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GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII 1 INTRODUÇÃO É uma afecção crônica autoimune sistêmica, deflagrada e mantida pelo glúten, uma proteína do trigo, centeio, cevada (malte) e aveia, em indivíduos geneticamente predispostos. FISIOPATOLOGIA ❖ 1. Glúten contém vários epítopos (determinante antigênico), que podem ativar a imunidade inata e adaptativa ❖ 2. Disfunção da barreira intestinal na DC ❖ 3. DC é uma doença autoimune onde os fatores genéticos (HLA DQ2/DQ8) e o agente etiológico (glúten) da susceptibilidade são conhecidos. DOENÇA CELÍACA GASTROENTEROLOGIA DOENÇA CELÍACA GASTROENTEROLOGIA GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII 2 GLÚTEN É formado a partir da gliadina e da glutenina pela ação mecânica, como a sovação de massas, de pães, macarrão etc. REGULAGEM DO TRÁFEGO DOS SOLUTOS TRANSCELULAR E PARACELULAR (TJ) VIA TRANSCELULAR ✓ Absorve os solutos com raio molecular superior a 15A (incluindo proteínas) (TJ) – JUNÇÕES INTERCELULARES ✓ Regulam o tráfico de solutos paracelular ✓ Dimensões do espaço paracelular (10 a 15 A). DOENÇA CELIACA – DAI: ENVOLVIMENTOS CLÍNICOS Nutrição (falta de elementos, tais como, ferro, cálcio, potássio) dermatologia (dermatite herpetiforme, exantemas, lesões ao ingerir glúten), hematologia (anemia ferropriva), reumatologia (osteoporose precoce), endocrinologia (hipotireoidismo), hepatologia (hepatite autoimune), neurologia (ataxia, irritabilidade, dificuldade no aprendizado, lentidão), gastroenterologia (diarreia, distensão abdominal, desnutrição abdominal), psiquiatra (psicoses com tentativa de suicídio), gineco/obstetra (abortamentos, infertilidade) oncologia (linfoma intestinal) MANIFESTAÇÕES GERAIS Mal estar geral, anorexia, hiperfagia, cansaço, fraqueza, emagrecimento, baixa estatura (crianças), construção delgada, febrícula, hipotensão. MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS Cansaço, fraqueza, sangramento, hematomas ANEMIA o Deficiência de ferro, B12, Vitamina K DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 (ANEMIA MEGALOBLÁSTICA) Ausência de indicadores de anemia perniciosa e de gastrite autoimune (anticorpos anticélulas gástrica parietal) DOENÇA CELÍACA GASTROENTEROLOGIA GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII 3 Sem relação direta com a clínica Conhecer antes de iniciar ácido fólico MANIFESTAÇÕES GINECO-OBSTÉTRICAS Atraso menarca, amenorreia secundária, infertilidade, abortamento, menopausa precoce, diminuição caracteres sexuais secundários, hipogonadismo, diminuição sêmen. MANIFESTAÇÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS Osteoporose precoce, dor óssea, artralgia, miopatia proximal, alteração da marcha, artrite, deformidade óssea, osteomalácia, raquitismo MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS NEUROPATIA PERIFÉRICA ✓ Até 49% em pacientes celíacos, parestesia dolorosa nos membros e face, variações de sensibilidade, fraqueza motora, positividade anticorpos antigangliosídeos. Epilepsia: mais em crianças; Calcificações cerebrais Alterações no comportamento Esquizofrenia Autismo (DIG melhora) DEPRESSÃO ✓ Ansiedade, irritabilidade, fadiga, mais jovens < ou desaparece em dietas isentas do glúten (DIG) MANIFESTAÇÕES HEPÁTICAS Espectro: transaminasemia assintomática a insuficiência hepática grave Hipertransaminasemia = 40% em crianças e adultos Reversível com DIG Causa desconhecida Biópsias: hepatites não específicas ENDOCRINOPATIAS Tireoidiopatias, diabetes tipo I, parada de crescimento, atraso caracteres sexuais secundários, atraso menarca, baixa estatura, falta/atraso caracteres sexuais secundários, deficiência de vitamina D ONCOLÓGICO/SÍNDROMES Linfoma de células B, Linfoma não Hodgkin, Síndrome de Down DIAGNÓSTICO Identificação de anticorpos: a) Anticorpos antigliadina IgG deaminada b) Anticorpos antiendomísio (EmA IgA) DOENÇA CELÍACA GASTROENTEROLOGIA GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII 4 c) Antitransglutaminase (anti-tTG IgA) ✓ Dosagem de IgA total Antígeno de Histocompatibilidade – HLA ✓ DQ2 e/ou DQ8 são encontrados em +/- 30-40% da população geral Na DC ✓ DQ2 é encontrado em 95% ✓ DQ8 nos pacientes restantes Valor do HLA ✓ Tem alto valor preditivo negativo ✓ Quando DQ2/DQ8 estão negativos, excluem o diagnóstico de DC com confiança de 99%. ENDOSCOPIA Tipo 0: vilosidades normais Tipo 1: maioria das vilosidades normais sem formar mosaico com focos de atrofia que podem ser do tipo II e/ou III. Tipo 2: atrofia das vilosidades com formação de mosaico, com vilosidades atrofiadas são visíveis Tipo 3: atrofia das vilosidades com formação de mosaico, com as vilosidades totalmente atrofiadas não visíveis DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Doença de Whipple Deficiência imunológica Gastroenterocolite eosinofílica Doença de Crohn Síndrome da Imunodeficiência adquirida Linfomas Alergia alimentar Desnutrição proteico-calórica Colite linfocítica e colagenosa Síndrome do intestino irritável Verminoses TRATAMENTO Não há cura para a doença celíaca. O melhor tratamento ainda é retirar da dieta os alimentos que contenham glúten, responsável por desencadear a inflamação DOENÇA CELÍACA GASTROENTEROLOGIA GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII 5