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2 Este material didático do Curso Técnico em Transações Imobiliárias, modalidade EaD foi elaborado especialmente por professores do Centro Paula Souza para as Escolas Técnicas Estaduais – ETECs. O material foi elaborado para servir de apoio aos estudos dos discentes para que estes atinjam as competências e as habilidades profissionais necessárias para a sua plena formação como Técnicos em Transações Imobiliárias. Esperamos que este livro possa contribuir para uma melhor formação e apefeiçoamento dos futuros Técnicos. APRESENTAÇÃO REPRESENTAÇÃO DO OBJETO E NORMAS E CONVENÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO GEEaD - Grupo de Estudo de Educação a Distância Centro Paula Souza São Paulo – SP, 2020 Expediente GEEaD – CETEC GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO EIXO TECNOLÓGICO DE GESTÃO E NEGÓCIO CURSO TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS Autora: Luciana Palermo dos Reis Revisão Gramatical: Juçara Maria Montenegro Simonsen Santos Editoração e Diagramação: Flávio Biazim AGENDA 1 REPRESENTAÇÃO DO OBJETO E NORMAS E CONVENÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO REPRESENTAÇÃO DO OBJETO E NORMAS E CONVENÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO 5 Legislação Urbana - uma necessidade Com o crescimento e evolução das cidades, a necessidade de ordenar, orientar e planejar o espaço urbano torna-se cada vez mais evidente. O objetivo não é meramente a organi- zação ou embelezamento, mas também a salubridade e a higiene das cidades. É importante destacar que, a Constituição Federal de 1988 foi a primeira Constituição brasileira a dispor sobre questões urbanísticas, inserindo um Capítulo exclusivo para o tema, o qual foi intitulado “Da Política Urbana”. Já o Estatuto da Cidade visa consolidar a gestão do desenvolvimento urbano e a política habitacional como políticas públicas destinadas a assegurar o direito à cidade e à mora- dia como direitos universais, definindo as ferramentas que o Poder Público deve utilizar para enfrentar os problemas e conflitos gerados pela desigualdade social e territorial nas cidades. Im ag em 0 1 - f re ep ic k 6 O Plano Diretor é uma lei municipal que descreve como queremos que a nossa cidade seja organizada e se desenvolva nos próximos anos po meio de metas e planos de ações. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos moradores. O Plano Diretor deve ser regulamentado por meio de lei municipal e conforme disposição do Estatuto da Cidade tendo a Prefeitura, juntamente com toda a comunidade, a responsabilidade de seguir tudo o que foi aprovado. A obrigatoriedade do Plano Diretor passou a vigorar com a vigência do Estatuto da Cidade, porém a grande maioria dos Municípios escapa dessa obrigatoriedade, pois não se encaixa em nenhuma das hipóteses do artigo 41 do Estatuto da Cidade. O plano diretor é obrigatório para cidades: I – com mais de vinte mil habitantes; II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal; IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico; V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. (Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade) O conteúdo mínimo do Plano Diretor foi estabelecido pelo artigo 42 do Estatuto da Cidade e especificado através da Resolução nº 34 do Conselho Nacional das Cidades. O plano diretor deverá conter no mínimo: I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, considerando a existência de infraestrutura e de demanda para utilização, na forma do art. 5º desta Lei; II – disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta Lei (macrozoneamento e índices urbanísticos relativos às áreas mínimas e máximas de lotes, taxa de ocupação, recuos frontais, laterais e de fundos para edificações, faixas não edificáveis, delimitação das áreas verdes, traçado do sistema viário existente e projetado, entre outros); III – sistema de acompanhamento e controle. Mas por que o Técnico em Transações Imobiliárias deve conhecer esse tipo de legislação? Isso será utilizado na sua vida profissional? No plano diretor, a cidade é dividi- da em zonas que se diferenciam pelo uso e ocupações por elas permitidos. Por exemplo, somente residencial, re- sidencial e comércio local, estritamente comercial. Assim, se tem como garantir o desenvolvimento do munícipio conforme objetivos previamente estabelecidos. PLANO DIRETOR E SUA IMPLANTAÇÃO NOS MUNICÍPIOS A resposta é REPRESENTAÇÃO DO OBJETO E NORMAS E CONVENÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO 7 A consulta a toda legislação urbana é pública. Hoje, a maioria das prefeituras disponibili- zam toda a Legislação Urbana em seus sites ou de forma física na própria prefeitura, onde não só a legislação pode ser consultada como, tam- bém, os mapas e anexos que a acompanham. No Plano Diretor, há uma lei complementar que disciplina o ordenamento do uso, da ocupação e do parcelamento do solo. Nela, encontramos os Índices Urbanísticos que indicam o tamanho mínimo e máximo de lote de cada zona, os recuos permi- tidos, as alturas máximas das edificações e vários outros indicativos que norteiam, principalmente, a forma de construir nas cidades. Vamos mostrar um exemplo de Plano Diretor e sua aplicação: O Acesso é públi co Onde podemos consultar essa legislação Todo Plano Diretor vem com um anexo do mapa do município, onde identificamos a divisão e localização de cada zona que é representada por cores. Cada cor representa a atividade prin- cipal permitida na zona e sua leitura pode ser fei- ta por meio da legenda, conforme mostrado no detalhe. O mapa de zoneamento, por exemplo, é uma representação adotada para as cidades. É um desenho técnico que segue normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). As representações para as construções seguem os mesmos parâmetros. Interpretar tecnicamente as principais normas e convenções do desenho técnico e arquitetôni- co será o tema abordado em nossa próxima aula. Até lá! REPRESENTAÇÃO DO OBJETO E NORMAS E CONVENÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO AGENDA 2 DESENHO ARQUITETÔNICO 9 As principais categorias do desenho de arquitetura ou arquitetônico são: as plantas, os cortes ou se- ções e as elevações ou fachadas. LINHAS As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir con- traste umas com as outras. I . Espessura Linha grossa Linha média (metade da anterior) Linha fina (metade da anterior) II .Tipos de linhas A - Linhas auxiliares (finas: cota, ladrilhos, etc.) B - Linhas gerais (média) C - Linhas principais (grossa) D - Partes invisíveis E - Eixos de simetria F- Seções ou cortes G- Interrupções Pesos e categorias de linhas Normalmente, ocorre uma hierarquização das linhas, obtida por meio do diâmetro da pena (ou do grafite) utilizados para executá-la. Tradicionalmente, usam-se quatro pesos de pena: 1. Linhas complementares - Pena 0,1. Usada, basicamente, para registrar elementos complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de projeção, etc. Linha fina - Pena 0,2 (ou 0,3). Usada para representar os elementos em vista. Linha média - Pena 0.4 (ou 0,5). Usada para representar os elementos que se encontram imediatamente à frente da linha de corte. Linha grossa - Pena 0.6 (ou 0,7). Usada para representar elementos especiais, como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também elementos em corte, comoa pena anterior). No Autocad, as espessuras das linhas também são definidas seguindo o mesmo padrão das penas. Um projeto arquitetônico completo é composto por: • PLANTA: é o desenho do objeto visto na sua projeção horizontal, cujo corte é feito acima do piso, a uma altura de 1,50 metros, tendo por objetivo mostrar, no desenho, todos os componentes do pavimento, como paredes, vãos de portas e janelas, equipamentos fixos e móveis (opcionais), de modo a dar numa escala ade- quada e devidamente cotada, uma perfeita compreensão das divisões, circulação, iluminação e ventilação ELEMENTOS DO DESENHO DESENHO ARQUITETÔNICO 10 do pavimento, na escala adequada, devidamente cotada, com as dimensões dos ambientes, sua desti- nação e área, além da indicação dos níveis dos pisos. Para representação gráfica de um projeto, cada tipo de linha vai representar um item a ser construído: • Representação das paredes (altas com traço grosso contínuo, e paredes baixas com traço médio contínuo com a altura correspondente); • Indicar as portas e janelas com suas medidas correspondentes (base x altura x peitoril) de acordo com a simbologia adotada. Note que no desenho abaixo a indicação de porta é P1 e de janela é J1. • Colocar todas as cotas (medidas) necessárias a cada pa- vimento, telhado, dependências a construir ou modificar e sofrer acréscimo. As cotas constantes dos projetos deverão ser escritas em caracteres claros e facilmente legíveis • Indicar os destinos e as áreas correspondentes de cada compartimento em m2; DESENHO ARQUITETÔNICO 11 • Com linha pontilhada, indicar o beiral (linha invisível); • Indicar por onde pas- sam os cortes longitu- dinal e transversal (Tra- cejado) e o sentido de observação, colocando letras ou números que correspondem aos cor- tes. • Representar todas as pe- ças sanitárias, tanque, pia de cozinha (obrigatório). Em marrom temos exemplos de peças sanitárias do banheiro e , em vermelho, pias e tanque. beiral • Representar piso cerâmico ou similar com quadrículas (linha fina); Linha Tracejada que indica o corte. Sentido da observação Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l DESENHO ARQUITETÔNICO 12 • ELEVAÇÃO / FACHADA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre um plano vertical. Sempre olhando para o imóvel que queremos descrever, temos: Fachada (ou vista frontal), Vista lateral esquerda, Vis- ta Lateral Direita, Vista Posterior (ou fundos) e Vista superior (ou cobertura). Num lote localizado no meio de quadra é obrigatória a representação de pelo menos uma fachada. No caso de lote de esquina é obrigatória a representação de pelo menos duas fachadas com a respectiva indicação dos materiais a serem utilizados. Obs.: as projeções ortogonais da Geometria Descritiva são usadas no desenho arquitetônico apenas mu- dando os termos técnicos. Para descrever os recuos de um imóvel, o mesmo princípio é utilizado. Veja a figura ao lado: A seguir, temos a disposição das quatro fa- chadas de uma construção, relacionando-as com a planta. Notar a aplicação da convenção para os traços nas fachadas. As partes mais próximas do observador são desenhadas com traço grosso. Devemos reduzir a espessura dos traços na medida em que eles estão mais distantes. • CORTES: São obtidos por planos verticais que interceptam paredes, janelas, portas e lajes, com a finalidade de fornecer esclarecimentos que facili- tam a execução da obra, pois teremos um desenho demonstrando as diferentes alturas de peitoris, ja- nelas, portas, vergas e das espessuras das lajes do piso, do forro, dos detalhes de cobertura e dos ali- cerces. As linhas indicando onde devem ser feitos os cortes são traçadas SEMPRE nas plantas do projeto. O corte vertical corta a edificação desde a sua funda- ção até a sua cobertura, como mostra a figura: Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 Fonte: Acervo pessoal Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico - Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 DESENHO ARQUITETÔNICO 13 Quase sempre uma única seção não é suficiente para demonstrar todos os detalhes do interior de um edifício, portanto são necessários, no mínimo, dois cortes. Por esse motivo, sempre que se apresenta um projeto, representamos duas seções: LONGITUDINAL e TRANSVERSAL. • PLANTA DE SITUAÇÃO: É a representação do lote dentro da quadra. a - É necessário indicar e numerar todos os lotes da quadra, ressaltando-se o lote em questão, assim como o seu número e o número da quadra; b - Colocar os nomes de todas as ruas que circundam a quadra; c - Indicar também o norte magnético. • COBERTURA: A planta de cobertura é uma vista superior da obra ne- cessitando assim a representação de todos os detalhes relativos à cober- ta, como: a - Tipo de telha; b - Inclinação correspondente ao tipo de telha, c - Se houver, indicar beiral, platibanda, rufos, marquises... d - Determinar as cotas parciais e totais da edificação. Deve-se sempre passar um dos cortes por um dos compartimentos ladrilhados, cujas paredes sejam revestidas por azulejos. Indicamos as seções nas plantas por traços grossos interrompidos por pontos e terminados por setas que indicam a situação do observador em relação ao plano da seção. Assina- lamos os cortes por letras maiúsculas. As paredes secionadas devem ser representadas tal como apa- recem nas plantas Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico - Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico - Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 VISTA EM CORTE PERSPECTIVADO DA RESIDÊNCIA (sem escala) Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l DESENHO ARQUITETÔNICO 14 • FOLHAS: As folhas mais usadas para o desenho técnico são do tipo sulfite. Anteriormente à popu- larização do CAD, desenvolviam-se os desenhos em papel manteiga (desenhados à grafite) e eles eram arte-finalizados em papel vegetal (desenhados à nanquim). Tamanhos de folhas (mm) A4 210 x 297 A3 297 x 420 A2 420 x 594 A1 594 x 841 A0 841 x 1189 As folhas devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa-se um módulo de 1 m² (um metro quadrado) cujas dimensões seguem uma proporção equivalente à raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm). Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a A3 corres- ponde ao dobro daquela). A maioria dos escritórios utiliza predominantemente os formatos A1 e A0, devido à escala dos desenhos e à quan- tidade de informação. Os formatos menores em geral são destinados a desenhos ilustrativos, catálogos, etc. Apesar da normatização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isto se deve ao fato de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de projetos. • LEGENDAS: a legenda ou identificação, na gíria profissional chama-se Carimbo, cuja finalidade é uni- formizar as informações que devem acompanhar os desenhos. Os tamanhos e formatos dos carimbos obedecem à tabela dos formatos A. Recomenda-se que o carimbo seja usado junto à margem, no canto inferior direito. Esta colocação é necessária para que haja boa visibilidade quando os desenhos são ar- quivados. O carimbo deve possuir as seguintes informações principais, ficando, no entanto, a critério do escritório, o acréscimo ou a supressão de outros dados: a - Nome do escritório , Companhia etc. b - Título do projeto. c - Nome do arquiteto ou engenheiro. d - Nome do desenhista e data. e - Escalas. f - Número de folhas e número da folha. g - Assinatura do responsável técnico pelo projeto. e execução da obra. h - Nome e assinatura do cliente. i - Local para nomenclatura necessáriaao arquivamento do desenho. j- Conteúdo da prancha. A4 A4 A3 A2 A1 A0 Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico - Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 DESENHO ARQUITETÔNICO 15 • ESCALAS NUMÉRICA: como é possível representar um prédio de 25 pavimentos, por exemplo, em uma folha de papel, mesmo que essa folha seja muito grande? Para que isso seja possível, todo desenho é feito em ESCALA, pois, uma construção não pode ser representada em desenho no seu tamanho real. No desenho de arquitetura geralmente só se usam escalas de redução, a não ser em detalhes, onde apare- ce, algumas vezes, a escala real. A escolha de uma escala deve ter em vista: 1. O tamanho do objeto a representar 2. As dimensões do papel 3. A clareza do desenho As escalas devem ser lidas 1:50 (um por cinquenta), 1:10 (um por dez), 1:25 (um por vinte e cinco), 10:1 (dez por um), etc. Traduzindo, quando falamos que a escala do desenho está 1:50, queremos dizer que o objeto representado no desenho está 50 (cinquenta) vezes menor que o seu tamanho real. Para solucionarmos problemas de escalas, as medidas devem estar na mesma unidade. Transforme-as, se necessário! Ex.: Um canteiro de 2 metros foi desenhado com 4 cm. Qual é a escala do desenho? Transforme metros em centímetros, temos então: 2 m = 200 cm Efetue a operação: 4 cm = 1 e 200 cm = x Aplicamos a regra de três: 4.x = 200 . 1 x = 200 x = 50 4 Resposta: A escala do desenho é de 1: 50. Vamos detalhar a representação gráfica utilizada nos desenhos arquitetônicos. Escala é a relação entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. A escala é uma razão: Medida do desenho Medida real correspondente Mas o que é isso Tamanho real 1 : 50 Número de vezes em que o objeto foi reduzido DESENHO ARQUITETÔNICO 16 • SÍMBOLOS GRÁFICOS: o desenho arquitetônico, por ser feito em escala reduzida e por abranger áreas relativamente grandes, é obrigado a recorrer a símbolos gráficos. Assim utilizaremos as simbologias para representar as paredes, portas, janelas, louças sanitárias, telhas, concreto... I. PAREDES Normalmente, as paredes internas são repre- sentadas com espessura de 15 cm, mesmo que na realidade a parede tenha 14 cm ou até me- nos. Nas paredes externas o uso de paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É, no entanto, obrigatório o uso de paredes de 20 cm de espessura quando esta se situa entre dois vizinhos (de apartamento, salas comerciais, etc). Convenciona-se para paredes altas (que vão do piso ao teto) traço grosso contínuo. Para pa- redes a meia altura, traço médio contínuo, indi- cando a altura correspondente. II. PORTAS Porta interna - Geralmente, a comunicação entre dois ambientes não há diferença de nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota. Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) possui cotas dife- rentes, ou seja, o piso externo é mais baixo. Nos banheiros, a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois incon- venientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2 cm pelo menos. Por esta razão, portas de sanitários são desenhadas como as externas. III. JANELAS: o plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1.50m , sen- do estas representadas conforme a figura abai- xo, sempre tendo como a primeira dimensão, a largura da janela pela sua altura e peitoril cor- respondente. Para janelas em que o plano hori- zontal não as corta, como por exemplo as janelas de banheiros, a representação é feita com linhas invisíveis. PAREDESPAREDES Fonte: Apostila desenho de projetos de edificações – Desenho Técnico II – UFRGS – Junho/2007 Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 DESENHO ARQUITETÔNICO 17 Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 Fonte: Acervo Pessoal As Cotas representam sempre dimensões reais do objeto e não dependem, portanto, da escala em que o desenho está executado. São os números que correspondem às medidas. As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que sejam lidas com o desenho em posição normal, colocando-se o leitor do lado direito da prancha. Para localizar exatamente uma cota e indicar qual a parte ou elemento do objeto a que ela se refere é necessário recorrer a dois tipos de linhas que são: a) linhas de chamada (ou de extensão ou, ainda linha de referência) b) linhas de cota (ou de medida). As cotas também podem ser descritas no próprio ambiente, internamente. Em geral, é utilizada essa forma de grafia das cotas em projetos de planta destinadas à aprovação na prefeitura. Observe no exemplo abaixo, as portas e janelas estão cotadas com as linhas de chamada, já as medidas de cada ambiente, ou alvenaria do imóvel, estão com cotas internas. ESPECIFICAÇÕES DE MEDIDAS - COTAS Vejamos um exemplo que reúne todas as simbologias abordadas: DESENHO ARQUITETÔNICO 18 Fonte: Apostila desenho de projetos de edificações – Desenho Técnico II – UFRGS – Junho/2007 Com essas informações, você está apto a ler um desenho técnico de arquitetura. Agora é só praticar. DESENHO ARQUITETÔNICO AGENDA 3 TOPOGRAFIA 20 O topógrafo se utiliza de instrumentos para efetuar este levantamento no local solicitado. São instru- mentos de precisão. Vamos conhecer alguns deles. Quando o levantamento topográfico é realizado, o autor do projeto da construção que se pretende im- plantar no local estudado tem parâmetros precisos sobre o terreno, não só das suas dimensões totais, mas também de seus aclives, declives, determinados pelas curvas de nível e etc. O que facilita prever as alterações necessárias de movimentações de terra (cortes ou aterros) para o início das obras. Curvas de nível? Do que se trata isso? O método mais comum de representar o relevo de uma área em par- ticular é fazendo uso de curvas de nível. Observe a figura ao lado. Podemos visualizar um mor- ro com seus vários níveis (altura) identificados: 10 me- tros, 20 metros, 30 metros e assim sucessivamente. Abaixo vemos esse mesmo morro representando em planta, note que o formato das curvas de nível está expresso exatamente como são, no mesmo formato e extensão que foram levantadas in loco, mas suas al- turas estão expressas em números, afinal trata-se de uma representação gráfica em planta. Somente com essa representação em planta conse- guimos identificar a extensão, formato e a altura de cada nível deste morro. TOPOGRAFIA Tripé Teodolito Estação Total Balizas Nível apoiado Trenas Tripé Estação Total Nível apoiado Teodolito Balizas Trenas Fo nt e: A ul a de e st ud os To po gr áfi - co s. G AN DR A, P ro fª C ar la V ila r Fo nt e: fr ee pi k. co m 21 Perceba que as curvas de nível é como se cortássemos esse morro em várias camadas seguindo o mesmo intervalo de altura, que, neste caso, são 10 metros. Observe que nenhuma curva de nível cruza sobre a outra, na verdade elas nunca devem se cruzar. Vejamos outro exemplo com sua representação: Outro detalhe que podemos observar neste desenho é que onde as curvas são mais espaçadas o terreno e plano, e onde elas são mais próximas o terreno tem o desnível mais acentuado. Vamos avançar um pouco mais nos conceitos topográficos. Vimos que através de um estudo topográfico podemos determinar com exatidão as extensões e as alturas de um determinado terreno. Mas, como pode- mos localizar esse terreno de forma também exata no munícipio a que ele pertence? Através do Georrefe- renciamento com coordenadas geográficas. Elas são referências precisas e únicas. Com o Sistema de Coordenadas, podemos transportar com exatidão o Posicionamento ou para Sistema de Posicionamento Global (GPS): Através do sistemade coordenadas é possível o transporte dessas coor- denadas no campo (área de levantamento) para obtenção do posicionamento exato da área levantada para a implantação de um empreendimento, por exemplo. Todo o levantamento topográfico é registrado no Memorial Descritivo do lote/gleba. O memorial descriti- vo topográfico é a descrição dos dados levantados, como, coordenadas, distâncias, ângulos e confrontações As das fotos aéreas, que temos disponível hoje nos aplicativos de navegação, são georreferenciadas atra- vés do levantamento digitalizado e auxiliam na elaboração de levantamentos, identificação do local e como histórico de registro das alterações antrópicas. Vejamos o exemplo da localização da ETEC de Praia Grande/SP. Note que as coordenadas são informa- GEORREFERENCIAMENTO GEO - Prefixo que indica ou pertence a Terra REFERENCIAMENTO - Referir/Localizar/Atribuir/Orientar/Referenciar “Referir-se a uma posição geográfica” Localizar espacialmente no Globo terrestre uma entidade geográfica através de um sistema de posicionamento conhecido. TOPOGRAFIA Vemos o morro onde cada linha pontilhada mostra a altura da curva de nível. Na curva de 20 metros está localizada uma construção, que neste caso aparece porque o corte de re- presentação foi feito no sentido Norte e Sul. Abaixo a representação da Planta Planialti- métrica 22 TOPOGRAFIA das em números decimais (-24.032219, -46.506790) neste caso, mas pode também ser grafadas em graus, minutos e segundos (24°01’56.2”S 46°30’24.2”W). Essas coordenadas são obtidas através da Projeção Uni- versal Transversa de Mercator (UTM), cada região do globo é dividida em coordenada geográficas, por isso, com essas informações, podemos localizar com exatidão o nosso exemplo acima - a escola. Nem sempre o terreno está adequado para receber a construção que se deseja realizar ali, por isso ele precisa ser preparado – nivelado, aterrado, cortado, etc. Esse “preparo” recebe o nome de MOVIMENTAÇÃO DE TERRA. Vamos dar um exemplo: para construção de uma estrada a superfície natural deve ser substituída por uma superfície projetada, considerando a segurança, o conforto e o desempenho dos veículos e acessibilidade. A infraestrutura de uma estrada é constituída via de regra, de cortes e aterros. Em situações específicas os cortes são substituídos por túneis e os aterros por viadutos. CORTE - escavação do terreno natural ao longo do eixo e no interior dos limites das seções de projeto. ATERRO - parte acima do terreno natural que requer depósito e compactação controlada de materiais. O corte e o aterro também podem ocorrer ao mesmo tempo na mesma superfície para possibilitar a execução da construção projetada. Veja o exemplo abaixo. A plataforma foi formada após retirar (cortar) parte da encosta de um morro e aterrar outra parte, possibilitando assim que a construção da estrada que exemplificamos anteriormente. Vamos avançar no assunto? 23 TOPOGRAFIA Vimos então que o conhecimento de topogra- fia se torna imprescindível nas construções, seja para abertura de estradas, construções de pré- dios ou residências em terrenos que não sejam planos, demarcação e medição de áreas, enfim, o trabalho do topógrafo auxilia em muito na exe- cução de construções civis. Glossário: Antrópicas - Ação antrópica diz respeito a uma ação realizada pelo homem. Essa expressão fi- cou conhecida em virtude dos impactos causados no meio ambiente pelas alterações humanas. AGENDA 4 PROCESSOS CONSTRUTIVOS I - FUNDAÇÕES 25 Toda a construção tem fundações, que são elementos estruturais que têm a função de receber todo o peso de uma edificação e transmiti-las ao solo. Sem fundação nenhuma construção ficaria de pé. Os tipos de fundações podem ser divididos em fundações rasas e fundações profundas. Para a escolha de qual fundação será a mais adequada para a edificação a ser construída, alguns itens são levados em consideração: • Escolha do tipo de fundação em função da geologia do solo • Pesquisa de subsolo adequada (sondagem) • Fundação adequada ao tipo de solo e suas consequências (cálculo das cargas e recalques) • Equipamentos e mão-de-obra disponíveis • Custo de execução O tipo de solo de um terreno é identificado através da Sondagem, que é o estudo das camadas de solo. Com um ensaio de sondagem nas mãos, um engenheiro civil é capaz de dizer o tipo de solo e qual o me- lhor tipo de fundação a ser utilizado, levando em consideração os fatores de segurança e escolher o tipo de fundação mais viável economicamente. É importante salientar que a qualidade do solo e o por- te da edificação que será construída são dois fatores que norteará a escolha correta, pois quem irá receber toda a carga (peso) da construção será o solo e ele deverá supor- tá-la sem que entre em colapso. Quanto aos tipos de fundação temos: • Fundações rasas ou diretas: são aquelas em que a carga é transmitida ao solo por meio de elementos su- perficiais, sem a necessidade de equipamentos de grande porte para a cravação ou escavação. As fundações diretas são executadas nas primeiras camadas do solo, geralmente a uma profundidade de até duas vezes a sua menor dimensão em planta ou no máxi- mo 3 metros de altura. São exemplos de tipos de fundações rasas as sapatas, blocos e radier. A FUNDAÇÃO não é vista em uma construção porque sempre está localizada dentro do solo, enterrada, mas é uma parte importante na estabilidade da edificação. PROCESSOS CONSTRUTIVOS I – FUNDAÇÕES Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_ (constru%C3%A7%C3%A3o) Sondagem SPT - Fonte: Estudo de Caso - FUNDAÇÕES SUPERFI- CIAIS – UNAERP, 2013 26 • Fundações profundas ou indiretas: são aquelas executadas nas camadas mais profundas do solo e, em sua grande maioria, são realizadas com o auxílio de um equipamento de escavação ou cravação. São exemplos de tipos de fundações profundas as estacas e tubulões (a céu aberto ou a ar comprimido). A estacas podem ser moldadas in loco ou pré fabricadas. Na figura abaixo vemos um exemplo de estaca moldada in loco tipo Frank. O material mais comumente usado nas estacas é o concreto armado, mas também ser de madeira ou metálica. Sapata Radier estudo junto aos proprietários dos lotes adjacentes. Assim, a pre- sença de construções vizinhas pode influenciar na escolha do tipo de fundação. O engenheiro prevê a interferência da construção vizi- nha e calcula o bulbo de pressão individual da construção para que não haja danos à nova construção e também a construção vizinha. Aprendemos hoje que toda a construção tem uma fundação es- pecífica quanto ao seu porte e ao solo onde será implantada. Na próxima aula continuaremos a nossa construção falando de outros sistemas igualmente importantes. Existem tipos de fundações que produzem barulhos, sujeiras e grandes vibrações e outras não. Se houver construções próximas ao terreno onde será construído, a vibração do solo pode acarre- tar em danos às estruturas vizinhas e por isso deve ser feito um PROCESSOS CONSTRUTIVOS I – FUNDAÇÕES Fonte: www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-ante- riores/volume3/2170-fundacoes-superficiais/file Exemplo de Estaca tipo Frank Fonte: https://www.pinterest.es/pin/576320083558628465?lp=true – Stefany Cunha Fo nt e: h tt ps :/ /m on og ra fia s. br as ile sc ol a. uo l.c om .b r/ en ge nh ar ia /p rin ci pa is- m an i- fe st ac oe s- pa to lo gi ca s- en co nt ra da s- em -u - m a- ed ifi ca ca o. ht m # Fonte: : https://www.escolaengenharia.com.br/radier/ Estaca pré moldada de concreto Fonte: https://foa.com.br/obras/galeria-de-fotos/ AGENDA 5 PROCESSOS CONSTRUTIVOS II – ESTRUTURA 28 • PILAR - é um elemento estrutural vertical usado para receber os esforços verticais de uma edifica- ção. Os pilares recolhem as cargas das vigas e as transmitem às fundações. • VIGA - é um elemento estrutural horizontal das edificações. A viga é usada no sistema laje-viga-pilar para transferir os esforços verticais recebidosda laje para o pilar. Tipos de vigas: • Viga em balanço viga de edificação com um só apoio. • Viga bi apoiada: vigas de edificações com dois apoios. • Viga continua: vigas de edificações com múltiplos apoios • LAJE - São placas de concreto armado, de pequena espessura em relação as suas outras dimensões e tem por finalidade suportar cargas perpendiculares pelas suas maiores dimensões. Tipos de lajes: • Maciça •Pré moldada comum PROCESSOS CONSTRUTIVOS II – ESTRUTURA Estádio Mané Garrincha – Brasília https://fotos.habitissimo.com.br/foto/detalhe-dos-pila- res-externos-e-da-laje-de-concreto_866365 https://www.meiacolher.com/2014/07/saiba-qual-diferenca- de-coluna-pilar.html 29 • Pré moldada com vigotas protendidas • Pré moldada treliçada • Nervurada PROCESSOS CONSTRUTIVOS II – ESTRUTURA 30 PROCESSOS CONSTRUTIVOS II – ESTRUTURA • Pré moldada alveolar • Prédio Comercial em estrutura metálica • Arquitetos Telles Arquitetura - Localização -Loteamento Caminhos de San Conrado (Sousas), Brasil - Autor Bernardo Telles - Área 318.0 m2 - Ano do projeto 2015 - Fotografias André Scarpa O sistema de pilar, laje e viga mais utilizado no Brasil é do de concreto armado. Os exemplos acima são todos deste material, mas isso não significa que outros materiais também não possam ser utilizados no sistema de maneira tão eficiente. Vejamos alguns exemplos: • Residência em estrutura metálica http://wwwo.metalica.com.br/construcoes-metali- cas-o-uso-do-aco-na-construcao-civil 31 PROCESSOS CONSTRUTIVOS II – ESTRUTURA • Cobertura em estrutura de madeira PLAZA METROPOL PARASOL – Sevilha – Espanha EDIFÍCIO COMERCIAL TAMEDIA - SHIGERU BAN - ZURIQUE, NA SUÍÇA Imagem 1 - Vista do prédio Imagem 2 - Detalhes da Estrutura Imagens 3 e 4 - Vista interna Ao todo são sete andares e dois pavimentos de subsolo onde funciona como sede de um grupo de mídia. Arquiteto - Shigeru Ban Architects · Localização - Zurique, Suíça · Arquiteto Responsável - Shigeru Ban · Área – 10.120,00m2 · Ano do projeto - 2013 https://pt.wikipedia.org/wiki/Metropol_Parasol#/media/File:MetropolParasol4.JPG Imagem 1 Imagem 3 Imagem 2 Imagem 4 AGENDA 6 PROCESSOS CONSTRUTIVOS III - VEDAÇÃO, INSTALAÇÃO E ACABAMENTOS 33 A alvenaria deve ser levantada e ao mesmo tempo a execução das instalações hidrossanitárias e elétricas também são realizadas, para não haver desperdício de material com quebra de alvenaria para passar as tubulações posteriormente. As instalações hidráulicas compreendem subsistemas de uma edificação para captação, transporte e armazenagem de fluidos. Constituem o sistema de uma instalação hidráulica as instalações de água fria, instalações de água quente, instalações de esgoto sanitário, instalações de água pluvial e combate a incêndio. A rede de distribuição das instalações de água fria é o conjunto de tubulações que interligam os reser- vatórios de água aos pontos de utilização, por exemplo as torneiras e vasos sanitários. A rede de distribuição é basicamente formada por: • Barrilete: o barrilete é o conjunto de tubulações que se originam no reservatório e abastecem as colunas de distribuição. • Colunas de distribuição: derivam-se do barrilete e alimentam os ramais. • Ramais: recebem a água das colunas e a distribui para os sub-ramais nos pavimentos. • Sub-ramais: são as tubulações que alimentam diretamente as peças de utilização. http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/123/instalacoes-hidraulicas--299543-1.aspx PROCESSOS CONSTRUTIVOS III – VEDAÇÃO, INSTALAÇÃO E ACABAMENTOS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS instala��es de �gua fria https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/#fria https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/#fria https://www.escolaengenharia.com.br/barrilete/ 34 PROCESSOS CONSTRUTIVOS III – VEDAÇÃO, INSTALAÇÃO E ACABAMENTOS Para execução das instalações elétricas em qualquer tipo de edificação, é necessário que se faça um projeto elétrico, pois é a representação gráfica e escrita da futura instalação elétrica na edificação e onde serão definidos e indicados os pontos de iluminação, as tomadas, os interruptores, os circuitos elétricos, a posição do quadro de distribuição e dos dispositivos de proteção, levando em conta os equi- pamentos e aparelhos a serem usados pelos moradores de uma casa. O projeto é muito importante para garantir segurança, evitando acidentes e promovendo a economia do sistema elétrico, assim como o funcionamento adequado dos aparelhos. O projeto elétrico leva em consideração o ambiente e as suas necessidades, ou seja, quantos equi- pamentos serão ligados naquele cômodo e quais são os seus tipos. Além disso, também considera o número de pessoas que usarão os ambientes e as atividades a serem desempenhadas por elas. A placa cerâmica pode ser utilizada para os revestimentos de pisos, paredes, na forma de azulejos, ladrilhos e pastilhas, tanto em ambientes residenciais, públicos e comerciais como em industriais. O desempenho técnico do material explica suas vantagens de uso: • Proteção contra infiltrações externas, • Maior conforto térmico no interior das edificações, • Boa resistência às intempéries e à maresia, • Proteção mecânica de grande durabilidade, • Longa vida útil e • Fácil limpeza e manutenção. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS REVESTIMENTO CERÂMICO http://angolapowerservices.blogspot.com/2013/11/manual-de-instalacoes-electricas.html instala��es de �gua fria https://www.triider.com.br/blog/conserto-de-eletrodomesticos/ https://www.triider.com.br/blog/conserto-de-eletrodomesticos/ 35 O assentamento se encontra hoje fora do controle da indústria, estando mais ligado aos prestadores de serviços independentes. No entanto, quaisquer falhas no assentamento, refletem-se negativamente na indústria e na imagem geral do produto cerâmico. Além de pisos e revestimento podem ser de outros materiais além do cerâmico, como Vinílico, madei- ra, laminado, pedras, mármores ou granitos. A cobertura constitui a parte superior da construção que tem como função desviar e coletar as águas pluviais, bem como proteger a construção da incidência dos raios solares, de modo a propiciar conforto térmico adequado no interior da edificação. A cobertura se compõe, normalmente, das seguintes partes: • uma parte resistente (estrutural), que pode ser uma laje de concreto armado, uma estrutura de madeira, uma estrutura metálica (aço ou alumínio) ou uma estrutura pré-moldada de concreto; • elementos de vedação ou revestimento que podem ser constituídos pelos mais diversos tipos de telhas (cerâmicas, de cimento-amianto, de argamassa de cimento, de alumínio, de aço galvanizado, de vidro, de madeira, de pedra, palha, etc.); • elementos de proteção que possibilitam a obtenção de adequado isolamento térmico e acústico. Uma cobertura bem projetada deve apresentar as seguintes características: • leveza, durabilidade, resistência estrutural e estabilidade geométrica; • impermeabilidade e secagem rápida após as chuvas; • bom isolamento térmico e acústico, bem como acomodação às dilatações térmicas, • facilidade de construção, de inspeção e manutenção; • custo econômico. PROCESSOS CONSTRUTIVOS III – VEDAÇÃO, INSTALAÇÃO E ACABAMENTOS COBERTURAS Imagem 3 Imagem 1 Imagem 4 Imagem 2 instala��es de �gua fria instala��es de �gua fria 36 PROCESSOS CONSTRUTIVOS III – VEDAÇÃO, INSTALAÇÃO E ACABAMENTOS Exemplos de coberturas com diversos tipos de materiais: Imagem 1: Telha cerâmica, Imagem 2: ondulada de cimento amianto, Imagem 3: palha Imagem 4: pré-moldada de concreto. Fonte das imagens: RODRIGUES, Edmundo. Técnica das Construções https://www.ceramicacity.com.br/bloco_ceramico/verga-e-contra-verga/ Glossário Graute - é um tipo específico de concreto, indicado para preenchimento de espaços vazios dos blocos e canaletas, com o objetivo de solidarização da armadura e aumentar a capacidade portante. Verga/ contraverga - Vergas e Contra Vergas são elementos estruturaispresentes na alvenaria que fun- cionam como pequenas vigas para a distribuição de cargas e tensões em vãos como portas e janelas. bitola - peça ou instrumento cuja medida serve para determinar a medida de outras peças, obras etc., a serem feitas; modelo, padrão. AGENDA 7 PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES 38 • Recalque - Diminuição do volume da ca- mada de solo mole – as estruturas ou aterros que estiverem apoiadas no solo compressível sofrerão recalques; sobrecarga nas fundações causando recalques diferenciais na estrutura. O recalque pode ser causado também por assentamento da construção no solo que na verdade é a finalização da compactação do solo sob a construção. Diferente do recalque diferencial, em que somente um dos pontos da contrução tende a afundar causando trin- cas, o recalque se dá por igual, não causando danos à construção. O concreto é utilizado em alguns sistemas como fundação, pilares, vigas e lajes, pisos e contrapisos. De- pendendo do local onde o concreto é utilizado, a patologia terá características próprias. Por exemplo, nos pilares, vigas e lajes, a forma como o lançamento do concreto é realizado, pode ocasionar bicheiras, má distribuição da brita, fazendo com que a peça estrutural não trabalhe de forma adequada, podendo pos- teriormente surgir fissuras, trincas, rachaduras ou desplacamento. Com o desplacamento a armadura da peça fica exposta, deixando sujeita à corrosão, o que poderá gerar outros problemas, que se não tratado levará a peça ao colapso. • Bulbo de tensão: Interseção dos bulbos de pressões significa que as tensões causadas no solo pela edificação maior influenciam as tensões sob a outra edificação. Tal influên- cia aumenta o carregamento nas fundações da edificação menor, causando recalques diferenciais; incompatibilização do distancia- mento e altura entre fundações vizinhas de acordo com o solo da camada de apoio, não respeitando as condições sugeridas pela nor- ma brasileira NBR 6122. Imagem 1 - Recalque diferencial ocasionado por vazios no solo. Fonte: Oliveira (2012) Imagem 2 - Fonte: Lozano, Eng° Mauro Hernandez. Artigo. Dynamis Enge- nharia Geotécnica CONCRETO: FUNDAÇÕES: PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES instala��es de �gua fria instala��es de �gua fria 39 A água é identificada como o agente de deterioração que mais afeta os materiais de alvenaria. A sua presença no interior do poro da estrutura, do revestimento ou da parede, pode causar destruição, se o material estiver submetido a ciclos de molhagem/secagem. Entende-se por fenômeno patológico umidade o aparecimento de um teor de água superior ao desejado num revestimento, seja na sua superfície (acabamento), seja na sua própria massa (reboco), manifestando-se sob a forma de manchas. • Bolor - Manchas esverdeadas ou escuras, revestimento em desagre- gação, causada por umidade cons- tante em área não exposta ao sol. • Descolamento com pulverulência - Película de tinta se descola arrastando o reboco que se desagrega com facilidade, revestimen- to monocamada se desagrega com facilidade, reboco apresenta som cavo. ARGAMASSA: Imagem 3 - Fonte: TMCC I Profa. Eliane - Etec Imagens 5 e 6 - Acervo próprio PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES 40 PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES Nas aberturas das alvenarias (vãos, portas e janelas), a inexistência ou subdimensionamento de verga e contraverga, pode ocasionar fissuras nos vértices das aberturas, em razão da concentração de tensão ao contorno dos vãos. • Destacamento - existência de “ocos”, apresentando som cavo ao ser percutido. Suas causas podem ser: argamassa de fixação com baixa, retenção de água, absorção excessiva do tardoz, ausência de jun- tas ou muito estreitas, argamassa vencida, entre outros. A cobertura, por estar sempre exposta às condições climáticas adversas, deve, como propósito princi- pal, manter-se estanque, para impedir que alguns dos seus elementos entre em contato com as águas pluviais. Tratando-se de cobertura feita de estrutura de madeira, esse é um requisito básico para o bom desempenho de suas funcionalidades, já que a madeira, por ser um material que apresenta compor- tamento higroscópico, isto é, suas dimensões e seu teor de umidade são altamente influenciáveis pela umidade do meio em que está inserido, poderá sofrer com o inchamento ou retração de suas peças. Outra causa é uma peça, treliça por exemplo, ao trabalhar num vão maior para o qual foi dimensiona- da, sofreu com deformações (flechas) que, posteriormente, poderiam desencadear em outros proble- mas, como a quebra de algumas peças. ALVENARIA: REVESTIMENTO CERÂMICO: COBERTURA: Imagem 7 - Fonte: MAYA, Victor. Edificações – Patologia das Edificações. Novembro/2018 Imagem 8 - Fonte: RODRIGUES, Mariana. Disciplina TMCC II, ETEC “Dra. Ruth Cardoso”, 2013. instala��es de �gua fria 41 Uma consideração importante para evitar as pato- logias nas edificações nos seus diversos sistemas, é reconhecer a importância da impermeabilização nos processos construtivos. A impermeabilização não se dá apenas pelas ques- tões estéticas devido ao aparecimento de infiltrações, mas por ser uma questão de segurança, já que evita a deterioração da estrutura, minimiza a geração de resíduos provenientes de reformas precoces, impede os problemas de saúde relacionados a umidade e evita, em alguns casos, o colapso de estruturas. Glossário Tardoz - Face da placa cerâmica ou azulejo que fica em contato com a argamassa. PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES Imagem 9 - Peça da estrutura de madeira partida - FRAZÃO, Julie Cristie Faria. Patologias relacionadas às coberturas. Universidade Tecnológica Federal Do Paraná. Campo Mourão, 2015 AGENDA 8 MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA 43 Vamos verificar quais os procedimentos necessários para prevenir e corrigir as patologias que estudamos no capítulo anterior. FUNDAÇÔES - Os recalques diferenciais acontecem por algumas razões: falta de estudo correto do solo (Sondagem), fundações inadequadas ou mal dimensionadas, bulbos de tensão, para citar os principais motivos. Podemos considerar a manutenção preventiva da fundação inexistente, porque é um sistema construtivo enterrado, por isso, a fase de análise do solo, projeto das estruturas de fundação adequado às cargas da construção e ao solo, ser considerado e calculado os bulbos de tensão de construções vizinhas. Quando há dano na fundação do imóvel, sua correção é difícil e onerosa, em alguns casos até inviável economicamente. Por isso a importância de um projeto e execução corretos, evitando assim, que haja a necessidade de correção de patologias nesse sistema. CONCRETO - No caso de concretos utilizados em superestruturas, a correção preventiva é realizada com vistorias periódicas para identificar o aparecimento de fissuras, evitando o surgimento de trincas, rachadu- ras ou desplacamento posteriormente. Para correção de patologias no concreto temos: Pilar com armadura expostas. Possíveis causas (imagem 1): • Cobertura insuficiente das armaduras; • Falhas de execução; • Agressividade dos ambientes; • Falhas de projeto. Correção: 1. corte da área afetada e a escarificação (série de arranhões ou pequenas incisões) do concreto (imagem 2); 2. Limpeza do substrato com água potável e pulverizador (imagem 3); 3. Aplicar uma argamassa cimentícia, modificada com polímeros e, preferencialmente, reforçada com fibras, que recebe depois o acabamento com desempenadeira de madeira (imagem 4); 4. Uma manta de cura molhada com água é aplicada sobre a argamassa. MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA Imagem 1 Imagem 4 Fonte: Imagens 1, 3 e 4 – apostila do Curso de Edificações - Disciplina TMCC I Profa. Eliane – ETEC Ruth Cardoso; Imagem 2. Imagem 2 Imagem 3 instala��es de �gua fria 44 MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA ARGAMASSA: • Bolor: essa patologia surge quando a edificação não é are- jada e não recebe insolação suficiente. Para prevenir, deve ser garantida uma boa ventilação e insolação nos ambientesda edificação. Caso a patologia já esteja instalada, o bolor deve ser removido com limpeza do local, usando hipoclorito de sódio e removendo qualquer tipo de fonte de umidade ou infiltração, além de garantir a ventilação e insolação do local. • Descolamento com pulverulência: deve ser detectado e removida qualquer tipo de fonte de umidade ou infiltração, retirada toda a parte de emboço (imagem 6) e reboco (imagem 7) que esteja solta, após a limpeza da alvenaria (imagem 8), refazer o chapisco (imagem 9) emboço (imagem 10) e reboco (imagem 11) no local para receber o acabamento. • Destacamento de revestimento cerâmico: retirar todo o emboço e reboco “soltos”, refazê-los com espessura adequada e assentar novo revestimento, essa seria a correção. Mas para evitar o destacamen- to do revestimento o preparo da alvenaria que irá recebe-lo deve estra adequado, ou seja, as camadas de chapisco e emboço devem estar nos padrões indicadas pela Norma, assim como o espaçamento entre as peças de revestimento deve estar adequado conforme o material escolhido. Um espaçamento inade- quado também provocará o descolamento das peças. Imagem 5 - Fonte: “Bigstock”, Haus Imóveis, 2019, Gazeta do Povo. Imagem 6 Imagem 9 Fonte: ECOLUST – Tecnologia em Argamassa, tintas e concretos - http://www.eccolust.com.br/eccotranspore-aplicacao.php Imagem 7 Imagem 10 Imagem 8 Imagem 11 45 MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA A melhor forma de prevenir o aparecimento de patologias nas edificações e ter uma boa execução, após a construção terminada e sendo utilizada, a manutenção preventiva consiste na verificação periódica dos sistemas, a fim de detectar qualquer anormalidade logo no início, evitando complicações que irá onerar a correção do problema. 46 Glossário hipoclorito de sódio - é um desinfetante usado para desinfetar frutas e legumes, purificar a água e mata larvas do mosquito da dengue. Pulverulência - Estado do que é pulverulento, isto é, coberto ou cheio de pó. Emboço - a camada inicial de argamassa, ou de cal, na parede, e que serve de base ao reboco. Bibliografia REZENDE, Alexandre Sobral; GRANSOTTO, Larissa Rodrigues. DESENHO DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES. Desenho Técnico II – UFRGS – Revisão Junho de 2007 RODRIGUES, Mariana; ARSENJO, Rodrigo - APOSTILA DE DESENHO ARQUITETÔNICO – Curso de Edifica- ções - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura - Associação Brasileira de Normas Técnicas. – Abril 1994 Desenho Técnico. Gomes, Adriano Pinto, INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS- EDUCAÇÃO A DISTÂN- CIA, Ouro Preto – 2012 – AULA 7 - Desenho Técnico – Parte 1, p. 111 à 117 MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA