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Romantismo: Contexto e Características

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29/03/2017 Apostila de Português (Romantismo)
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5th March 2013
LITERATURA
ROMANTISMO
I ­ CONTEXTO HISTÓRICO
O tema da aula  é a Estética Romântica, é o Romantismo
com  letra  maiúscula.  E  por  que  com  letra  maiúscula?  Porque  é  importante  distinguirmos  o  movimento  literário  do
sentimento, da atitude espiritual,  do modo de agir e pensar caracterizado pelo sonho   e  pela  atitude emotiva  diante  das
coisas. Esse  comportamento  romântico  sempre  existiu  e  vai  existir  –  é  atemporal. É  neste  sentido  que  falamos de um
filme ou de uma música romântica. É o romantismo com letra minúscula.
O  que  nos  interessa    é  o  Romantismo  enquanto  estética,enquanto  movimento  literário.O  Romantismo  teve  início  na
Alemanha e na  Inglaterra no  final do século XVIII, passando pela França, e aos poucos se espalhou por  toda Europa de
onde se difundiu para a América. O Romantismo permanece no cenário literário até por volta da primeira metade do século
XIX,quando apareceram as primeiras manifestações realistas.
O  contexto histórico do período marcou­se pelas disputas de poder  e  pelas  revoluções,  principalmente a Francesa,  que
consolidou a transferência do absolutismo para o liberalismo, ou seja, o poder que
sempre esteve nas mãos da nobreza,  da aristocracia  é  conquistado pela burguesia,  que  contava  com o apoio do povo.
Todo este contexto vai se refletir na produção literária romântica.
II – CARACTERÍSTICAS
A ascensão da burguesia, da chamada classe média, provoca uma alteração, um deslocamento do público consumidor da
literatura, que até então era o nobre. No Romantismo quem lia era o burguês. A
literatura  tornou­se mais  popular,  com um caráter mais  nacional. Surgem os primeiros  folhetins,  espécie  de precursores
das nossas telenovelas. O leitor buscava na literatura uma forma de
entretenimento. O Romantismo é considerado, por excelência, o movimento literário da burguesia.
A  liberdade guiando o povo,  quadro  de Delacroix.“Liberdade,  Igualdade  e  Fraternidade”  tornam­se  palavras  de  ordem  na
época, quer no campo político, econômico ou social.
E como não podia deixar de ser, liberdade é a palavra de ordem também no plano literário.
As principais características do Romantismo são:
* INDIVIDUALISMO
* EMOÇÃO
* ESCAPISMO
* LIBERDADE
Mas o que significa cada uma dessas características? No  individualismo/egocentrismo/egotismo = O  “eu” é a  figura
principal. Nunca em nenhum movimento a imposição do “eu”foi tão forte. Temos um predomínio da primeira pessoa. Para o
Romantismo uma das questões centrais é aquilo que cada pessoa tem de particular,de exclusivo. Há um predomínio da
emoção, do subjetivismo = Sendo o
indivíduo  a  figura  principal,  toda  a  produção  se  fundamenta  na  emoção,na  imaginação.  Ao  contrário  da  disciplina  das
escolas  anteriores,  o  poeta  romântico  é  livre,  livre  para  sentir  e  expressar  seus  sentimentos  e  desejos.  Só  através  da
emoção o artista romântico consegue expressar o seu interior, o seu eu.
Escapismo ou evasão = Mas nessa ânsia de sentir e de imaginar o autor romântico se depara com a realidade, com uma
realidade que nem sempre é a desejada, o que lhe provoca atitudes diversas: ou a
atitude  revolucionária,  principalmente  dos  poetas  da  terceira  geração,  dos  quais  falaremos  nas  próximas  aulas,  ou  a
frustração, a insatisfação e o desejo de fuga. Vejamos um esquema que ilustra esse escapismo:
NATUREZA
ESCAPISMO
 SONHO
MORTE
Esse escapismo se manifestou de  formas diversas entre os  românticos: na natureza,  vista como um  refúgio, um  lugar
ainda não corrompido; nos sonhos, substituindo as dores da vida real; na morte
vista  como  algo  positivo  e  constantemente  invocada.  Há  ainda  outras  formas  de  fuga  que  a  essas  se  unem:  a  vida
boêmia, o culto da solidão,o gosto pelo passado, por  lugares exóticos e mórbidos. Veja o seguinte  fragmento em que o
autor deseja a morte:
“Por isso, é morte, eu amo­te e não temo.
Por isso, é morte, eu quero­te comigo.
Leva­me à região da paz horrenda,
Leva­me ao nada, leva­me contigo.”
Junqueira Freire
Apostila de Português (Romantismo)
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A  liberdade  de  criação  =  Os  românticos  abandonaram  as  formas  fixas  dos  modelos  clássicos  {ode,  soneto,
decassílabos, etc}; abandonaram as rimas e valorizaram o verso branco, ou seja, o verso
não rimado; promoveram uma mistura de gêneros; enriqueceram a língua incorporando neologismos (palavras novas) e
aproximando a linguagem literária da coloquial. Veja o que diz um romântico sobre a
idéia da liberdade de criação:
“Quanto à forma ... nenhuma ordem seguimos; exprimindo as
idéias como elas se apresentam, para não destruir o acento da
inspiração ...”
Gonçalves de Magalhães
Para o autor romântico o importante era a expressão dos seus sentimentos, do seu mundo interior, independentemente de
qualquer forma preestabelecida. Todas essas características se refletem em
vários temas. Veja os principais:
* NACIONALISMO
* RELIGIOSIDADE
DO AMOR
* IDEALIZAÇÃO
DA MULHER
No nacionalismo = Ocorre  a  valorização  da  pátria,  dos  heróis  nacionais  e  do  passado  histórico. No  caso  de Portugal,
retomam­se os mitos dos grandes cavaleiros e heróis medievais. No Brasil, como
não tivemos Idade Média, nos moldes do colonizador, cria­se o “mito do bom selvagem”. O índio aparece idealizado nos
textos românticos,é sempre bom, forte e bonito, passando a representar o nosso cavaleiro medieval.
Religiosidade = Em oposição ao paganismo da escola anterior,
redescobrem­se as fontes bíblicas, principalmente as derivadas do
cristianismo.
Idealização  do  amor  e  da  mulher  =  O  amor  é  tido  como  a  essência  da  vida,  como  o  sentido  de  tudo  e
conseqüentemente, a mulher, objeto do amor romântico, é divinizada, cultuada. Ela era misteriosa, pura – a virgindade era
muito valorizada, quase toda heroína romântica era virgem. Mas apesar desse caráter angelical, alguns textos românticos
apresentam muito sensualismo.
Não se esqueça que: o Romantismo foi o movimento literário
responsável por uma subjetividade extrema, jamais vista em toda a arte ocidental.
III – EXERCÍCIOS
1) (UFV­MG) Assinale a alternativa falsa.
a) O Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do
autor; a forma predomina sempre sobre o conteúdo.
b) O Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado
nos modelos medievais e unificado pela prevalência de características
comuns a todos os escritores da época.
c) O Romantismo, como Estilo de Época, consistiu, basicamente num
fenômeno estético­literário, desenvolvido em oposição ao
intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII.
d) O Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado
numa única qualidade: a imaginação. Pode­se creditar à imaginação
a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos
imaginários.
e) O Romantismo caracterizou­se por um complexo de características
como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o
culto da natureza e o escapismo.
2) (FEI­SP) Quais as características românticas que se opõem,
respectivamente, às seguintes características clássicas: objetivismo,
linguagem erudita, paganismo, uso da razão?
3) (UNIP­SP) Assinale a alternativa não­aplicável à poesia romântica;
a) O artista goza de liberdade na metrificação e na distribuição rítmica.
b) O importante é o culto da forma, a arte pela arte.
c) A poesia é primordialmente pessoal, intimista e amorosa.
d) Enfatiza­se a auto­expressão, o subjetivismo, o individualismo.
e) A linguagem do poeta é a mesma do povo: simples, espontânea.
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4) (FCC)
“O mundo é uma mentira, a glória – fumo,
A morte – um beijo, e esta vida um sonho
Pesado ou doce, que s’esvai na campa!”
O texto acima contém uma idéia que é comum a muitos poetas
românticos. Aponte a alternativa que explicita:
a) A vida subjetiva e o sonho é que mais se identificam com a verdade;
o mundo real “é uma mentira”.
b) A vida interior “sonho pesado ou doce”, a mais rica de todas, permite
iludir o medo da morte.
c) A morte, “sonho (...) que s’esvai na campa”, é a solução definitiva
para as tristezas, única herança do sonho e da vida subjetiva.
d) Resta ao homem, atrelado sempre à consciência da morte, apegar­se
quanto mais possa a prazeres efêmeros (fumo, sonho) que a vida
breve lhe proporciona.
e) A morte é o beijo que continuamente ameaça e, não raro, destrói a
felicidade que lhe dá origem.
5) (FMU­FIAM­FAAM­SP) O homem de todas as épocas se preocupa
com a natureza. Cada período a vê de modo particular. No Romantismo,
a natureza aparece como:
a) Um cenário cientificamente estudado pelo homem: a natureza é mais
importante que o elemento humano.
b) Um cenário estático, indiferente; só o homem se projeta em busca de
sua realização.
c) Um cenário sem importância nenhuma; é apenas um pano de fundo
para as emoções humanas.
d) Confidente do poeta, que compartilha seus sentimentos com a
paisagem; a natureza se modifica de acordo com o estado emocional
do poeta.
e) É um cenário idealizado onde todos são felizes e os poetas são
pastores.
ROMANTISMO EM PORTUGAL E
NO BRASIL
I ­ CONTEXTO HISTÓRICO
 Estudamos as principais características do Romantismo e  vimos  que  a  liberdade  era  a mola  propulsora  de  todo  esse
movimento. Veremos como essas características se manifestaram em Portugal e no Brasil.
Em Portugal, o Romantismo é a estética  literária que dá  início à chamada Era Moderna ou Romântica. Didaticamente, o
Romantismo Português tem início em 1825, com a publicação do poema Camões
de Almeida Garrett e permanece no cenário  literário até as primeiras atitudes de  rebeldia de um grupo de estudantes de
Coimbra, 1865, –na famosa Questão Coimbrã que abre caminho para um novo
movimento: o Realismo. A partir de suas principais características e da variedade temática,
toda a produção literária desse período, dividi­se em três gerações ou
momentos:
No  primeiro  momento  encontramos  autores  ainda  presos  a  certos  valores  neoclássicos.  Mas  foram  eles  os
responsáveis pela incorporação do novo estilo. As duas grandes figuras são: Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
No segundo momento temos a intensificação das características românticas, ou seja, essas características são levadas
ao exagero. É o chamado ultra­romantismo. Soares de Passos e Camilo Castelo Branco são os poetas mais populares.
Já no terceiro momento,  encontramos um prenúncio do Realismo,  com os autores  se distanciando das  características
românticas do período inicial. Destacam­se nesse momento João de Deus e Júlio Dinis.
Veja agora a imagem do primeiro grande poeta romântico português – Almeida Garrett:
Em seus primeiros  textos encontramos um Garrett, que mesmo  livre da  influência árcade ainda não escreve plenamente
dentro dasvertentes românticas. Sua obra Camões conta a história da grande
figura do Renascimento Português, da sua vida atribulada, das suas paixões e do seu amor pela pátria.
Já em Folhas Caídas (poesia) e Viagens na minha terra (prosa), encontramos um autor  tipicamente romântico, voltado
para o amor, para suas experiências pessoais, suas dores e angústias.
Garrett também se dedicou ao teatro, sendo considerado o fundador do teatro “nacional português”. Não confunda: Gil
Vicente foi o fundador do “teatro português”. Lembre­se de que nesse
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momento a burguesia detinha o poder econômico e era para essa burguesia que Garrett escrevia, não para a nobreza como
fez Gil Vicente em vários momentos de sua produção literária.Garrett chegou a escrever uma peça chamada Um auto de
Gil Vicente, homenageando­o. Também, baseado no passado histórico, escreveu um grande drama retomando o Mito do
Sebastianismo  e  as  situações  ligadas  à  Batalha  de  Alcácer­Quibir  (século  XII),  é  a  peça Frei  Luís  de  Sousa.  Nesse
período temos também a presença de outro importante autor:
Alexandre Herculano foi ativista político e ao lado de Garrett,participou das lutas liberais em Portugal. Podemos falar que
Alexandre Herculano é o iniciador do romance histórico em Portugal, ele soube como ninguém, aliar as características do
Romantismo ao registro histórico.
Eurico, o presbítero,  um  romance histórico,  é  sua grande obra  (presbítero é  sinônimo de padre). Nessa obra,  além da
história do amor impossível, encontramos retratado o período das lutas da Reconquista em plena Idade Média e uma forte
crítica  ao  celibato  clerical.  Nessa  época  estava  acontecendo  a  expulsão  dos  árabes  que  dominaram  grande  parte  da
Península  Ibérica. E quanto ao celibato, Alexandre Herculano criticava o  fato do padre, do  religioso de uma maneira em
geral não poder se casar. Eurico e Hermengarda eram apaixonados, mas viviam um amor  impossível. Os pais da moça
não aceitavam o  ‘casamento e os dois, não  tendo outra saída, acabam entrando para a vida  religiosa. A certa altura da
história, Eurico se disfarça como um Cavaleiro Negro para proteger a amada, libertando­a dos invasores árabes...
Veja o grande representante do 2º momento romântico em
Portugal:
Camilo Castelo Branco foi primeiro escritor português a viver e
sobreviver exclusivamente da Literatura, isto porque ele escrevia por
encomenda  e  de  acordo  com  o  gosto  popular.  O  que  hoje  seria  escrever  de  acordo  com  o  nosso  Ibope.  Se  o  público
estivesse  gostando  da  personagem,  ela  crescia  e  ganhava  mais  destaque.  Se  o  público  não  estivesse  gostando  a
personagem acabava indo fazer uma longa viagem e não voltava mais, e às vezes, até morria.
Sua agitada vida amorosa serviu de  inspiração para sua produção. Acredita­se que Camilo Castelo Branco  tenha vivido
inúmeros casos amorosos, inclusive com mulheres casadas da alta sociedade
portuguesa. O mais conhecido desses relacionamentos é o seu romance com Ana Plácido,  “ Ana Plan”... Jovem recém­
casada que abandonou o marido para viver com ele. Este amor é que o inspira em Amor de Perdição.
Amor de Perdição conta a história de amor de Simão e Teresa.
Os  pais  dos  jovens  não  aceitavam  o  relacionamento  dos  dois  fazendo  de  tudo  para  que  eles  se  separem.Teresa  é
mandada para um convento e Simão, acusado de um crime acaba sendo preso e degredado para a Índia. Porém antes de
ser preso acaba conhecendo Mariana que fica apaixonada por ele, formando um triângulo amoroso. Mesmo longe,Teresa e
Simão permanecem comunicando­se através de  cartas. É  interessante notar  que,  fiel  às  características desse  segundo
momento,marcado  pelos  exageros  do  amor,  no  final,  em  poucas  páginas,  as  personagens  principais  acabam morrendo
uma seguida da outra.
Soares de Passos é o outro representante desse período, suas
poesias de são marcadas pelo sentimentalismo exagerado, pela solidão e por um lirismo fúnebre, mórbido. A morte, outra
característica desse 2º momento, é uma constante, nesta direção é famoso o seu poema “O noivado no sepulcro”.
No 3º momento encontramos João de Deus, autor de uma única
obra lírica, Campo de flores. Mas o grande representante desse
período é Júlio Dinis, autor de uma famosa obra que já foi adaptada
para uma novela de televisão. As pupilas do senhor reitor – crônica
da aldeia, obra que conta a história de duas moças órfãs que vivem sob os cuidados do senhor reitor e que se apaixonam
por  dois  irmãos,  Pedro,  o  lavrador  e  Daniel,  o  médico  recém  formado,  que  volta  para  a  aldeia.Há  todo  um  conflito
romântico durante o desenrolar da história, mas no  final  tudo acaba bem e  todos vivem felizes para sempre – é o  típico
final  feliz. Tudo o que  falamos até agora diz  respeito a Portugal. Mas como  foram as manifestações  românticas aqui no
Brasil?  O  Romantismo  brasileiro  marca  o  início  de  uma  verdadeira  literatura  nacional  e  está  intimamente  ligado  ao
processo de  independência da colônia. Didaticamente, o Romantismo brasileiro  tem  início em 1836, com a publicação
de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães e da revista Niterói e permanece no cenário literário até
1881,  quando  ocorre  a  publicação  de Memórias  Póstumas  de  Brás  Cubas,  romance  realista  de Machado  de  Assis  e  a
publicação de O Mulato, romance naturalista de Aluísio Azevedo.
O Romantismo brasileiro foi um movimento extremamente fértil, produziu­se muito e nos mais variados gêneros. Veja os
principais gêneros cultivados:
* POESIA
* ROMANCE
* TEATRO
A poesia foi marcada pelo fenômeno das gerações; o romance destacou­se por uma grande amplitude temática e o teatro
ficou conhecido por suas comédias de costumes.
II – EXERCÍCIOS
1) (FUVEST­SP) Qual o autor considerado o mestre da novela
passional portuguesa? Indique o século e o movimento literário em
que se situa a obra.
(FUVEST­SP) Texto para as questões 2 e 3:
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“O pacto feito por ele com os árabes não tardou a ser por mil modos
violado, e o ilustre guerreiro teve de se arrepender, mas já debalde, por
haver deposto a espada aos pés dos infiéis, em vez de pelejar até à
morte pela liberdade. Fora isto o Pedágio preferira, e a vitória coroou o
seu confiar no esforço dos verdadeiros godos e na piedade de Deus”.
2) Qual das características abaixo está presente no texto?
a) Retomada dos valores medievais.
b) Denúncia de males sociais.
c) Despreocupação formal.
d) Análise psicopatológica.
e) Aproveitamento da mitologia clássica.
3) O autor do texto é:
a) Eça de Queirós.
b) Camilo Castelo Branco.
c) Padre Antônio Vieira.
d) Fernando Namora.
e) Alexandre Herculano.
4) (UFJF­MG) Em relação ao Romantismo brasileiro, todas as
afirmações são verdadeiras, exceto:
a) expressões do nacionalismo através da descrição de costumes e
regiões do brasil.
b) análise crítica e científica dos fenômenos da sociedade brasileira.
c) desenvolvimento do teatro nacional.
d) expressão poética de temas confessionais, indianistas e humanistas.
e) caracterização do romance como forma de entretenimento e
moralização.
5) (FATEC) “O indianismo dos românticos (...) denota tendência para
particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a
literatura ocidental, inserindo­as na realidade local, tratando­as como
próprias de uma tradição brasileira.”
(Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira)
Considerando o texto acima, pode­se dizer que o indianismo na
literatura romântica brasileira:
a) Procurou ser uma cópia dos modelos europeus.
b) Adaptou a realidade brasileira aos modelos europeus.
c) Ignorou a literatura ocidental para valorizar a tradição brasileira.
d) Deformou a tradição brasileira para adaptá­la à literatura ocidental.
e) Procurou adaptar os modelos europeus à realidade local.
AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS NO
BRASIL
I ­ CONTEXTO HISTÓRICO
O Romantismo brasileiro é a estética  literária que dá  início à chamada Era Nacional da nossa Literatura. Veja quais os
movimentos que fazem parte dessa era:
ERA NACIONAL
* Romantismo
* Realismo – Naturalismo
* Parnasianismo (século XIX)
* Simbolismo
* Pré­Modernismo
* Modernismo (século XX)
Para efeitos didáticos, o Romantismo brasileiro tem início em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades
de Gonçalves de Magalhães e da Revista Niterói, em Paris e permanece
no  cenário  literário  até  1881,  quando  ocorre  a  publicação  de Memórias  Póstumas  de  Brás  Cubas,  romance  realista  de
Machado de Assis e a publicação de O Mulato, romance naturalista de Aluísio Azevedo.
Ao contrário de Portugal que teve três momentos distintos em todos os gêneros. No Brasil, o fenômeno das gerações só
ocorreu na poesia. Veja no próximo quadro essas gerações:
II – AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS
GERAÇÃO TEMÁTICA
Primeira Nacionalista/Indianista
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Segunda Ultra­romântica – “Mal­do­século”
Terceira Social e Libertária – “condoreira”
Na PRIMEIRA GERAÇÃO, como o próprio nome já sugere, encontramos um forte nacionalismo e uma grande aversão à
influência  portuguesa  (ou  seja,  lusofobia).  Como  já  vimos,  o  nacionalismo  foi  uma  das  principais  características
românticas,  através  dele  há  uma  valorização  da  pátria,  dos  heróis  nacionais  e  do  passado  histórico.  Veja  os  principais
autores dessa primeira geração:
Gonçalves de Magalhães
1ª GERAÇÃO
Gonçalves Dias
Enquanto Gonçalves de Magalhães é considerado o introdutor do Romantismo brasileiro, a Gonçalves Dias atribui­se a sua
consolidação.
A produção literária de Gonçalves de Magalhães é considerada fraca por muitos críticos, sua importância se deve ao fato
de ter sido ele o introdutor do Romantismo em terras brasileiras. É dele também o primeiro manifesto romântico sobre o
Brasil, escrito na Revista Niterói.
Veja um fragmento do seu “Ensaio sobre a história da literatura
brasileira”:
“Não, oh! Brasil! No meio do geral merecimento tu não deves ficar
imóvel e tranqüilo, como o colono sem ambição e sem esperança. O
germe da civilização, depositado em teu seio pela Europa, não tem
dado ainda todos os frutos que deveria dar, vícios radicais têm tolhido o
seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mão estranha que te
sufocava, respira livremente, respira e cultiva as ciências, as artes, as
letras, as indústrias, e combate tudo o que entrevá­las pode.”
Veja agora um dos textos mais conhecidos dessa primeira geração
romântica:
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá,
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá,
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias
Gonçalves Dias é a grande figura desse primeiro momento, trabalhou em sua vasta obra com todos os temas iniciais do
Romantismo.Veja  sua  imagem:Gonçalves  Dias  escreveu  poesias  líricas  fiéis  às  características  românticas;  poesias
medievais, escritas em português arcaico e poesias nacionalistas como essa que você acabou de ver.
Mas é na descrição e exaltação da figura  indígena que Gonçalves Dias se destaca, sendo considerado por muitos, o
maior poeta indianista da literatura brasileira. O poema I­Juca Pirama é um
dos  seus  textos  indianistas mais  famosos.  “I­Juca  Pirama”  significa  aquele  que  vai  morrer.  Este  texto  conta  a
história de um índio  tupi que  iria ser sacrificado pelos timbiras, outro povo  indígena, mas pensando no pai que
era cego e que dele dependia implora para não morrer. Os timbiras achando­o covarde acabam por soltá­lo. Veja
agora, prestando muita atenção no ritmo, um fragmento do conhecidíssimo trecho Canto da Morte:
Canto da Morte
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Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errantePor fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi (...)
Gonçalves Dias
A SEGUNDA GERAÇÃO é também conhecida como Ultra­Romântica. Nela, as características românticas são levadas
às últimas consequências. A angústia, a dor, o escapismo, a infância e a morte
tornam­se a temática central. Veja os principais autores dessa segunda geração:
Álvares de Azevedo
2ª GERAÇÃO
Casimiro de Abreu
Veja as imagens abaixo:
Álvares  de  Azevedo  Casimiro  de  Abreu  .Álvares  de  Azevedo  foi  o  maior  representante  do  Mal­do­século,  seguido  de
Casimiro de Abreu. Há ainda nesse período outros autores, como Junqueira Freire
e Fagundes Varela, que também levaram ao extremo as características românticas.
Contam as más línguas que os jovens poetas dessa geração, basicamente estudantes de Direito do Largo São Francisco,
em São Paulo, amavam umas festinhas. Até aí tudo normal, qual o jovem que
não gosta? Mas sabe onde aconteciam essas festinhas? Nos cemitérios da cidade. Conta­se que numa dessas festas, no
cemitério da Consolação, os jovens coroaram uma prostituta como a Rainha dos Mortos, com caixão e tudo mais que uma
rainha tinha direito, mas no final da  festa, qual não foi a surpresa dos  jovens? A pobre  infeliz  realmente  tinha morrido de
tanto medo.  Coincidência  ou  não,  todos  os  autores mais  significativos  desse  período morreram  antes  dos  24  anos  de
idade.Brincadeiras à parte, veja agora um dos textos mais conhecidos dessa segunda geração romântica:
Se eu morresse amanhã
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro,
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã! (...)
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu é outro importante autor desse momento. Em sua obra destacaram­se o pessimismo característico do
mal­do­século e o saudosismo, não só da terra da terra natal, mas também da infância.
Foi  um  dos  poetas mais  populares  do Romantismo,  principalmente  pela  linguagem  fácil  e  pelo  lirismo  ingênuo  de  seus
poemas.Veja um fragmento de seu texto mais famoso:
Meus oito anos
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! (...)
Casimiro de Abreu
E  para  concluirmos  temos  a  TERCEIRA  GERAÇÃO  ROMÂNTICA,  marcada  pelo  aprofundamento  do  espírito
nacionalista, do liberalismo e da poesia social e libertária. Esse período era também chamado de
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condoreiro. E de onde vem essa palavra? O condor é uma ave que consegue voar acima da Cordilheira dos Andes, assim
como  eram  os  ideais  dessa  geração.  Os  poetas  condoreiros  tinham  ideais  tão  elevados  que,  semelhantes  ao  vôo  da
ave,podiam alcançar grandes alturas. O grande poeta desse período é Castro Alves, que tinha como temas principais: a
escravidão, a república e o amor erótico. Veja
sua imagem: Por sua poesia abolicionista, de denúncia das injustiças e repudio pela escravatura,
Castro Alves até hoje é conhecido como o poeta dos escravos.
Veja um fragmento de um de seus textos mais famosos:
O Navio Negreiro
‘Stamos em pleno mar...Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias
Constelações do líquido tesouro (...)
Era um sonho dantesco...O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros...estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças...nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs(...)
Levantai­vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
Castro Alves
Não se esqueça de que: o Romantismo, em nosso país, foi o
movimento responsável pela manifestação de uma literatura
genuinamente brasileira.
III – EXERCÍCIOS
1) (MACKENZIE) Poemas como “I – Juca Pirama”, “Canto do Piaga” e
“Marabá” são representativos de certo momento da Literatura Brasileira.
Trata­se:
a) Da poesia épica árcade;
b) Da primeira geração romântica;
c) Da terceira geração romântica
d) Da primeira geração modernista;
e) Da segunda geração romântica.
As questões que se seguem tomam por base os versos abaixo:
Oh! Eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’ alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’ amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma ...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida ...
_ Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde­me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
2) (PUCCAMP) Nesses versos de Castro Alves estão presentes as
seguintes características da poesia romântica:
a) O sentimento nacionalista, a exaltação da paisagem tropical e a
versificação com metros variados.
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b) A defesa da causa abolicionista, o fascínio pelos largos espaços
naturais e a preferência por versos brancos.
c) A repulsa pelo amor carnal, o recolhimento em ambientes intimistas
e uma linguagem bastante coloquial.
d) A consagração do amor na morte, o apego aos cenários noturnos e o
culto de símbolos do Cristianismo.
e) O conflito entre os anseios e o destino, a idealização da natureza e a
variação de tons emotivos na linguagem.
3) (FUVEST) Nesta estrofe de “Mocidade e Morte”, de Castro Alves,
reúnem­se, como numa espécie de súmula, vários dos temas e
aspectos mais característicos de sua poesia.
São eles:
a) Identificação com a natureza, condoreirismo, erotismo franco,
exotismo.
b) Aspiração de amor e morte, titanismo, sensualismo, exotismo.
c) Sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo.
d) Personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado,
exotismo.
e) Aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipérboles,
orientalismo.
4) (FARO)
Valente na guerra
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais como eu dou?
_ Guerreiros, ouvi­me;
_ Quem há, como eu sou?
A estrofe transcrita faz parte do poema “O Canto do Guerreiro”, de
Gonçalves Dias. Tendo­se em vista o indianismo romântico:
a) Pode­se considerar a estrofe como expressão verdadeira da
realidade indígena.
b) Pode­se considerar a estrofe como uma imagem idealizada do
índio.
c) Pode­se considerar a estrofe como uma verdadeira expressão
épica do condoreirismo.
d) Pode­se considerar a estrofe como uma falsa imagem do índio,
típica do misticismo.
e) Pode­se considerar a estrofe como uma imagem do índio típico
daqueles que seguiam a filosofia epicurista.
ROMANTISMO NO BRASIL ­
PROSA
Vimos  o  fenômeno  das  três  gerações  românticas:  a  primeira  era  a  geração  nacionalista  ou  indianista,  em  que
predominavam  um  forte  nacionalismo  e  uma  grande  aversão  à  influência  portuguesa;  na  segunda,  também  conhecida
como ultrarromântica ou geração do “mal­do­século”, em que as características  românticas eram  levadas às últimas
conseqüências.  A  angústia,  a  dor,  o  escapismo,  a  infância  e  a  morte  eram  a  temática  central  e  a  última  geração,
conhecida como “condoreira”, marcada
pelo aprofundamento do espírito nacionalista, do liberalismo e da poesia social e libertária.
1 – TIPOS DE ROMANCE
AMBIENTAÇÃO TIPO DE ROMANCE
(TEMÁTICA)
Corte *Urbano
*Regionalista
*Histórico
Província
*Indianista
1.1 – Romance Urbano – autores
29/03/2017 Apostila de Português (Romantismo)
http://etecfcomorato2ano.blogspot.com.br/2013/03/apostila­de­portugues­romantismo.html 10/12Romance Urbano
Joaquim Manuel de Macedo
José de Alencar
Manuel Antônio de Almeida
O romance urbano retratava a vida social da época sem grande aprofundamento psicológico. Tinha como cenário a cidade
grande,  na época a  corte. Esse  romance  falava da  vida  social  do Rio de  Janeiro,  de  suas  festas  (os  famosos  saraus),
passeios no campo ou no litoral.
1.2 – Romance Regionalista – autores
Romance Regionalista
José de Alencar
Bernardo Guimarães
Visconde de Taunay
Franklin Távora
O  romance  regionalista  mostrava  o  relacionamento  do  homem  com  o  ambiente  físico,  descrevendo  várias  partes  da
paisagem brasileira. Alguns escritores românticos procuraram, a partir do forte
sentimento nacionalista do período, retratar os lugares do Brasil que ainda não tinham sofrido a influência do contato com o
colonizador.
Esses escritores buscavam retratar a natureza e os traços peculiares da nossa cultura e da nossa gente.
1.3 – Romance Histórico – autores
Romance Histórico
José de Alencar
Visconde de Taunay
No  romance  histórico  predominava mais  a  imaginação  do  autor  do  que  propriamente  os  fatos  reais. Os  autores  que  se
dedicaram a essa temática propunham uma retomada do passado, uma volta ao período da conquista definitiva das terras
brasileiras e da ambição do colonizador.
1.4 – Romance Indianista – autor
Romance Indianista
José de Alencar
O  indianismo,  grande  tema  dos  romances  românticos  no  Brasil,  trazia  a  preocupação  de  valorizar  as  nossas  origens,
transformando as personagens em grandes heróis. O índio era visto como o “bom
selvagem”, sempre amável, bom, bonito e muito forte.
Durante a leitura dos quadros você deve ter reparado que há um nome que apareceu em todos os tipos de romance. Veja
quem é o grande nome da prosa romântica no Brasil:
José de Alencar foi o maior representante da prosa romântica no Brasil, escrevendo livros que tratavam de toda a
temática do período. Escreveu romances históricos como As minas de prata, em que ao falar dos inesgotáveis recursos
do Brasil, a nova terra, narra a história de um tesouro escondido que atraia  imigrantes e aventureiros. Também escreveu
romances regionalistas como O gaúcho, em que retrata a vida nos pampas da região sul do Brasil.
José de Alencar produziu uma obra muito vasta, mas dados os  limites do nosso curso não poderemos estudar  todos os
seus livros.
Entre os mais conhecidos destacam­se: o romance urbano Senhora e o romance indianista Iracema.
O  romance Senhora conta a história  de Aurélia  e Fernando Seixas,  dois  jovens apaixonados que  sofrem pelo poder do
dinheiro, pelo  jogo de interesses. Aurélia e Fernando Seixas eram namorados, mas Fernando, que era muito ambicioso a
abandona  para  se  casar  com  uma moça mais  rica. Quando  já  estava  preste  a  casar  com  a  outra, Aurélia  recebe  uma
herança e fica muito rica e, para vingar­se do rapaz acabou oferecendo um dote muito maior para que o rapaz se casasse
com ela.
Ele cheio de dívidas acaba aceitando. Mas o casamento não se consuma, na realidade viviam apenas um casamento de
aparências. No  final,  como um bom romance  romântico, Fernando Seixas consegue devolver o dinheiro do dote, Aurélia
confessa que sempre o amou e os dois acabam vivendo felizes para sempre...
Veja um fragmento de um outro conhecidíssimo livro de José de
Alencar:
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte,
nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais
negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha
recendia no bosque como seu hálito perfumado....”
Iracema  é  considerado  o  livro  indianista mais  estruturado  de  José  de  Alencar.  Também  pertencem  a  essa  temática O
Guarani e Ubirajara. No fragmento acima, o autor nos apresenta uma das índias
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mais conhecidas de toda a literatura brasileira. O nome da índia dá o título a obra e traz em si aspectos importantes:
IRACEMA        AMÉRICA
Iracema é um termo de origem tupi e significa “lábios de mel” é  também o anagrama da palavra América. Anagrama é a
formação de uma palavra a partir da troca da posição das letras de uma primeira
palavra. Iracema representava a própria América, com suas belezas virgens e riquezas e também representava o contato
da nova terra com o colonizador. O livro conta a história de amor da índia Iracema e de Martin, o fidalgo português. Dessa
história de amor nasce Moacir, o primeiro cearense, fruto do amor de duas raças.
Outros nomes importantes da prosa romântica brasileira são:
Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida. A  importância de Macedinho como era  chamado,  deve­se
mais ao fato de ter sido ele o autor do marco inicial do Romantismo brasileiro.
Segundo  a  crítica  literária,  o  livro A  Moreninha  é  uma  obra  ingênua  e  extremamente  sentimental.  O  livro,  de  enredo
simples, conta a história do romance de Augusto e Carolina, a Moreninha. O obstáculo à união dos dois era uma promessa
de amor feita por Augusto, ainda menino a uma garota desconhecida. Depois de várias idas e vindas, o leitor descobre que
Carolina era a tal menina a quem Augusto jurou fidelidade. No final os dois ficam juntos e vivem felizes para sempre...
Já Memórias de um sargento de milícias,  de Manuel Antônio de Almeida é um  romance em desacordo com o seu
tempo. É uma obra inovadora, apresentando­se como uma verdadeira crônica de costumes.
O  livro  conta  a  história  de  Leonardinho,  considerado  um anti­herói,  se  comparado  aos  heróis  românticos  e  introduz  nos
romances  a  presença  das  camadas mais  populares  da  sociedade,  como  os  barbeiros,  as  parteiras,  entre  outros  tipos.
Embora  inovador o  livro não pode ser considerado como um precursor do Realismo, como o de Machado de Assis, seu
realismo é ainda muito espontâneo e despretensioso.  Ao lado da prosa romântica, nesse período temos a consolidação do
teatro popular brasileiro, graças ao trabalho de Martins Pena, em suas comédias de costumes, registrou e criticou muitos
aspectos da vida brasileira da época. A linguagem simples e direta e a rapidez de suas cenas conquistaram o público. Ele
preferia as comédias sobre os costumes da sociedade carioca. Era das ruas do Rio de Janeiro que surgiam seus vários
tipos irônicos: as moças casadoiras, as velhas solteironas, as viúvas e os charlatões. Entre suas peças mais conhecidas
está O Noviço, que até hoje é muito encenada.
II – EXERCÍCIOS
1) (ESPM) Assinale a alternativa que não contém obra de José de
Alencar:
a) Diva – Perfil de Mulher
b) O Gaúcho – A Pata da Gazela
c) A Guerra dos Mascates – O Sertanejo
d) Senhora – As minas de Prata
e) Helena – O seminarista
2) (ITA) “A moça agitou então a fronte com uma vibração altiva: _
Mas o senhor não me abandonou pelo amor de Adelaide e sim pelo
seu dote, um mesquinho dote de trinta contos! (...) Desprezasse­me
embora, mas não descesse da altura em que o havia colocado dentro
da minha alma. Eu tinha um ídolo; o senhor abateu­o de seu
pedestal, e atirou­o no pó. Essa degradação do homem a quem eu
adorava, eis o seu crime;”
O excerto acima é do romance __________, cujas personagens
principais são_____________ e____________.
a) Memórias de um Sargento de Milícias – Luisinha e Leonardo
b) A Escrava Isaura – Isaura e Álvaro
c) Senhora – Aurélia e Seixas
d) A Moreninha – Carolina e Augusto
e) Memórias Póstumas de Brás Cubas – Virgília e o narrador (Brás
Cubas)
3) (UNA) Todas as afirmativas são verdadeiras quanto à obra
Iracema, de José de Alencar, exceto:
a) O título da obra pode ser considerado um anagrama de América,
indício de caráter indianista.
b) Iracema e Martim representam, respectivamente, o mundo
selvagem e o mundo civilizado.
c) A amostragem da formação da nação brasileira é propósito da
construção da narrativa.
d) O nome da personagem Moacir, filhode Iracema e Martim,
significa o “filho do sofrimento”.
e) Poti, como “bom selvagem”, mostra a integridade do indígena.
29/03/2017 Apostila de Português (Romantismo)
http://etecfcomorato2ano.blogspot.com.br/2013/03/apostila­de­portugues­romantismo.html 12/12
4) (UNIP) Assim se pode definir o romance A Moreninha, de Joaquim
Manuel de Macedo:
a) Relato da vida nas repúblicas estudantis do tempo do Império.
b) Estudo da psicologia de um tipo de mulher brasileira, no ambiente
rural.
c) História de fidelidade ao amor de infância, na sociedade do Rio
Imperial.
d) Crônica de um caso de mistério, na sociedade carioca de fins do
século.
e) Narrativa sobre o problema da escravidão, na sociedade brasileira
do século passado
Postado há 5th March 2013 por Etec 2º Ano
 
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Unknown 01/03/2016 05:52
Muito bom
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