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1www.grancursosonline.com.br Técnicas de Solução de Conflitos DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS Os conflitos são inevitáveis dentro da convivência humana. Para a solução desses conflitos, foi criado o chamado sistema multiportas, que prevê várias formas de se solu- cionar os conflitos que podem surgir. Em uma análise histórica, destaca-se três dessas técnicas: • Autotutela • Autocomposição • Heterocomposição A autocomposição tem por base o diálogo e a comunicação não violenta. A sua base é a solução consensual dos conflitos. Nesse caso, é possível que exista a figura dos conci- liadores e mediadores judiciais e extrajudiciais. Ou seja, é possível a resolução consensual desses conflitos até mesmo antes se pensar em ajuizar uma ação. A professora cita como exemplo a compra de imóveis na planta, que é um tipo de contrato que pode gerar uma série de conflitos, visto que envolve uma série de pessoas. Nesse tipo de contrato, a experiência do direito norte-americano mostra a criação de comitês de solução de conflitos. Nesse comitê há pelo menos um representante de cada um dos grupos envolvidos no contrato. Tal comitê acompanha o exercício dessas obriga- ções contratuais e, ao perceber qualquer problema, se unem para buscar uma solução desses conflitos. Assim, nota-se a importância do papel dos conciliadores e mediadores na solução de conflitos nos tempos atuais. Acerca da autotutela, é a mais obsoleta na escala de evolução. Isso porque a auto- tutela tem por base a “lei do mais forte”. Ou seja, quem é mais forte economicamente, politicamente ou fisicamente, acaba por impor a sua vontade sobre o outro, que fica em um estado de sujeição. No Brasil, ainda existe a autotutela em hipóteses excepcionais. Além disso, vale lembrar que a pessoa que se vale da autotutela pode acabar se exce- dendo, o que implicará uma série de responsabilidades. Um dos exemplos em que a autotutela é aplicada no Brasil diz respeito à posse. No art. 1.210, § 1º do Código Civil (CC) é previsto que a pessoa pode proteger a sua posse com a sua própria força, contanto que o faça logo e que a sua reação seja proporcional. Esse é o chamado desforço imediato ou legítima defesa da posse. A autocomposição, por sua vez, se manifesta por meio da transação, renúncia ou submissão. Isso é diferente do estado de sujeição da autotutela (fazer justiça com as próprias mãos). Na autotutela, a solução consensual do conflito pode se valer da ajuda dos concilia- dores e mediadores. A Lei n. 13.140/2015 versa sobre a mediação de forma específica. 10m 15m 5m 2www.grancursosonline.com.br Técnicas de Solução de Conflitos DIREITO PROCESSUAL CIVIL O conceito e a diferença dos conciliadores e mediadores judiciais geralmente são cobrados em provas da OAB. Acerca da figura do conciliador e do mediador, recomenda-se a leitura dos arts. 165 a 175 do Código de Processo Civil (CPC). Acerca da autocomposição, também é importante fazer a leitura do art. 3º do CPC. É importante destacar que existem casos em que a pessoa entra com uma ação na justiça e tem o seu direito reconhecido, porém a parte condenada a pagar pode não pos- suir bens em valor suficiente para garantir esse direito. Assim, o fato de alguém vencer uma ação na justiça não significa que ela irá receber o que é seu de direito. Por conta disso, é melhor que as partes cheguem a um acordo na audiência de conci- liação e mediação, pois é possível que, ao final do processo, durante a fase de execução, se descubra que o devedor não tem bens em seu nome e, dessa forma, a parte que teve o seu direito reconhecido não consiga receber o que a justiça determinou. Assim, a busca da autocomposição é a melhor solução do conflito, ainda que isso implique concessões recíprocas. O maior exemplo de heterocomposição é quando um terceiro resolve o problema. Além disso, a jurisdição pode ser exercida pelo Poder Judiciário ou pela iniciativa privada por meio da Lei de Arbitragem. É importante realizar a leitura dessa lei que trata da arbi- tragem para a prova da OAB. Na relação processual triangular, tem-se o autor, que inicia a ação por meio da peti- ção inicial; o Estado-juiz e o réu, que adentra nessa relação com a citação válida (vide arts. 238, 239 e 240, CPC). A jurisdição é inerte. Logo, o processo começa não por impulso do juiz, mas sim quando a parte interessada requer o que deseja na Justiça. Trata-se do chamado princí- pio dispositivo, que existe em razão da inércia natural do Estado-juiz. Na heterocomposição, geralmente as partes não conseguiram resolver o problema por meio de um diálogo ou por ajudantes. Assim, a causa é entregue ao Estado-juiz para a resolução. O juiz é uma pessoa investida de jurisdição. Além disso, é preciso lembrar do princípio do juiz natural: as pessoas têm o direito de serem julgadas por um juízo competente e imparcial. O Brasil não permite a criação dos chamados tribunais de exceção. No CPC anterior, tinha-se o chamado princípio da identidade física do juiz. Ou seja, o juiz que conduzia o processo tinha que ser, em regra, o mesmo que proferia a sentença. Todavia, esse princípio não foi reproduzido no CPC/2015. 20m 25m 30m ��������������������������������������������� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Raquel Bueno. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.