qualquer tempo, não estando sujeitas a preclusão.
b) Definitivas: segundo o Art. 366, CPC/15, ocorrerá em audiência ou no prazo legal.
Podem ser divididas em:
1 – Art. 487, inc I, CPC/15 que trata de acolhimento ou rejeição do pedido autoral, que podem ser proferidas no início da demanda (art. 332, CPC/15 – antes da citação do réu); nos casos onde ocorrer a revelia e seus efeitos (Art. 355, inc II, CPC/15); julgamento antecipado do mérito (Art. 355, inc I, CPC/15) e após instrução.
2- Art. 487, II e III, CPC/15: a qualquer tempo e quando comunicadas ao juízo. No caso de prescrição e decadência, pode ser reconhecida desde a propositura da ação (improcedência liminar) ou no curso da ação (extinção com resolução de mérito).
NOTA: Princípio da Congruência ou Princípio da Adstrição da Sentença ao Pedido – Art. 492, CPC/15
- proibição de:
1) sentença extra petita: Juiz aprecia pedido ou causa de pedir distintos daqueles apresentados pelo auto na inicial. 
Ex: pronunciamento judicial sobre algo que não foi pedido
 Fundamentos de fato que não foram alegados pelas partes
2) sentença ultra petita: Juiz aprecia o pedido e os fundamentos apresentados, mas concede quantidade superior a postulada
3) sentença infra (ou citra) petita: Juiz não aprecia um ou mais pedidos formulados pelas partes
NOTA: Art. 497, CPC – mitigação do Princípio da Congruência.
07) Efeitos da Sentença
- sentença deve manter estreita correspondência com a pretensão formulada, que pode ser de natureza declaratória, constitutiva ou condenatória. Acolhido o pedido, a tutela terá a natureza da pretensão
a) Sentenças declaratórias: nelas o Juiz se limita a declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou a autenticidade ou falsidade de um documento. O que se pretende obter é a certeza jurídica sobre algo que, até então, era fonte de dúvidas, incertezas e insegurança. A sentença declaratória não impõe obrigação aos contendores, por isso não constitui um título executivo, mas torna certa uma situação jurídica que, embora já existisse, não era reconhecida. Eficácia ex tunc.
Ex: investigação de paternidade = sentença não cria a relação, ela já existia, apenas dirá, havendo dúvida, se o réu é ou não pai do autor.
b) Sentença constitutiva: também não forma título executivo. Nela, o que se busca é a modificação de uma situação jurídica indesejada, além de que, mais complexas, não se limitam a declarar a existência de uma relação jurídica ou não, mas constituem, modificam ou extinguem essa relação. Sua principal característica é a criação de um estado jurídico distinto do anterior. Eficácia ex nunc.
c) Sentença condenatória: resulta na formação de um título executivo judicial. Ao proferir uma sentença condenatória, o Juiz não apenas declara a existência do direito em favor do autor, mas concede a ele a possibilidade de valer-se da sanção executiva, tornando realidade concreta aquilo que lhe foi reconhecido. Possui um conteúdo declaratório, pois o Juiz reconhece o direito do autor à pretensão por ele buscada, e vai além ao fornecer-lhe os meios para a efetivação do seu direito.
d) Sentença mandamental: espécie da condenatória, porque o Juiz profere uma declaração, reconhecendo o direito do autor, e aplica uma sanção, constituindo um título executivo judicial, o que diferencia é o conteúdo da sanção imposta. Nas mandamentais, o Juiz emite uma ordem, um comando que lhe permite, sem necessidade de um processo autônomo de execução, tomar as medidas concretas e efetivas para satisfazer o direito autoral.
Ex: proferida em mandado de segurança
 Quando o objeto da ação for uma obrigação de fazer ou não fazer.
COISA JULGADA
É uma qualidade dos efeitos da sentença (ou do acórdão), que se tornam imutáveis quando contra ela já não cabem mais recursos. A razão jurídica da coisa julgada é a segurança das decisões, que ficaria seriamente comprometida se houvesse a possibilidade de rediscutir questões julgadas em caráter definitivo. Ela encerra, de uma vez por todas, a controvérsia ou o conflito levado a juízo.
Fenômeno único ao qual correspondem 02 aspectos;
a) Um de cunho meramente processual, que se opera no mesmo processo no qual a sentença é proferida – que recebe o nome de coisa julgada formal.
b) Outro que se projeta para fora do processo, tornando definitivos os efeitos da decisão, impedindo que a mesma pretensão seja rediscutida em juízo, em qualquer outro processo – cosia julgada material.
 As sentenças terminativas não são passíveis de serem atingidas pela coisa julgada material porque nelas o Juiz não se pronunciou a respeito da pretensão posta em juízo, por isso, elas se tornam fixadas nos processos onde foram proferidas, mas nada impede que a pretensão venha a ser objeto em outra demanda. O mesmo não acontece com as sentenças de mérito porque nelas o Juiz apreciou o pedido. Assim, quando contra essas últimas não couber mais recurso, a mesma pretensão não mais poderá ser levada a juízo.
01) COISA JULGADA FORMAL
- é um fenômeno intraprocessual. Consiste na imutabilidade da sentença contra qual não caiba mais recurso dentro do próprio processo em que foi proferida. Enquanto houver possibilidade de interposição de recursos a sentença não se fixa, mas chegará o momento em que a possibilidade de recursos se esgotará, ou porque os possíveis forma interpostos e julgados, ou porque nenhum foi interposto e o prazo para tanto expirou; aí a sentença, seja terminativa ou definitiva não mais poderá ser modificada, quando isso acontecer diz-se que transitou em julgado – tornando-se indiscutível. Guarda semelhança com a preclusão e por isso, por vezes, é denominada de preclusão máxima.
Todas as sentenças, sejam de mérito ou terminativas, em determinado momento fazem coisa julgada formal, quando contra elas não caibam maisrecursos.
02) COISA JULGADA MATERIAL
- é própria dos julgamentos de mérito. Projeta-se para fora do processo em que ela foi proferida, impedindo que a pretensão seja novamente posta em juízo, com os mesmos fundamentos. Fenômeno extraprocessual. Presta-se a trazer segurança jurídica aos litigantes, aos quais não basta apenas que o processo se encerre, mas que a questão litigiosa seja definitivamente solucionada, não cabendo qualquer outra discussão.
03) LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA 
A princípio, coisa julgada é qualidade dos efeitos da decisão de mérito – Art. 502, CPC/15
- somente o dispositivo, que contém o comando emitido pelo Juiz, fica revestido da autoridade da coisa julgada material. Os motivos e os fundamentos não se tornam imutáveis, e podem ser rediscutidos em outro processo, por mais importante que tenham sido para a formação da convicção do julgador, conforme estabelece o Art. 504, CPC/15.
Antes do exame do mérito, o Juiz analisará, obrigatoriamente, as questões prévias (preliminares e prejudiciais):
a) Preliminares=> Art. 337, CPC/15 - são aquelas cuja apreciação repercute na possibilidade ou não do exame de mérito.
Ex: condição da ação, pressupostos processuais
b) Prejudiciais=> dizem respeito ao mérito, e que vão repercutir no acolhimento ou não do pedido, isto é, na procedência ou improcedência da pretensão formulada. São os pontos controvertidos cujo deslinde repercutirá sobre o julgamento do mérito
Ex: ação de alimentos – comprovar relação de parentesco
 Assim, o acolhimento de uma preliminar impede o julgamento de mérito. Já o exame da questão prejudicial não impede, mas repercute sobre o teor da decisão, podendo levar ao acolhimento ou à rejeição dos pedidos formulados.
 A questão prejudicial não constitui mérito da demanda, mas é caminho obrigatório a ser percorrido pelo Juiz para se chegar ao mesmo. É uma espécie de premissa sobre a qual se assenta o julgamento.
 As questões prévias examinadas na fundamentação da sentença não são atingidas, em regra, pela autoridade da coisa julgada, e não se tornam imutáveis. Art. 469, CPC/15. 
 No entanto, o novo CPC estabelece no Art. 503, CPC/15, a possibilidade de questão prejudicial ser decidida com força de coisa julgada, para tanto, deve preencher alguns requisitos:
- deverá ter sido fruto de controvérsia, com o efetivo exercício do contraditório prévio e efetivo.
- desnecessária.
- juízo competente. Havendo incompetência relativa, poderá haver o exame pelo juízo em razão de conexão. 
- deverá ser expressamente examinada
- cognição ampla e exauriente.
O art. 503, CPC/15, também estabelece que a sentença tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas.
04) LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA
- Art. 506, CPC/15, estabelece que a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. São atingidos, portanto, autores, réus, denunciados, os chamados ao processo, os opoentes e os nomeados que tenham sido admitidos. Em tese, a eficácia inter partes justifica-se em razão dos Princípios da Ampla Defesa e do Contraditório, não sendo plausível que a sentença de mérito torne-se imutável e indiscutível para sujeito que não participou do processo.
05) EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA
- Art. 508, CPC/15, prevê que com o trânsito em julgado reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas que a parte poderia ter levado ao processo para fundamentar o acolhimento ou a rejeição do pedido, ou seja, fica estabelecida a impossibilidade de rediscutir aquilo que já foi decidido. Assim, a coisa julgada erige-se em pressuposto processual negativo, cuja existência impede o seguimento do processo.
Ex: mesmo iter
06) COISA JULGADA NAS RELAÇÕES CONTINUATIVAS
- Art. 505, I, CPC/15: prevê a possibilidade de pedido de revisão do instituído na sentença na hipótese de modificação superveniente no estado de fato ou de direito, sempre que a sentença resolver relação jurídica continuativa. Dessa forma, legitima-se a modificação do conteúdo de sentenças que decidem demandas de alimentos ou revisionais de aluguel, mesmo que ocorrido o trânsito em julgado.
07) RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA 
- a lei processual estabelece um mecanismo adequado para desconstituir uma coisa julgada – a ação rescisória, em determinadas condições e dentro de um prazo limitado. No entanto, atualmente, começa-se a admitir tanto na doutrina como na jurisprudência, a possibilidade de mitigar-se a autoridade da coisa julgada material.
Embora a coisa julgada material tenha por finalidade dar segurança e estabilidade às relações jurídicas na busca da pacificação social, ela não pode ser tal que imunize julgados violadores de garantias ou direitos constitucionais, ou que transgridam valores éticos ou jurídicos cuja ofensa fere gravemente o ordenamento jurídico.
Ex: investigação de paternidade via exame de DNA posteriormente ao reconhecimento para fins de filiação e sucessórios

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