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1 AGENDA 1 - REPRESENTAÇÃO DO OBJETO E NORMAS E CONVENÇÕES DO PROJETO ARQUITETÔNICO Legislação Urbana - uma necessidade Com o crescimento e evolução das cidades, a necessidade de ordenar, orientar e planejar o espaço urbano torna-se cada vez mais evidente. O objetivo não é meramente a organização ou embelezamento, mas também a salubridade e higiene das cidades. É importante destacar que, a Constituição Federal de 1988 foi a primeira Constituição brasileira a dispor sobre questões urbanísticas, inserindo um Capítulo exclusivo para o tema, o qual foi intitulado “Da Política Urbana”. Já o Estatuto da Cidade visa consolidar a gestão do desenvolvimento urbano e a política habitacional como políticas públicas destinadas a assegurar o direito à cidade e à moradia como direitos universais, definindo as ferramentas que o Poder Público deve utilizar para enfrentar os problemas e conflitos gerados pela desigualdade social e territorial nas cidades https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-de-negocios-em-seu-escritorio-lendo-notas_1201927.htm PLANO DIRETOR E SUA IMPLANTAÇÃO NOS MUNICÍPIOS O Plano Diretor é uma lei municipal que descreve como queremos que a nossa cidade seja organizada e se desenvolva nos próximos anos através de metas e planos de ações. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos moradores. O Plano Diretor deve ser regulamentado por meio de lei municipal e conforme disposição do Estatuto da Cidade tendo a Prefeitura juntamente com toda a comunidade, a responsabilidade de seguir tudo o que foi aprovado. 2 A obrigatoriedade do Plano Diretor passou a vigorar com a vigência do Estatuto da Cidade, porém a grande maioria dos Municípios escapa a essa obrigatoriedade, pois não se encaixa em nenhuma das hipóteses do artigo 41 do Estatuto da Cidade. O plano diretor é obrigatório para cidades: I – com mais de vinte mil habitantes; II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal; IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico; V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. (Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade) O conteúdo mínimo do Plano Diretor foi estabelecido pelo artigo 42 do Estatuto da Cidade e especificado através da Resolução nº 34 do Conselho Nacional das Cidades. O plano diretor deverá conter no mínimo: I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, considerando a existência de infraestrutura e de demanda para utilização, na forma do art. 5º desta Lei; II – disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta Lei (macrozoneamento e índices urbanísticos relativos as áreas mínimas e máximas de lotes, taxa de ocupação, recuos frontais, laterais e de fundos para edificações, faixas não edificáveis, delimitação das áreas verdes, traçado do sistema viário existente e projetado, entre outros); III – sistema de acompanhamento e controle. Mas por que o Técnico em Transações Imobiliárias deve conhecer esse tipo de legislação? Isso será utilizado na sua vida profissional? 3 A resposta é SIM https://br.freepik.com/vetores-gratis/homem-de-negocios-dos-desenhos-animados-com-um-ponto-de- interrogacao-vermelho_976434.htm#term=ponto%20de%20interrogac%C3%A3o&page=1&position=3 No Plano Diretor a cidade é dividida em Zonas, onde são diferenciadas pelos usos e ocupações por elas permitidos. A cada zona é atribuída atividades que são permitidas serem desenvolvidas, por exemplo, somente residencial, residencial e comércio local, estritamente comercial. Assim, se tem como garantir o desenvolvimento do munícipio conforme objetivos previamente estabelecidos. A consulta à toda legislação urbana é pública. Hoje a maioria das prefeituras disponibilizam toda a Legislação Urbana em seus sites ou de forma física na própria prefeitura, onde não só a legislação pode ser consultada como os mapas e anexos que a acompanha. No Plano Diretor tem uma lei complementar que disciplina o ordenamento do uso, da ocupação e do parcelamento do solo. Nela encontramos os Índices Urbanísticos que indica o tamanho mínimo e máximo de lote de cada zona, os recuos permitidos, as 4 alturas máximas das edificações e vários outros indicativos que norteiam, principalmente, a forma de construir nas cidades. Vamos mostrar um exemplo de Plano Diretor e sua aplicação: Todo Plano Diretor vem com um anexo do mapa do município, onde identificamos a divisão e localização de cada zona que é representada por cores. Cada 5 cor representa a atividade principal permitida na zona e sua leitura pode ser feita através da legenda, conforme mostrado no detalhe. O mapa de zoneamento, por exemplo, é uma representação adotada para as cidades. É um desenho técnico que segue normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). As representações para as construções seguem os mesmos parâmetros. https://br.freepik.com/fotos-gratis/planos-de-construcao-de- closeup_2104820.htm#term=planta%20construc%C3%A3o&page=2&position=0 Interpretar tecnicamente as principais normas e convenções do desenho técnico e arquitetônico será o tema abordado em nossa próxima aula. Até lá! 6 AGENDA 2 - DESENHO ARQUITETÔNICO ELEMENTOS DO DESENHO As principais categorias do desenho de arquitetura são: as plantas, os cortes ou seções e as elevações ou fachadas. LINHAS As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir constraste umas com as outras. I . ESPESSURA Linha grossa Linha média (metade da anterior) Linha fina (metade da anterior) II .TIPOS DE LINHA A- Linhas auxiliares (finas: cota, ladrilhos, etc.) B- Linhas gerais (média) C- Linhas principais (grossa) D- Partes invisíveis _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E- Eixos de simetria F- Seções ou cortes G- Interrupções Pesos e categorias de linhas Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do diâmetro da pena (ou do grafite) utilizados para executá-la. Tradicionalmente usam-se quatro pesos de pena: 1. Linhas complementares - Pena 0,1. Usada basicamente para registrar elementos complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de projeção, etc. Linha fina - Pena 0,2 (ou 0,3). Usada para representar os elementos em vista. http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta_%28geometria_descritiva%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Corte http://pt.wikipedia.org/wiki/Se%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Eleva%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Fachada http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hierarquiza%C3%A7%C3%A3o&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Pena http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafite 7 Linha média - Pena 0.4 (ou 0,5). Usada para representar os elementos que se encontram imediatamente a frente da linha de corte. Linha grossa - Pena 0.6 (ou 0,7). Usada para representar elementos especiais, como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também elementos em corte, como a pena anterior). No Autocad as espessuras das linhas também são definidas seguinda o mesmo padrão das penas. Um projeto arquitetônico completo é composto por: • PLANTA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre o plano horizontal, onde o corte horizontal feito acima do piso,a uma altura de 1,50 metros, a fim de mostrar no desenho, todos os componentes do pavimento, como paredes, vãos de portas e janelas, equipamentos fixos e móveis (opcionais), de modo a dar uma perfeita compreensão das divisões, circulação, iluminação e ventilação do pavimento, na escala adequada, devidamente cotada, com as dimensões dos ambientes, sua destinação e área, além da indicação dos níveis dos pisos. Para representação gráfica de um projeto, cada tipo de linha vai representar um item a ser construído: ➢ Representação das paredes (altas com traço grosso contínuo, e paredes baixas com traço médio continuo com a altura correspondente); http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Linha_de_corte&action=edit 8 Acervo Pessoal ➢ Colocar todas as cotas (medidas) necessárias a cada pavimento, telhado, dependências a construir, modificar ou sofrer acréscimo. As cotas constantes dos projetos deverão ser escritas em caracteres claros e facilmente legíveis. Acervo pessoal 9 ➢ Indicar os destinos e as áreas correspondentes de cada compartimento em m2; Acervo pessoal ➢ Indicar as portas e janelas com suas medidas correspondentes (base x altura x peitoril) de acordo com a simbologia adotada. Note que no desenho abaixo a indicação de porta é P1 e de janela é J1. 10 Acervo pessoal ➢ Representar piso cerâmico ou similar com quadrículas (linha fina) ; Acervo pessoal ➢ Com linha pontilhada , indicar o beiral ( linha invisível ); 11 Acervo pessoal ➢ Representar todas as peças sanitárias, tanque, pia de cozinha (obrigatório). Em vermelho temos exemplos de peças sanitárias do banheiro e pias e tanque em amarelo BEIRAL 12 ➢ Indicar onde passam os cortes longitudinal e transversal (Tracejado) e o sentido de observação, colocando letras ou números que correspondem aos cortes. 13 Sentido da observação • ELEVAÇÃO / FACHADA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre um plano vertical. Sempre olhando para o imóvel que queremos descrever, temos: Fachada (ou vista frontal), Vista lateral esquerda, Vista Lateral Direita, Vista Posterior (ou fundos) e Vista superior (ou cobertura). Num lote de meio de quadra é obrigatória a representação de pelo menos uma fachada. No caso de lote de esquina é obrigatória a representação de pelo menos duas fachadas com a respectiva indicação dos materiais a serem utilizados. Linha Tracejada que indica o corte. 14 Obs.: as projeções ortogonais da Geometria Descritiva são usadas no desenho arquitetônico apenas mudando os termos técnicos. Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 Para descrever os recuos de um imóvel, o mesmo princípio é utilizado. Veja a figura abaixo: Acervo pessoal 15 A seguir, temos a disposição das quatro fachadas de uma construção, relacionando-as com a planta. Notar a aplicação da convenção para os traços nas fachadas. As partes mais próximas do observador são desenhadas com traço grosso. Devemos reduzir a espessura dos traços na medida em que eles estão mais distantes Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico - Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 a. cozinha living dormitório FACHADA PRINCIPAL F A C H A D A L A T E R A L E S Q U E R D A F A C H A D A L A D E R A L D IR E IT A abrigo para auto banho 16 • CORTES: São obtidos por planos verticais que interceptam as paredes, janelas, portas e lajes, com a finalidade de permitir esclarecimentos que venham facilitar a execução da obra, pois, teremos um desenho demonstrando as diferentes alturas de peitoris, janelas, portas, vergas e das espessuras das lajes do piso, do forro, dos detalhes de cobertura e dos alicerces. As linhas indicando onde devem ser feitos os cortes são traçadas SEMPRE nas plantas do projeto. O corte vertical corta a edificação desde a sua fundação até a sua cobertura, como mostra a figura: Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 Quase sempre uma única seção não é suficiente para demonstrar todos os detalhes do interior de um edifício, sendo necessários, no mínimo dois cortes. Por esse motivo, sempre que se apresenta um projeto, representamos duas seções: LONGITUDINAL E TRANSVERSAL. Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 17 Deve-se sempre passar um dos cortes por um dos compartimentos ladrilhados, cujas paredes sejam revestidas por azulejos. Indicamos as seções nas plantas por traços grossos interrompidos por pontos e terminados por setas que indicam a situação do observador em relação ao plano da seção. Assinalamos os cortes por letras maiúsculas. As paredes secionadas devem ser representadas tal como aparecem nas plantas. Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 • PLANTA DE SITUAÇÃO: É a representação do lote dentro da quadra. a- É necessário indicar e numerar todos os lotes da quadra, ressaltando-se o lote em questão, assim como o seu número e o número da quadra; b- Colocar os nomes de todas as ruas que circundam a quadra; c- Indicar também o norte magnético. Acervo pessoal VISTA EM CORTE PERSPECTIVADO DA RESIDÊNCIA (sem escala) COR COA.S 18 • COBERTURA: A planta de cobertura é uma vista superior da obra necessitando assim a representação de todos os detalhes relativos à coberta, como: a - tipo de telha; b - inclinação correspondente ao tipo de telha, c - se houver, indicar beiral, platibanda, rufos, marquises... d - Determinar as cotas parciais e totais da edificação. Acervo Pessoal FOLHAS Normalmemente, as folhas mais usadas para o desenho técnico são do tipo sulfite. Anteriormente à popularização do CAD, normalmente desenvolvia-se os desenhos em papel manteiga (desenhados à grafite) e eles eram arte-finalizados em papel vegetal (desenhados à nanquim). Tamanho das folhas Tamanhos de folhas (mm) A4 210 X 297 A3 297 X 420 A2 A3 A4 A1 A4 A0 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sulfite&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Papel_manteiga&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Papel_vegetal&action=edit 19 As folhas devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa-se um módulo de 1 m² (um metro quadrado) cujas dimensões seguem uma proporção equivalente a raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm). Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a 2ª0 corresponde ao dobro daquela. A maioria dos escritórios utiliza predominantemente os formatos A1 e A0, devido à escala dos desenhos e à quantidade de informação. Os formatos menores em geral são destinados a desenhos ilustrativos, catálogos, etc. Apesar da normatização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isto se deve ao fato de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de projetos. LEGENDAS A legenda ou identificação, na gíria profissional chama-se Carimbo, que tem a finalidade de uniformizar as informações que devem acompanhar os desenhos. Os tamanhos e formatos dos carimbos obedecem à tabela dos formatos A. Recomenda-se que o carimbo seja usado junto à margem, no canto inferior direito. Esta colocação é necessária para que haja boa visibilidadequando os desenhos são arquivados. O carimbo deve possuir as seguintes informações principais, ficando, no entanto, a critério do escritório, o acréscimo ou a supressão de outros dados: a- Nome do escritório , Companhia etc. ; b- Título do projeto ; c- Nome do arquiteto ou engenheiro ; d- Nome do desenhista e data ; e- Escalas ; f- Número de folhas e número da folha ; g- Assinatura do responsável técnico pelo projeto e execução da obra ; h- Nome e assinatura do cliente ; i- Local para nomenclatura necessária ao arquivamento do desenho; A2 420 X 594 A1 594 X 841 A0 841 X 1189 http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro_quadrado http://pt.wikipedia.org/wiki/Raiz_quadrada http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_%28medidas%29 20 j- Conteúdo da prancha Fonte: Apostila desenho de projetos de edificações – Desenho Técnico II – UFRGS – Junho/2007 ESCALAS NUMÉRICA Como é possível que um prédio de 25 pavimentos, por exemplo, consiga ser representado em uma folha de papel, mesmo que essa folha seja muito grande? Para que isso seja possível, todo desenho é feito em ESCALA. Uma construção não pode ser representada em desenho no seu tamanho real, por isso, a representação deve ser feita usando a Escala. Mas o que é isso ESCALA: é a relação entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. A escala é uma razão: ____Medida do desenho___ Medida real correspondente No desenho de arquitetura geralmente só se usam escalas de redução, a não ser em detalhes, onde aparece algumas vezes a escala real. A escolha de uma escala deve ter em vista: 1. O tamanho do objeto a representar 2. As dimensões do papel 3. A clareza do desenho 21 As escalas devem ser lidas 1:50 (um por cinquenta), 1:10 (um por dez), 1:25 (um por vinte e cinco), 10:1 (dez por um), etc. Traduzindo, quando falamos que a escala do desenho está 1:50, queremos dizer que o objeto representado no desenho está 50 (cinquenta) vezes menor que o seu tamanho real. 1: 50 Tamanho real Número de vezes em que o objeto foi reduzido Para solucionarmos problemas de escalas, as medidas devem estar na mesma unidade. Transforme-as, se necessário! Exp.: Um canteiro de 2 metros foi desenhado com 4 cm. Qual é a escala do desenho? Transforme metros em centímetros, temos então: 2 m = 200 cm Efetue a operação: 4 cm = 1 e 200 cm = x Aplicamos a regra de três: 4.x = 200 . 1 x = 200 x = 50 4 Resposta: A escala do desenho é de 1: 50. Vamos detalhar a representação gráfica utilizada nos desenhos arquitetônicos. SÍMBOLOS GRÁFICOS O desenho arquitetônico, por ser feito em escala reduzida e por abranger áreas relativamente grandes, é obrigado a recorrer a símbolos gráficos. Assim utilizaremos as simbologias para representar as paredes, portas, janelas, louças sanitárias, telhas, concreto... I. PAREDES Normalmente as paredes internas são representadas com espessura de 15 cm, mesmo que na realidade a parede tenha 14 cm ou até menos. Nas paredes externas o uso de paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É, no entanto, obrigatório o uso de paredes de 20 cm de espessura quando esta se situa entre dois vizinhos (de apartamento, salas comerciais, etc). Convenciona-se para paredes altas (que vão do piso ao teto) traço grosso contínuo, e para paredes a meia altura, com traço médio contínuo, indicando a altura correspondente. 22 Fonte: Apostila desenho de projetos de edificações – Desenho Técnico II – UFRGS – Junho/2007 II. PORTAS Porta interna - Geralmente a comunicação entre dois ambientes não há diferença de nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota. Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) possuem cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo. Nos banheiros a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois inconvenientes são PAREDES 23 evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2 cm pelo menos. Por esta razão,. portas de sanitários desenham - se como as externas. Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 III. JANELAS O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1.50m , sendo estas representadas conforme a figura abaixo , sempre tendo como a primeira dimensão a largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente. Para janelas em que o plano horizontal não o corta, como por exemplo as janelas de banheiros, a representação é feita com linhas invisíveis. Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 24 Fonte: Apostila de Desenho Arquitetônico – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 ESPECIFICAÇÕES DE MEDIDAS - COTAS As Cotas representam sempre dimensões reais do objeto e não dependem, portanto, da escala em que o desenho está executado. São os números que correspondem às medidas. As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que sejam lidas com o desenho em posição normal, colocando-se o leitor do lado direito da prancha. Para localizar exatamente uma cota e indicar qual a parte ou elemento do objeto a que ela se refere é necessário recorrer a dois tipos de linhas que são: a) linhas de chamada (ou de extensão ou, ainda linha de referência) b) linhas de cota (ou de medida). Fonte: Apostila desenho de projetos de edificações – Desenho Técnico II – UFRGS – Junho/2007 25 As cotas também podem ser descritas no próprio ambiente, internamente. Normalmente são utilizadas essa forma de grafia das cotas em projetos em planta destinadas à aprovação na prefeitura. Observe no exemplo abaixo, as portas e janelas estão cotadas com as linhas de chamada, já as medidas de cada ambiente, ou alvenaria do imóvel, estão com cotas internas. Fonte: Acervo Pessoal Vejamos um exemplo que reúne todas as simbologias abordadas: 26 Fonte: Apostila desenho de projetos de edificações – Desenho Técnico II – UFRGS – Junho/2007 Com essas informações, você está apto a ler um desenho técnico de arquitetura. Agora é só praticar. 27 https://br.freepik.com/vetores-gratis/vector-ilustracao-pop-art-de-um-homem-e-uma-mulher-sentada-em- uma-mesa-de-negociacao-vista-superior_1265799.htm https://br.freepik.com/vetores-gratis/vector-ilustracao-pop-art-de-um-homem-e-uma-mulher-sentada-em-uma-mesa-de-negociacao-vista-superior_1265799.htm https://br.freepik.com/vetores-gratis/vector-ilustracao-pop-art-de-um-homem-e-uma-mulher-sentada-em-uma-mesa-de-negociacao-vista-superior_1265799.htm 28 AGENDA 3 – TOPOGRAFIA O topografo se utiliza de instrumentos para efetuar este levantamento no local solicitado. São instrumentos de precisão. Vamos conhecer alguns deles. No Tripé Estação Total Nível apoiado https://br.freepik.com/vetores-gratis/pesquisa-de-terras-e-engenheiro-civil-trabalhando_1311331.htm Fonte: Aula de estudos Topográficos. GANDRA, Profª Carla Vilar Quando o levantamento topográfico é realizado, o autor do projeto da construção que se pretende implantar no local estudado tem parâmetros precisos sobre o terreno, não só das suas dimensões totais, mas também de seus aclives, declives, 29 determinadospelas curvas de nível e etc. O que facilita prever as alterações necessárias de movimentações de terra (cortes ou aterros) para o início das obras. Curvas de nível? Do que se trata isso? O método mais comum de representar o relevo de uma área em particular é fazendo uso de curvas de nível. Perceba que as curvas de nível é como se cortássemos esse morro em várias camadas seguindo o mesmo intervalo de altura, que, neste caso, são 10 metros. Observe que nenhuma curva de nível cruza sobre a outra, na verdade elas nunca devem se cruzar. Vejamos outro exemplo com sua representação: Abaixo vemos esse mesmo morro representando em planta, note que o formato das curvas de nível está expresso exatamente como são, no mesmo formato e extensão que foram levantadas in loco, mas suas alturas estão expressas em números, afinal trata-se de uma representação gráfica em planta. Somente com essa representação em planta conseguimos identificar a extensão, formato e a altura de cada nível deste morro. Observe a figura ao lado. Podemos visualizar um morro com seus vários níveis (altura) identificados: 10 metros, 20 metros, 30 metros e assim sucessivamente. 30 Outro detalhe que podemos observar neste desenho é que onde as curvas são mais espaçadas o terreno e plano, e onde elas são mais próximas o terreno tem o desnível mais acentuado. Vamos avançar um pouco mais nos conceitos topográficos. Vimos que através de um estudo topográfico podemos determinar com exatidão as extensões e as alturas de um determinado terreno. Mas, como podemos localizar esse terreno de forma também exata no munícipio a que ele pertence? Através do Georreferenciamento com coordenadas geográficas. Elas são referências precisas e únicas. GEORREFERENCIAMENTO GEO - Prefixo que indica ou pertence a Terra Vemos o morro onde cada linha pontilhada mostra a altura da curva de nível. Na curva de 20 metros está localizada uma construção, que neste caso aparece porque o corte de representação foi feito no sentido Norte e Sul. Abaixo a representação da Planta Planialtimétrica 31 REFERENCIAMENTO - Referir/Localizar/Atribuir/Orientar/Referenciar “Referir-se a uma posição geográfica” Localizar espacialmente no Globo terrestre uma entidade geográfica através de um sistema de posicionamento conhecido. Com o Sistema de Coordenadas, podemos transportar com exatidão o Posicionamento ou para Sistema de Posicionamento Global (GPS): Através do sistema de coordenadas é possível o transporte dessas coordenadas no campo (área de levantamento) para obtenção do posicionamento exato da área levantada para a implantação de um empreendimento, por exemplo. Todo o levantamento topográfico é registrado no Memorial Descritivo do lote/gleba. O memorial descritivo topográfico é a descrição dos dados levantados, como, coordenadas, distâncias, ângulos e confrontações As das fotos aéreas, que temos disponível hoje nos aplicativos de navegação, são georreferenciadas através do levantamento digitalizado e auxiliam na elaboração de levantamentos, identificação do local e como histórico de registro das alterações antrópicas. Vejamos o exemplo da localização da ETEC de Praia Grande/SP. Note que as coordenadas são informadas em números decimais (-24.032219, -46.506790) neste caso, mas pode também ser grafadas em graus, minutos e segundos (24°01'56.2"S 46°30'24.2"W). Essas coordenadas são obtidas através da Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), cada região do globo é dividida em coordenada geográficas, por isso, com essas informações, podemos localizar com exatidão o nosso exemplo acima - a escola. 32 Vamos avançar no assunto? Nem sempre o terreno está adequado para receber a construção que se deseja realizar ali, por isso ele precisa ser preparado – nivelado, aterrado, cortado, etc. Esse “preparo” recebe o nome de MOVIMENTAÇÃO DE TERRA. Vamos dar um exemplo: para construção de uma estrada a superfície natural deve ser substituída por uma superfície projetada, considerando a segurança, o conforto e o desempenho dos veículos e acessibilidade. A infraestrutura de uma estrada é constituída via de regra, de cortes e aterros. Em situações específicas os cortes são substituídos por túneis e os aterros por viadutos. 33 CORTE - escavação do terreno natural ao longo do eixo e no interior dos limites das seções de projeto. ATERRO – parte acima do terreno natural que requer depósito e compactação controlada de materiais. O corte e o aterro também podem ocorrer ao mesmo tempo na mesma superfície para possibilitar a execução da construção projetada. Veja o exemplo abaixo. A plataforma foi formada após retirar (cortar) parte da encosta de um morro e aterrar outra parte, possibilitando assim que a construção da estrada que exemplificamos anteriormente. Vimos então que o conhecimento de topografia se torna imprescindível nas construções, seja para abertura de estradas, construções de prédios ou residências em 34 terrenos que não sejam planos, demarcação e medição de áreas, enfim, o trabalho do topógrafo auxilia em muito na execução de construções civis. Glossário: Antrópicas - Ação antrópica diz respeito a uma ação realizada pelo homem. Essa expressão ficou conhecida em virtude dos impactos causados no meio ambiente pelas alterações humanas. 35 AGENDA 4 - PROCESSOS CONSTRUTIVOS I – FUNDAÇÕES Toda a construção tem fundações, que são elementos estruturais que têm a função de receber todo o peso de uma edificação e transmiti-las ao solo. Sem fundação nenhuma construção ficaria de pé. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_(constru%C3%A7%C3%A3o) Os tipos de fundações podem ser divididos em fundações rasas e fundações profundas. Para a escolha de qual fundação será a mais adequada para a edificação a ser construída, alguns itens são levados em consideração: • Escolha do tipo de fundação em função da geologia do solo • Pesquisa de subsolo adequada (sondagem) • Fundação adequada ao tipo de solo e suas consequências (cálculo das cargas e recalques) • Equipamentos e mão-de-obra disponíveis • Custo de execução O tipo de solo de um terreno é identificado através da Sondagem, que é o estudo das camadas de solo. Com um ensaio de sondagem nas mãos, um engenheiro civil é capaz de dizer o tipo de solo e qual o melhor tipo de fundação a ser utilizado, levando em consideração os fatores de segurança e escolher o tipo de fundação mais viável economicamente. A FUNDAÇÃO não é vista em uma construção porque sempre está localizada dentro do solo, enterrada, mas é uma parte importante na estabilidade da edificação. https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_(constru%C3%A7%C3%A3o) 36 Sondagem SPT Fonte: Estudo de Caso - FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – UNAERP, 2013 É importante salientar que a qualidade do solo e o porte da edificação que será construída são dois fatores que norteará a escolha correta, pois quem irá receber toda a carga (peso) da construção será o solo e ele deverá suportá-la sem que entre em colapso. Quanto aos tipos de fundação temos: • Fundações rasas ou diretas: são aquelas em que a carga é transmitida ao solo por meio de elementos superficiais, sem a necessidade de equipamentos de grande porte para a cravação ou escavação. As fundações diretas são executadas nas primeiras camadas do solo, geralmente a uma profundidade de até duas vezes a sua menor dimensão em planta ou no máximo 3 metros de altura. São exemplos de tipos de fundações rasas as sapatas, blocos e radier. Sapata Radier Fonte: www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume3/2170-fundacoes-superficiais/file Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/radier/ • Fundaçõesprofundas ou indiretas: são aquelas executadas nas camadas mais profundas do solo e, em sua grande maioria, são realizadas com o auxílio de um equipamento de escavação ou cravação. São exemplos de tipos de fundações profundas as estacas e tubulões (a céu aberto ou a ar comprimido). A estacas podem ser moldadas in loco ou pré fabricadas. Na figura abaixo vemos um exemplo de estaca moldada in loco tipo Frank. O material mais comumente usado nas estacas é o concreto armado, mas também ser de madeira ou metálica. https://www.escolaengenharia.com.br/fundacoes-rasas/ https://www.escolaengenharia.com.br/sapatas-de-fundacao/ https://www.escolaengenharia.com.br/blocos-de-fundacao/ https://www.escolaengenharia.com.br/radier/ http://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume3/2170-fundacoes-superficiais/file https://www.escolaengenharia.com.br/radier/ https://www.escolaengenharia.com.br/fundacoes-profundas/ https://www.escolaengenharia.com.br/tipos-de-estacas-para-fundacao/ https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/ https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ar-comprimido/ 37 Exemplo de Estaca tipo Frank Fonte: https://www.pinterest.es/pin/576320083558628465?lp=true – Stefany Cunha Estaca pré moldada de concreto https://www.pinterest.es/pin/576320083558628465?lp=true 38 https://foa.com.br/obras/galeria-de-fotos/ Existem tipos de fundações que produzem barulhos, sujeiras e grandes vibrações e outras não. Se houver construções próximas ao terreno onde será construído, a vibração do solo pode acarretar em danos às estruturas vizinhas e por isso deve ser feito um estudo junto aos proprietários dos lotes adjacentes. Assim, a presença de construções vizinhas pode influenciar na escolha do tipo de fundação. O engenheiro prevê a interferência da construção vizinha e calcula o bulbo de pressão individual da construção para que não haja danos à nova construção e também a construção vizinha. Fonte: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/principais-manifestacoes-patologicas-encontradas-em- uma-edificacao.htm# Aprendemos hoje que toda a construção tem uma fundação específica quanto ao seu porte e ao solo onde será implantada. Na próxima aula continuaremos a nossa construção falando de outros sistemas igualmente importantes. https://foa.com.br/obras/galeria-de-fotos/ https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/principais-manifestacoes-patologicas-encontradas-em-uma-edificacao.htm https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/principais-manifestacoes-patologicas-encontradas-em-uma-edificacao.htm 39 AGENDA 5 - PROCESSOS CONSTRUTIVOS II – ESTRUTURA PILAR - é um elemento estrutural vertical usado para receber os esforços verticais de uma edificação. Os pilares recolhem as cargas das vigas e as transmitem às fundações. Estádio Mané Garrincha – Brasília https://fotos.habitissimo.com.br/foto/detalhe-dos-pilares-externos-e-da-laje-de-concreto_866365 VIGA – é um elemento estrutural horizontal das edificações. A viga é usada no sistema laje-viga-pilar para transferir os esforços verticais recebidos da laje para o pilar. Tipos de vigas: • Viga em balanço viga de edificação com um só apoio. • Viga bi apoiada: vigas de edificações com dois apoios. • Viga continua: vigas de edificações com múltiplos apoios 40 https://www.meiacolher.com/2014/07/saiba-qual-diferenca-de-coluna-pilar.html LAJE – São placas de concreto armado, de pequena espessura em relação as suas outras dimensões e tem por finalidade suportar cargas perpendiculares pelas suas maiores dimensões. Tipos de lajes: • Maciça • Pré moldada comum • Pré moldada com vigotas protendidas 41 • Pré moldada treliçada • Nervurada 42 • Pré moldada alveolar O sistema de pilar, laje e viga mais utilizado no Brasil é do de concreto armado. Os exemplos acima são todos deste material, mas isso não significa que outros materiais também não possam ser utilizados no sistema de maneira tão eficiente. 43 Vejamos alguns exemplos: Residência em estrutura metálica • Arquitetos Telles Arquitetura • Localização -Loteamento Caminhos de San Conrado (Sousas), Brasil • Autor Bernardo Telles • Área 318.0 m2 • Ano do projeto 2015 • Fotografias André Scarpa Prédio Comercial em estrutura metálica http://wwwo.metalica.com.br/construcoes-metalicas-o-uso-do-aco-na-construcao-civil https://www.archdaily.com.br/br/office/telles-arquitetura https://www.archdaily.com.br/br/search/projects/country/brasil https://www.archdaily.com.br/br/photographer/andre-scarpa http://wwwo.metalica.com.br/construcoes-metalicas-o-uso-do-aco-na-construcao-civil 44 Cobertura em estrutura de madeira https://pt.wikipedia.org/wiki/Metropol_Parasol#/media/File:MetropolParasol4.JPG PLAZA METROPOL PARASOL – Sevilha – Espanha 1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Metropol_Parasol#/media/File:MetropolParasol4.JPG 45 2 3 4 Arquiteto - Shigeru Ban Architects · Localização - Zurique, Suíça · Arquiteto Responsável - Shigeru Ban · Área – 10.120,00m2 · Ano do projeto - 2013 Edifício Comercial Tamedia - Shigeru Ban - Zurique, na Suíça Foto 1 – Vista do prédio Foto 2 e 3 – Vista interna Foto 4 - Detalhes da Estrutura Ao todo são sete andares e dois pavimentos de subsolo onde funciona como sede de um grupo de mídia. https://www.archdaily.com.br/br/office/shigeru-ban-architects https://www.archdaily.com.br/br/office/shigeru-ban-architects https://www.archdaily.com.br/br/office/shigeru-ban-architects https://www.archdaily.com.br/br/search/projects/country/suica 46 AGENDA 6 - PROCESSOS CONSTRUTIVOS III – VEDAÇÃO, INSTALAÇÃO E ACABAMENTOS A alvenaria deve ser levantada e ao mesmo tempo a execução das instalações hidrossanitárias e elétricas também são realizadas, para não haver desperdício de material com quebra de alvenaria para passar as tubulações posteriormente. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS As instalações hidráulicas compreendem subsistemas de uma edificação para captação, transporte e armazenagem de fluidos. Constituem o sistema de uma instalação hidráulica as instalações de água fria, instalações de água quente, instalações de esgoto sanitário, instalações de água pluvial e combate a incêndio. A rede de distribuição das instalações de água fria é o conjunto de tubulações que interligam os reservatórios de água aos pontos de utilização, por exemplo as torneiras e vasos sanitários. A rede de distribuição é basicamente formada por: • Barrilete: o barrilete é o conjunto de tubulações que se originam no reservatório e abastecem as colunas de distribuição. • Colunas de distribuição: derivam-se do barrilete e alimentam os ramais. • Ramais: recebem a água das colunas e a distribui para os sub-ramais nos pavimentos. • Sub-ramais: são as tubulações que alimentam diretamente as peças de utilização. https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/#fria https://www.escolaengenharia.com.br/barrilete/ 47 http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/123/instalacoes-hidraulicas-- 299543-1.aspx INSTALAÇÕES ELÉTRICAS http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/123/instalacoes-hidraulicas--299543-1.aspx http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/123/instalacoes-hidraulicas--299543-1.aspx 48 http://angolapowerservices.blogspot.com/2013/11/manual-de-instalacoes-electricas.html Para execução das instalações elétricas em qualquer tipo de edificação, é necessário que se faça um projeto elétrico, pois é a representaçãográfica e escrita da futura instalação elétrica na edificação e onde serão definidos e indicados os pontos de iluminação, as tomadas, os interruptores, os circuitos elétricos, a posição do quadro de distribuição e dos dispositivos de proteção, levando em conta os equipamentos e aparelhos a serem usados pelos moradores de uma casa. O projeto é muito importante para garantir segurança, evitando acidentes e promovendo a economia do sistema elétrico, assim como o funcionamento adequado dos aparelhos. O projeto elétrico leva em consideração o ambiente e as suas necessidades, ou seja, quantos equipamentos serão ligados naquele cômodo e quais são os seus tipos. Além disso, também considera o número de pessoas que usarão os ambientes e as atividades a serem desempenhadas por elas. http://angolapowerservices.blogspot.com/2013/11/manual-de-instalacoes-electricas.html https://www.triider.com.br/blog/conserto-de-eletrodomesticos/ 49 REVESTIMENTO CERÂMICO A placa cerâmica pode ser utilizada para os revestimentos de pisos, paredes, na forma de azulejos, ladrilhos e pastilhas, tanto em ambientes residenciais, públicos e comerciais como em industriais. O desempenho técnico do material explica suas vantagens de uso: • Proteção contra infiltrações externas, • maior conforto térmico no interior das edificações, • Boa resistência às intempéries e à maresia, imagem de cerâmica • Proteção mecânica de grande durabilidade, • Longa vida útil e • Fácil limpeza e manutenção. O assentamento se encontra hoje fora do controle da indústria, estando mais ligado aos prestadores de serviços independentes. No entanto, quaisquer falhas no assentamento, refletem-se negativamente na indústria e na imagem geral do produto cerâmico. Além de pisos e revestimento podem ser de outros materiais além do cerâmico, como Vinílico, madeira, laminado, pedras, mármores ou granitos. COBERTURAS A cobertura constitui a parte superior da construção que tem como função desviar e coletar as águas pluviais, bem como proteger a construção da incidência dos raios solares, de modo a propiciar conforto térmico adequado no interior da edificação. A cobertura se compõe, normalmente, das seguintes partes: • uma parte resistente (estrutural), que pode ser uma laje de concreto armado, uma estrutura de madeira, uma estrutura metálica (aço ou alumínio) ou uma estrutura pré-moldada de concreto; • elementos de vedação ou revestimento que podem ser constituídos pelos mais diversos tipos de telhas (cerâmicas, de cimento-amianto, de argamassa de cimento, de alumínio, de aço galvanizado, de vidro, de madeira, de pedra, palha, etc.); • elementos de proteção que possibilitam a obtenção de adequado isolamento térmico e acústico. Uma cobertura bem projetada deve apresentar as seguintes características: 50 • leveza, durabilidade, resistência estrutural e estabilidade geométrica; • impermeabilidade e secagem rápida após as chuvas; • bom isolamento térmico e acústico, bem como acomodação às dilatações térmicas, • facilidade de construção, de inspeção e manutenção; • custo econômico. Figura 01 Figura 02 Figura 03 Figura 04 Fonte das imagens: RODRIGUES, Edmundo. Técnica das Construções Exemplos de coberturas com diversos tipos de materiais: Telha cerâmica (fig.01), ondulada de cimento amianto (fig.02), palha (fig.03) e pré-moldada de concreto (fig.04). Glossário 51 Graute - é um tipo específico de concreto, indicado para preenchimento de espaços vazios dos blocos e canaletas, com o objetivo de solidarização da armadura e aumentar a capacidade portante. Verga/ contraverga - Vergas e Contra Vergas são elementos estruturais presentes na alvenaria que funcionam como pequenas vigas para a distribuição de cargas e tensões em vãos como portas e janelas. https://www.ceramicacity.com.br/bloco_ceramico/verga-e-contra-verga/ bitola - peça ou instrumento cuja medida serve para determinar a medida de outras peças, obras etc., a serem feitas; modelo, padrão. 52 AGENDA 7 - PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES Fundações: • Recalque - Diminuição do volume da camada de solo mole – as estruturas ou aterros que estiverem apoiadas no solo compressível sofrerão recalques; sobrecarga nas fundações causando recalques diferenciais na estrutura. O recalque pode ser causado também por assentamento da construção no solo que na verdade é a finalização da compactação do solo sob a construção. Diferente do recalque diferencial, em que somente um dos pontos da contrução tende a afundar causando trincas, o recalque se dá por igual, não causando danos à construção. • Bulbo de tensão: Interseção dos bulbos de pressões significa que as tensões causadas no solo pela edificação maior influenciam as tensões sob a outra edificação. Tal influência aumenta o carregamento nas fundações da edificação menor, causando recalques diferenciais; incompatibilização do distanciamento e altura entre fundações vizinhas de acordo com o solo da camada de apoio, não respeitando as condições sugeridas pela norma brasileira NBR 6122. 53 Fonte: Lozano, Eng° Mauro Hernandez. Artigo. Dynamis Engenharia Geotécnica Concreto: O concreto é utilizado em alguns sistemas como fundação, pilares, vigas e lajes, pisos e contrapisos. Dependendo do local onde o concreto é utilizado, a patologia terá características próprias. Por exemplo, nos pilares, vigas e lajes, a forma como o lançamento do concreto é realizado, pode ocasionar bicheiras, má distribuição da brita, fazendo com que a peça estrutural não trabalhe de forma adequada, podendo posteriormente surgir fissuras, trincas, rachaduras ou desplacamento. Com o desplacamento a armadura da peça fica exposta, deixando sujeita à corrosão, o que poderá gerar outros problemas, que se não tratado levará a peça ao colapso. 54 Fonte: TMCC I Profa. Eliane – Etec Argamassa: A água é identificada como o agente de deterioração que mais afeta os materiais de alvenaria. A sua presença no interior do poro da estrutura, do revestimento ou da parede, pode causar destruição, se o material estiver submetido a ciclos de molhagem/secagem. Entende-se por fenômeno patológico umidade o aparecimento de um teor de água superior ao desejado num revestimento, seja na sua superfície (acabamento), seja na sua própria massa (reboco), manifestando-se sob a forma de manchas. ▪ Bolor – Manchas esverdeadas ou escuras, revestimento em desagregação, causada por umidade constante em área não exposta ao sol. 55 Fonte: Acervo próprio • Descolamento com pulverulência – Película de tinta se descola arrastando o reboco que se desagrega com facilidade, revestimento monocamada se desagrega com facilidade, reboco apresenta som cavo. Fonte: Acervo próprio Alvenaria: Nas aberturas das alvenarias (vãos, portas e janelas), a inexistência ou subdimensionamento de verga e contraverga, pode ocasionar fissuras nos vértices das aberturas, em razão da concentração de tensão ao contorno dos vãos. 56 Fonte: MAYA, Victor. Edif icações – Patologia das Edif icações. Novembro/2018 Revestimento cerâmico: • DESTACAMENTO - existência de “ocos”, apresentando som cavo ao ser percutido. Suas causas podem ser: argamassa de fixação com baixa, retenção de água, absorção excessiva do tardoz, ausência de juntas ou muito estreitas, argamassa vencida, entre outros. Fonte: RODRIGUES, Mariana. Disciplina TMCC II, ETEC “Dra. Ruth Cardoso”, 2013. Coberturas: A cobertura, por estar sempre exposta às condições climáticas adversas, deve, como propósito principal, manter-se estanque, para impedir que alguns dos seus elementos entre em contato com as águas pluviais. Tratando-se de cobertura feitade estrutura de madeira, esse é um requisito básico para o bom desempenho de suas funcionalidades, já que a madeira, por ser um material que apresenta comportamento higroscópico, isto é, suas dimensões e seu teor de umidade são altamente influenciáveis pela umidade do meio em que está inserido, poderá sofrer com o inchamento ou retração de suas peças. Outra causa é uma peça, treliça por exemplo, ao trabalhar num 57 vão maior para o qual foi dimensionada, sofreu com deformações (flechas) que, posteriormente, poderiam desencadear em outros problemas, como a quebra de algumas peças. Peça da estrutura de madeira partida Fonte: FRAZÃO, Julie Cristie Faria. Patologias relacionadas às coberturas. Universidade Tecnológica Federal Do Paraná. Campo Mourão, 2015 Uma consideração importante para evitar as patologias nas edificações nos seus diversos sistemas, é reconhecer a importância da impermeabilização nos processos construtivos. A impermeabilização não se dá apenas pelas questões estéticas devido ao aparecimento de infiltrações, mas por ser uma questão de segurança, já que evita a deterioração da estrutura, minimiza a geração de resíduos provenientes de reformas precoces, impede os problemas de saúde relacionados a umidade e evita, em alguns casos, o colapso de estruturas. Glossário: Tardoz - Face da placa cerâmica ou azulejo que fica em contato com a argamassa. 58 AGENDA 8 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA Vamos verificar quais os procedimentos necessários para prevenir e corrigir as patologias que estudamos no capítulo anterior. FUNDAÇÔES – Os recalques diferenciais acontecem por algumas razões: falta de estudo correto do solo (Sondagem), fundações inadequadas ou mal dimensionadas, bulbos de tensão, para citar os principais motivos. Podemos considerar a manutenção preventiva da fundação inexistente, porque é um sistema construtivo enterrado, por isso, a fase de análise do solo, projeto das estruturas de fundação adequado às cargas da construção e ao solo, ser considerado e calculado os bulbos de tensão de construções vizinhas. Quando há dano na fundação do imóvel, sua correção é difícil e onerosa, em alguns casos até inviável economicamente. Por isso a importância de um projeto e execução corretos, evitando assim, que haja a necessidade de correção de patologias nesse sistema. CONCRETO – No caso de concretos utilizados em superestruturas, a correção preventiva é realizada com vistorias periódicas para identificar o aparecimento de fissuras, evitando o surgimento de trincas, rachaduras ou desplacamento posteriormente. Para correção de patologias no concreto temos: Figura A Figura B Pilar com armadura expostas. Possíveis causas (fig. A): • Cobertura insuficiente das armaduras; • Falhas de execução; • Agressividade dos ambientes; • Falhas de projeto. Correção: 1. corte da área afetada e a escarificação (série de arranhões ou pequenas incisões) do concreto (Fig. B); 2. Limpeza do substrato com água potável e pulverizador (Fig. C); 3. Aplicar uma argamassa cimentícia, modificada com polímeros e, preferencialmente, reforçada com fibras, que recebe depois o acabamento com desempenadeira de madeira (Fig. D); 4. Uma manta de cura molhada com água é aplicada sobre a argamassa. 59 Figura C Figura D Fonte: Figuras a, c e d – apostila do Curso de Edificações - Disciplina TMCC I Profa. Eliane – ETEC Ruth Cardoso; Figura b ARGAMASSA – • Bolor: essa patologia surge quando a edificação não é arejada e não recebe insolação suficiente. Para prevenir, deve ser garantida uma boa ventilação e insolação nos ambientes da edificação. Caso a patologia já esteja instalada, o bolor deve ser removido com limpeza do local, usando hipoclorito de sódio e removendo qualquer tipo de fonte de umidade ou infiltração, além de garantir a ventilação e insolação do local. 60 Fonte: "Foto: Bigstock", Haus Imóveis, 2019, Gazeta do Povo. • Descolamento com pulverulência: deve ser detectado e removida qualquer tipo de fonte de umidade ou infiltração, retirada toda a parte de emboço (Fig. 1) e reboco (Fig 2) que esteja solta, após a limpeza da alvenaria (fig.3), refazer o chapisco (fig 4) emboço (fig.5) e reboco (fig.6) no local para receber o acabamento. Fig. 1 Fig. 2 61 Fig. 3 Fig. 4 Fig. 5 Fig. 6 Fonte: ECOLUST – Tecnologia em Argamassa, tintas e concretos - http://www.eccolust.com.br/eccotranspore- aplicacao.php • Destacamento de revestimento cerâmico: retirar todo o emboço e reboco “soltos”, refazê-los com espessura adequada e assentar novo revestimento, essa seria a correção. Mas para evitar o destacamento do revestimento o preparo da http://www.eccolust.com.br/eccotranspore-aplicacao.php http://www.eccolust.com.br/eccotranspore-aplicacao.php 62 alvenaria que irá recebe-lo deve estra adequado, ou seja, as camadas de chapisco e emboço devem estar nos padrões indicadas pela Norma, assim como o espaçamento entre as peças de revestimento deve estar adequado conforme o material escolhido. Um espaçamento inadequado também provocará o descolamento das peças. A melhor forma de prevenir o aparecimento de patologias nas edificações e ter uma boa execução, após a construção terminada e sendo utilizada, a manutenção preventiva consiste na verificação periódica dos sistemas, a fim de detectar qualquer anormalidade logo no início, evitando complicações que irá onerar a correção do problema. Glossário 63 hipoclorito de sódio - é um desinfetante usado para desinfetar frutas e legumes, purificar a água e mata larvas do mosquito da dengue. Pulverulência - Estado do que é pulverulento, isto é, coberto ou cheio de pó. Emboço - a camada inicial de argamassa, ou de cal, na parede, e que serve de base ao reboco. Bibliografia REZENDE, Alexandre Sobral; GRANSOTTO, Larissa Rodrigues. DESENHO DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES. Desenho Técnico II – UFRGS – Revisão Junho de 2007 RODRIGUES, Mariana; ARSENJO, Rodrigo - APOSTILA DE DESENHO ARQUITETÔNICO – Curso de Edificações - ETEC Dra Ruth Cardoso – Fev/2008 NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura - Associação Brasileira de Normas Técnicas. – Abril 1994 Desenho Técnico. Gomes, Adriano Pinto, INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS- EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, Ouro Preto – 2012 – AULA 7 - Desenho Técnico – Parte 1, p. 111 à 117