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4.5 FUNDAMENTAÇÃO DO MICROAGULHAMENTO
	Outro recurso que tem corroborado para o tratamento da alopecia é a técnica de microagulhamento ou terapia de indução percutânea de colágeno (I.P.C), está descende da acupuntura, uma técnica da medicina tradicional chinesa. O microagulhamento utiliza de técnica que faz uso de agulhas para estimular a produção de colágeno. Os primeiros relatos da técnica surgiram na França em 1960, onde se trata de pequenas incisões na pele para administração de fármacos com objetivo de rejuvenescimento facial (Garcia, 2013).
	Começou a ganhar forma em 2006, pelas mãos do cirurgião plástico Fernandes. Onde esse desenvolveu um objeto em forma de roller, cravejado com múltiplas microagulhas, assim a técnica tomou forma e foi denominada indução de colágeno (Lima, Souza e Grignoli, 2015; Singhe e Yadav, 2016). No decorrer dos anos a técnica evoluiu e passou a ser utilizada dentro da estética para tratar de diversas disfunções tais como cicatrizes de acne, estrias e lipodistrofia ginoide, e atualmente vem sendo bem utilizada para tratar disfunções capilares como a AAG (Faissal; Brandão, 2021).
	Para a realização da técnica utiliza-se equipamentos com um roller, que é composto por um cabo de policarbonato (PC) e Acrilonitrilo Butadieno Estireno (ABS), possuíndo na ponta um rolo com microagulhas encravadas, em sua maioria feitas de aço inoxidável. Essas agulhas são organizadas em fileiras contendo em média 192 a 540 micro agulhas. Sua aplicabilidade se dá por meio de rolamentos em diferentes direções sendo longitudinal, diagonal ou vertical (Lima; Souza; Grignoli, 2015; Singhe; Yadav, 2016).
	Atualmente, existe um dispositivo chamado de Dermapen ou caneta elétrica de microagulhamento, conforme pode ser visto na Figura 6. Este sendo um equipamento elétrico que atua de forma vibratória, que por seu formato e tamanho tem melhor aplicabilidade em regiões de difícil acesso. O equipamento também possibilita a alteração do tamanho do conjunto de microagulhas utilizado, mesmo durante o procedimento, facilitando ao profissional executor alcançar o efeito desejado. Esse dispositivo realiza o procedimento da mesma forma que o roller. Todos os equipamentos devem ser aprovados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) (Lima, Souza e Grignoli, 2015; Singhe e Yadav, 2016).
	A técnica citada consiste na passagem do rolo ou caneta sobre a pele na horizontal, vertical e na diagonal por pelo menos 15 a 20 vezes, levando assim a um quadro de hiperemia. Sua principal função é a permeação de princípios ativos cosmetológicos, por meio dos microcanais formados com o processo de rolagem, assim a utilização da técnica combinada a esses ativos,potencializa os resultados (Klayn; Limana; Moares, 2012; Garcia, 2013; Piatti, 2013).
Figura 6 - Método por roller ou por caneta de microagulhamento.
 
Fonte: adaptada de ABCRC - Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar. 2021
	De modo mais específico, também pode ser afirmado que o microagulhamento se mostra eficaz no tratamento da AAG, pois libera fatores de crescimento derivados de plaquetas, fatores epidérmicos e de ativação das células-tronco no bulbo. (Faghihi et al., 2021). O procedimento demonstra o aumento da expressão de genes relacionados com a estimulação de cabelos, fazendo com que o crescimento desse apresente uma melhor textura e um aspecto brilhante mais rápido. Sendo, portanto, uma excelente ferramenta, por ser segura na estimulação de cabelo para calvície (Jeong K, Lee Y. J, Kim J. E, Park Y.M, Kim B.J., Kang, 2012).
	Durante esse processo, por vezes, podem ocorrer lesões no decorrer da técnica, em que o tecido passa pelo período de cicatrização, sendo dividido em três etapas, a inflamatória, proliferativa e o remodelamento (Faissal; Brandão, 2021). Somado a isso, tem-se um aumento das proteínas de colágeno e elastina, que se dá pela perda da barreira cutânea, o que resulta na liberação de citocinas e dissociação dos queratinócitos. Esse processo gera a vasodilatação dérmica e a migração dos queratinócitos para o reparo do tecido. Dessa forma, as citocinas como mediadores químicos são extremamente importantes no processo inflamatório, crescimento e reparo tecidual, pois as mesmas ativam e regulam os processos celulares.As fases pelas quais o tecido passa devido a esse processo, resultam na ativação do mecanismo de regeneração da pele e como consequência, tem-se uma melhora expressiva no crescimento capilar. (Lima; Souza; Grignoli, 2015).
 Diante de todas as informações até aqui, percebe-se que no tratamento da AAG, tanto para homens quanto para mulheres, o microagulhamento se mostra muito eficiente e apresenta um excelente custo benefício, além de que sua funcionalidade demonstra estímulo e disponibilidade dos nutrientes, vasodilatação e oxigenação folicular. Somado a isso, ele estimula a comunicação entre todas as estruturas do folículo e suas adjacências, além do principal, que é favorecer o fator de crescimento vascular endotelial que auxilia a vascularização do folículo, produzindo assim um novo fio com maior densidade e qualidade (Negrão, 2015). 
	Portanto, a técnica facilita a permeação de princípios ativos através das micro aberturas efetivadas pelas agulhas presente no dispositivo, onde podem ser utilizados os fatores de crescimento e minoxidil através de Drug delivery (Negrão, 2015). Seus resultados positivos têm demonstrado vantagem, praticidade e segurança, além de ser uma boa opção para os indivíduos que não podem fazer uso ou não respondem a tratamentos sistêmicos (O campo-Garza, 2020).
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